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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE BAIXO RISCO: uma revisão integrativa. Brasília-DF 2019

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE BAIXO … · O pré-natal de baixo risco pode ser realizado por enfermeiro, respaldado pela Lei do Exercício Profissional

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC

Curso de Enfermagem

Trabalho de Conclusão de Curso

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE

BAIXO RISCO: uma revisão integrativa.

Brasília-DF

2019

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

ROSÂNGELA GONÇALVES RIBEIRO

FELIPE AZEVEDO

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE

BAIXO RISCO: uma revisão integrativa.

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em Enfermagem pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. Orientador(a): Prof.ª Ms, Lídia Câmara Peres.

Brasília-DF

2019

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

ROSÂNGELA GONÇALVES RIBEIRO

FELIPE AZEVEDO

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE

BAIXO RISCO: uma revisão integrativa.

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Bacharelado em enfermagem pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Brasília, 25 de junho de 2019.

Banca Examinadora

Prof.ª Lídia Câmara Peres

Orientadora

Prof. Divinamar Pereira Examinadora

Prof. Evertton Aurélio Dias Campos Examinador

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ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL:

uma revisão integrativa.

Rosângela Gonçalves Ribeiro 1

Felipe Azevedo 2 Lídia Câmara Peres3

Resumo: INTRODUÇÃO: O trabalho discorre sobre a atuação do enfermeiro na assistência pré-natal, enfatizando acolhimento, consulta de enfermagem, e enfermeiro educador. OBJETIVO: Verificar a atuação do enfermeiro na assistência pré-natal. METODOLOGIA: Estudo exploratório, fundamentado por meio da revisão integrativa que analisou artigos científicos, manuais, monografias, vinculados (as) à temática em questão, e publicados a partir de 2010. Pesquisa eletrônica realizada com base nos dados da BVS, SCIELO, utilizando-se os seguintes descritores em ciências da saúde: consultas de enfermagem, atuação do enfermeiro, enfermeiro educador, pré-natal, Ministério da Saúde. ANÁLISE E DISCUSSÃO: Foi delimitada uma amostra de bibliografias publicadas entre os anos de 2010 e 2018, sendo destacados: os benefícios do pré-natal para a gestante e o feto, os cuidados de enfermagem realizados no pré-natal, e a atuação do enfermeiro no pré-natal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Verificou-se que o papel do enfermeiro é de grande relevância para o sucedimento das ações junto à assistência pré-natal. Dentro do contexto, foram pontuadas asserções acerca dos benefícios, dos cuidados, e da atuação do enfermeiro. Descritores: Consultas de enfermagem. Atuação do enfermeiro. Enfermeiro Educador. Pré-natal. Ministério da Saúde. Abstract INTRODUCTION: The work discusses the role of nurses in prenatal care, emphasizing embracement, nursing consultation, and nurse educator. OBJECTIVE: Nurses ' performance in prenatal care. METHODOLOGY: An exploratory study, based on an integrative review that analyzed scientific articles, manuals, monographs, linked to the theme in question, and published from 2010 onwards. Electronic research conducted based on data from the VHL, SCIELO, using the following descriptors in health sciences: nursing consultations, nurse's performance, nurse educator, prenatal care, Ministry of Health. ANALYSIS and DISCUSSION: A sample of bibliographies published between the years of 2010 and 2018 was delimited, being highlighted: the benefits of prenatal care for pregnant women and the fetus, the nursing services performed in pre-natal, and the performance of the nurse in the prenatal period. FINAL CONSIDERATIONS: It was found that the role of nurses is of great relevance for the follow-up of actions with prenatal care. Within the context, assertions were punctuated about the benefits, care, and performance of the nurse. Descriptors: Nursing Consultations. Nurse's Performance. Nurse Educator. Pre-Natal. Ministry of Health.

1 Acadêmica do curso de Enfermagem - UNICEPLAC - Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos. E-mail: [email protected] 2 Acadêmico do curso de Enfermagem - UNICEPLAC - Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos. E-mail: [email protected] 3 Docente do curso de Enfermagem – UNICEPLAC - Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, mestre em gerontologia, enfermeira obstetra pela UNIEURO. Email: [email protected]

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Introdução

O pré-natal de baixo risco pode ser realizado por enfermeiro, respaldado pela Lei do

Exercício Profissional da Enfermagem, decreto número 94.406/871.

O período pré-natal consiste na preparação física e psicológica para o parto e para a

maternidade e, como tal, é um momento de intenso aprendizado e uma oportunidade para os

profissionais da equipe de saúde desenvolverem a educação como dimensão do processo de

cuidar2. A atenção pré-natal tem como objetivo principal “acolher a mulher desde o início da

gravidez, assegurando no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a garantia

do bem-estar materno e neonatal”3.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número adequado seria

igual ou superior a 6 (seis) consultas. Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de

consultas (porém, com maior ênfase para o conteúdo de cada uma delas) em casos de

pacientes de baixo risco, e que não haja aumento de resultados perinatais adversos3. As ações

de saúde devem estar direcionadas para a cobertura da população-alvo da área de abrangência

da unidade de saúde, garantindo no mínimo 6 (seis) consultas de pré-natal e a continuidade no

atendimento, no acompanhamento e na avaliação do impacto das ações sobre a saúde materna

e perinatal3.

Inicialmente, o impacto que a consulta de enfermagem causa nos pacientes pode ser de

insegurança e desconfiança, no entanto, à medida que as gestantes recebem atendimento do

enfermeiro no pré-natal, elas passam a ter segurança e confiança na capacidade do

profissional de enfermagem4.

A educação em saúde traduz-se como uma prática social, baseada no diálogo e na

troca de saberes, é um dos modos estruturantes de práticas de saúde, sobretudo durante o pré-

natal, para a promoção do parto normal5. A prática educativa realizada durante o pré-natal

visando o preparo da gestante para o momento do parto é fundamental para que ela se

fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto6.

Em referência aos profissionais de enfermagem, no Brasil, o enfermeiro pode

acompanhar integralmente o pré-natal de baixo risco na rede básica de saúde, segundo o

Ministério de Saúde e Lei do Exercício Profissional n. 7.498/86. Os enfermeiros e os

enfermeiros obstetras (profissionais com titulação específica) possuem habilitação para

atender ao pré-natal, aos partos normais sem distócia e ao puerpério em serviços de saúde. Em

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casos de intercorrências durante a gestação, estes profissionais devem encaminhar a gestante

para o médico dar continuidade a assistência7.

Justifica-se a realização da pesquisa promover o mérito da atuação do enfermeiro no

âmbito da assistência dedicada ao pré-natal, estruturando-se as diretivas desenvolvidas pelos

enfermeiros nas consultas de pré-natal.

Na organização do serviço de saúde, a integralidade busca aumentar as possibilidades

de atenção às necessidades de saúde da população8. Para tanto se faz necessária uma

formulação de estratégias de trabalho que contemple o vínculo entre equipe e usuária,

fortaleça a confiança, e promova maior aproximação.

O pré-natal bem executado na atenção básica reduz complicações durante a gestação, e

facilita a atuação dos especialistas na sala de parto; reduzindo as infecções e os riscos

iminentes do parto, além do acompanhamento da saúde no pré-natal com a caderneta da

gestante. O pré-natal é um procedimento totalmente capaz de ser bem realizado por médicos e

enfermeiros, com alto padrão de qualidade9.

Diante do exposto, de que forma a consulta de pré-natal realizada pelo enfermeiro

contribui no âmbito do atendimento e educação em saúde, durante o período de realização do

pré-natal? Por fim tem-se o seguinte objetivo geral: verificar a atuação do enfermeiro na

assistência pré-natal. E específicos: investigar cuidados de enfermagem realizados no pré-

natal e verificar benefícios do pré-natal para a gestante e o feto.

Referencial Teórico

Acolhimento

O referencial do atendimento no pré-natal é acolher a mulher nesse processo de

mudanças físicas, mentais e sociais, conquistando com isso a confiança da mulher a entregar-

se aos cuidados da equipe de saúde o seu corpo e sua família, trazendo a ela a autonomia

durante a gestação e o parto. O enfermeiro atua na consulta pré-natal de baixo risco visando

oferecer assistência integral clínico ginecológica e educativa, com o intuito de que a mulher

possa ter uma gestação tranquila e um bebê saudável. No entanto, são necessários

investimentos em sua qualificação, para que as consultas possam ser realizadas da melhor

forma possível1.

O acolhimento adequado cria um vínculo de confiança entre o profissional e a

gestante. É incontestável que a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada

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principalmente com a qualidade da assistência prestada pelo serviço de saúde que a atende,

especialmente pelo enfermeiro, bem como um acolhimento adequado, sendo estes, portanto

essenciais para a redução das possíveis complicações perinatais10.

Assim sendo o acolhimento torna-se aspecto essencial da política de humanização,

portanto, é uma ação que pressupõe a mudança da relação profissional/usuária. Nesse

contexto, surge, em 2011, a Rede Cegonha, uma estratégia do Ministério da Saúde que visa

implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento

reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar

às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis7.

Quando um profissional atende uma parturiente, deve ser estabelecida a partir de então

uma relação de segurança, de forma a tranquilizá-la e fortalecer sentimentos positivos. Para

estabelecer essa relação, é necessário que o profissional apresente, por meio de informações,

as melhores condutas indicadas caso a caso, individualizando o cuidado direcionado não

apenas à gestante, mas também à família, e acompanhante11.

Numa assistência humanizada é preciso ouvir e entender as queixas das parturientes,

buscando identificar suas necessidades, não deixando de valorizar as suas histórias de vida e

nem os aspectos sociais, psicológicos e emocionais. As mesmas devem ser valorizadas e

acolhidas como um ser com necessidades que trancorrem o campo biológico. O cuidado

direcionado às mulheres deve ser compartilhado com elas, dando a oportunidade de

escolherem o que mais lhe servir, sem, no entanto, deixarem de ser estimuladas a seguir as

boas práticas11.

A mulher que opta pelo parto normal espera por cuidado humanizado, pois sabe que o

processo de parturição pode provocar experiências negativas; contudo, para que esta

impressão seja revertida, o modelo assistencial deve proporcionar um cuidado direcionado às

suas necessidades e este cuidado deve ser aplicado também às rotinas e protocolos

preestabelecidos do local do parto e aos profissionais diretamente ligados à assistência ao

parto12.

As unidades básicas de saúde (UBS) devem ser a porta de entrada preferencial da

gestante ao sistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhorar acolher suas

necessidades inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e continuado,

principalmente durante a gravidez. A gestação é um processo fisiológico e, a maioria das

vezes, é de baixo risco para a mãe e para o bebê. Durante seu estágio inicial, o corpo da

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gestante passa por inúmeras transformações, incluindo alterações físicas, hormonais e

psicológicas nesse processo, o acompanhamento da gestação e a detecção de possíveis

complicações ou intercorrências ocorre por meio do pré-natal1.

É imprescindível que haja estrutura nas unidades para atender sua clientela, para que

não interfira nos tratamentos e programas realizados, e, sobretudo não coloquem em risco os

pacientes que são assistidos no ambiente e também para que consiga manter o vínculo com os

hospitais e serviços de atenção especializada13.

Consultas

Após confirmada a gravidez em consulta médica ou de enfermagem, inicia-se o

acompanhamento da gestante, com o cadastramento no SISPRENATAL (Sistema de

Informação de Saúde específico do pré-natal). Os procedimentos e as condutas seguintes

devem ser realizados sistematicamente e avaliados em toda consulta de pré-natal. Os achados

diagnósticos, e as condutas devem ser anotados na ficha perinatal e na caderneta da gestante.

Na primeira consulta o enfermeiro realiza uma anamnese abrangente, levando-se em

consideração possíveis aspectos epidemiológicos, doenças sexuais, histórico familiar,

obstétrico, pessoais entre outros; exame físico obstétrico para saber sobre a saúde da mãe e do

filho; um levantamento do hábito alimentar, intestinal e urinário. A priori, as dúvidas e

ansiedades da gestante devem ser esclarecidas para que assim ela se sinta mais segura com a

gestação14.

A consulta de enfermagem é vista de forma diferente, mais humanizada, por causa do

vínculo criado entre o enfermeiro e a gestante e do diálogo que existe nas consultas, sendo

essencial no processo de cuidar dessas mulheres, entender seus pretensões e dúvidas1,15.

O papel do enfermeiro na assistência pré-natal é mostrar à população a importância do

acompanhamento da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios,

durante e após a gravidez, bem como informá-la dos serviços disponíveis4.

O enfermeiro é a principal referência para a gestante quanto à realização de ações

preventivas e promocionais de saúde, sendo as condutas adotadas por esse profissional,

durante as consultas do pré-natal, diretamente proporcionais à qualidade da assistência

prestada2.

O enfermeiro deve ser visto como um grande colaborador para o sucesso das gestações

de suas pacientes. Assim, buscar capacitação para que a valorização de seu trabalho aconteça

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e encontrar nas mulheres inseridas no pré-natal e também em suas famílias o apoio para o

bom êxito desse período13.

Os profissionais precisam entender e possibilitar que cada consulta de pré-natal ou

reunião das gestantes com os profissionais de saúde se transformem em oportunidade para

ampliação do referencial de cuidar desta família em expansão. Para isto é preciso estar aberto

para a escuta das dúvidas, medos e anseios. As orientações oferecidas precisam ser adequadas

às reais necessidades e apropriadas para cada caso específico, de forma a possibilitar que o

processo gestacional seja vivenciado da forma mais tênue e prazerosa possível, objetivando a

diminuição dos níveis de ansiedade e temor que geralmente ocorrem nesses momentos10.

Reforça-se, ainda, que atividades, como a prescrição de medicamentos durante a

consulta de enfermagem, estão amparadas e regulamentadas pela lei do exercício profissional

e asseguradas pelo MS como uma atribuição do enfermeiro na atenção pré-natal. Em outro

estudo, a prescrição de ácido fólico e sulfato ferroso é reconhecida como uma prática

frequente do enfermeiro, durante a consulta de pré-natal3.

Isso também é reforçado pela Política Nacional de Atenção Básica, que representa

uma forma de reconstrução da Atenção Básica à Saúde no Brasil, como uma proposta de

reorganização do modelo de atenção, com a implementação de estratégias, visando à

reorientação da prática profissional. Nesse âmbito de atuação, as ações desenvolvidas pelo

enfermeiro, como a consulta de enfermagem, a prescrição de medicamentos e a solicitação de

exames, caminham ao encontro desse novo modelo, representando aspectos relevantes na

mudança do conceito de atenção à saúde, vigente há muitos anos3.

Atividades do Enfermeiro Educador

O objetivo principal das ações educativas no decorrer do pré-natal é aumentar o

conhecimento da mulher sobre gravidez, parto e pós-parto e demais cuidados que a

favorecem. O enfermeiro tem papel importante e fundamental, tendo como uma de suas

funções, realizar ações educativas para as gestantes e suas famílias, objetivando diminuir as

ansiedades e medos em relação à gravidez, parto e puerpério16.

O papel do enfermeiro na assistência pré-natal é mostrar à população a importância do

acompanhamento da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios,

durante e após a gravidez, e informá-la dos serviços disponíveis4.

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Para fomentar essas ações, é preciso reconhecer necessidades, ofertar informações, e

possibilitar troca de experiências. O desenvolvimento de ações educativas com pacientes e

seus familiares junto à comunidade visando à promoção, manutenção e recuperação da saúde

constitui-se em uma das funções do enfermeiro10.

Ações educativas podem permear os diferentes tipos de contato entre profissionais e a

gestante, desde a recepção até a consulta médica. Nas consultas de enfermagem, o enfermeiro

não carece apenas de suas habilidades técnicas, mas também da escuta qualificada, ouvindo

suas queixas, preocupações e angústias, criando, assim, uma relação mais próxima com a

gestante, sua família e comunidade, além de exercer fundamental papel educativo7,10,17.

As expectativas das gestantes quanto ao tipo de parto estão relacionadas à maneira

como as informações sobre o assunto estão disponibilizadas e acessíveis, desde os tipos de

parto, os aspectos técnicos referentes ao trabalho corporal, incluindo rotinas e procedimentos

da maternidade de referência, até aspectos cognitivos e emocionais. Para isso, os profissionais

envolvidos nos serviços de pré-natal devem adotar medidas educativas16.

A educação em saúde traduz-se como uma prática social, baseada no diálogo e na

troca de saberes, é um dos modos estruturantes de práticas de saúde, sobretudo durante o pré-

natal, para a promoção do parto normal5. A ação educativa realizada no decorrer do pré-natal

visando o preparo da gestante para o momento do parto é fundamental para que ela se

fortaleça e possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto6.

A atenção pré-natal compreende o conjunto de ações de acompanhamento do período

gestacional, visando a o desenvolvimento da gestação, do parto e do nascimento de formas

saudáveis. Essas ações têm por objetivo reduzir os impactos negativos para a saúde da mulher

e do bebê,contemplando os aspectos psicossociais e as ações educativas e preventivas3.

A realização do acompanhamento pré-natal é imprescindível para que a mulher

compreenda o momento que está vivendo e, consequentemente, para que tenha despertado o

interesse em participar do seu próprio cuidado. Seu principal objetivo é garantir um

desenvolvimento adequado da gestação por meio da abordagem de aspectos psicossociais e de

atividades educativas e preventivas que também visam resultar num puerpério saudável, sem

impactos à saúde materna e neonatal2.

Materiais e métodos

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Trata-se de um estudo exploratório de revisão integrativa que analisou artigos

científicos, manuais, monografias, entre outros publicados a partir de 2010, vinculados à

temática em questão, no intuito de responder a seguinte pergunta norteadora: De que forma a

consulta de pré-natal realizada pelo enfermeiro, contribui no âmbito do atendimento,

acolhimento, e educação em saúde?

Para a elaboração do estudo foram seguidas as seguintes etapas:

1) identificação do tema e seleção da questão de pesquisa para a elaboração da revisão

integrativa;

2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostragem ou busca na

literatura;

3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos

estudos;

4) avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa;

5) interpretação dos resultados;

6) apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

Foi observada a questão do direito à propriedade intelectual dos textos científicos

pesquisados, no sentido de expor as devidas referências.

A pesquisa eletrônica foi realizada com base nos dados da BVS, SCIELO, entre

outros, utilizando-se os seguintes descritores em ciências da saúde –“consultas de

enfermagem”, “atuação do enfermeiro”, “Enfermeiro Educador”, “Pré-natal”, “Ministério

da Saúde”, entre outros, em busca por artigos publicados a partir de 2010.

A análise de dados foi feita por meio da categorização dos artigos encontrados nas

bases de dados citadas, por meio de gráfico e tabela do Word.

Análise e discussão dos dados

Foi delimitada uma amostra de bibliografias publicadas entre os anos de 2010 a 2018

disponíveis online com conteúdos completos no idioma português. Após a seleção da amostra,

foi realizada a leitura e categorização dos conteúdos, e posteriormente, a elaboração do banco

de dados para analise dos resultados.

Caracterização da amostra

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APCURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

A revisão foi feita, considerando

critérios de inclusão. Desse total, 24 foram selecionadas para apreciação e construção dos

resultados. Assim, de acordo com o objetivo desta pesquisa, de caracterizar a produção do

conhecimento científico no assunto, segue

pesquisa, com os descritores extraídos dos

porcentagem, conforme segue: 7%

Educador; 29% Consultas de Enfermagem; 36% Atuação do Enfermeiro. Em seguida, é

apresentado, o quadro 2, contendo a amostra da pesquisa por autoria, título, periódico

e ano de publicação. Os artigos

referências sobrescritas constante

Quadro 1 – Amostra da pesquisa

Fonte: dados do levantamento

Quadro 2 – Amostra da pesquisa:

Autor

Martinelli KG, Santos Neto ET, Gama SGN, Oliveira AE

Teixeira, I. R, Amaral, R. M. S, Magalhaes, S. R

14%

Amostra da pesquisa Consultas de enfermagem

Pré-natal

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOSCURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

A revisão foi feita, considerando-se as 44 produções científicas que atenderam os

Desse total, 24 foram selecionadas para apreciação e construção dos

Assim, de acordo com o objetivo desta pesquisa, de caracterizar a produção do

co no assunto, segue-se o quadro 1, contendo o gráfico

a, com os descritores extraídos dos 14 artigos selecionados. A relação foi feita

conforme segue: 7% Ministério da Saúde; 14% Pré-natal; 14% Enfermeiro

29% Consultas de Enfermagem; 36% Atuação do Enfermeiro. Em seguida, é

contendo a amostra da pesquisa por autoria, título, periódico

artigos foram relacionados no quadro de acordo com

constantes na discussão.

Amostra da pesquisa - descritores

dados do levantamento (2010-2018)

da pesquisa: autoria, título, periódico e ano de publicação.

Título Revista Adequação do processo da assistência pré-natal segundo os critérios do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e Rede Cegonha.

Revista Bras Ginecol Obstet

Assistência de enfermagem ao pré-natal: reflexão sobre a

Revista e-Scientia, v. 3, n. 2

29%

36%

14%

14%7%

Amostra da pesquisa - descritoresConsultas de enfermagem Atuação do enfermeiro Enfermeiro Educador

Ministério da Saúde

ARECIDO DOS SANTOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, BACHARELADO

produções científicas que atenderam os

Desse total, 24 foram selecionadas para apreciação e construção dos

Assim, de acordo com o objetivo desta pesquisa, de caracterizar a produção do

o gráfico de amostra da

artigos selecionados. A relação foi feita por

natal; 14% Enfermeiro

29% Consultas de Enfermagem; 36% Atuação do Enfermeiro. Em seguida, é

contendo a amostra da pesquisa por autoria, título, periódico/revista,

relacionados no quadro de acordo com a sequência de

autoria, título, periódico e ano de publicação.

Ano

2014

n. 2 2010

descritoresEnfermeiro Educador

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atuação do enfermeiro para o processo educativo na saúde gestacional da mulher.

Araujo SM, Silva MED, Moraes RC, et al

A importância do pré-natal e a assistência de enfermagem

Revista Eletrônica Ciênc.

2010

Santos AL, Radovanovic CAT, Marcon SS.

Assistência pré-natal: Satisfação expectativas

Revista Rene, v. 11, Número Especial

2010

Narchi, N. Z Atenção Pré-natal por Enfermeiros na Zona Leste da Cidade de São Paulo-Brasil

Revista Escola de Enfermagem. V. 44, n. 2. São Paulo

2010

Martins J. S. A. et al. A Assistência de Enfermagem no Pré-Natal: Enfoque na Estratégia da Saúde da Família.

Revista

UNIABEU. V.5 N. 9. p. 278-288

2012

Lamy GO, Moreno BS Assistência pré-natal e preparo para o parto

Revista Omnia Saúde.

2013

Duarte SJH, Mamede MV Estudo das competências essenciais na atenção pré-natal: ações da equipe de enfermagem em Cuiabá, MT

Enfermagem em Foco

2012

Rodrigues EM, Nascimento RG, Araújo A.

Protocolo na assistência pré-natal: ações, facilidades e dificuldades dos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família

Rev. esc. enferm. USP São Paulo

2011

Medeiros, Viviane Caroline; PERES, Aida Maris

Atividades de formação do enfermeiro no âmbito da atenção básica à saúde

Texto contexto – enferm. Florianópolis

2011

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Atenção ao pré-natal de baixo risco

Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde

2013

Demitto MO, Silva TC, Páschoa ARZ, Mathias TAF, Bercini LO

Orientações sobre amamentação na assistência pré-natal: uma revisão interrogativa

Revista Rene 2010

Valença, C. N.; Germano, R. M

Prevenindo a Depressão Puerperal na Estratégia Saúde da Família: ações do enfermeiro no pré-natal

Revista Rene 2010

Davin, Rejane Marie Barbosa et al.

Sistematização da bibliografia científica que trata da sexualidade feminina durante o ciclo gravídico: uma revisão

FIEP BULLETIN, Foz do Iguaçú

2010

Discussão

Benefícios do pré-natal para a gestante e o feto

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A assistência pré-natal constitui um conjunto importante de ações, implicando em

acompanhamento detalhado durante o ciclo gravídico-puerperal. Além disso, inclui múltiplos

cuidados e condutas voltados para a mulher, conceptos e família. As estratégias utilizadas

pelas enfermeiras visam a prevenção e controle de doenças, a manutenção do bem-estar do

quadrinômio mãe-bebê-família-comunidade, a redução nos índices de morbimortalidade

materna e infantil e a preparação do casal para a chegada do bebê18.

Além disso, deve também buscar dar informações acerca da experiência da

maternidade, as mudanças que ocorrem no corpo da mulher, a necessidade de se adotar

práticas de manutenção da saúde e adoção de hábitos de vida saudável, dessa forma,

diminuindo situações de estresse, que podem diminuir a qualidade de vida e até mesmo, levar

a complicações no momento do parto19. Dessa forma, percebe-se a importância de se prestar

uma assistência de qualidade às mulheres gestantes o mais brevemente possível, prevenindo,

assim, possíveis complicações inerentes à gestação1.

O pré-natal é uma etapa de preparação física e psicológica para o parto e para a

maternidade, e é um momento de intenso aprendizado. É uma oportunidade para os

profissionais da equipe de saúde intensificar a educação como dimensão do processo de

cuidar. Quando bem instruída, as gestantes preferem o parto natural, pois o medo está

frequentemente relacionado à desinformação. Por isso, eleva-se a importância das consultas

de enfermagem, principalmente no quesito de orientação às gestantes19.

Nas reuniões de grupos de gestantes, o enfermeiro deve incentivar também a

participação dos companheiros e familiares, pois podem proporcionar mais segurança à

mulher, além de possíveis aliados no cuidado com a gestante e com o bebê. Quando

acompanhada por alguém, a gestante se sente mais amparada e preparada para eventuais

intercorrências10,19.

É imprescindível que haja estrutura nas unidades a fim de que a demanda seja

adequadamente atendida, para que não interfira nos tratamentos e programas realizados, e,

sobretudo não coloquem em risco os pacientes que são assistidos no ambiente e também para

que consiga manter o vinculo com os hospitais e serviços de atenção especializada13.

Cuidados de enfermagem realizados no pré natal

A assistência à saúde não se resume apenas em consultas médicas, mas em um

conjunto de ações para prevenir intercorrências clínicas e obstétricas20. Nas consultas de

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enfermagem às gestantes, um fator muito evidenciado é a escuta e acolhimento, onde a

mulher tem a oportunidade de aprender sobre si própria e sobre seu bebê1.

A psicoprofilaxia da gravidez deve complementar os cuidados durante o pré-natal e

tem a finalidade de orientar a gestante nos seus aspectos físicos e emocionais presentes nesta

fase marcada por grandes e significativas mudanças, orientando-a e preparando-a para uma

gravidez mais saudável e para uma visão positiva do momento do parto16.

A atenção qualificada ao pré-natal se refere ao processo pelo qual uma mulher grávida

e o recém-nascido recebem atendimento adequado durante a gravidez, o trabalho de parto, o

parto, o período pós-parto e o neonatal, independentemente do local de atendimento – no

domicílio, no centro de saúde ou no hospital21.

É de responsabilidade do enfermeiro prestar assistência à mãe e à criança, informá-la

sobre o parto, puerpério, e puericultura, promovendo um ambiente saudável e satisfatório para

a adaptação física e emocional da mulher e assim promover da condição de gestante à

condição de mãe9.

Atuação do enfermeiro no pré-natal

O enfermeiro em sua formação acadêmica é preparado para atuar no SUS, conforme as

Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCNs), o que facilita sua inserção nas

atividades desenvolvidas nos três níveis de atenção à saúde22.

O enfermeiro tem respaldo legal para realizar pré-natal de baixo risco, baseado na Lei

do Exercício Profissional, decreto nº 94.406/87 e lei 7.498/86 cabendo-lhe realizar consulta de

enfermagem, prescrição de assistência de enfermagem, prescrever medicamentos segundo

protocolos dos serviços de saúde pública, prestar assistência à parturiente, puérpera e realizar

educação em saúde1,7. Diversas são as ações do profissional enfermeiro no acompanhamento

gestacional. Entre elas, destacam-se: cadastramento da gestante no Sistema de Informação de

Saúde específico do pré-natal (SISPRENATAL); solicitações de exames; realização de exame

gineco-obstétrico; encaminhamentos necessários; preparo para o parto; orientações sobre os

cuidados com o recém-nascido e sobre a amamentação; vacinação e também a promoção de

vínculo entre a mãe e o bebê23.

Cabe ainda salientar que, o enfermeiro dedica parte do tempo da consulta para ouvir a

gestante e esclarecer suas dúvidas, diminuindo assim, a insegurança e as ansiedades, dando

apoio psicológico. Grande parte das dúvidas é relacionada ao nascimento, medo do parto,

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inseguranças e incertezas quanto ao relacionamento afetivo22. O apoio psicológico e

informações prestadas no pré-natal contribuem para compreensão e aceitação do parto

normal, que deve sempre ser incentivado pelo enfermeiro22.

Nas consultas de enfermagem, o enfermeiro não necessita apenas de suas capacidades

técnicas, mas também é necessária a escuta qualificada, ouvindo as queixas, preocupações e

angústias, gerando-se, assim, uma relação mais próxima com a gestante, sua família e

comunidade, além de exercer fundamental papel educativo7,10,17.

Através das ações educativas o enfermeiro trabalha individualmente e coletivamente

as questões relativas ao parto, amamentação e cuidados com o recém-nascido. No entanto,

cabe evidenciar a necessidade de debater questões relacionadas a sexualidade na gravidez,

como um importante aspecto a ser trabalhado nessas atividades24. Nesse contexto entende-se

imensa importância da consulta de enfermagem no processo pré-natal, pois o profissional é

qualificado para acompanhar todo o pré-natal de baixo risco, sua colaboração no cuidado com

a gestante é imensurável e suas atribuições vão além do que grande parcela da população tem

conhecimento1.

Considerações finais

Ficam evidenciadas as vantagens do acompanhamento adequado durante todas as fases

do período pré natal, dadas as estratégias utilizadas pelo profissional enfermeiro, objetivando-

se o bem estar da mãe, do bebê, e da família. Redução dos índices de morbimortalidade,

adoção de hábitos saudáveis, prevenção de possíveis complicações, preparação física e

psicológica, integração do companheiro e familiares, são alguns dos benefícios dispensados

pela assistência pré natal à gestante e ao feto

Além da consulta médica, há de se ressaltar todo o conjunto de ações preventivas

intrínsecas ao atendimento do enfermeiro, baseado na escuta e no acolhimento. Orientação e

atendimento acertado para o trabalho de parto, o pós parto, e o neonatal, são algumas ações

consagradas, que geram um vínculo de confiança, que provém dos esclarecimentos das

dúvidas, curiosidades, e medos com essa etapa da vida.

Através do estudo foi possível compreender a inerência da atuação do enfermeiro na

realização do pré-natal. Dado o respaldo legal, o enfermeiro precisa estar preparado e

capacitado para inserção das ações necessárias à assistência pré natal.

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