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AUTOMATIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DA PROTENSÃO USANDO DIAGRAMAS DE MAGNEL Carlos González Ortega Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Ricardo Valeriano Alves Rio de Janeiro Dezembro de 2017

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AUTOMATIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DA PROTENSÃO

USANDO DIAGRAMAS DE MAGNEL

Carlos González Ortega

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Ricardo Valeriano Alves

Rio de Janeiro

Dezembro de 2017

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AUTOMATIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DA PROTENSÃO USANDO DIAGRAMAS DE MAGNEL

Carlos González Ortega

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

Prof. Ricardo Valeriano Alves, D. Sc. (Orientador)

Prof. Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro, D. Sc.

Prof. Francisco José Costa Reis, M. Sc.

Prof. José Antônio Fontes Santiago, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Dezembro de 2017

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Ortega, Carlos González

Automatização da definição da protensão usando diagramas de Magnel / Carlos González Ortega. – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2017.

VIII, 83 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Ricardo Alves Valeriano, D.Sc

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia Civil, 2017

Referências Bibliográficas: 81-83

1. Diagramas de Magnel; 2. Protensão; 3.

Dimensionamento; I. Alves Valeriano, Ricardo. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,

Curso de Engenharia Civil. III. Automatização da definição

da protensão usando diagramas de Magnel.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais, Luis e Rocio, não só pelo

apoio incondicional durante toda essa trajetória, como também pelos valores e exemplos

que me passaram. A eles, meu maior agradecimento, todo meu orgulho e admiração.

Agradeço também ao meu irmão Jaime pelo companheirismo mostrado em todo

momento. Também, gostaria de agradecer a toda minha família, avôs, tios, e primos,

pelo suporte e apoio mostrado durante este tempo.

Aos meus companheiros intercambistas espanhóis aqui no Brasil, sem vocês,

esta experiência não teria sido a mesma.

Aos meus amigos da Espanha, que sempre me apoiaram desde a distância.

Gostaria de agradecer pela confiança ao meu orientador e professor Ricardo

Valeriano, foi sempre um grande suporte acadêmico e suas ideias foram essenciais para

a elaboração deste projeto.

A todos os professores que tive durante minha etapa acadêmica, desde o ciclo

básico até a universidade, pelos conhecimentos ensinados ao longo da minha vida.

Finalmente, gostaria de agradecer à Universidad Politécnica de Madrid e a

Universidade Federal do Rio de Janeiro por me permitir disfrutar desta maravilhosa

experiência e conhecer a cultura brasileira.

Minha gratidão a todos.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Automatização da definição da protensão usando diagramas de Magnel

Carlos González Ortega

Dezembro / 2017

Orientador: Ricardo Valeriano Alves

Curso: Engenharia Civil

Este trabalho apresenta um programa computacional elaborado para dimensionar uma

estrutura de concreto protendido aplicando os diagramas de Magnel. Este é um método

gráfico que permite obter as combinações de força de protensão e excentricidade,

considerando os diferentes estados limites correspondentes a uma seção transversal

de viga em concreto protendido. O método destaca-se por sua simplicidade e rapidez

de aplicação. Neste projeto, primeiramente, faz-se uma introdução sobre os

fundamentos do concreto protendido e do método proposto pelo engenheiro Gustave

Magnel. Para demostrar a eficiência do programa, são apresentados dois exemplos.

Após o dimensionamento dos exemplos, investiga-se a influência de diversos

parâmetros que interferem na forma dos diagramas. Nesta análise paramétrica, são

consideradas as propriedades da seção, o vão da viga e a resistência do concreto. Por

último, são apresentadas as conclusões, possíveis usos viáveis para o método e

sugestões para trabalhos futuros.

Palavras-chave: Diagramas de Magnel, Concreto Protendido, Pontes, Programa

Octave.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI / UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Automatic design of prestressed concrete structures using Magnel’s diagrams

Carlos González Ortega

December / 2017

Advisor: Ricardo Valeriano Alves

Course: Civil Engineering

This project presents the elaboration of an Octave’s program which allows the sizing of

a prestressed concrete structure using the Magnel’s diagrams. This is a graphical

method used to obtain the combinations prestressed force and eccentricity, that fulfill

the different limit states corresponding to a prestressed concrete section. The method

stands out for its simplicity and speed of application. About the project, it begins

making an introduction about the basis of prestressed concrete, in order to get a better

understanding of the operation of the program and the method invented by the

engineer Gustave Magnel. To verify the efficiency of the program, two examples are

presented. After the sizing of these examples, a parametric analysis is done to prove

how the different situations affect the shape of the Magnel’s diagram. In this chapter,

we considered section properties, span of the beam and concrete strength. Finally, are

presented the conclusions, possible viable uses for the method and suggestions for

future work.

Key-words: Magnel’s diagrams, Prestressed Concrete, Bridges, Octave program.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 2

2. PROTENSÃO ............................................................................................... 4

2.1. História do concreto protendido ............................................................. 4

2.2. Fundamentos do concreto protendido ................................................... 8

2.2.1. Tipos de protensão .......................................................................... 9

2.2.2. Formas de traçado dos cabos ....................................................... 13

2.2.3. Perdas de força de protensão ....................................................... 14

2.2.4. Níveis de protensão ....................................................................... 15

2.2.5. Combinação de ações e estados limite ......................................... 16

2.2.6. Vantagens e desvantagens do concreto protendido ..................... 17

2.3. Comportamento estrutural ................................................................... 18

2.4. Gustave Magnel .................................................................................. 22

3. DIAGRAMAS DE MAGNEL ........................................................................ 25

4. AUTOMATIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DA PROTENSÃO ............................. 31

4.1. Hipótese do programa ......................................................................... 31

4.2. Entrada de dados do programa ........................................................... 32

4.3. Resultados ........................................................................................... 35

4.4. Fluxograma do programa .................................................................... 43

5. DETERMINAÇÃO DE TRAÇADO DAS VIGAS-EXEMPLO ....................... 46

5.1. Apresentação dos casos de estudo .................................................... 46

5.1.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável.

46

5.1.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas. Traçado reto. .............................. 47

5.2. Diagramas de Magnel ......................................................................... 49

5.2.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável.

49

5.2.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas. Traçado reto. .............................. 57

5.3. Verificação de estados limite ............................................................... 62

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5.3.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável.

62

5.3.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas ...................................................... 66

6. ANÁLISE PARAMÉTRICA .......................................................................... 68

6.1. Parâmetros da seção .......................................................................... 68

6.2. Parâmetros da viga ............................................................................. 70

6.3. Parâmetros dos materiais .................................................................... 73

7. CONCLUSÕES ........................................................................................... 76

7.1. Validade do programa na prática ........................................................ 76

7.2. Sugestões para trabalhos futuros ........................................................ 77

7.2.1. Vigas hiperestáticas ....................................................................... 77

8. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 79

8.1. Referências bibliográficas ................................................................... 79

8.2. Referências de ilustrações .................................................................. 79

ANEXO. CÓDIGO DO PROGRAMA DESENVOLVIDO.

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1. INTRODUÇÃO O concreto é o material mais utilizado na construção civil no mundo inteiro. Este

material está composto por uma mistura de água, cimento e agregados, que tem sido

usada desde a época dos romanos. Sendo um material tão antigo, foi amplamente

desenvolvido até a atualidade. Entre estas novas variedades de concreto resultantes do

desenvolvimento do material, está o concreto protendido.

Esta técnica de execução, na qual a armadura embutida nos elementos de

concreto sofre um pré-alongamento, foi criada pelo engenheiro Eugène Freyssinet. O

objetivo da técnica é gerar um sistema auto equilibrado de esforços, ou seja, tração no

aço e compressão no concreto. Outro importante pesquisador do concreto protendido

foi o engenheiro belga Gustave Magnel que propôs uma técnica para o cálculo do

traçado de cabos de protensão, denominado diagramas de Magnel.

Assim, uma das motivações para a elaboração deste trabalho é aumentar o

reconhecimento dado ao trabalho de Gustave Magnel. Já que a maioria do mérito do

desenvolvimento do concreto protendido foi para Freyssinet. Além disso, o trabalho

também visa reativar o uso de métodos gráficos para o pré-dimensionamento.

Atualmente, a maioria destes processos são feitos usando métodos analíticos, tendo

esquecido o uso de métodos gráficos, os quais têm um grande número de vantagens.

O concreto protendido é um material de construção de alta qualidade que deve

respeitar requisitos rigorosos para sua execução. Esse talvez seja o motivo da

protensão não ser tão usada nas edificações. Observa-se, portanto, que a principal

aplicação do concreto protendido tem sido na construção de pontes.

Para alcançar esse objetivo, foi desenvolvido um programa em Octave, visando

orientar o traçado dos cabos de uma viga de concreto protendido e a força de protensão.

O Octave é um software livre usado para a solução de problemas numéricos, também

compatível com MATLAB. São apresentados dois exemplos de vigas simplesmente

apoiadas.

Finalmente, é realizada uma análise paramétrica visando compreender a relação

entre a forma dos diagramas de Magnel e os diferentes parâmetros do problema.

Além do Octave, também é empregado o GEOGEBRA, que é um aplicativo de

matemática dinâmica que combina conceitos de geometria e álgebra. Neste projeto, é

usado para representar as desigualdades em um gráfico e aumentar a precisão na

escolha da excentricidade.

Este trabalho foi dividido em oito capítulos com os seguintes conteúdos:

No capítulo 2, faz-se um breve sumário da história e dos fundamentos do

concreto protendido. Também, contém uma pequena biografia de Gustave Magnel.

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O capítulo 3 trata dos conceitos teóricos do método dos diagramas de Magnel.

O capítulo 4 apresenta uma explicação geral do programa desenvolvido,

incluindo as hipóteses utilizadas, a entrada de dados e os resultados obtidos. Além

disso, se inclui um fluxograma explicativo.

No capítulo 5 são encontrados os dois exemplos executados para verificar a

eficácia do programa.

O capítulo 6 trata da análise paramétrica feita para comprovar a influência de

alguns parâmetros sobre a forma dos diagramas de Magnel.

O capítulo 7 apresenta as conclusões extraídas da elaboração do projeto,

incluindo algumas sugestões para trabalhos futuros.

Por último, no capítulo 8 são encontradas as referências bibliográficas.

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2. PROTENSÃO O concreto protendido é a tecnologia de construção de elementos estruturais de

concreto que são submetidos intencionalmente a um esforço de compressão prévio ao

estado em serviço.

Primeiramente, apresenta-se um breve sumário da história do concreto

protendido, visando situar o contexto da sua criação. Após este sumário, são tratados

os fundamentos e o comportamento estrutural do material. Por fim, é abordada, de

maneira mais específica, a história do engenheiro Gustave Magnel e os diagramas de

Magnel.

2.1. História do concreto protendido A história do concreto começa com os romanos. Eles foram os primeiros a usar

uma espécie de concreto para assentar seus tijolos cerâmicos maciços. O primeiro uso

do concreto é muito antigo, porém, durante a Idade Média seu uso foi esquecido na

Europa devido à ruralização. Este material começou a ser desenvolvido de novo apenas

no século XIX.

A Figura 2-1 ilustra duas amostras de concreto pertencentes a diferentes épocas,

pode-se perceber que são muito parecidas apesar da diferença de aproximadamente

1800 anos entre elas.

Figura 2-1. Comparação concreto século I (esquerda) - século XIX (direita). Fonte: [1]

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O século XIX foi a época de maior desenvolvimento do concreto. No ano de 1824,

Joseph Aspdin e James Parker patentearam o cimento Portland, feito com a queima

conjunta de pedras calcárias e argila. Esta foi a base do cimento moderno, cujo protótipo

foi criado pelo inventor Isaac Johnson no ano de 1854. Como componente fundamental

do concreto, este avanço tecnológico sobre o cimento teve um impacto direto sobre o

desenvolvimento do concreto.

No meio do século XIX, chegou a época do concreto armado. O concreto suporta

bem esforços de compressão, mas não resiste bem com outros tipos de solicitações

(tração, torsão, flexão e cortante). Assim, tentando resolver este problema, foi incluída

uma armadura metálica no processo, obtendo como resultado a invenção do concreto

armado. A primeira patente deste sistema apareceu no ano de 1854, seguida por outra

no ano de 1860, que pertenceu a Joseph Monier. Porém, o primeiro sistema aceitável

foi criado por François Hennebique no ano de 1892.

A Figura 2-2 ilustra o primeiro prédio construído em concreto armado seguindo o

método de Hennebique.

Figura 2-2. Prédio construído por François Hennebique. Fonte: [2]

Finalmente, no século XX, teve início o auge do concreto na construção civil.

Esse boom ocorreu devido às inúmeras melhorias na qualidade e na produção do

material. Em particular, podem-se destacar novos métodos de transporte de concreto e

produção homogênea de cimento, ou tipos novos de concreto, tal como o concreto com

fibras.

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Naquele século foram construídas pontes com vãos de grande comprimento e

edifícios arranha-céus cujo principal material era o concreto.

A Figura 2-3 mostra dois exemplos construídos usando concreto no século XX.

As Torres Petronas à esquerda, e a Ponte do Risorgimento à direita.

Figura 2-3. Torres Petronas (esquerda). Ponte do Risorgimento (direita). Fonte: [3] [4]

Ainda no século XX, no ano de 1920, o engenheiro francês Eugène Freyssinet

registrou a patente definitiva do concreto protendido. Embora tenha sido ele o primeiro

a agrupar os conceitos de concreto e protensão, houve outros importantes avanços

anteriores relacionados ao concreto protendido.

Em 1888, o engenheiro P. H. Jackson registrou a primeira patente de construção

protendida em um pavimento de concreto. O problema foi que a tecnologia de aço de

alta resistência e baixa relaxação ainda não estava disponível. Alguns anos mais tarde,

Freyssinet revisou esta ideia. Finalmente, ele decidiu usar este aço de alta qualidade

que já tinha sido desenvolvido, consolidando o conceito do concreto protendido.

Eugene Freyssinet foi um brilhante engenheiro que se destacou por utilizar

soluções muito audazes em suas obras, por exemplo, as usadas nos Hangares de Orly

(1923), ou na ponte de Plougastel (1930). Porém, em nosso contexto do concreto

protendido, o foco está em outra construção que emprega este tipo de material e dá

uma ideia sobre seu uso potencial, a ponte de Luzancy.

A ponte de Luzancy, ilustrada na Figura 2-4, é uma ponte sobre o rio Marne com

um vão de 55 metros e uma largura de 8 metros. No que se refere ao sistema estrutural

da ponte, é do tipo pórtico, e foi feito com 3 vigas caixão paralelas, pré-moldadas e pré-

tensionadas. Esta solução inovadora permitiu que fosse atingida uma esbeltez ainda

não vista na época: 1,27 metros no centro da viga para um vão de 55 metros.

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A Figura 2-5 ilustra a semiseção longitudinal da ponte de Luzancy, onde é

possível observar um esquema do sistema de protensão utilizado na ponte.

Outro dos grandes pioneiros do concreto protendido, além de Freyssinet, foi

Gustave Magnel. Ele foi o homólogo de Freyssinet na Bélgica, e foi o primeiro a escrever

um livro sobre projetos em concreto protendido, Le Béton Précontraint.

Nos dias de hoje, o concreto protendido é muito usado em pontes, principalmente

as de grande porte e nas quais são utilizados métodos especiais como balanço

sucessivo ou empurradas. Além disso, o concreto protendido continua sendo usado em

arranha-céus, câmaras de reatores nucleares e núcleos centrais de prédios com

proteção contra explosões e terremotos.

Um importante exemplo de uso de concreto protendido no Rio de Janeiro, é a

ponte Rio-Niterói, ilustrada na Figura 2-6. Atualmente, esta é a ponte mais extensa de

concreto protendido do hemisfério sul e a sexta do mundo. A ponte tem um comprimento

total de 13,2 quilômetros e seu vão central tem 300 metros, feito em viga metálica.

Figura 2-5. Semiseção longitudinal da ponte de Luzancy. Fonte: [5]

Figura 2-4. Ponte de Luzancy. Fonte: [5]

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Figura 2-6. Ponte Rio-Niterói. Fonte: [6]

2.2. Fundamentos do concreto protendido Um dos pontos fracos do concreto é a resistência à tração, esta resistência é

cerca de 10 vezes inferior à resistência à compressão. Desta forma, faz-se necessária

uma solução para o concreto poder suportar os esforços de tração. A solução é o

concreto protendido, esta técnica baseia-se na imposição de esforços prévios de

compressão para tentar eliminar as tensões de tração.

A protensão é aplicada tensionando-se cabos de aço de protensão, denominados

cordoalhas, caracterizados por elevada tensão de ruptura e baixa relaxação. As

cordoalhas mais usuais são compostas por sete fios, sendo seis na forma de hélice em

torno do fio central retilíneo, conforme ilustrado na Figura 2-7.

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Figura 2-7. Cordoalha de 7 fios.

2.2.1. Tipos de protensão A protensão das cordoalhas pode ser aplicada antes ou após a concretagem da

viga, sendo, então, denominada pré-tensão ou pós-tensão.

Na pré-tensão, cordoalhas são mantidas alongadas no interior da fôrma da viga

antes de sua concretagem. Após a cura do concreto, as ancoragens extremas são

descravadas e a protensão se implanta por aderência. As vantagens deste método

residem no fato de proteger o aço da corrosão e permitir a transferência direta de tensão.

A Figura 2-8 mostra as etapas seguidas no processo de pré-tensão.

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Figura 2-8. Pré-tensão de vigas. Fonte: [7]

Habitualmente, a pré-tensão é usada em peças pré-fabricadas ou sobre uma

pista de protensão. Também, a cordoalha vai aderida diretamente ao concreto e pode

ter uma trajetória poligonal, graças ao uso de desviadores no interior da fôrma.

No caso de pós-tensão, o cabo pode estar aderido ou não ao concreto.

Na pós-tração aderente, ilustrada na Figura 2-9, as cordoalhas são agrupadas

em conjuntos, denominados “cabos de protensão”. Estes cabos seguem uma trajetória,

em geral sinuosa, no interior de bainhas metálicas que foram posicionadas antes da

concretagem. Após a cura do concreto, a protensão é aplicada às cordoalhas, e se

injetam as bainhas com nata sob pressão. Com este método, a força de protensão é

transmitida por atrito entre o cabo e o concreto.

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Figura 2-9. Pós-tensão aderente de vigas. Fonte: [7]

Na pós-tração não aderente são utilizadas, em geral, cordoalhas engraxadas em

bainha plástica de PEAD (polietileno de alta densidade). Sendo assim, a força de

protensão transmitida pelas ancoragens. Além disso, os cabos podem ser internos ou

externos.

Na pós-tração não aderente interna os cabos são posicionados junto das

armaduras, em geral em trajetória sinuosa.

A Figura 2-10 mostra as etapas do processo de pós-tração não aderente interna.

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Figura 2-10. Pós-tensão não aderente interna de vigas. Fonte: [7]

Na pós-tração não aderente externa, os cabos de protensão apresentam

trajetória retilínea ou poligona,l ao longo da face externa da viga.

Na Figura 2-11 é reproduzido o processo de pós-tração não aderente externa.

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Figura 2-11. Pós-tensão não aderente externa de vigas. Fonte: [7]

A pós-tensão não aderente pode ser aplicada como reforço de vigas de concreto

com protensão aderente aplicada, nas vigas metálicas ou mesmo nas vigas de madeira.

2.2.2. Formas de traçado dos cabos O traçado das cordoalhas pode ter diferentes formas dependendo do momento

da aplicação da protensão. As principais formas são as seguintes:

• Trajetória retilínea. Usado em vigas de concreto com pré-tensão aplicada.

Mostra-se um cabo com trajetória retilínea na Figura 2-12.

Figura 2-12. Traçado retilíneo. Fonte: [8]

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• Trajetória poligonal ou parabólica. Usado em vigas de concreto protendido

com pós-tensão aplicada. Usam-se desviadores para dar forma aos cabos.

Na Figura 2-13 são representadas as diferentes formas que pode ter um cabo

cujo traçado é variável.

Figura 2-13. Traçado poligonal e parabólico. Fonte: [8]

2.2.3. Perdas de força de protensão Dependendo do método de protensão utilizado, produzem-se diferentes tipos de

perdas de força de protensão.

No caso das perdas presentes na pós-tensão, podem ser de dois tipos: perdas

imediatas e perdas progressivas. As perdas imediatas acontecem no mesmo momento

em que é aplicada a força de protensão e são as seguintes:

• Atrito cabo/bainha: este detrimento acontece devido às curvaturas

intencionais ou às imperfeições geométricas dos cabos de protensão.

• Encunhamento das cordoalhas: também conhecido como recuo de

ancoragens, depende do dispositivo utilizado para aplicar a protensão.

• Deformação elástica do concreto: produzida devido à protensão sucessiva

de cada um dos cabos. Esta protensão sucessiva provoca uma deformação

do concreto e, por consequência, um afrouxamento dos cabos já

protendidos.

No que se refere às perdas progressivas, estas acontecem ao longo da vida da

peça. As causas das perdas progressivas são as seguintes:

• Retração do concreto;

• Fluência do concreto;

• Relaxação do aço de protensão.

Finalmente, nas perdas referentes à pré-tensão, igualmente que no caso anterior,

existem dois tipos de perdas: as perdas imediatas e as perdas progressivas. As perdas

imediatas na pré-tensão são as seguintes:

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• Cravação das cunhas: depende do dispositivo usado no processo de

protensão e do comprimento da pista de protensão.

• Deformação elástica do concreto: depois de cortar as cordoalhas, a protensão

é transmitida por aderência. Isto produz uma deformação no concreto e, por

consequência, uma variação nas tensões de protensão, pois as cordoalhas

acompanham o concreto.

As perdas progressivas na pré-tensão têm o mesmo valor que na pós-tensão.

No cálculo de perdas de protensão, é preciso usar diferentes equações e

métodos para cada uma delas. Não sendo este o foco central do projeto, quando o

cálculo for necessário, o processo vai ser simplificado, e uma força de protensão média

será adotada para toda a viga.

Para aproximar esta força de protensão média, adota-se para cada tipo de perda um

valor que depende do método de protensão utilizado. Este valor aproximado é uma

porcentagem da força de protensão aplicada inicialmente.

O quadro 2-1 apresenta os valores aproximados das perdas adotadas neste

trabalho. Estes valores são apenas para a avaliação da tensão de protensão para efeito

de pré-dimensionamento.

Quadro 2-1. Perdas aproximadas de protensão.

Pré-tração Pós-tração Pi

P0 (t=0) -5% -10%

P∞ (t=∞) -15% -15%

2.2.4. Níveis de protensão Conforme à NBR 6118/14, as estruturas de concreto protendido são classificadas

em três níveis que dependem do grau de protensão aplicado no elemento estrutural.

Esses níveis estão relacionados com o grau de fissuração admitido na estrutura, quando

submetida a solicitações. Os níveis de protensão especificados na normativa são os

seguintes:

• Protensão completa: ocorre quando o nível da força aplicada não

permite o desenvolvimento de trações por flexão, exceto em eventos

raros. Este nível é utilizado em elementos que precisam de

estanqueidade, sendo praticamente nula a fissuração do concreto;

• Protensão limitada: admite tensões de tração por flexão da estrutura,

desde que não ultrapassem um valor admissível para as combinações

totais em serviço;

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16

• Protensão parcial: o elemento presenta fissuras por flexão, com abertura

característica de 𝑤𝑤𝑘𝑘 = 0,2𝑚𝑚𝑚𝑚 nas combinações frequentes.

2.2.5. Combinação de ações e estados limite Para o dimensionamento de obras de concreto são verificadas situações

extremas denominadas estados limite. No caso do concreto armado, aplica-se o

conceito de estado limite último, no qual se atinge o limite convencional de resistência

do concreto ou do aço, ou seja, no Estádio III. Porém, na prática do concreto protendido,

o dimensionamento é feito analisando as tensões no Estádio I, ficando a verificação do

ELU de ruptura como complementar.

No dimensionamento do concreto protendido, admite-se uma verificação

simplificada do ELU no qual só estão presentes: o peso próprio e a força de protensão

no ato de aplicação. Devido ao fato de ser um estado limite simplificado, é possível

calcular as tensões no Estádio I. Este estado limite delimita a força máxima de protensão

que é possível aplicar.

Em seguida, devem ser feitas as comprovações referentes aos estados limite de

serviço. Os estados a serem verificados são os seguintes:

• E.L.S. de abertura de fissuras (ELS-W): é possível estimar as dimensões das

aberturas de fissuras através de expressões que consideram a tensão nas

armaduras tracionadas e a sua área de envolvimento. O ELS-W é tipicamente

uma verificação associada ao concreto armado, sendo aplicado no concreto

protendido apenas no nível 1 (protensão parcial);

• E.L.S. de formação de fissuras (ELS-F): limita a tensão de tração no nível teórico

de formação das fissuras;

• E.L.S. de descompressão (ELS-D): deve-se garantir que não haja ocorrência de

tração nas seções transversais de cálculo. A NBR permite que este limite seja

substituído pelo estado último de descompressão parcial (ELS-DP) que permite

trações no concreto, mas a uma distância maior que 50 mm da cordoalha mais

próxima;

• E.L.S. de compressão excessiva (ELS-CE): no estado limite de compressão

excessiva as tensões atingem o “limite convencional estabelecido”. Na nova

norma NBR-6118 não está definido claramente o limite exato, mas, recomenda-

se um valor entre o 40% e o 60 % do fck. Assim, neste projeto se adota um valor

do 60 % do fck.

Cada estado limite de serviço tem sua própria combinação de ações dependendo

dos níveis de protensão. Esta combinação permite calcular as solicitações para a

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verificação do dimensionamento da estrutura. As combinações utilizadas neste projeto

são as seguintes:

Combinação quase permanente em serviço:

𝑆𝑆𝑑𝑑,𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = �𝑆𝑆𝑔𝑔𝑔𝑔,𝑘𝑘

𝑚𝑚

𝑔𝑔=1

+ �𝛹𝛹2𝑗𝑗 ∗ 𝑆𝑆𝑞𝑞𝑗𝑗,𝑘𝑘 𝑛𝑛

𝑗𝑗=1

(2.1)

Combinação frequente em serviço:

𝑆𝑆𝑑𝑑,𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = �𝑆𝑆𝑔𝑔𝑔𝑔,𝑘𝑘

𝑚𝑚

𝑔𝑔=1

+ 𝛹𝛹1 ∗ 𝑆𝑆𝑞𝑞1,𝑘𝑘 + �𝛹𝛹2𝑗𝑗 ∗ 𝑆𝑆𝑞𝑞𝑗𝑗,𝑘𝑘

𝑛𝑛

𝑗𝑗=2

(2.2)

Combinação rara em serviço:

𝑆𝑆𝑑𝑑,𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = �𝑆𝑆𝑔𝑔𝑔𝑔,𝑘𝑘

𝑚𝑚

𝑔𝑔=1

+ 𝑆𝑆𝑞𝑞1,𝑘𝑘 + �𝛹𝛹1𝑗𝑗 ∗ 𝑆𝑆𝑞𝑞𝑗𝑗,𝑘𝑘 (2.3)𝑛𝑛

𝑗𝑗=1

O Quadro 2-2 mostra as combinações correspondentes aos diferentes níveis de

protensão dependendo do estado limite a ser verificado.

Quadro 2-2. Relação estados limite - combinações. Fonte: [13]

Devido ao fato de que a protensão parcial permite a abertura de fissuras no

concreto, optou-se por não considerar este nível no presente projeto, já que uma das

grandes vantagens do concreto protendido é justamente inibir a abertura de fissuras,

aumentando a durabilidade das peças.

2.2.6. Vantagens e desvantagens do concreto protendido Embora o concreto protendido seja um material muito utilizado e com muitas

vantagens na construção civil, também existem inconvenientes como a seguir descritos.

Algumas das vantagens são:

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• Melhor aproveitamento do material, já que é necessária uma quantidade

menor de concreto, produzindo estruturas mais esbeltas e com menor peso;

• Maior durabilidade da estrutura devido ao fato de que a fissuração não existe

ou é muito baixa;

• Quando usado em vãos de grande comprimento aumenta a relação

resistência/peso próprio;

• Usa-se uma baixa taxa de aço, especialmente para armadura passiva;

• Obtêm-se menores deformações e flechas em estruturas sob flexão;

• Maior resistência a cargas cíclicas;

• Maior estanqueidade.

Algumas desvantagens são:

• Técnica menos usada que a do concreto armado, especialmente na

edificação;

• Requer concreto de alta qualidade. Requisitos estritos de produção,

colocação e compactação;

• Requer aço de alta qualidade, 2 ou 3 vezes mais caro que o habitual;

• Precisa de um planejamento cuidadoso, especialmente nas etapas de

transporte e montagem;

• Pior comportamento da estrutura no caso de incêndios;

• Requer o uso de equipamento caro e especializado para ancoragens e

uniões.

2.3. Comportamento estrutural A análise estrutural das estruturas protendidas visa determinar os esforços

provocados pelo efeito da protensão, para, assim, depois estudar o comportamento

global da estrutura. Desta forma, é possível verificar se a estrutura cumpre os estados

limite indicados pela normativa.

A Figura 2-14 ilustra um exemplo de seção longitudinal submetida a protensão.

Mostra-se um esquema do traçado do cabo, e das forças e tensões produzidas.

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Para o cálculo das tensões atuantes na estrutura é necessário conhecer os

seguintes parâmetros:

• Parâmetros da estrutura (geometria das seções transversais, módulos de

elasticidade e conexões);

• Traçado dos cabos de protensão (abcissas, ordenadas e declividades);

• Forças de protensão aplicadas.

A protensão em umaa seção está definida pela força de protensão (P),

excentricidade (e) e inclinação do cabo (α). Para definir esses parâmetros, é preciso

conhecer o conceito de tensão normal em seção de concreto protendido.

A Figura 2-15 ilustra as tensões normais em uma seção de concreto afetada por

uma força de protensão de valor P. A força está aplicada com uma excentricidade e,

consequentemente, esta produz um momento fletor de valor P∙e.

Considerando as tensões isostáticas no concreto, pode-se definir o intervalo de

excentricidades que não despertam trações, independentemente do valor da força de

protensão. Este intervalo, ilustrado na Figura 2-16, é conhecido como núcleo central. Os

valores extremos do intervalo são [ei, es].

Figura 2-15. Tensões em seção de concreto. Fonte: [9]

Figura 2-14. Esquema de viga de concreto protendido. Fonte: [8]

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Figura 2-16. Intervalo de excentricidades sem tração. Fonte: [9]

Após definir a força de protensão e a excentricidade na seção, é possível verificar

se cumprem os estados limite. Para considerar o efeito da protensão pode-se utilizar,

nos casos de traçado parabólico, a carga equivalente simplificada:

𝑞𝑞 = 8𝑃𝑃𝑃𝑃𝐿𝐿2

(2.4)

Onde:

P: Força de protensão (em kN)

f: Flecha da parábola do traçado (em m)

L: Comprimento do vão da viga (em)

A Figura 2-17 apresenta um esquema gráfico das diferentes variáveis presentes

no cálculo da carga equivalente mencionada anteriormente.

Com as cargas equivalentes de protensão, é possível desenhar os diagramas de

momentos fletores da estrutura. A forma típica dos diagramas, dependendo da força de

protensão aplicada, é ilustrada na Figura 2-20.

Figura 2-17. Esquema método cargas equivalentes de protensão.

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Figura 2-18. Diagramas de momento fletores. Fonte: [10]

No caso, a viga I, não sofre a aplicação de nenhuma força de protensão. A viga

II sofre a aplicação de uma força C, mas no centro de gravidade, não resultando em

momento fletor. Já nas vigas III e IV, estão aplicadas uma pré-tensão e uma pós-tensão,

respectivamente.

No caso das tensões normais, podem ser descritas conforme apresentado na

Figura 2-19.

Figura 2-19. Diagramas de tensões. Fonte: [10]

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2.4. Gustave Magnel Engenheiro civil nascido na Bélgica, em 1889, formou-se na Universidade de

Ghent, Bélgica. Passou os anos da Primeira Guerra Mundial (1914-1919) trabalhando

em Londres, onde se dedicou ao projeto e construção de concreto armado.

Gustave Magnel foi um dos pioneiros do concreto protendido, mesmo que não

seja tão reconhecido internacionalmente como Eugene Freyssinet.

Na Figura 2-20 é apresentado um retrato do engenheiro Gustave Magnel.

No ano de 1922 ele foi designado professor de concreto armado na Universidade

de Ghent. Depois muita persistência, conseguiu um laboratório para seu departamento,

onde pôde prosseguir com suas investigações. Finalmente, no ano de 1927, foi

nomeado diretor do laboratório e do departamento.

Apesar disso, apenas em 1940 entrou pela primeira vez em contato com a ideia

de concreto protendido de Eugene Freyssinet. Isto aconteceu durante a ocupação alemã

da Bélgica na Segunda Guerra Mundial. Nesta época Magnel vivia isolado, sem poder

se comunicar com pesquisadores de outros países. Por esse motivo, ele não pôde obter

o sistema de aplicação da protensão no concreto de Freyssinet, e, deste modo, acabou

desenvolvendo o seu próprio, o sistema Magnel-Blaton.

Também nos anos 40, começou a introdução do diagrama original de Magnel

para a escolha da força de protensão e posição do cabo. No princípio, só aplicável para

vigas de seção homogênea de concreto protendido. Porém, depois foi criada uma

aproximação para transformar a área de seções variáveis.

Figura 2-20.Gustave Magnel (1889-1955). Fonte: [11]

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Com o final da Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de reconstrução

em toda a Europa. Magnel era, na Europa, um dos poucos especialistas em concreto

armado e conhecedor do concreto protendido. Nessa época, os Estados Unidos

começaram a ter uma grande importância mundial, e o inglês começou a ser a língua

mais utilizado no mundo. Magnel, fluente em inglês, começou a ser reconhecido

internacionalmente.

No ano de 1948, Magnel escreveu seu décimo livro, Le Béton Précontraint. Este

livro foi o primeiro referente ao concreto protendido. Nele, Magnel começa analisando

as deficiências do concreto armado como material de construção, para, assim, justificar

a necessidade do uso da protensão como solução. Finalmente, analisa os diferentes

métodos de protensão, incluindo pré-tensão e pós-tensão.

A sua obra mais importante, foi Walnut Lane Memorial Bridge, ilustrada na Figura

2-21. Esta foi a primeira ponte de concreto protendido projetada e construída nos

Estados Unidos. Sua construção teve um grande impacto devido à redução substancial

do gasto previsto para a obra, uma economia de aproximadamente US$ 700.000.

Os trabalhos de construção começaram em 1949 e a ponte foi finalmente aberta

ao público em 1951. A superestrutura da ponte contava com 13 vigas de concreto

protendido, cada uma delas com um comprimento de 49 metros. O método usado foi a

pós-tensão.

Figura 2-21.Walnut Lane Memorial Bridge. Fonte: [12]

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Devido a falhas presentes nas vigas da superestrutura, a ponte foi substituída

em 1989. Devido à sua importância histórica essa decisão foi muito polêmica, sendo a

ponte substituída por uma estrutura semelhante, também em concreto protendido.

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3. DIAGRAMAS DE MAGNEL Para o dimensionamento de elementos em concreto protendido, Gustave Magnel

propôs uma técnica de definição da força de protensão e das excentricidades dos cabos

em cada seção de cálculo de acordo as prescrições normativas. Esta é a técnica dos

diagramas de Magnel, um método gráfico e fácil de entender.

Para compreensão dos diagramas propostos por Magnel, é fundamental ter

conhecimento do conceito de tensões normais em viga sob flexão. As tensões normais

em uma seção submetida exclusivamente a flexão simples assumem uma distribuição

linear conforme ilustrado na Figura 3-1.

Figura 3-1. Tensões normais sob flexão simples. Fonte: [9]

Sendo ys e yi as ordenadas nas fibras extremas superior e inferior com relação

ao centroide da seção, e Ws e Wi os respectivos módulos resistentes superior e inferior.

De acordo com a Figura 3-1, as tensões de tração são assumidas como

negativas e as de compressão como positivas.

Porém, em um caso geral, a protensão é definida pela força de protensão (P),

excentricidade de cabo (e) e sua inclinação com o eixo longitudinal (α). Por causa da

impossibilidade de considerar a inclinação do cabo nos diagramas de Magnel, adotamos

a hipótese de cabo horizontal. Consequentemente, assumindo uma distribuição de

tensões conforme ilustrado na Figura 3-2.

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Figura 3-2. Tensões em seção afetada por (P,e). Fonte: [9]

Logo, considerando unicamente as tensões normais devidas da força de

protensão, pode-se definir um intervalo de excentricidades que não apresentam tração,

independentemente do valor da força de protensão, conforme ilustrado na Figura 3-3.

Este intervalo é chamado núcleo central e as excentricidades que o conformam são [ei,

es].

Figura 3-3. Intervalo de excentricidade sem trações.

As equações (3.1) e (3.2) descrevem o cálculo analítico das excentricidades

extremas que formam o núcleo central. Para o cálculo destes valores, faz-se que as

tensões normais nas fibras inferior e superior sejam zero.

𝜎𝜎𝑔𝑔 =𝑃𝑃𝐴𝐴

+𝑃𝑃 ∙ 𝑒𝑒𝑠𝑠𝑊𝑊𝑔𝑔

= 0 → 𝑒𝑒𝑠𝑠 = −𝑊𝑊𝑔𝑔

𝐴𝐴 (3.1)

𝜎𝜎𝑠𝑠 =𝑃𝑃𝐴𝐴

+𝑃𝑃 ∙ 𝑒𝑒𝑔𝑔𝑊𝑊𝑠𝑠

= 0 → 𝑒𝑒𝑔𝑔 = −𝑊𝑊𝑠𝑠

𝐴𝐴 (3.2)

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Calculadas as tensões normais atuantes na seção, é necessário verificar se

cumprem os estados limite, ou seja, comparar estas tensões atuantes com as seguintes

tensões limite:

• Tensão normal limite (máxima) no concreto comprimido: 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐

• Tensão normal limite (mínima) no concreto tracionado: 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐

Estes valores de tensão limite são definidos em função do estado limite a ser

verificado.

Em seguida, considerando a superposição de uma protensão definida pelo par

(P,e), e um momento fletor solicitante (M), têm-se os seguintes limites de tensão a serem

verificados nas fibras inferior e superior:

Fibras superiores: 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ≤ 𝑃𝑃𝐴𝐴

+ (𝑀𝑀+𝑃𝑃∙𝑒𝑒)𝑊𝑊𝑠𝑠

≤ 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 (3.3)

Fibras inferiores: 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ≤ 𝑃𝑃𝐴𝐴

+ (𝑀𝑀+𝑃𝑃∙𝑒𝑒)𝑊𝑊𝑖𝑖

≤ 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 (3.4)

Adotando as seguintes variáveis:

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ∙ 𝑊𝑊𝑠𝑠 = 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 (3.5)

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ∙ 𝑊𝑊𝑔𝑔 = 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 (3.6)

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ∙ 𝑊𝑊𝑠𝑠 = 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 (3.7)

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 ∙ 𝑊𝑊𝑔𝑔 = 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 (3.8)

Onde:

𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 ∶ 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑙𝑙í𝑚𝑚𝑚𝑚𝑀𝑀𝑒𝑒 𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑐𝑐ã𝑀𝑀 𝑀𝑀𝑎𝑎 𝑃𝑃𝑚𝑚𝑓𝑓𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑠𝑠𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀𝑐𝑐

𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 ∶ 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑙𝑙í𝑚𝑚𝑚𝑚𝑀𝑀𝑒𝑒 𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑐𝑐ã𝑀𝑀 𝑀𝑀𝑎𝑎 𝑃𝑃𝑚𝑚𝑓𝑓𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑚𝑚𝑀𝑀𝑃𝑃𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀𝑐𝑐

𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 ∶ 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑙𝑙í𝑚𝑚𝑚𝑚𝑀𝑀𝑒𝑒 𝑎𝑎 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑎𝑎çã𝑀𝑀 𝑀𝑀𝑎𝑎 𝑃𝑃𝑚𝑚𝑓𝑓𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑠𝑠𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀𝑐𝑐

𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 ∶ 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑚𝑚𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑙𝑙í𝑚𝑚𝑚𝑚𝑀𝑀𝑒𝑒 𝑎𝑎 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑎𝑎çã𝑀𝑀 𝑀𝑀𝑎𝑎 𝑃𝑃𝑚𝑚𝑓𝑓𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑚𝑚𝑀𝑀𝑃𝑃𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀𝑐𝑐

Podem-se reescrever as verificações de tensões expressas em (3.3) e (3.4)

como:

Fibras superiores: 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 ≤ 𝑃𝑃(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) + 𝑀𝑀 ≤ 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 (3.9)

Fibras inferiores: 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 ≤ 𝑃𝑃(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) + 𝑀𝑀 ≤ 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 (3.10)

Trabalhando com inequações, deve-se examinar a positividade das parcelas (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) e (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) para se expressar a força de protensão (P) em relação à

excentricidade (e).

Fibras superiores: 𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) > 0 → (𝑀𝑀𝑡𝑡𝑠𝑠−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑖𝑖)

≤ 𝑃𝑃 ≤ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑖𝑖)

(3.11)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) < 0 → (𝑀𝑀𝑡𝑡𝑠𝑠−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑖𝑖)

≥ 𝑃𝑃 ≥ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠−𝑀𝑀) (𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑖𝑖)

(3.12)

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Fibras inferiores: 𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) > 0 → (𝑀𝑀𝑡𝑡𝑖𝑖−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑠𝑠)

≥ 𝑃𝑃 ≥ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑖𝑖−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑠𝑠)

(3.13)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) < 0 → (𝑀𝑀𝑡𝑡𝑖𝑖−𝑀𝑀)(𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑠𝑠)

≤ 𝑃𝑃 ≤ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑖𝑖−𝑀𝑀) (𝑒𝑒−𝑒𝑒𝑠𝑠)

(3.14)

Porém, em um caso geral de protensão, têm-se momentos fletores máximos

(Mmax) e mínimos (Mmin). Os momentos mínimos se produzem durante o ato da

protensão, quando só atua o peso próprio. E, no caso dos momentos máximos, se

produzem quando a viga está em serviço e atuam todas as cargas.

Fibras superiores

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) ≤ 𝑃𝑃 ≤

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(3.15)

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) ≤ 𝑃𝑃 ≤

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(3.16)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) ≥ 𝑃𝑃 ≥

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(3.17)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔) ≥ 𝑃𝑃 ≥

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(3.18)

Fibras inferiores

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) ≥ 𝑃𝑃 ≥ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) (3.19)

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) ≥ 𝑃𝑃 ≥ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) (3.20)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) ≤ 𝑃𝑃 ≤ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) (3.21)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) ≤ 𝑃𝑃 ≤ (𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛)

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠) (3.22)

Em seguida, é possível representar estas 8 desigualdades em um gráfico que

relaciona a força de protensão e a excentricidade. Após, escolhendo os 4 limites mais

restritivos, se forma a região solução ilustrada no exemplo da Figura 3-4. Nesta região

solução, as combinações de força de protensão e excentricidade cumprem os estados

limite que precisam ser verificados segundo a normativa brasileira.

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Figura 3-4. Exemplo gráfico de representação das desigualdades.

Pode-se perceber que os limites têm forma de hipérboles, e trabalhar com

hipérboles pode ser complicado e pouco intuitivo. Visando resolver este problema, o

engenheiro Gustave Magnel propôs trabalhar com a função inversa da força de

protensão (1/P). Assim, a forma das desigualdades corresponde a funções lineares.

Fibras superiores

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) ≤1𝑃𝑃≤

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) (3.23)

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) ≤1𝑃𝑃≤

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) (3.24)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) ≥1𝑃𝑃≥

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) (3.25)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑔𝑔 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) ≥1𝑃𝑃≥

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑔𝑔)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) (3.26)

Fibras inferiores

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) ≥1𝑃𝑃≥

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) (3.27)

𝑒𝑒 > 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) ≥1𝑃𝑃≥

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) (3.28)

𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) ≤1𝑃𝑃≤

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) (3.29)

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𝑒𝑒 < 𝑒𝑒𝑠𝑠 → (𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) ≤1𝑃𝑃≤

(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑔𝑔 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑔𝑔𝑛𝑛) (3.30)

Escolhendo os limites mais restritivos das expressões (3.23) à (3.30), define-se

a região que delimita as soluções possíveis do par (P,e), conforme ilustrado na Figura

3-5.

Figura 3-5. Diagrama de Magnel.

Conhecida essa região final, pode-se fixar um valor de P que deve estar o mais

próximo possível ao limite superior da região (no ponto de força mínima de protensão

que é possível aplicar), mas adotando uma margem de segurança. A partir deste valor

de força, é possível definir a excentricidade de cada uma das seções, e estas

excentricidades orientarão o traçado final a escolher pelo projetista.

A principal vantagem desse método é a simplicidade e a rapidez de aplicação.

Além disso, é um método gráfico que permite uma clara compreensão do processo de

dimensionamento. Entretanto, é necessário um diagrama para cada ponto crítico da

viga, dando lugar a um processo longo e mecânico.

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4. AUTOMATIZAÇÃO DA DEFINIÇÃO DA PROTENSÃO 4.1. Hipóteses do programa O programa visa orientar a definição do traçado dos cabos de protensão para

uma viga simplesmente apoiada com diferentes tipos de seções transversais. Nesta

primeira versão do programa, os tipos de seção transversal admitidos são:

- Vigas pré-tensionadas e pré-moldadas com mesa colaborante.

- Superestrutura esbelta pré-tensionada.

- Superestrutura esbelta pós-tensionada.

As hipóteses adotadas para elaborar o programa são:

• Inclinação dos cabos

Devido a impossibilidade de desenhar os diagramas em relação a três variáveis

(força de protensão, excentricidade e inclinação do cabo), adota-se para o

desenvolvimento do programa o cabo de protensão como horizontal (α=0º).

• Perdas de protensão

Embora o cálculo das perdas de protensão seja possível, estas são aproximadas

a uma porcentagem da força de protensão inicialmente aplicada para simplificar o

processo. Os valores considerados são apresentados no Quadro 4-1. Quadro 4-1. Porcentagens (aproximados) de perdas de protensão.

Pré-tração Pós-tração P inicial

P0 (t=0) -5% -10%

P∞ (t=∞) -15% -15%

• Força de protensão média

Devido às perdas de protensão, a força de protensão tende a se reduzir nas

seções distantes das ancoragens. Porém, neste trabalho considera-se um cabo médio

com uma força de protensão média ao longo de todo o comprimento da viga.

• Cargas atuantes

Considera-se que as ações que atuam sobre a estrutura são:

- Peso próprio: calculado automaticamente pelo programa. Atua em todo o

comprimento da viga;

- Sobrecarga permanente: corresponde ao peso do pavimento, guarda-rodas e

guarda-corpos. Também atua em todo o comprimento da viga;

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- Carga móvel: constituída por uma carga uniforme que atua em todo o

comprimento da viga e 3 cargas concentradas onde produzam o momento máximo na

seção crítica (meio do vão). O cálculo do coeficiente de impacto é feito automaticamente

pelo programa adotando um número de faixas igual a 2;

- Protensão: adota três valores dependendo das perdas de protensão: força

inicial (Pi), força no momento da protensão (P0) e força em serviço (P∞). Após o desenho

dos diagramas, o programa solicita o valor da força de protensão com a viga em serviço.

• Tipo de concreto

Deve-se considerar concreto com 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 ≥ 30 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎.

Para o cálculo da resistência à tração, a seguinte expressão é utilizada:

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑘𝑘 = 0,3 (𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘)2 3� (𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎) (4.1)

4.2. Entrada de dados do programa O programa começa solicitando o valor do comprimento do vão da viga em

metros. Um esquema de uma viga genérica simplesmente apoiada é ilustrado na Figura

4-1.

Figura 4-1. Esquema da seção longitudinal.

Define-se a seção transversal da viga para que sejam calculadas as seguintes

características geométricas: área (m2), inercia (m4), e as distâncias das fibras extremas

ao centroide da seção (m). No caso de seção tipo vigas pré-moldadas, os mesmos

parâmetros devem ser definidos para a seção viga + mesa colaborante, conforme

ilustrado na Figura 4-2.

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Figura 4-2. Parâmetros vigas pré-moldadas com mesa colaborante.

Em seguida, o programa solicita a resistência característica do concreto a

compressão em Mpa e calcula o fct.

O Figura 4-3 ilustra a tela de entrada de dados do programa.

Figura 4-3. Entrada da resistência característica à compressão.

Também é necessário introduzir o tipo de cimento usado e a idade do concreto

no ato da protensão. Estes parâmetros serão utilizados na verificação do estado limite

último simplificado.

Na etapa seguinte, deve-se introduzir os valores sobrecarga permanente e

acidental, a segunda delas caracterizada pela carga móvel com o coeficiente de

impacto. O peso próprio da viga e da laje são calculados automaticamente.

Na Figura 4-4 é apresentada a imagem do monitor, em tempo de execução do

programa, à entrada de dados da carga móvel.

Figura 4-4. Quadro com os parâmetros da carga móvel.

Em seguida, o programa calcula os momentos fletores solicitantes nas seções

de estudo da viga. São cinco seções equidistantes entre si, dentre elas o ponto crítico

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de momento fletor máximo no centro da viga e mais quatro, conforme ilustrado na Figura

4-5.

Figura 4-5. Seções estudadas da estrutura.

A próximo etapa do processo é definir o tipo da estrutura. Cada tipo tem

atribuídos coeficientes de redução, que serão usados no cálculo de momentos

solicitantes para a verificação dos estados limite em serviço. Os tipos de obra segundo

a normativa brasileira são os seguintes:

• Passarela

• Ponte rodoviária

• Ponte ferroviária especializada

• Ponte ferroviária não especializada

Os respectivos coeficientes de redução para cada um dos tipos são mostrados

no Quadro 4-2. Quadro 4-2. Coeficientes de redução para os ELS. Fonte: [13]

Por último, é preciso definir o nível de protensão. Para definir este nível de

protensão, é necessário conhecer dois elementos: a agressividade ambiental à qual está

exposta a estrutura, e o método de protensão usado (pré-tração / pós-tração). Após

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determinar este nível de protensão, são definidas as combinações necessárias para as

verificações através da observação do Quadro 4-3 a seguir:

Quadro 4-3.Estados limite - nível de protensão - combinações. Fonte: [13]

Após introduzir todos os parâmetros, o programa calcula automaticamente todas

as variáveis necessárias para o desenho dos diagramas de Magnel, conforme às

expressões (3.23) à (3.30) apresentadas anteriormente. Assim, o programa pode

desenhar automaticamente os diagramas de Magnel para cada seção de estudo com

suas combinações de ações correspondentes.

4.3. Resultados Dependendo do tipo de seção transversal, os diagramas são desenhados em

relação a diferentes variáveis.

No caso de superestrutura esbelta, os diagramas são desenhados em função da

força de protensão e da excentricidade. A Figura 4-6 apresenta os 2 diagramas da seção

número 2, correspondentes à uma superestrutura tipo esbelta. No gráfico, foi destacada

a região solução de possíveis combinações de força de protensão e excentricidade.

Figura 4-6. Diagramas de Magnel na seção número 2.

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No caso de vigas pré-moldadas com mesa colaborante, no desenho dos

diagramas de Magnel interferem duas seções: a seção viga (em t = 0) e a seção viga +

laje (em t = ∞). Cada uma das seções têm o centroide em uma posição, então, para

homogeneizar as duas seções no diagrama, faz-se necessário o desenho em função da

altura relativa ao fundo da viga ao invés da excentricidade, conforme ilustrado na Figura

4-7.

Figura 4-7.Transformação excentricidade - altura.

Na Figura 4-8 é representado um exemplo de desenho de diagrama de Magnel

para uma seção de vigas pré-tensionadas com mesa colaborante. Observa-se que o

gráfico é desenhado em relação à altura em relação ao fundo da viga.

Figura 4-8. Diagrama de Magnel na seção de vigas com mesa colaborante

Para se obter maior precisão na escolha de excentricidade e força de protensão,

as inequações foram representadas com auxílio do programa GEOGEBRA. O próprio

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programa de Octave fornece as expressões que podem ser copiadas diretamente para

o GEOGEBRA.

A Figura 4-9 ilustra a tela mostrada no programa desenvolvido que apresenta as

expressões que serão copiadas para o GEOGEBRA.

Figura 4-9. Equações para introduzir no GEOGEBRA.

Após introduzir as inequações no GEOGEBRA, desenha-se a região de

combinações força de protensão – excentricidade permitidas ilustrada na Figura 4-10.

Para desenhar esta região solução, é preciso utilizar a ferramenta Polígonos do

GEOGEBRA. Assim, escolhem-se os pontos manualmente que formam a região entre

as 4 desigualdades mais restritivas, formando-se um polígono ao qual podemos dar um

estilo raiado para facilitar sua visualização.

Figura 4-10. Região permitida na combinação quase permanente.

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Após repetir o processo para a outra combinação, é possível superpor as duas

regiões obtidas para formar a região final do ponto apresentada na Figura 4-11. Assim,

obtém-se esta região solução que cumpre todos os estados limite. Precisa-se repetir

este processo para todos os pontos da viga. No caso de vigas pré-moldadas, o processo

a seguir é exatamente o mesmo exceto que o programa trabalha com a altura ao invés

da excentricidade. Porém, quando seja preciso fazer o cálculo de tensões, o programa

transformará automaticamente esta altura em excentricidade.

Figura 4-11. Região final com as duas combinações (quase permanente + frequente) superpostas.

Em seguida, fixa-se um valor da força de protensão (P). Para escolher este valor,

observa-se as regiões finais dos pontos obtidas na etapa anterior. Para atingir uma

solução o mais económica possível, escolhe-se um valor próximo à mínima força de

protensão a aplicar (o ponto mais acima da área solução), mas sempre mantendo uma

margem de segurança. Este valor de P é a força de protensão em tempo infinito, ou

seja, considerando tanto perdas instantâneas quanto diferidas.

Com o valor da força de protensão escolhido, é possível introduzir manualmente

o intervalo de excentricidades permitidas em cada uma das seções. Para facilitar este

processo, o programa desenha automaticamente uma reta correspondente ao valor da

força de protensão escolhida, ilustrada na parte esquerda da Figura 4-12. Porém, para

obter uma maior precisão, faz-se necessário usar o GEOGEBRA, e desenhar uma linha

com o valor da força de protensão escolhido como é mostrado na parte direita da Figura

4-12.

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Figura 4-12. Valor da excentricidade máxima e mínima no ponto 3.

Definidas as excentricidades máximas e mínimas em cada seção, o programa

representa este intervalo de excentricidades ao longo da viga, conforme ilustrado na

Figura 4-13.

Figura 4-13. Área da excentricidade permitida ao longo da viga.

Em seguida, o programa solicita o tipo de traçado dos cabos, reto ou variável.

Então, com o auxílio do gráfico anterior, é possível escolher um traçado final para os

cabos de protensão. O critério de escolha em um traçado parabólico é adotar no meio

do vão um valor próximo ao mínimo, e os demais valores são escolhidos para se

assemelhar o traçado do cabo a uma parábola. No caso de traçado retilíneo, a

excentricidade deve ser aquela que corresponda ao menor valor de força de protensão

possível.

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Após introduzir o traçado final, é desenhada uma aproximação do traçado final

ilustrada na Figura 4-14.

Figura 4-14. Aproximação do traçado final do cabo.

Nesta Figura 4-14, é mostrado o traçado indicado pelo programa a partir do qual

o projetista conclui a forma suavizada ilustrada na Figura 4-15. O traçado proposto pelo

programa é assim uma orientação para o projetista.

Figura 4-15. Traçado real dos cabos de protensão.

Com a excentricidade e a força de protensão definidas, é preciso comprovar que

o dimensionamento escolhido atende o estado limite último simplificado e os estados

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limite em serviço. Tanto o cálculo das tensões atuantes como a verificação dos estados

limite são feitos automaticamente pelo programa.

Primeiramente, o programa faz a verificação do estado limite último simplificado.

Devem-se cumprir os critérios de tração e compressão nas fibras inferior e superior:

- Critério de compressão: < 0,7 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗

Onde: 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗 = 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 ∙ 𝑒𝑒�𝑠𝑠�1−�28 𝑐𝑐� ��

(4.2)

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘:𝑅𝑅𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑐𝑐𝑀𝑀ê𝑀𝑀𝑐𝑐𝑚𝑚𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑎𝑎𝑐𝑐𝑎𝑎𝑐𝑐𝑀𝑀𝑒𝑒𝑐𝑐í𝑐𝑐𝑀𝑀𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀

𝑀𝑀: 𝐼𝐼𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑀𝑀𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀 (𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑑𝑑𝑚𝑚𝑎𝑎𝑐𝑐)

O Quadro 4-4 apresenta os diferentes valores que pode adotar o parâmetro s

dependendo do tipo de cimento usado no concreto.

- Critério de tração: > 1,2 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚,𝑗𝑗

Onde: 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚,𝑗𝑗 = 0,3(𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗)2 3� (4.3)

Consequentemente, podem ocorrer duas situações, que a comprovação seja

correta ou não. Quando não se verifica o estado limite, o programa fornece a força de

protensão máxima que pode ser escolhida, e, é necessário iniciar o programa de novo.

A Figura 4-16 apresenta a tela mostrada no programa quando não é verificado o

estado limite último simplificado.

Figura 4-16. Comprovação ELU simplificado.

No caso da verificação ser correta, o programa passa a verificar os Estados

Limites de serviço: compressão excessiva, descompressão e formação de fissuras.

Para fazer esta verificação, o programa comprova se são admissíveis as tensões

Quadro 4-4. Valor do parâmetro s.

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normais na seção crítica calculadas seguindo as combinações de ações que dependem

do nível de protensão e do estado limite a ser verificado.

O Quadro 4-5 apresenta as combinações a serem utilizadas para cada um dos

níveis de protensão e estados limites. Quadro 4-5. Estados limite - nível de protensão - combinações. Fonte: [13]

Verificados também os estados limite em serviço, conforme ilustrado na Figura

4-17, a seleção da força de protensão e da excentricidade pode ser admitida e, assim,

finaliza-se o processo de dimensionamento.

Figura 4-17. Comprovação final dos ELS.

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4.4. Fluxograma do programa A seguir é apresentado o fluxograma completo da sequência do programa

computacional desenvolvido.

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LEGENDA DO FLUXOGRAMA:

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5. DETERMINAÇÃO DE TRAÇADO DAS VIGAS-EXEMPLO Neste capítulo se apresentam dois exemplos realizados para verificar a eficácia

do programa e resolver os possíveis erros do programa.

5.1. Apresentação dos casos de estudo Para comprovar o correto funcionamento do programa, estudam-se dois casos

que apresentam uma viga simplesmente apoiada submetida às cargas habituais em

uma ponte rodoviária, mas cada caso tem uma seção transversal diferente.

O primeiro caso é de uma seção transversal tipo superestrutura esbelta com

traçado parabólico do cabo. No segundo caso, a seção transversal é em viga múltipla

pré-moldada e pré-tensionada, com traçado dos cabos retilíneo.

5.1.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável.

• Seção transversal

O primeiro caso corresponde a uma ponte rodoviária de 25 metros de vão e 11

metros de largura, conforme esquematizado na Figura 5-1.

Figura 5-1. Seção longitudinal da ponte rodoviária no caso número 1.

A seção maciça de concreto protendido é ilustrada na Figura 5-2.

Figura 5-2. Seção transversal do caso número 1.

• Cargas atuantes

As cargas presentes no caso de estudo são: o peso próprio da laje, sobrecarga

permanente, carga móvel e a protensão. Estas cargas têm os seguintes valores:

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𝑃𝑃𝑒𝑒𝑐𝑐𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑐𝑐ó𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑙𝑙𝑎𝑎𝑙𝑙𝑒𝑒 → 𝑤𝑤 = 5,7 𝑚𝑚2 ∙ 25𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚2 = 142,5

𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.1)

𝑆𝑆𝑀𝑀𝑓𝑓𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑎𝑎𝑐𝑐𝑆𝑆𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑎𝑎𝑀𝑀𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑒𝑒 → 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑃𝑃 = 30𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.2)

𝑆𝑆𝑎𝑎𝑐𝑐𝑆𝑆𝑎𝑎 𝑚𝑚ó𝑣𝑣𝑒𝑒𝑙𝑙 → 𝑆𝑆𝑀𝑀𝑐𝑐 = 60 𝑘𝑘𝑘𝑘; 𝑆𝑆𝑀𝑀𝑠𝑠 = 20𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.3)

Resta considerar a força de protensão que será introduzida após o desenho dos

diagramas de Magnel.

• Tipo de concreto

O concreto usado vai ter as seguintes resistências:

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 = 50 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = − 0,3 ∙ (50)2 3� = − 4,07 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.4)

Considera-se cimento CP-V com idade no ato da protensão fixada em 21 dias.

• Tipo de obra

A obra é uma ponte rodoviária.

• Classe de agressividade ambiental

A obra está em uma cidade perto do litoral, ou seja, localizada em um ambiente

marinho correspondente com uma classe de agressividade ambiental tipo III.

• Momento de aplicação da protensão

A força da protensão é aplicada após a concretagem, ou seja, é uma pós-tensão.

• Tipo de traçado do cabo

O cabo de protensão terá uma forma parabólica, ou seja, variável.

5.1.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas. Traçado reto.

• Seção transversal

O comprimento do vão da ponte rodoviária é 35 metros como esquematizado na

Figura 5-3. A seção transversal tem 12 metros de largura e são adotadas vigas

AASTHO. Para este vão de 35 metros, a normativa recomenda usar vigas tipo V.

Figura 5-3. Seção longitudinal da ponte rodoviária. Caso 2.

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Adota-se um espaçamento entre vigas de 2,6 metros, totalizando assim 5 vigas

para uma seção de largura 12 metros, conforme apresentado na Figura 5-4.

Figura 5-4. Seção transversal da ponte. Caso 2.

Porém, no dimensionamento considera-se unicamente a seção de uma viga

isolada. As seções transversais com as respectivas propriedades geométricas, para a

viga isolada e viga com laje, são apresentadas na Figura 5-5.

Figura 5-5. Seções estruturais de cálculo. Caso 2.

• Cargas atuantes

As cargas presentes no caso de estudo são os pesos próprios da viga e da laje,

sobrecarga permanente, carga móvel e a protensão. Estas cargas têm os seguintes

valores:

𝑃𝑃𝑒𝑒𝑐𝑐𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑐𝑐ó𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑆𝑆𝑎𝑎 → 𝑤𝑤1 = 0,6532 𝑚𝑚2 ∙ 25𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚2 = 16,33

𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.5)

𝑃𝑃𝑒𝑒𝑐𝑐𝑀𝑀 𝑐𝑐𝑐𝑐ó𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑙𝑙𝑎𝑎𝑙𝑙𝑒𝑒 → 𝑤𝑤2 = 0,48 𝑚𝑚2 ∙ 25𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚2 = 12

𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.6)

𝑆𝑆𝑀𝑀𝑓𝑓𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑎𝑎𝑐𝑐𝑆𝑆𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑎𝑎𝑀𝑀𝑒𝑒𝑀𝑀𝑀𝑀𝑒𝑒 → 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑃𝑃 = 10𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.7)

𝑆𝑆𝑎𝑎𝑐𝑐𝑆𝑆𝑎𝑎 𝑚𝑚ó𝑣𝑣𝑒𝑒𝑙𝑙 → 𝑆𝑆𝑀𝑀𝑐𝑐 = 60 𝑘𝑘𝑘𝑘; 𝑆𝑆𝑀𝑀𝑠𝑠 = 10𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚

(5.8)

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Resta considerar a força de protensão que será introduzida após o desenho dos

diagramas de Magnel.

No ato da protensão, só atuam o peso próprio da viga e a força de protensão

consideradas as perdas imediatas. Com a viga em serviço, atuam todas as cargas sobre

a seção de viga mais mesa colaborante.

• Tipo de concreto

O concreto empregado terá as seguintes resistências:

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 = 50 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎

𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,3 ∙ (50)2 3� = 4,07 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.9)

Assim como no caso 1, considera-se cimento CP-V com 21 dias de idade no ato

da protensão.

• Tipo de obra

A obra é uma ponte rodoviária.

• Classe de agressividade ambiental

Considera-se a obra situada em uma cidade perto do litoral, ou seja, localizada

em um ambiente marinho. Assim, a classe de agressividade ambiental é tipo III.

• Momento de aplicação da protensão

A força da protensão é aplicada antes da concretagem, ou seja, é uma pré-

tensão.

• Tipo de traçado do cabo

O cabo de protensão é reto, apresentando a mesma excentricidade ao longo de

todo o comprimento da viga.

5.2. Diagramas de Magnel

5.2.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável. Após a introdução dos dados, o programa desenha automaticamente os

diagramas de Magnel para as 5 seções de estudo e considerando também as

combinações de ações correspondentes. Estas combinações dependem do nível de

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protensão e do estado limite a verificar, conforme apresentado no Quadro 5-1. Neste

primeiro caso, é uma pós-tração e está localizada em um ambiente de agressividade

ambiental tipo III, sendo necessário verificar as combinações de ações apresentadas no

quadro a seguir:

Em seguida, o programa identifica automaticamente as combinações a serem

verificadas e logo após desenha os diagramas de cada uma das seções de estudo da

viga.

As Figuras 5-6 a 5-10 apresentam os diagramas desenhados pelo programa

desenvolvido. Também tem sido destacada a região solução de combinações força de

protensão – excentricidade.

Figura 5-6. Diagrama de Magnel. Caso 1. Ponto 1.

Quadro 5-1. Combinações necessárias. Caso 1. Fonte: [13]

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Figura 5-7. Diagrama de Magnel. Caso 1. Ponto 2.

Figura 5-8. Diagrama de Magnel. Caso 1. Ponto 3.

Figura 5-9. Diagrama de Magnel. Caso 1. Ponto 4.

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Figura 5-10. Diagrama de Magnel. Caso 1. Ponto 5.

Pode-se perceber nas figuras anteriores que não se obteve uma precisão

considerada adequada. Visando obter gráficos com melhor precisão, empregou-se o

programa GEOGEBRA citado anteriormente.

Primeiramente, são exportadas as inequações correspondentes à combinação

quase permanente do ponto número 1 para o GEOGEBRA. Depois, é desenhada

manualmente a região permitida ilustrada na Figura 5-11, seguindo o processo

explicado anteriormente no capítulo 4.3.

Figura 5-11. Região final. Combinação quase permanente. Caso 1. Ponto 1.

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Repete-se o processo com a outra combinação da seção número 1, a

combinação frequente, sendo obtida a região solução ilustrada na Figura 5-12.

Figura 5-12. Região final. Combinação frequente. Caso 1. Ponto 1.

Em seguida, são superpostas as duas áreas desenhadas anteriormente,

obtendo uma região, ilustrada na Figura 5-13, que cumpre todos os estados limite em

serviço.

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Figura 5-13. Região solução. Caso 1. Ponto 1.

Após a obtenção da região final da seção 1, são calculadas as regiões finais das

demais seções seguindo o mesmo processo. Devido ao fato da viga ser simétrica, os

diagramas de Magnel dos pontos 4 e 5 são os mesmos que os dos pontos 2 e 1, então,

só é preciso repetir o processo mais duas vezes.

A Figura 5-14 apresenta as regiões finais desenhadas manualmente no

GEOGEBRA dos pontos 2 e 3.

Observando todas as regiões finais obtidas, é possível fixar um valor para 1/P.

Neste caso, é escolhido o valor a seguir:

Figura 5-14. Região final. Ponto 2 (esquerda). Ponto 3 (direita). Caso 1

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1𝑃𝑃𝑔𝑔𝑛𝑛𝑖𝑖

= 0.000035 → 𝑃𝑃𝑔𝑔𝑛𝑛𝑖𝑖 = 28.571 𝑘𝑘𝑘𝑘 (5.10)

Após fixar o valor de P, é possível definir o intervalo de excentricidades

permitidas para cada uma das seções. Para obter estas excentricidades, desenha-se

no GEOGEBRA uma reta com o valor da força de protensão escolhido, e, observa-se

onde corta à região permitida. Após introduzir o intervalo de excentricidades, o programa

desenha um simples esquema da viga com o intervalo de excentricidades permitidas

ilustrado na Figura 5-15.

Figura 5-15. Gráfico excentricidades máximas - mínimas. Caso 1.

O Quadro 5-2 apresenta o valor numérico do intervalo de excentricidades

permitidas de cada seção estudada.

Quadro 5-2. Intervalo de excentricidades máximas e mínimas. Caso 1.

Com o auxílio do gráfico anterior, escolhe-se um traçado final para o cabo de

protensão ilustrado na Figura 5-16. Este traçado deve ser semelhante a uma parábola,

sendo a excentricidade na seção do meio do vão a máxima possível.

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Figura 5-16. Traçado final de cabo de protensão. Caso 1.

O Quadro 5-3 apresenta as excentricidades escolhidas para cada uma das

seções estudadas. Quadro 5-3. Excentricidade escolhida em cada seção. Caso 1.

Esse é o traçado indicado pelo programa. Porém, o projetista deve suavizar o

traçado para adotar uma forma parabólica, conforme ilustrado na Figura 5-17.

Figura 5-17. Traçado real proposto. Caso 1.

Posteriormente, com estes valores finais de excentricidade e força, são

verificados os estados limite último e em serviço.

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5.2.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas. Traçado reto. Da mesma forma que no caso anterior, após a introdução dos dados, o programa

desenha os 10 diagramas de Magnel, correspondentes às 5 seções estudadas e suas

combinações de ações.

Neste caso, o nível de protensão é do tipo 3 (Protensão completa). Então, devem-

se verificar as combinações de ações destacadas a seguir no Quadro 5-4. Quadro 5-4. Combinações necessárias. Caso 2. Fonte: [13]

Os diagramas do caso número 2 são desenhados em relação à altura da viga

com a origem no fundo da mesma, conforme foi explicado no capítulo 4.3.

A Figura 5-18 mostra a diferença entre os dois casos expostos. No primeiro caso,

o diagrama foi desenhado em função da excentricidade, e neste segundo caso, será

desenhado em função da altura da viga.

Figura 5-18. Transformação excentricidade - altura. Caso 2.

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Em seguida, o programa desenha os diagramas pertencentes às 5 seções

estudadas do caso número 2, conforme ilustrado nas Figuras 5-19 até 5-23.

Figura 5-19. Diagrama de Magnel. Caso 2. Ponto 1.

Figura 5-20. Diagrama de Magnel. Caso 2. Ponto 2.

Figura 5-21. Diagrama de Magnel. Caso 2. Ponto 3.

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Figura 5-22. Diagrama de Magnel. Caso 2. Ponto 4.

Figura 5-23. Diagrama de Magnel. Caso 2. Ponto 5.

Após o desenho dos diagramas feito pelo Octave, introduzem-se as inequações

fornecidas pelo programa no GEOGEBRA. Da mesma maneira que no caso anterior,

não desenhamos os pontos 4 e 5 devido à sua simetria com os pontos 1 e 2. Assim,

obtêm-se as regiões finais resultantes da superposição das duas regiões desenhadas

anteriormente, conforme ilustrado nas Figuras 5-24 e 5-25.

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Figura 5-24. Região solução. Caso 2. Ponto 1

Figura 5-25. Região solução. Caso 2. Ponto 2 (esquerda). Ponto (direita)..

Observando os gráficos anteriores, escolhe-se um valor de 1/P seguindo o

mesmo critério que no caso anterior. 1𝑃𝑃𝑔𝑔𝑛𝑛𝑖𝑖

= 0.00014 → 𝑃𝑃𝑔𝑔𝑛𝑛𝑖𝑖 = 7.143 𝑘𝑘𝑘𝑘 (5.11)

Na seguinte etapa, é necessário definir o intervalo de alturas permitidas para

cada seção ilustrado na Figura 5-26.

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Figura 5-26. Gráfico de altura máxima - mínima. Caso 2.

O Quadro 5-5 apresenta os valores numéricos exatos de altura permitida em

cada seção de estudo da viga. Quadro 5-5. Alturas permitidas. Caso 2.

Em seguida, escolhe-se o traçado final do cabo seguindo o critério exposto no

capítulo 4.3. Após introduzir este traçado, o programa transformará automaticamente a

altura escolhida em excentricidade para poder fazer a verificação dos estados limite.

A Figura 5-27 ilustra o traçado do cabo na seção viga isolada com a altura

transformada em excentricidade.

Figura 5-27. Traçado final do cabo. Seção viga. Caso 2.

O Quadro 5-6 apresenta os valores numéricos do traçado escolhido na seção

viga isolada, ou seja, no ato da protensão.

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Quadro 5-6. Traçado final na seção viga isolada. Caso 2.

A Figura 5-28 ilustra o traçado do cabo na seção viga + laje, também com a altura

transformada em excentricidade.

Figura 5-28. Traçado final cabo. Seção viga + laje. Caso 2.

O Quadro 5-7 apresenta os valores numéricos do traçado escolhido na seção

viga mais laje, ou seja, quando a viga está em serviço.

Quadro 5-7. Traçado final na seção viga + laje. Caso 2.

5.3. Verificação de estados limite Na próxima etapa, verifica-se se o dimensionamento da protensão cumpre o

estado limite último simplificado e os estados limite de serviço.

5.3.1. Caso 1: Superestrutura esbelta pós-tensionada. Traçado variável. Visando comprovar se o dimensionamento é correto, verifica-se se a viga cumpre

os estados limite na seção crítica. Para saber a posição desta seção crítica, o programa

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mostra os momentos fletores que afetam à estrutura no ato da protensão na viga, e

quando ela está em serviço, conforme ilustrado na Figura 5-29.

Figura 5-29. Momentos na viga em t=0 e t=inf. Caso 1.

Pode-se perceber que a seção de momento máximo está no centro da viga.

Devido ao fato de que o programa só trabalha com vigas simplesmente apoiadas, o

ponto crítico da viga sempre está no centro do vão da viga. Nessa seção crítica, deve-

se comprovar que as tensões produzidas são admissíveis respeito às tensões limite.

Primeiramente, comprova-se o estado limite último simplificado no momento de

aplicação da protensão. Neste momento só atuam o peso próprio e a força de protensão

considerando só as perdas instantâneas.

O Quadro 5-8 mostra os valores das tensões na seção crítica no momento do ato

da protensão.

Quadro 5-8. Tensões em t=0. Caso 1.

Estas tensões devem ser admissíveis em relação às tensões limite no concreto

comprimido e tracionado. Estas tensões limites dependem da resistência do concreto,

do tipo de cimento e da idade do cimento no momento da aplicação da protensão.

𝑅𝑅𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑐𝑐𝑀𝑀ê𝑀𝑀𝑐𝑐𝑚𝑚𝑎𝑎 à 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑐𝑐ã𝑀𝑀 𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑀𝑀0 → 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗 = 50 ∙ 𝑒𝑒�0,2 ∙ �1−�28 21� ��

= 48,48 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.12)

𝑅𝑅𝑒𝑒𝑐𝑐𝑚𝑚𝑐𝑐𝑀𝑀ê𝑀𝑀𝑐𝑐𝑚𝑚𝑎𝑎 à 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑎𝑎çã𝑀𝑀 𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑀𝑀0 → 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚,𝑗𝑗 = 0,3 ∙ (48,48)2 3� = − 3,99 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.13)

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Em seguida, as tensões atuantes no momento do ato da protensão são

comprovadas conforme aos critérios de compressão e tração.

𝑆𝑆𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀é𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑒𝑒 𝑐𝑐𝑀𝑀𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐𝑒𝑒𝑐𝑐𝑐𝑐ã𝑀𝑀 𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑀𝑀0 → 0,7𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘𝑗𝑗 = 33,94 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.14)

𝑆𝑆𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀é𝑐𝑐𝑚𝑚𝑀𝑀 𝑑𝑑𝑒𝑒 𝑀𝑀𝑐𝑐𝑎𝑎çã𝑀𝑀 𝑒𝑒𝑚𝑚 𝑀𝑀0 → 1,2 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚,𝑗𝑗 = −4,79 𝑀𝑀𝑃𝑃𝑎𝑎 (5.15)

O Quadro 5-9 apresenta a verificação de tensões no ato de protensão,

comparando as tensões da seção com as tensões limite do ELU simplificado.

Quadro 5-9. Comparação critérios - tensões em t=0. Caso 1.

No caso de estar tudo correto, o programa apresenta a tela conforme ilustrada

na Figura 5-30.

Figura 5-30. Confirmação da verificação do ELU simplificado. Caso 1.

Na etapa seguinte, faz-se a verificação dos estados limite em serviço. Nesta etapa,

atuam todas as cargas: peso próprio, sobrecarga permanente, carga móvel e protensão.

O programa calcula automaticamente as tensões da viga em serviço em relação às

combinações correspondentes ao nível de protensão aplicado. As tensões atuantes na

viga em serviço têm os valores mostrados no Quadro 5-10.

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Quadro 5-10. Tensões em t = inf. Caso 1.

Nesta etapa, comprova-se se as tensões cumprem os critérios de compressão e

tração dos estados limite da viga em serviço. É preciso verificar os 3 estados a seguir:

• Estado limite de compressão excessiva: < 60% 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑘𝑘 (5.16)

• Estado limite de descompressão: > 𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐,𝑖𝑖 = 𝑖𝑖𝑐𝑐𝑡𝑡0,7

= 0,3 (𝑖𝑖𝑐𝑐𝑐𝑐)23�

0,7 (5.17)

• Estado limite de formação de fissuras: > 0 𝑘𝑘𝑘𝑘𝑚𝑚2 (5.18)

Na Quadro 5-11 são comparadas as tensões com os critérios de compressão e

tração como citado anteriormente.

Quadro 5-11. Comparação critérios – tensões em t = inf. Caso 1.

Sendo as tensões admissíveis conforme às tensões limite, o programa mostra a

tela ilustrada na Figura 5-31.

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Figura 5-31. Confirmação da verificação dos ELS. Caso 1.

Consequentemente, a seleção de força de protensão e excentricidade é correta,

e, por fim, conclui o dimensionamento do traçado dos cabos de protensão.

5.3.2. Caso 2: Vigas pré-tensionadas Neste segundo caso, o processo a seguir é o mesmo que no caso anterior.

Primeiramente, visando conhecer a posição da seção crítica, o programa apresenta na

tela ilustrada na Figura 5-32, os momentos em cada uma das seções de estudo.

Figura 5-32. Momentos em t = 0 e t = inf. Caso 2.

Pode-se perceber que a seção crítica está no centro do vão da viga. Em seguida,

verifica-se o estado limite último simplificado no qual só atuam o peso próprio da viga

isolada e a protensão. Devido ao fato do tipo e da idade do cimento usados serem iguais

que no caso anterior, os critérios de compressão e tração são os mesmos.

Assim, verifica-se que as tensões atuantes são admissíveis em comparação com

as tensões limite, conforme apresentado no Quadro 5-12. Quadro 5-12. Comparação tensões - critérios ELU simplificado. Caso 2.

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Verificado o estado limite último simplificado, é preciso comprovar os estados

limite em serviço. Nesta etapa, atuam o peso próprio da viga e da laje, a sobrecarga

permanente, a carga móvel e a protensão. Os critérios de verificação são os mesmos

que no caso anterior, mas, devido ao fato de mudar o nível de protensão, variam as

combinações de ações a usar.

Após o cálculo das tensões atuantes e limite feito automaticamente pelo

programa, faz-se a verificação de estados limite da viga em serviço conforme

apresentado no Quadro 5-13.

Quadro 5-13. Comparação tensões - critérios ELS. Caso 2.

Sendo todas as tensões admissíveis nos estados em serviço a verificar, a

seleção de força de protensão e excentricidade é correta. Assim, conclui o processo de

dimensionamento dos cabos de protensão.

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6. ANÁLISE PARAMÉTRICA Após comprovar que o programa funciona corretamente, é possível analisar a

influência de alguns parâmetros sobre a forma dos diagramas de Magnel. Visando este

objetivo, foram escolhidos os seguintes parâmetros para a análise:

• Seção transversal;

• Vão da ponte;

• Resistência do concreto usada.

Após escolher os dados de cada um dos casos, analisa-se como varia a forma

dos diagramas enquanto mudamos o valor dos parâmetros anteriormente citados.

6.1. Parâmetros da seção O primeiro parâmetro a ser analisado é a seção transversal. Para fazer esta

análise, escolhe-se uma seção tipo retangular, na qual se varia sua altura e largura.

Após escolher os valores numéricos de cada um dos casos a estudar, desenham-se os

diagramas de Magnel no programa de Octave.

Considera-se como método de protensão a pós-tensão. Quanto ao tipo de obra,

é uma ponte rodoviária exposta a um ambiente de agressividade tipo III.

Visando estudar a influência na forma dos diagramas, analisam-se um total de 5

casos apresentados no Quadro 6-1. Quadro 6-1. Lista de casos de seções transversais.

Especificamente, os dados usados em cada um dos casos são apresentados nos

Quadros 6-2 a 6-6.

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Quadro 6-2. Análise de seção. Caso 1.

Quadro 6-3. Análise de seção. Caso 2.

Quadro 6-4. Análise de seção. Caso 3.

Quadro 6-5. Análise de seção. Caso 4.

Quadro 6-6. Análise de seção. Caso 5.

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Visando comparar as formas dos diagramas, escolhe-se uma seção da viga e

uma combinação de ações. Assim, seleciona-se o ponto central da viga e a combinação

quase permanente.

Primeiramente, usa-se o programa para se obter as inequações pertencentes

aos limites dos diagramas de Magnel. Após exportar estas inequações para o

GEOGEBRA, desenham-se os diagramas de cada caso em GEOGEBRA, obtendo o

gráfico ilustrado na Figura 6-1.

Figura 6-1. Influência da variação dos parâmetros das seções.

Pode-se perceber que existe uma relação entre as propriedades geométricas da

seção e o tamanho da região de combinações permitidas. Assim, quanto maior é a altura

da seção, maior é o tamanho da região de combinações permitidas. Porém, no caso de

um aumento da largura da seção, este aumento produz uma diminuição do tamanho da

região de combinações permitidas. A causa desta diminuição é que é maior o aumento

da carga do peso próprio do que o aumento da resistência a flexão da seção transversal.

6.2. Parâmetros da viga No segundo caso, estuda-se o comprimento do vão da viga. Os casos a serem

analisados são os apresentados no Quadro 6-7. Quadro 6-7. Lista de casos de vãos da viga

.

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A seção transversal utilizada em todos os casos de estudo é a ilustrada na

Figura 6-2.

Figura 6-2. Seção transversal - Análise vão.

O método de protensão considerado para todos os casos é a pós-tensão. Com

relação ao tipo de obra, é uma ponte rodoviária exposta a um ambiente de agressividade

ambiental tipo III.

Os dados usados em cada uma das situações são apresentados nos Quadros 6-

8 a 6-12.

Quadro 6-8. Análise de vão da viga. Caso 1.

Quadro 6-9. Análise de vão da viga. Caso 2.

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Quadro 6-10. Análise de vão da viga. Caso 3.

Quadro 6-11. Análise de vão da viga. Caso 4

Quadro 6-12. Análise de vão da viga. Caso 5.

Após introduzir e desenhar todos os casos no GEOGEBRA, obtém-se como

resultado a Figura 6-3.

Figura 6-3. Influência da variação do comprimento do vão.

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Devido ao fato do comprimento do vão da viga influir diretamente sobre a

magnitude dos momentos fletores, pode-se perceber a redução da região de

combinações permitidas enquanto aumenta o comprimento do vão da viga. Assim,

aumentando a força de protensão a aplicar e diminuindo o intervalo de excentricidades

permitidas.

6.3. Parâmetros dos materiais No último caso, analisa-se a influência da resistência a compressão do concreto

sobre a forma dos diagramas de Magnel. Estudam-se diferentes valores de resistência,

mas todos recomendáveis para seu uso no concreto protendido.

A seção transversal utilizada em todos os casos de estudo é a ilustrada na

Figura 6-4.

Figura 6-4. Seção transversal - Análise resistência.

O Quadro 6-13 apresenta a lista de casos escolhidos para a análise da influência

da resistência. Quadro 6-13. Lista de casos de análise da resistência.

Os dados de cada uma das situações a serem analisadas são apresentados nos

Quadros 6-14 a 6-17.

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Quadro 6-14. Análise da resistência do concreto. Caso 1.

Quadro 6-15. Análise da resistência do concreto. Caso 2.

Quadro 6-16. Análise da resistência do concreto. Caso 3.

Quadro 6-17.Análise da resistência do concreto. Caso 4.

Quadro 6-18.Análise da resistência do concreto. Caso 5.

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Após o desenho da região permitida de cada um dos casos anteriormente

citados, é apresentada a Figura 6-5 resultado da superposição das regiões dos 5 casos

estudados.

Figura 6-5. Influência da variação da resistência do concreto.

Pode-se perceber no gráfico que existe uma relação direta entre o valor da

resistência e o tamanho da área permitida, mas que a diferença no tamanho é pequena

em comparação com os parâmetros anteriormente estudados. O único elemento que

não varia é a força mínima de protensão, já que está determinada pelo estado limite de

descompressão no qual a tensão limite é 0 e não depende da resistência do concreto. 1𝑃𝑃

<(𝑒𝑒 − 𝑒𝑒𝑠𝑠)

(𝑀𝑀𝑐𝑐𝑠𝑠 − 𝑀𝑀𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚) (6.1)

Assim, a variação da resistência a compressão do concreto só influi no valor da

força de protensão máxima que é possível aplicar.

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7. CONCLUSÕES Ao longo desse trabalho buscou-se comprovar não só o correto funcionamento

do programa, mas também sua validade na prática.

O programa desenvolvido visa orientar o traçado dos cabos de protensão em

vigas simplesmente apoiadas. Após introduzir os parâmetros da seção, cargas atuantes

e características da obra, o programa desenha os diagramas de Magnel que são usados

na orientação do dimensionamento dos cabos de protensão.

Escolhido o traçado e a força final da protensão, o programa faz as verificações

dos estados limite usando as combinações de ações necessárias segundo o tipo de

obra. Assim, permite saber se a definição da protensão é correta ou se é preciso mudar

algum parâmetro.

Para se verificar a eficácia do programa, foram apresentados dois exemplos que

testaram as diferentes características do programa. As seções transversais destes

exemplos são apresentadas a seguir:

• Superestrutura esbelta pós-tensionada com traçado curvo;

• Vigas pré-tensionadas com mesa colaborante com traçado reto.

Devido ao fato dos exemplos terem diferentes tipos de seção e de trajetória do

cabo, foi possível confirmar o bom funcionamento do programa e, corrigir alguns erros

presentes.

Em seguida, foi realizada uma análise da influência de alguns parâmetros de

cálculo dos diagramas de Magnel. Estas foram os parâmetros da seção transversal, o

comprimento do vão da viga e a resistência do concreto. Essa análise permitiu observar

graficamente como afetavam à forma dos diagramas os parâmetros anteriormente

citados.

Por fim, são apresentadas algumas conclusões extraídas da realização desse

projeto nas próximas seções do presente capítulo.

7.1. Validade do programa na prática Para comprovar o correto funcionamento do programa, foram executados dois

exemplos de dimensionamento de pontes rodoviárias usando os diagramas de Magnel.

Após a realização destes exemplos, podemos concluir que este programa é uma

ferramenta muito útil para orientar ao projetista na definição da protensão. Este método

gráfico permite observar facilmente quais são as combinações possíveis de força de

protensão e excentricidade e, mesmo que o método dos diagramas de Magnel tenha

mais de 70 anos de idade, esta ferramenta automatizada ainda não existia.

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Além disso, neste projeto foi apresentada uma análise paramétrica feita usando

o programa desenvolvido. Devido ao fato de ser um método gráfico, permite observar

facilmente como a variação dos parâmetros afeta à forma dos diagramas de Magnel.

7.2. Sugestões para trabalhos futuros Atualmente, o programa desenvolvido neste projeto só permite o

dimensionamento de vigas simplesmente apoiadas, mas tem um grande potencial de

desenvolvimento. Algumas das sugestões para a melhora do programa são as

seguintes:

• Introdução do sistema de cálculo de vigas hiperestáticas, este assunto

será desenvolvido mais extensamente posteriormente;

• Melhora do sistema de seleção de limites no desenho dos diagramas de

Magnel;

• Análise paramétrico mais exaustivo, analisando mais variáveis com um

número de casos maior para entender melhor o processo de definição da

protensão;

• Aumento da precisão no desenho de diagramas, visando realizar o

processo inteiro usando o Octave, ou seja, suprimir o uso do GEOGEBRA

no processo;

• Inclusão de um sistema de otimização na escolha da força de protensão.

No caso de resolver as questões apresentadas na lista anterior, o programa

poderia ser uma ferramenta muito importante para a análise paramétrica e o

dimensionamento de estruturas de concreto protendido.

Uma das questões mais importantes e ao mesmo tempo trabalhosas da lista

anterior é o cálculo de vigas hiperestáticas.

7.2.1. Vigas hiperestáticas Visando o objetivo de dar ao programa a capacidade de calcular vigas

hiperestáticas, são apresentadas algumas das modificações necessárias para permitir

ao programa o cálculo deste tipo de vigas:

• Introduzir um quadro de decisão que permita ao usuário escolher o tipo

de viga a calcular, isostática ou hiperestática;

• Introduzir um sistema para a entrada de dados pertencentes a uma viga

hiperestática: comprimento dos vãos, tipo de apoios,...

• Escolha de número de pontos da viga a estudar dependendo das

características da viga;

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• Cálculo de momentos solicitantes em estruturas hiperestáticas;

• Consideração do momento hiperestático no cálculo;

• Detecção de seções críticas a estudar e verificação dos estados limite.

Com relação ao desenho dos diagramas, o sistema a usar seria o mesmo que

no programa da viga simplesmente apoiada.

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79

8. REFERÊNCIAS 8.1. Referências bibliográficas

• CAPRANI, COLLIN. “Civil Engineering Design (1). Prestressed concrete”.

2006/7.

• DINGES, TYSON. “The history of prestressed concrete: 1888 to 1963”.

M. Sc. Dissertation. University of Kansas, at Manhattan, Kansas. USA.

2009.

• EHSANI, MOHAMMAD R., RUSSEL BLEWITT, J. “Design Curves for

Tendon Profile in Prestressed Concrete Beams”. In: PCI JOURNAL, pp.

114-135. May-June 1986.

• TORROJA MIRET, EDUARDO. “El puente de Luzancy”. Revista de Obras

Públicas, 1947.

• VALERIANO, RICARDO. Apostila da disciplina Protendido, 2017.

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

8.2. Referências de ilustrações

[1] Hormigón. Em: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2017. [Online]

Disponível em:

<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Museo_del_Teatro_Romano_de_Caesaraug

usta_-

_Wiki_Takes_Caesaraugusta_16.jpg#/media/File:Museo_del_Teatro_Romano_de_Ca

esaraugusta_-_Wiki_Takes_Caesaraugusta_16.jpg> [Acesso em 16 de Outubro de

2017]

[2] Conservatoire National des Arts et Métiers, “Archives d´architecture du XXe siècle”.

[Online]. Disponível em:

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[5] TORROJA MIRET, EDUARDO. “El puente de Luzancy”. Revista de Obras Públicas,

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[13] VALERIANO, RICARDO. “Estados limite e combinações”. Apostila da disciplina

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[14] VALERIANO, RICARDO. “Viga protendido pré-tensionada”. Apostila da disciplina

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