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St.art's online art fanzine. https://www.facebook.com/startfaro
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biana costaeime
manoel jackmilita doré
pedro oliveirarilo drago
úrsula mestrevalter ego
Art.sy #09
Saiu há um ano atrás a art.sy #1, assim em jeito de comemoração foram convidados alguns artistas para apresentarem trabalho para esta edição #9. Tem sido um projecto aliciante e uma experiencia fantástica manter esta fazine online de arte, fica o meu agradecimento a todos os que participaram nestas 9 edições, espero que continuem a ajudar a art.sy, sem o vosso trabalho ela não existe e que se juntem a nós mais artistas.
Obrigado!
Dezembro 2013
pablo picasso
“The purpose of art is washing the dust of daily life off our souls”
biana costa | sem título
6/7
pedro oliveira | turkey’s landscape 1
8/9
pedro oliveira | turkey’s landscape 2
10/11
eime | lost queen
12/13
eime | calvário
eime | calvário 14/15
eime | mentalidade
16/17
eime | new king
18/19
eime | transparência
20/21
eime | homeless
22/23
manoel jack | sem título
24/25
26/27
28/29
30/31
32/33
34/35
úrsula mestre | a doce sombra do inefável
36/37
valter ego | a bala
A bala sentiu o passar das horas, dentro da carabina, com a natural
indiferença de um objecto metálico. A espera e o lento desenrolar de uma
manhã que pareceria, a alguém que não fosse de metal, nunca mais ter fim, o
constante espreitar por detrás do postigo da janela de um sexto andar de uma
enorme avenida em Dallas, o simples facto de estar ali, parada, sem cortar o ar,
sem estar junto com as suas semelhantes, ali, no frio vazio da carabina, o corpo
de metal frio abraçado pelo frio toque do metal da arma, nada a fazia tremer,
suar, hesitar. Nada. A sua rota estava traçada, nada havia a rever. Rota, não:
destino. O sol do meio-dia caía a pique sobre a janela virada para sul mas nem
assim a bala desviava o seu olhar, mesmo que o sol lhe queimasse os olhos.
Ela sabia para onde se dirigir, até de olhos fechados. E nada de suor. Nada de
remorso. Meio-dia e vinte e nove. O cortejo atravessa, lentamente, a avenida.
O carro presidencial a todos acena com a sua capa de tinta preta imaculada,
enquanto o azul, branco e vermelho das bandeiras ondula apenas ao sabor da
velocidade do veículo , uma vez que Dallas hoje não está na rota do vento – não
é de rotas que se trata, é de destino. Um vulto levanta-se e agradece o amor do
povo, enquanto sorri. De repente, a frialdade que envolvia a bala transforma-
se num inferno quente que a leva pelo comprido cano da carabina de origem
italiana, pela janela fora, do sexto andar na direcção da avenida, sobrevoando a
cabeça do povo, sobrevoando o asfalto da estrada, sobrevoando o sonho. Meio-
dia e meia. Depois de ter cortado o ar empolgante e patriótico que enchia os
pulmões da cidade, a bala sentiu um forte impacto. Segundos depois, recobrou
a consciência e notou que estava despedaçada sobre o cabedal outrora branco
do banco de trás do veículo presidencial. Despedaçada e envolta em sangue.
O cabedal também se encontrava cheia de sangue. E tecido cerebral. A última
coisa que viu, antes de seguir o seu destino (a morte) foi o olhar embebido de
um sorriso terno do homem que tinha acabado de atravessar. O que já não
ouviu foram os gritos desesperados da primeira-dama, ritmados pela euforia de
milhares de gargantas que gritavam pelo nome do seu marido, ignorantes de
que John já não se encontrava entre eles.
38/39
40/41
milita doré | sem título
42/43
44/45
46/47
48/49
50/51
52/53
rilo drago | why do i hate fags
54/55
Biana CostaPágs. 6 e 7
Pedro OliveiraPágs. 8 à 11
EIMEPágs. 12 à 23
Rilo DragoPágs. 44 à 55
Manoel JackPágs. 24 e 25
Úrsula MestrePágs. 26 à 37
Milita DoréPágs. 40 à 43
Valter EgoPág. 39
Art.sy_Online Art Fanzine
Edição #09
EditorJorge Mestre Simão
PaginaçãoJorge Mestre Simão
Sitecargocollective.com/st-art
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