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AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO FUTSAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Autor: João Batista Libardi1
Orientadora: Evandra Hein Mendes2
Resumo
Na educação, o ato de ensinar é considerado um elemento bastante complexo. Essa
complexidade aumenta ainda mais quando se trata de avaliar. Na disciplina de
Educação Física há muitas divergências, pois o objeto de conhecimento a ser
avaliado é o movimento humano. Surge então a necessidade de desenvolver
instrumentos práticos de avaliação relacionados aos conteúdos esportivos na
disciplina. Sendo assim, analisou-se a aplicabilidade de um instrumento
desenvolvido para a modalidade do futsal em nível de Ensino Médio, o qual foi posto
em prática a alunos do 1º ano do Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino
Médio e Normal, do Município de Salto do Lontra (NRE – Dois Vizinhos). Constatou-
se que o referido instrumento é perfeitamente possível de ser empregado a alunos
do Ensino Médio, cabendo ao professor adaptá-lo a realidade do seu ambiente
escolar. Não foram identificados elementos de dificuldades que inviabilizavam sua
utilização no processo avaliativo, pelo qual a avaliação da aprendizagem pode ser
feita com mais clareza e objetividade.
Palavras-Chave: Avaliação; Educação Física; Futsal.
1 Especialista em Educação Motora, Docente de Educação Física no Colégio Estadual Irmã Maria Margarida,
Salto do Lontra – Pr. 2 Mestre em Educação Física, Professora de Educação Física da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido Rondon.
Abstract
In education, the act of teaching is considered a very complex element. This
complexity increases further when it comes to evaluating. In the discipline of Physical
Education there are many differences, because the object of knowledge to
be assessed is human movement. There is a need to develop practical
tools for assessment related to sports content in the discipline. Therefore, we
analyzed the applicability of an instrument developed for indoor soccer
sport at the school, which was put into practice to students of the 1st year of Colégio
Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal, in Salto do Lontra (NRE –
Dois Vizinhos). It was found that this instrument is quite possible to be employed
on high school students, whereas it’s due to the teacher to adapt it to the reality
of their school environment. It was not identified elements of difficulty that prevented
its use in the evaluation process by which the assessment of learning can be made
with more clarity and objectivity.
Keywords: Evaluation, Physical Education, Indoor Soccer.
1 Introdução
A avaliação no contexto geral do processo ensino aprendizagem é um tema
que desperta polêmica em todas as áreas da educação. Contudo, na disciplina de
Educação Física, segundo Freire (1989, p. 196),
O problema se agrava. Se é difícil avaliar a aprendizagem da escrita e da leitura, do cálculo, da geografia etc., que dirá quanto à aprendizagem da Educação Física? Como avaliar a aprendizagem do movimento quando sabemos a infinidade de fatores nele envolvidos, tais como força muscular, resistência, agilidade, equilíbrio, ritmo, sentimentos, cognição, afinidade e etc.
A grande preocupação dos professores de Educação Física, principalmente
aqueles interessados no desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, é
justificar formalmente a nota alcançada por seu aluno. O maior problema desta
disciplina não está em como avaliar o movimento, mas como quantificá-lo, pois em
atendimento ao sistema de ensino, no final de cada período, é necessário que o
conhecimento apropriado pelo aluno seja transformado em número e isso tem se
apresentado como uma problemática constante, na prática pedagógica da maioria
desses profissionais.
Neste sentido, identifica-se que independente dos conteúdos desenvolvidos,
os professores possuem insegurança pela falta de instrumentos para avaliar, em
especial os relacionados à aprendizagem motora, especialmente no momento da
avaliação dos conteúdos esportivos, já que são os mais explorados nas aulas dessa
disciplina.
No entanto, na área da Educação Física escolar são escassos os
instrumentos avaliativos para esses conteúdos, levando os professores a avaliarem
os alunos a partir de sua observação e critérios particulares, que por vezes
transparece a falta de objetividade e efetividade.
Entre os conteúdos esportivos, o futsal se constitui um dos mais
desenvolvidos nas aulas de Educação Física tanto no Ensino Fundamental quanto
no Ensino Médio. Sendo assim, no momento da avaliação, percebe-se a
necessidade da utilização de um instrumento de medida e análise para essa
modalidade específica, com o intuito de subsidiar o professor no desenvolvimento da
difícil tarefa de emitir um valor numérico ao conhecimento adquirido pelos alunos
nas aulas práticas.
A partir das preocupações e necessidades vivenciadas no cotidiano escolar
no momento da avaliação alguns professores como Fiorese (2010) vem elaborando
instrumentos voltados a análise da aprendizagem dos conteúdos esportivos como o
futsal.
Nessa perspectiva, pretende-se contribuir com as práticas avaliativas da
Educação Física, a partir da aplicação e testagem de um instrumento de avaliação
voltado ao conteúdo esportivo futsal produzido por Fiorese (2010) que possibilite ao
professor quantificar o desenvolvimento do aluno em relação a aprendizagem dos
fundamentos do futsal de uma maneira mais objetiva e efetiva.
2 Um pouco da história
No decorrer de nossa existência, segundo Bratifische (2003), avaliamos e
somos avaliados diante da vida e das circunstâncias do mundo à nossa volta.
Submetemos pessoas e somos submetidos a constantes averiguações que, na
maioria das vezes, norteiam nossas decisões, nossos desejos e sonhos.
Já no que diz respeito à Educação Física escolar, a autora afirma que tem
se modificado no decorrer dos anos, em consequência das mudanças estruturais na
sociedade, das alterações no comportamento humano, dos avanços tecnológicos
entre outros fatores. Portanto, avaliar em Educação Física, consiste em reconhecer,
diagnosticar, desenvolver e valorizar a expressão individual, a cultura própria e a
manifestação de afetividade, viabilizando a aprendizagem e a formação integral do
educando.
Segundo Mendes (2005), muitas práticas avaliativas que predominam no
contexto atual priorizam o domínio psicomotor e a aptidão física, o que contraria as
indicações dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (BRASIL, 2004) sobre a
avaliação, em que os principais aspectos a serem avaliados dizem respeito à
capacidade do aluno de enfrentar desafios colocados em situações de jogos e
competições, respeitando as regras e adotando uma postura cooperativa; valorizar e
apreciar diversas manifestações da cultura corporal, identificando suas
possibilidades de prazer e aprendizagem.
Segundo Hurtado (2010), o processo avaliativo apresenta as seguintes
características:
- para avaliar precisa-se saber o que se quer do aluno, a avaliação deve estar atrelada aos objetivos propostos estando sistematizada, não podendo estar separada do processo ensino-aprendizagem; - a avaliação tem que acontecer continuamente, não apenas no final de um período ou semestre. Acontecendo ao longo do processo, proporciona ao educando a oportunidade de recuperação imediata em caso de dificuldades no processo ensino-aprendizagem; - a avaliação deve ser integral, ocupando-se do aluno como um todo. Julga aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores. (HURTADO apud FIORESE, 2010 p.7)
De acordo com Santos e Varela (apud FERREIRA, 2009, p. 3),
O ato de avaliar implica na coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou de qualidade que se processa a partir da comparação da configuração do projeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. A avaliação diferencia-se da verificação, pois nesta acontece apenas uma coleta da informação, e na avaliação além da coleta de dados existe uma tomada de decisão para direcionar o objeto da avaliação.
Avaliar, de acordo com Rabelo (1998, p. 11), “é indispensável em toda a
atividade humana e, portanto, em qualquer proposta de educação. Avaliação é
inerente e imprescindível durante todo o processo educativo que se realize em um
constante trabalho de ação-reflexão-ação”.
Dentro do processo educacional, Piletti (2000) e Sant’anna (1993), destacam
três modalidades diferentes de avaliação:
- Avaliação Diagnóstica: aplicada no início de uma unidade, semestre ou ano
letivo. Tem como função verificar o domínio de pré-requisitos, conhecimentos e
habilidades necessárias para novas aprendizagens. Fundamenta o planejamento.
- Avaliação Formativa: é realizada ao longo do processo ensino
aprendizagem. Compreende uma função controladora, visto que informa o professor
e o aluno sobre o domínio gradativo e hierárquico de cada etapa do processo ensino
aprendizagem, localizando as deficiências na organização do ensino. Permite
reformulação e aperfeiçoamento da prática pedagógica.
- Avaliação Somativa: é realizada no fim do processo de ensino
aprendizagem, possui uma função classificatória. Classifica os alunos no final de
uma unidade, semestre ou curso, segundo os níveis de aproveitamento, expressos
em notas ou conceitos, funcionando como retro alimentação final.
No âmbito geral, Belloni (2000, p. 14) salienta que avaliar é uma ação
corriqueira e espontânea realizada por qualquer indivíduo acerca de qualquer
atividade humana, e assim, um instrumento fundamental para conhecer,
compreender, aperfeiçoar e orientar as ações de indivíduos ou grupos. E uma forma
de olhar o passado e o presente é sempre avistar o futuro. Faz parte dos
instrumentos de sobrevivência de qualquer indivíduo ou grupo, resultado de uma
necessidade que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração dos
meios para obter evidência natural ou instintiva de sobreviver.
Perrenoud (1999) vem afirmar que a avaliação não é o fim em si, mas
necessita ser compreendida como um processo de acompanhamento e julgamento
sistemático de toda a atividade de ensino, visto que todo o processo de avaliação é
apresentado aos alunos de forma resumida, representado através de número,
denominado nota.
No entender de Luckesi (1996, p. 16), a avaliação “seja pontual ou contínua,
só faz sentido quando provoca o desenvolvimento do educando”. Portanto, cada
instrumento avaliativo adotado, é melhor que o outro, o professor deve ter clareza se
é conveniente ou relevante para compreender o processo de aprendizagem da
turma e aponta caminhos para uma intervenção, visando sua melhoria no processo
de ensino-aprendizagem no desenvolvimento do educando. A principal finalidade da
avaliação no processo escolar é ajudar a garantir a construção do conhecimento por
parte dos alunos.
Libâneo (2002, p. 31), nos coloca que as práticas de avaliação precisam ser
encaradas com seriedade. Para isso, é preciso que os educadores, além de
tomarem a avaliação como importante meio de diagnóstico do seu trabalho saiba
sobre a elaboração de instrumentos mais diretos de aferição da qualidade da oferta
dos serviços de ensino junto com a qualidade do aluno que se quer formar.
Para Mendes (apud FIORESE, 2010), nessa perspectiva, torna-se
necessário que se definam claramente os objetivos, determinando o foco e
delimitando o campo de observação, ou seja, onde efetuar as observações e a quem
observar, tornando o instrumento o mais objetivo possível, que não dependa apenas
do ponto de vista e da análise do próprio professor.
3 PROCEDIMENTOS E ETAPAS DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
A partir da realização de avaliações na prática pedagógica da Educação
Física Escolar, percebeu-se a necessidade de testar a aplicabilidade de um
instrumento de avaliação do conteúdo Futsal do Ensino Médio, a partir da percepção
dos professores e dos alunos, elaborado por Fiorese (2010), para tentar minimizar a
subjetividade do professor no processo.
Inicialmente o projeto foi apresentado à direção e equipe pedagógica da
escola, juntamente com os demais professores, os quais foram convidados a auxiliar
na viabilidade da aplicação do referido teste aos alunos.
O projeto foi desenvolvido com os alunos do 1º ano do Ensino Médio
(Período Matutino) do Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e
Normal da cidade de Salto do Lontra - PR (NRE – Dois Vizinhos).
Anterior a coleta de dados junto aos alunos, foi enviado aos pais um pedido
de autorização com o intuito de garantir a participação dos mesmos.
A coleta de dados foi realizada nos meses de agosto a novembro de 2011,
no período da tarde, no Ginásio de Esportes do Colégio, em duas sessões semanais
de duas aulas. Tivemos participação efetiva de 18 alunos, todos meninos. Nos
trabalhos de fundamentação foram utilizadas atividades propostas na Produção
Didático-Pedagógica, além de brincadeiras e jogos recreativos. Após trabalhar os
fundamentos básicos da modalidade de futsal, foram aplicados os instrumentos de
avaliação propostos no projeto, para a coleta de dados. Após a aplicação dos quatro
instrumentos sugeridos, foi passado aos alunos um questionário semi-estruturado o
qual, identificou a opinião e percepção dos alunos em relação ao instrumento
utilizado.
A seguir encontra-se relacionado o modelo da ficha de avaliação elaborada
para anotar os resultados do instrumento de avaliação para o futsal, utilizada para
análise desse estudo e os critérios de análise elaborados por Fiorese (2010).
3.1 Matriz Analítica
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO PRÁTICA PARA O FUTSAL
CONTEÚDOS AVALIADOS E RESPECTIVAS NOTAS
Professor: ________________________ Turma: Turno: Período de Aplicação: De ___/___/______ à ___/___/____________ Estabelecimento:
MOVIMENTAÇÕES – FUNDAMENTOS BÁSICOS
PASSES
CHUTES
CONTROLE DA BOLA
HABILIDADES DO GOLEIRO
Conteúdos →
Par
te I
nter
na d
o P
é
Par
te E
xter
na
do P
é
Par
te A
nter
ior
do P
é
Sol
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Pé
Dor
so d
o P
é
Dor
so d
o P
é
Bat
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o
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o
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ão
Gol
eiro
Lin
ha
NO
TA
FIN
AL
DE
CA
DA
AL
UN
O (
A)
Nota do Conteúdo →
Nº Nome do Aluno 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1,0 0,5 0,5 1,0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1,0 10,0
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
Tabela 1 – Matriz Analítica Fonte: FIORESE, 2010.
3.1.1 Passes
Para Claiton Frazzon Costa, 2003, o passe é a forma que o atleta utiliza para
percorrer a bola até o seu companheiro de equipe, que deverá recebê-la com
eficiência.
Para avaliar o passe propõe-se a seguinte atividade:
Professor e aluno frente a frente, distantes 5 metros aproximadamente. O
professor passará a bola rolando com as mãos para o aluno em seu pé dominante,
este devolverá com o passe solicitado. O aluno terá três tentativas para a execução
de cada passe citado a baixo, sendo que será realizada a média de três notas obtida
PASSES (2,5)
PARTE INTERNA DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 2 – Critérios de análise do passe com a parte interna do pé Fonte: FIORESE, 2010.
PARTE EXTERNA DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (pé de Equilíbrio (Pé de apoio) (0,1))
Posição do corpo (Passe/cabeça (0,1))
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 3 – Critérios de análise do passe com a parte externa do pé. Fonte: FIORESE, 2010.
.
PARTE INTERIOR DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio/Pé de apoio) (0,1)
Apoio firme próximo à bola-Posição do corpo (0,1)
(Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 4 – Critérios de análise do passe com a parte interior do pé Fonte: FIORESE, 2010.
SÓLA DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 5 – Critérios de análise e matriz analítica - do passe com a sola do pé. Fonte: FIORESE, 2010.
DORSO DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio-Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
TOTAL
Tabela 6 – Critérios de análise e matriz analítica - do passe com o dorso do pé. Fonte: FIORESE, 2010.
3.1.2 Chutes
Segundo Andrade Junior (1999), CHUTE é a maneira de se tocar a bola com
uma força maior que um passe, visando uma finalização ou destruir uma jogada
adversária. A bola pode estar parada ou em movimento.
Para avaliar o chute, propõe-se a seguinte atividade, sendo que será feita a
média das três notas obtidas.
Professor e aluno frente a frente, distantes 15 metros, aproximadamente. O
professor passará a bola rolando com as mãos para o aluno em seu pé dominante,
este devolverá com o chute solicitado. O aluno pode ter três tentativas para executar
cada chute citado abaixo:
CHUTES (2,5) 1 2 3 MÉDIA
BATE PRONTO (0,5)
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio (Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 7 – Critérios de análise e matriz analítica - do chute bate pronto Fonte: FIORESE, 2010.
DORSO DO PÉ (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio-Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 8 – Critérios de análise e matriz analítica - do chute com o doso do pé Fonte: FIORESE, 2010.
BICO (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio (Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 9 – Critérios de análise e matriz analítica - do chute de bico Fonte: FIORESE, 2010.
VOLEIO (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio /Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Firmeza/Força (0,1)
Direção (0,1)
Apoio firme próximo à bola (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 10 – Critérios de análise e matriz analítica - do chute voleio Fonte: FIORESE, 2010.
3.1.3 Controle de bola
Segundo Claiton Frazzon Costa, 2003 o controle da bola é o ato ou maneira
de controlar a bola para si.
Professor e aluno frente a frente, distantes 5 metros aproximadamente. O
professor passará a bola com as mãos para o aluno que deverá executar o
fundamento solicitado.
Para Claiton Frazzon Costa, 2003, Domínio é o ato de amortecer a bola ou
recebê-la, vinda pelo solo ou pelo ar, visando dar seqüência à movimentação do
jogo, ainda segundo o mesmo autor diz que a condução, é o ato ou meio de
conduzir a bola pelos espaços possíveis da quadra, para um lado e para outro, já o
cabeceio para ele é ação de golpear a bola com a cabeça e drible é o gesto técnico,
pelo qual o atleta busca ultrapassar um ou mais adversários, sempre tendo a posse
de bola, e ainda que a finta é o ato de movimentar-se sem bola a fim de ludibriar o
adversário, fugindo de sua marcação.
Segundo Santos Filho (2000), DRIBLE é o modo pelo qual se pode conduzir
a bola através de toques sucessivos, com o objetivo de ultrapassar o adversário,
mantendo o domínio da mesma.
3.1.4 Finta
Segundo Santos Filho (2000), é a ação de, estando sem a bola,
desequilibrar e deslocar o adversário saindo desta forma, de sua marcação.
Para avaliar o controle de bola, propõe-se a seguinte atividade:
Professor e aluno frente a frente distante 5 metros aproximadamente. O
professor jogará a bola para o aluno, que ao recebê-la, deverá fazer uma finta para o
lado de sua preferência e sair com a bola para o outro lado.
O aluno terá três tentativas para a execução de cada fundamento citado
abaixo, sendo que será realizada a média das três notas obtidas
3.1.5 Domínio
Professor e aluno frente a frente distante 5 metros aproximadamente. O
professor jogará a bola para o aluno, que deverá fazer o domínio com a coxa da
perna dominante.
3.1.6 Condução
Distribuir dois cones (cone A e cone B) distantes 10 metros
aproximadamente um do outro. O aluno deverá conduzir à bola do cone A para o
cone B, retornar ao cone A e finalizar no cone B.
3.1.7 Cabeceio
Professor e aluno frente a frente distante 5 metros, aproximadamente. O
professor jogará a bola para o aluno, (a altura da cabeça) este deverá devolver a
bola através do cabeceio para o professor.
3.1.8 Drible
Distribuir cinco cones a uma distância de 2 metros um do outro. O aluno
deverá passar entre os mesmos.
CONTROLE DE BOLA
DOMÍNIO (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Musculatura relaxada (0,1)
Velocidade (0,1)
Precisão (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 11 – Critérios de análise - controle da bola em relação ao domínio Fonte: FIORESE, 2010
CONDUÇÃO (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Equilíbrio (Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Conduzir a bola sempre junto aos pés (0,1)
Adequar à velocidade da condução (0,1)
Proteger a bola do adversário (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 12 – Critérios de análise - controle da bola em relação à condução Fonte: FIORESE, 2010
CABECEIO (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de apoio) (0,1)
Equilíbrio (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Espaço/tempo (0,1)
Sincronização dos movimentos (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 13 – Critérios de análise - controle da bola em relação ao cabeceio Fonte: FIORESE, 2010
DRIBLE (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de Equilíbrio/Pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Conduzir a bola sempre junto aos pés (0,1)
Descontração nos movimentos (0,1)
Proteger a bola do adversário (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 14 – Critérios de análise - controle da bola em relação ao drible Fonte: FIORESE, 2010
FINTA (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição do corpo (Pé de equilíbrio – pé de apoio) (0,1)
Posição do corpo (Passe/cabeça) (0,1)
Mudanças de direção constante (0,1)
Sincronização nos movimentos (0,1)
Firmeza na direção dos pés que realiza a finta (0,1)
SUBTOTAL
TOTAL
Tabela 15 – Critérios de análise - controle da bola em relação à finta Fonte: FIORESE, 2010
3.1.9 Goleiros
Para Claiton Frazon Costa (2003) o goleiro é o jogador, especializado da
equipe e sua tarefa principal é a defesa da meta contra as investidas do adversário.
Para avaliar o goleiro propõe-se a seguinte atividade, sendo que será feita a
média das três notas obtidas e o aluno terá três tentativas para a execução de cada
fundamento citado abaixo:
Professor e aluno frente a frente distante 6 metros, aproximadamente. O
professor executará o chute para o aluno que deverá estar posicionado embaixo da
trave, este deverá fazer a defesa onde os juízes deverão observar as habilidades
citadas nos quadros abaixo:
3.1.10 Reposição de bola
O aluno embaixo da trave com a bola nas mãos deverá fazer a reposição de
bola para o professor que estará no meio da quadra. Observar para avaliar as
habilidades citadas no quadro abaixo.
3.1.11 Goleiro linha
Professor e aluno frente a frente distante 6 metros, aproximadamente. O
professor executará um chute rasteiro para o goleiro defender com as mãos, depois
solta a bola ao solo, executa um passe para outro professor que estará posicionado
na lateral direita da quadra, próximo ao círculo central, este devolve a bola para o
goleiro que deverá dominá-la e chutá-la em direção à trave oposta com segurança.
GOLEIRO (2,5)
PEGADA (0,5) 1 2 3 MÉDIA
Posição de expectativa (0,1)
Braços semiflexionados à frente do corpo (0,1)
Punho e dedos estendidos (0,1)
Os polegares unidos atrás da bola (0,1)
Pés naturalmente fixados no solo, distanciados adequadamente (0,1)
SUBTOTAL
Tabela 16 – Critérios de análise - goleiro em relação à pegada Fonte: FIORESE, 2010
REPOSIÇÃO (1,0) 1 2 3 MÉDIA
Condições absolutas de posicionamento e segurança para reiniciar a movimentação, visando uma nova situação de ataque. (1)
SUBTOTAL
Tabela 17 – Critérios de análise - goleiro em relação à reposição de bola Fonte: FIORESE, 2010
GOLEIRO LINHA (1,0) 1 2 3 MÉDIA
Recepção (0,2)
Domínio (0,2)
Passe (0,2)
Chute (0,2)
Segurança no controle da bola (0,2)
SUBTOTAL
TOTAL
Tabela 18 – Critérios de análise - goleiro linha Fonte: FIORESE, 2010
4 Discussão dos Resultados
O estudo realizado ocorreu de forma satisfatória, visto que, os alunos foram
receptivos e realizaram os testes propostos com auxílio do professor de Educação
Física da turma que, antes de cada atividade, explanava o procedimento para todos
fazendo algumas demonstrações.
Buscando identificar características do grupo, os alunos participantes
indicaram em um questionário o sexo, a idade, a prática esportiva e a modalidade
escolhida. Os resultados podem ser mais bem observados no quadro 01:
Característica dos alunos
Sexo Masculino
Participantes 18 alunos
Série 1º ano
Idade 14 anos – 32% 15 anos – 60% 16 anos – 8 %
Praticam esportes Sim – 89% Não – 11%
Esportes
Futsal – 56% Futebol Suíço – 11% Futebol de campo – 22% Nenhum – 2%
Quadro 1 – Características dos alunos Fonte: LIBARDI, 2011
Foi possível perceber que o grupo era composto por 18 pessoas em sua
totalidade por indivíduos do sexo masculino, a maioria com idade de 15 anos,
estudantes do 1º ano do ensino médio, praticantes de esportes, sendo a escolha da
maior parte deles o futsal.
Após a realização dos testes, foi aplicado um questionário aos alunos
buscando identificar a sua percepção na realização do mesmo, obtendo os
seguintes resultados:
Grau de dificuldade Atividades
Fácil Média Difícil
Atividade de chute 66% 22% 12%
Atividade de Passe 72% 28% 0%
Atividade de domínio e condução de bola 39% 39% 22%
Atividade de cabeceio, drible e finta 22% 61% 17%
Atividade do goleiro e suas funções 44% 34% 22% Quadro 2 - Opiniões dos alunos acerca do teste de futsal
Fonte: LIBARDI, 2011
Verificou-se que, na percepção dos alunos, os testes que envolviam
atividades de chute, passe, do goleiro e suas funções foram considerados entre os
graus de dificuldades como de fácil execução e compreensão. Já no que se refere
às atividades de cabeceio, drible e finta, as atividades foram consideradas de
dificuldade média.
No que se refere às atividades de domínio e condução de bola houve
equilíbrio entre os graus de fácil e média dificuldade de execução e compreensão na
percepção dos alunos.
De uma maneira geral, observou-se que no decorrer da realização deste
trabalho os alunos compreenderam a importância da atividade e se empenharam
para fazer o melhor de si.
Da mesma forma não foram identificados elementos de dificuldades que
impossibilitassem a utilização do protocolo desenvolvido para a modalidade de
futsal, pois se percebeu que a avaliação da aprendizagem pode ser feita com maior
clareza e objetividade, que aquela feita somente a partir da observação do professor
de critérios mais amplos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a conclusão desse projeto, pretende-se adotar este instrumento como
mais uma ferramenta no processo de avaliação do conteúdo estruturante esporte-
futsal.
Constatou-se o quanto é importante que os alunos, de posse de uma cópia
de uma ficha de avaliação, estejam cientes do que será analisado em relação ao seu
desenvolvimento e o peso de cada conteúdo trabalhado.
O professor deverá manter os alunos informados de que maneira serão
observados, auxiliando na compreensão de todo o processo avaliativo.
Contatou-se que, quando os alunos no decorrer das atividades
compreenderam todo o processo, aumentaram o interesse e empenho em fazer o
melhor de si.
Contudo, a utilização de um instrumento avaliativo tão detalhado exige do
professor organização, disposição de tempo e atenção na coleta de dados.
Uma dificuldade encontrada em alguns colégios é o número elevado de
alunos por turma, que pode dificultar o trabalho do professor não só na avaliação,
mas na própria aula como um todo.
Outra questão a ser considerada é a utilização dos mesmos critérios de
avaliação para o público feminino, já que em geral os meninos apresentam mais
vivência e facilidade na execução das atividades voltadas ao futsal e que fazem
parte das suas brincadeiras cotidianas. Sendo assim, é possível que o professor
utilize pontuações ou critérios diferentes para meninos e meninas, o que deve ser
analisado por cada um de acordo com suas realidades educacionais e humanas.
Ao concluir esse projeto, contatou-se que esse instrumento de avaliação na
modalidade de futsal, pode ser incorporado na Prática Pedagógica da Educação
Física, e poderá ser usado como mais uma ferramenta a disposição dos professores
de Educação Física, podendo ser adequado a cada realidade escolar, tornando
assim o processo de avaliação cada vez mais claro e objetivo, para todos os
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
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