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Volume 17, Número 1
ISSN 2447-2131 João Pessoa, 2017
Artigo
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Páginas 191 a 230 191
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
THE NURSE'S ACTIVITIES AT THE PSYCHOSOCIAL CARE CENTER
Iza Cartagena de Araújo1
Thaís Gomes Marsicano2
RESUMO: Os Centros de Atenção Psicossocial são redes de atenção em saúde mental destinados a acolher pacientes com transtornos mentais, para a reinserção destes na
sociedade e no contexto familiar. Com base nisso, vale ressaltar que o enfermeiro tem uma atuação essencial nessas instituições, promovendo a vida comunitária e autonomia desses usuários. Diante do contexto, vale destacar que esta pesquisa tem como objetivo
geral: analisar a atuação dos enfermeiros nos centros de atenção psicossocial. Para atingir tal propósito com eficácia, têm-se como objetivos específicos: Listar artigos sugestivos
acerca de estudos realizados no âmbito das atribuições do enfermeiro em centros de atenção psicossocial; Identificar as aportes desses estudos para o desenvolvimento do tema; Comparar os resultados dos documentos pesquisados. Para isso foi selecionado
quatorze artigos. Tendo como critérios de inclusão: serem artigos nacionais, publicados nos período de 2008 a 2013, estarem disponíveis nos portais da área da saúde. A análise
e discussão dos dados foram feitas após o estudo de cada artigo, seguindo os critérios de inclusão, as informações fundamentais agrupadas em tabelas e ilustradas por meios de quadros e gráficos. Mediante a interpretação dos dados, fica evidente a relevância do
enfermeiro em centros de atenção psicossocial, sua importância quanto à equipe e sua responsabilidade com relação ao tratamento de cada usuário, tendo que por essa razão
manter-se atualizado.
Unitermos: Atuação do Enfermeiro. Centro de Atenção Psicossocial. Saúde Mental.
1 Graduada em Enfermagem no Centro Universitário de João Pessoa UNIPE. E-mail:
[email protected] 2 Cursando Especialização em Urgência e Emergência pela Faculdade Brasileira de Ensino, Pesquisa e
Extensão de João Pessoa - PB. E-mail: [email protected]
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ABSTRACT: Psychosocial Care Centers are attention networks in mental health to house patients with mental disorders, to the reintegration of these in society and in the
family context. Based on this, it is noteworthy that the nurse has an essential role in these institutions, promoting community life and autonomy of these users. Given the context,
it is worth noting that this research has the general objective is to analyze performance of nurses fronts to the Psychosocial Care Centers. To achieve this purpose effectively, we have the following objectives: List suggestive articles about studies conducted within the
jurisdiction of the nurse fronts to the centers; Identify the contributions of these studies to the subject of development; Compare the results of the documents searched. For this
fourteen items have been selected. With the inclusion criteria: be national articles published in the period 2008 to 2013, are available on the portals of health. The analysis and discussion of the data were made after the study of each article, following the
inclusion criteria, key information grouped in tables and illustrated by means of tables and graphs. Through the interpretation of the data, it is evident the importance of nurses
in the Psychosocial Care Centers, its importance as the team and their responsibility for the processing of each user, and for that reason keep up to date.
Keywords: Nurse performance. Psychosocial Care Center. Mental Health.
INTRODUÇÃO
Historicamente as práticas de enfermagem eram exercidas por irmãs de caridades
e pessoas leigas que exercia a profissão, para os abastados, pobres e indigentes, tendo a
assistência à saúde um caráter de cuidado caritativo e assistencial religioso. Os tidos
como leigos, que exercia a pratica de enfermagem eram considerado de má reputação,
sendo comandados pelas irmãs de caridade, o papel dos enfermeiros eram apenas de
manter a ordem asilar através de vigilância e opressões, coerção e violênc ia
(ESPERIDIÃO; CRUZ; SILVA, 2011).
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Ao longo da construção da história da enfermagem que foi permeada com várias
criticas ao longo de sua trajetória, os enfermeiros vêm construindo ao longo dos séculos
um olhar holístico para implementa técnicas voltada a recuperação do paciente e na
construção da educação e na habilidade no campo afetivo e é nesta perspectiva que
enfermeiros critica o modelo hospitalocentrico.
Em 1978 surgiu o Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental (MTSM) pelos
direitos dos pacientes psiquiátricos e, sobretudo através de variados campos de luta, que
passa a protagonizar e a construir a partir deste período a denúncia da violência dos
manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de
assistência e a construir coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao
modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais direitos dos
pacientes psiquiátricos em nosso país (BRASIL, 2004).
Essas mudanças de modelo de atenção passam a ocorre no final da década de 1970
com um movimento que se caracteriza como reforma psiquiátrica brasileira, passando a
questionar o modelo psiquiátrico tradicional, centrada em manicômios e marcada quase
que exclusivamente pelo um profissional psiquiátrico (NASI; SCHNEIDER, 2011).
Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do
deputado Paulo Delgado, que propõe a regulamentação dos direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país.
Dando inicio a lutas no campo legislativo e normativo. Após 12 anos de tramitação no
Congresso Nacional a Lei Federal 10.216 é sancionada em 6 de abril 2001. Esta Lei foi
elaborada pelo ex deputado Paulo Gabriel Godinho Delgado, que deu origem ao nome
da lei (BRASIL, 2001).
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Ainda de acordo com o autor acima citado, diante da Reforma Psiquiátr ica
brasileira, e da Lei 10.216 se voltada a substituição os modelos manicomial e por uma
criação de uma rede de serviço que seja pautada na territorialização no qual a sustentação
seja na criação de novos espaços social, vale Ressalta que o Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) constitui a principal estratégia da Reforma Psiquiátrica brasileira,
pois almeja oferecer atendimento intensivo e diário aos portadores e familiares,
constituindo uma alternativa ao modelo centrado em hospitais psiquiátrico, tendo como
finalidade a integralidade, tendo como objetivo de substituir a assistência ofertada
nos hospitais psiquiátricos.
Diante disso surgem Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) com uma nova
filosofia, desta forma, cada CAPS diferencia-se pelo porte e pelo usuário a ser atendido
(CAPS I, II, II, AD e CAPSi). Trabalhando na perspectiva de um novo olhar voltado a
saúde mental (RONCHI, AVELLAR 2013). Sendo o CAPS infanto-juvenil voltado para
crianças e adolescentes com transtornos mentais graves, configura-se como um modelo
de atenção pautada em bases territoriais e comunitárias (OLIVEIRA et al, 2012).
Para Lacchini (2011), o papel do enfermeiro na saúde mental é como educador e
promovedor de saúde e bem estar, conforme a lista a seguir: Envolve uma significa t iva
atuação com a equipe interdisciplinar e as relações interpessoais; Promove a educação em
saúde mental com o cliente e a família; Ser responsável pela manutenção e
gerenciamento do ambiente terapêutico e dos cuidados de crianças, adolescentes, adultos
e idosos; Desenvolver ações comunitárias para a saúde mental; Participar na elaboração
de políticas de saúde mental que envolve as unidades básicas de saúde, centros de
saúde, ambulatórios gerais e de saúde mental ou de especialidades, Centros de Atenção
Psicossocial, emergências psiquiátricas, unidades psiquiátricas, entre outros ambientes de
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trabalho. Além destes itens o enfermeiro deve estabelecer com os pacientes e familiares
um vínculo que melhore a confiança do paciente e da família favorecendo o acolhimento.
Justifica-se assim o interesse e a importância em realizar esta pesquisa, visto que
a partir dessa concepção, aliada com a experiência vivenciada no estágio curricular de
saúde mental no CAPSi infanto-juvenil cirandar da cidade de João Pessoa-PB, surgiu o
interesse de conhecer e entender qual a atuação do enfermeiro nos CAPS.
O percurso metodológico foi através de uma pesquisa Bibliográfica Integrativa,
foi concretizado a partir de consultas online realizadas em artigos publicados em
periódicos disponíveis nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO),
entre os meses de julho e agosto de 2014.
Com base nessa realidade, e considerando que apesar da relevância da temática,
existe um quantitativo ainda incipiente de estudos relacionados ao tema em questão, o
estudo parte das seguintes questões norteadoras: Qual a caracterização da produção
científica acerca da atuação do enfermeiro nos CAPS, em periódicos online na área da
Saúde, no período de 2008 a 2013? Qual a contribuição da produção científica sobre a
atuação do enfermeiro nos CAPS?
Na tentativa de encontrar respostas para tais questionamentos, este estudo deve
como objetivo geral: analisar a atuação dos enfermeiros nos centros de atenção
psicossocial. Para atingir tal propósito com eficácia, teve como objetivos específicos :
Listar artigos sugestivos acerca de estudos realizados no âmbito das atribuições do
enfermeiro em centros de atenção psicossocial; Identificar as aportes desses estudos para
o desenvolvimento do tema; Comparar os resultados dos documentos pesquisados. Para
isso foi selecionado quatorze artigos.
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CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
A fim de atender aos objetivos da investigação proposta, o referente estudo foi
desenvolvido através de uma pesquisa exploratória descritiva com uma abordagem
bibliográfica integrativa, esta que para Gil (2010) é desenvolvida com base em material
já elaborado, constituído principalmente de livros e arquivos científicos. Para tanto, a
realização da mesma foi realizada a partir de consultas em sites referentes ao tema
abordado.
A pesquisa exploratória é a que acontece na fase preliminar antes do planejamento
formal do trabalho. A pesquisa descritiva é definida como sendo a que observa, registra,
analisa, classifica e interpreta os fatos, sem que o pesquisador lhes faça qualquer
interferência. Assim, o pesquisador estuda os fenômenos do mundo físico e humano, mas
não os manipula. Assim, a revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, pois
permite incluir literatura teórica e empírica bem como os estudos com diferentes
abordagens metodológicas (POMPEO, 2009).
Conforme o que afirmam Marconi e Lakatos (2009) a pesquisa bibliográfica, ou
de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais e
audiovisuais.
Tais autores afirmam ainda que a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do
que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sobre
novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. A trajetória
metodológica percorrida para análise será sustentada nas leituras exploratórias e seletivas
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das matérias que abrangem a temática pesquisada e que compôs o processo de síntese e
análise dos resultados de vários estudos.
Para efetivação do levantamento dos dados será empregado à seguinte sequência :
escolha e fichamento do material de acordo com o tema da pesquisa, o descritor, o idioma,
o texto completo e o ano de publicação.
A documentação bibliográfica é organizada em fichas de documentação, seguindo
um critério de natureza temática. Esse fichamento permite ao pesquisador formular um
ordenamento lógico e crítico das unidades de pensamento do texto lido. Garantindo
melhores resultados na aprendizagem e permitindo a maximização do aproveitamento dos
argumentos úteis para fundamentar descrições, interpretações, discussões, análises,
reflexões dos problemas investigados ou verificações e demonstrações das hipóteses
norteadoras da pesquisa (GIL, 2010).
A pesquisa foi realizada seis fases ou etapas distintas: 1ª - Identificação do tema
em questão ou estabelecimento do problema da revisão; 2ª - seleção da amostragem ou
busca na literatura; 3ª - Categorização dos estudos; 4ª - Avaliação dos estudos incluídos
na revisão ou análise dos resultados; 5ª - Interpretação dos resultados ou apresentação e
discussão dos resultados; e 6ª - Síntese conhecimento evidenciado nos artigos analisados
ou apresentados da revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
O referido estudo foi concretizado a partir de consultas online realizadas em
artigos publicados em periódicos disponíveis nas bases de dados Scientific Eletronic
Library Online (SciELO), nos meses de julho e agosto de 2014.
No que diz respeito aos critérios de inclusão e exclusão dos artigos utilizados
nessa pesquisa, estabeleceu-se o critério de inclusão no recorte de tempo das publicações
de 2008 a 2013, artigos que abordassem o papel do enfermeiro frente à violência contra
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crianças e adolescentes com transtorno psíquico, artigos em português e com texto
completo. Utilizando como descritores as palavras “Atuação do Enfermeiro”, “Saúde
Mental” e “Centro de Atenção Psicossocial – CAPS”.
O período dos últimos seis anos de publicação dos artigos foi estabelecido para o
recorte temporal deste trabalho, uma vez que os estudos na área da saúde evoluem
constantemente, necessitando de atualizações contínuas. Entende-se, desse modo que o
espaço de seis (6) anos é amplo, e ao mesmo tempo atual, podendo incluir os últimos
estudos coerentes ao tema.
No tocante aos critérios de exclusão, foram excluídos artigos que não abordassem
o tema escolhido e/ou que não atendessem aos critérios recomendados, escritos em outra
língua, textos incompletos, e publicados fora do período estabelecido.
Com relação aos aspectos éticos, salienta–se que as normas de autoria e
referenciamento das obras consultadas foram respeitadas. Contudo por esta pesquisa ser
uma revisão integrativa de uma produção já existente e disponível sobre a temática e que
não envolve diretamente seres humanos, o referente estudo não necessitou ser submetido
à apreciação do Comitê de Ética em pesquisa (CEP).
REFERENCIAL TEÓRICO
Reforma Sanitária e Psiquiátrica
O processo de Reforma Psiquiátrica surge no contexto nacional a partir da década
de 80, como proposta à ruptura do modelo clínico-psiquiátrico centrado na referência
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hospitalar, em um processo de desconstrução e reconstrução da atenção à pessoa que sofre
mentalmente (NEVES et al., 2010).
A Reforma Sanitária Brasileira (RSB) nasceu na luta contra a ditadura, que
impulsionou o surgimento dos movimentos sociais, diante disso surge a indignação pela
perspectiva de luta da população por uma reorganização na saúde. O movimento pela
reforma sanitária, assim como, de forma geral, os movimentos pela redemocratização do
país, estiveram associados a lutas por mais justiças social e equidade (COELHO, 2010).
Ressaltando que diante do Movimento da Reforma Sanitária surgiu a necessidade
da participação social pela melhoria da saúde, onde houve revolta da sociedade contra a
privatização da medicina previdenciária e a regulação da saúde pelo mercado, pondo em
discussão a prestação da assistência médica como fonte de lucro.
A Reforma Sanitária Brasileira buscava assegurar a saúde como um direito de
todos, já que somente os trabalhadores assalariados tinham acesso aos serviços e
tratamentos em saúde (NICASIO, 2011).
Durante a segunda metade do século XX, a assistência psiquiátrica passou e ainda
continua passando neste século, inclusive no Brasil. Tais mudanças culminara m na
reforma psiquiátrica, que determinou o surgimento de um novo paradigma científico e
novas práticas de assistência em saúde mental (ANTUNES; QUEIROZ, 2007).
Ainda de acordo com os autores supracitados, o processo de reforma psiquiátr ica
inicia-se, nos anos 60, como um movimento contestador da perspectiva medicalizante da
saúde mental, envolvendo propostas alternativas em relação aos manicômios. O chamado
movimento anti-psiquiátrico percorreu vários países, com o intuito de dissolver a barreira
entre assistentes e assistidos; abolir a reclusão e repressão imposta ao paciente e promover
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a liberdade com responsabilidade dos pacientes. Tais propósitos incluíam ainda, a prática
de discussão em grupo, envolvendo uma postura essencialmente interdisciplinar.
A assistência psiquiátrica, no Brasil, até a década de 70 pode-se considerar
marcada pela má qualidade de assistência aos portadores de doenças mentais,
superlotação das instituições psiquiátricas, comercialização da loucura e cronificação do
doente mental, tendo como vertente principal o modelo biomédico e hospitalocêntr ico
para essa prática (VILLELA; SCATENA, 2004).
A reforma sanitária foi marcada no final da década de 80 no Brasil, onde o maior
marco foi por movimentos sociais pela redemocratização do país e pela melhoria das
condições da saúde da população. Em 1985 foi criada a Nova República, através da
eleição indireta de um presidente não militar desde 1964. Paralelamente a este
acontecimento, o movimento sanitarista brasileiro cresceu e ganhou representatividade
através dos profissionais de saúde, usuários, políticos e lideranças populares, na luta pela
reestruturação do nosso sistema de saúde (PEREIRA et al., 2003).
O marco deste movimento ocorreu em 1986, durante a VIII Conferência
Nacional de Saúde em Brasília, cujas propostas foram defendidas na Assembléia
Nacional Constituinte criada em 1987. A Nova Constituição Brasileira, promulgada
em 1988, incorporou grande parte destas idéias e garantiu o direito à saúde para todo
cidadão, transformando-a num dever do Estado, através da criação de um sistema de
acesso universal e igualitário, com ações voltadas para sua promoção, proteção e
recuperação (PEREIRA et al., 2003).
Corroborando com Villela e Scatena (2004) os autores Perreira et al. (2008)
relatam que, a Reforma Psiquiátrica brasileira propõe a substituição do modelo
manicomial pela criação de uma rede de serviços substitutivos territorializados cuja
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abordagem seja sustentada na Atenção Psicossocial com base comunitária. Neste sentido,
proporciona às pessoas com transtorno mental novo espaço social, no qual elas podem
ser tratadas com respeito em relação às suas individualidades, próximas do seu meio
social, de modo a promover sua condição de cidadãs.
Com o fenômeno da desospitalização, surgem novos serviços, denominados de
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Hospitais-Dia. Tais serviços são caracterizados
como estruturas intermediárias entre a internação integral e a vida comunitária; são
impulsionados pelos projetos de reforma psiquiátrica, que vem sendo implementados, em
grande parte dos Estados brasileiros (ANTUNES; QUEIROS, 2007).
Seguindo os pensamentos de Soares et al. (2011), é importante destacar que estes
dispositivos são substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico, e cabe-lhes
realizar o acolhimento e a atenção às pessoas com transtornos mentais graves e
persistentes.
Papel do enfermeiro na reforma psiquiátrica
O enfermeiro, muitas vezes, vai trabalhar em serviços de assistência psiquiátr ica
e surpreende-se com a sua falta de conhecimento específico, vivendo uma situação de
emaranhamento de papéis que dificulta seu ajustamento. Apesar dos seus esforços, ele
não pode considerar-se parte integrante e efetiva da equipe que assiste as pessoas com
transtornos mentais, tendo em vista seu frágil conhecimento e o fato de ter de concentrar -
se em ações de âmbito burocrático (GERADE; CRUZ; ESTEFANELLI, 2006).
Diante da problemática ocorrem algumas, consequências em relação ao papel
desempenhado pelos enfermeiros junto à equipe interdisciplinar nos serviços
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substitutivos. Permanecendo, então, indefinido o espaço e a atuação do enfermeiro no
contexto multidisciplinar. Contudo, acredita-se que à medida que houver mais discussões
e pesquisas a respeito do trabalho da enfermagem nesse dispositivo de tratamento, essa
compreensão poderá ser ampliada, por se tratar de uma prática ainda recente (SOARES
et al., 2011).
Corroborando com os autores citados anteriormente a enfermagem assume um
papel burocrático no âmbito da saúde mental, pois a falta de conhecimento é a principa l
falha na resolução do serviço.
Centro de Atenção Psicossocial
O Centro de Atenção Psicossocial – CAPS está definido como:
Um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida (BRASIL, 2004; p. 13).
Os Centros de Atenção Psicossocial são estruturas terapêuticas intermediár ias
entre a hospitalização integral e a vida comunitária, onde tal estrutura tem a
responsabilidade de cuidar de pessoas com problemas psiquiátricos graves e/ou egressos
de internações psiquiátricas. Portanto em consonância com a Reforma Psiquiátrica, os
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), regulamentados a partir da Portaria nº336/GM
de 19 de fevereiro de 2002, são estratégias de serviços comunitários que atuam como
dispositivos de organização da atenção em saúde mental com ênfase para a Reabilitação
Psicossocial (BRASIL, 2004).
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Neste contexto, o CAPS foi, também, reconhecido na IV Conferência Nacional de
Saúde Mental Intersetorial como dispositivo de atenção substitutivo, ressaltando sua
função estratégica de articulador da rede de serviços e a necessidade de potencializar
parcerias intersetoriais. Os CAPS têm demonstrado efetividade no tratamento aliando
acompanhamento clínico e cuidados de reinserção social dos usuários por meio do acesso
ao trabalho e ao lazer, bem como ao exercício dos direitos civis e à construção e
reconstrução de laços familiares e comunitários (CORDEIRO et al., 2012). Porém,
conforme a decorrência da reforma político-oficial do governo, dos fundamentos teóricos
que conduziram a criação dos CAPS e do êxito que suas ações parecem alcançar, observa-
se intenso número de serviços implantados no país.
Em consonância com a Reforma Psiquiátrica,os Centros de Atenção
Psicossocial(CAPS), regulamentados a partir da Portarianº336/GM de 19 de fevereiro de
2002, sãoestratégias de serviços comunitários queatuam como dispositivos de
organização daatenção em saúde mental com ênfase paraa Reabilitação Psicossocial
(BRASIL, 2004). Neste contexto corroborando com Brasil (2004), onde Brasil (2010)
referi queo CAPS foi, também, reconhecido na IV Conferência Nacional de Saúde
MentalIntersetorial como dispositivo de atençãosubstitutivo, ressaltando sua função
estratégicade articulador da rede de serviços ea necessidade de potencializar parcerias
intersetoriais.
Ainda de acordo com Brasil (2010), os autores Schrank&Olschowsky (2008)
afirmam que os CAPS têm demonstrado efetividade notratamento aliando
acompanhamento clínico e cuidadosde reinserção social dos usuários por meio do acesso
aotrabalho e ao lazer, bem como ao exercício dos direitoscivis e à construção e
reconstrução de laços familiares ecomunitários.
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Um dos marcos inaugurais dos novos paradigmas emsaúde mental é o CAPS Prof.
Luiz Rocha Cerqueira, inauguradoem 1987, na cidade de São Paulo. Ele tornou-se uma
espécie de irradiador de um modelo de cuidadospara a psiquiatria brasileira, precursor de
uma propostatécnica que é, praticamente, recente, inovadora e ambiciosa (HIRDES,
2009). Ressalta-se que o CAPS constitui a principal estratégia da Reforma Psiquiátr ica
Brasileira, pois almeja oferecer práticas de cuidado em saúde mental de alcance
intersetorial, voltado para o atendimento clínico e personalizado da pessoa em situações
graves de sofrimento mental, em regime de atenção diária, com o objetivo de substituir a
assistência ofertada nos hospitais psiquiátricos.
Caracterizados como serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico tradicional, os
CAPS atualmente podem ser classificados em I, II, III, ad (álcool e drogas) e i (infantil),
conforme abrangência da população atendida e horário de funcionamento. Contemplam
como objetivo fundamental o atendimento à crise em saúde mental e devem estar
articulados à rede de serviços de saúde e a outras redes sociais de setores afins, para que
se possa fazer frente à complexidade das demandas de inclusão (BRASIL, 2004).
A saúde mental resulta da união das ações, promoções, prevenção e cura referentes
à melhora, manutenção e restauração da saúde mental de uma população. Assim, o CAPS
é um tipo de serviço de saúde comunitário que oferece atendimento diário a pacientes
portadores de transtorno mentais severo e persistente, em regime de tratamento intensivo,
semi-intensivo e não intensivo de acordo com a gravidade do quadro clinico (SANTO et
al., 2013).
O tipo de atendimento realizado pelos CAPS tem perspectiva do modelo de saúde
ampliada, abandonando a visão de saúde como ausência de doença, na qual a atenção à
saúde se voltava para um modelo biomédico, ou curativista, ou positivista.
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O serviço CAPS sai desse modelo de atenção em saúde e se operacionaliza dentro
de uma atenção em saúde, na qual o sujeito é visto de forma integral, em sua dimensão
biopsicossocial e cultural, levando em consideração os contextos nos quais está inserido
socioeconomicamente, de modo indissociável (CAMPOS, 2005). Os CAPS se
diferenciam como CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad, de acordo com os tipos
de demanda dos usuários atendidos, da capacidade de atendimento e do tamanho.
Os CAPS I oferecem atendimento a municípios com população entre 20 mil e 50
mil habitantes (19% dos municípios brasileiros, onde residem aproximadamente 17% da
população do país), tendo uma equipe mínima de 9 profissionais de nível médio e
superior. O foco são usuários adultos com transtornos mentais graves e persistentes,
transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Pode acompanhar por volta de
240 pessoas por mês, de segunda a sexta-feira, funcionando das 8 às 18 horas (BRASIL,
2004).
Os CAPS II oferecem atendimento a municípios com mais de 50.000 habitantes
(equivalente a 10% dos municípios, onde residem aproximadamente 65% da população
brasileira). O público-alvo são adultos com transtornos mentais persistentes. Opera com
uma equipe mínima de doze profissionais, com nível médio e superior, tendo um suporte
para acompanhar cerca de 360 indivíduos por mês, de segunda a sexta-feira, com horário
de funcionamento das 8 às 18 horas – pode oferecer um terceiro período, funcionando até
as 21 horas (BRASIL, 2004).
Os CAPS III são caracterizados por serem os serviços de maior porte da rede. Com
uma previsão de cobertura para municípios com população acima de 200.000 habitantes,
que representam uma baixa parcela dos municípios do país, apenas 0,63%, entretanto,
concentram cerca de 29% de toda a população do Brasil. Podem funcionar 24 horas,
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inclusive feriados e fins de semana. Os CAPS III trabalham com uma equipe mínima de
16 profissionais com instrução entre nível médio e superior, equipe noturna e de final de
semana (BRASIL, 2004).
Este tipo de CAPS oferece acolhimento noturno, se necessário, realizando
internações curtas, de algumas horas a no máximo 7 ou 10 dias. Essa permanência e
internações temporárias devem ser compreendidas como recurso terapêutico, que visa a
evitar as internações em hospitais psiquiátricos, promovendo uma atenção integral às
pessoas que buscam o serviço do CAPS (BRASIL, 2004).
Ainda de acordo com o autor logo acima, o CAPSi é um serviço infanto-juvenil,
para atendimento diário para crianças e adolescentes com transtorno mentais. Já o
CAPSad é um seriço voltado para usuários de álcool e drogas, onde o atendimento é diário
para este tipo de população com transtornos decorrentes do uso e dependência de
substância psicoativas, como álcool e outras drogas, sendo que este tipo dispositivo possui
leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento para desintoxicação.
Portanto esse é um jeito de perceber o sujeito fragmentado, em quem a forma de
cuidado é estritamente biológico, ao mecanismo de cura e agente causador da doença,
privilegiando os sinais e sintomas e o uso de medicações.
Teoria de enfermagem holística – Teoria de Orem
Conforme a teoria de Orem, o enfermeiro deve ter uma visão holística, levando
em conta a individualidade do ser humano e os relacionamentos interpessoais,
promovendo o autocuidado e responsabilizando o sujeito pela sua saúde. O profissiona l
enfermeiro não deve resolver os problemas do sujeito, mas deve trabalhar com ele,
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buscando soluções que sejam adequadas para a sua condição, utilizando-se de suas
habilidades e de seu conhecimento, oferecendo intervenção terapêutica, sabendo ouvir e
intervindo por meio de instrumentos e ações que visem uma melhor qualidade de vida
para o doente mental (LACCHINI et al, 2011)
Ainda de acordo com o autor acima citado, o enfermeiro deve ter uma visão oposta
ao modelo biomédico, visando à promoção da saúde e fortalecendo o vínculo entre
paciente e família, buscando a reinserção social da pessoa com doença mental no seu
meio familiar e na comunidade.
Ressalta-se que, o trabalho do enfermeiro em saúde mental envolve parceria com
o cliente e a família para atender as dificuldades decorrentes do transtorno mental. Isso
exige que o enfermeiro tenha conhecimento para trabalhar com as doenças mentais e saiba
contribuir junto com o doente mental e com a sua família, formando assim uma parceria
de confiança.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Após o levantamento dos dados bibliográficos, online, que se deu a partir da
seleção, fichamento e discussão do material de acordo com os critérios estabelecidos, foi
feita uma leitura exploratória do material encontrado obtendo-se uma visão global da
matéria, considerando-o de acordo com a temática, de interesse ou não para a pesquisa.
Iniciou-se a busca dos artigos utilizando os descritores ”Atuação do Enfermeiro”,
“Saúde Mental” e “Centro de Atenção Psicossocial – CAPS”. Nesse contexto, 15 artigos
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foram selecionados, uma vez que todos eles se apresentavam dentro dos critérios de
inclusão.
Tabela 1 - Quantitativo total dos artigos da pesquisa.
VARIÁVEIS N %
Artigos Encontrados 251 97
Artigos Selecionados 8 3
Fonte: Dados da pesquisa – SciELO.
De acordo com a Tabela 1, a procura na base de dados SciELO, por meio da revisão
integrativa resultou 251 periódicos, dos quais tomando-se por base os critérios de
exclusão e inclusão impostos, excluindo-se portanto 236 apenas 15 foram selecionados
para compor esta pesquisa.
Na Tabela 2, de acordo com os descritores, “Atuação do Enfermeiro”, “Saúde
Mental” e “Centro de Atenção Psicossocial – CAPS”, utilizados e disponíveis na base de
dados do SciELO, apresentam-se os números dos artigos encontrados, selecionados e
excluídos.
Tabela 2 – Quantitativo dos artigos selecionados.
VARIÁVEIS N %
Ano
2008 2 13
2009 2 13
(continuação)
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Tabela 1: (continuação)
VARIÁVEIS N %
Ano
2010 3 20
2011 5 34
2012 2 13
2013 1 7
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
Conforme evidenciado na Tabela 2, os resultados demonstram que os artigos
selecionados de acordo com o ano se distribuem em: 2008 encontrado apenas (2) artigos,
2009 (2) artigos, 2010 (4) artigos, 2011 (4) artigos, 2012 (2) artigos e 2013 apenas (1)
artigo.
Tabela 3 - Quantitativo de artigos referente ao descritor “Atuação do Enfermeiro”.
VARIÁVEIS N %
Ano
2009 1 33
2010 1 33
2011 1 33
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
Utilizando o descritor “Atuação do Enfermeiro”, foram observados apenas três
(03) artigos. Entretanto, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa,
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foram escolhidos, dentre os quais um (01) foi publicado no ano de 2009, um (01) em 2010
e um (01) em 2011.
Tabela 4 - Quantitativo de artigos referente ao descritor “Saúde Mental”.
VARIÁVEIS N %
Ano
2008 1 33
2011 1 33
2012 1 33
Fonte:Dados da pesquisa - SciELO.
Utilizando o descritor “Saúde Mental”, foram selecionados dois (03) artigos.
Entretanto, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, foram
escolhidos, dentre os quais um (01) em 2008, um (01) em 2011 e um (01) em 2012.
Tabela 5 - Quantitativo de artigos referentes ao descritor “Centro de Atenção
Psicossocial – CAPS”.
VARIÁVEIS N %
Ano 2008 1 11 2009 2 22
2010 1 11 2011 3 34
2012 1 11 2013 1 11
Fonte:Dados da pesquisa - SciELO.
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Utilizando o descritor “Centro de Atenção Psicossocial - CAPS”, foram
encontrados 09 artigos, seguindo os critérios de inclusão e exclusão da pesquisa, os nove
(09) artigos foram selecionados, dentre os quais um (01) artigo foi publicado no ano de
2008, dois (02) 2009, um (01) em 2010, três (03) em 2011, um (01) em 2012 e apenas um
(01) em 2013.
A seguir encontra-se um quadro com todos os artigos utilizados na pesquisa,
constatando ano de publicação, título, resultado e autor dos artigos nomeados para
sistematizar os dados desta pesquisa.
Quadro 1 - Distribuição dos artigos de acordo com a modalidade.
Artigos N %
Revisão 07 40
Artigo Original 08 60
Total 15 100
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
De acordo com o quadro 1, os resultados demonstram que foram contemplados
artigos na modalidade Revisão de Literatura contendo apenas 49% (07) e Artigo Origina l
51% (08).
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Quadro 2 - Distribuição dos artigos de acordo com o periódico de publicação.
Periódico n %
Revista da Escola de Enfermagem da USP 04 22 Revista Latino-Americana de Enfermagem 02 14
Escola Anna Nery 02 14
Ciência & Saúde Coletiva 04 29 Caderno Saúde Pública 01 7
Revista Saúde Pública 01 7 Saúde Social 01 7
Total 15 100
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
De acordo com o quadro 2, os resultados demonstram de acordo com os periódicos
pesquisados 22% (n=4/15) correspondem a Revista da Escola de Enfermagem da USP,
14% (n=2/15) da Revista Latino-Americana de Enfermagem, 14% (n=2/15) da Escola
Anna Nery, 29% (n=4/15) Ciência & Saúde Coletiva, 7% (n=1/15) Caderno de Saúde
Pública, 7% (n=1/15) Revista de Saúde Pública e 7% (n=1/15) Saúde Social.
Quadro 3 - Distribuição dos artigos utilizados na pesquisa
ANO TÍTULO RESULTADOS AUTORES
2008
As Representações Sociais
dos Profissionais de Saúde
Mental acerca do Modelo de
Atenção e as Possibilidades de
Inclusão Social
Foi observado que os discursos revelaram
concepções representativas do modelo
psiquiátrico tradicional. Tais representações
podem vir a ser superadas a partir de uma maior
clareza do projeto institucional do CAPS e de
discussões dentro das equipes interdisciplinares.
LEÃO e
BARROS
Representações de usuários,
familiares e profissionais
acerca de um Centro de
Atenção Psicossocial
Os profissionais sentem-se pressionados a dar
conta da demanda em uma realidade pública
caótica que não fornece condições de trabalho,
gerandolimitações ao trabalho.
MELLO e
FUREGATO
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ANO
TÍTULO
RESULTADO
AUTORES
2009
Avaliação da rede de
centros de atenção
psicossocial: entre a
saúde coletiva e a saúde
mental
Foram identificados pontos fortes e
fragilidades no que concerne à atenção à crise,
articulação com a rede básica, formulação de
projetos terapêuticos, gestão e organização em
equipes de referência, formação educacional e
sofrimento psíquico.
CAMPOS et al.
O cuidado em saúde
mental no CAPS no
entendimento dos
profissionais
Os resultados mostram que o cuidado para
estes profissionais abrange aspectos que vão
além do biológico, incluindo também a família
e a sociedade. Percebemos que a equipe do
serviço está ampliando seu olhar sobre a saúde
mental, quando compreende a reabilitação
psicossocial como o centro do cuidado.
MIELKE et al.
Concepções produzidas
pelos agentes de
enfermagem sobre o
trabalho em
Saúde mental com
sujeitos psicóticos em um
centro de atenção
Psicossocial
Os resultados mostram diversidade no modo
de conceber as finalidades e as características
do objeto, ligadas aos saberes que embasam a
formação de cada concepção. Observou-se
que, a primeira, se inspira na Atenção, na
Reabilitação Psicossocial e na Psicanálise; a
segunda, ressignifica princípios de vertentes da
Reabilitação e resgata aspectos do tratamento
moral; a terceira traduz a idéia de núcleo e
campo profissional.
KIRSCHBAUM
2010
O perfil e a ação
profissional da(o)
enfermeira(o) no Centro
de Atenção Psicossocial
O sexo feminino prevalece; a maioria é
formada há mais de 10 anos; a inserção na área
de saúde mental se dá tardiamente, e está
associada à falta de opção de trabalho e
proximidade do serviço com a residência do
profissional. Uma parcela demonstra
dificuldade para definir sua função num
serviço extra-hospitalar. Outra parcela acredita
que a ação no CAPS é flexível e identifica um
saber que pode ser compartilhado com a equipe
multiprofissional.
DIAS e SILVA
(continuação)
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Artigo
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
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Quadro 3: (continuação)
ANO
TÍTULO
RESULTADO
AUTORES
2010
Efetividade dos Centros de
Atenção Psicossocial no
cuidado a portadores de
sofrimento psíquico em cidade
de porte médio do Sul do Brasil:
uma análise estratificada
Três variáveis de exposição terapêutica e duas
da situação de saúde foram comparadas e
estratificadas pela modalidade de atendimento
e pelo tempo de freqüência ao serviço.
TOMASI; et al
2011
Usuários de um Centro de
Atenção Psicossocial e sua
vivência com a doença mental
Os resultados mostraram que portadores de
transtornos mentais e familiares reconhecem o
quanto a doença mudou suas vidas, mas as
opiniões divergem quanto ao grau de
dificuldade na realização das atividades
diárias. Apesar dos anos de tratamento desta
atenção individualizada extra hospitalar, os
usuários conhecem pouco sobre sua doença.
NAGAOKA;
FUREGATO;
SANTOS
A inserção e as práticas do
enfermeiro no contexto dos
Centros de Atenção
Psicossocial em Álcool e
Drogas (CAPS AD) da cidade
de São Paulo, Brasil
Evidenciaram-se dificuldades do enfermeiro
para se inserir no campo de atenção
preconizado nesses serviços, sendo suas
práticas mais atreladas ao modelo tradicional
de atenção à saúde mental. Apontam-se como
causas desse fenômeno a carência de preparo
do enfermeiro para atuação na área e o pouco
conhecimento sobre conteúdos específicos
que favoreçam sua inserção no campo das
práticas.
VARGAS;
OLIVEIRA;
DUARTE
(In)satisfação com o trabalho
em saúde mental: um estudo em
Centros de Atenção
Psicossocial
Os resultados revelaram os determinantes de
(in)satisfação presentes no cotidiano desses
trabalhadores. As relações estabelecidas com
os usuários foram referidas como principal
causa de satisfação, enquanto as condições de
trabalho e o salário se constituem nos
principais motivos de insatisfação. Além
desses aspectos, emergiram consequências da
(in)satisfação no trabalho no campo
particular, social e organizacional da vida dos
trabalhadores dos Caps, particularmente na
saúde física e mental.
GUIMARÃES;
JORGE; ASSIS
(continuação)
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Artigo
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
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Quadro 3: (continuação)
ANO
TÍTULO
RESULTADO
AUTORES
2011
O papel da equipe de
enfermagem no centro de
atenção Psicossocial
Os profissionais de enfermagem reconhecem que
o CAPS representa avanço na qualidade da
assistência em saúde mental ao considerar o
tratamento humanizado e as possibilidades de
ressocialização em contraposição ao modelo
hospitalocêntrico. Entretanto, é preciso considerar
que há uma confusão em relação ao seu papel
enquanto membro da equipe multiprofissional
desse serviço.
SOARES; et al
O Centro de Atenção
Psicossocial no cotidiano dos
seus usuários
Com essa pesquisa pôde-se compreender as
concepções que os usuários têm acerca do seu
cotidiano, demonstrando que estão (re)adquirindo
o convívio social em diversos espaços da
sociedade. Considera-se que os CAPS estão
promovendo, além do atendimento, a reabilitação
psicossocial dos seus usuários.
NASI e
SHNEIDER
2012
Acesso e integralidade:
compreensão dos usuários de
uma rede de saúde mental
Os CAPS são vistos como espaço de convivência
capaz de estabelecer redes afetivas e sociais;
estigmas, preconceitos e tutela estão presentes nos
serviços, nas famílias e na comunidade; as práticas
manicomiais persistem nos serviços substitutivos;
a humanização do cuidado amplia o acesso e o
vínculo com os serviços; a trajetória dos usuários
no SUS ocorre devido às suas necessidades sociais
e de saúde.
OLIVEIRA; et
al
Produção científica sobre os
Centros de Atenção
Psicossocial
Destacam-se: a análise e avaliação da nova
proposta assistencial em saúde mental, presentada
pela Reforma Psiquiátrica e pelo CAPS, e a
análise dos profissionais de saúde mental e suas
expectativas quanto aos serviços. Espera-se que a
presente revisão contribua para refletir caminhos
e implicações que (re)configurem novos trabalhos
científicos e práticas no cotidiano dos serviços.
CORDEIRO;
et al
(continuação)
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Quadro 3: (continuação)
ANO
TÍTULO
RESULTADO
AUTORES
2013
Percepção de profissionais de
saúde de CAPS I quanto a
demandas relativas ao
consumo de crack
Os resultados mostram forte
preocupação com a instabilidade dos
contratos de trabalho, levando à falta de
projeção no futuro. Além disso, o
acúmulo de tarefas para suprir carências
das equipes, justificando-se o limitado
interesse em planejar ações de longo
prazo e a opção por tarefas menos
complexas.
HORTA; et al
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
A leitura, análise e síntese dos artigos selecionados foram de primordia l
importância para organização, fundamentação e conclusão desta pesquisa, pois foi através
desse processo que se pode construir de forma sistematizada a exposição e discussão de
resultados considerados de grande importância para a área da saúde, em especial para a
área de enfermagem.
Após realizar a etapa de busca e seleção dos artigos na base de dados do Scientific
Eletronic Library Online (SciELO) utilizando os descritores “Papel do Enfermeiro”,
“Centro de Atenção Psicossocial” e “Saúde Mental”, foi possível através da síntese desses
artigos formular uma discussão entre os mesmos.
Nesse sentido, o método de análise da temática possibilitou categorizar, interpretar
e agrupar os dados semelhantes. Desse agrupamento emergiram as categorias temáticas:
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Quadro 4 - Discussão dos artigos selecionados, descritor: “Atuação do Enfermeiro”.
DESCRITOR: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
Total de artigos: encontrados: 86; selecionados: 3.
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
Pelas singularidades existentes no CAPS, entende-se que o trabalho da enfermagem
se insere em uma prática que vai além dos chamados “recursos tradicionais”, como a
comunicação terapêutica, relacionamento interpessoal, atendimento individua l,
administração de medicamentos, entre outros. A proposta de trabalho no CAPS inclui,
além da pessoa com transtorno mental, a família e a sociedade, exigindo atividades
direcionadas a um grupo ampliado, para o qual a enfermagem deverá utiliza r do saber
acumulado na profissão e agregá-lo ao que é necessário na prática cotidiana do CAPS
(SOARES; et al, 2011).
O enfermeiro do CAPS III realiza atividades de caráter administrat ivo,
prevalentemente controle de psicofármacos e supervisão da equipe de enfermagem.
Caracteriza como atividade assistencial, a promoção do bem-estar físico dos pacientes,
os cuidados de higiene e alimentação, a execução de exames e controles dos efeitos da
medicação. E também, de forma bastante presente, a ação voltada para a promoção do
bem-estar psíquico dos pacientes, como o uso da comunicação terapêutica e prática de
grupos terapêuticos. A investigação alvejou a concepção de trabalho em enfermagem
pelos enfermeiros trabalhadores em serviços abertos de saúde mental (DIAS; SILVA,
2010).
O enfermeiro tem uma compreensão bastante interessante e heterogênea do que é
atividade própria da enfermagem. Uma parcela dos enfermeiros demonstra insegurança
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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
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para trabalhar num campo que foge do modelo hospitalar e acredita que o trabalho próprio
do enfermeiro é aquele que pode ser reproduzido também no hospital, como a supervisão
da equipe de enfermagem, atenção aos efeitos dos medicamentos, atenção à satisfação de
algumas necessidades básicas dos pacientes, como a alimentação, higiene e repouso,
evidenciando neste subgrupo certa dificuldade para definir sua função no processo de
produção de saúde num serviço extra-hospitalar (DIAS; SILVA, 2010).
Kirschbaum (2009) reforça que a caracterização do trabalho desenvolvido pelos
agentes de enfermagem do CAPS, realizada a partir do discurso que elaboravam para
expor sua prática, junto aos sujeitos psicóticos atendidos em diferentes momentos do
processo de trabalho, possibilita apreender distintas concepções acerca da finalidade e das
características do objeto de trabalho em saúde mental e de seus instrumentos. Elas
revelam a coexistência de diferentes e, às vezes, contraditórias concepções acerca de
sofrimento psíquico, de sujeito, na qual se embasa a clínica, e de abordagens terapêuticas
e modelos tecnológicos então existentes no serviço.
A ação da enfermagem no CAPS é compatível com a ação do enfermeiro porque há
flexibilidade nas ações dos profissionais da equipe multiprofissional e entendem que uma
atividade própria do enfermeiro não é necessariamente uma atividade específica e pode
ser compartilhada (DIAS; SILVA, 2010).
Para os autores supracitados além das dificuldades em discorrer sobre o papel da
enfermagem, os sujeitos demonstraram conhecimento a respeito do papel de outros
profissionais. Ressaltando que o profissional de enfermagem realiza ou contribui a
avaliação clínica ou orgânica mais completa, mesmo que seja em atividades comuns com
os demais profissionais da equipe multidisciplinar. Também é importante o conhecimento
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sobre farmacologia e o papel de educar em saúde quando o usuário espera da enfermagem
orientações sobre a medicação utilizada e ainda sobre suas condições clínicas de saúde.
Quadro 5 - Discussão dos artigos selecionados, descritor: “Centro de Atenção
Psicossocial”.
DESCRITOR: CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Total de artigos encontrados: 50; selecionados: 09.
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
O adoecimento psíquico é um problema de saúde pública que afeta indivíduos em
todo o mundo, independente do desenvolvimento econômico do país. Apesar das
limitações inerentes a serviços como os CAPS, os usuários com sintomas mais severos
(intensivos) tendem a diminuir suas intercorrências ao longo do tempo, fato que fala a
favor da equidade do novo modelo de atenção, já que usuários de modalidade semi-
intensiva e não intensiva não diminuíram significativamente a necessidade de internação
hospitalar, ainda o indicador mais robusto para avaliar o papel dos serviços substitut ivos
(TOMASI; et al, 2010).
Foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne à atenção à crise,
articulação com a rede básica, formulação de projetos terapêuticos, gestão e organização
em equipes de referência, formação educacional e sofrimento psíquico. Ressaltando que,
a organização por técnico e/ou equipe de referência prevalece, assim como a construção
de projetos terapêuticos. A redução das equipes noturnas desponta como principa l
problema e fonte de estresse para os trabalhadores. A formação dos profissionais se
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mostrou insuficiente para os desafios enfrentados por esses serviços (CAMPOS; et al,
2009).
Para NagaokaFuregato; Santos (2011), os transtornos mentais são acompanhados
de sinais e sintomas que dificultam o desempenho dos portadores desses transtornos,
geram entraves e preconceitos na sociedade e até dentro da própria família. Portanto os
conhecimentos e concepções acerca do cuidado e da atenção na saúde mental são de
extrema importância para a prática da enfermagem em busca de maior eficácia dos
tratamentos e efetiva inserção social do portador de transtorno mental com qualidade de
vida.
Os profissionais do serviço em estudo entendem o cuidado em saúde mental como
uma ação abrangente, que vai além do cuidado específico com a saúde mental, que
envolve a família e a sociedade, quando compreende a reabilitação psicossocial como o
centro do cuidado. A transformação das formas de cuidado em saúde mental mostra-se
viável e favorece a efetivação da proposta da reforma psiquiátrica, na qual o usuário
recebe um atendimento que respeita sua cidadania e autonomia (MIELKE; et al, 2009).
Os CAPS têm demonstrado efetividade no tratamento aliando acompanhamento
clínico e cuidados de reinserção social dos usuários por meio do acesso ao trabalho e ao
lazer, bem como ao exercício dos direitos civis e à construção e reconstrução de laços
familiares e comunitários (CORDEIRO; et al, 2012).
A precarização do trabalho propõe uma tendência ao rebaixamento de demandas
que a população que busca atendimento não é capaz de seguir. A promoção de ações de
cuidado com os cuidadores deve indicar a ruptura desta tendência, pela promoção de um
planejamento mais amplo das atividades das equipes e da avaliação detalhada de suas
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condições de trabalho, reduzindo o conflito potencialmente emergente diante da
renovação e complexificação inevitáveis das demandas em saúde (HORTA; et al, 2013).
A inserção do enfermeiro nos CAPS parece ser facilitada pelo bom relacionamento
com a equipe multiprofissional que tem, na perspectiva da interdisciplinaridade, a
capacidade de absorver o conhecimento do enfermeiro e reconhecer que esse é importante
para o sucesso da proposta terapêutica. O trabalho interdisciplinar exige que os membros
da equipe socializem seus papéis, proporcionando redução da organização hierarquizada
em prol de trabalho coletivo e igualitário (VARGAS; OLIVEIRA; DUARTE, 2011).
A fala dos profissionais indica sentimentos de frustração, quando verbalizam as
dificuldades encontradas no modo psicossocial de cuidar, alegando que ainda não foram
encontradas possibilidades de solução. Os profissionais têm dificuldades para
desenvolver o papel de organizador da rede de saúde mental do território onde está
inserido. A falta de preparo dos profissionais para o atendimento de pessoas com
transtornos mentais graves, de longa duração e em uma situação sócio-econômica
desfavorável pode ser um problema enfrentado no contexto da reabilitação psicossocial.
O despreparo dos profissionais para esta clientela tão específica pode gerar nos
profissionais sentimentos de frustração e culpa (MELLO; FUREGATO, 2008).
Para Guimarães; Jorge; Assis (2011), o trabalho em saúde mental apresenta-se
permeado de especificidades, as quais requerem dos trabalhadores habilidades para lidar
com o ser humano, tendo em vista compreendê-lo numa perspectiva da integralidade do
cuidado em saúde. Sobretudo porque se lida no cotidiano com o sofrimento e a loucura,
o que torna o ambiente permeado por intensa produção subjetiva e intersubjetiva. Além
disso, há que se considerar as transformações ocorridas no mundo do trabalho e os
movimentos de reforma do setor saúde, os quais se configuram como processos
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promotores de mudanças na gestão e na organização dos processos de trabalho em saúde,
e em saúde mental.
Para os autores supracitados, o processo de interação enfermeiro – cliente é
fundamental para o desenvolvimento de uma assistência de enfermagem integral, mas
observamos que ele não é efetivado na prática, já que o enfermeiro é direcionado para
atividades administrativas. Nesse caminhar, sentimos as dificuldades da enfermeira para
o exercício da sua prática profissional, principalmente no que se refere ao conhecimento
cientifico e ao estabelecimento de normas e rotinas que atendam as necessidades do
indivíduo com transtorno mental.
Tendo em vista que a educação é um fator diferencial para a competência das
pessoas, entre elas, o enfermeiro que, para enfrentar um cenário em constante mutação,
necessita desenvolver talentos, incentivar potenciais criativos, ter postura, ser flexíve l,
comprometer-se com as mudanças, integrando a teoria e a prática em seu cotidiano.
Quadro 6 - Discussão dos artigos selecionados, descritor: “Saúde Mental”
Fonte: Dados da pesquisa - SciELO.
Conforme a compreensão dos usuários, a ampliação do acesso aos serviços
substitutivos em saúde mental, mesmo com as dificuldades estruturais, é importante, mas
não determinante na avaliação dos serviços. Para os usuários, a liberdade, as
possibilidades de fazer escolhas, o cuidado humanizado, a aceitação e as práticas não
DESCRITOR: SAÚDE MENTAL
Total de artigos encontrados: 115; selecionados: 03.
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Páginas 191 a 230 223
manicomiais, são os aspectos mais significativos na análise da atenção em saúde mental.
Em decorrência das dificuldades dos serviços, comunidade e sociedade civil em propor
opções de convivência e circularidade na cidade, os CAPS funcionam como lugar de
proteção afetivo-social, sendo fundamental o uso de estratégias de corresponsabilização
nos projetos terapêuticos singulares, visando à integralidade da atenção em saúde mental
(OLIVEIRA; et al, 2012).
Para Leão e Barros (2008), os serviços substitutivos de saúde mentaldeve, cumprir
com o seu objetivo de inclusão social, deacordo com as diretrizes da Reforma Psiquiátr ica
Brasileira,devem buscar ações que possibilitem e estimulema realização de trocas sociais,
principalmenteem sua rede social nuclear – a família, que solicita dosprofissiona is
sensibilidade para lidar com o seu sofrimentosem culpa; devem buscar ainda
oenfrentamento ao estigma e a produção de autonomiada pessoa acometida pelo
transtorno mental, tambémpela via do trabalho.
A desinstitucionalização é uma das metas preconizadaspelos CAPS, a qual é
amparada por um processo dedesconstrução do modo asilar, propondo vários dispositivos
que possibilitam a construção e a invenção de novasperspectivas de vida e subjetividade.
O CAPS tem demonstradoefetividade na substituição da internação de longosperíodos,
por um atendimento que não isola os usuários,mas que busca reinserir os sujeitos em
sofrimento psíquicona família, na comunidade, na vida produtiva, por meiodo resgate da
autoestima e reestruturação de vínculos (NIASI; SCHNEIDER, 2011).
Corroborando com os autores acima, quando à explicitação das ideologias presentes
no serviço de saúde mental pode contribuir positivamente para a avaliação e posterior
transformação dos discursos, e, posteriormente, da realidade em que estão inseridos os
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atores envolvidos no processo de inclusão social das pessoas com experiência do
sofrimento psíquico.
COSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o que foi pesquisado o enfermeiro, desde o princípio realizou
cuidados aos pacientes dentro dos asilos, lugaronde os doentes mentais ficavam trancados
sem o direito de expressar seus sentimentos e vontades. Tendo em vista que os
profissionais que ali trabalhavam, tinham uma visão reduzida da doença e do doente
mental.
Entretanto foi a partir da Reforma Psiquiátrica, que a enfermagem se transformou
e acompanhou as mudanças do setor da saúde e da sociedade, onde o enfermeiro teve que
promover atividades terapêuticas por meio do relacionamento interpessoal terapêutico
enfermeiro-paciente- família, construindo assim o sujeito como cidadão e participante do
tratamento.
As perguntas norteadoras desse estudo foramalcançada em sua totalidade, porém
constatamos que ainda é deficiente os periódicos que relatam sobre a atuação do
enfermeiro nos CAPS. Ressaltando que, esse profissional tem que ter o conhecimento
pleno da sua atuação nos CAPS que é dividido em: atendimentos individuais, grupais,
familiar e atividades burocráticas, onde este último é o que mas prende o enfermeiro no
serviço.
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Este trabalho poderá contribuir para que os enfermeiros possam refletir sobre a
importância de se especializar em saúde mental, visando assim uma melhor assistência
ao paciente e sua família.
Conclui-se que ser enfermeiro neste novo contexto, que é na saúde mental, requer
um conhecimento específico e disposição para construir um novo saber e fazer em relação
a enfermagem psiquiátrica, que deve ser baseado na humanização da assistência, através
do relacionamento interpessoal terapêutico com o paciente, objetivando o
desenvolvimento de meios e possibilidades capazes de oferecer ao doente mental a
melhoria da sua qualidade de vida.
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