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AS LÓGICAS DO RACISMO EM PORTUGAL E NO BRASIL
I – DESCOBRIMENTOS E IDENTIDADE NACIONAL
I I – HISTÓRIA, ESCRAVATURA E RACISMO
III – LUTAS ANTI-RACISTAS NA EDUCAÇÃO
DINAMIZAÇÃO :
MARTA ARAÚJO, SILVIA MAESO E LUCIANE DIAS
VISEU, 20 MAIO 2016
Portugal dos
PequenitosParque lúdico-pedagógico
Coimbra
“Embarque na aventura que mudou o mundo. Viva
e senta a quatro dimensões os eventos mais
marcantes da odisseia dos Descobrimentos”
“Retrato vivo da portugalidade e da
presença portuguesa no mundo, o
Portugal dos Pequenitos é ainda hoje um
referencial histórico e pedagógico de
muitas gerações. (…) um espaço de
aproximação de culturas e de cruzamento
entre povos…”
World of DiscoveriesMuseu Interativo & Parque Temático
Porto
O colonialismo: “aprender a viver juntos”?
uma “aventura”?
A “IDADE DOS DESCOBRIMENTOS” E IDENTIDADE NACIONAL
“Parece-me inacreditável que no dia em que se celebram os 40 anos do
25 de abril, se inaugure uma nova edição da Exposição Colonial
Portuguesa, que apela ao orgulho patriótico pelo projeto colonialista
português, contra o qual o 25 de abril também se ergueu. Continuam a
repetir-se as iniciativas que enaltecem a grandeza do nosso passado
colonial e a glória dos "descobrimentos", fazendo uma lavagem da
História e um branqueamento da memória coletiva em que não há um
pingo de autocrítica nem de reconhecimento do que representou a nossa
"épica empreitada" para os povos que foram subjugados, torturados,
privados da sua liberdade, cultura e espiritualidade (…). Espero que o
museu inclua também uma reprodução interativa de um navio negreiro e
de um auto de fé.”
Comentário de um leitor, publicado online, ao artigo de Sara Gerivaz:
“A partir de hoje já é possível embarcar numa viagem até aos Descobrimentos”
Jornal Público : 25 Abril 2014
A MARGINALIZAÇÃO DA CRÍTICA À HISTÓRIA DOMINANTE DOS “DESCOBRIMENTOS”
“Neste domínio [a interculturalidade], como em tantos outros, a
grandeza do Portugal do século XXI reside na sua fidelidade aos
desígnios maiores do passado, reinterpretados, naturalmente, à
luz dos desafios emergentes no novo tempo.
A memória dos portugueses é inequivocamente intercultural. O
futuro dos portugueses dificilmente poderá deixar de o ser”.
Roberto Carneiro
Coordenador do Observatório da Imigração (2002-2014)
ACIDI/ACM
Nota introdutória ao livro :
João Paulo Costa e Teresa Lacerda (2007) A Interculturalidade na Expansão Portuguesa (Séculos XV e XVIII),
Lisboa: ACIDI, p. 9.
(Colecção Portugal Intercultural)
ESTADO, ACADEMIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NA ATUALIDADE: A INFLUÊNCI A DA IDEIA DOS “DESCOBRIMENTOS” COMO UMA HISTÓRIA DE
“INTERCULTURALIDADE”
“Visita Guiada” – RTP 2Quatro igrejas do centro histórico de Faro | 29 Set, 2014 | Episódio 3
http://www.rtp.pt/play/p1623/e167200/visita-guiada
10:00’-12:39’
30:24’
“O envolvimento de Portugal e dos portugueses na
escravatura é uma das páginas mas trágicas da nossa
história. Mas a história que vamos hoje contar aqui é
de alguma forma benigna. Nos séculos XVI, XVII, XVIII,
” o Algarve, Faro em particular, foi palco de um
processo de integração dos escravos africanos único
no país e no resto da Europa”
A jornalista Paula Moura Pinheiro em diálogo com Francisco Lameira,
historiador da arte (Universidade do Algarve)
Sé de Faro
A HISTÓRIA DOS “DESCOBRIMENTOS” É UMA HISTÓRIA DE “LUZES E SOMBR AS”?
O “LADO BOM” DA HISTÓRIA E OS EXCEPCIONALISMOS NACIONAIS : A ESCRAVATURA
7º ano 8º ano 9º ano
O ENSINO DA HISTÓRIA DE ÁFRICA EM PORTUGAL
LXED, 2008: 39
A ‘circulação de novos produtos entre a Europa e
outros continentes’: os ‘escravos’ foram
'importados’ e 're-exportados’, foram parte da
‘circulação de produtos e pessoas’, ‘partiram ( ... )
rumo à Europa ou a América’.
‘Quando o Português tentou usar os índios para otrabalho escravo, perceberam que estes nãopoderiam adaptar-se, tendo-se tornado necessáriorecorrer a escravos africanos’.
(Maia & Brandão,
8º ano, 2008: 62)
A NATURALIZAÇÃO DA ESCRAVATURA E A OBJECTIFICAÇÃO DA FIGURA DO ‘ESCRAVO’
escravos negros
africanos escravos
os escravos eram negros negros africanos
escravos africanos
negros
A IN/VISIBILIDADE DO RACIAL
Portugal: P. António Vieira,
missionário jesuíta (séc. XVII)
Brasil: Zumbi, líder do
Quilombo dos Palmares (séc. XVII)
O APAGAMENTO DAS LUTAS DAS POPULAÇÕES ESCRAVIZADAS
Marcha Zumbi +10 ( 1995-2005) Marcha das mulheres negras (2015)
MOVIMENTOS SOCIAIS, LUTAS ANTI-RACISTASE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
• Combater: Visão homogeneizadora e linear, neutralidade, currículo monocultural e eurocêntrico: cultura branca, masculina e cristã
• Estereótipos: Banalidade para resolver o problema das crianças negras naescola;
• Atender demandas da NOSSA História política, econômica e social: a história africana está no contexto brasileiro; cultura de raízes multiétnicas; identidade de pessoa, povo e nação;
• Não tem como construir a identidade nacional negando o outro. O gerenciamento político da identidade faz a nação, quando pressupõe no seu conteúdo o povo.
REIVINDICAÇÕES
• Lei 10.639/03 e Lei 11.645/08;
• Não é um trabalho solitário e sim coletivo;
• Atribuir a responsabilidades à família e à comunidade;
• Material didático - o livro didático: contentor de visões estereotipadas e discriminatórias;
• Formação docente inicial e continuada;
• Mudança no Projeto Político Pedagógico, planejamentos e rotinas escolares.
LEGISLAÇÃO E DESAFIOS