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AS RELAÇÕES LOCAIS ESTABELECIDAS PELAS EMPRESAS DO SETOR METAL MECÂNICO DA REGIÃO DO ABC PAULISTA JÚLIO CÉSAR MACHADO (USCS) [email protected] Marco Antonio Pinheiro da Silveira (USCS) [email protected] THAIS SANGIACOMO (USCS) [email protected] ODAIR GOMES SALLES (USCS) [email protected] antonio lobosco (UNINOVE) [email protected] O setor metal mecânico é caracterizado por indústrias que utilizam o componente metal em seu processo produtivo. Entenda como metal, toda matéria constituída por ferro, alumínio, cobre, aço, latão, bronze entre outros. A inclusão de empresaas neste setor não segue um modelo rigoroso, tendo em vista a variação de 694 produtos aproximadamente. A principal atividade realizada pelas empresas do setor está relacionada aos serviços de usinagem e soldagem. O setor constitui-se de empresas de diversos portes (pequeno, micro, médio e grande porte) que contribuem no processo produtivo através da compra e venda de insumos e serviços. Esta relação comercial, caracterizada em muitos casos pela terceirização, realiza-se por empresas da própria região e em alguns casos, por empresas não locais. Considera-se relevante identificar razões que levam as empresas a buscarem fornecedores em locais distantes, uma vez que seu fornecedor pode estar na mesma região. O fortalecimento de relações entre empresas em determinada região pode contribuir para a formação de Arranjo Produtivo Local (APL) ou Cluster. Assim, torna- se oportuna a pesquisa voltada para a identificação de fatores que levam as empresas a estabelecerem relações comerciais na própria região ou fora dela. Dessa forma, o problema de pesquisa consiste em: Quais fatores contribuem para o fortalecimento de relações comerciais de empresas do setor metal mecânico da região do Grande ABC Paulista com empresas da própria região? A presente pesquisa tem como objetivo verificar o Grau de Relacionamento local entre as empresas integrantes do Setor Metal Mecânico da região do Grande ABC, identificar fatores que contribuem para o fortalecimento de relações comerciais de empresas na produção de bens e serviços intermediários e complementares com empresas da própria região e identificar a correlação entre o Grau de Ralação Local na compra e XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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AS RELAÇÕES LOCAIS

ESTABELECIDAS PELAS EMPRESAS

DO SETOR METAL MECÂNICO DA

REGIÃO DO ABC PAULISTA

JÚLIO CÉSAR MACHADO (USCS)

[email protected]

Marco Antonio Pinheiro da Silveira (USCS)

[email protected]

THAIS SANGIACOMO (USCS)

[email protected]

ODAIR GOMES SALLES (USCS)

[email protected]

antonio lobosco (UNINOVE)

[email protected]

O setor metal mecânico é caracterizado por indústrias que utilizam o

componente metal em seu processo produtivo. Entenda como metal,

toda matéria constituída por ferro, alumínio, cobre, aço, latão, bronze

entre outros. A inclusão de empresaas neste setor não segue um

modelo rigoroso, tendo em vista a variação de 694 produtos

aproximadamente. A principal atividade realizada pelas empresas do

setor está relacionada aos serviços de usinagem e soldagem. O setor

constitui-se de empresas de diversos portes (pequeno, micro, médio e

grande porte) que contribuem no processo produtivo através da

compra e venda de insumos e serviços. Esta relação comercial,

caracterizada em muitos casos pela terceirização, realiza-se por

empresas da própria região e em alguns casos, por empresas não

locais. Considera-se relevante identificar razões que levam as

empresas a buscarem fornecedores em locais distantes, uma vez que

seu fornecedor pode estar na mesma região. O fortalecimento de

relações entre empresas em determinada região pode contribuir para a

formação de Arranjo Produtivo Local (APL) ou Cluster. Assim, torna-

se oportuna a pesquisa voltada para a identificação de fatores que

levam as empresas a estabelecerem relações comerciais na própria

região ou fora dela. Dessa forma, o problema de pesquisa consiste em:

Quais fatores contribuem para o fortalecimento de relações comerciais

de empresas do setor metal mecânico da região do Grande ABC

Paulista com empresas da própria região? A presente pesquisa tem

como objetivo verificar o Grau de Relacionamento local entre as

empresas integrantes do Setor Metal Mecânico da região do Grande

ABC, identificar fatores que contribuem para o fortalecimento de

relações comerciais de empresas na produção de bens e serviços

intermediários e complementares com empresas da própria região e

identificar a correlação entre o Grau de Ralação Local na compra e

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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venda de insumos (produtos e serviços), com um conjunto de fatores

determinantes como: Capacidade Tecnológica, Porte da empresa e

Mercado Interno/ Externo.

Palavras-chaves: Relações Locais, Relações Comerciais,

Terceirização, Arranjo Produtivo Local

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1. Introdução

A presente pesquisa tem como propósito identificar fatores que contribuem para o

fortalecimento de relações locais de empresas que produzem bens e serviços intermediários e

complementares no setor metal mecânico da região do Grande ABC Paulista. O ABC Paulista

é uma região tradicionalmente industrial da Região Metropolitana de São Paulo, porém com

identidade própria. Fazem parte da região os municípios de Santo André, São Bernardo do

Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Diadema. Os sete

municípios somados perfazem uma área de 825 km² e reúnem uma população de mais de 2,5

milhões de habitantes. O ABC é marcado historicamente por ser o primeiro centro da

indústria automobilística brasileira. A região é sede de diversas montadoras, como Mercedes-

Benz, Ford, Volkswagen e General Motors, dentre outras.

O setor Metal Mecânico é constituído por empresas de diversos portes (pequeno, micro,

médio e grande porte), caracterizadas por apresentarem em seu processo produtivo algumas

matérias primas em comum como ferro, alumínio, cobre, aço, latão, bronze entre outros. O

processo produtivo pode ser realizado pela própria empresa ou terceirizado, dependendo do

tipo de matéria prima, maquinário e tecnologia necessária para tal. Sendo assim, algumas

empresas são constituídas em regiões em que predominam este tipo de produção, tornando-se

muitas vezes, fornecedoras de bens e serviços intermediários ou complementares do próprio e

setor denominado Metal Mecânico.

Neste trabalho procurou-se analisar formas de cooperação existentes nas relações comerciais

entre as empresas do setor metal mecânico da região do ABC e empresas locais, ou seja, da

própria região do ABC. A pesquisa está relacionada ao tema Aglomerados Empresariais ou

Cluster, e buscou-se verificar em que medida as empresas do setor metal mecânico da região

do ABC atuam como aglomerados e cooperam, tais como Capacidade Tecnológica,

Capacidade de Inovação, Porte da empresa e Mercado Interno/ Externo.

Existem no mundo, diversos clusters industriais ligados a setores como o Automobilístico,

Turismo, Tecnologias da Informação, dentre outros. Contudo, deve-se verificar o tipo do

aglomerado e a característica de seu país, ou seja, nos países desenvolvidos, a literatura define

aglomerados de forma simples e operacional, como sendo uma concentração setorial e

espacial de empresas com ênfase numa visão de empresas como entidades conectadas nos

fatores locais para a competição nos mercados globais (Schmitz & Nadvi, 1999). A presença

concentrada de empresas em uma mesma região pode prover a um conjunto de produtores,

vantagens competitivas que não seriam verificadas se eles estivessem atuando isoladamente.

Assim, os produtores que mantêm relações locais tendem a apresentar um desempenho

competitivo superior, já que usufruem das vantagens oferecidas pela atuação em cluster.

2- Aglomerados Empresariais

Com base em estudos realizados em empresas do Sul da Espanha, Romero & Santos (2007)

identificaram que o estabelecimento de ligações locais entre empresas está relacionado

diretamente ao seu tamanho, identificado pelo (porte) e capacidade tecnológica. Romero &

Santos (2007) definiram uma tipologia de empreendimento baseada no tamanho da empresa e

suas ligações locais:

- Pequenas e Médias empresas (PME´s), que fornecem e consomem produtos locais;

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- PME´s com alto grau tecnológico que consomem produtos locais e exportam seus produtos

finais;

- Grandes empresas que compram insumos localmente e vendem localmente seus produtos; e

- A grande empresa com alto grau tecnológico que destinam seus produtos à exportação.

Observa-se que há um fator relevante quando as potencialidades das empresas são analisadas,

sendo a capacidade de inovação uma questão a ser considerada.

Figura 1: Tipologia de Romero e Santos

Na tipologia apresentada por Romero e Santos (2007) identifica-se que as PME´s possuem

ligações mais fortes com fornecedores e clientes locais quando comparado as grandes

empresas. O vínculo produtivo entre setores e empresas dentro de um determinado território

tem sido considerado como fonte de externalidades estatísticas e dinâmicas que proporcionam

o crescimento econômico. Esta análise tem por finalidade apresentar possíveis melhorias para

o setor, verificando as relações locais que são realizadas por uso dessa tipologia aplicada na

pesquisa:

A tipologia utilizada para caracterizar padrões de comportamento dentro do sistema produtivo

da empresa regional baseia-se em:

a) Localização dos fornecedores e;

b) Localização das vendas nos mercados.

Segundo trabalho de Romero e Santos (2007), representam-se graficamente os fornecedores

nas abscissas e vendas nas ordenadas, que classifica as empresas em sete categorias, conforme

sua importância estratégica e sua contribuição onde depende de fatores diretamente

relacionados com o tipo de setores que operam.

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As relações de cooperação entre empresas do mesmo ramo de atividade, de acordo com

Lastres e Cassiolato (2003), resultam na melhoria dos índices de qualidade e produtividade,

redução de custos e no tempo de fabricação. Para Amato (2002), a cooperação entre pequenas

e médias empresas pode ser uma solução estratégica para o alcance de mercados globais,

sendo necessária a especialização e capacitação dos agentes e gestores dessas empresas.

6

2.1. Arranjo Produtivo Local

Arranjos Produtivos Locais (APL) podem também serem identificados como

aglomerados/clusters. Para formação de um cluster necessita-se: (a) proximidade física, (b)

forte relação com os agentes locais, (c) característica de dinâmica comum, embora esta

dinâmica possa ser estabelecida por diversas razões, por exemplo, atividades semelhantes e/ou

utilização das mesmas matérias-primas. Independente da dinâmica utilizada a característica

mais relevante consiste na concentração local (BEDÊ, 2002).

No Brasil, os Arranjos Produtivos Locais (APL´s) passaram a ser também reconhecidos como

uma oportunidade relevante para o aprimoramento competitivo de determinados segmentos

industriais e fortalecimento das economias locais, com possibilidade de contribuição para o

avanço no processo de desenvolvimento sustentável com uma participação e inserção mais

qualificada no mercado internacional globalizado (CABRAL, 2008).

2.2. Redes de Empresas

De acordo Brito (2002), redes de empresas correspondem a arranjos interorganizacionais

baseados em vínculos sistemáticos, cooperativos, formado por empresas formalmente

independentes que, originam uma forma particular de coordenação das atividades

econômicas.

Para Amato (2000), entre as necessidades da cooperação em redes de empresas destacam-se:

Combinação de competências e conhecimento tecnológico, Divisão do ônus em pesquisas,

Partilha de riscos e custos, Oferta de uma linha de produtos de qualidade superior e mais

diversificada, Execução de maior pressão sobre o mercado e Compartilhamento de recursos.

2.3. Cluster

Uma das definições de Cluster caracteriza-o como um agrupamento geograficamente

concentrado de empresas inter-relacionadas e instituições correlatas numa determinada área,

vinculadas por elementos comuns e complementares (PORTER, 1999). O desenvolvimento da

Teoria dos Clusters permite entender de forma concreta e empírica a capacidade de mapear as

micro-relações entre suas várias pontas, verificar seu estágio de desenvolvimento, identificar

seus pontos de estrangulamento e lançar medidas de incentivo (KIRSCHBAUM, 2004). Após

avanço nas pesquisas, Porter (2004), sugere analisar os clusters sob ponto de vista de

complexos industriais. A estrutura desses complexos industriais constituída por redes de

empresas que permitem a ampliação da divisão do trabalho entre as empresas, possibilitando a

subcontratação e a pesquisa de mercado e a inovação.

Ainda sobre a teoria dos clusters, Kirschbaum (2004) define:

a) Forma-se por necessidades de uma grande empresa ou concentração de empresas

semelhantes.

b) Setores que utilizam serviços ou produtos comuns oferecem serviços e produtos

complementares.

c) Instituições que oferecem qualificações especializadas, tecnologias, informação,

capital ou infra-estrutura e órgãos coletivos envolvendo participantes clusters; e

d) Agências governamentais e outros órgãos reguladores que exerçam influência.

Um cluster pode atrair empresas para sua localização, pois apresenta retornos acima da média

da indústria, provêm ganhos na concentração de mão–de-obra especializada e aumenta o nível

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global de produtividade e também resulta no aumento na qualidade de vida e salários,

aumento de patentes tecnológicas registradas e aumento de número de empresas, além de

outras inúmeras vantagens (KIRSCHBAUM, 2004).

2.4. Identificação de Clusters no Brasil – SEBRAE-SP.

O SEBRAE-SP, busca identificar regiões com potencial para a formação de Clusters,

predominantemente na área industrial, utilizando-se de um indicador de especialização

econômica denominado de QL (Quociente de Localização). O QL indica o grau de

participação relativa superior à verificada na média no país. O cálculo do QL assume a

seguinte fórmula:

Brasil no totaismentos)estabeleci de números (emX"" Atividade da Relativa ãoParticipaç

município no totaismentos)estabelecide número (emX"" Atividadeda relativa ãoParticipaçQL

Dessa forma, através dos dados do relatório do SEBRAE, se um QL for >1, significa que a

participação relativa da atividade “X” no município analisado é mais elevada do que a

participação relativa desta mesma atividade na média do país. Quanto maior o QL, maior será

o grau de especialização da atividade em relação à média do Brasil. Um QL <1 significa que o

grau de especialização da atividade naquela região é baixo. Além da análise do QL, torna

necessário um critério de corte, relacionado ao número mínimo de estabelecimentos para a

atividade considerada.

A pesquisa realizada pelo SEBRAE para planejamento estratégico como apoio à micro e

pequenas empresas do estado de São Paulo, em agosto de 2002 identificou, dentre outros

fatores, o QL das atividades industriais do Brasil, inclusive dos setores que realizam produção

de produtos de metal, conforme apresentado na Tabela 1.

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Tabela 1: Municípios ordenados por grau de Especialização na Atividade.

Fonte: Elaborado pela Asses. Pesquisa e Planejamento Estratégico/Sebrae-SP a partir do Cadastro de

Estabelecimentos e Empregadores / mar-2002 - MTE.

Na Tabela 1, constata-se que existem no Brasil, com base no código CNAE (Código Nacional

de Atividade Econômica), 8977 indústrias que fabricam produtos de metal caracterizado neste

Código. Deste total, 352 empresas estão localizadas na região do Grande ABC, estabelecendo

um QL aproximado na região de 3,92, o que caracteriza uma especialização da região em

relação à média do país.

Depois de utilizados todos os filtros analisam-se como as microrregiões estão classificadas,

segundo os índices, relativamente à importância para o setor (usando o quociente locacional) e à

importância para o local (participação relativa no total do emprego) chegando a uma tipologia que

define quatro tipos de arranjos de acordo com inter-relação entre os parâmetros. O Quadro 1

apresenta essa classificação:

Tipologia dos APL’s Importância para o setor

Reduzida Elevada

Importância

Local

Elevada Vetor de

desenvolvimento local Núcleos de

desenvolvimento setorial-regional

Reduzida Embrião de arranjo

produtivo Vetores avançados

Fonte: Suzigan (2006)

Quadro 1 – Proposta de tipologia segundo a importância para o setor e para o local.

2.5. Aglomerados e Política Industrial

Não se pode confundir aglomerado com política industrial. A Política industrial caracteriza-se

pela concentração de esforços do Governo para desenvolver um determinado setor industrial

ou de serviço, tendo em vista uma competição internacional, por oferecerem perspectivas de

criação de riqueza em relação a outros setores, favorecendo ao país (PORTER, 1990).

3. Capacidade Tecnológica e Inovação

De acordo Nelly e Hii (1998), a capacidade de inovação relaciona-se à propensão de uma

empresa para inovar, influenciada por três conjuntos de fatores que são: Características

Organizacionais, Características Gerenciais e Características Ambientais. Os processos de

rede e de integração de sistemas, com uso intensivo da Tecnologia da Informação para

integração das várias funções dentro da empresa, caracterizam uma forma de inovação

organizacional e Gerencial.

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço)

novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo

método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas

de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações

externas (MANUAL DE OSLO, 3ª. ed., p. 55).

A inovação pode ser compreendida a partir de duas perspectivas: a evolucionária e a do

processo interativo.

9

A primeira é proveniente de diferentes visões alternativas à teoria ortodoxa, tais como:

natureza da firma (COASE, 1937), a quebra do fluxo circular e a importância do

empreendedor (SCHUMPETER, 1982; 1985), a teoria comportamental, a economia dos

custos de transação (WILLIAMSON, 1985). Estes autores buscam esclarecer sua abordagem

apresentando o empreendedor, as rotinas, as habilidades e o aprendizado como fatores

impulsionadores da inovação. Para Schumpeter (1985), a inovação é um processo

caracterizado pela descontinuidade com o que está estabelecido, englobando cinco casos:

novas combinações que são concebidas pela introdução de um novo bem, a introdução de um

novo método de produção; a abertura de um novo mercado; a conquista de uma nova fonte de

matéria-prima; o estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a

criação de uma posição de monopólio.

A segunda (processo interativo) tem seu reconhecimento recente, pois investiga a natureza do

processo de inovação, examinando como e por que as inovações emergem, desenvolvem,

crescem e terminam. Essa perspectiva descreve a inovação como um processo complexo (e

não estático), produzido por interações entre influências estruturais e ações de indivíduos, que

ocorrem simultaneamente (EDWARDS, 2000). Alguns trabalhos tratam desta visão interativa

de inovação: sistema nacional de inovação (FREEMAN, 1987), (LUNDVALL, 1988);

sistemas locais de inovação (CASSIOLATO; LASTRES, 1999; 2004); (LASTRES et al.,

2002) e os relativos a cadeias produtivas, clusters, redes de empresas (PORTER, 1998).

4. Metodologia

Visando atender aos objetivos desta pesquisa, que consiste em verificar em que medida as

empresas do setor metal mecânico estabelecem relações comerciais com empresas locais,

foram utilizados os dados de pesquisa do tipo Survey, essencialmente quantitativa, com coleta

de dados, composta por questionário semiestruturado, proveniente do Instituto de Pesquisa da

Universidade de São Caetano do Sul (INPES), originado de estudo realizado pela Agência de

Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, em parceria com o SEBRAE Nacional e

SEBRAE/SP, Banco Interamericano de Desenvolvimento, por Intermédio do Fundo

Multilateral de Investimento (FUMIN) e Governo da Região de Marche (Itália), por meio do

Centro Meccano, com o objetivo de traçar o perfil da demanda por serviços tecnológicos das

indústrias do Setor Metal Mecânico do Grande ABC, a partir da amostra de 500 empresas, a

saber: O questionário aplicado pelo INPES foi dividido em duas partes. A primeira buscou

caracterizar a atividade da empresa, seu histórico e expectativas. A segunda parte fez um

levantamento relacionado ao processo de fabricação, estrutura de recursos humanos, de

atividades de pesquisa e desenvolvimento, características dos mercados fornecedores e

consumidores, necessidade e uso de serviços tecnológicos e tratamento de resíduos

industriais.

A fim de verificar a intensidade de relações locais estabelecidas pelas empresas respondentes,

foram criadas variáveis que se utilizaram de dados de duas questões existentes no

questionário, apresentadas a seguir (questões 54 e 57).

54) Pensando na localização de fornecedores das principais matérias primas utilizadas nessa empresa,

como o(a) sr(a) distribuiria, em pontos percentuais, cada uma das regiões que constam nesse.

CARTÃO 4 - REGIÕES %

Região do Grande ABC 31,5

Grande São Paulo (excluído Região do Grande ABC) 45,5

Interior do Estado de São Paulo (excluído Grande São Paulo) 8,4

10

Região Sudeste (excluído o Estado de São Paulo) 6,0

Região Norte 0,4

Região Nordeste 0,2

Região Centro Oeste 0,6

Região Sul 3,0

Importação 4,4

TOTAL 100%

57) Pensando nas regiões de atuação da sua empresa, para cada uma das regiões que constam nesse,

pediria para o(a) sr(a) informar o quanto elas absorveram, em pontos percentuais, do total

comercializado por essa empresa?

CARTÃO 6 - REGIÕES %

Região do Grande ABC 32,0

Grande São Paulo (excluído Região do Grande ABC) 30,8

Interior do Estado de São Paulo (excluído Grande São Paulo) 14,5

Região Sudeste (excluído o Estado de São Paulo) 8,2

Região Norte 1,8

Região Nordeste 2,7

Região Centro Oeste 1,7

Região Sul 6,3

Mercado externo (exportação direta pela empresa) 2,0

TOTAL 100%

Definiu-se a variável Grau de Relação Local de Compra (GRLC); que foi calculada da

seguinte forma: considerou-se a variável que informa o percentual de fornecedores

localizados na Região do Grande ABC, e;

Definiu-se a variável Grau de Relação Local de Venda (GRLV); para análise com outras

variáveis independentes como: Capacidade tecnológica, Porte da empresa, Capacidade de

Inovação e Mercado interno e externo.

5. Resultados da Pesquisa

De forma geral, nas empresas pesquisadas, a realização de inovação em processos supera o

número de inovações em produto. No total de empresas, 36,0% introduziram alguma inovação

em seus processos, indo de 29,5% nas microempresas, até 58,5% mas médias e grande

empresas.

O anexo V apresenta uma relação detalhada das inovações em processo realizadas pelas

empresas entrevistadas nesse estudo.

Geral Microempresa Pequena empresa Média / Grande empresa

Inovação em processo (%) 36,0 29,5 44,9 58,5

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Fonte: Elaborado pelos autores (Base INPES, 2008)

Tabela 2 – Realização de inovação em processos

Para desenvolvimento da análise dos dados foram criadas as variáveis, Grau de Relação Local

na Compra (GRLC) e Grau de Relação Local na Venda (GRLV) onde possibilitou identificar

o quanto empresas que estão situadas na região do Grande ABC, compram e vendem produtos

e serviços nesta mesma região. Com a criação das variáveis, as empresas foram classificadas

em quartis, seguindo critério de comercialização (compra e venda) de produtos e serviços na

região do Grande ABC, conforme segue:

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6. Grau de Relação local na Compra:

a) As empresas que compram insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC até

1,00% foram classificadas no 1º quartil, considerando um GRLC muito baixo, tendo

participação insignificante no comércio local da região.

b) As empresas que compram insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC de

1,01% até 15,00% foram classificados no 2º quartil, considerando um GRLC baixo.

c) As empresas que compram insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC de

15,01% até 45,00% foram classificadas no 3º quartil, considerando um GRLC médio.

d) As empresas que compram insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC acima

de 45,00% foram classificadas no 4º quartil, considerando um GRL C alto, ou seja, compram

e vendem muito na região.

À partir da criação da variável GRLC, pode-se constatar que das 500 empresas pesquisadas,

25,00% possuem um GRL muito baixo15,80% possuem um GRLC baixo, 24,80% das

empresas possuem um GRLC médio e 30,80% possuem um GRLC alto. À medida que o

GRLC é analisado com outras variáveis independentes, torna muito significativo os resultados

apresentados para análise das compras locais.

Quartis Compra Local GRLC Quant. Empresas % Empresas

1º De 0,0 a 1,00% Muito Baixo 125 25,00%

2º De 1,01 a 15,00% Baixo 79 15,80%

3º De 15,01 a 45,00% Médio 142 28,40%

4º Acima de 45,00% Alto 154 30,80%

Total 500 100%

Fonte: Elaborado pelos autores (Base INPES, 2008)

Tabela 3: Grau de Relação Local Compra

6.1. Grau de Relação local na Venda:

a) As empresas que vendem insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC até

1,5% foram classificadas no 1º quartil, considerando um GRLV muito baixo, tendo

participação insignificante no comércio local da região.

b) As empresas que vendem insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC de

1,51% até 25,00% foram classificados no 2º quartil, considerando um GRLV baixo.

c) As empresas que vendem insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC de

25,01% até 50,00% foram classificadas no 3º quartil, considerando um GRLV médio.

d) As empresas que vendem insumos (produtos e serviços) na região do Grande ABC acima

de 50,00% foram classificadas no 4º quartil, considerando um GRLV alto, ou seja, compram e

vendem muito na região.

A partir da criação da variável GRLC, pode-se constatar que das 500 empresas pesquisadas,

25,80% possuem um GRLV muito baixo, 36,60% possuem um GRLV baixo, 18,60% das

empresas possuem um GRLV médio e 19,00% possuem um GRLV alto. À medida que o

13

GRLV é analisado com outras variáveis independentes, torna muito significativo os resultados

apresentados para análise das vendas locais.

QUARTIS Venda Local GRLV Quant. Empresas % Empresas

1º De 0,0 a 1,5% Muito Baixo 129 25,80%

2º De 1,51 a 25,00% Baixo 183 36,60%

3º De 25,01 a 50,00% Médio 93 18,60%

4º Acima de 50,00% Alto 95 19,00%

Total 500 100%

Fonte: Elaborado pelos autores (Base INPES, 2008)

Tabela 4: Grau de Relação Local Venda

A realização de inovação em produtos representa 29,6% do total das empresas. As

microempresas representam o menor índice correspondente a 24,9%, seguido das pequenas

empresas com 34,3% e das médias e grandes empresas representando 47,6%.

Geral Microempresa Pequena empresa Média / Grande empresa

Inovação em produto (%) 29,6 24,9 34,3 47,6

Fonte: Elaborado pelos autores (Base INPES, 2008)

Tabela 5 – Realização de Inovação em Produtos

De forma geral, nas empresas entrevistadas, a realização de inovação em processos supera o

número de inovações em produto. No total de empresas, 36,0% introduziram alguma inovação

em seus processos, indo de 29,5% nas microempresas, até 58,5% mas médias e grande

empresas.

Geral Microempresa Pequena empresa Média / Grande empresa

Inovação em processo (%) 36,0 29,5 44,9 58,5

Fonte: Elaborado pelos autores (Base INPES, 2008)

Tabela 6 – Realização de Inovação em Processos

De forma geral, 9,7% das empresas que realizaram inovação em produto contrataram algum

auxílio externo para esse desenvolvimento, sugerindo que a prática de inovação dessas

empresas é realizada para atendimento às necessidades mais iminentes e não uma atitude pró-

ativa de pesquisa e de desenvolvimento.

Nas inovações em processo, esse fato apresenta resultados muito parecidos. Somente 9,6%

das empresas que realizaram inovação procuraram auxílio externo.

Tipo de constituição Produto Processo

% %

Não realizou inovação 70,4 64,0

14

Foi realizado integralmente com recursos humanos/expertise da empresa 19,9 26,4

A empresa fez parceria ou contratação de empresa ou instituto externo para o

desenvolvimento 9,7 5,5

Foi realizado tanto com recursos humanos internos como com parceria com

empresas/institutos (1) 4,1

Base: 500 empresas

(1) dado não presente na amostra

Fonte: INPES (2008)

Tabela 7 – Responsáveis pelo Desenvolvimento: (Resultado Geral)

6.2. Porte das empresas

Identifica-se que o porte das empresas tem um grau de significância considerável em relação

ao Grau de Relação Local (GRL). Após identificação do GRLC e GRLV, somaram-se as duas

variáveis para identificação do porte das empresas. As pequenas empresas apresentam um

GRL Alto na ordem de 44,35% e as microempresas 45,97%, enquanto as médias empresas

posicionam-se em 9,68% e as grandes empresas não apresentam nenhum índice em relação ao

GRL Alto. Analisando os resultados apresentados, identifica-se que no GRL médio ainda há

uma predominância das microempresas e empresas de pequeno porte na ordem de 33,61% e

55,74%, como se verifica no Gráfico 1:

Gráfico 1: Grau de Relação Local x Porte das Empresas

Fonte: Elaborado pelos Autores (Base INPES, 2008)

6.3. Cidade de Instalação das Empresas

Quando a variável GRL é analisada com a cidade de instalação das empresas, identifica-se

que as cidades de Diadema e São Bernardo do Campo apresentam os maiores índices de GRL

Alto que são de 32,3% e 20,2% respectivamente, enquanto as cidades de São Caetano do Sul

e Ribeirão Pires apresentam enfraquecimento nas relações locais quando se analisa o GRL. As

cidades de Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra apresentam comportamentos instáveis

quando se analisa o GRL, ou seja, tanto no GRL muito baixo quanto no GRL Alto há

percentuais muito próximos, fazendo com que um GRL muito baixo inutilize o GRL Alto.

7. Conclusão

O referencial teórico possibilita verificar que existem diferentes denominações e

classificações quanto aos aglomerados, tendo em vista que o princípio foi através das

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pesquisas realizadas por PORTER e posteriormente continuada por vários pesquisadores.

Vale ressaltar que o estudo de Aglomerados Empresariais tem interesse global e o Mundo tem

posicionamentos diferenciados, tendo em vista principalmente a diferença cultural e

econômica. A partir da tipologia de Romero & Santos (2007) e com os dados apresentados na

pesquisa, conclui-se que as diferenças existentes entre empresas de mesmo porte estão

relacionadas a fatores como capacitação tecnológica, localização dos fornecedores e clientes,

capacidade de inovação e capacidade de administração empresarial. O esquema de

caracterização dos aglomerados industriais, baseado no referencial teórico é apresentado

abaixo:

Figura 2: Esquematização de Aglomerados Empresariais

Fonte: Adaptado de Rosa (2004)

Um Arranjo Produtivo Local (APL), além dos fatores mencionados, por Romero & Santos,

necessita de fortalecimento de alianças, planejamento integrado com objetivo de

desenvolvimento do grupo associado e regional. A pesquisa conclui que no período de 1991 a

2008, obteve-se a maior quantidade de empresas constituídas, na ordem de 35,6%. Há uma

concentração de constituição de empresas na ordem de 42,7% no GRL Alto com

predominância das pequenas e microempresas. Sendo assim, conclui-se também que as

pequenas e microempresas constituídas à partir de 1991 obtêm um maior Grau de Relação

Local, favorecendo a formação de Arranjos Produtivos Locais (APL´s) ou Clusters. A partir

de 1991, o cenário brasileiro foi marcado por mudanças políticas, estabilidade econômica

entre outros, o que pode ter favorecido as pequenas e microempresas em suas constituições.

Dessa maneira, requer aprofundamento da presente pesquisa. Pode-se destacar que as cidades

classificadas num GRL Alto constituíram um maior número de micro e pequenas empresas.

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