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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ldquoJULIO DE MESQUITA FILHOrdquo
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS E VETERINAacuteRIAS
CAcircMPUS DE JABOTICABAL
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO
EM MANEJO RACIONAL DE BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS
PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
Patriacutecia Cruz Barbalho
Zootecnista
JABOTICABAL ndash SAtildeO PAULO ndash BRASIL
Fevereiro de 2007
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ldquoJULIO DE MESQUITA FILHOrdquo
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS E VETERINAacuteRIAS
CAcircMPUS DE JABOTICABAL
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO
EM MANEJO RACIONAL DE BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS
PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
Patriacutecia Cruz Barbalho
Orientador Prof Dr Mateus Joseacute Rodrigues Paranhos da Costa
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias ndash UNESP Cacircmpus de Jaboticabal como parte das exigecircncias para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Zootecnia
JABOTICABAL ndash SAtildeO PAULO ndash BRASIL
Fevereiro de 2007
iii
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
Patriacutecia Cruz Barbalho nascida na cidade de Natal Rio Grande do Norte em 02
de fevereiro de 1979 graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte Natal ndash RN em agosto de 2003 Em setembro de 2003 tornou-se
integrante do grupo ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia
Animal) participando do Projeto de Racionalizaccedilatildeo do Manejo Preacute-Abate de Bovinos
iv
Dedico este trabalho
Ao sangue de tantos e tantos bois
Que manchou as roupas iguais dos homens
Dos homens que tinham facas presas nas matildeos
Ou seria as matildeos presas agraves facas
Presas
Os bois ou os homens
Acho que os homens E vocecirc
ldquoPai perdoai ELES natildeordquo
NOacuteS natildeo sabemos o que fazemos
v
AGRADECIMENOS
Agrave amiga Luciandra Macedo Toledo que observando uma vaca parir sentou-se
pela manhatilde e levantou-se no fim da tarde E com isso me fez silenciar e esperar atenta
que o mundo inteiro se erguesse diante de mim mostrando e me fazendo acreditar
Ensinou-me que ldquoobservar natildeo eacute olharrdquo eacute alguma coisa nascida dos sentidos mente e
coraccedilatildeo e o universo inteiro entranhados e me iniciando no estudo do comportamento
animal mudou minha vida
Agrave minha mais nova irmatilde Letiacutecia Ribeiro que mostrando a beleza da
autenticidade me revelou lsquoo segredorsquo de como ser livre
Agrave minha matildee pelo apoio incondicional
Agrave Gerusa Alves Naves que incansavelmente ouvia minhas longas e repetitivas
frustraccedilotildees e alegrias
A Anderson Souza por me fazer feliz
Agrave Juacutelia Eumira Gomes Neves por cuidar de mim Acredito que estudei tudo isso
apenas para contribuir dando-lhe atalhos em seu trabalho de proteccedilatildeo aos animais
que muito admiro e respeito
Agrave Eacuterica Bueno pelos cavalos e pores-do-Sol
Aos meus irmatildeos Eacuterika e Henrique pela cumplicidade dos nossos dias Ao meu
pai e sobrinho Clayton que me fazem sorrir sem perceber
Ao grande amigo Claudinei Bernardo dos Santos (Jatobaacute) por compartilhar
comigo seus conhecimentos em comportamento e manejo de bovinos fato
imprescindiacutevel no desenvolvimento deste trabalho E tambeacutem por todo o apoio
amizade respeito agraves minhas ideacuteias e atenccedilatildeo agraves minhas necessidades
Ao companheiro de tantas e tantas e tantas horas de trabalho e viagens Stavros
Platon Tseimazides que fazendo bem o que eu fazia mal e fazendo mal o que eu fazia
bem equilibrou o nosso trabalho Obrigada por nossas brigas
Aos amigos Anne Karolyne Ariane Gurgel Umbelino Fabio Senna Genildo
Fonseca Pereira Josimar Torres Gomes Maacutecio Alexandre Guedes Magda
vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
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k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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corr
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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005
01
015
02
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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40
50
60
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
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30
40
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80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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meacuted
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ani
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
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b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
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no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
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Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
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39 89 139
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48 98 148
49 99 149
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Obs
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ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ldquoJULIO DE MESQUITA FILHOrdquo
FACULDADE DE CIEcircNCIAS AGRAacuteRIAS E VETERINAacuteRIAS
CAcircMPUS DE JABOTICABAL
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO
EM MANEJO RACIONAL DE BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS
PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
Patriacutecia Cruz Barbalho
Orientador Prof Dr Mateus Joseacute Rodrigues Paranhos da Costa
Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuterias ndash UNESP Cacircmpus de Jaboticabal como parte das exigecircncias para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Zootecnia
JABOTICABAL ndash SAtildeO PAULO ndash BRASIL
Fevereiro de 2007
iii
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
Patriacutecia Cruz Barbalho nascida na cidade de Natal Rio Grande do Norte em 02
de fevereiro de 1979 graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte Natal ndash RN em agosto de 2003 Em setembro de 2003 tornou-se
integrante do grupo ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia
Animal) participando do Projeto de Racionalizaccedilatildeo do Manejo Preacute-Abate de Bovinos
iv
Dedico este trabalho
Ao sangue de tantos e tantos bois
Que manchou as roupas iguais dos homens
Dos homens que tinham facas presas nas matildeos
Ou seria as matildeos presas agraves facas
Presas
Os bois ou os homens
Acho que os homens E vocecirc
ldquoPai perdoai ELES natildeordquo
NOacuteS natildeo sabemos o que fazemos
v
AGRADECIMENOS
Agrave amiga Luciandra Macedo Toledo que observando uma vaca parir sentou-se
pela manhatilde e levantou-se no fim da tarde E com isso me fez silenciar e esperar atenta
que o mundo inteiro se erguesse diante de mim mostrando e me fazendo acreditar
Ensinou-me que ldquoobservar natildeo eacute olharrdquo eacute alguma coisa nascida dos sentidos mente e
coraccedilatildeo e o universo inteiro entranhados e me iniciando no estudo do comportamento
animal mudou minha vida
Agrave minha mais nova irmatilde Letiacutecia Ribeiro que mostrando a beleza da
autenticidade me revelou lsquoo segredorsquo de como ser livre
Agrave minha matildee pelo apoio incondicional
Agrave Gerusa Alves Naves que incansavelmente ouvia minhas longas e repetitivas
frustraccedilotildees e alegrias
A Anderson Souza por me fazer feliz
Agrave Juacutelia Eumira Gomes Neves por cuidar de mim Acredito que estudei tudo isso
apenas para contribuir dando-lhe atalhos em seu trabalho de proteccedilatildeo aos animais
que muito admiro e respeito
Agrave Eacuterica Bueno pelos cavalos e pores-do-Sol
Aos meus irmatildeos Eacuterika e Henrique pela cumplicidade dos nossos dias Ao meu
pai e sobrinho Clayton que me fazem sorrir sem perceber
Ao grande amigo Claudinei Bernardo dos Santos (Jatobaacute) por compartilhar
comigo seus conhecimentos em comportamento e manejo de bovinos fato
imprescindiacutevel no desenvolvimento deste trabalho E tambeacutem por todo o apoio
amizade respeito agraves minhas ideacuteias e atenccedilatildeo agraves minhas necessidades
Ao companheiro de tantas e tantas e tantas horas de trabalho e viagens Stavros
Platon Tseimazides que fazendo bem o que eu fazia mal e fazendo mal o que eu fazia
bem equilibrou o nosso trabalho Obrigada por nossas brigas
Aos amigos Anne Karolyne Ariane Gurgel Umbelino Fabio Senna Genildo
Fonseca Pereira Josimar Torres Gomes Maacutecio Alexandre Guedes Magda
vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
quuml
ecircnci
a d
o u
so d
o ch
oq
ue
()
Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
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j
i
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ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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40
50
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
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80
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
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60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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iii
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
Patriacutecia Cruz Barbalho nascida na cidade de Natal Rio Grande do Norte em 02
de fevereiro de 1979 graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte Natal ndash RN em agosto de 2003 Em setembro de 2003 tornou-se
integrante do grupo ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia
Animal) participando do Projeto de Racionalizaccedilatildeo do Manejo Preacute-Abate de Bovinos
iv
Dedico este trabalho
Ao sangue de tantos e tantos bois
Que manchou as roupas iguais dos homens
Dos homens que tinham facas presas nas matildeos
Ou seria as matildeos presas agraves facas
Presas
Os bois ou os homens
Acho que os homens E vocecirc
ldquoPai perdoai ELES natildeordquo
NOacuteS natildeo sabemos o que fazemos
v
AGRADECIMENOS
Agrave amiga Luciandra Macedo Toledo que observando uma vaca parir sentou-se
pela manhatilde e levantou-se no fim da tarde E com isso me fez silenciar e esperar atenta
que o mundo inteiro se erguesse diante de mim mostrando e me fazendo acreditar
Ensinou-me que ldquoobservar natildeo eacute olharrdquo eacute alguma coisa nascida dos sentidos mente e
coraccedilatildeo e o universo inteiro entranhados e me iniciando no estudo do comportamento
animal mudou minha vida
Agrave minha mais nova irmatilde Letiacutecia Ribeiro que mostrando a beleza da
autenticidade me revelou lsquoo segredorsquo de como ser livre
Agrave minha matildee pelo apoio incondicional
Agrave Gerusa Alves Naves que incansavelmente ouvia minhas longas e repetitivas
frustraccedilotildees e alegrias
A Anderson Souza por me fazer feliz
Agrave Juacutelia Eumira Gomes Neves por cuidar de mim Acredito que estudei tudo isso
apenas para contribuir dando-lhe atalhos em seu trabalho de proteccedilatildeo aos animais
que muito admiro e respeito
Agrave Eacuterica Bueno pelos cavalos e pores-do-Sol
Aos meus irmatildeos Eacuterika e Henrique pela cumplicidade dos nossos dias Ao meu
pai e sobrinho Clayton que me fazem sorrir sem perceber
Ao grande amigo Claudinei Bernardo dos Santos (Jatobaacute) por compartilhar
comigo seus conhecimentos em comportamento e manejo de bovinos fato
imprescindiacutevel no desenvolvimento deste trabalho E tambeacutem por todo o apoio
amizade respeito agraves minhas ideacuteias e atenccedilatildeo agraves minhas necessidades
Ao companheiro de tantas e tantas e tantas horas de trabalho e viagens Stavros
Platon Tseimazides que fazendo bem o que eu fazia mal e fazendo mal o que eu fazia
bem equilibrou o nosso trabalho Obrigada por nossas brigas
Aos amigos Anne Karolyne Ariane Gurgel Umbelino Fabio Senna Genildo
Fonseca Pereira Josimar Torres Gomes Maacutecio Alexandre Guedes Magda
vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
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san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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0
10
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40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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iv
Dedico este trabalho
Ao sangue de tantos e tantos bois
Que manchou as roupas iguais dos homens
Dos homens que tinham facas presas nas matildeos
Ou seria as matildeos presas agraves facas
Presas
Os bois ou os homens
Acho que os homens E vocecirc
ldquoPai perdoai ELES natildeordquo
NOacuteS natildeo sabemos o que fazemos
v
AGRADECIMENOS
Agrave amiga Luciandra Macedo Toledo que observando uma vaca parir sentou-se
pela manhatilde e levantou-se no fim da tarde E com isso me fez silenciar e esperar atenta
que o mundo inteiro se erguesse diante de mim mostrando e me fazendo acreditar
Ensinou-me que ldquoobservar natildeo eacute olharrdquo eacute alguma coisa nascida dos sentidos mente e
coraccedilatildeo e o universo inteiro entranhados e me iniciando no estudo do comportamento
animal mudou minha vida
Agrave minha mais nova irmatilde Letiacutecia Ribeiro que mostrando a beleza da
autenticidade me revelou lsquoo segredorsquo de como ser livre
Agrave minha matildee pelo apoio incondicional
Agrave Gerusa Alves Naves que incansavelmente ouvia minhas longas e repetitivas
frustraccedilotildees e alegrias
A Anderson Souza por me fazer feliz
Agrave Juacutelia Eumira Gomes Neves por cuidar de mim Acredito que estudei tudo isso
apenas para contribuir dando-lhe atalhos em seu trabalho de proteccedilatildeo aos animais
que muito admiro e respeito
Agrave Eacuterica Bueno pelos cavalos e pores-do-Sol
Aos meus irmatildeos Eacuterika e Henrique pela cumplicidade dos nossos dias Ao meu
pai e sobrinho Clayton que me fazem sorrir sem perceber
Ao grande amigo Claudinei Bernardo dos Santos (Jatobaacute) por compartilhar
comigo seus conhecimentos em comportamento e manejo de bovinos fato
imprescindiacutevel no desenvolvimento deste trabalho E tambeacutem por todo o apoio
amizade respeito agraves minhas ideacuteias e atenccedilatildeo agraves minhas necessidades
Ao companheiro de tantas e tantas e tantas horas de trabalho e viagens Stavros
Platon Tseimazides que fazendo bem o que eu fazia mal e fazendo mal o que eu fazia
bem equilibrou o nosso trabalho Obrigada por nossas brigas
Aos amigos Anne Karolyne Ariane Gurgel Umbelino Fabio Senna Genildo
Fonseca Pereira Josimar Torres Gomes Maacutecio Alexandre Guedes Magda
vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
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005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
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05
1
15
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25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
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04
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12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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v
AGRADECIMENOS
Agrave amiga Luciandra Macedo Toledo que observando uma vaca parir sentou-se
pela manhatilde e levantou-se no fim da tarde E com isso me fez silenciar e esperar atenta
que o mundo inteiro se erguesse diante de mim mostrando e me fazendo acreditar
Ensinou-me que ldquoobservar natildeo eacute olharrdquo eacute alguma coisa nascida dos sentidos mente e
coraccedilatildeo e o universo inteiro entranhados e me iniciando no estudo do comportamento
animal mudou minha vida
Agrave minha mais nova irmatilde Letiacutecia Ribeiro que mostrando a beleza da
autenticidade me revelou lsquoo segredorsquo de como ser livre
Agrave minha matildee pelo apoio incondicional
Agrave Gerusa Alves Naves que incansavelmente ouvia minhas longas e repetitivas
frustraccedilotildees e alegrias
A Anderson Souza por me fazer feliz
Agrave Juacutelia Eumira Gomes Neves por cuidar de mim Acredito que estudei tudo isso
apenas para contribuir dando-lhe atalhos em seu trabalho de proteccedilatildeo aos animais
que muito admiro e respeito
Agrave Eacuterica Bueno pelos cavalos e pores-do-Sol
Aos meus irmatildeos Eacuterika e Henrique pela cumplicidade dos nossos dias Ao meu
pai e sobrinho Clayton que me fazem sorrir sem perceber
Ao grande amigo Claudinei Bernardo dos Santos (Jatobaacute) por compartilhar
comigo seus conhecimentos em comportamento e manejo de bovinos fato
imprescindiacutevel no desenvolvimento deste trabalho E tambeacutem por todo o apoio
amizade respeito agraves minhas ideacuteias e atenccedilatildeo agraves minhas necessidades
Ao companheiro de tantas e tantas e tantas horas de trabalho e viagens Stavros
Platon Tseimazides que fazendo bem o que eu fazia mal e fazendo mal o que eu fazia
bem equilibrou o nosso trabalho Obrigada por nossas brigas
Aos amigos Anne Karolyne Ariane Gurgel Umbelino Fabio Senna Genildo
Fonseca Pereira Josimar Torres Gomes Maacutecio Alexandre Guedes Magda
vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
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30
40
50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
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60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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30
40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
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60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
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08
1
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14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
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40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
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40
50
60
70
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90
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
BEM-ESTAR ANIMAL TEORIA DOCEcircNCIA E APLICACcedilAtildeO 1 2006 Rio de Janeiro
Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Departamento de
Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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vi
Guilhermino Majorie Pereira Romeika Assunccedilatildeo Valdi de Lima Juacutenior que me
disseram sim
Ao professor Mateus J R Paranhos da Costa pela grande confianccedila orientaccedilatildeo
e conselhos que muito me ajudaram nestes anos de trabalho junto ao grupo ETCO E
tambeacutem pelo respeito a minha individualidade
Agrave professora Anabela Pinto por suas interrogaccedilotildees que sempre me levaram agrave
reflexatildeo motivando e auxiliando os meus primeiros passos no meu mais novo caminho
do pensar
Ao professor Ricardo Reis pelas ricas sugestotildees para construccedilatildeo deste trabalho
A sua minuciosa atenccedilatildeo ao ler este trabalho em minha qualificaccedilatildeo tornou-se minha
maior motivaccedilatildeo para fazer o melhor
Aos Professores Gener Tadeu Pereira e Isabela Silveira pela ajuda e
contribuiccedilatildeo a este trabalho
Aos funcionaacuterios da UNESP Jaboticabal em suas diferentes funccedilotildees que me
ajudaram a concluir este projeto Em especial aos que contribuiacuteam com a beleza das
aacutervores gramas paacutessaros desta instituiccedilatildeo
Agrave Frida Liliana Caacuterdenas Diacuteaz e Renata Furlan pela companhia respeito e
compreensatildeo em nossa casa
Aos integrantes do grupo ETCO Adriana Postos Madureira Aline Cristina
SantacuteAnna Daniel Biagiotti Eliane Vianna da Costa e Silva Joseacute Rodolfo Panim
Ciocca Liacutevia Carolina Magalhatildees Silva Marcelo Simatildeo da Rosa Marcos Chiquitelli
Neto Murilo Henrique Quintiliano Osmar Dalla Costa e Rita Coelho Gonccedilalves Victor
Eduardo Sales pelos sorrisos
Agrave Ana Carolina Pereira por me ensinar a ldquonatildeo ter medo do julgamento das
pessoasrdquo
Agrave Anita Schmidek que sempre chegava com uma novidade
Agrave Cristina Urbano dos Santos por me transmitir paz
Ao coraccedilatildeo de Adriano Gomes Paacutescoa pela lsquoinacreditaacutevelrsquo disponibilidade e bom
humor
Agrave Natalia Maria Alejandra Aguilar pelas Cataratas do Iguaccedilu pela Argentina
vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
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70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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vii
Agrave Ana Luacutecia Espironelli por me ensinar sobre aceitaccedilatildeo e toleracircncia
Ao lsquoineacuteditorsquo Luis Savan e Paula Paranhos da Costa por me ajudarem a cultivar
sonhos
Agrave Janete Barros Costa pela atenccedilatildeo e carinho que sempre me dedicou ao
receber-me em sua casa E tambeacutem pela paciecircncia ao atender meus telefonemas fora
de hora
Agrave Milene Fernanda Rodrigues Carneiro (minha filhinha) Rosana Moretto e
Tatiana Helena Bigi que mesmo passando tatildeo rapidamente por nosso grupo nunca
esquecerei
Aos funcionaacuterios dos frigoriacuteficos que me lsquoensinaramrsquo caminhos para lsquoensinarrsquo
melhor
Ao professor de inglecircs Luiacutes Roberto Bayona Peacuterez pela amizade dedicaccedilatildeo e
disponibilidade lsquosocorrendorsquo-me todas agraves vezes e a qualquer hora ou dia que precisei
sem qualquer questionamento ou queixa Obrigada professor E tambeacutem agrave sua
companheira Juacutelia por me receber sempre com tanta alegria em sua casa
Aos lsquoobstaacuteculosrsquo das calccediladas de Jaboticabal que me ensinaram a prestar mais
atenccedilatildeo onde estou pisando
E agradeccedilo aos pesadelos de minha infacircncia com frigoriacutefico de bovinos que me
conduziram a este trabalho onde descobri a essecircncia de amor que haacute em cada ser
humano e que estaacute esperando para ser despertada
Obrigada
viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
quuml
ecircnci
a d
o u
so d
o ch
oq
ue
()
Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
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MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
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DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
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ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
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40
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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30
40
50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
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30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
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25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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viii
SUMAacuteRIO
Paacutegina
RESUMO x
SUMMARY xi
1 INTRODUCcedilAtildeO 1
11 Objetivos 3
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 4
21 Bem-estar animal 4
22 Monitoramento do manejo 6
221 Escorregotildees e quedas 6
222 Vocalizaccedilotildees 6
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico 6
224 Insensibilizaccedilatildeo 7
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento 7
3 MATERIAL E MEacuteTODOS 11
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento 17
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios 18
312 Categorias de comportamento dos bovinos 19
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo 19
32 Treinamento em manejo racional 19
321 Treinamento teoacuterico 20
322 Treinamento praacutetico 20
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento 21
34 Anaacutelise estatiacutestica 21
341 Organizaccedilatildeo dos dados 21
342 Anaacutelises dos dados 21
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 23
ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0
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70
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
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90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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ix
41 Nuacutemero de animais por lote manejado 23
42 Escorregotildees e quedas 25
43 Vocalizaccedilotildees 34
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico 38
45 Bandeira inadequada 42
46 Atordoamento 45
47 Insensibilidade 46
5 CONCLUSOtildeES 48
6 IMPLICACcedilOtildeES 49
7 REFEREcircNCIAS 50
x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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0
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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x
AVALIACcedilAtildeO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO EM MANEJO RACIONAL DE
BOVINOS EM FRIGORIacuteFICOS PARA MELHORIA DO BEM-ESTAR ANIMAL
RESUMO ndash Os objetivos foram estudar os efeitos de um programa de
treinamento em manejo racional no bem-estar de bovinos e testar a viabilidade praacutetica
da aplicaccedilatildeo do manejo racional em frigoriacuteficos Os comportamentos de humanos e
bovinos foram estudados em trecircs frigoriacuteficos durante o desenvolvimento de dois
processos 1) conduccedilatildeo dos bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento
e 2) atordoamento Nas avaliaccedilotildees do processo de conduccedilatildeo dos animais foram
acompanhados 31 22 e 18 lotes de animais antes do treinamento nos frigoriacuteficos MT
GO e SP respectivamente repetindo-se o mesmo nuacutemero de lotes apoacutes o treinamento
Foram registradas duas variaacuteveis do comportamento humano durante a conduccedilatildeo dos
animais (uso do bastatildeo eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e trecircs do
comportamento bovino (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) Durante o processo de
atordoamento foram consideradas duas variaacuteveis a eficiecircncia de atordoamento (sendo
observados 336 475 e 314 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em
cada etapa antes e apoacutes o treinamento) e sinais de insensibilidade (com 400 453 e
308 animais nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente em cada etapa) Os dados
sobre a conduccedilatildeo dos bovinos foram analisados usando-se Anova com o procedimento
GLM e para as variaacuteveis de atordoamento foi utilizado o Teste de Kruskall-Wallis
Houve diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos nas variaacuteveis escorregotildees
quedas uso do bastatildeo eleacutetrico e sinais de insensibilidade Tambeacutem houve efeito
significativo do treinamento para a maioria das variaacuteveis estudadas sendo que o maior
efeito foi no uso do bastatildeo eleacutetrico que diminuiu nos trecircs frigoriacuteficos apoacutes o
treinamento Os resultados indicaram que os frigoriacuteficos que realizaram investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees atingiram melhor resposta ao treinamento dos
funcionaacuterios
Palavras-chaves capacitaccedilatildeo manejo preacute-abate bovinos frigoriacutefico
xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
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01
015
02
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
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cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
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01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
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08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
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adeq
uado
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
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18
19
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21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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xi
ASSESSMENT OF RATIONAL HANDLING TRAINING PROGRAMS AT
SLAUGHTERHOUSE TO PROMOTE THE WELFARE OF CATTLE
SUMMARY - The objectives of this research were to study the effects of rational
handling training programs on cattle welfare and to test the practical feasibility of the
rational handling in the slaughterhouse The human and cattle behaviours were
recorded in three slaughterhouses during two processes 1) leading cattle from lairage
to stunning boxes and 2) stunning cattle In order to assess the handling procedures
during the first process we studied 31 22 and 18 groups of cattle before and after the
training activity in three slaughterhouses (MT GO and SP) in this process five
variables were considered two of them related to human behaviour (the frequency of
electric prod and the frequency of inadequate flag use) and three related to cattle
behaviour (the frequencies of slips falls and vocalizations) For the assessment of the
stunning process two variables were defined stunning efficiency (with 336 475 and 314
cattle observed before and after the training period) and insensitiveness (with 400 453
and 308 animals observed before and after training) Analysis of variance was used for
data related to the process of driving the animals to the stunning box and the Kruskall-
Wallis test was used when for the variables related to the stunning process Significant
statistical differences were found among slaughterhouses for the frequencies of slips
falls use of the electric prod and insensitiveness Similar results were found when
considered the effects of training being the major effect on the frequency of electric
prod use which dropped down in three slaughterhouses Inadequate facilities and
equipments promoted depreciation on the labour increasing the frequencies of slips
falls and in the number of sensitive animals after stunning The results suggested that
the slaughterhouses that did invest in people training facilities and equipments
achieved a better result in the improvement of animal welfare
Keywords animal welfare rational handling bovines practices slaughterhouses
1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
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meacute
dia
de
uso
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statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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1
1 INTRODUCcedilAtildeO
A interaccedilatildeo humanos-bovinos foi intensificada com o processo de domesticaccedilatildeo
desta espeacutecie iniciado haacute cerca de 6000 aC (STRICKLIM et al 1984) poreacutem ainda
hoje natildeo foi atingido um ambiente ideal para a otimizaccedilatildeo do bem-estar desses
animais no sentido de minimizar o estresse decorrente de nossas interaccedilotildees com os
mesmos Isto porque o manejo oferecido aos bovinos geralmente caracteriza-se por
atitudes punitivas sendo comum encontrarmos agressividade desnecessaacuteria e
excessiva
Este tipo de atitude eacute consequumlente da falta de conhecimento em relaccedilatildeo aos
animais seus sentidos sentimentos e comportamentos aleacutem da conceituaccedilatildeo comum
de que satildeo maacutequinas utilizadas para nos fornecer recursos como carne leite e couro
entre outros Segundo PARANHOS DA COSTA amp PINTO (2006) a tendecircncia eacute analisar
o papel do animal no mundo agrave luz da sociedade em que crescemos As conclusotildees e
opiniotildees satildeo por isso consequumlecircncias da filosofia subjacente agrave nossa cultura e que faz
parte de nossa histoacuteria Esses valores culturais transmitidos de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo
tecircm proporcionado uma malha ideoloacutegica estaacutevel oferecendo ideacuteias preacute-concebidas e
por isso natildeo frequumlentemente questionadas A conceituaccedilatildeo de que os animais de
produccedilatildeo satildeo maacutequinas pode ser um exemplo dessa ideologia que muitas vezes acaba
levando agrave anulaccedilatildeo do bovino como um animal portador de sensibilidade necessidades
e vontades
No entanto com base em evidecircncias cientiacuteficas irrefutaacuteveis passou-se a
reconhecer que os animais tecircm a capacidade de sofrer e eacute opiniatildeo predominante que
natildeo devem ser levados ao sofrimento desnecessaacuterio (PARANHOS DA COSTA amp
PINTO 2006) Esta afirmaccedilatildeo retrata um consenso social eacutetico que segundo ROLLIN
(2006) engloba os princiacutepios consensuais adotados ou aceitos pela sociedade em
geral e que satildeo codificados em leis e regulamentos Um exemplo disto eacute que em nossa
sociedade soacute eacute permitido o sacrifiacutecio de animais de accedilougue por meacutetodos humanitaacuterios
(BRASIL 1997)
2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
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ia d
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san
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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50
60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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30
40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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0
10
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30
40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
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60
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
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18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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2
Para o melhor entendimento do que venham a ser estes meacutetodos humanitaacuterios
ROCcedilA (1999) definiu o abate humanitaacuterio como o conjunto de procedimentos teacutecnicos e
cientiacuteficos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade
rural ateacute a operaccedilatildeo de sangria no matadouro-frigoriacutefico Esta definiccedilatildeo engloba dois
importantes pontos a atenccedilatildeo em oferecer recursos que possibilitem um bom bem-
estar aos animais e a implementaccedilatildeo de pesquisas para o desenvolvimento de teacutecnicas
que buscam este fim
Atualmente o caraacuteter humanitaacuterio com respeito e adequaccedilatildeo dos procedimentos
em atenccedilatildeo ao bem-estar animal torna-se obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de produtos com
qualidade LUCHIARI FILHO (2006) relatou que quando se trata de carnes a amplitude
do termo ldquoqualidaderdquo pode levar a diferentes interpretaccedilotildees e cita os seguintes
componentes para a definiccedilatildeo de qualidade de Warriss (2000) rendimento e
composiccedilatildeo aparecircncia palatabilidade integridade do produto e qualidade eacutetica esta
estando relacionada a questotildees de bem-estar animal
Encontra-se aqui uma convergecircncia de interesses para a produccedilatildeo do produto
carne Jaacute que em se tratando de manejo preacute-abate o excesso de agressividade
provoca natildeo soacute o estresse dos animais comprometendo o seu bem-estar como
tambeacutem tem influecircncia negativa na qualidade intriacutenseca da carne aleacutem do descarte de
carne por motivo de hematomas LUCHIARI FILHO (2000) afirmou que todo e qualquer
estresse imposto ao animal na fase ante mortem teraacute efeito na qualidade da carne A
diminuiccedilatildeo na qualidade no que diz respeito agrave maciez por exemplo pode ocasionar
carnes mais duras se comparadas agravequeles que natildeo sofreram estresse e que estes
problemas estatildeo diretamente relacionados ao manejo dispensado no periacuteodo anterior
ao abate
Esses prejuiacutezos podem ser evitados com a implantaccedilatildeo de teacutecnicas de manejo
racional Segundo estimativas de GRANDIN (1980) o estresse no manejo preacute-abate
acarretaria cerca de trecircs milhotildees de doacutelaresano de prejuiacutezo aos abatedouros em
decorrecircncia de contusotildees nas carcaccedilas nos Estados Unidos danificando cerca de 92
das carcaccedilas Na Nova Zelacircndia cerca de 40 do gado seria contundido durante o
manejo preacute-abate
3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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30
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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3
No entanto ainda existe grande descrenccedila em relaccedilatildeo a teacutecnicas desenvolvidas
atraveacutes do estudo do comportamento dos animais para promover um manejo mais
eficiente que utilize caracteriacutesticas comportamentais dos animais e respeite seu
universo sensorial (manejo racional) com o objetivo de minimizar agressotildees e estresse
aos bovinos e humanos GRANDIN (2003) relatou que o conhecimento usado para criar
um produto farmacecircutico eacute mais provaacutevel ser adotado pelas induacutestrias do que uma
teacutecnica de gerenciamento comportamental Mesmo que esta venha a gerar benefiacutecios
financeiros algumas pessoas encontram dificuldades em acreditar que meacutetodos
gerenciais que levam em conta o conhecimento do comportamento animal realmente
funcionem
Hoje em dia estaacute cada vez mais crescente as exigecircncias e legislaccedilotildees referentes
ao bem-estar animal especificadas por grandes clientes como supermercados e
restaurantes Esses mercados tambeacutem servem como motivadores poderosos no uso de
meacutetodos comportamentais Nos Estados Unidos as exigecircncias do bem-estar animal
pela Corporaccedilatildeo McDonaldrsquos melhorou extremamente o manejo dos bovinos em
plantas frigoriacuteficas (GRANDIN 2000)
Buscando adequaccedilatildeo agraves novas exigecircncias e almejando a melhoria do bem-estar
dos bovinos o desenvolvimento de capacitaccedilatildeo teacutecnica que auxilie as praacuteticas de
manejo se apresenta como uma estrateacutegia para minimizar o estresse dos animais e
otimizar as interaccedilotildees entre homens e bovinos minimizando agressotildees e sofrimentos
desnecessaacuterios agraves duas espeacutecies
11 Objetivos
Avaliar a eficiecircncia do treinamento em manejo racional atraveacutes das respostas
comportamentais de humanos e bovinos (antes e apoacutes o treinamento)
Testar a viabilidade praacutetica de uma nova maneira de realizar o procedimento de
manejo dos bovinos (manejo racional) em frigoriacuteficos
4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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30
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
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ueda
s (
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Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
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90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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4
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 Bem-estar animal
Broom (1986) citado por FRASER amp BROOM (1990) definiu o bem-estar como o
estado de um dado organismo durante as suas tentativas de se ajustar ao ambiente
Segundo BROOM amp JOHNSON (1993) esta definiccedilatildeo tem vaacuterias implicaccedilotildees dentre
elas o bem-estar pode variar entre muito ruim e muito bom o bem-estar pode ser
medido cientificamente devendo esta medida ser objetiva assim como sua
interpretaccedilatildeo
Para definir o estado de bem-estar de um determinado animal deve-se
considerar trecircs abordagens distintas poreacutem complementares (PARANHOS DA COSTA
amp PINTO 2006)
1 Estado psicoloacutegico do animal ndash quando o bem-estar eacute definido em funccedilatildeo dos
sentimentos e emoccedilotildees dos animais sendo que animais com medo frustraccedilatildeo e
ansiedade enfrentariam problemas de bem-estar
2 Funcionamento bioloacutegico do animal ndash segundo este ponto de vista os
animais deveratildeo manter suas funccedilotildees orgacircnicas em equiliacutebrio sendo capazes de
crescer e de se reproduzir normalmente estando livre de doenccedilas injuacuterias e sem
sinais de maacute nutriccedilatildeo aleacutem de natildeo apresentarem comportamentos e respostas
fisioloacutegicas anormais
3 Vida natural ndash neste caso assume-se que os animais deveriam ser mantidos
em ambientes proacuteximos ao seu habitat natural tendo liberdade para desenvolver
suas caracteriacutesticas e capacidades naturais dentre elas a expressatildeo do
comportamento
Nas uacuteltimas deacutecadas diferentes indicadores para avaliaccedilatildeo do bem-estar de
animais de produccedilatildeo tecircm sido descritos e levam em conta as trecircs abordagens citadas
5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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ecircn
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
e q
ueda
s (
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Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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01
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02
025
03
035
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045
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
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meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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1
15
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25
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
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cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
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meacuted
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e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
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o re
curs
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ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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5
Esses indicadores podem ser divididos em trecircs grupos 1- indicadores fisioloacutegicos 2 -
indicadores do comportamento - relacionados aos estados mentais do animal e 3 -
indicadores de produccedilatildeo - baseados no resultado de produccedilatildeo dos animais (leite
ganho de peso) (CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE 2006)
Em um frigoriacutefico podem-se exemplificar indicadores fisioloacutegicos e
comportamentais como pH alto da carne e o uso do espaccedilo pelos animais nos currais
do frigoriacutefico respectivamente Tendo em vista que o estresse sofrido pelos animais
interferiria na qualidade da carne e o medo sentido pelos animais estaria denunciado na
forma de acomodaccedilatildeo dos mesmos nos currais do frigoriacutefico (tendecircncia dos animais em
aglomerarem-se ao fundo do curral o mais longe do tracircnsito humano quando
incomodados com estes) Estes indicadores satildeo respostas aos estados psicoloacutegicos
dos animais visto que o manejo preacute-abate envolve uma seacuterie de situaccedilotildees natildeo
familiares para os bovinos que causam estresse aos mesmos (PARANHOS DA
COSTA 2002)
Natildeo eacute tatildeo simples o reconhecimento de certos indicadores de bem-estar animal
por nem sempre estarem evidentes em uma simples observaccedilatildeo ou seu diagnoacutestico eacute
tardio por exemplo contusotildees na carcaccedila e problemas de qualidade da carne satildeo
percebidos apoacutes a morte do animal Assim eacute importante ter em conta que os
indicadores de bem-estar animal devem ser definidos com oportunidade objetividade e
exequumlibilidade
Para a avaliaccedilatildeo do bem-estar animal em frigoriacuteficos GRANDIN (1998a)
desenvolveu um sistema objetivo de observaccedilatildeo do comportamento dos animais
diagnosticando accedilotildees negativas de manejo que satildeo indicativas de problemas de bem-
estar O sistema de monitoramento permite uma gerecircncia de qualidade nas seguintes
variaacuteveis animais tocados com bastatildeo eleacutetrico animais que escorregam caem e
vocalizam durante o manejo aleacutem da porcentagem de animais atordoados
corretamente
6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
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oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
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DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
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23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
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s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
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Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
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40
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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30
40
50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
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30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
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21
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23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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6
22 Monitoramento do manejo
221 Escorregotildees e quedas
Quedas ou escorregotildees dos animais durante o manejo satildeo indicativos de
instalaccedilotildees deficientes eou de um manejo ruim Em instalaccedilotildees adequadas apenas
1 dos animais podem cair e 3 escorregar (GRANDIN 2001a)
222 Vocalizaccedilotildees
Entende-se por vocalizaccedilatildeo qualquer som audiacutevel que o animal emita
(GRANDIN 2001b)
As vocalizaccedilotildees dos animais durante a conduccedilatildeo ao chuveiro e ao boxe de
atordoamento bem como durante o manejo de atordoamento tecircm alta correlaccedilatildeo com
eventos aversivos Das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo 98 estiveram associadas
ao uso do bastatildeo eleacutetrico falhas no atordoamento escorregotildees quedas ou pressatildeo
excessiva de um dispositivo de contenccedilatildeo (GRANDIN 1998b) Outros autores tecircm
relatado que as vocalizaccedilotildees durante o manejo ou procedimentos ciruacutergicos satildeo
altamente correlacionadas com medidas fisioloacutegicas do estresse (DUNN 1990)
GRANDIN (2001b) marcou a vocalizaccedilatildeo de 5806 animais em 48 plantas
frigoriacuteficas comerciais e indicou como uma contagem aceitaacutevel 3 ou menos de
vocalizaccedilatildeo dos animais
223 Uso do bastatildeo eleacutetrico
Para o manejo dos bovinos em frigoriacuteficos o recurso mais utilizado eacute o bastatildeo
eleacutetrico Este equipamento deve ser usado de forma a proporcionar o menor efeito
aversivo aos animais evitando aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
uacutebere testiacuteculos e acircnus dos bovinos
7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
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20
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45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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corr
egotildee
san
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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0
005
01
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03
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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30
40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
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60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0
10
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30
40
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60
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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meacuted
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e us
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recu
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
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a re
lativ
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)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
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no
ator
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()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
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17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
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46 96 146
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48 98 148
49 99 149
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Obs
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7
Para GRANDIN (2001a) eacute aceitaacutevel o uso desse recurso em no maacuteximo 25 dos
animais e apenas em aacutereas consideradas criacuteticas para o manejo como brete coletivo
(porccedilatildeo que antecede o boxe de atordoamento) e seringa
224 Insensibilizaccedilatildeo
O atordoamento consiste na primeira operaccedilatildeo do abate propriamente dito e
consiste em colocar o animal em um estado de inconsciecircncia que perdure ateacute o fim da
sangria natildeo causando sofrimento desnecessaacuterio e promovendo uma sangria tatildeo
completa quanto possiacutevel (Gil amp Duratildeo (1985) citado por ROCcedilA 1999)
Os instrumentos ou meacutetodos de insensibilizaccedilatildeo segundo ROCcedilA (1999) satildeo
marreta martelo pneumaacutetico natildeo penetrante armas de fogo pistola pneumaacutetica de
penetraccedilatildeo pistola pneumaacutetica com injeccedilatildeo de ar pistola de dardo cativo acionada por
cartucho de explosatildeo corte de medula ou choupeamento eletronarcose e processos
quiacutemicos Haacute alguns procedimentos de abate como o Kosher (abate religioso proacuteprio
dos israelitas) por exemplo que natildeo fazem atordoamento preacutevio
Apoacutes o atordoamento o animal natildeo deve mostrar movimentos respiratoacuterios
riacutetmicos Estes satildeo mais visiacuteveis no flanco do animal e se isso ocorrer o animal deveraacute
ser atordoado novamente Ao tocar os olhos do animal ou ciacutelios natildeo deve haver
resposta os olhos devem estar fixos e natildeo se movimentarem Um bom atordoamento
tambeacutem produz relaxamento dos muacutesculos mandibulares e quando a carcaccedila eacute iccedilada a
liacutengua fica pendurada fora da boca (GREGORY 1998)
GRANDIN (2001a) propotildee a verificaccedilatildeo quando o animal estaacute na canaleta de
sangria estipulando como aceitaacutevel a ocorrecircncia de apenas 1 em 500 animais que
apresente insensibilidade deficiente
23 Capacitaccedilatildeo e treinamento
A capacitaccedilatildeo de pessoas eacute um fator indispensaacutevel para o sucesso de uma
empresa na busca de adequaccedilatildeo agraves constantes exigecircncias de seus mercados Com o
8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
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ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
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40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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30
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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30
40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
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40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
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50
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
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40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
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21
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24
25
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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8
surgimento das novas exigecircncias em bem-estar animal os frigoriacuteficos que almejaram
manter seus compradores com tais exigecircncias inevitavelmente investiram em
treinamento de pessoal
O treinamento tem como foco o indiviacuteduo objetivando o desenvolvimento
pessoal e consequumlentemente o organizacional As etapas de um treinamento podem
ser resumidas com transmissatildeo de informaccedilatildeo desenvolvimento de habilidades
modificaccedilatildeo de atitudes e de conceitos (CHIAVENATO 1998)
Existem vaacuterios fatores que interferem na mudanccedila de atitude dos funcionaacuterios
GRANDIN (2003) relatou que um bom funcionaacuterio deve reconhecer que o animal eacute um
ser consciente e que tem sentimentos natildeo uma maacutequina ou apenas uma entidade
econocircmica Mostra com isso que eacute essencial a mudanccedila de conceitos em relaccedilatildeo aos
animais
Haacute ainda evidecircncias de que a caracterizaccedilatildeo do comportamento humano em
relaccedilatildeo aos animais como negativos ou positivos eacute o ponto de partida na modificaccedilatildeo
do proacuteprio comportamento humano Esta mudanccedila de atitude diminuindo as interaccedilotildees
negativas e fortalecendo as positivas resulta na reduccedilatildeo do niacutevel de medo dos animais
aos humanos com efeitos positivos no bem-estar animal (PARSONS 2001)
Com isso percebe-se que um treinamento em manejo racional natildeo eacute apenas
uma transferecircncia de informaccedilotildees sobre o comportamento dos animais mas sim um
investimento em formaccedilatildeo de pessoas que envolve mudanccedilas de conceitos e atitudes
em relaccedilatildeo aos animais e que exige recursos motivadores Eacute de grande importacircncia a
percepccedilatildeo de que natildeo soacute os animais bovinos tecircm sentimentos e necessidades mas
tambeacutem os lsquohumanosrsquo e que se natildeo fornecermos recursos para que possam trabalhar
de forma psiacutequica e fisicamente suportaacuteveis natildeo teratildeo condiccedilotildees de responder a
nenhum tipo de treinamento
O bom desempenho de cada pessoa estaacute fortemente relacionado agraves suas
aptidotildees e habilidades Poreacutem o bom desempenho requer tambeacutem motivaccedilatildeo para
trabalhar Em termos de comportamento a motivaccedilatildeo pode ser conceituada como o
esforccedilo e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcanccedilar algo
(CHIAVENATO 2003)
9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
quuml
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
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j
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ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
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50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
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50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
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3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
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08
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14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
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50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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20
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40
50
60
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
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24
25
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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9
Para se compreender a motivaccedilatildeo humana o primeiro passo eacute o conhecimento
do que a provoca e dinamiza A motivaccedilatildeo existe dentro das pessoas e se dinamiza
atraveacutes das necessidades humanas Apesar das diferenccedilas individuais quanto aos
motivos ou necessidades que regem o comportamento das pessoas certas
necessidades satildeo basicamente semelhantes quanto agrave maneira pela qual fazem as
pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfaccedilatildeo Sob este ponto de
vista muitas teorias procuram identificar as necessidades que satildeo comuns a todas as
pessoas A teoria motivacional mais conhecida eacute a de Maslow e se baseia na chamada
hierarquia das necessidades humanas (CHIAVENATO 2003)
1 Necessidades fisioloacutegicas ndash intervalos de descanso conforto fiacutesico horaacuterio de
trabalho razoaacutevel
2 Necessidades de seguranccedila ndash condiccedilotildees seguras de trabalho remuneraccedilatildeo e
benefiacutecios estabilidade no emprego
3 Necessidades sociais ndash amizade dos colegas interaccedilatildeo com clientes gerente
amigaacutevel
4 Necessidades de estima ndash responsabilidade por resultados orgulho e
reconhecimento promoccedilotildees
5 Necessidades de auto-realizaccedilatildeo ndash Trabalho criativo e desafiante diversidade
e autonomia participaccedilatildeo nas decisotildees
Em um frigoriacutefico BARBALHO et al (2006) constataram avaliando a crescente
utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para conduzir bovinos ao longo do dia que haacute depreciaccedilatildeo
no serviccedilo e sugere que a maior frequumlecircncia do uso do bastatildeo eleacutetrico pode estar
associada ao cansaccedilo dos funcionaacuterios em funccedilatildeo das horas trabalhadas no dia eou
com a temperatura do ambiente que se apresentou crescente com o decorrer do dia
(variando em meacutedia de 16 a 30oC ao longo do dia) (Figura 1) Este resultado faz
referencia agraves necessidades de ordem fisioloacutegica e compartilha com GRANDIN (2003)
que relatou mesmo um bom funcionaacuterio se estiver sobrecarregado de trabalho natildeo
consegue fornecer um bom manejo aleacutem disso em locais onde a maior velocidade do
manejo eacute recompensada haacute incentivo ao manejo agressivo
10
0
20
40
60
80
100
120
500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
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Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
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k
j
i
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ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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corr
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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005
01
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02
025
03
035
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045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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quumlecircn
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
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o ba
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ecircnci
a re
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)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
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()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
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s (
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
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42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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10
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500 agraves 700 800 agraves 1000 1100 agraves 1300 1400 agraves 1600Hora do dia
Fre
quuml
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so d
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()
Figura 1 Frequumlecircncias meacutedias de utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico para o manejo de bovinos ao longo do dia e linha de tendecircncia
Outro fator motivador para o funcionaacuterio eacute o incentivo financeiro que pode
resultar em aumento de produtividade por exemplo empresas aviacutecolas dos Estados
Unidos e Inglaterra executaram pagamentos de incentivos com base na reduccedilatildeo de
asas quebradas e aves descartadas em uma dessas empresas as asas quebradas
foram reduzidas de 3 a 4 Incentivos econocircmicos similares podiam ser aplicados em
fazendas de bovinos de corte e frigoriacuteficos (GRANDIN 2003)
Segundo GRANDIN (1981) o meacutetodo de pagamento tambeacutem afeta a qualidade
do manejo e afirma que o gado tem significativamente menos hematomas quando o
produtor eacute penalizado financeiramente quando estes ocorrem
Outro fator indispensaacutevel ao sucesso de um treinamento eacute a lideranccedila que
segundo CHIAVENATO (2003) eacute necessaacuteria em todas as atividades e em todos os
tipos de organizaccedilatildeo humana principalmente nas empresas GRANDIN (2003) relatou
que as fazendas e frigoriacuteficos que mantecircm um bom manejo tecircm um supervisor que
exige uma boa conduta de manejo de seus funcionaacuterios A imposiccedilatildeo por parte da
gerecircncia de um coacutedigo restrito de manejo tem maior influecircncia sobre o comportamento
11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
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ik
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j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
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2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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40
50
60
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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30
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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30
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
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14
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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11
dos empregados do que a regiatildeo onde o frigoriacutefico estaacute localizado e a origem cultural
das pessoas (GRANDIN 1988)
GRANDIN (2003) relatou tambeacutem que logo apoacutes treinamentos alguns
funcionaacuterios voltam a realizar suas atividades da forma cotidiana a qual eram
acostumados Sendo comum se observar que as conquistas relacionadas a mudanccedilas
de atitudes dos funcionaacuterios que manejam o gado natildeo perduram
3 MATERIAL E MEacuteTODOS
O estudo foi conduzido em trecircs frigoriacuteficos exportadores localizados nos Estados
de Satildeo Paulo (SP) Mato Grosso do Sul (MS) e Goiaacutes (GO) Os trecircs estabelecimentos
possuiacuteam Serviccedilo de Inspeccedilatildeo Federal (SIF) e abatiam em meacutedia 800 bovinos por dia
entre machos e fecircmeas de diferentes categorias e raccedilas Os abates seguiam o
protocolo de abate humanitaacuterio definido pela Instruccedilatildeo Normativa nuacutemero 32000 do
Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (BRASIL 2000)
Em cada frigoriacutefico foram acompanhados dois processos o de conduccedilatildeo dos
bovinos dos currais de espera ateacute o boxe de atordoamento (com enfoque na interaccedilatildeo
humano x bovino) e o de insensibilizaccedilatildeo composto por eficaacutecia no atordoamento e
insensibilidade apoacutes atordoamento As avaliaccedilotildees foram realizadas de forma alternada
ao longo dos dias de trabalho em dois momentos antes e apoacutes o treinamento dos
funcionaacuterios que atuam nos currais do frigoriacutefico e na insensibilizaccedilatildeo dos bovinos com
foco na adoccedilatildeo de manejos que minimizem riscos de prejuiacutezos ao bem-estar dos
animais
Nos diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes ao manejo do curral ao
boxe de atordoamento foram acompanhados lotes de manejo No frigoriacutefico MS foram
avaliados os manejos de 62 lotes de bovinos com 31 deles antes e 31 apoacutes
treinamento totalizando 553 e 596 animais respectivamente No frigoriacutefico GO foram
observados 44 lotes metade deles antes e metade apoacutes o treinamento envolvendo 545
12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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s (
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Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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005
01
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02
025
03
035
04
045
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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1
15
2
25
3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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12
e 386 animais antes e apoacutes treinamento respectivamente Em SP foram 36 lotes de
animais sendo 18 lotes com 627 animais e 18 lotes com 471 animais antes e apoacutes
treinamento respectivamente
Para as avaliaccedilotildees relacionadas agrave eficaacutecia no atordoamento foi observado o
mesmo nuacutemero de animais antes e apoacutes treinamento sendo 336 no frigoriacutefico MS 475
em GO e 314 em SP procedimentos de atordoamento totalizando 672 950 e 628
respectivamente Referente agrave insensibilidade dos animais apoacutes o atordoamento foram
avaliados na canaleta de sangria 400 453 e 308 animais antes e a mesma quantidade
apoacutes o treinamento para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Os conjuntos de animais utilizados no acompanhamento do manejo do curral ao
boxe de atordoamento processo de atordoamento e insensibilidade para a sangria
foram distintos sendo compostos de machos e fecircmeas de diferentes categorias raccedilas
e procedecircncias
As equipes que realizavam os trabalhos variaram pouco antes e apoacutes o
treinamento Houve contrataccedilatildeo de duas pessoas e remanejamento de outra no
frigoriacutefico SP e no frigoriacutefico GO ocorreu troca dos funcionaacuterios que conduziam os
animais do curral ao boxe de atordoamento havendo a substituiccedilatildeo de dois
funcionaacuterios e a contrataccedilatildeo de mais dois da equipe preacutevia ao treinamento restou
apenas o supervisor do curral e os responsaacuteveis pelo atordoamento (Tabela 1) Em dois
frigoriacuteficos (SP e GO) havia uma pessoa responsaacutevel pela supervisatildeo dos trabalhos no
curral e atordoamento permanecendo a maior parte do tempo acompanhando os
trabalhos O mesmo natildeo ocorria no frigoriacutefico MS cujo supervisor do curral era tambeacutem
responsaacutevel pelo setor abate na aacuterea interna da induacutestria onde permanecia a maior
parte do tempo (muitas vezes em tempo integral)
Aleacutem do nuacutemero de funcionaacuterios os frigoriacuteficos se diferenciavam em outros
aspectos como desenho das instalaccedilotildees duraccedilatildeo das rotinas de serviccedilo recursos
disponiacuteveis para os funcionaacuterios e ambiente de trabalho (clima eou harmonia entre os
funcionaacuterios e supervisores)
13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
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70
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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quumlecircn
cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
rela
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
BEM-ESTAR ANIMAL TEORIA DOCEcircNCIA E APLICACcedilAtildeO 1 2006 Rio de Janeiro
Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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13
Tabela 1 Nuacutemero de funcionaacuterios atuando nas diferentes aacutereas do setor curral e suas respectivas posiccedilotildees de serviccedilo nos frigoriacuteficos SP GO e MS durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes o treinamento em manejo racional
Frigoriacuteficos
Momento
Curral
Corredor
Chuveiro
seringa Brete
Boxe
Encarregado
Total
Antes - - 1 1 1 1 4 SP Apoacutes 1 1 1 1 1 1 6 Antes - - 2 1 1 1 5 GO Apoacutes 1 1 2 1 1 1 7 Antes - 1 1 1 2 - 5 MS
Apoacutes - 1 1 1 2 - 5
Nos frigoriacuteficos SP e MS o percurso feito pelos animais entre o curral e o boxe de
atordoamento era composto por corredor chuveiro e brete (aacuterea de restriccedilatildeo anterior
ao boxe de atordoamento onde os animais permaneciam alinhados um atraacutes do outro
nesta aacuterea haacute aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua) A porccedilatildeo final do chuveiro
com ligaccedilatildeo para o brete apresentava-se nestes dois frigoriacuteficos em forma de seringa
No frigoriacutefico GO os animais percorriam entre o curral e o boxe de atordoamento
corredor chuveiro corredor seringa em forma de curva e brete A extensatildeo deste
percurso era consideravelmente maior aproximadamente o dobro quando comparado
aos demais frigoriacuteficos
Todos os frigoriacuteficos possuiacuteam curral e corredor de barras de ferro com distacircncia
entre as barras de aproximadamente 30 cm possibilitando aos animais a visualizaccedilatildeo
atraveacutes dos espaccedilos entre as barras de aacutereas fora de seu percurso e portanto a
visualizaccedilatildeo de estiacutemulos que muitas vezes interferiam negativamente em sua
conduccedilatildeo como por exemplo o tracircnsito de pessoas ou caminhotildees Tambeacutem em todos
os frigoriacuteficos as aacutereas do chuveiro seringa e brete possuiacuteam paredes de concreto
sem possibilitar qualquer visualizaccedilatildeo pelos animais dos mesmos estiacutemulos citados A
transiccedilatildeo entre aacutereas como corredor e chuveiro (Figura 2) eacute considerada uma mudanccedila
brusca nas instalaccedilotildees o que geralmente faz com que os animais refuguem Nos
frigoriacuteficos SP e MS esta mudanccedila ocorria apenas uma vez enquanto que no frigoriacutefico
GO esta mudanccedila ocorria duas vezes Neste frigoriacutefico apoacutes diagnoacutestico preacutevio ao
treinamento uma lateral do corredor foi completamente fechada com chapa de ferro
14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
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corr
egotildee
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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40
50
60
70
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
rela
tiva
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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meacuted
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
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no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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14
diminuindo consideravelmente a distraccedilatildeo dos animais jaacute que proacuteximo ao corredor de
passagem dos animais havia grande tracircnsito de caminhotildees aleacutem de uma construccedilatildeo
Este frigoriacutefico tambeacutem se diferenciava dos demais por apresentar os currais com piso
de cimento muito liso o que favorecia a ocorrecircncia de escorregotildees e quedas dos
animais
Figura 2 Transiccedilatildeo entre o corredor com barras de ferro intercaladas (A) e aacuterea do chuveiro (banho de aspersatildeo) com paredes de concreto (B) no frigoriacutefico MS considerada uma mudanccedila brusca das instalaccedilotildees do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Ainda em relaccedilatildeo agraves instalaccedilotildees o brete do frigoriacutefico SP apresentava uma
inclinaccedilatildeo acentuada fato que associado agrave ausecircncia de piso antiderrapante nesta aacuterea
de manejo foi considerado como ponto criacutetico por aumentar a frequumlecircncia de
escorregotildees dos animais (Figura 3) A inclinaccedilatildeo desta aacuterea tambeacutem proporcionava
outro problema para o manejo aacutegua caindo na passagem dos animais (Figuras 4 e 5)
Por gravidade a aacutegua da tubulaccedilatildeo descia ao longo do brete e concentrava-se na
porccedilatildeo inicial do mesmo ou seja na transiccedilatildeo entre chuveiro e brete e minava por
alguns minutos ateacute se esvaziar por completo Sendo o tracircnsito dos animais durante o
manejo mais raacutepido que o esvaziamento dessa tubulaccedilatildeo muitas vezes os animais
eram estimulados a entrarem no brete mesmo com a queda da aacutegua em sua passagem
situaccedilatildeo que resultava no aumento de animais refugando
B
A
15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
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40
50
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70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
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30
40
50
60
70
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
02
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06
08
1
12
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
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90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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15
Figura 3 Piso liso (ausecircncia de antiderrapante) do brete no frigoriacutefico SP sendo parte do percurso por onde os animais eram conduzidos entre o curral de espera e o boxe de atordoamento
Figura 4 Aspersores na tubulaccedilatildeo com vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
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20
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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corr
egotildee
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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01
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
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30
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70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
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MS
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SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
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Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
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s in
sens
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
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41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
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Obs
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16
Figura 5 Detalhe da foto anterior - vazatildeo de aacutegua caindo na passagem dos animais no Brete do frigoriacutefico SP
Em relaccedilatildeo agrave jornada de trabalho as meacutedias dos frigoriacuteficos MS GO e SP foram
9 8 e 65 horasdia respectivamente A duraccedilatildeo meacutedia da jornada de trabalho natildeo
sofreu alteraccedilatildeo antes e apoacutes treinamento
Apenas no frigoriacutefico SP os funcionaacuterios dispunham de sombra cobrindo a aacuterea
de trabalho os demais natildeo apresentavam qualquer abrigo contra a radiaccedilatildeo solar ou
chuva o mesmo se dava com a disponibilidade de aacutegua para beber sendo que os
trabalhadores de MS e GO precisavam se deslocar para outros setores em busca de
aacutegua ou trazerem garrafa teacutermica para o local de trabalho
A impressatildeo transmitida pelos funcionaacuterios (atraveacutes de reclamaccedilotildees colhidas
antes e apoacutes o treinamento) em relaccedilatildeo ao ambiente de trabalho foi bastante negativa
no frigoriacutefico MS sendo comum queixas contra supervisores salaacuterios e outros
funcionaacuterios No frigoriacutefico SP natildeo houve qualquer reclamaccedilatildeo e no frigoriacutefico GO
houve queixas contra a gerecircncia (natildeo o supervisor) do frigoriacutefico aleacutem de discussotildees
entre funcionaacuterios sendo que estas ocorreram apenas apoacutes o treinamento
Em todos os frigoriacuteficos foi constatada a alta voltagem do choque para a
17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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60
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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30
40
50
60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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0
10
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70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
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ueda
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Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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100
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
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70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
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(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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17
conduccedilatildeo dos animais variando entre 45 e 50 volts Durante o treinamento em manejo
racional nos trecircs estabelecimentos a voltagem do choque foi reduzida permanecendo
entre 18 e 20 volts durante o diagnoacutestico apoacutes treinamento
31 Diagnoacutestico do bem-estar animal antes do treinamento
A metodologia consistiu em observaccedilatildeo direta e contiacutenua do comportamento dos
funcionaacuterios e dos bovinos durante os procedimentos de manejo acompanhando a
rotina normal de trabalho de cada frigoriacutefico
Os registros dos comportamentos referentes agrave conduccedilatildeo dos bovinos iniciavam-
se com a abertura da porteira do curral de espera para a conduccedilatildeo os animais que
saiacuteam em um grupo (lote) este grupo era acompanhado durante todo o percurso
(corredor chuveiro seringa e brete - particular a cada frigoriacutefico como jaacute descrito) e
finalizavam-se com a entrada do uacuteltimo animal do grupo observado no boxe de
atordoamento Os lotes foram acompanhados aleatoriamente independentemente de
sexo categoria e origem dos animais
As observaccedilotildees antes do treinamento foram realizadas durante cinco dias em
cada estabelecimento O primeiro dia teve como objetivo conhecer as rotinas do
frigoriacutefico realizar observaccedilotildees preliminares para definiccedilatildeo do local onde o observador
permaneceria durante o periacuteodo de coleta de dados aleacutem de desenvolver um ambiente
de confianccedila e descontraccedilatildeo entre os observadores e os funcionaacuterios objetivando a
autenticidade das accedilotildees destes Natildeo houve um local estipulado onde o observador
permaneceu durante o processo de observaccedilatildeo da conduccedilatildeo dos animais esse local
foi definido de forma particular em cada um dos frigoriacuteficos tendo em conta a condiccedilatildeo
de que o observador pudesse registrar todos os dados necessaacuterios sem alterar a rotina
de trabalho
As coletas de dados foram realizadas por observadores treinados e avaliados
previamente assegurando alta confiabilidade intra e inter-observadores nos registros
dos dados
18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
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40
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
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30
40
50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
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30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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18
As categorias dos comportamentos (dos funcionaacuterios e dos bovinos) registrados
foram baseadas nas definiccedilotildees de GRANDIN (1998a) sendo reconhecidas como
indicadores de bem-estar dos animais Mas os criteacuterios de avaliaccedilatildeo adotados neste
estudo apresentam-se mais rigorosos diferindo em alguns pontos da metodologia
citada como segue
311 Categorias de comportamento dos funcionaacuterios
O comportamento dos funcionaacuterios foi avaliado a partir das seguintes accedilotildees
humanas
Ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico toda vez que o bastatildeo eleacutetrico tocava o
corpo de um bovino durante o manejo (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Ocorrecircncia de uso inadequado da bandeira toda vez que a bandeira (Figura
6) utilizada para estimular o deslocamento dos animais no manejo foi utilizada como
bastatildeo ou seja o seu cabo tocou o corpo do bovino independentemente da forccedila
exercida contra o animal (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Figura 6 Bandeira utilizada para estimular o deslocamento dos animais durante o manejo de conduccedilatildeo
19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0
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80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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1
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3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
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08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
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50
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
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54
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
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SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
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hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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19
312 Categorias de comportamento dos bovinos
O registro do comportamento dos bovinos durante a conduccedilatildeo foi realizado tendo
em conta o nuacutemero de ocorrecircncia das categorias (avaliaccedilatildeo quantitativa)
Escorregotildees desequiliacutebrio do animal ocorrendo deslocamento involuntaacuterio
de alguma pata
Quedas quando o animal foi ao chatildeo pelo proacuteprio peso ou por desequiliacutebrio
tocando qualquer parte do corpo (com exceccedilatildeo dos cascos) no chatildeo inclusive os
joelhos
Vocalizaccedilotildees qualquer som audiacutevel que o animal emita desde que esteja
associado a um estiacutemulo aversivo (choque queda)
313 Categorias de insensibilizaccedilatildeo
Para a avaliaccedilatildeo do processo de insensibilizaccedilatildeo dos animais foram utilizados
dois indicadores satildeo eles
Eficaacutecia do atordoamento medida pela porcentagem de animais atordoados
com apenas um disparo da pistola pneumaacutetica Esta praacutetica foi descrita como um
indicador de bem-estar animal em plantas frigoriacuteficas por GRANDIN (1998a)
Insensibilidade dos animais foram observados os seguintes sinais de
insensibilidade deficiente respiraccedilatildeo riacutetmica vocalizaccedilatildeo reflexos oculares olho que
pisca (GRANDIN 1994) O animal foi classificado como sensiacutevel quando apresentou
um conjunto destes sinais de insensibilidade deficiente eou apenas a respiraccedilatildeo
riacutetmica
32 Treinamento em manejo racional
O treinamento em manejo racional foi caracterizado por duas abordagens
definindo o treinamento teoacuterico e o treinamento praacutetico
20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
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40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
e q
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s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
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14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
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92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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20
321 Treinamento teoacuterico
Consistiu na transmissatildeo de informaccedilatildeo atraveacutes de palestras tratando os
seguintes temas fundamentos de bem-estar animal e suas aplicaccedilotildees ao manejo de
bovinos aspectos fundamentais do comportamento de bovinos boas praacutetica de manejo
e adequaccedilatildeo de instalaccedilotildees O material utilizado na palestra foi direcionado
especificamente a realidade de cada frigoriacutefico Para isso os resultados do diagnoacutestico
preacutevio ao treinamento aleacutem de filmes e fotos de cada frigoriacutefico com levantamentos de
pontos criacuteticos das instalaccedilotildees e do manejo ilustraram as palestras Desta forma os
funcionaacuterios conseguiram visualizar em sua proacutepria realidade o comportamento dos
animais aleacutem de seu proacuteprio comportamento o que tem um impacto motivador O
curso perfez em meacutedia seis horas de duraccedilatildeo
322 Treinamento praacutetico
Aplicaccedilatildeo dos conceitos teoacutericos nas praacuteticas de manejo Com demonstraccedilotildees
sobre o uso ideal de instalaccedilotildees e equipamentos utilizados no manejo racional como
por exemplo bandeira e posicionamento em relaccedilatildeo aos animais para tocaacute-los Este
treinamento teve duraccedilatildeo em meacutedia de 40 horas possibilitando uma maior interaccedilatildeo
professor-aluno auxiliando no desenvolvimento de mudanccedilas relacionadas agrave atitude
dos funcionaacuterios
Nessa etapa foi dada grande atenccedilatildeo aos problemas operacionais (pontos
criacuteticos) presentes no dia-a-dia dos funcionaacuterios As tentativas de resoluccedilatildeo desses
problemas apresentaram-se como uma das estrateacutegias para promover a motivaccedilatildeo
desses funcionaacuterios fator essencial num treinamento Por exemplo no frigoriacutefico MS
no quarto dia de avaliaccedilatildeo apoacutes treinamento foi implantada uma porteira dividindo o
brete que antecede o boxe de atordoamento fato que otimizou o manejo motivando os
funcionaacuterios
21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
25
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
15
2
25
3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
0
10
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40
50
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
10
20
30
40
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70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
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80
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
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50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
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60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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21
33 Diagnoacutestico do bem-estar animal apoacutes treinamento
O diagnoacutestico apoacutes treinamento em manejo racional seguiu a mesma
metodologia do diagnoacutestico preacute-treinamento com o objetivo de avaliar o resultado do
treinamento O periacuteodo de observaccedilatildeo por planta frigoriacutefica tambeacutem foi de cinco dias
em cada estabelecimento independentemente de clima e temperatura Natildeo houve
diferenccedila antes e apoacutes treinamento para os frigoriacuteficos MS e SP em relaccedilatildeo agrave estaccedilatildeo
do ano apenas para o frigoriacutefico GO com maior ocorrecircncia de chuvas durante o
diagnoacutestico apoacutes o treinamento
34 Anaacutelise estatiacutestica
341 Organizaccedilatildeo dos dados
Para as avaliaccedilotildees da conduccedilatildeo dos animais do curral ao boxe de
atordoamento os dados foram balanceados igualando o nuacutemero de lotes antes e apoacutes
treinamento sob o criteacuterio de data de coleta permanecendo os lotes que se situaram
entre o segundo e o quinto dia de coleta de dados antes e apoacutes treinamento
Os dados referentes agraves avaliaccedilotildees de atordoamento e insensibilizaccedilatildeo tambeacutem
foram balanceados igualando o nuacutemero de animais observados antes e apoacutes
treinamento foram utilizadas as primeiras observaccedilotildees para cada diagnoacutestico
342 Anaacutelises dos dados
Durante os diagnoacutesticos antes e apoacutes treinamento referentes agrave conduccedilatildeo dos
bovinos foram mensuradas o nuacutemero de animais por lote de manejo e as frequumlecircncias
de ocorrecircncia das categorias de comportamento dos funcionaacuterios (uso do bastatildeo
eleacutetrico e uso inadequado da bandeira) e das categorias de comportamento dos
bovinos (escorregotildees quedas e vocalizaccedilotildees) As frequumlecircncias meacutedias relativas para
cada uma das accedilotildees observadas foram calculadas pela razatildeo entre a quantidade da
22
frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
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0
5
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20
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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meacuted
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corr
egotildee
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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0
005
01
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
20
30
40
50
60
70
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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05
1
15
2
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3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
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08
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14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
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50
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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20
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50
60
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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19
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
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41 91 141
42 92 142
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45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
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Obs
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frequumlecircncia observada da categoria e o nuacutemero de animais conduzidos em seu
respectivo no lote
Foi feita uma transformaccedilatildeo angular (arcsenv) das frequumlecircncias meacutedias
relativas observadas por algumas dessas variaacuteveis apresentarem coeficientes de
variaccedilatildeo muito altos o que inviabilizaria a anaacutelise de variacircncia (SAMPAIO 2002) Para
efetuar essa transformaccedilatildeo que exige os valores em percentual assumiu-se o maior
valor encontrado em cada frigoriacutefico para cada categoria ajustando os demais valores
em escala percentual Com isso foram isoladas particularidades entre frigoriacuteficos que
poderiam mascarar mudanccedilas intra-frigoriacuteficos promovidas por efeitos de instalaccedilotildees
por exemplo
Estes dados foram analisados utilizando-se o procedimento GLM do pacote
estatiacutestico Statistical Analisys System (SAS 2001) com o propoacutesito de avaliar os
efeitos de frigoriacuteficos (MS SP e GO) do momento da avaliaccedilatildeo (antes e apoacutes o
treinamento) e da interaccedilatildeo entre ambos o efeito de dia tambeacutem foi acrescentado ao
modelo tendo como finalidade apenas o ajuste de variaccedilotildees inerentes agrave reatividade
dos lotes de animais condiccedilotildees ambientais remanejamento de funcionaacuterios A inclusatildeo
das interaccedilotildees envolvendo ldquodiardquo seguiu o mesmo propoacutesito Desta forma o modelo ficou
assim definido
int)(
int)(
int)(
int)(
)()()()(
aleatoacuterioerroo
Diaeacutesimoke
MomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoioentretriplaeraccedilatildeodaefeitoFMD
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoentreduplaeraccedilatildeodaefeitoMD
DiaeacutesimokeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFD
MomentoeacutesimojeoFrigoriacuteficeacutesimoioentreduplaeraccedilatildeodaefeitoFM
DiaeacutesimokdoefeitooD
MomentoeacutesimojdoefeitooM
oFrigoriacuteficeacutesimoidoefeitooF
sobservaccedilotildeeastodasacomumgeralmeacutediaa
DiaeacutesimokeMomentoeacutesimojoFrigoriacuteficeacutesimoinorespostaeacuteysendo
FMDMDFDFMDMFy
ijkl
ijk
jk
ik
ij
k
j
i
ijkl
ijklijkjkikijkjiijkl
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Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
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Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
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Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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e es
corr
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san
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
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045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
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5
6
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30
Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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23
Para a comparaccedilatildeo de meacutedias entre frigoriacuteficos (com interaccedilatildeo frigoriacutefico e
momento) foi utilizado o Teste de Tukey
Para comparaccedilatildeo da eficiecircncia de atordoamento e insensibilidade dos animais os
dados natildeo foram transformados sendo utilizado o Teste de Kruskall Wallis (SIEGEL
1975) para comparar situaccedilotildees antes e apoacutes o treinamento em cada frigoriacutefico
independentemente
4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
41 Nuacutemero de animais por lote manejado
O domiacutenio que o funcionaacuterio possa ter sobre os animais conduzidos eacute
dependente de vaacuterios fatores dentre eles o nuacutemero de animais por lote de manejo
Quanto maior o nuacutemero de animais maior o risco do funcionaacuterio perder o controle sobre
os mesmos e com isso maior a probabilidade de ocorrer acidentes aleacutem da maior
dificuldade na conduccedilatildeo dos animais Durante o treinamento foi preconizado aos
funcionaacuterios o manejo de lotes com 15 animais em meacutedia
Houve variaccedilatildeo significativa no nuacutemero de animais por lote de manejo entre os
frigoriacuteficos (Plt001) demonstrando haver particularidades na forma de trabalhar de
cada estabelecimento (Tabela 2) O frigoriacutefico SP apresentou as meacutedias mais altas
com 34 e 26 animais por lote antes e apoacutes treinamento respectivamente (Figura 7)
diferindo (Plt001) dos outros dois frigoriacuteficos Possivelmente este fato esteve
relacionado agrave alta velocidade de abate deste frigoriacutefico chegando algumas vezes
abater 130 animais por hora GRANDIN (1988) afirmou que eacute mais faacutecil manter um bom
manejo em frigoriacuteficos que tecircm menores velocidades de abate
24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
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0
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
io d
e an
imai
s co
nduz
idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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Apoacutes Treinamento
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b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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)
Escorregotildees
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Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
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ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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quumlecircn
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
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ecircn
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meacute
dia
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uso
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statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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08
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
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4
5
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30
Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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24
Tabela 2 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para nuacutemero meacutedio de animais por lote durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1490468 15278 0000 Momento 1 1230235 12610 0001 Dia 3 72046 0738 0531 Frigoriacutefico Momento 2 1076192 11031 0000 Frigoriacutefico Dia 6 310881 3187 0006 Momento Dia 3 158522 1625 0187 Frigoriacutefico Momento Dia 6 283754 2909 0011 Resiacuteduo 118 97558 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 2019 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0457
Para que a velocidade de abate natildeo seja prejudicada com a diminuiccedilatildeo do
nuacutemero de animais conduzidos a cada vez eacute necessaacuterio que os funcionaacuterios trabalhem
em sintonia mantendo um fluxo constante de animais conduzidos Tambeacutem a extensatildeo
do percurso dos animais entre o curral e o boxe em cada frigoriacutefico pode exigir que
mais funcionaacuterios estejam fazendo o mesmo manejo ao mesmo tempo para o natildeo
comprometimento da velocidade de abate A contrataccedilatildeo de 2 funcionaacuterios para os
frigoriacuteficos SP e GO possivelmente contribuiu para a diminuiccedilatildeo na quantidade de
animais conduzidos por lote nestes dois frigoriacuteficos apoacutes treinamento jaacute que ambos
natildeo dispunham antes do treinamento de pessoal fixo nas aacutereas do corredor e curral e
o funcionaacuterio responsaacutevel por esse manejo deslocava-se da aacuterea do chuveiro para fazecirc-
lo e apresentavam o frigoriacutefico SP alta velocidade de abate e o frigoriacutefico GO grande
extensatildeo no percurso dos animais grandes obstaacuteculos aos procedimentos ideais de
manejo A diferenccedila significativa (Plt001) em relaccedilatildeo ao momento (antes e apoacutes
treinamento) seguramente sinaliza as respostas destes dois frigoriacuteficos ao treinamento
apontando duas importantes mudanccedilas relacionadas 1 atitude dos funcionaacuterios -
indicando absorccedilatildeo das informaccedilotildees transmitidas no treinamento e 2 atitude da
gerecircncia dos frigoriacuteficos - disponibilizando lsquorecursosrsquo em forma de contraccedilatildeo de
funcionaacuterios
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0
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
ero
meacuted
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imai
s co
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idos
por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
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san
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
ia d
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edas
ani
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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01
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02
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03
035
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
rela
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
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ecircn
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meacute
dia
de
uso
do
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statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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08
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
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27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
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38 88 138
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40 90 140
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43 93 143
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45 95 145
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Nuacutem
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por
lo
te
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
b b
a
Figura 7 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo do nuacutemero de animais conduzidos por lote durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
O frigoriacutefico MS apresentou meacutedias de 17 e 19 animais por lote conduzidos
antes e apoacutes treinamento respectivamente e portanto um leve decreacutescimo na
qualidade do serviccedilo em relaccedilatildeo a esta observaccedilatildeo
Foi observado tambeacutem em todos os frigoriacuteficos que houve diminuiccedilatildeo no desvio
padratildeo em relaccedilatildeo ao nuacutemero de animais conduzidos no lote o que sugere tendecircncia agrave
padronizaccedilatildeo do serviccedilo apoacutes treinamento
42 Escorregotildees e quedas
As frequumlecircncias de escorregotildees e quedas variaram significativamente (Plt001)
entre os frigoriacuteficos (Tabelas 3 e 4) caracterizando haver particularidade entre os trecircs
frigoriacuteficos que podem ser explicadas pelas diferenccedilas nas instalaccedilotildees Em relaccedilatildeo aos
efeitos do treinamento tambeacutem foram encontradas diferenccedilas significativas (Plt001)
nas frequumlecircncias das duas categorias Jaacute para interaccedilatildeo frigoriacuteficotreinamento foram
26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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Apoacutes Treinamento
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Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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Frigoriacuteficos
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
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Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
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Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Escorregotildees
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Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
e q
ueda
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Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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Frigoriacuteficos
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accedilotildee
san
imal
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Apoacutes Treinamento
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Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
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40
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80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
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12
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30
Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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26
encontrados efeitos significativos para as frequumlecircncias de escorregotildees e quedas
(Plt001 e Plt005 respectivamente)
Tabela 3 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 1502793 10661 0000 Momento 1 1009246 7160 0009 Dia 3 299519 2125 0101 Frigoriacutefico Momento 2 909953 6455 0002 Frigoriacutefico Dia 6 444643 3154 0007 Momento Dia 3 636394 4515 0005 Frigoriacutefico Momento Dia 6 293756 2084 0060 Resiacuteduo 118 140961 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3150 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0479
Tabela 4 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de quedas por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrados
meacutedios F P
Frigoriacutefico 2 4037357 12293 0000 Momento 1 2231299 6794 0010 Dia 3 256215 0780 0507 Frigoriacutefico Momento 2 1424723 4338 0015 Frigoriacutefico Dia 6 283233 0862 0525 Momento Dia 3 496327 1511 0215 Frigoriacutefico Momento Dia 6 323493 0985 0439 Resiacuteduo 118 328426 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 7204 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0346
Na Figura 8 satildeo apresentadas as meacutedias das frequumlecircncias de escorregotildees nos
trecircs frigoriacuteficos antes e apoacutes o treinamento Nota-se que houve pequena alteraccedilatildeo nos
frigoriacuteficos MS e GO natildeo diferindo significativamente entre si pelo Teste de Tukey mas
quando comparados com o frigoriacutefico SP houve diferenccedila (Plt001) As ocorrecircncias
meacutedias de escorregotildees por animal no frigoriacutefico SP foram de 114 e 208 antes e apoacutes
treinamento respectivamente apontando decliacutenio na eficiecircncia de trabalho segundo
este indicador
27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
0
05
1
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3
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
28
0
005
01
015
02
025
03
035
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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40
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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30
40
50
60
70
80
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
31
0
10
20
30
40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
10
20
30
40
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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40
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120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
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60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
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e us
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adeq
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do
recu
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
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ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
96
98
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
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41 91 141
42 92 142
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45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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27
Em relaccedilatildeo agraves quedas o frigoriacutefico SP retratou o mesmo cenaacuterio referente aos
escorregotildees confirmando o decliacutenio na eficiecircncia do serviccedilo (Figura 9) No entanto o
frigoriacutefico GO que natildeo apresentou grande mudanccedila em relaccedilatildeo aos escorregotildees
dobrou a ocorrecircncia de quedas com meacutedias de 006 e 012 quedas por animal antes e
apoacutes treinamento respectivamente Considerando escorregotildees e quedas como accedilotildees
similares com intensidades diferentes uma hipoacutetese para esse resultado deveraacute
relacionar o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor de tais reaccedilotildees dos animais Esses
frigoriacuteficos (SP e GO) natildeo apresentaram diferenccedila significativa entre si pelo Teste de
Tukey em relaccedilatildeo agrave ocorrecircncia de quedas mas apresentaram diferenccedila (Plt001) em
relaccedilatildeo ao frigoriacutefico MS onde foi observada diminuiccedilatildeo de 199 na ocorrecircncia de
quedas apoacutes treinamento sugerindo melhoria no manejo
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
ia d
e es
corr
egotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
b
b
Figura 8 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de escorregotildees por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
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01
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
30
0
10
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quuml
ecircn
cia
rela
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
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ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
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50
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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20
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40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
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adeq
uado
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recu
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band
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
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()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
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14
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Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
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e qu
edas
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
a
ab
Figura 9 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de quedas por animal durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
As Figuras 10 11 e 12 apresentam a distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias de
escorregotildees e quedas (antes e apoacutes o treinamento conjuntamente) em funccedilatildeo das
aacutereas de manejo para os frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e indicam haver
especificidade para cada frigoriacutefico
No frigoriacutefico GO quando avaliada a ocorrecircncia de quedas em relaccedilatildeo agrave aacuterea de
manejo antes e apoacutes o treinamento separadamente (Figuras 13 e 14) notou-se
grande mudanccedila Antes do treinamento as maiores frequumlecircncias de quedas foram
observadas no corredor e brete ambas com 34 das ocorrecircncias relativas Apoacutes o
treinamento as frequumlecircncias de quedas no corredor caiacuteram para 16 fato
provavelmente relacionado ao fechamento da lateral deste corredor apoacutes o treinamento
que diminuindo a visibilidade pelos animais de lsquodistraccedilotildeesrsquo (construccedilatildeo e caminhotildees)
melhorando as condiccedilotildees de manejo
29
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
rela
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
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70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
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02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
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40
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
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40
50
60
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90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 10 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico MS os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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quumlecircn
cia
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Escorregotildees
Quedas
Figura 11 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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quuml
ecircn
cia
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Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Aacuterea de manejo
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s (
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Escorregotildees
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Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
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gotildees
e q
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Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
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rela
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
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cia
meacute
dia
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uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
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08
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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cia
meacuted
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e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
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)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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98
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
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23
24
25
26
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 12 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP os dados contemplam as avaliaccedilotildees de antes e apoacutes o treinamento conjuntamente
Ainda referente agraves observaccedilotildees de quedas no frigoriacutefico GO em funccedilatildeo da aacuterea
de manejo apoacutes o treinamento foi constatado que as mesmas concentraram-se no
curral (64) O piso desta aacuterea que se apresentava muito liso seguramente
influenciou este resultado Todavia o aumento de quedas apoacutes o treinamento pode
estaacute relacionado com a presenccedila de dois funcionaacuterios sem habilidade para trabalharem
juntos realizando o manejo de conduccedilatildeo dentro dos currais aleacutem de que estes
funcionaacuterios natildeo possuiacuteam experiecircncia com manejo de bovinos e apresentando medo
ao entrarem no curral muitas vezes fizeram movimentos bruscos situaccedilatildeo que resultou
em reaccedilatildeo de esquiva dos bovinos Essa situaccedilatildeo (interaccedilatildeo negativa entre os
funcionaacuterios e movimentos bruscos) retrata o aumento na forccedila do estiacutemulo promotor
das quedas dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
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Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
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005
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015
02
025
03
035
04
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Aacuterea de manejo
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Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
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Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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Frigoriacuteficos
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meacute
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leacutetr
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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Apoacutes Treinamento
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
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Obs
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31
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 13 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Escorregotildees
Quedas
Figura 14 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento d em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico GO apoacutes o treinamento
32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
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045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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80
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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32
Quando avaliadas as frequumlecircncias relativas de escorregotildees e quedas em relaccedilatildeo
agrave aacuterea de manejo no frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento separadamente
(Figuras 15 e 16) foi observado que estas ocorrecircncias foram mais frequumlentes no brete
apoacutes o treinamento com aumentos de 28 e 25 nas ocorrecircncias de escorregotildees e
quedas respectivamente Esta aacuterea como citado anteriormente se apresentava com
inclinaccedilatildeo acentuada e natildeo possuiacutea piso antiderrapante situaccedilatildeo que possivelmente
contribuiu na ocorrecircncia de escorregotildees e quedas O aumento nas frequumlecircncias destes
indicadores apoacutes o treinamento tambeacutem pode estar associado agrave maneira de trabalho do
funcionaacuterio remanejado para a aacuterea do chuveiro apoacutes treinamento Este funcionaacuterio
acolheu bem as orientaccedilotildees do treinamento e manteve uma conduta para com os
animais serena e constante No entanto buscando minimizar a refugagem dos animais
em resposta agrave vazatildeo da aacutegua que caiacutea da tubulaccedilatildeo na entrada do brete o funcionaacuterio
exerceu o procedimento de desligar os aspersores do brete antes de estimular o
deslocamento dos animais em direccedilatildeo ao mesmo Eacute possiacutevel que a limpeza do brete
proporcionada pelo banho dos animais tenha sido prejudicada permitindo acuacutemulo de
fezes no piso do brete e com isso o aumento dos escorregotildees e quedas desta aacuterea O
manejo calmo natildeo eacute impossiacutevel se os animais estatildeo permanentemente escorregando
ou caindo sobre pisos escorregadios (GRANDIN 1988) Uma situaccedilatildeo como esta
mostra que a boa conduta do funcionaacuterio isoladamente natildeo garante um bom manejo e
portanto natildeo supre a deficiecircncia das instalaccedilotildees evidenciando que o sucesso no
procedimento de manejo eacute dependente da interaccedilatildeo homem animal e instalaccedilotildees
33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
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40
50
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80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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33
0
10
20
30
40
50
60
70
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 15 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP antes do treinamento
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Esc
orre
gotildees
e q
ueda
s (
)
Escorregotildees
Quedas
Figura 16 Percentual de ocorrecircncia de escorregotildees e quedas durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agraves aacutereas de manejo do frigoriacutefico SP apoacutes o treinamento
34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
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100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
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uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
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08
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
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e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
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19
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23
24
25
26
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29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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34
43 Vocalizaccedilotildees
Natildeo houve diferenccedila significativa nas frequumlecircncias de vocalizaccedilatildeo entre os
frigoriacuteficos mas sim entre os momentos antes e apoacutes o treinamento (Plt001) (Tabela
5) sendo observada diminuiccedilatildeo das vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento em dois dos
frigoriacuteficos com meacutedias de 019 e 003 e 017 e 002 vocalizaccedilotildees por animal em GO e
SP para antes e apoacutes o treinamento respectivamente (Figura 17)
O frigoriacutefico MS apresentou aumento na ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees apoacutes o
treinamento com meacutedias de 004 e 006 vocalizaccedilatildeo por animal antes e apoacutes
treinamento respectivamente demonstrando mais uma vez resposta negativa agrave
assimilaccedilatildeo agraves orientaccedilotildees do treinamento
Embora o coeficiente de variaccedilatildeo tenha se apresentado bastante elevado nesta
variaacutevel o que eacute comum em estudos do comportamento a eficiecircncia da anaacutelise foi
comprovada pela diferenciaccedilatildeo estatiacutestica entre momento e a interaccedilatildeo
frigoriacuteficomomento como pode ser facilmente visualizado na Figura 17
Tabela 5 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia da frequumlecircncia de vocalizaccedilotildees por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv) Fontes de variaccedilatildeo Graus de
liberdade Quadrado
meacutedio F P
Frigoriacutefico 2 433126 1702 0187 Momento 1 5539398 21764 0000 Dia 3 117619 0462 0709 Frigoriacutefico Momento 2 2213421 8697 0000 Frigoriacutefico Dia 6 129864 0510 0800 Momento Dia 3 97672 0384 0765 Frigoriacutefico Momento Dia 6 275255 1081 0378 Resiacuteduo 118 254517 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 12913 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0325
35
0
005
01
015
02
025
03
035
04
045
05
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
20
40
60
80
100
120
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
20
30
40
50
60
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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35
0
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035
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e vo
caliz
accedilotildee
san
imal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
aa
a
Figura 17 Frequumlecircncias meacutedias e respectivos desvios padratildeo das vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras iguais entre frigoriacuteficos caracterizam natildeo haver diferenccedila pelo Teste de Tukey (Pgt005)
ALMEIDA (2005) constatou avaliando o manejo em 5 frigoriacuteficos brasileiros que
a utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico foi o item que mais causou vocalizaccedilotildees nos bovinos
durante o manejo No presente estudo podem-se relacionar a diminuiccedilatildeo na ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees apoacutes o treinamento com dois fatores a diminuiccedilatildeo da voltagem do
choque durante o treinamento fazendo com que o estiacutemulo aversivo fosse minimizado
em sua intensidade e a orientaccedilatildeo recebida pelos funcionaacuterios durante o treinamento
para que o uso do bastatildeo eleacutetrico natildeo tocasse o corpo do animal de forma prolongada e
para que fossem evitadas aacutereas sensiacuteveis do corpo do animal como olhos focinho
acircnus
Outro fato que aponta a relaccedilatildeo entre o uso do bastatildeo eleacutetrico e a vocalizaccedilatildeo
dos animais eacute sugerido pelo local de ocorrecircncia destas categorias As Figuras 18 19 e
20 apresentam as aacutereas de manejo onde ocorreram o uso do bastatildeo eleacutetrico e as
vocalizaccedilotildees nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente e mostram que nos
frigoriacuteficos GO e SP na aacuterea de manejo onde houve uso do choque houve tambeacutem
vocalizaccedilatildeo dos animais
36
0
10
20
30
40
50
60
70
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
0
10
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30
40
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60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
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()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
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08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
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90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
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Obs
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 18 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico MS antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da badeiraVocalizaccedilatildeo
Figura 19 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico GO antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
37
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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cia
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MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
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Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
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s in
sens
ibili
zado
s (
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
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4
5
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7
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
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0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
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cia
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()
Uso do bastatildeo eleacutetrico
Uso inadequado da bandeira
Vocalizaccedilatildeo
Figura 20 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico uso inadequado de bandeira e vocalizaccedilatildeo dos animais durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo do frigoriacutefico SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
GRANDIN (1997) afirmou que as vocalizaccedilotildees satildeo indicativas de que o manejo
para com os animais foi executado de maneira a levaacute-los a uma situaccedilatildeo de dor ou
medo Avaliando todos os frigoriacuteficos conjuntamente foi observado neste estudo que
em 535 dos lotes natildeo houve vocalizaccedilatildeo dos animais e em 98 ocorreram acima de
5 vocalizaccedilotildees (Figura 21) Isto demonstra que a ocorrecircncia das vocalizaccedilotildees esteve
concentrada em poucos lotes sugerindo situaccedilotildees extremas de manejo pobre eou de
alta reatividade dos animais Tentando retratar o cenaacuterio onde houve maior ocorrecircncia
de vocalizaccedilotildees bem como auxiliar no entendimento dos valores altos de desvio
padratildeo foram isolados (Tabela 6) os lotes (equivalente agraves linhas da tabela) que
apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees Foi constatado que nestes lotes tambeacutem foi
alto o uso do bastatildeo eleacutetrico ocorrecircncias de escorregotildees e de quedas aleacutem do nuacutemero
de animais conduzidos por lote Dos oito lotes listados na Tabela 6 seis foram
avaliados antes do treinamento indicando que houve mudanccedila positiva na atitude dos
funcionaacuterios
38
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
40
0
05
1
15
2
25
3
35
4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
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40
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80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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0
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20
30
40
50
60
70
80
0 1 2 3 4 a 7 =8
Ocorrecircncia de vocalizaccedilotildees no lote
Nuacutem
ero
de lo
tes
Figura 21 Distribuiccedilatildeo do nuacutemero de lotes em relaccedilatildeo agrave quantidade de ocorrecircncia de vocalizaccedilatildeo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacutefico MS SP e GO conjuntamente
Tabela 6 Lotes (referentes agraves linhas da tabela) que apresentaram acima de 10 vocalizaccedilotildees durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional
Nuacutemero de animais do lote
Escorregotildees Quedas Uso do bastatildeo eleacutetrico
Vocalizaccedilotildees
32 23 3 159 11 28 13 1 104 13 19 11 2 65 23 18 28 0 68 11 38 52 6 113 16 36 47 8 61 16 36 44 7 44 11 18 21 3 78 13
44 Utilizaccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico
O uso do bastatildeo eleacutetrico foi o indicador que apresentou maior alteraccedilatildeo em sua
utilizaccedilatildeo neste estudo e apresentou diferenccedilas significativas (Plt001) entre frigoriacuteficos
para os efeitos de momento e de interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Tabela 7) Foi
39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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3
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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30
40
50
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90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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0
02
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06
08
1
12
14
16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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50
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80
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
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30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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39
observada reduccedilatildeo na utilizaccedilatildeo deste recurso apoacutes treinamento nos trecircs frigoriacuteficos
com quedas de 153 779 e 539 nos frigoriacuteficos MS GO e SP respectivamente
Sendo um recurso de total domiacutenio humano a frequumlecircncia de sua utilizaccedilatildeo reflete
diretamente o padratildeo de manejo oferecido aos animais indicando que houve grande
assimilaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios em relaccedilatildeo ao uso deste recurso TSEIMAZIDES
(2005) tambeacutem observou diminuiccedilatildeo na utilizaccedilatildeo do mesmo recurso em currais de
frigoriacuteficos depois de treinamento em manejo racional
Os frigoriacuteficos MS e GO apresentaram diferenccedila entre si na utilizaccedilatildeo do bastatildeo
eleacutetrico pelo Teste de Tukey (Plt005) enquanto que SP natildeo diferiu dos demais
frigoriacuteficos (Figura 22) A mudanccedila em relaccedilatildeo ao manejo com bastatildeo eleacutetrico foi muito
pequena no frigoriacutefico MS fato que pode estar relacionado com a falta de lideranccedila e a
baixa motivaccedilatildeo entre os funcionaacuterios O encarregado do setor curral era o mesmo do
abate que soacute comparecia neste local quando era solicitado para a resoluccedilatildeo de algum
problema atuando de maneira rude na maioria das vezes A baixa motivaccedilatildeo dos
funcionaacuterios observada durante o estudo foi evidenciada por reclamaccedilotildees constantes
contra a postura profissional dos supervisores e encarregados do frigoriacutefico para com
agravequeles aleacutem do baixo salaacuterio pago na regiatildeo
Foi observado tambeacutem que os desvios padratildeo em relaccedilatildeo aos frigoriacuteficos GO e
SP apoacutes treinamento diminuiacuteram indicando que o manejo para com os animais
tornou-se natildeo soacute menos agressivo mas tambeacutem mais estaacutevel nesses frigoriacuteficos
Tabela 7 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 913268 6056 0003 Momento 1 10270160 68098 0000 Dia 3 364193 2415 0070 Frigoriacutefico Momento 2 2609616 17303 0000 Frigoriacutefico Dia 6 360012 2387 0033 Momento Dia 3 30309 0201 0896 Frigoriacutefico Momento Dia 6 222269 1474 0193 Resiacuteduo 118 150815 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 3543 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0575
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05
1
15
2
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3
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4
MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
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20
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90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
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08
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
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ecircnci
a re
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)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
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5
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Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
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Obs
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MS GO SP
Frigoriacuteficos
Fre
quuml
ecircn
cia
meacute
dia
de
uso
do
ba
statilde
o e
leacutetr
ico
an
ima
l
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab ab
Figura 22 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias de uso do bastatildeo eleacutetrico durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt005)
No frigoriacutefico GO foi observado o uso do bastatildeo eleacutetrico antes do treinamento na
aacuterea do corredor e natildeo no chuveiro (Figura 23) Provavelmente o uso desse recurso
esteve relacionado agraves dificuldades de manejo oferecida pelos animais que paravam no
corredor em resposta aos estiacutemulos aversivos (caminhotildees e construccedilatildeo) visiacuteveis
durante o percurso aleacutem da transiccedilatildeo do corredor para o chuveiro Com o fechamento
de uma das laterais do corredor o problema diminuiu consideravelmente contribuindo
para a migraccedilatildeo do uso do choque apoacutes treinamento para a aacuterea do brete (seringa e
brete) (Figura 24) Essa migraccedilatildeo tambeacutem foi observada no frigoriacutefico SP apresentando
99 do uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes o treinamento no brete Esses resultados apontam
otimizaccedilatildeo no uso do recurso em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo jaacute que aacutereas que
promovem maior restriccedilatildeo no espaccedilo dos animais apresentam tambeacutem maior resposta
de esquiva dos animais e consequumlentemente maior dificuldade de manejo Auditorias
de bem-estar animal permitem o uso de bastatildeo eleacutetrico apenas nas aacutereas da seringa e
brete
41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
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MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
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08
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
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do
recu
rso
band
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ani
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
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o ba
ndei
raF
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a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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94
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98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
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)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
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30
Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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41
No frigoriacutefico MS houve uma involuccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso do choque por aacuterea de
manejo havendo uso do bastatildeo eleacutetrico apoacutes treinamento no corredor onde
inicialmente natildeo foi constatado
0
10
20
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40
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90
100
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 23 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes do treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
42
0
10
20
30
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50
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70
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90
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
44
0
02
04
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08
1
12
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16
MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
rrecircn
cia
meacuted
ia d
e us
o in
adeq
uado
do
recu
rso
band
eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
45
0
10
20
30
40
50
60
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80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
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Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
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Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
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33 83 133
34 84 134
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Fre
quumlecircn
cia
rela
tiva
()
MS GO SP
Figura 24 Percentual de ocorrecircncia de uso do bastatildeo eleacutetrico em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP
45 Bandeira inadequada
Embora os funcionaacuterios dos trecircs frigoriacuteficos jaacute conhecessem a bandeira como
recurso para o manejo de conduccedilatildeo dos animais em nenhum deles esta praacutetica era
comum sendo utilizado o bastatildeo eleacutetrico como o principal instrumento para proceder
estiacutemulos durante a conduccedilatildeo dos animais Ao ser implantado durante o treinamento o
uso da bandeira como alternativa ao bastatildeo eleacutetrico esta praacutetica tornou-se rotineira
entre os funcionaacuterios apoacutes o treinamento mas a forma correta de utilizaccedilatildeo deste
recurso foi variaacutevel de acordo com a habilidade e motivaccedilatildeo de cada funcionaacuterio
Em relaccedilatildeo agrave forma de conduzir os bovinos com o novo recurso os resultados
apontaram diferenccedila significativa na interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento (Plt001) mas natildeo
houve diferenccedila entre momento nem entre frigoriacuteficos (Tabela 8) O resultado desta
fonte de variaccedilatildeo (P=0052) solicita atenccedilatildeo jaacute que se situa muito proacuteximo a uma
diferenccedila a 5 que aliada ao efeito significativo da interaccedilatildeo frigoriacuteficomomento
43
demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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MS GO SPFrigoriacuteficos
Oco
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meacuted
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eira
ani
mal
Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
ab
a
b
Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
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s in
sens
ibili
zado
s (
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
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demonstrou seu valor quando submetidos ao Teste de Tukey os frigoriacuteficos MS e SP
apresentaram diferenccedila significativa (Plt001) (Figura 25) O frigoriacutefico GO natildeo diferiu
dos demais e mostrou maior ocorrecircncia do uso inadequado da bandeira com aumento
expressivo apoacutes o treinamento e meacutedias de 007 e 067 por animal O frigoriacutefico SP
apresentou incremento na utilizaccedilatildeo do recurso com meacutedias de 009 e 003 uso
inadequado da bandeira por animal e no frigoriacutefico MS natildeo houve mudanccedila na forma de
uso do recurso
Tabela 8 Resumo do quadro de anaacutelise de variacircncia para frequumlecircncia de uso inadequado do recurso bandeira por animal durante a conduccedilatildeo do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes treinamento em manejo racional (dados transformados em arcsenv)
Fontes de variaccedilatildeo Graus de liberdade
Quadrado meacutedio
F P
Frigoriacutefico 2 1038583 3022 0052 Momento 1 20011 0058 0810 Dia 3 332670 0968 0410 Frigoriacutefico Momento 2 3135169 9123 0000 Frigoriacutefico Dia 6 749175 2180 0050 Momento Dia 3 156416 0455 0714 Frigoriacutefico Momento Dia 6 1438100 4185 0001 Resiacuteduo 118 343652 - -
Coeficiente de variaccedilatildeo (CV) = 11212 Coeficiente de determinaccedilatildeo (r2) = 0383
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
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do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
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lativ
a (
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MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
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sens
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
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Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
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Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
legisbvsbrleisrefpublicsearchphpamplan=ptampwords=poeiragt Acesso em 5 fev 2007
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locales de remate Anthorozoos Fort collins v 1 n 4 p 205-213 1988
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Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
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(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
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2
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
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43 93 143
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MS GO SPFrigoriacuteficos
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Antes Treinamento
Apoacutes Treinamento
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Figura 25 Meacutedias e respectivos desvios padratildeo das frequumlecircncias uso inadequado da bandeira na conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP (dados natildeo transformados) Letras diferentes entre frigoriacuteficos diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey (Plt001)
A mudanccedila apresentada pelo frigoriacutefico GO estaacute relacionada agrave maneira de
trabalhar de um dos novos funcionaacuterios responsaacuteveis pela conduccedilatildeo dos animais no
brete que apresentou alta frequumlecircncia no uso inadequado do recurso (Figura 26) Eacute
pertinente a observaccedilatildeo de que natildeo houve uso inadequado da bandeira no brete antes
do treinamento Embora este resultado mostre que a forma de uso da bandeira pelo
novo funcionaacuterio natildeo tenha sido ideal tambeacutem natildeo se caracterizou agressiva tornando
a substituiccedilatildeo do bastatildeo eleacutetrico pelo novo recurso uma mudanccedila positiva
Em relaccedilatildeo agrave aacuterea de manejo onde houve uso inadequado da bandeira pode-se
observar ainda na Figura 26 que o curral apresentou menor ocorrecircncia fato que
possivelmente estaacute associado agrave necessidade dos funcionaacuterios em manter distacircncia
segura em relaccedilatildeo aos animais
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Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
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MS
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SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
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MS GO SPFrigoriacutefico
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Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
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6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
BEM-ESTAR ANIMAL TEORIA DOCEcircNCIA E APLICACcedilAtildeO 1 2006 Rio de Janeiro
Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Departamento de
Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
legisbvsbrleisrefpublicsearchphpamplan=ptampwords=poeiragt Acesso em 5 fev 2007
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Mapa Secretaria de
Defesa Agropecuaacuteria Instruccedilatildeo normativa n 3 de 17 de janeiro de 2000 Disponiacutevel
emlthttpwwwforumnacionalcombrinstr_normativa_n_03_de_17_01_2000pdfgt
Acesso em 2 fev 2007
BROOM D M JOHNSON K G Stress and animal welfare London Chapman amp
Hall 1993 211 p
51
CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE Online certificate in animal welfare
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Champaign v 53 n 1 p 213 1981 Abstract
GRANDIN T Las actitudes del personal hacia los animales en plantas de faena y
locales de remate Anthorozoos Fort collins v 1 n 4 p 205-213 1988
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Veterinary Medical Association Schaumburg v 204 n 9 p1354-1360 1994
52
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Science Champaign v 75 p 249-257 1997
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212 p 36ndash39 1998a
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at beef slaughter plants Applied Animal Behaviour Science v 71 191-201 2001b
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Science v 81 p 215ndash228 2003
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53
LUCHIARI FILHO A Pecuaacuteria da carne bovina Satildeo Paulo R Vieira 2000 p 89
LUCHIARI FILHO A Produccedilatildeo de carne bovina no Brasil qualidade quantidade ou
ambas In SIMPOacuteSIO SOBRE DESAFIOS E NOVAS TECNOLOGIAS NA
BOVINOCULTURA DE CORTE - SIMBOI 2 2006 Brasiacutelia Disponiacutevel em
lthttpwwwupisbrsimboianaisProduE7E3o20de20Carne20Bovina20no
20Brasil20-20Albino20Luchiari20Filhopdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
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AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
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54
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ROM
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Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
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TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Obs
58
SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Curral Corredor Chuveiro Brete
Aacuterea de manejo
Uso
inad
equa
do d
o re
curs
o ba
ndei
raF
requuml
ecircnci
a re
lativ
a (
)
MS
GO
SP
Figura 26 Percentual de ocorrecircncia de uso inadequado de recurso bandeira em funccedilatildeo do local de manejo durante a conduccedilatildeo dos animais do curral de espera ao boxe de atordoamento nos frigoriacuteficos MS GO e SP antes e apoacutes o treinamento em manejo racional conjuntamente
46 Atordoamento
Todos os frigoriacuteficos apresentaram melhoria na eficiecircncia de atordoamento apoacutes
o treinamento mas em nenhum houve diferenccedila estatiacutestica Os resultados da eficaacutecia
no atordoamento antes e apoacutes o treinamento foram de 889 e 916 (x2= 1378 P=
0241) 783 e 791 (x2= 0100 P= 0751) e 888 e 901 (x2= 0270 P= 0603)
em MS GO e SP respectivamente (Figura 27) Isso mostra que o treinamento trouxe
melhoria da qualidade do serviccedilo e consequumlentemente no bem-estar dos animais
ALMEIDA (2005) avaliando a eficaacutecia no atordoamento em cinco frigoriacuteficos
brasileiros encontrou valores entre 758 e 940 de eficiecircncia deste manejo Valores
compatiacuteveis com os encontrados neste trabalho e que demonstra a grande dificuldade
em atingir metas de auditorias internacionais que exigem 95 de eficaacutecia no
atordoamento
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
()
Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
90
92
94
96
98
100
MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
sens
ibili
zado
s (
)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
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conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
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50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
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(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
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2 52 102
3 53 103
4 54 104
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20 70 120
21 71 121
22 72 122
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24 74 124
25 75 125
26 76 126
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29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
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MS GO SPFrigoriacutefico
Efic
aacutecia
no
ator
doam
ento
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Figura 27 Percentagem de animais atordoamento com um uacutenico disparo da pistola pneumaacutetica antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
47 Insensibilidade
Em relaccedilatildeo agrave insensibilidade dos animais para a sangria os resultados
apresentados na Figura 28 mostram que o treinamento promoveu aumento de animais
insensiacuteveis no momento da sangria nos frigoriacuteficos MS e SP com valores 982 e 997
(x2= 454 P=0003) e 983 e 990 (x2= 0506 P=0477) antes e apoacutes treinamento
respectivamente Entretanto houve diminuiccedilatildeo significativa na mesma avaliaccedilatildeo no
frigoriacutefico GO com valores de 969 e 931 (x2= 675 P=0009) antes e apoacutes
treinamento respectivamente Este fato estaacute diretamente relacionado a problemas com
equipamentos uma vez que a pistola pneumaacutetica do frigoriacutefico GO estava com baixa
pressatildeo durante a avaliaccedilatildeo e foi substituiacuteda por uma com cartucho de explosatildeo em
alguns momentos durante as avaliaccedilotildees o que natildeo ocorreu durante as avaliaccedilotildees na
eficaacutecia do atordoamento Esse resultado mostra que para melhorar a realizaccedilatildeo de um
47
serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
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sens
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Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
BEM-ESTAR ANIMAL TEORIA DOCEcircNCIA E APLICACcedilAtildeO 1 2006 Rio de Janeiro
Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Departamento de
Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
legisbvsbrleisrefpublicsearchphpamplan=ptampwords=poeiragt Acesso em 5 fev 2007
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Mapa Secretaria de
Defesa Agropecuaacuteria Instruccedilatildeo normativa n 3 de 17 de janeiro de 2000 Disponiacutevel
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BROOM D M JOHNSON K G Stress and animal welfare London Chapman amp
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51
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CHIAVENATO I Recursos humanos ediccedilatildeo compacta 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998
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CHIAVENATO I Gerenciando pessoas como transformar gerentes em gestores de
pessoas 4 ed Satildeo Paulo Prentice Hall 2003 p147-198
DUNN C S Stress reactions of cattle undergoing ritual slaughter using two methods of
restraint Veterinary Record London v 126 p 522ndash525 1990
FRASER A F BROOM D M Farm animal behaviour and welfare 3 ed London
Bailliere Tindall 1990 p 256-265
GRANDIN T Bruises and carcass damage Int Journal Stud Animal Prob v 1 n 2
p 121-137 1980
GRANDIN T Bruises on southwestern feedlot cattle Journal of Animal Science
Champaign v 53 n 1 p 213 1981 Abstract
GRANDIN T Las actitudes del personal hacia los animales en plantas de faena y
locales de remate Anthorozoos Fort collins v 1 n 4 p 205-213 1988
GRANDIN T Euthanasia and slaughter of livestock Journal of the American
Veterinary Medical Association Schaumburg v 204 n 9 p1354-1360 1994
52
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Science Champaign v 75 p 249-257 1997
GRANDIN T Objective scoring for animal handling and stunning practices in slaughter
plants Journal of the American Veterinary Medical Association Schaumburg v
212 p 36ndash39 1998a
GRANDIN T The feasibility of using vocalization scoring as an indicator of poor welfare
during slaughter Applied Animal Behaviour Science v 56 p 121ndash128 1998b
GRANDIN T Effect of animal welfare audit of slaughter plants by a major fast food
company in cattle handling and stunning practices Journal of the American
Veterinary Medical Association Schamburg v 216 n 6 p 848ndash851 2000
GRANDIN T Cattle slaughter audit form (updated October 2001) based on
American Meat Institute Guidelines 2001a Disponiacutevel em
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GRANDIN T Cattle vocalizations are associated with handling and equipment problems
at beef slaughter plants Applied Animal Behaviour Science v 71 191-201 2001b
GRANDIN T Transferring results of behavioral research to industry to improve animal
welfare on the farm ranch and the slaughter plant Applied Animal Behaviour
Science v 81 p 215ndash228 2003
GREGORY NG Animal welfare end meat science Oxon CABI Publishing 1998 p
223-240
53
LUCHIARI FILHO A Pecuaacuteria da carne bovina Satildeo Paulo R Vieira 2000 p 89
LUCHIARI FILHO A Produccedilatildeo de carne bovina no Brasil qualidade quantidade ou
ambas In SIMPOacuteSIO SOBRE DESAFIOS E NOVAS TECNOLOGIAS NA
BOVINOCULTURA DE CORTE - SIMBOI 2 2006 Brasiacutelia Disponiacutevel em
lthttpwwwupisbrsimboianaisProduE7E3o20de20Carne20Bovina20no
20Brasil20-20Albino20Luchiari20Filhopdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
A (ed) CONGRESSO DAS RACcedilAS ZEBUIacuteNAS 5 2002 Uberaba Anais Uberaba
ABCZ 2002 p 170-174 Disponiacutevel em
lthttpwwwgrupoetcoorgbrpdfambiequalipdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA M J R PINTO A A Bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 4 p 105-130
PARSONS B Human-animal relationships and productivity on the farm Disponiacutevel
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2007
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bovinos 1999 f 219 Tese (Doutorado em Tecnologia dos Produtos de Origem Animal)
- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 2 p 25-52
54
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
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SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
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7 57 107
8 58 108
9 59 109
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25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
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30 80 130
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33 83 133
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35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
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serviccedilo natildeo basta apenas treinar pessoas eacute imprescindiacutevel fornecer os recursos
necessaacuterios para o bom desenvolvimento do trabalho
O frigoriacutefico MS apresentou em relaccedilatildeo ao processo de insensibilizaccedilatildeo dos
animais um cenaacuterio diferente do apresentado pelos responsaacuteveis pelo manejo do curral
ao boxe de atordoamento deste frigoriacutefico Os funcionaacuterios do atordoamento natildeo
fizeram qualquer queixa em relaccedilatildeo agrave supervisatildeo Eacute possiacutevel que a supervisatildeo focada
nesse pessoal tenha sido de maneira mais eficiente jaacute que o encarregado permanecia
a maior parte do tempo dentro da sala de abate local do boxe de atordoamento dessa
planta Aleacutem disto dois funcionaacuterios trabalhavam juntos possibilitando o revezamento
no trabalho e evitando a depreciaccedilatildeo do serviccedilo
88
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92
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96
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MS GO SPFrigoriacutefico
Ani
mai
s in
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)
Figura 28 Percentagem de animais insensibilizados para a sangria antes e apoacutes treinamento em manejo racional nos frigoriacuteficos MS GO e SP Diferem estatisticamente entre si (intra-frigoriacutefico) (Plt005) (Plt001) pelo Teste de Kruskal-Wallis
48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
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6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
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BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Mapa Secretaria de
Defesa Agropecuaacuteria Instruccedilatildeo normativa n 3 de 17 de janeiro de 2000 Disponiacutevel
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PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
A (ed) CONGRESSO DAS RACcedilAS ZEBUIacuteNAS 5 2002 Uberaba Anais Uberaba
ABCZ 2002 p 170-174 Disponiacutevel em
lthttpwwwgrupoetcoorgbrpdfambiequalipdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA M J R PINTO A A Bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 4 p 105-130
PARSONS B Human-animal relationships and productivity on the farm Disponiacutevel
em lthttpveinlibraryusydeduaulinksEssays2001parsonshtmlgt Acesso em 2 fev
2007
ROCcedilA R O Abate humanitaacuterio o ritual kasher e os meacutetodos e insensibilizaccedilatildeo de
bovinos 1999 f 219 Tese (Doutorado em Tecnologia dos Produtos de Origem Animal)
- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 2 p 25-52
54
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
p 179-188
SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
57
EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
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17
18
19
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23
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25
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28
29
30
Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
150
Obs
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48
5 CONCLUSOtildeES
A eficiecircncia do treinamento esteve diretamente relacionada aos investimentos
em matildeo de obra e instalaccedilotildees de cada frigoriacutefico sendo que as instalaccedilotildees exerceram
grande influecircncia nas respostas comportamentais dos animais (escorregotildees e quedas)
e consequumlentemente no manejo
As observaccedilotildees referentes ao domiacutenio humano como uso do bastatildeo eleacutetrico e
processo de insensibilizaccedilatildeo apresentam maior resposta ao treinamento do que as
categorias referentes aos animais (escorregotildees e quedas) e tiveram efeito direto sobre
as ocorrecircncias de vocalizaccedilotildees dos animais pois estas estiveram associadas ao uso do
bastatildeo eleacutetrico
Assim a implementaccedilatildeo praacutetica do manejo racional em frigoriacuteficos eacute viaacutevel
desde que haja disponibilidade de instalaccedilotildees e equipamentos apropriados que as
necessidades baacutesicas dos funcionaacuterios estejam atendidas e que a supervisatildeo dos
trabalhos seja bem conduzida
49
6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
animais
Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
BEM-ESTAR ANIMAL TEORIA DOCEcircNCIA E APLICACcedilAtildeO 1 2006 Rio de Janeiro
Resumos Rio de Janeiro WSPA 2006 1 CD-ROM
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Departamento de
Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
legisbvsbrleisrefpublicsearchphpamplan=ptampwords=poeiragt Acesso em 5 fev 2007
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Mapa Secretaria de
Defesa Agropecuaacuteria Instruccedilatildeo normativa n 3 de 17 de janeiro de 2000 Disponiacutevel
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Acesso em 2 fev 2007
BROOM D M JOHNSON K G Stress and animal welfare London Chapman amp
Hall 1993 211 p
51
CAMBRIDGE E-LEARNING INSTITUTE Online certificate in animal welfare
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CHIAVENATO I Recursos humanos ediccedilatildeo compacta 5 ed Satildeo Paulo Atlas 1998
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CHIAVENATO I Gerenciando pessoas como transformar gerentes em gestores de
pessoas 4 ed Satildeo Paulo Prentice Hall 2003 p147-198
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FRASER A F BROOM D M Farm animal behaviour and welfare 3 ed London
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p 121-137 1980
GRANDIN T Bruises on southwestern feedlot cattle Journal of Animal Science
Champaign v 53 n 1 p 213 1981 Abstract
GRANDIN T Las actitudes del personal hacia los animales en plantas de faena y
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GRANDIN T Euthanasia and slaughter of livestock Journal of the American
Veterinary Medical Association Schaumburg v 204 n 9 p1354-1360 1994
52
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Science Champaign v 75 p 249-257 1997
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plants Journal of the American Veterinary Medical Association Schaumburg v
212 p 36ndash39 1998a
GRANDIN T The feasibility of using vocalization scoring as an indicator of poor welfare
during slaughter Applied Animal Behaviour Science v 56 p 121ndash128 1998b
GRANDIN T Effect of animal welfare audit of slaughter plants by a major fast food
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Veterinary Medical Association Schamburg v 216 n 6 p 848ndash851 2000
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GRANDIN T Cattle vocalizations are associated with handling and equipment problems
at beef slaughter plants Applied Animal Behaviour Science v 71 191-201 2001b
GRANDIN T Transferring results of behavioral research to industry to improve animal
welfare on the farm ranch and the slaughter plant Applied Animal Behaviour
Science v 81 p 215ndash228 2003
GREGORY NG Animal welfare end meat science Oxon CABI Publishing 1998 p
223-240
53
LUCHIARI FILHO A Pecuaacuteria da carne bovina Satildeo Paulo R Vieira 2000 p 89
LUCHIARI FILHO A Produccedilatildeo de carne bovina no Brasil qualidade quantidade ou
ambas In SIMPOacuteSIO SOBRE DESAFIOS E NOVAS TECNOLOGIAS NA
BOVINOCULTURA DE CORTE - SIMBOI 2 2006 Brasiacutelia Disponiacutevel em
lthttpwwwupisbrsimboianaisProduE7E3o20de20Carne20Bovina20no
20Brasil20-20Albino20Luchiari20Filhopdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
A (ed) CONGRESSO DAS RACcedilAS ZEBUIacuteNAS 5 2002 Uberaba Anais Uberaba
ABCZ 2002 p 170-174 Disponiacutevel em
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PARANHOS DA COSTA M J R PINTO A A Bem-estar animal In RIVERA E A B
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PARSONS B Human-animal relationships and productivity on the farm Disponiacutevel
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ROCcedilA R O Abate humanitaacuterio o ritual kasher e os meacutetodos e insensibilizaccedilatildeo de
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- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 2 p 25-52
54
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
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SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
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TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
55
APEcircNDICES
56
CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
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Obs
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
17 67 117
18 68 118
19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
47 97 147
48 98 148
49 99 149
50 100
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6 IMPLICACcedilOtildeES
As condiccedilotildees de trabalho oferecidas aos funcionaacuterios de frigoriacutefico satildeo em geral
predominantemente pobres natildeo sendo atendidas as mais baacutesicas necessidades como
por exemplo necessidades de ordem fisioloacutegicas conforto fiacutesico (sombra e aacutegua
disponiacutevel) intervalos de descanso horaacuterio de trabalho razoaacutevel assim como
necessidades de seguranccedila (remuneraccedilatildeo e benefiacutecios estabilidade de emprego
condiccedilotildees seguras de trabalho ndash instalaccedilotildees apropriadas) Eacute comum tambeacutem a
desvalorizaccedilatildeo do trabalho exercido por funcionaacuterios do curral onde facilmente ocorre a
substituiccedilatildeo de um funcionaacuterio por um outro de setor distinto natildeo capacitado para este
fim Isto de forma comum e rotineira mostrando o descaso em relaccedilatildeo agrave capacitaccedilatildeo e
reconhecimento de habilidades desses funcionaacuterios Accedilotildees como estas dificultam o
atendimento de outras necessidades tambeacutem de grande importacircncia as necessidades
tidas como sociais (boas interaccedilotildees entre gerentes colegas) e de estima
(responsabilidade por resultados orgulho e reconhecimento promoccedilotildees)
Tendo em vista que a motivaccedilatildeo para o trabalho eacute dependente do suprimento de
necessidades como as citadas anteriormente e como tais recursos natildeo estatildeo
comumente disponibilizados aos funcionaacuterios neste estudo foi percebido como maior
desafio para a implantaccedilatildeo e conservaccedilatildeo de atitudes menos agressivas para com os
animais em frigoriacuteficos a falta de recursos aos funcionaacuterios Esta deficiecircncia se
apresentou como empecilho maior do que os lsquovalores culturaisrsquo (animal maacutequina - visatildeo
utilitarista em relaccedilatildeo aos bovinos) trazidos pelos funcionaacuterios envolvidos com os
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Finalizo este trabalho com simplicidade e alegria em dizer o manejo racional
divulga a natildeo violecircncia para com os animais atraveacutes da educaccedilatildeo atraveacutes do
conhecimento sobre os animais que eacute acolhido por qualquer ser humano desde que
este tenha lsquocondiccedilotildeesrsquo para esta nova lsquoreflexatildeorsquo Simplesmente porque ldquofazer o bem
faz bemrdquo
50
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
perdas econocircmicas por contusotildees 2005 f 2-35 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Medicina
Veterinaacuteria Preventiva) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
BARBALHO P C TSEIMAZIDES S P PARANHOS DA COSTA M J R O bem-estar
no ambiente de trabalho de um frigoriacutefico depreciaccedilatildeo do serviccedilo na conduccedilatildeo de
bovinos ao longo do dia In CONGRESSO INTERNACIONAL DE CONCEITOS EM
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Inspeccedilatildeo de Produtos de Origem Animal ndash DIPOA Decreto n 2244 de 4 de junho de
1997 Disponiacutevel em lthttpe-
legisbvsbrleisrefpublicsearchphpamplan=ptampwords=poeiragt Acesso em 5 fev 2007
BRASIL Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Mapa Secretaria de
Defesa Agropecuaacuteria Instruccedilatildeo normativa n 3 de 17 de janeiro de 2000 Disponiacutevel
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Acesso em 2 fev 2007
BROOM D M JOHNSON K G Stress and animal welfare London Chapman amp
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51
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monitoring systems amp codes of practice Cambridge 2006 1 CD-ROM
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Bailliere Tindall 1990 p 256-265
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p 121-137 1980
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Champaign v 53 n 1 p 213 1981 Abstract
GRANDIN T Las actitudes del personal hacia los animales en plantas de faena y
locales de remate Anthorozoos Fort collins v 1 n 4 p 205-213 1988
GRANDIN T Euthanasia and slaughter of livestock Journal of the American
Veterinary Medical Association Schaumburg v 204 n 9 p1354-1360 1994
52
GRANDIN T Assessment of stress during handling and transport Journal of Animal
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GRANDIN T Objective scoring for animal handling and stunning practices in slaughter
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GRANDIN T The feasibility of using vocalization scoring as an indicator of poor welfare
during slaughter Applied Animal Behaviour Science v 56 p 121ndash128 1998b
GRANDIN T Effect of animal welfare audit of slaughter plants by a major fast food
company in cattle handling and stunning practices Journal of the American
Veterinary Medical Association Schamburg v 216 n 6 p 848ndash851 2000
GRANDIN T Cattle slaughter audit form (updated October 2001) based on
American Meat Institute Guidelines 2001a Disponiacutevel em
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GRANDIN T Cattle vocalizations are associated with handling and equipment problems
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GREGORY NG Animal welfare end meat science Oxon CABI Publishing 1998 p
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53
LUCHIARI FILHO A Pecuaacuteria da carne bovina Satildeo Paulo R Vieira 2000 p 89
LUCHIARI FILHO A Produccedilatildeo de carne bovina no Brasil qualidade quantidade ou
ambas In SIMPOacuteSIO SOBRE DESAFIOS E NOVAS TECNOLOGIAS NA
BOVINOCULTURA DE CORTE - SIMBOI 2 2006 Brasiacutelia Disponiacutevel em
lthttpwwwupisbrsimboianaisProduE7E3o20de20Carne20Bovina20no
20Brasil20-20Albino20Luchiari20Filhopdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
A (ed) CONGRESSO DAS RACcedilAS ZEBUIacuteNAS 5 2002 Uberaba Anais Uberaba
ABCZ 2002 p 170-174 Disponiacutevel em
lthttpwwwgrupoetcoorgbrpdfambiequalipdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA M J R PINTO A A Bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 4 p 105-130
PARSONS B Human-animal relationships and productivity on the farm Disponiacutevel
em lthttpveinlibraryusydeduaulinksEssays2001parsonshtmlgt Acesso em 2 fev
2007
ROCcedilA R O Abate humanitaacuterio o ritual kasher e os meacutetodos e insensibilizaccedilatildeo de
bovinos 1999 f 219 Tese (Doutorado em Tecnologia dos Produtos de Origem Animal)
- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 2 p 25-52
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SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
p 179-188
SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
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Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
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15 65 115
16 66 116
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18 68 118
19 69 119
20 70 120
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23 73 123
24 74 124
25 75 125
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30 80 130
31 81 131
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35 85 135
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7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA L A M Manejo no preacute-abate de bovinos aspectos comportamentais e
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Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
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Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
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Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
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Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
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Inadequada
Curral
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Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
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Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
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5
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
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ROCcedilA R O Abate humanitaacuterio o ritual kasher e os meacutetodos e insensibilizaccedilatildeo de
bovinos 1999 f 219 Tese (Doutorado em Tecnologia dos Produtos de Origem Animal)
- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
ROLLIN B E Eacutetica veterinaacuteria eacutetica social e bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 2 p 25-52
54
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
p 179-188
SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
ROM
SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
8
9
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
12 62 112
13 63 113
14 64 114
15 65 115
16 66 116
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19 69 119
20 70 120
21 71 121
22 72 122
23 73 123
24 74 124
25 75 125
26 76 126
27 77 127
28 78 128
29 79 129
30 80 130
31 81 131
32 82 132
33 83 133
34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
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Obs
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53
LUCHIARI FILHO A Pecuaacuteria da carne bovina Satildeo Paulo R Vieira 2000 p 89
LUCHIARI FILHO A Produccedilatildeo de carne bovina no Brasil qualidade quantidade ou
ambas In SIMPOacuteSIO SOBRE DESAFIOS E NOVAS TECNOLOGIAS NA
BOVINOCULTURA DE CORTE - SIMBOI 2 2006 Brasiacutelia Disponiacutevel em
lthttpwwwupisbrsimboianaisProduE7E3o20de20Carne20Bovina20no
20Brasil20-20Albino20Luchiari20Filhopdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA MJR Ambiecircncia e qualidade de carne In JOSAHKIAN L
A (ed) CONGRESSO DAS RACcedilAS ZEBUIacuteNAS 5 2002 Uberaba Anais Uberaba
ABCZ 2002 p 170-174 Disponiacutevel em
lthttpwwwgrupoetcoorgbrpdfambiequalipdfgt Acesso em 4 fev 2007
PARANHOS DA COSTA M J R PINTO A A Bem-estar animal In RIVERA E A B
AMARAL M H NASCIMENTO V P (Ed) Eacutetica e bioeacutetica aplicadas agrave medicina
veterinaacuteria - Goiacircnia [sn] 2006 cap 4 p 105-130
PARSONS B Human-animal relationships and productivity on the farm Disponiacutevel
em lthttpveinlibraryusydeduaulinksEssays2001parsonshtmlgt Acesso em 2 fev
2007
ROCcedilA R O Abate humanitaacuterio o ritual kasher e os meacutetodos e insensibilizaccedilatildeo de
bovinos 1999 f 219 Tese (Doutorado em Tecnologia dos Produtos de Origem Animal)
- Faculdade de Ciecircncias Agronocircmicas Universidade Estadual Paulista Botucatu 1999
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SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal 2 ed Belo
Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
p 179-188
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ROM
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review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
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hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
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Corredor
Chuveiro
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
3
4
5
6
7
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
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40 90 140
41 91 141
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43 93 143
44 94 144
45 95 145
46 96 146
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Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 2002
p 179-188
SAS INSTITUTE System for Microsoft Windows release 82 Cary 2001 1 CD-
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SIEGEL S Estatiacutestica natildeo-parameacutetrica para as ciecircncias do comportamento Satildeo
Paulo Editora McGraw-Hill 1975 p 209-219
STRICKLIN W R KAUTZ-SCANAVY C C The role of behavior in cattle production a
review of research Applied Animal Behaviour Science v 11 p 359-390 1984
TSEIMAZIDES S P Efeito do transporte rodoviaacuterio sobre a incidecircncia de
hematomas e variaccedilotildees de pH em carcaccedilas bovinas 2005 f 47 Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciecircncias Agraacuterias e Veterinaacuteria Universidade
Estadual Paulista Jaboticabal 2005
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
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Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
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Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
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19 69 119
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APEcircNDICES
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
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2 52 102
3 53 103
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6 56 106
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CONDUCcedilAtildeO DOS BOVINOS
Frigoriacutefico Data Hora iniacutecio Clima
Responsaacutevel Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
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Hora iniacutecio Clima
Hora fim Temp
Nordm animais Raccedila SexoCategoria Aacuterea Escorregotildees
Quedas Vocaliz Choque Bandeira Pessoal Obs
Inadequada
Curral
Corredor
Chuveiro
Brete
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
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Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
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45 95 145
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EFICAacuteCIA NO ATORDOAMENTO
Frigoriacutefico Responsaacutevel Data
N
Vocaliz Deitou Raccedila Sexo Chifres Disparos Atordoador
Ordem
1
2
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5
6
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
9 59 109
10 60 110
11 61 111
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29 79 129
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34 84 134
35 85 135
36 86 136
37 87 137
38 88 138
39 89 139
40 90 140
41 91 141
42 92 142
43 93 143
44 94 144
45 95 145
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SENSIacuteVEIS PARA A SANGRIA
Responsaacutevel
Frigoriacutefico Data
Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila Nordm Sensiacutevel Sexo Raccedila
1 51 101
2 52 102
3 53 103
4 54 104
5 55 105
6 56 106
7 57 107
8 58 108
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