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Avaliao da percepo de periodontistas, protesistas,
ortodontistas e leigos sobre parmetros periodontais
relacionados esttica do sorriso.
Natal - RN
2009
Alessandra Oliveira Barreto
Universidade Federal do Rio Grande do norte
Centro de Cincias da sade
Departamento de Odontologia
Programa de Ps-Graduao em Odontologia
rea de concentrao Periodontia e Prtese dentria
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Cincias da Sade
Departamento de Odontologia
Programa de Ps-Graduao em Odontologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Cincias da Sade
Departamento de Odontologia
Programa de Ps-Graduao em Odontologia
1
Avaliao da percepo de periodontistas, protesistas,
ortodontistas e leigos sobre parmetros periodontais
relacionados esttica do sorriso.
Dissertao apresentada ao programa de ps-
graduao em odontologia, rea de
concentrao em periodontia e prtese
dentria, da Faculdade de odontologia da
UFRN, como requisito parcial para obteno
do grau de mestre em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa
Natal - RN
2009
2
Catalogao na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia Prof Alberto Moreira Campos.
Barreto, Alessandra Oliveira.
Avaliao de Percepo de periodontistas, protesistas,
ortodontistas e leigos sobre parmetros periodontais
relacionados esttica do sorriso / Alessandra Oliveira Barreto. Natal, RN, 2009.
80 f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa.
Dissertao (Mestrado em Odontologia) Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. Centro de Cincias da Sade. Programa de Ps-Graduao em
Odontologia.
1. Periodontia Dissertao. 2. Esttica Dentria Dissertao. 3. Sorriso
Dissertao. 4. Percepo Dissertao. I. Barbosa, Gustavo Augusto Seabra. II.
Ttulo.
RN/UF/BSO Black D64
RN/UF/BSO Black D74
3
DEDICATRIA
A Deus
Por ter me orientado em todos os momentos, principalmente nos mais
difceis.
4
AGRADECIMENTOS
ESPECIAIS
Aos meus pais Gilvan e Fabola, por terem me apoiado em todas as minhas decises para
que eu pudesse alcanar meus objetivos.
Muito obrigada por hoje e por sempre.
Aos meus irmos Renato e Leonardo, pela compreenso, carinho e incentivo
Ao meu noivo Marcus, pelo amor, companheirismo, estmulo e compreenso.
Nada valeria a pena se no fosse por voc.
A toda a minha famlia, que sempre torceram por mim e comemoram comigo a cada
vitria.
Sem vocs, nada conseguiria. . .
Amo todos vocs!
5
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Gustavo Augusto Seabra Barbosa que soube orientar, advertir
e muitas vezes incentivar com dedicao e prudncia. Muito obrigada.
Ao professor Prof. Dr. ngelo Roncalli pela disponibilidade e ateno com que orientou e
contribuiu na anlise estatstica desse trabalho.
Ao professor Prof. Dr. Eduardo Gomes Seabra por ter aceitado participar da banca de
defesa, e pela sua dedicao e ensinamentos transmitidos. S tenho a agradecer pela
oportunidade de ter um professor que incentiva e torce pelo sucesso de seus alunos. Minha
admirao e respeito.
Ao professor Prof. Dr. Andr Ulisses por ter aceitado participar da banca de defesa, bom
ter o meu trabalho avaliado por um professor de grande competncia e tambm amigo.
Ao professor Dr. Flvio Seabra pela grande contribuio na banca de qualificao.
Ao professor Dr. Antnio Ricardo Calazans pela importante contribuio na banca de
qualificao
6
Aos colegas de Mestrado Ana Rafaela, Luana, Lidiane, Luciana, Eudivar, Pedro. Miguel,
Arcelino, Marina, Adriana, Lbia, Aldinha, Estela e Gergia, pelos momentos agradveis
e descontrados vivenciados em turma, superando juntos todas as dificuldades.
Aos professores do Mestrado em Odontologia Dra. Adriana, Dra. ngela, Dra ris, Dra
Elizabeth, Dr. Knio Lima, Dra. Socorro pelos ensinamentos e pela convivncia durante o
decorrer do curso.
Aos professores da Disciplina de Periodontia Dra. Juacema, Dr. Nazareno e Dr. Odilon
pelos ensinamentos durante as atividades clnicas.
Ao Dr. Alexandre Cmara a quem eu serei sempre grata por me ceder gentilmente
fotografia de sua paciente, para que pudesse utilizar nesta pesquisa.
Aos Amigos que apesar de nem sempre presentes, me trataram com carinho e ateno e
sempre torceram por mim, transmitindo uma energia positiva.
A secretria do Mestrado em Odontologia Sandra.
A bibliotecria Ceclia, sempre disponvel quando precisei.
Aos funcionrios da Biblioteca que sempre se mostraram prestativos e amigos.
Aos funcionrios da clnica C Incia e Rosrio.
7
RESUMO
O conceito da esttica facial tem sido cada vez mais difundido, sendo de interesse tanto
do pblico geral como dos cirurgies-dentistas. No entanto a difcil padronizao e alta
variabilidade dos parmetros esttico existentes na literatura resultam em uma enorme
diferena de opinies entre profissionais da rea e leigos. Deste modo, objetivo desta
pesquisa foi avaliar a percepo de periodontistas, protesistas, ortodontistas e leigos
sobre a esttica do sorriso. A amostra envolveu 30 periodontistas, 30 protesistas, 31
ortodontistas e 37 leigos. A coleta dos dados foi realizada atravs de entrevista indireta,
pelo site, no qual possua quinze fotografias para serem avaliadas pelos participantes.
Cada fotografia foi intencionalmente modificadas, com quatro incrementos de 1mm
para cada alterao, no programa Adobe Photoshop CS2 verso 9.0, acrescentando-se
quatro alteraes estticas: exposio gengival, a recesso gengival, ausncia de papila
e contorno gengival. E os resultados demonstraram que a perda de papila, quando
alterada em 2mm comprometimento na esttica do sorriso para os periodontistas, em
3mm para os ortodontistas e leigos e 4mm para os protesistas. E as alteraes na
recesso gengival, comprometeram a esttica do sorriso a partir de 2mm de acordo com
os periodontistas e protesistas e 4mm para os ortodontistas e leigos. Ao final da
pesquisa foi possvel concluir que a percepo dos periodontistas, protesistas,
ortodontistas e leigos so diferentes em relao esttica do sorriso, e que dentre as
alteraes avaliadas na pesquisa a papila e a recesso comprometeram a esttica do
sorriso.
Palavras chave: Percepo esttica Sorriso Periodontia.
8
Abstratc
The concept of facial esthetics has been increasingly diffused, being of interest to both the
general public and the surgeon-dentists. However the difficult standardization and high
variability in parameters aesthetic existing in the literature result in a huge difference of
opinions between professionals and layperson. In this way, objective of this research was to
evaluate the perception of periodontistas, protesistas, orthodontists and layperson about
aesthetics smile. The sample included 30 periodontistas, 30 protesistas, 31 orthodontists and
37 layperson. The data collection was performed through an interview indirect, by the site,
which had fifteen photos to be assessed by the participants. Each photograph was
intentionally modified, with four increments 1mm for each amendment, in the program Adobe
Photoshop CS2 version 9.0, adding-four aesthetic alterations: exposure gingival, recession
gingival, absence of papilla and contour gingival. The smile for periodontistas, 3mm for
orthodontists and laity and 4mm for protesistas. And changes in recession gingival, have
undertaken the aesthetics of smiling from 2mm in accordance with the periodontistas and
protesistas and 4mm for orthodontists and lay people. The end of the research was possible to
conclude that the perception of periodontistas, protesistas, orthodontists and layperson are
different in relation to aesthetics smile, and that among the changes in the research evaluated
the papilla and recession have undertaken the aesthetics of smile.
Key Words: Perception aesthetics Smile Periodontics.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Fotografia padro representada pelo Diagrama de Referncias Dentais (DRED). Nata/RN,
2009. 45
Figura 2. Fotografia padro. Natal/RN, 2009. ....................................................................... 45
Figura 3a. Mostra o aumento gradual da exposio gengival realizado atravs da elevao do lbio
superior, com aumento de 1mm. Natal/RN, 2009 ................................................................... 46
Figura 3b. Mostra o aumento gradual da exposio gengival realizado atravs da elevao do lbio
superior, com aumento de 2mm. Natal/RN, 2009. .................................................................. 46
Figura 3c. Mostra o aumento gradual da exposio gengival realizado atravs da elevao do lbio
superior, com aumento de 3mm. Natal/RN, 2009. .................................................................. 47
Figura 3d. Mostra o aumento gradual da exposio gengival realizado atravs da elevao do lbio
superior, com aumento de 4mm. Natal/RN, 2009. .................................................................. 47
Figura 4a. Mostra a alterao gradual da recesso gengival atravs da elevao do periodonto no
elemento 22 em 1mm. Natal/RN, 2009... ................................................................................ 47
Figura 4b. Mostra a alterao gradual da recesso gengival atravs da elevao do periodonto no
elemento 22 em 2mm. Natal/RN, 2009. .................................................................................. 47
10
Figura 4c. Mostra a alterao gradual da recesso gengival atravs da elevao do periodonto no
elemento 22 em 3mm. Natal/RN, 2009. .................................................................................. 47
Figura 4d. Mostra a alterao gradual da recesso gengival atravs da elevao do periodonto no
elemento 22 em 4mm. Natal/RN, 2009. .................................................................................. 47
Figura 5a. Mostra a alterao na papila entre os elementos 21 e 22, com reduo da papila de 1mm.
Natal/RN, 2009 ........................................................................................................................ 47
Figura 5b. Mostra a alterao na papila entre os elementos 21 e 22, com reduo da papila de 2mm.
Natal/RN, 2009 ........................................................................................................................ 47
Figura 5c. Mostra a alterao na papila entre os elementos 21 e 22, com reduo da papila de 3mm.
Natal/RN, 2009 ........................................................................................................................ 48
Figura 5d. Mostra a alterao na papila entre os elementos 21 e 22, com reduo da papila de 4mm.
Natal/RN, 2009. ....................................................................................................................... 48
Figura 6a. Mostra a alterao na linha esttica gengival dos elementos 11, 12, 13 e 21, 22, 23 para
classe II, no qual o colo do incisivo lateral est acima 2mm da linha (virtual) que une o contorno
dos incisivos centrais aos caninos. Natal/RN, 2009. ............................................................... 48
Figura 6b Mostra a alterao na linha esttica gengival dos elementos 11, 12, 13 e 21, 22, 23 para
classe III, no qual o colo dos incisivos centrais, laterais e dos caninos esto alinhados, ou seja,
foram mantidos na mesma altura. Natal/RN, 2009. ................................................................ 48
Figura 7. Escores padronizados para a papila segundo o tipo de avaliador pesquisado. Natal/RN.
2009. Amostra total = 128 indivduos. .................................................................................... 54
11
Figura 8. Escores padronizados para a recesso gengival segundo o tipo de avaliador pesquisado.
Natal/RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos .................................................................... 55
Figura 9. Escores padronizados para a recesso gengival segundo o tipo de avaliador pesquisado.
Natal/RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos. ................................................................... 55
Figura 10. Escores padronizados para a exposio gengival segundo o tipo de avaliador
pesquisado. Natal/RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos ................................................ 56
Figura 11. Escores padronizados para a fotografia padro segundo o tipo de avaliador pesquisado.
Natal/RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos .................................................................... 57
Figura 12. Escores padronizados para todas as fotografias segundo o tipo de avaliador pesquisado.
Natal/RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos .................................................................... 57
Figura 13. Escores padronizados para a 5 dimenses avaliadas da esttica do sorriso segundo o tipo
de avaliador pesquisado. Natal, RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos. ......................... 58
Figura 14. Escores padronizados para a 5 dimenses avaliadas da esttica do sorriso segundo tipo
de avaliador pesquisado. Natal, RN. 2009. Amostra total = 128 indivduos.....................59
Figura 15. Grficos de correlao das mdias dos postos para as 15 fotos analisadas segundo a
especialidade e o padro. Natal, RN. 2009. ............................................................................. 61
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Elenco de variveis dependentes analisadas no estudo. Natal/RN, 2009... ........... 49
Quadro 2. Elenco de variveis independentes analisadas no estudo. Natal/RN, 2009... ........ 50
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Distribuio absoluta e percentual da amostra estudada segundo idade e gnero. Natal,
RN. 2009. ................................................................................................................................. 52
Tabela 2. Mdias, desvios-padro e tamanho da amostra do tempo de formado segundo gnero e
especialidade. Natal, RN. 2009. .............................................................................................. 53
Tabela 3. Distribuio absoluta e percentual da amostra estudada segundo especialidade e
titulao. Natal, RN. 2009. ...................................................................................................... 54
Tabela 4. Matriz de correlao da mdia dos postos para as 15 fotos analisadas segundo
especialidade e o padro. Natal, RN.2009. .............................................................................. 60
14
SUMRIO
RESUMO..................................................................................................................................... 15
1.INTRODUO....................................................................................................................... 16
2. REVISO DA LITERATURA............................................................................................. 18
2.1 Esttica do sorriso ............................................................................................................... 18
2.2 Fatores que influenciam na esttica do sorriso ................................................................... 27
2.3 Percepo da esttica por cirurgies dentistas e leigos................................................... 35
3. PROPOSIO ...................................................................................................................... 41
4. METODOLOGIA .................................................................................................................. 42
4.1 Tipo do estudo .................................................................................................................... 42
4.2 Local ................................................................................................................................... 42
4.3 Caracterizao da amostra................................................................................................... 42
4.4 Coleta dos dados ................................................................................................................. 43
4.5 Consideraes ticas do estudo...........................................................................................
4.6 Elenco de variveis..............................................................................................................
46
49
4.7 Anlise estatstica................................................................................................................ 50
5. RESULTADO......................................................................................................................... 52
5.1 Descrio da amostra............................................................................................... 52
5.2 Anlise dos escores.............................................................................................................. 54
5.3 Anlise de correlao.......................................................................................................... 59
5.4 Anlise do nvel das alteraes estticas................................................................. 61
6. DISCUSSO........................................................................................................................... 63
7. REFERNCIAS .................................................................................................................... 71
ANEXOS .................................................................................................................................... 79
15
RESUMO
O conceito da esttica facial tem sido cada vez mais difundido, sendo de interesse tanto
do pblico geral como dos cirurgies-dentistas. No entanto a difcil padronizao e alta
variabilidade dos parmetros esttico existentes na literatura resultam em uma enorme
diferena de opinies entre profissionais da rea e leigos. Deste modo, objetivo desta
pesquisa foi avaliar a percepo de periodontistas, protesistas, ortodontistas e leigos
sobre a esttica do sorriso. A amostra envolveu 30 periodontistas, 30 protesistas, 31
ortodontistas e 37 leigos. A coleta dos dados foi realizada atravs de entrevista indireta,
pelo site, no qual possua quinze fotografias para serem avaliadas pelos participantes.
Cada fotografia foi intencionalmente modificadas, com quatro incrementos de 1mm
para cada alterao, no programa Adobe Photoshop CS2 verso 9.0, acrescentando-se
quatro alteraes estticas: exposio gengival, a recesso gengival, ausncia de papila
e contorno gengival. E os resultados demonstraram que a perda de papila, quando
alterada em 2mm comprometimento na esttica do sorriso para os periodontistas, em
3mm para os ortodontistas e leigos e 4mm para os protesistas. E as alteraes na
recesso gengival, comprometeram a esttica do sorriso a partir de 2mm de acordo com
os periodontistas e protesistas e 4mm para os ortodontistas e leigos. Ao final da
pesquisa foi possvel concluir que a percepo dos periodontistas, protesistas,
ortodontistas e leigos so diferentes em relao esttica do sorriso, e que dentre as
alteraes avaliadas na pesquisa a papila e a recesso comprometeram a esttica do
sorriso.
Palavras chave: Percepo esttica Sorriso Periodontia.
16
1 INTRODUO
Uma boa aparncia fsica sinnimo de bem-estar emocional e social. E vem se
tornando parte inseparvel do cotidiano, exercendo influncia nas relaes pessoais, sucesso
profissional e felicidade dos indivduos77
. A busca por uma melhor aparncia e seus
benefcios psicolgicos e sociais levou a um crescimento exponencial na venda de produtos e
tratamentos estticos em todos os ramos da economia e tem crescido progressivamente nos
ltimos anos90,100,116
com intuito de melhorar a aparncia e conseqentemente a qualidade de
vida80
.
Na odontologia, a esttica vem cada vez mais despertando interesse e ocupando um
importante papel na rotina clnica dos cirurgies-dentistas e na vida dos pacientes,
principalmente nos dias atuais em que os meios de comunicao divulgam a beleza em rostos
maravilhosos e sorrisos perfeitos e relacionam estes, com a sade e bem estar fsico e
mental96
. Que devido s mudanas no conceito da sade, atualmente a Organizao Mundial
da Sade considera a sade psicolgica como parte integrante da sade geral do ser humano,
e pessoas portadoras de trauma psicolgicos complexos e baixa auto-estima em razo de
problemas na sua aparncia no gozam de sade plena.
A esttica, por ser uma caracterstica extremamente subjetiva que envolve no s o
ponto de vista do profissional, que difere de um para outro, mas tambm o do paciente, que
ir receber o resultado final com entusiasmo ou rejeio, considerada um fator cultural e
varivel entre as sociedades e indivduos 15
. Portanto a criao de um sorriso perceptivelmente
mais agradvel no deve satisfazer apenas aos padres estticos do cirurgio-dentista, mas
tambm deve determinar uma percepo positiva no paciente e em seu circulo de convvio
social 6,16,9,101
. Afinal, o sorriso essencial para expressar amizade, cordialidade e
apreciao107
e no deve ser ignorado em diagnstico e plano de tratamento52.
A percepo visual um pr-requisito para a apreciao da esttica95
, e segundo
Miller65
um olho treinado pode detectar prontamente o que est fora de equilbrio, de
harmonia e simetria. Este fato cria um desafio maior para o profissional, que deve agora
aplicar seu conhecimento na elaborao de uma composio dental cientificamente adequada
e, ao mesmo tempo, tem que ponderar vrios elementos envolvidos, a fim de atender aos
anseios e padres estticos de cada um de seus pacientes, buscando uma percepo positiva e
aprovao dos observadores 16,54,100
. O que torna a anlise do sorriso, por envolver diferentes
17
variveis que podem interferir na percepo dos problemas estticos, um procedimento difcil
na construo de um sorriso harmnico 5.
No entanto, o restabelecimento da esttica no deve limitar-se apenas a restaurao
do elemento dental, e sim, a aplicao do conceito moderno de esttica dental que envolve a
anlise criteriosa e a manipulao de todos os elementos faciais envolvidos na sua
composio, a fim de criarmos sorrisos harmnicos e de alta atratividade 2,18,54,73,88
.
Atualmente, o sorriso fundamental na determinao da atratividade facial, e supera
em grau de importncia a cor da pele, olhos, cabelos, forma da face e do nariz110
. Deste modo,
a anlise do sorriso por ser uma rea relativamente nova na odontologia, que envolve vrias
especialidades para a avaliao e planejamento para preencher os anseios do paciente68
, que
esto cada vez mais exigentes, vem se tornando um grande desafio para os cirurgies-dentista,
na busca por uma composio agradvel do sorriso, conforme os princpios da esttica18
.
Diante do exposto, indica-se a necessidade da utilizao de um protocolo de
procedimentos especficos, no qual o diagnstico, planejamento e execuo das diferentes
opes seriam definidos sob a luz das normas e referncias estticas18,56,107
. Sendo
interessante que todas as especialidades odontolgicas envolvidas com a odontologia esttica
utilizassem parmetros estticos dentais e faciais que fossem comuns a todos os
profissionais11
. Pois todo tratamento esttico deve estar bem estruturado e baseado em um
correto planejamento esttico60
. No entanto, a difcil padronizao e alta variabilidade dos
parmetros existentes do uma enorme diferena de opinies entre profissionais da rea e
leigos80
.
E como a visualizao dos parmetros estticos requer algum grau de subjetividade,
e no tarefa fcil, a proposta desta pesquisa foi avaliar a percepo de cirurgies-dentistas e
leigos sobre os conceitos e padres estticos do sorriso, com a finalidade, de utilizar a noo
da percepo esttica do sorriso como uma boa ferramenta para auxiliar, com cincia e
previsibilidade, no diagnstico e planejamento de tratamento multidisciplinar, alm de
possibilitar a indicao para tratamento esttico apenas s alteraes que realmente so
relevantes e podem ser percebidas como um problema tanto para o paciente como para o
profissional.
Introduo
18
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 ESTTICA DO SORRISO
Para Madeira (2001)59
, o sorriso um ato complexo, resultante de uma intricada
coordenao muscular, atravs do qual os lbios separam-se e os cantos da boca se estendem
ou se afastam lateralmente, provocando a exposio dos dentes e de reas circunvizinhas do
interior da boca. Caracteriza-se por uma contrao moderada do complexo muscular
bucinador, zigomtico maior e risrio, dando boca uma configurao curva e cncava para
cima.
E de acordo com a pesquisa de Rubin e colaboradores (1989) 94
, ao dissecarem quatro
cadveres com o objetivo de analisar os principais mecanismos dos msculos responsveis
pelo sorriso, viram que a direo das fibras e a variao da fora de contrao muscular so
as razes bsicas para as diferenas entre os sorrisos.
Rogets (2006)93
descreve, em seu site, que por ser definido como uma expresso
freqentemente usada para indicar prazer e diverso, o sorriso pode tambm influenciar a
percepo da atratividade e a interao social. Como sugerem Lafrance e colaboradores
(2003)53
, ao realizarem uma meta-anlise dos diferentes motivos pelos quais homens e
mulheres sorriem, com base em 162 trabalhos publicados na literatura, e observaram que
confiamos mais em pessoas que sorriem do que nas que no sorriem. Assim como, destacam
uma tendncia, estatisticamente significativa, de que as mulheres sorriem mais do que os
homens, podendo estes resultados variar com a cultura e a idade.
J a definio da esttica, no dicionrio de Ferreira (1999)31
, o estudo racional do
belo, quer quanto possibilidade da sua conceituao, quer quanto diversidade de emoes
e sentimentos que ele sucinta no homem. algo agradvel aos sentimentos. E para Borghetti e
Monnet-Corti (2000)9 esttica filosofia das belas artes ou cincia que trata do belo, na
natureza e na arte. Em outras palavras, aquilo que reconhecemos como agradvel sem
perceber o porqu. E a procura incessante do belo, um fator que deve ser considerado
durante o planejamento da correo esttica. E de acordo com os autores, um sorriso esttico
ideal observado quando os dentes superiores anteriores esto alinhados com a curvatura do
lbio inferior, as comissuras labiais esto situados na mesma altura de cada lado da boca
(sorriso simtrico) e espaos negativos bilaterais separam os dentes das comissuras dos lbios.
19
Assim, tanto a esttica quanto o sorriso esto intimamente relacionados, e de acordo
com o retrospecto histrico sobre a esttica facial, apresentando a esttica ideal em cada
perodo, Peck e Peck (1970)80
observaram que a conscincia esttica e sensibilidade tiveram
seu inicio na pr-histria, em que o homem primitivo preservou memrias e traos na arte
primitiva, figuras e representaes. Foi mostrado que a arte egpcia almejava o ideal de
beleza, harmonia e proporo, enquanto apresentava vaga semelhana com a representao
humana. No entanto os gregos os superaram no campo da esttica, pois as belas faces
deveriam respeitar regras geomtricas para obter harmonia entre as partes. E aps os gregos, o
perodo helnico marcou a histria da esttica com destaque aos romanos, que quebraram o
conceito clssico e valorizou-se a representao do real, resultando em uma escultura romana
informal e no idealizada, onde nenhum conceito novo de esttica foi incorporado destes
trabalhos. Aps este perodo, teve-se a era religiosa em que se valorizava a beleza espiritual.
E apenas mais tarde, um perodo de realismo esttico foi retomado pela civilizao ocidental,
onde nas esculturas modernas, muitas faces criadas na arte pareciam desafiar as anlises
objetivas.
Diante do exposto, Del Campo (2002)21
ao discutir em seu artigo sobre quem dita as
regras da beleza, enfatiza que os diferentes padres de beleza se modificam em diversas
pocas, e com o tempo. Afinal, o conceito de beleza est presente em todos ns, mas envolve
o equilbrio entre critrios objetivos e subjetivos e a capacidade de perceber a simetria e
harmonia. E destaca ainda, que no existe uma adequao de beleza facial, nmero ou
artifcio que possa expressar totalmente a complexidade do conceito facial, que tem sido cada
vez mais difundido, sendo de interesse tanto do pblico geral como dos profissionais da rea
que lidam com padres de beleza.
Na literatura, Conceio e colaboradores (2005)19
descrevem que a face o ponto de
equilbrio esttico, e o planejamento e tratamento em odontologia esttica precisam estar
integrados e em harmonia, principalmente com o sorriso que o segmento mais importante e
o primeiro que as pessoas concentram sua observao quando olham outra pessoa, seguindo
pelos olhos, nariz, cabelo e demais detalhes que compem a face.
Thompson e colaboradores (2004)106
expem que a atratividade facial est
fortemente conectada ao sorriso, principalmente durante a interao social em que a ateno
principalmente dirigida para a boca e para os olhos dos comunicadores.
Isto tem sido bastante demonstrado em estudos atravs da anlise de fotografias,
como a pesquisa de Eli e colaboradores (2001)26
que avaliaram a influncia da aparncia
Reviso de literatura
20
dental na formao da primeira impresso com as outras pessoas em relao esttica,
desenvoltura social e profissional. Foram selecionados 8 indivduos dos quais tiraram
fotografias (12x15) faciais sorrindo, em seguida duplicaram e organizaram aleatoriamente em
dois grupos. Cada grupo era composto por 4 fotografias (duas de homem e duas de mulher),
tendo fotografias originais e alteradas. A avaliao foi feita por 115 alunos de direito, atravs
de um questionrio, e concluram que as fotografias no alteradas foram classificadas mais
positivamente que as alteradas, para as trs categorias analisadas, a diferena entre o gnero
dos participantes na fotografia influenciou na avaliao, na qual o gnero oposto ao do
avaliador recebia melhor classificao. Os autores sugeriram que a aparncia dental influencia
significantemente na formao da primeira impresso.
No estudo seccional de Newton e colaboradores (2003)72
, por meio de 8 fotografias
de 4 diferentes voluntrios homens, com o objetivo de verificar a influncia da aparncia
dental sobre caractersticas pessoais dos avaliadores, especialmente a interao sociais,
inteligncia e fatores psicolgicos realizou 201 entrevistas em graduandos. Cada participante
foi convidado a fazer um julgamento sobre os dados pessoais pelas caractersticas presentes
na fotografia. Tendo cada fotografia um dos dois tipos de aparncia dentria: com problemas
dentrios visveis ou sem problemas dentrios visveis. E os autores observaram que os
avaliadores julgaram os voluntrios das fotografias que no tinham problemas dentrios
aparentemente visveis, como pessoas de maior inteligncia e interao social, podendo
concluir que na ausncia de outras informaes, ao avaliar um indivduo, as caractersticas
pessoais so influenciadas pela aparncia dentria.
Assim como no estudo de Feng e colaboradores (2001)30
, que verificaram se a
aparncia dentria afeta a percepo das caractersticas pessoais dos indivduos chineses. A
pesquisa foi realizada atravs de entrevista com 165 chineses. Estes davam sua opinio, de
acordo com sua percepo, sobre as caractersticas de 15 fotografia de 5 diferentes voluntrios
homens, tendo cada uma das fotografias uma das trs alteraes dentrias: ausncia, pouca ou
muita alterao. E os autores concluram que aparncia dentria pode influenciar e contribuir
para a interao social e a associao entre sade e estado socioeconmico, pois houve
concordncia entre os avaliadores sobre a percepo da caracterstica social, intelectual e
competncia.
Van der Geld e colaboradores (2007)111
destaca que a boca o centro da
comunicao da face, e o sorriso tem um papel importante na expresso e aparncia facial.
Desta forma, segundo Mendes e Bonfante (1994) 64
, muitas so as pessoas que perdem sua
Reviso de literatura
21
autoconfiana e auto-estima devido a um sorriso ou esttica prejudicada, que as levam a se
comportarem de maneira reservada, tmida e retrada podendo at provocar implicaes
psicolgicas, que variam desde uma simples forma de disfarar o problema at uma
introverso total, anulando completamente a desenvoltura do indivduo. Afirmam, ainda, que
o sorriso diferentemente interpretado por dentistas e leigos. E dentre as caractersticas do
sorriso, os autores defendem que as ameias so detalhes que no podem ser esquecidos, pois a
ausncia de ameias gera uma composio montona e sem vida; as mulheres mostram mais
dentes que os homens e com a idade, a exposio diminui em ambos os gneros. E defendem
que para a obteno de um sorriso harmnico necessrio, como generalidade, a coincidncia
entre as curvas do lbio inferior e das bordas incisais dos dentes anteriores superiores.
E no caso especifico dos dentes, Mondelli (2006) 67
destaca, em seu livro, que h um
efeito psicolgico marcante, porque o rosto uma parte que est sempre descoberta e as
pessoas mostram os dentes quando falam ou sorriem, sendo este um momento inoportuno
para se pensarem em dissimular algum defeito que est mostra. Ainda mais sendo, de todas
as espcies animais, a humana a nica que pode sorrir.
Dong e colaboradores (1999)23
ao analisar a correlao entre fatores da personalidade
e esttica do sorriso em 60 coreanos observaram significante relao entre a atratividade do
sorriso com extroverso e ansiedade. De forma interessante, somente caractersticas da
personalidade dos participantes femininos foram significantes.
E Beall (2007)7 com o intuito de avaliar sorrisos antes e aps alteraes estticas,
atravs de procedimentos restauraes, e sua influncia sobre a auto-estima dos participantes
(inteligncia e sucesso), com 528 participantes avaliaram 8 sorrisos antes e aps as mudanas
e observaram que o sorriso tem significante papel sobre a nossa aparncia e personalidade,
existindo uma relao direta entre uma boa aparncia esttica e a auto-estima positiva que, por
sua vez, tem influncia na sade mental.
Assim como a pesquisa com aproximadamente 30 mil pessoas de Cash e
colaboradores (1986)12
que verificaram que existe uma relao marcante entre a aparncia
esttica e o bem-estar psicossocial e notaram que aqueles que se sentiam atraentes
apresentavam menos sentimento de depresso e solido.
J o estudo de Kreidler e colaboradores (2005)51
com o objetivo de avaliar o potencial
clnico da ficha de anamnese esttica sobre a identificao da opinio pessoal, de um grupo de
100 voluntrios de ambos os gneros e faixa etria, a respeito de seu sorriso, bem como dos
Reviso de literatura
22
critrios de julgamento, importncia atribuda e referncias estticas, pode-se concluir que a
ficha possibilita obter dados consistentes e objetivos sobre a opinio pessoal dos voluntrios a
respeito de seus sorrisos, e 60% dos entrevistados afirmaram que dentes bonitos e sorriso
atraente tm importncia mxima para a auto-estima, convvio social, pessoal e profissional.
Puppin (2002)87
ressalta que com aumento da aplicao do fator esttico nos
tratamentos dentrios, surgiu a necessidade de maior entendimento dos princpios gerais
estticos e a anlise cientfica dos sorrisos harmnicos e atraentes, pois anteriormente, a
percepo da esttica facial pelo pblico e dentista era relatada por alteraes dentrias.
Conceio e colaboradores (2005)19
destacam que desde os anos 80 at os dias atuais,
vivenciamos uma evoluo extraordinria na valorizao da manuteno da sade periodontal
e dental devido ao expressivo aumento da quantidade e qualidade dos materiais e tcnicas
restauradoras disponveis ao alcance do clnico, em especial as adesivas. E desenvolvimento
da terapia periodontal para procedimentos mais regenerativos, dando enfoque reposio de
tecidos, para obter resultados periodontais e dentrios mais estticos considerado para Pick
(1998)83
, como uma evoluo na esttica periodontal.
Levine (1995)54
tambm enfatiza que devido cosmtica dentria e aos
procedimentos plsticos periodontais ocorreram mudana e intensificao na nfase do
sorriso. E descreve a importncia dos dentistas possurem um processo de diagnstico que
permita identificar claramente os problemas estticos e as solues, como a exemplo do autor
a utilizao de modelos e fotografias.
Ottoni e Magalhes (2006)76
afirmam, na literatura, que a imagem do sorriso vem se
tornando o reflexo do conjunto harmonioso dos dentes, gengiva e lbios. E Garber e Salama
(1996)34
ao discutirem, em seu artigo, sobre o diagnstico e tratamento do sorriso gengival,
destacam que esses trs componentes primrios possuem fatores determinantes para a esttica
do sorriso, sendo fundamentais na aparncia esttica.
Borghetti e Monnet-Corti (2000)9 descrevem que a dimenso, o perfil e as relaes
inter-arcos e intra-arcos so fatores dentrios que permitem alcanar a beleza de um sorriso. A
progresso do contorno gengival dos incisivos aos caninos um fator preponderante da
esttica na gengiva. E nos lbios, que so as estruturas do sorriso e define a zona esttica,
durante o sorriso, o fator essencial para a esttica o paralelismo do lbio inferior em relao
linha das bordas livres dos dentes superiores.
Reviso de literatura
23
No entanto existem vrios outros conceitos vigentes na esttica dental, segundo
Brisman (1980)10
, sendo a simetria (horizontal e radial) e a proporo urea consideradas
como o as mais importantes. A simetria horizontal a presena de elementos com formas
similares do lado esquerdo e direito em seqncia regular, e com tendncia a ser montona; e
a simetria radial aquela que, observa a partir de um ponto central, comportam-se como
imagens de espelho para o lado direito e esquerdo. E a proporo urea uma proporo que
determina a harmonia e prazer, por apresentar caractersticas geomtricas e aritmticas nicas,
onde alm de ser aplicada aos dentes, utilizada tambm para a obteno de uma relao
harmnica facial.
Atravs de uma meta-anlise, em 1999, Dong23
e colaboradores realizaram uma
reviso de literatura confrontando recentes pesquisas publicadas com relao a aspectos da
esttica do sorriso e observou que: o paralelismo ou o contorno reto entre a borda incisal dos
dentes ntero-superiores e o lbio inferior mais esttico que uma curva reversa, o toque dos
dentes superiores levemente sobre o lbio inferior foi considerados mais bonitos do que
quando estes no tocavam ou apresentavam-se cobertos pelos lbios, e os sorrisos que
mostram at molares foram considerados mais bonitos que aqueles que mostravam apenas
caninos.
J o estudo de Tjan e Miller (1984)107
sobre critrios estticos, foram avaliadas 454
fotografias de estudantes com idade de 20 a 30 anos e observaram que 84,8% dos pacientes
avaliados mostram um paralelismo entre as bordas livres e o lbio inferior (descrevendo uma
linha curva), 13,9% mostram uma linha reta e 1,3% uma linha invertida; com relao ao
contato entre o lbio inferior e a borda dos dentes superiores 46,6% dos adultos jovens os
incisivos superiores tocam o lbio inferior, 34,6% o lbio no est em contato e 15,8% dos
dentes anteriores-superiores so cobertos pelo lbio inferior.
Oliveira-jnior e colaboradores (2002)73
propuseram uma seqncia de diagnstico
para anlise objetiva do sorriso, baseado na anlise de linhas de referncia e fundamentos
estticos. O procedimento de diagnstico proposto consiste na utilizao de linhas de
referncias, que permitem avaliar o equilbrio e simetria do sorriso, possibilitando a
identificao segura dos fatores que esto comprometendo a esttica. Esta avaliao deve ser
feita em trs distncias faciais: dental, dentofacial e facial. E para os autores a relao mais
harmoniosa buscada no diagnstico do sorriso o paralelismo entre as linhas.
Assim como demonstram, Kopp e colaboradores (1986)50
, a linha do sorriso constitui
uma das mais importantes referncias para se ter uma aparncia agradvel. E para uma
Reviso de literatura
24
dentio parecer harmoniosa, o lbio inferior deve seguir o curso dos dentes superiores, sendo
que as pontas dos caninos so levemente tocadas. Entretanto uma linha do sorriso assimtrica
ou que cubra irregularmente pores dos dentes em ambos os lados da linha mdia pode
causar distrbios no conjunto facial67
.
E demonstrado por Pascotto e Moreira (2005)79
que um sorriso atraente,
normalmente, existe coincidncia de disposio entre as bordas incisais dos dentes ntero-
superiores e a curvatura do lbio inferior. Alm disso, durante o sorriso o lbio superior deve
posiciona-se na altura da margem gengival dos incisivos superiores; o que considerado mais
harmonioso. O autor relata, ainda, que o corredor bucal tem influncia leve no impacto da
esttica do sorriso.
E para Parekh e colaboradores (2006)78
o corredor bucal corresponde ao espao
existente durante o sorriso entre a superfcie vestibular dos dentes superiores e a mucosa
interna dos tecidos moles que formam o canto da boca e as bochechas. E um o ponto de
avaliao durante para a esttica do sorriso.
Yang e colaboradores (2008)113
ao avaliarem 92 pacientes adultos, sobre os fatores do
tecido duro e mole que poderiam influenciar a rea do corredor bucal, concluram que para se
alcanar um sorriso esttico necessrio controlar o corredor bucal e este sofre influencia
multifatorial. Portanto, para os autores, durante a avaliao do corredor bucal deve-se
observar o padro vertical da face, quantidade de exposio dos incisivos superiores e da
soma do material dentrio.
Roden-Jonson e colaboradores (2005)91
pesquisaram o efeito do corredor bucal e da
forma do arco na percepo esttica dos leigos, cirurgies-dentistas e ortodontistas sobre o
sorriso. Os avaliadores analisaram 30 fotografias de mulheres sorrindo, atravs da escala
analgica visual (VAS), com alteraes no corredor bucal. E observaram que no houve
diferena significativa no escore dado, pelos avaliadores, aos sorrisos em relao ao corredor
bucal. E os dentistas avaliaram a forma do arco amplo como mais esttico, e os leigos no
revelaram qualquer preferncia sobre a forma do arco. Os autores concluram que a presena
do corredor bucal no influencia na esttica do sorriso e no influencia a avaliao global do
sorriso por ortodontistas, dentistas e leigos. No entanto, existem diferenas na preferncia dos
dentistas, ortodontistas, e leigos na avaliao do sorriso em relao forma do arco.
E de acordo com o estudo de Moore e colaboradores (2005)70
para determinar a
influncia do corredor bucal na atratividade do sorriso, quando julgadas por 10 leigos, sendo 5
Reviso de literatura
25
homens e 5 mulheres, atravs de 110 fotografias, avaliadas durante 5 segundos cada, e
observaram que a presena mnima do corredor bucal preferida pelos avaliadores de ambos
os gneros. Os autores concluram que corredor bucal tem influncia leve no impacto da
esttica do sorriso, tanto para homens quanto para mulheres. Entretanto os autores ressalvam
que a presena de corredor bucal grande pode ser includo da lista de problemas durante o
diagnstico e plano de tratamento dos ortodontistas
Entretanto Frush e Fisher (1958)33
descrevem em seu artigo algumas caractersticas
que devem ser transmitidas s prteses para tornar o sorriso esttico. Dentre estas
caractersticas temos o tamanho e a forma do corredor bucal, que no so de fundamental
importncia, contanto que seja notado. Cita tambm a linha do sorriso, que corresponde
curva cujo o caminho percorre as margens incisais dos incisivos centrais e caninos, formando
um arco. E propuseram que para se ter um sorriso esttico a linha do sorriso e a margem
superior do lbio inferior deveriam ser harmnicas.
Diante das discusses sobre a esttica do sorriso Touati e colaboradores (2000)108
afirmam que um sorriso agradvel no pode ser expresso por uma equao, e nem precisa
estar de acordo com regras de simetria ou qualquer proporo urea, afinal a beleza
influenciada por diversos fatores e conceitos subjetivos, advindos de costumes, educao e
cultura da civilizao, raa e individualizaes, e pode combinar harmonia com assimetria ou
equilbrio com irregularidade de forma.
Para Tjan e Miller (1984)107
, a beleza no extremamente subjetiva, e seria til o
conhecimento de caractersticas mdias dos sorrisos para que auxiliem nos resultados
estticos dos tratamentos em odontologia, pois em sua pesquisa com fotos de 454 pessoas
(207 homens e 247 mulheres) para avaliar as caractersticas mdias do sorriso, observou que o
sorriso padro tem as seguintes caractersticas: distncia cervico-incisal aparente durante o
sorriso, a gengiva no aparece, exceto a interproximal, a curva da borda incisal dos dentes
anteriores tocam ou levemente tocam o lbio inferior e durante o sorriso aparecem os 6 dentes
anteriores e o primeiro pr-molar. No entanto para o autor o estabelecimento de um sorriso
padro no deve ser interpretado como regra rgida, mas como guia biolgico.
Com o intuito de auxiliar no diagnstico e planejamento dos tratamentos estticos
multidisciplinares, Cmara (2004)11
, utiliza o diagrama de Referencias Estticas Dentrias
(DRED) para facilita a visualizao esttica, pois da noo exata do posicionamento e
propores que os dentes ntero-superiores guardam entre si, e tambm, a relao desses com
a gengiva e os lbios. Esse diagrama constitudo de seis caixas que englobam os incisivos e
Reviso de literatura
26
caninos superiores, e avaliado em uma viso de 90 com relao ao plano frontal, ou seja,
perpendicular a esse plano. Sua utilizao auxilia o planejamento e a visualizao atravs da
simetria onde o ideal que sempre as caixas do lado direito (incisivos lateral, central e canino
direito) seja um espelho das caixas do lado esquerdo, dos eixos dentais que correspondem as
inclinaes e angulaes dos dentes e deve ter a poro oclusal do eixo vestibular posicionado
mesialmente poro gengival, do limite do contorno gengival onde o contorno gengival dos
caninos devem estar mais alto do que os incisivos laterais, e mais ou menos, na mesma altura
dos incisivos centrais superiores, do nvel do contato interdental que devem ser descendente a
partir do canino, das bordas incisais que devem criar a forma de prato fundo, das
propores dentais que na visualizao frontal devem ser decrescente a partir dos incisivos
centrais, e da linha do sorriso que deve ter o plano incisal superior e a forma do lbio inferior,
durante o sorriso, uma relao harmnica. Assim, os sorrisos que se enquadram nesse
diagrama so reconhecidos como esteticamente agradveis.
Segundo Pogrel (1991)84
, em seu artigo sobre cirurgia oral, as discusses sobre as
normas estticas so consideradas importante e, devem ser utilizadas para o planejamento
cirrgico esttico, devido necessidade de se saber qual a origem e significncia do seu uso.
Pois pouco se discutem sobre o que significa um valor padronizado na literatura e os padres
de esttica e quem decide que este valor e esttica so normais e aceitveis. Os autores
demonstram que a maioria das anlises usadas no planejamento da cirurgia tem origens
basicamente ortodnticas. E concluem que as normas utilizadas em cirurgia nem sempre
oferecem faces super normais, como prefere a maioria dos pacientes.
E de acordo com Chiche e Pinault (1996)18
, os princpios cientficos e artsticos devem
ser incorporados ao diagnstico e planejamento esttico para a criao de sorrisos
harmoniosos em odontologia. O que tem revelado a existncia de princpios objetivos que
podem ser sistematicamente aplicados a fim de avaliar e melhorar a esttica dentria,
dentofacial e facial de modo previsvel.
Kreidler e colaboradores (2005)51
asseguram que a anamnese esttica representa um
forte aliado na conquista de dentes bonitos e sorrisos atraentes. E cabe ao dentista interpretar
corretamente as informaes obtidas, considerando tanto os detalhes subjetivos de aparncia,
sensao e percepo, a fim de elaborar um plano de tratamento esttico que, previsivelmente,
resulte em satisfao plena do paciente e conseqentemente, reconhecimento e valorizao
profissional. Esta s ser obtida atravs de procedimentos estticos personalizados, que
Reviso de literatura
27
valorizem a individualidade e minimizem ou corrijam os problemas percebidos e relatados na
anamnese esttica.
E para Mondelli (2006)67
, os critrios estabelecidos para um sorriso ideal no devem
ser interpretados como regra, mas ser considerados como orientaes biolgicas. Afinal,
impossvel formular uma regra rgida global para as caractersticas visuais de um sorriso
atraente, para todas as pessoas.
2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESTTICA DO SORRISO
Garner (1997)35
descreve que atualmente no mais aceitvel a colocao da esttica
em segundo plano, as pessoas esto cada vez mais preocupadas com aparncia. E sendo o
sorriso descrito como parte essencial para a atratividade facial, e tambm como componente
importante para a comunicao humana, a avaliao do sorriso deve ser feita em mbito
facial, envolvendo a anlise da sade periodontal e simetria gengival, relaes ortodnticas,
consideraes maxilofaciais e at mesmo consideraes gerais cosmticas, como estilo do
cabelo etc.
Para Morley e Eubank (2001)68
a macroesttica tem como objetivo analisar e
identificar as relaes entre os dentes anteriores e os tecidos ao seu redor. Apesar da beleza
dos dentes anteriores ser de fundamental importncia, eles no tm um valor esttico se a
quantidade de estrutura de dente e gengiva expostos no combinarem com a face. Portanto,
para os autores, ao analisar o um sorriso devemos observar: esttica gengival, esttica facial,
microesttica e macroesttica, que possibilitam observar a linha mdia e a qualidade e posio
que os dentes se mostram. E destacam ainda, que para se obter um sorriso com aparncia
jovem, que desejada pela maioria dos pacientes, deve-se ter 75 a 100% dos dentes ntero-
superiores expostos abaixo da linha inter-comissural durante o sorriso, caractersticas essas
associadas ao sorriso mdio.
funo do cirurgio-dentista, segundo Farias e colaboradores (2007)29
avaliar a zona
esttica do sorriso, tanto a esttica branca, representada pelos dentes, quanto a esttica
vermelha, representada pelas estruturas periodontais ao redor, e indicar a necessidade de
tratamento restauradores, cirrgicos e periodontais para corrigir uma boa cosmtica.
Assim como demonstram Moskowitz e Nayyar (1995)69
, um sorriso esteticamente
agradvel no depende s de componentes dentrios, como: posio dos dentes, tamanho,
forma e cor, mas tambm da quantidade de gengiva exposta e da moldura dos lbios. E todos
esses componentes so supostamente formados por uma entidade harmoniosa e simtrica.
Reviso de literatura
28
Para os autores, um sorriso agradvel e atrativo necessita da interao harmoniosa de trs
componentes principais: a posio do lbio, os dentes e associao da arquitetura gengival. E
destacam que o lbio fator controlador em qualquer posio do dente, e a gengiva deve ser
vista durante um sorriso.
Segundo Mondelli (2006) 67
o conceito da esttica para o ser humano extremamente
subjetivo e est relacionado beleza e harmonia, assim como condicionado a diversos
fatores que a influenciam. Dentre estes, temos o contorno gengival dos incisivos aos caninos
superiores que so preponderantes na esttica do sorriso. E, afirma que a harmonia gengival
perturbada quando as bordas gengivais tm a mesma altura, ou quando ocorre um desnvel
gengival acentuado, levando a uma relao de tamanho opticamente desproporcional. Assim
como, uma linha de gengiva inflamada tambm desaprecia um sorriso agradvel.
Conceio e colaboradores (2005)19
descrevem que a presena de um contorno
gengival regular e contnuo com pequeno deslocamento para coronal nos incisivos laterais
comparativamente aos incisivos centrais e caninos superiores proporciona uma composio
esteticamente agradvel e variaes nessa relao podem prejudicar o equilbrio esttico e
destacar negativamente determinados dentes. Esse aspecto deve ser observado e respeitado
durante a avaliao esttica do sorrio. Afinal, fundamental que o profissional desenvolva
capacidade de visualizar a macroesttica (mais ampla) e a microesttica (focada mais nos
dentes).
O limite do contorno gengival, para Katz (1978)44
, representado pelo znite
gengival, que o ponto mais inclinado da gengiva, ou seja, o ponto mais apical da gengiva
marginal, e no incisivo central e no canino superior encontra-se deslocado para posio distal
em relao ao longo do dente e o contorno gengival desses dentes no deve ter formato de
uma meia-lua. E segundo Borghetti e Monnet-Corti (2000)9, nos incisivos laterais, o znite
deve coincide com o longo eixo do dente.
De acordo com Caudill e Chiche (1995)14
, a linha cervical pode se apresentar de
diferentes formas, aonde tem quatro tipos de contornos gengivais estticos e trs tipos no-
estticos. So considerados estticos quando: (1) a cervical dos incisivos laterais est abaixo
da linha que une cervical do incisivo central e canino; (2) a cervical dos incisivos laterais
est sobre a linha; (3) a cervical de um incisivo lateral esta sobre a linha de um lado e
coronrio do outro; (4) no mesmo caso do anterior, mas um lado mais obliquo do que o
outro. J os contornos considerados antiestticos, ocorrem quando: (1) a cervical dos incisivos
laterais apical, de um lado ou dos dois lados linha cervical do incisivo central e canino; (2)
Reviso de literatura
29
os incisivos centrais esto extrudos, e a cervical do incisivo lateral encontra-se apical linha
(3) e a assimetria da cervical dos incisivos centrais.
E para Ahmad (1998)3, a linha cervical definida como uma linha esttica gengival
que une as tangentes dos znites gengivais marginais - ponto mais apical do tecido gengival -
dos incisivos centrais e dos caninos. E descreveu quatro classes de linhas estticas gengivais:
a classe I, onde o colo dos incisivos laterais toca ou aproxima-se 1 a 2mm da linha esttica
gengival; a classe II, o colo do incisivo lateral est acima 1 a 2mm da linha esttica; a classe
III, o colo dos incisivos centrais e laterais e dos caninos esto alinhados na linha esttica
gengival; e a classe IV, onde o contorno gengival no pode ser classificado nas categorias
procedentes.
Ao realizarem uma pesquisa com o objetivo de verificar o grau da percepo esttica
dos cirurgies dentistas em relao a 5 discrepncias comuns em dentes anteriores (plano
incisal, nvel gengival, linha mdia, diastema e cor dos dentes), Andrade e colaboradores5
(2006), selecionaram 80 cirurgies-dentistas (20 periodontistas, 20 ortodontistas, 20
protesistas e 20 clnicos-gerais) para avaliarem 15 fotografias, e concluram que o sorriso com
contorno harmnico a melhor opo para os dentistas, no havendo diferena
estatisticamente significante entre as especialidades. E que 79,4% dos dentistas selecionaram
o sorriso que possua a curvatura incisal dos dentes anteriores superiores paralela ao lbio
inferior como harmnico, principalmente os protesistas.
O estudo de Van der Geld e colaboradores (2007)111
, avaliaram a auto-percepo sobre
a atratividade do sorriso e sua influncia sobre a personalidade de 122 participantes, e
observaram que tamanho do dente, visibilidade do dente e posio do lbio superior so
fatores crticos na auto-percepo da atratividade do sorriso (dimenso social), e a cor do
dente e exposio da gengiva so fatores crticos para satisfao com a aparncia do sorriso
(dimenso individual), e que sorrisos com contorno gengivais desproporcionais recebem
julgamento negativo com relao atratividade e personalidade. Assim como observaram que
os avaliadores leigos consideram o sorriso atraente quando expem de 2 e 4 mm de gengiva.
De acordo com o glossrio de periodontia da Academia Americana de
Periodontologia (1992)1 a recesso gengival o deslocamento da gengiva marginal
apicalmente juno amelocementria, ou seja, processo no qual a unio dentogengival
representada pelo epitlio juncional e insero conjuntiva podem pela resposta inflamatria
(gengivite) ou pela agresso mecnica (escovao) sofrer alteraes anatmicas formando,
como conseqncia, as chamadas retraes gengivais, que sem dvida, a razo da maioria
Reviso de literatura
30
das queixas dos pacientes em relao a esttica do seu sorriso. E estas se tornam mais
problemtica nos casos em que so localizadas e assimtricas.
Para Duarte e colaboradores (2004)25
, caso o paciente, durante o sorriso, exponha o
tecido gengival, a recesso gengival torna-se crucial para a esttica do sorriso. E quanto mais
prxima a assimetria da linha mdia, mais contrastante se torna. Assim, a recesso observada
nos incisivos centrais superiores mais antiesttica do que nos incisivos laterais, caninos, pr-
molares, sucessivamente.
E com relao papila, Borghetti e Monnet-Corti (2000)9, ressaltam que sua
visibilidade, quando o sorriso expe as ameias cervicais dentrias, faz parte dos critrios
estticos. Pois, estas devem ocupar totalmente o chamado espao interproximal, ou seja,
aquele espao limitado pela rea de contato dos dentes e a crista ssea interdentaria. Tanto a
perda, quanto a hipertrofia ou hiperplasia de uma ou varias papilas alteram dramaticamente a
esttica do sorriso e pode atrair o olhar e suscitar uma viso antiesttica. Principalmente para
pacientes que mostram a gengiva durante o sorriso, a ausncia de uma nica papila
prejudicial esttica, e se a perda for interincisiva um defeito esttico grave.
Assim como destacam Mendes e Bonfante (1994)64
, as papilas so detalhes
anatmicos que no podem ser esquecidos, pois sua ausncia gera uma composio montona
e sem vida ao sorriso. E podem gerar, de acordo com Keim (2001)45
, o buraco negro
gengival, que a ausncia inadequada de tecido papilar entre os incisivos, mostrando o fundo
escuro da boca, que no so bem aceitos por pacientes com alto nvel exigncia esttica. E
conceio e colaboradores (2005)19
enfatizam que A presena de hiperplasia ou retrao da
papila acarreta na quebra da harmonia do sorriso.
Kokich (1996)47
destaca que a presena de papila entre os incisivos superiores a
chave para o fator esttico do sorriso, principalmente, depois do tratamento ortodntico. E o
posicionamento correto da papila interdental, em pessoas jovens, ao promover um fechamento
do espao interdental aqum do ponto de contato intreproximal, auxilia na obteno de
sorrisos esteticamente equilibrado. Com relao a exposio da gengiva durante o sorriso, o
autor, enfatiza que o sorriso gengival tem sido publicado como uma caracterstica comum.
E Kokich e colaboradores (2006)48
, ao avaliarem a percepo de cirurgies-dentistas e
leigos sobre alteraes estticas simtricas e assimtricas atravs de 7 imagens de sorrisos
feminino, que sofreram alteraes, intencionais, no tamanho da coroa, largura da coroa,
diastema, altura da papila e exposio gengival. Essas alteraes foram avaliadas por 71
Reviso de literatura
31
ortodontistas, 66 leigos e 66 cirurgies-dentistas, pela escala analgica visuais (VAS). Os
autores observaram que tanto dentistas como ortodontistas notaram mnima alterao no
comprimento papilar como antiesttico, no entanto, leigos no notaram alteraes em at
2mm. Deste modo, afirmam os autores, talvez as alteraes no comprimento da papila no
seja um problema esttico quando observado pelo pblico em geral. A distncia da margem
da gengiva ao lbio, foram consideradas pelos leigos e ortodontistas como antiesttico a partir
da exposio de 3 mm de gengiva durante o sorriso, e os dentistas s notaram a partir de 4
mm. Os autores enfatizam, que durante o sorriso a distncia de 1 a 2 mm no considerada
como antiesttico, no entanto alguns pacientes que mostram mais de 2 mm de gengiva, podem
aparentar antiesttico. E na avaliao dos dentes anteriores superiores, tambm, houve
diferena de percepo, significante, entre os 3 grupos sendo os leigos menos crtico. Os
autores concluram que as alteraes assimtricas so notadas como antiesttica, e mais do
que as alteraes simtricas.
Baratieri (1995)6 enfatiza que as ameias influenciam a aparncia visual dos dentes e
o equilbrio delas so mais importante do que a simetria, pois julga que os dentes do lado
esquerdo do arco devem ter o mesmo peso na composio que os dentes do lado direito do
arco. E para o autor, muitos pacientes esto satisfeitos com seu sorriso, apesar de algumas
irregularidades.
De acordo com Tjan e Miller (1984) 107
o sorriso pode ser classificado em trs tipos:
baixo, mdio e alto. O sorriso baixo expe apenas 75% dos dentes ntero-superiores, sem ser
observado o tecido gengival; no mdio h uma exposio de 75 a 100% dos dentes ntero-
superiores e apenas o aparecimento da gengiva interproximal; e o sorriso alto tem-se a
exposio total do comprimento cervico incisal dos dentes ntero-superiores e uma
continuao com uma poro de gengiva. Sendo a prevalncia de 20,5% sorriso baixo, 68,9%
para o sorriso mdio, 10,6% sorriso alto. E com relao ao gnero, os autores destacam que a
linha do sorriso baixo so predominantes no gnero masculino (2,5 homens para 1 mulher) e a
linha alta do sorriso predominante em mulheres (2 mulheres para 1 homem).
Para Borghetti e Monnet-Corti (2000)9 a linha do sorriso definida pelo traado de
uma linha imaginria que acompanha a borda inferior do lbio superior distendida pelo
sorriso. E o sorriso gengival, para os autores, mais esttico do que quando a gengiva
marginal dos quatro incisivos est no mesmo nvel. E destacam que a exposio dos incisivos
superiores diminuem com a idade, ao passo que a dos incisivos inferiores aumenta.
Reviso de literatura
32
Assim como, Vig e Brundo (1978)112
descrevem que homens demonstram muito
mais incisivos inferiores ao sorrir, e mulheres tem duas vezes mais tendncia a ter sorriso
gengival que homens. E destacam que a diminuio da linha do sorriso um fenmeno da
idade, pois o abaixamento do tecido mole peribucal com a idade , em parte, devido flacidez
natural, distenso e perda de elasticidade da pele.
Quanto ao tipo de sorriso considerado ideal, em sua pesquisa Farias e coladoradores
(2007)29
, ao analisarem a percepo dos participantes sobre os trs tipos de sorriso (alto,
mdio e baixo) concluram que o sorriso ideal foi o sorriso mdio (72%), seguido pelo sorriso
alto (19,3%) e sorriso baixo (8,7%). Em relao ao gnero, observaram que entre os 218
estudantes, que participaram da pesquisa, houve prevalncia do sorriso alto no gnero
feminino (55,7%) e do sorriso mdio no gnero masculino (53,6%). Os autores enfatizam que
no houve diferena significante na visibilidade da gengiva marginal entre indivduos jovens
(com mdia de 25 anos) e os mais velhos (com mdia de 55 anos).
Garber e Salama (1996)34
ao discutirem, em seu artigo, sobre sorriso gengival,
destacam que o sorriso alto considerado mais atrativo que o baixo. Assim como Dong e
colaboradores (1999)23
, atravs de uma meta-anlise, confrontando recentes pesquisas
publicadas com relao a aspectos da esttica do sorriso observou que o sorriso alto avaliado
como mais esttico, do que o sorriso mdio e baixo.
Para Peck e colaboradores (1992)82
, ao compararem 27 sorrisos com predominncia de
exposio gengival, destacam que a localizao da altura da linha do sorriso depende do
gnero. Assim como concluem que 2mm ou mais de exposio gengival no agradvel, e
que muitos ortodontistas e cirurgies dentistas vem o sorriso gengival como indesejvel, no
entanto, os pacientes podem no perceber isso como um problema.
Peck e Peck (1995)81
, atravs de estudos quantitativos, realizam comparaes sobre as
caractersticas que podem afetam o sorriso gengival e observaram que durante o sorriso
grande exposio de gengiva parece ser uma caracterstica do gnero feminino e pouca
exibio de gengiva, ao sorrir, uma caracterstica masculina. Assim como sugerem que a linha
do sorriso est associada com vrias caractersticas faciais, incluindo perfil vertical, a
capacidade de contrao da musculatura do lbio, overjet, posio de repouso interlabial e
sobremordida. Os autores destacam que o sorriso gengival no necessariamente
desagradvel esteticamente. E este, normalmente, diminui com a idade.
Reviso de literatura
33
Conforme a exposio de gengiva, Mikami (1990)66
considera o sorriso como alto
quando demonstra acima de 4 mm de gengiva, mdio quando exibe entre 3 e 4mm de gengiva
e o sorriso baixo aquele com menos de 3mm de gengiva, e descreve a prevalncia de 32%,
42% e 26% da populao, respectivamente.
Mackley (1993)58
ao realizar uma investigao, sobre sorrisos antes e aps tratamento
ortodntico, com 4 ortodontistas e 4 pacientes atravs da anlise de fotografias. Observou que
o sorriso considerado ideal, quando o lbio superior repousa sobre a margem gengival dos
dentes superiores.
Hunt e colaboradores (2002)41
realizaram uma pesquisa, utilizando 14 fotografias, com
o objetivo de avaliar a influncia da exposio gengival na atratividade de leigos. Os 120
avaliadores, estudantes universitrios, examinaram as fotografias com alteraes de -2mm at
+4mm na exposio gengival. E concluram que para os leigos durante o sorriso, o ideal a
ausncia de gengiva, mas a exposio de 0 a 2 mm de gengiva tolerado. E consideraram os
sorrisos do gnero femininos mais atrativos do que os sorrisos masculinos, com significncia
estatstica.
Seibert e Lindhe (1997)98
ao descreverem sobre a esttica no tratamento periodontal,
afirmam que o sorriso ideal quando expem uma faixa de gengiva marginal livre de 1 mm.
J Hulsey40
(1970), ao examinar a influncia da altura do lbio superior na atrao do sorriso,
afirma que, esteticamente, a quantidade ideal de gengiva exposta de aproximadamente 1
mm, embora que 2 e 3 mm de gengiva pode ser aceitvel. Ainda que, isso seja muito em
funo da idade, pois crianas mostram mais dentes em repouso e tem maior exposio de
gengiva durante o sorriso do que adultos.
Segundo Ottoni e Magalhes (2006)76
a exposio gengival excessiva durante o
sorriso nem sempre afeta esteticamente a aparncia facial, pois uma quantidade excessiva de
tecido mole no antiesttica em si, mas, sim, a maneira cujo excesso de tecido est disposto
em relao aos dentes e aos lbios diz respeito esttica. E Mondelli (2006)67
descreve que o
sorriso gengival no visto pelas pessoas como uma obstruo na esttica facial, como muitos
imaginam, e os clnicos devem compreender que a linha labial alta uma variao anatmica
aceitvel, especialmente para as mulheres.
Sendo comprovado, tambm, por Jahanbin e Pezeshkirad (2008)43
ao realizarem um
estudo caso controle para comparar a percepo esttica sobre pacientes tratados
ortodonticamente com ocluso normal e sem extrao, e avaliarem a altura do lbio superior
Reviso de literatura
34
nesses 2 grupos e discutirem os fatores relacionados com a esttica do sorriso atravs de 60
fotografias preto e branco analisadas por 5 avaliadores do gnero masculino e 5 avaliadoras
do gnero feminino, de profisses variadas (2 ortodontistas, 2clinico geral, 2 leigos, 2
adolescentes e 2 estudantes de odontologia) utilizando a escala visual analgica, concluram
que a altura do lbio superior no difere entre os 2 grupos e que tambm no significante
estatisticamente a diferena da percepo da melhor fotografia para as fotografias
consideradas mdias (boas) nos 2 grupos, mas os melhores escores foram dados para as
fotografias com mnima exposio gengiva.
Entretanto, na pesquisa realizada por Kokich e colaboradores (1999)49
sobre a
percepo de leigos e dentistas em relao esttica do sorriso, atravs de fotografias com
alteraes estticas, como: largura e comprimento da coroa, exposio gengival, contorno
gengival, perda de papila etc. Concluram que a perda da papila foi perceptvel a partir de
3mm para os leigos e dentistas, enquanto que os ortodontistas perceberam a partir de 2mm.
Em relao ao sorriso gengival os leigos e dentistas notaram tais alteraes como antiestticas
a partir de 4 mm, e os ortodontistas a partir de 2mm. Sendo estas diferenas de percepo
estatisticamente significante. Em relao alterao no contorno gengival, nenhuns dos trs
grupos de avaliadores notaram, tais alteraes como antiesttica, havendo ento, concordncia
entre as percepes.
Miller (1989)
65 ao descrever, um artigo, sobre a esttica anterior com o objetivo de
criar um guia para composio dentria, atravs de um eficaz e objetivo mtodo, para ajudar o
dentista a conseguir o estabelecimento de uma boa dimenso vertical. Reala que os jovens,
com menos de 29 anos, possuem uma exposio a mais dos incisivos superiores de
aproximadamente 3,37 mm, enquanto que os adultos, de 30 a 50 anos, apenas 1,26 mm.
Na pesquisa realizada com 7500 imagens de sorriso de ambos os gneros, Gerson e
Atalia (2005)36
tinham a expectativa que o excesso de gengiva ao sorrir era uma caracterstica
mais aceita para o gnero feminino, enquanto que a exposio de pouca gengiva ao sorrir era
uma caracterstica mais aceitvel para o gnero masculino. No entanto essa teoria no foi
confirmada em sua pesquisa, onde as imagens de ambos os gneros, avaliada por leigos,
foram consideradas pouco atrativas quando tinha pouca ou muita exposio de gengiva ao
sorrir. Mas foi observado que a exposio de excesso de gengiva ao sorrir esteticamente
mais aceito por avaliadores do gnero feminino, para imagens de ambos os gneros. E
destacam, tambm que os leigos consideram a exposio de 1 mm de gengiva como
antiesttico.
Reviso de literatura
35
No entanto Valllitu e colaboradores (1996)109
em sua pesquisa sobre a atitude de 254
pacientes com relao aparncia de seus dentes, observaram que a aparncia dental e mais
importante para mulheres do que para homens, e para os pacientes mais velhos a aparncia
dos dentes foi julgada menos importante do que para os jovens, e os pacientes com um menor
grau de escolaridade preferiram dentes mais brancos do que pessoas com maior nvel escolar,
e a preferncia por dentes muito brancos diminuiu com o aumento da idade, ou seja, os
pacientes mais jovens demonstram uma maior preferncia por dentes brancos que os mais
velhos. Assim, vrios grupos de pacientes tm diferentes atitudes em relao aparncia
dental.
Pascotto e Moreira (2005)79
ao discutirem em seu artigo, com apresentaes de casos
clnicos, as causas e as alternativas de tratamento para a exposio excessiva de gengiva,
afirmam que o excesso de gengiva exposta durante o sorriso, chamado de sorriso gengival,
costuma ser uma das queixas mais freqentes por parte do paciente que procuram os recursos
odontologia esttica, sendo, portanto, importante avaliar cuidadosamente este aspecto. Pois
embora muitas vezes no represente uma alterao funcional, constitui um problema esttico.
E de acordo com Seibert e Lindhe (1997)98
a opo pelo tratamento esttico periodontal, com
objetivo de corrigir o sorriso gengival, implica em diagnosticar corretamente sua etiologia,
que est associado, principalmente, erupo passiva incompleta, presena de lbio superior
curto e ao excesso maxilar anterior.
E Machado e coladoradores (2002)57
, ao realizarem uma discusso sobre correo
cirrgica do sorriso gengival ressaltam que a esttica dentofacial vem tornando, atualmente, um
fator de constante preocupao durante a realizao do plano de tratamento odontolgico
devido ao aumento dos valores estticos dos pacientes
De acordo com o estudo do Isiksal e colaboradores (2006)42
, sobre a esttica do
sorriso: percepo e comparao de sorrisos tratados e no tratados, ao analisarem a
correlao da exposio gengival com esttica do sorriso, observam que existe uma correlao
significante estatisticamente, ou seja, quanto maior a exposio da gengiva durante o sorriso
menor a aceitao do sorriso pelos avaliadores, mas entre eles (10 ortodontistas, 10
cirurgies-plsticos, 10 cirurgies-dentistas especialista, 10 cirurgies-dentistas, 10 artistas e
10 pacientes) no houve diferena de percepo.
2.3 PERCEPES DA ESTTICA POR CIRURGIES-DENTISTA E LEIGOS
Reviso de literatura
36
Segundo Lombardi (1973)56
, ao empregar o termo esttico, a conotao de que
algo visto como agradvel. Mas para isso acontecer, o estmulo visual passa para o centro da
viso no crebro, no qual o estmulo fisiolgico pode causar uma resposta tambm fisiolgica,
agradvel ou desagradvel. E esse estmulo e resposta, constituem a cincia da percepo
visual. Se a percepo do observador durante uma analise visual considerar um ser, objeto ou
obra agradvel ou desagradvel, ela pode ser condicionada e at influenciada por fatores
culturais, ou seja, o que considerado belo em uma cultura, em outra pode no ser.
Para Chalifoux (1996)16
, a percepo esttica importante para a criao de sorrisos
individualizados que satisfaam os anseios dos pacientes, pois pode haver diferena de
percepo esttica entre dentista e paciente, e a definio de valores estticos e nveis de
apreciao dos pacientes so essenciais para a satisfao dos mesmos, quanto aos tratamentos
estticos. Sorrisos criados, baseados apenas na percepo dos dentistas, podem no ser aceitos
pelo paciente, pois os resultados estticos devem ser balanceados de acordo com as limitaes
do ideal e de tratamento. As limitaes do ideal so as caractersticas gerais do paciente:
cultura, fsico e limitaes de personalidade; e as limitaes de tratamento incluem as
apresentadas pelos dentistas, tais como: habilidade artstica, percepo e habilidade tcnica. E
Ackerman e Ackerman (2002)2 enfatizam que os tratamentos estticos confrontam dois
fatores contraditrios: os desejos dos paciente e dentista e as limitaes da anatomia e
fisiologia do paciente.
Matthias e colaboradores (1993)63
ao compararem a avaliao realizada por dentistas
e a auto-avaliao da aparncia dental em uma populao idosa, com 550 participantes com
mais de 65 anos, observaram que 40% dos idosos se auto-avaliaram melhor que os dentistas, e
22% pior. Afinal, existe uma grande divergncia entre as avaliaes dos pacientes e dos
dentistas, resultando em uma grande barreira para ser vencida nos tratamentos odontolgicos.
Vallitu e colaboradores (1995)109
destacam que a percepo pode ser influenciada,
tambm, pela expectativa e a auto-avaliao dental, pois estas podem variar em diferentes
grupos de pacientes, quanto o gnero, a idade e a renda. Como observaram, em sua pesquisa,
ao avaliar as atitudes dos diferentes grupos de pacientes em relao aparncia dentaria,
atravs da aplicao de questionrio em 254 pacientes voluntrios, sobre a aparncia dentria.
E Segundo os resultados, o aparecimento dos dentes foi relatado como mais importantes para
as mulheres do que os homens. Para os pacientes mais velhos, o aparecimento dos dentes no
foi to importante como para os pacientes jovens. Os pacientes com menor nvel educacional
tm preferncia por dentes mais brancos do que os pacientes com um elevado nvel de
Reviso de literatura
37
educao. A percepo de que os dentes muito branco so estticos diminui com a idade, e os
pacientes mais jovens expressam uma maior preferncia por dentes brancos que os mais
velhos. Os autores concluram que vrios grupos de pacientes possuem diferentes
preferncias sobre a aparncia dos seus dentes.
J pesquisa de Prahl-Andersen e colaboradores (1979)83
, sobre a percepo da
morfologia dentofacial dos leigos e cirurgies-dentistas: clnico-geral e ortodontistas. Foi
realizada com 1.150 pacientes e 72 cirurgies-dentistas, atravs da avaliao de 54 fotografias
com normalidade e anormalidade na morfologia dentofacial e a necessidade de tratamento
ortodntico, e puderam concluir que existem diferenas de opinio entre ortodontistas e
pacientes, quando perguntados sobre o mesmo sorriso.
Assim como destaca Kokich e colaboradores (1999)
49, que os ortodontistas notaram
mais as alteraes estticas que os dentistas (clnicos gerais) e estes notaram mais que os
leigos.
Omar e colaboradores (2003)74
realizaram uma pesquisa sobre os sentimentos
expressos em relao perda dentria, utilizando uma metodologia qualitativa, atravs de
entrevista com 44 pacientes que estavam sendo reabilitados com prottica total. E observaram
que a interferncia profissional pode induzir a aceitao de padres que no resultem em
satisfao e aceitao do novo sorriso.
Como observado, nos estudo de Albino (1984)4 sobre a opinio dos profissionais e
leigos com relao avaliao esttica da face, no houve coincidncia entre as percepes e
expectativas dos pacientes com os profissionais, e os leigos so menos crticos que dentistas e
ortodontistas na avaliao da esttica do sorriso atravs de fotografias.
Para Katz
(1978)44
a percepo esttica das pessoas leigas est direcionada a
discrepncias e alteraes grosseiras, normalmente relacionadas com malocluses, assim,
pequenos desvios estticos no so importantes para os pacientes.
Bell e colaboradores (1985)8 em seu estudo sobre a percepo de dentistas e leigos
sobre o sorriso e suas caractersticas (corredor bucal, design, medida, tipo de arco) atravs da
VAS (escala visual analgica) em que 60 sorrisos foram avaliados por 10 dentistas, sendo 2
ortodontistas, 2 protesistas, 2 endodontistas , 1 dentstica e 1cirurgio bucomaxilofacia e 10
leigos , concluram que no h nenhuma diferena na avaliao geral do sorriso entre
especialistas e leigos e que as caractersticas avaliadas no influenciam na percepo do
sorriso. Entretanto observaram que os leigos preferem perfil mais natural que dentistas.
Reviso de literatura
38
Andrade e colaboradores (2006)5 descreve que teve o grau da percepo esttica dos
cirurgies dentistas em relao a 5 discrepncias comuns em dentes anteriores, possui
concordncia quanto ao sorriso mais agradvel, entretanto os ortodontistas so mais atentos s
alteraes estticas.
Rodrigues (2005)92
se props a avaliar o grau de percepo da atratividade do sorriso
em funo dos fatores: variaes das normas de beleza, conhecimento dos avaliadores e
enquadramento fotogrfico, atravs de 11 fotografias analisadas por 4 examinadores, 2
especialista em dentstica e 2 leigos, utilizando a escala visual analgica. A autora concluiu
que o sorriso ideal controle, mostrou maior atratividade que os sorrisos com variaes nas
normas estticas, observando que a atratividade do sorriso modifica de acordo com a presena
de variaes das normas de beleza, nvel de conhecimento do avaliador e enquadramento das
fotografias.
Flores-Mir e colaboradores (2004)32
em sua pesquisa sobre a percepo esttica dos
leigos, atravs diferentes vises do sorriso e com a amostra de 91 avaliadores, puderam
concluir que a esttica dentria tem pouco impacto, quando analisada pela viso geral da
face, e que o gnero e o nvel educacional e o gnero influenciam na percepo da esttica dos
leigos. Sendo o gnero masculino mais crtico que o gnero feminino, ao avaliarem a mesma
fotografia. E observaram que a percepo da esttica varia de pessoa para pessoa e
influenciada pela experincia e envolvimento social.
Kokich e colaboradores (2006)48
destacam que entre avaliadores leigos e cirurgies-
dentistas, os homens so mais crticos em relao as mulheres, durante a avaliao de
alteraes assimtricas na esttica do sorriso. Assim como a preferncia por mudanas
simtricas e proporcionais.
Para Giddon (1995)37
, em seu a estudo qualitativo sobre mudanas da percepo sem
relao aparncia facial, destaca que a esttica pode ser definido como relativas ao
sentimento, e percepo pode ser definida como a organizao de estmulos ambientais, e o
que bonito ou atraente para o ortodontista e cirurgio dentista em geral, baseado em suas
experincias e/ou treinamento pode no concordar com o que o paciente ou outros indivduos
pensam sobre beleza e atratividade.
E de acordo Borghetti e Monnet-Corti (2000)9, o paciente que deve considerar se o
sorriso gengival feio em funo de sua prpria concepo, e opinio de seu meio de
convvio, etc.. Pois, durante a avaliao do sorriso, todos os aspectos dentrios e teciduais
Reviso de literatura
39
devem ser considerados e o clinico deve perguntar ao paciente o que ele acha do seu sorriso.
Essa atitude primordial quando se tem conhecimento do resultado dos estudos sobre
divergncia da percepo da beleza do sorriso entre profissionais e pacientes.
Como vem sedo observado por Qualtrough e Burke (1994)88
, a opinio e o desejo do
paciente nem sempre coincidem com a opinio e regras estticas aplicadas pelos cirurgies-
dentistas, assim o desejo dos pacientes deve ser respeitado nos tratamentos estticos, e seus
artifcios, como manipulaes fotogrficas e enceramento de diagnstico, so vlidos para o
acompanhamento de mudanas e participao do paciente no tratamento. Pois tanto a
expectativas quanto as principais queixas do paciente fornecem subsdios objetivos de
avaliao e podem nortear a construo dos novos sorrisos.
Algumas diretrizes para