Upload
patricia-silva
View
222
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
1/13
ENFERMAGEM NO DESPORTO:
QUE FORMAO? QUE COMPETNCIAS?
Uma perspectiva
Autora: Maria Manuela Almendra Magalhes
Enfermeira Especialista em Enfermagem de Reabilitao. Mestre em incias de
Enfermagem. Professora-Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Calouste
Gulbenkian.
5
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
2/13
INTRO UO
A enfermagem
no
desporto: que formao?
Que
competncias?
A enfermagem
no
desporto
um
contexto
da nossa
prtica nem
sempre pensado apesar de todos conhecermos enfermeiros que a
trabalham e alguns
de
vs a exercer actividade como enfermeiros. A
literatura escassa e os planos curriculares da formao em enfermagem
tambm no pensam neste contexto de trabalho
no
entanto o estudo
feito
em
2001 pela
OE
sobre
reconhecimento d individualizao das
especialidades
em
enfermagem
os
trs cenrios apresentados falavam
da
enfermagem do desporto.
Por isso
este simpsio
um
desafio implicando reflexo especulao
transferncia de saberes e o escutar com ateno os colegas que
trabalham nestes contextos.
As
questes formuladas como ponto
de
partida
da nossa
reflexo
foram
as
seguintes:
Quem
so os enfermeiros
do
desporto? Que
actividades desenvolvem?
A formao em enfermagem d-lhes competncias para exercerem
este papel? Que formao especifica possuem? Como
se
desenvolveram
e desenvolvem
as
competncias prprias do enfermeiro do desporto?
O trabalho de explorao para dar resposta a estas questes
desenvolveu-se atravs do aprofundar conceitos saberes conversar com
os colegas que esto no desporto e escutar
com
ateno os testemunhos
dos enfermeiros prelectores da mesa redonda deste simpsio Ser
enfermeiro no desporto :
Assim os objectivos desta reflexo so
os
seguintes: - Reflectir sobre
o dito; Analisar
os
conceitos enfermagem e desporto; Reflectir sobre a
formao formal a formao em contexto de trabalho e a aquisio de
competncias dos enfermeiros do desporto.
Deste modo esta comunicao estrutura-se em trs partes.
Uma
primeira parte reflecte o dito pelos enfermeiros que exercem actividade
no desporto. A segunda
parte
analisa e relaciona os conceitos
53
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
3/13
SADE,
DESPORTO
E
ENFERMAGEM
enfermagem, competncia e desporto. Na terceira e ltima parte faz-se
novo questionamento que formao e competncias do enfermeiro no
desporto? Apresentando uma perspectiva.
SNTESE O
ITO
Aps a escuta atenta das comunicaes da mesa redonda Ser
enfermeiro no desporto'; as
conversas informais tidas com os enfermeiros
do desporto, verificamos que convergem sobre
os
conceitos
de
atleta,
enfermeiro no desporto e os modelos de formao Assim, como
convergem com o estado da arte da enfermagem, seus saberes e
normativos profissionais.
Ou seja, na perspectiva dos enfermeiros a exercerem a sua profisso
no
desporto, atleta
uma
Pessoa na
sua singularidade de crenas, cultura,
ambiente social, espiritual e psicolgico que
se
encontra em determinada
fase do ciclo de vida
e
que vive ou viveu diferentes experincias de
sade/doena
e
parceiro no cuidar.
Ainda no entender destes enfermeiros, a sua formao e competncias
desenvolvem-se entre os dispositivos de formao formal especialidades
em enfermagem, formao contnua
em
reas subsidirias e com
plementares), formao informal e experincial. A transferibilidade de
sa-
beres tambm foi sublinhada, assim como a metodologia de trabalho - o
tr b lho em equipa, a comunicao intra e interprofission l so
fundamentais na aquisio de saberes e desenvolvimento de competn
cias.
o dito pelos enfermeiros sobre sua formao formal
competnci s e form s
de aquisio de
s beres e
de
competncias:
Curso de Enfermagem e/ou Especializao em Enfermagem
de Reabilitao
.
.) Auto-formao
.
.) A transferncia de saberes
de outros contextos
da
prtica profissional
.
.) Formao informal
. ..
)
Aprender
com os enfermeiros com mais experincia
..
)
Experincia .prtica . ..)
O
trabalho em equipa
.
.)
Por
tudo isto, estes enfermeiros apresentaram-nos como perspectivas
futuras quanto sua formao e aquisio
de
competncias, visando
54
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
4/13
tambm a sua visibilidade ) I'tltorlI1t\CII'\n1to como recurso humano no
desporto e a sua valorizao COIY10 ftlCtH' :O humano , a formao
acadmica, a investigao com
o
llfituChJ ~ s t e m a t l c o de fenmenos
presentes no domnio dos culdado$ de
en(ennagem
do desporto
conduzindo ao desenvolvimento dos i l , l b e r # ) ~ ; dll dlsdplina de enfermagem,
e ainda, fornecer dados da sua pn\lcil
\;r,
ITlmk) u Influenciai' a formao
em enfermagem, projectar as
f)( cesf;lclilllclri
di) ;
p(lSS0aS
em termos de
actividade fsica e exerccio
(lCN 2.00i:
i7), (J'i"llcwto c Influenciai' as polticas
de sade, e do desporto.
As perspectivas futuras:
" Ps-graduao ern enft,rnwO
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
5/13
SADE,
DESPORTO E
ENFERMAGEM
Estes domnios fazem-nos pensar, nos domnios dos cuidados de
enfermagem enunciados por Patrcia Benner (2001:72), nos cinco cs
de Roach
(Waldow cit.
Roach,
1995:17 e 18)
assim
como no conceito
de
enfermagem enunciado por Jean Watson (2002:96) e pela Ordem dos
Enfermeiros (2003:144) e que mais adiante iremos reflectir.
Articulando o dito pelos enfermeiros no desporto e atletas,
com
o
paradigma actual da enfermagem, desta como disciplina e profisso,
com
os
conceitos
de
competncia, desporto
seus
saberes e experincia,
assim como
OS
dispositivos de formao em educao de adultos, fizemos
a seguinte reflexo.
A ENFERMAGEM COMPETNCIAS E DESPORTO
- OS CONCEITOS E SUA REL O
O expresso pelos enfermeiros do desporto e
as
expectativas dos
beneficirios destes cuidados esto de acordo com
os
saberes
da
enfermagem
os
normativos
da
profisso visando a qualidade no cuidar e
pressupondo formao e competncia.
Os
desenvolvimentos
na
teoria de enfermagem caracterizaram-se por
uma
transio
do perodo
pr-paradigmtico
para o perodo de
paradigmtico.
Os
paradigmas prevalecentes forneceram diversas pers
pectivas para a prtica, a administrao, a formao e investigao.
Surge tambm o metaparadigma de enfermagem, conceitos globais
da
enfermagem com os conceitos de Pessoa, Ambiente Sade e
Enfermagem.
Ento o conceito PESSOA o atleta
um Ser social
e
agente intencional de
comport mentos
baseados
em
valores crenas
e
nos desejos da natureza individual
. . ) Os
comportamentos
da
pessoa
so
influenciados pelo ambiente
em
que
ela
vive
e se
desenvolve . . )
cada
pessoa vivencia um
projecto de sade . . )
Pessoa
tambm centro de processos no
intencionais ...as funes fisiolgicas que so influenciadas pela
condio psicolgica da pessoa e por
sua
vez esta influenciada
56
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
6/13
pelo bem - estar
e
conforto
f slco. Esta
inter-relao torna c/ara a
unicidade e indivisibilidade de cada pessoa, a pessoa tem de ser
encarada como um ser uno
e
Indivisvel.
Ordem dos Enfermeiros
2002:144)
De
modo que ENFERMAGEM e ns dizemos e a enfermagem do
desporto conceptuiJllzada como o
cuidar particularizado atravs
de
comportamentos concretos como:
Compaixo, Compel' ncla, Confidncia, Conscincia, Compromisso.
Roach 1993 Waldow clt.
Roach
1995: 17 e 18).
Segundo Jean Watson 2002:96), enfermagem a cincia humana
das pessoas das experincias
e
vivncias de sade/doena do Homem,
que se realizam em
transaces
humanas, profissionais, individuais,
cientficas, estticas
e IlCt:18
O Conselho de Enfermagem,
da
Ordem dos Enfermeiros 2003:144)
no enquadramento conceptual dos quatro conceitos metaparadigmticos
das
cincias de enfennagem, enuncia que o
exerccio profissional
da
enfermagem centra-se 11 3
r e l ~ ~
Interpessoal entre um enfermeiro e
uma pessoa . .) Assim,
110
firnbllo do exerccio profissional,
o
enfermeiro
distingue-se
pel
form Jo
experincia que lhe
permite
compreender respeit r os outros .) a relao teraputica
caracteriza-se pela parceria estabelecida
com
o cliente, no respeito pelas
suas capacidades
e
valorlza'iio c/o seu papel.
Diz-nos ainda
que, os
cuidados de enfermagem tomam por foco de ateno a promoo dos
projectos de sade que cada pessoa vive e persegue e
p r
ltimo refere
tambm que
os
cuidados de enfermagem ajudam a pessoa a gerir os
recursos da comunidade em matria
de
sade, prevendo-se vantajoso o
assumir de um papel de pivol
no
contexto
da
equipa.
Pragmatizando esta concepes para o exerccio profissional dos
enfermeiros, o Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros
2003:147) definiu
os enunciados descritivos
e
qualidade do
exerccio profissional dos enfermeiros
mais uma vez dizemos que
tambm
so
s
enunciados descritivos de qualidade do exerccio
profissional dos enfermeiros
no desporto, que visam explicitar a
natureza e englobar os diferentes aspectos do mandato social da profisso
de enfermagem. Pretendendo
assim
que
estes
constituam um instrumento
57
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
7/13
SADE DESPORTO E ENFERMAGEM
que ajude a precisar o papel do enfermeiro junto dos clientes, dos outros
profissionais, do
pblico e dos polticos.
Relembrando,
so seis as
categorias
do
enunciados descritivos:
- a Satisfao do cliente; - a Promoo da sade; - a Preveno de
complicaes; - o Bem-estar e o auto-cuidado; - a Readaptao funcional;
e Organizao dos cuidados de enfermagem.
Assim, o enfermeiro, o enfermeiro
do
desporto deve possuir qualificaes
e desenvolver
COMPETNCIAS
que pressupe agir com pertinncia,
mobilizar, combinar saberes e conhecimentos. Segundo Le Boterf 1994)
competncia um saber agir em situao, e ainda Abreu 2001: 105)
refere que O enfermeiro no decurso
da
sua experincia forma-se no
confronto
com o
contexto
e
com
os
outros confronto este que
s se
traduz em mudana na medida em que se confronta permanentemente
consigo prprio fltrando transformando enriquecendo oseu patrimniO
cognitivo efectivo a mobilizao pelo indivduo de todos estes saberes
necessrios ao pensar decidir agir sugere-nos a noo de competncia.
Como vimos no incio desta reflexo, pelos testemunhos dos enfermeiros
no desporto, estes conceitos validam a forma de aquisio das suas
competncias.
A Conselho de Enfermagem
da
OE 2003:188) tambm definiu
os
domnios adoptados para as competncias do enfermeiro de cuidados
gerais, que
so
a maioria
dos
enfermeiros no desporto), ento podemos
reflectir no conceito e seus domnios e extrapolar para a prtica de
enfermagem em contexto desportivo Assim, ompetncia do
enfermeiro de cuidados gerais
refere um nvel de desempenho
profission l demonstr dos de uma aplicao
efectiva do
conhecimento das capacidades
incluindo ajuizar.
Os
trs domnios major adoptados so:
A prtica profissional
tica legal; A prestao e gesto de cuidados; Desenvolvimento
profissiona I.
Patrcia Benner 2001:72), apresenta-nos tambm s
domnios dos
cuidados e enfermagem
ns podemos dizer
os domnios dos
cuidados e enfermagem
no
desporto:
A funo de
ajudai
a funo de educao e guiai a funo de
diagnstico de acompanhamento e montorizaoi a tomada a
58
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
8/13
ENFERMAGEM
N o Q ~ S P O R T O : QUE
FORMAO?
QUE
COMPETNCIAS?
cargo eficaz de situaes de evoluo rpida;
a
administrao
e
o acompanhamento de protocolos teraputicos; assegurar
acompanhar a qualidade
os
cuidados de sade; competncias
em
matria de organizao os cuidados
Sero estas as cOll1petncias do enferll1eiro do desporto
Porque
O DESPORTO
O exerccio da actividade desportiva factor cultural indispensvel na
forll1ao plena da pessoa
hUll1ana
e no desenvolvill1ento da sociedade.
A actividade fsica um indicador de sade, Portugal o Pas da EU COIl1
nveis
ll1ais
elevados de sedentarismo, cerca de da populao COIl
15
anos ou
ll1ais
descreve a sua principal actividade de tell1pos livres COll10
ler,
ver televiso ou outras actividades sedentrias. PNS 2004:54)
A proll1oo da prtica de desporto
ull1a estratgia para alterar
estes valores e a sade de
um pas.
O desporto pode-se classificar ell1 quatro categorias, a prtica desportiva
educativa, o desporto recreativo, o desporto de coll1petio e o desporto
de alto nvel (Brunet-Guedj et ai, 1995:2).
Mas recorrendo classificao Nacional e legal - Lei n.30/2004 - Lei de
Bases do Desporto, esta organiza a actividade desportiva ell1:
1 - actividade desportiva no profissional que inclui a actividade
desportiva federada; prtica desportiva para cidados portadores de
deficincia; desporto na escola; desporto no ensino superior; prtica
desportiva para minorias tnicas e ill1igrantes; desporto e trabalho; desporto
nas foras arll1adas e nas foras de segurana; prtica desportiva de
cidados privados de liberdade; desporto de natureza inforll1al;
2
actividade desportiva profissional;
3
alta competio e seleces nacionais.
Ento, podell1os dizer que desporto caracteriza se por ull1a prtica
ll1etdica de exerccios fsicos efectuados pela pessoa ell1 qualquer fase
do ciclo de vida, provenientes ele diferentes culturas, inserida ell1 diferentes
all1bientes e vivendo experincias de sade/doena, COIl a finalidade de
conseguir vigor, agilidade, bem-estar e sucesso.
159
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
9/13
SADE
DESPORTO E ENFERMAGEM
Esta classificao e conceitos so importante
para
refleetir sobre o
papel dos enfermeiros do desporto, levando - nos analisar quais
os
saberes, como se desenvolve a
sua
experincia e quais so
os
focos de
ateno do enfermeiro do desporto.
Assim:
s
Saberes
Cincias
de
enfermagem, cincias biomdicas, cincias humanas
Saberes de biomecnica do desporto em combinao
com
os saberes
da biomecnica msculo-esqueltica e as caractersticas mecnicas do
equipamento em uso, estabelecem
os
requisitos para
se
cuidar
de um
atleta.
experincia
A Experincia com vrios atletas
nos
vrios nveis de competio
O Trabalho em equipa interdisciplinares
s focos de ateno e aco de enfermagem no desporto
As
competncias do enfermeiro no desporto esto presentes e
produzem-se, tendo como focos de ateno a aetividade fsica e o exerccio
ICN 2002:56)
da pessoa
em qualquer fase do ciclo
de
vida, provenientes
de diferentes culturas inserida em diferentes ambientes e vivendo
experincias de sade/doena, com fim de conseguir vigor, agilidade,
bem - estar e sucesso.
O tipo de Aco do enfermeiro do desporto caracteriza-se por:
Observar; gerir; executar; atender e informar. Enunciaremos, a titulo de
exemplo lista restrita) o que confere contedo aco de enfermagem
no desporto
so:
s
aplicaes as ligaduras
s
pomadas os nutrientes
os remdios a condio do atleta, os lquidos e electrolticos a doena a
complicao
o
dano
o
compromisso a incapacidade
e
a desvantagem
a medio a actividades da pessoa os exames
e
tratamentos a terapia
e tcnicas a emergncia. rCN 2002:
160
A prtica desportiva uma prtica a promover pelos enfermeiros,
devem estes tambm cuidar da pessoa durante a prtica desportiva,
16
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
10/13
com a certeza d b ~ QIJiil 1 l i i l l l t ~ I l i m ( 1 0
t ~
nlViill i de actlvldade fsica das
pessoas aumentWl1 ) i i i g i \ l n l ( l ~ 01 1 1 ~ l l ) c k j , IiMtl 6 o grande papel do
enfermeiro do d 1 BptlltO
o PAPEI, I) ) fmrl rtMJmm L)O DESPORTO:
QU
f O f t M A A { J ~
QUI
COMPlllNCIAS?
Por tudo isto cOlltlntHllH)E ti q l l t ~ t i [ l l l l l l ptlpe do enfermeiro no
desporto: que (ormi1llr.Ii' ()/./fi
tOIll/il' /rf)/u'Illi;?
Mas, por tudo o I;X I'lf'; f1 tll1teliollTH'llte podernos dizer que ao
enfermeiro do dQSpllrl.tl nl '''''
A capacidade de rnnblli/tll, itlJJf)ltll e transferir saberes cientficos,
articulando-os Nn
t t ~ ;
NUtl; oxprnll\ncltH, emplricas, que contemplem
necessariamente 1I1T1iJ dll'lif'nf4l o ItknlUl, clentlfica, esttica, tica e pessoal
(Magalhes 2000).
Esta
capacidade tOlnpe, i)nCltls,
t
que chamaremos implcitas e
desempenham um
P'(I)(;,I
(jlnJturador
na
construo das prticas
profissionais dos enferl mlrot io desport.o e
so
marcadas por uma
complexidade conl:cxltwllttClil omJ(,
fie
articulam saberes de nveis
diferentes que envolverrl
lilnto
.;ctlvlcJm.ls
de
cognio e metacognio,
como actividades COrlHllll:liCllitll l,
Quer
Isto dizer, que exigem uma
formao em contexto
dI t l l ~ b a l h ( ) e uma
capacidade de reflectir
sobre
as
prprias prMic,, de trabalho.
Ento, a fonnai'io do enff'lnwiros do desporto
a capacidade de
transformar uma
experl
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
11/13
SADE, DESPORTO
E
ENFERMAGEM
enfermagem do desporto gestualidade operativa, mas sim, e como
nos diz Canrio 1997) a
co
f z apelo mobilizao de
um
conjunto
de saberes contextualizados e transformados em competncias
n
situao singular que a relao com cada atleta.
Mas, esta praxis no objecto de registo escrito, constri-se na
oralidade e na informalidade.
Esta
relao teoria/prtica preserva a arte
do cuidar e implica profissionais reflexivos Schn 1992) que confrontados
com situaes complexas e singulares, actuam como investigadores,
construindo experimentos in-sito e que aprendem com a experincia.
Continuando a reflexo da formao dos enfermeiros do desporto,
devemos ainda enquadrar a realidade no que diz Nvoa 1988:115) a
respeito
da
formao pela experincia, onde nos diz que formar-se no
instruir-se antes de mais reflectir pensar numa experincia vivida
Dominic 1990:150) diz que devemos devolver
experincia o lugar
que merece
n
aprendizagem dos conhecimentos necessrios existncia
.
. .
Estes dispositivos de formao, teoricamente suportados pelos autores
referenciados e que na realidade so os dispositivos formativos em uso
pelos enfermeiros do desporto, onde o saber-fazer assemelha-se a uma
investigao - aco, gerador
de
tomadas de deciso e de autonomia do
cuidar do atleta.
Nesta anlise podemos tambm inferir que informalmente ocorre
uma
horizontalizao da produo das decises, ou seja um trabalho em rede,
a lgica do cuidar/tratar necessita de reunir todos os actores dentro da
mesma perspectiva e no limitar os cuidados a uma s categoria de
actores.
Podemos concluir que a importncia do informal e do oral
na
construo
desta prticas, contrasta com a exigncia de as apresentar sobre a
forma escrita, para
se
tornarem competncias de facto e de direito, e
se
tornem reconhecidas e estruturantes da profissionalidade dos enfermeiros
do desporto.
Em
suma, a dimenso central do trabalho de formao dos enfermeiros
do desporto no incide tanto sobre a sua formao, mas mais sobre a
sua capacidade de produzir relaes qualificantes nos contextos de
trabalho mais do que adaptar-se ao trabalho a formao e deve ser
162
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
12/13
encarada
corno
III$/turntillto M
iV 9
transformao (Magalhes 2000:
150).
Assim IH.) p r ~ t l c l l \ d(l t0l1ft rmajCHrl do desporto transformam-se
em instrumenW tli'
f()I I lfl50,
de Investigao e promotoras de
c o m p e t n c l l l ~ i
I ~ E I ' L f ' X ) \ O
l M
JEITO
DE
CONCLUSO
No
conceito clu COl\1pct{\l1cli.l errwlwclo pela Ordem de Enfermagem, e
anteriormente l1lelKlolHdu,
fM nof,
rdlectr que para
aplicao efectiva
do conhecimento ('
da ;
( (ipilCIOi/O. i ser necessrio criar dispositivos de
formalizao
d C J ~ ,
f illwi C', em use pelos enfermeiros do desporto para a
construo de uni (.UI pw, de conhecimentos,
promovendo
o
desenvolvimento di; cllr.clpllni,
clt
(Jro issilo, do enfermeiro e da qualidade
do cuidar no desporto.
Lembramos que: no . PliiliOS de estuejo dos Cursos de Licenciatura
em
Enfermagem
no Incllll. 11 contedos que visem os cuidados de
enfermagem
PCf;:;O,l que pratica desporto, as escolas de enfermagem
no promovem CurSO'.i ele F' )"Craduai'o
em
Enfermagem do desporto.
No entanto nas
W ( ) r k ~ ; l l o l ) ' ;
(lfectuadas pela OE
(2003:261),
sobre o
reconhecimento e
i n d l v l d l ) l l i z i ; l ~ i o
das especialidades em enfermagem, e
nos trs cenrios aprsentaclos Enfermagem do Desporto estava
presente. EntretantD lS C/I/. o de Especializao Ps-Licenciatura podem
incluir nas
suas
reas
ele
opC;l:o Enfrmagem do Desporto.
No
trabalho tambm realiZado pela Ordem dos Enfermeiros
(2003:214),
diz-nos que a atribui(;ilo de ti tulo
ele
Enfermeiro Especialista incluir duas
modalidades, uma de aCOro com i l (ormao adquirida atravs de cursos
creditados pela Ordem, ou
p r
outros processos de aprendizagem e
responsabilidade
cio
prpriO, [SI l t'lltimd chama-lhe Certificao da auto
formao (porUolio)
O desafio
a
jornlallz11(;zo,
o reconhecimento das competncias e a
visibilidade dos saberes ela enlcrrna(Jcrn do despolto, para no acontecer
que as politicas do pas, como a
Lei de
Bases do Desporto (Julho
2004)
no inclua os enfermeiros corno recurso humano no desporto.
Ao
terminar continua a perCjunta, O Papel do Enfermeiro do Desporto:
Que Formao? Que Competncias?
7/24/2019 Artigo - Enfermagem No Desporto
13/13
SADE
DESPORTO
E
ENFERMAGEM
BIBLIOGR FI
ABREU
Wilson (1994) -
Dinmica
de
formatividade
dos
enfermeiros, subsdios para um
estudo ecolgico
da
formao
em
contexto
de
trabalho hospitalar, VoU.
Lisboa:
S.n.
Tese de Mestrado apresentada
na
Faculdade de Psicologia
BOTERF Guy Le (1994) - Modelos
de
Aprendizagem
em
Alternncia
na
Comunidade,
Cinco Desafios a Enfrentar. Formar: Revista dos Formadores , n.10, p.40-46.
BRUNET_GUEDJ E. et.al (1995) - Mdecine du Sport-5.
a
ed Paris :Masson.
BENNER
Patrcia (2001) -
De
Iniciado a Perito
-
Excelncia
e
Poder
na
Prtica
Clnica de
Enfermagem. Coimbra: Quarteto
CANRIO Rui (1997) - Formao e mudana no campo de sade. In- Formao e
situaes de trabalho; Porto:Porto Editora, p.117-146.
CONSELHO
DE
ENFERMAGEM
(2003) - Do caminho percorrido e das propostas anlise
do primeiro mandato-1999/2003).
Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.
HONOR Bernard (1980) -
Para una teoria
de
la formacion.
Madrid: Narcea S.A.Edicions
ICN (2002) - Classificao internacional para a prtica de enfermagem verso Beta
Lisboa: Associao Portuguesa de Enfermeiros
MAGALHES
M.
Manuela Almendra (2000) -
A Invisibilidade
da
Prtica
de
Enfermagem
e a
Face
Qualificante do Hospital, VoU. Porto:s.n. Tese de Mestrado apresentada no
Instituto de Cincias Biomdicas de Abel
Salazar.
MINISTRIO DA SADE (2004)
-Plano Nacional
de
Sade, Mais Sade
Para Todos
PINHEIRO,
JOO
Pscoa (1998) -
Medicina
de
Reabilitao
em
traumatologia
do
desporto. Lisboa: Caminho.
SAAL; Jeffrey A (1992) - Reabilitao do Atleta. In: Joel A. Delisa - Medicina de
Reabilitao, Princpios e Prtica. S.Paulo: ed.ManoleLtda, p.947 a 968.
SANTOS; Joo Gabriel Bargo (2003) -
Desporto
e
Medicina do Exerccio.
Lisboa:
Caminho
WALDOW Vera Regina.
ELal1
(1995) - Maneiras de cuidar, maneiras de ensinar, a
enfermagem entre a escola e a prtica profissional. Porto Alegre: Artes Mdicas, p.
7-
3l
WATSON Jean
2002)
-- Enfermagem
Cincia Humana
e
Cuidar
Uma
Teoria
de
Enfermagem. Loures: Lusocincia.
164