49
Parasitoses Intestinais Prof. Cíntia Presser da Silva UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE MEDICINA DISCIPLINA DE GASTROENTEROLOGIA

Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Parasitoses Intestinais

Prof. Cíntia Presser da SilvaUNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASILCURSO DE MEDICINADISCIPLINA DE GASTROENTEROLOGIA

Page 2: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Helmintos IntestinaisPlatelmintos

Hyminolepis nana Taenia solium, Taenia saginata Schistossoma mansoni

Nematelmintos Ascaris lumbricoides Enterobius vermicularis Trichuris trichiura Ancilostoma duodenale Strongyloides stercoralis, Necatur americanus

Page 3: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Protozoários Intestinais

Sarcomastigophora Entamoeba histolytica Giardia lamblia

Ciliophora Balantidium coli

Apicomplexa Criptosporidium, Isospora belli

Microsporida

Page 4: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Ciclo de Loss

Larva livre na luz do TGI penetra ativamente na mucosa (ceco), ganhando a circulação venosa e encaminhando-se aos pulmões. Após, são deglutidas com as secreções respiratórias.

Page 5: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Ciclo Pulmonar (Loss)

Síndrome de Löefler: pneumonite, tosse irritativa, dispnéia, broncoespasmo, infiltrados pulmonares migratórios. Ascaris lumbricoides Ancylostoma duodenale Necatur americanus Strongyloides stercoralis

Page 6: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ASCARIDÍASE

Nematelminto “Ascaris lumbricoides” ou “lombriga”.

Ingestão de ovos embrionados. Larvas liberadas dos ovos invadem o intestino e alcançam a corrente sanguinea, fígado e, posteriormente os pulmões. As larvas, através das vias respiratórias atingem a epligote, são deglutidas e se transformam em vermes adultos no intestino delgado.

Page 7: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 8: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

SINTOMAS

Estágio larvar: Síndrome de LöefflerEliminação espontânea do verme adultoDor peri-umbilical, desconforto

abdominal, náuseas, vômitos, flatulênciaObstrução intestinal, perfuração

intestinal, penetração em via bilio-pancreática, apêndice, via respiratória e tuba auditiva

Page 9: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 10: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 11: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ASCARIDÍASE TRATAMENTO

Piperazina: reservada para quadros de sub-oclusão intestinal. Atua na junção mioneural do áscaris, produzindo uma paralisia flácida. O peristaltismo elimina os vermes vivos.

Obstrução intestinal: jejum oral piperazina por SNG

(100mg/kg + 30ml de óleo mineral 3/3 horas, por 24 horas)

hidratação parenteral Quadro inalterado

em 48 horas:intervenção cirúrgica

Page 12: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ASCARIDÍASE TRATAMENTO

Pamoato de Pirantel:paralisia dos vermes Custo elevado

Levamisol: contratura sustentada da musculatura do parasita. Reduz o risco de

migração e de formação do bolo de áscaris

Droga ideal para ascaridíase isolada

Page 13: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ASCARIDÍASE TRATAMENTO

Mebendazol: polivalente inibe a captação de

glicose pelos helmintos, determinando morte dos vermes

Contra-indicado na gravidez

Dose: 100mg 2xd 3d

Albendazol: polivalente. Interfere no

metabolismo da glicose dos vermes.

Contra-indicado em grávidas

Dose única de 400mg

Page 14: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

TRIQUIURÍASE

Tricocefalose, tricocefalíase, tricurose, tricuríase

Nematóide “Trichocephalus trichiurus” ou “Trichiura trichiurus”.

Diarréia, cólicas abdominais, disenteria, tenesmo, prolapso retal, enterorragia, anemia ferropriva.

Page 15: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

TRIQUIURÍASE

Vermes adultos localizam-se preferencialmente no ceco, apêndice, íleo terminal.

Ovos eliminados nas fezes e embrionados no solo.

Contaminação através da ingestão dos ovos do parasita.

Tto: albendazol, mebendazol

Page 16: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ANCILOSTOMÍASE

“Necator americanus” e “Ancylostoma duodenale”

Amarelão ou D. do Jeca-TatuOvos nas fezes,larvas, pele

íntegra(dermatite pruriginosa), corrente sangüínea, pulmões(pneumonite eosinofílica), tubo digestivo, vermes dultos.

Page 17: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 18: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 19: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ANCILOSTOMÍASE

Vermes adultos, podem causar duodenite(epigastralgia, vômitos), alteração do apetite, do hábito intestinal e alimentar(geofagia)

TTO: Reposição de ferro Albendazol Mebendazol

Page 20: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESTRONGILOIDÍASE

Nematelminto “Strongyloides stercoralis”

Verme encontrado na mucosa e submucosa do intestino delgado

Larvas eliminadas nas fezes, penetram a pele, sangue, pulmões, intestino

sintomas na pele e pulmões semelhantes aos ancilostomídeos.

Page 21: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 22: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESTRONGILOIDÍASE

Dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia e síndrome de má absorção.

Alta eosinofilia sangüínea é característica

Septicemia em imunossuprimidosAmamentação contra-indicada, pois

larvas podem passar para o leite e infestar o lactente

Page 23: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESTRONGILOIDÍASE

Tratamento: Tiabendazol 50 mg/kg DU à noite (máx 3g)

ou 25 mg/kg 2xd 2 dias. Comprimidos de 500mg

Cambendazol 5mg/kg DU à noite(máx 360mg). Comprimidos de 180mg.

Ivermectina 200microgramas/kg DU. Comprimidos 6mg.

D. disseminada: Tiabendazol 25mg/kg 12/12h durante 7 a 21 dias

Page 24: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE

Nematelminto “Enterobios vermicularis”Colon direito e ceco. Fêmeas, após a

fecundação depositam ovos na região perianal e , podendo invadir e provocar reação inflamatória no trato genito-urinário feminino

Dor em fossa ilíaca direita, prurido anal, vulvar, flatulência, diarréia, náuseas

Page 25: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 26: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE

Albendazol, MebendazolTiabendazolReinfecção é comum, sendo

necessárias medidas: Tratar familiares Unhas aparadas Evitar disseminação pelo ar

Page 27: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

TENÍASE

“Taenia saginata” ou “Taenia solium” (solitária)

Ingestão de carne mal cozida Bovina- cysticercus bovis Suina- cysticercus cellulosae. O cisticerco

libera a larva que origina o verme adulto. A tênia fixa-se ao intestino delgado através do escólex e elimina ovos e proglotes nas fezes

Page 28: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 29: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 30: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

TENÍASE

A cisticercose humana é a complicação mais temível desta helmintíase, causando principalmente neuropatias

Cólicas abdominais, flatulência, diarréia, sensação de fome

Tratamento: Praziquantel 10mg/kg (máx 600mg) Albendazol 400mg dia 3 dias (resultados

inferiores)

Page 31: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

HIMENOLEPÍASE

“Hymenolepis nana”Ovos ingeridos liberam o embrião

que penetra no intestino delgado do homem

Sintomas através da irritação mecânica do intestino

Tratamento: Praziquantel 20mg/kg DU

Page 32: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESQUISTOSSOMOSE

Platelminto da classe “Trematoda”Presença de ventosas(fixação à

parede dos vasos)Digenéticos(necessitam hospedeiro

definitivo e intermediário para completar seu ciclo vital)

Page 33: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESQUISTOSSOMOSE

Ovos eliminados nas fezes do homem contém miracídios que em meio líquido abandonam os ovos e infectam os hospedeiros intermediários(moluscos do gênero “Biomphalaria”)

Miracídio se reproduz assexuadamente dando origem às cercárias que abandonam o hospedeiro e penetram na pele ou mucosa dos humanos

Page 34: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

ESQUISTOSSOMOSE

Cercárias, esquistossômulos, pulmões, sistema porta intra-hepático onde atingem a maturidade

Tratamento: Oxamnique Praziquantel

Page 35: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

GIARDÍASE

“Giardia lamblia”(G. intestinalis, G. duodenalis)

Infecção é endêmica nos países subdesenvolvidos

Acomete principalmente crianças Incidência diminui com a idade, exceto nos

homossexuaisAnimais de estimação são potenciais fontes

de transmissão

Page 36: Aula 13 - Parasitoses Intestinais
Page 37: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

GIARDÍASE

Formas de trofozoíta e cistoForma infectante é o cisto que é eliminado

nas fezesCisto: resistente ao cloro(piscinas), a

baixas temperaturas(sorvetes)Maioria dos infectados não apresenta

sintomas(portador)

Page 38: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

GIARDÍASE-MANIF. CLÍNICAS

DIARRÉIA AGUDA aquosa, sem

sangue ou pus, odor fétido

em média 5 dias acompanhada de

náuseas, vômitos, dor epigástrica

esteatorréia

DIARRÉIA CRÔNICA imunossuprimidos lactentes crianças quadro de

desnutrição e anemia intensos

comprometimento da absorção de disacarídeos

Page 39: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

GIARDÍASE

TRATAMENTO: Furazolidona- 400mg dia(adultos)

durante 7 a 10 dias Secnidazol, Tinidazol- 2g DU(adultos) Metronidazol- 250mg 3xd 7 a 10 dias

Page 40: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

AMEBÍASE

“Entamoeba hystolitica”Distribuição universal e endêmica em

países subdesenvovidos(40% no México e América do Sul)

Ingestão de cistos que dão origem aos trofozoítos que se reproduzem por divisão binária e voltam a se encistar para serem eliminados nas fezes

Page 41: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

AMEBÍASE

INTESTINAL Não invasiva:

assintomática Invasiva:

não complicada: aguda ou crônica

complicada:hemorragia perfuração, obstrução, peritonite, apendicite, septicemia

EXTRA-INTESTINAL Hepática Pleuro-pericárdica Cutânea Cerebral

Page 42: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

AMEBÍASE

Portadores assintomáticos: Metronidazol 750 mg 3xd 5 dias.

Portadores sintomáticos: Metronidazol 750 mg 3xd 10 dias Secnidazol 2g DU Abcesso hepático: raramente cirurgia,

por vezes punção percutânea

Page 43: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

CRIPTO,MICRO, ISOSPORÍASE

Manifestações gerais: febre, mialgia, exantema

Gastrointestinais: náusea, vômitos, diarréia

Imunodeprimidos: diarréia crônica, líquida, profusa, não sanguinolenta, cólicas abdominais

Page 44: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

TRATAMENTO

CRIPTOSPORIDIOSE: espiramicinaMICROSPORIDIOSE: albendazol (não

há tratamento eficaz)ISOSPORÍASE: trimetoprim 160mg +

sulfametoxazol 800mg 12/12h 21 dias

Page 45: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

BALANTIDÍASE

“Balantidium coli”Ingestão de água contaminada por

fezes de suínosTratamento: tetraciclina 2g dia por

10 d

Page 46: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

DiagnósticoEosinofiliaMacroscopiaFita gomada: E. vermicularisEPF (Exame Parasitológico de Fezes)

Lutz: sedimentação espontânea (ovos pesados)(somente este é realizado se os demais não forem solicitados)

Faust: flutuação dos ovos leves Baermann-Moraes: detecção de larvas vivas

estimuladas pelo calor

Page 47: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Parasitoses Intestinais

Profilaxia:1. Destino adequado das fezes humanas;2. Lavagem das mãos;3. Água adequada para consumo;4. Lavagem e conservação dos alimentos;5. Uso de calçados;6. Ambiente livre de insetos;7. Não levar objetos/dedos à boca nem relações sexuais oro-anais;8. Desaconselhar o abandono precoce do aleitamento materno.

Page 48: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Parasitoses Intestinais Tratamento

Parasitoses Quimioterápico

Ascaridiase, Ancilostomíase,Enterobíase, Triquiuríase

Albendazol ou Mebendazol

Estrongiloidíase Tiabendazoll/Cambendazol/Ivermectina

Teníase, Himenolepíase Praziquantel ou Niclosamida

Esquistossomose Oxaminiquine ouPraziquantel

Giardíase Tinidazoll/Secnidazol/Metronidazol

Amebíase não invasiva Teclozan ou Metronidazol

CriptosporidioseIsosporíase

EspiramicinaTrimetropim+Sulfa

Page 49: Aula 13 - Parasitoses Intestinais

Tratamento

Contra-indicações Gestantes: nenhuma droga anti-

parasitária é considerada segura. Restringir a terapêutica a situações de > risco materno e postergar para 2°trimestre. Ascaris: utilizar piperazina. Não utilizar ivermectina na amamentação.