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AVALIAÇÃO ZOOTÉCNICA DA TILÁPIA Oreochromis niloticus CULTIVADA EM DIFERENTES SALINIDADES, NO RIO GRANDE DO NORTE (7). Lima, W.R¹; Araújo, S²; Brito, E.A³; Santos, M.L 4 ; Mendes, P.P 5 e Almeida, M.P 6 1-Aquicultora, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental, Av. dos Pinheirais, nº 684, 59080-250-Natal/RN <[email protected] > 2-Bióloga, Lab. de Carcinicultura do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE; 3-Engº Pesca, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental; 4-Biólogo, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental; 5-Engº Pesca, Lab. de Carcinicultura do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE; 6-Zootecnista, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental; e 7- Projeto POLICAM, patrocínio FINEP/SEBRAE (convênio nº 1.0.05.0048.00); execução ABDA INTRODUÇÃO No Rio Grande do Norte, o policultivo de peixes e moluscos com o camarão marinho L.vannamei já era discutido em 2003 pelo Cluster do Camarão do RN como uma alternativa para potencializar a monocultura da carcinicultura. Em 2007, o Cluster, através da ABDA, submeteu ao edital FINEP/SEBRAE/04/2007, o projeto POLICAM, aprovado e iniciado em 2009, para avaliação do desempenho zootécnico de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) , cultivadas em diferentes salinidades em fazendas de camarão do litoral potiguar. Para avaliar esse desempenho, o Projeto realizou experimentos em ambiente natural aberto (fazendas) e também controlado (laboratório), neste último, objeto deste painel, cultivou-se a Oreochromis niloticus em salinidades de , para avaliar a performance zootécnica do peixe Fig. 8 – A: Peso em função do tempo de cultivo; B: Peso x tempo: aclimatação. O experimento foi realizado no período de 23 de novembro de 2010 a 15 de abril de 2011, numa estrutura montada no Laboratório de Reprodução e Cultivo de Organismos Aquáticos (LACoA), do Centro Tecnológico de Aqüicultura do Rio Grande do Norte (CTA/RN), no Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do RN (DOL – UFRN) parceria com o LaCar/DEPAq/UFRPE. Os resultados obtidos foram analisados pela ANOVA, Análise de Regressão, Teste de Tukey, “F” de Student e Estaística “W”. Ao se testar diferentes salinidades em cultivos de tilápia Oreochromis niloticus, concluiu-se que a salinidade de 20 0 / 00 propicia a melhor performance no crescimento em peso da referida espécie. Faixa de salinidade Nomeação Unidades experimentai s Total 0 ‰ C0T* 03 24 UNIDADES 5 ‰ T05 03 10 ‰ T10 03 15 ‰ T15 03 20 ‰ T20 03 25 ‰ T25 03 30 ‰ T30 03 35 ‰ T35 03 Ao final do experimento, a maior média de crescimento em peso foi o submetido ao tratamento T20 (20 0 / 00 ) e o menor crescimento ao COT (0 0 / 00 ). Enquanto que, na fase de aclimatação, observou-se que a média de peso máximo foi de 4,29g obtidos nos animais submetidos ao T35 (35 0 / 00 ) e a menor média de 2,76g em 0 0 / 00 (Fig.8). Não corroborando com SOUSA et al (2010), que obteve o melhor peso no tratamento com 0 0 / 00 . De acordo com Kubitza (2000), tilápia Oreochromis niloticus em água de salinidades de 16 ‰ -18‰ apresenta crescimento compatível com o observado em água doce. Fig.1: Bateria com 24 aquários. Fig.2: Alevinos fornecidos para o Projeto através da Piscicultura Lawrence, parceira do POLICAM. Salinidade desejada = 1 [(P nova P final )/(P nova – P inicial )] Em que: P nova = salinidade (ppt) da água adicionada; P inicial = salinidade (ppt) do tanque de aclimatação; P final = salinidade (ppt) final desejada. Na primeira fase do experimento e a mais longa, os animais atingiram peso médio de 65,55g no T25 (25 0 / 00 ) e o menor crescimento obtido com 0 0 / 00 (44,92g). Embora a tendência das retas no gráfico do peso médio na segunda fase de cultivo seja muito parecida, o tratamento de 20 0 / 00 apresentou a maior média de crescimento (110,88g). Porém, ao se observar o gráfico da terceira fase do experimento (Fig. 9), verifica-se que a 15 0 / 00 e 10 0 / 00 , os peixes tiveram o maior e menor desempenho em peso (152,18g e 124,16g, respectivamente). Jundiaí: F. Kubitza, 285p. 2000. Kubitza, F. Tilápia em água salobra e salgada: uma boa alternativa de cultivo para estuários e viveiros litorâneos. Revista Panorama da Aqüicultura. v.15, nº 88, mar- abr., 14-18p. 2005. SOUZA, T. R. P. ; SANTOS, C. J. A. ; SANTOS, D. L. ; QUEIROZ, A. C. S. ; MENDES, P. P. Desempenho zootécnico da tilápia nilótica linhagem chitralada sob influência da salinidade. Revista Brasileira Engenharia Pesca, v.5, nº1, 10-18p. 2010. O Fator de Conversão Alimentar (FCA) variou de 0,80:1 (25 0 / 00 ) a 0,91:1 (0 0 / 00 ) no experimento completo (Fig.10) e a maior e menor sobrevivência no cultivo foi de 95,00% e 53,33%, nos tratamentos de 0 0 / 00 e 30 0 / 00 , respectivamente (Fig. 11). Segundo Kubitza (2005), diversos estudos já foram realizados para avaliar a capacidade de adaptação desta espécie em cultivos em água salobra e salgada e muitas vezes são visualizados grandes contrastes nos resultados, que podem ser atribuídos à pureza genética dos estoques avaliados e a outras condições inerentes a cada estudo. Fig. 10 – FCA em função da salinidade. Fig. 11 – Sobrevivência em função da salinidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO MATERIAL E MÉTODOS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS Fig.4: Equação para obtenção da salinidade. Tabela.2: Oitos tratamentos com três repetições. Fig.3: Estrutura construída para o armazenamento da água doce e salgada. ELEVAÇÃO DA SALINIDADE ACLIMATAÇÃO 0 - 15‰ 2‰ / dia 15 - 35‰ 1‰ / dia Total de dias p/ finalização da aclimatação do experimento. *28 dias Tabela. 1: Valores para elevação da salinidade. A B C B A Fig.5: Medições dos parâmetros hidrológicos. Fig.6: Captura e pesagem dos alevinos na biometria. Fig.7: Pesagem e oferta da alimentação. Fig. 9 – A: Peso na 1 a fase; B: Peso na 2 a ; C: Peso na 3 a fase, todos em função do tempo de cultivo. Apoio: Patrocínio :

AVALIAÇÃO ZOOTÉCNICA DA TILÁPIA Oreochromis niloticus CULTIVADA EM DIFERENTES SALINIDADES, NO RIO GRANDE DO NORTE (7). Lima, W.R¹; Araújo, S²; Brito, E.A³;

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AVALIAÇÃO ZOOTÉCNICA DA TILÁPIA Oreochromis niloticus CULTIVADA EM DIFERENTES SALINIDADES, NO RIO GRANDE DO NORTE(7).

Lima, W.R¹; Araújo, S²; Brito, E.A³; Santos, M.L4; Mendes, P.P5 e Almeida, M.P6

1-Aquicultora, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental, Av. dos Pinheirais, nº 684, 59080-250-Natal/RN <[email protected] >2-Bióloga, Lab. de Carcinicultura do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE;3-Engº Pesca, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental; 4-Biólogo, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental;5-Engº Pesca, Lab. de Carcinicultura do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE;6-Zootecnista, ABDA - Agência Brasileira de Desenvolvimento Socio-Ambiental; e 7- Projeto POLICAM, patrocínio FINEP/SEBRAE (convênio nº 1.0.05.0048.00); execução ABDA

INTRODUÇÃO

No Rio Grande do Norte, o policultivo de peixes e moluscos com o camarão marinho L.vannamei já era discutido em 2003 pelo Cluster do Camarão do RN como uma alternativa para potencializar a monocultura da carcinicultura. Em 2007, o Cluster, através da ABDA, submeteu ao edital FINEP/SEBRAE/04/2007, o projeto POLICAM, aprovado e iniciado em 2009, para avaliação do desempenho zootécnico de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), cultivadas em diferentes salinidades em fazendas de camarão do litoral potiguar. Para avaliar esse desempenho, o Projeto realizou experimentos em ambiente natural aberto (fazendas) e também controlado (laboratório), neste último, objeto deste painel, cultivou-se a Oreochromis niloticus em salinidades de 00/00 a 350/00, para avaliar a performance zootécnica do peixe em águas doces a salgadas.

Fig. 8 – A: Peso em função do tempo de cultivo; B: Peso x tempo: aclimatação.O experimento foi realizado no período de 23 de novembro de 2010 a 15 de abril de 2011, numa estrutura montada no Laboratório de Reprodução e Cultivo de Organismos Aquáticos (LACoA), do Centro Tecnológico de Aqüicultura do Rio Grande do Norte (CTA/RN), no Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do RN (DOL – UFRN) parceria com o LaCar/DEPAq/UFRPE. Os resultados obtidos foram analisados pela ANOVA, Análise de Regressão, Teste de Tukey, “F” de Student e Estaística “W”.

Ao se testar diferentes salinidades em cultivos de tilápia Oreochromis niloticus, concluiu-se que a salinidade de 200/00 propicia a melhor performance no crescimento em peso da referida espécie.

Faixa de

salinidadeNomeação

Unidades

experimentaisTotal

0 ‰ C0T* 03

24 UNIDADES

5 ‰ T05 0310 ‰ T10 0315 ‰ T15 0320 ‰ T20 0325 ‰ T25 0330 ‰ T30 0335 ‰ T35 03

Ao final do experimento, a maior média de crescimento em peso foi o submetido ao tratamento T20 (200/00 ) e o menor crescimento ao COT (00/00). Enquanto que, na fase de aclimatação, observou-se que a média de peso máximo foi de 4,29g obtidos nos animais submetidos ao T35 (350/00) e a menor média de 2,76g em 00/00 (Fig.8). Não corroborando com SOUSA et al (2010), que obteve o melhor peso no tratamento com 00/00. De acordo com Kubitza (2000), tilápia Oreochromis niloticus em água de salinidades de 16 ‰ -18‰ apresenta crescimento compatível com o observado em água doce.

Fig.1: Bateria com 24 aquários.

Fig.2: Alevinos fornecidos para o Projeto através da Piscicultura Lawrence, parceira do POLICAM.

Salinidade desejada = 1 – [(Pnova – Pfinal)/(Pnova – Pinicial)] Em que: Pnova = salinidade (ppt) da água adicionada; Pinicial = salinidade (ppt) do tanque de aclimatação; Pfinal = salinidade (ppt) final desejada.

Na primeira fase do experimento e a mais longa, os animais atingiram peso médio de 65,55g no T25 (250/00) e o menor crescimento obtido com 00/00

(44,92g). Embora a tendência das retas no gráfico do peso médio na segunda fase de cultivo seja muito parecida, o tratamento de 200/00 apresentou a maior média de crescimento (110,88g). Porém, ao se observar o gráfico da terceira fase do experimento (Fig. 9), verifica-se que a 150/00 e 100/00, os peixes tiveram o maior e menor desempenho em peso (152,18g e 124,16g, respectivamente).

KUBITZA, F. Tilápia: tecnologia e planejamento na produção comercial. Jundiaí: F. Kubitza, 285p. 2000. Kubitza, F. Tilápia em água salobra e salgada: uma boa alternativa de cultivo para estuários e viveiros litorâneos. Revista Panorama da Aqüicultura. v.15, nº 88, mar- abr., 14-18p. 2005.SOUZA, T. R. P. ; SANTOS, C. J. A. ; SANTOS, D. L. ; QUEIROZ, A. C. S. ; MENDES, P. P. Desempenho zootécnico da tilápia nilótica linhagem chitralada sob influência da salinidade. Revista Brasileira Engenharia Pesca, v.5, nº1, 10-18p. 2010.

O Fator de Conversão Alimentar (FCA) variou de 0,80:1 (250/00) a 0,91:1 (00/00) no experimento completo (Fig.10) e a maior e menor sobrevivência no cultivo foi de 95,00% e 53,33%, nos tratamentos de 00/00 e 300/00, respectivamente (Fig. 11). Segundo Kubitza (2005), diversos estudos já foram realizados para avaliar a capacidade de adaptação desta espécie em cultivos em água salobra e salgada e muitas vezes são visualizados grandes contrastes nos resultados, que podem ser atribuídos à pureza genética dos estoques avaliados e a outras condições inerentes a cada estudo.

Fig. 10 – FCA em função da salinidade.

Fig. 11 – Sobrevivência em função da salinidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

MATERIAL E MÉTODOS

CONCLUSÃO

REFERÊNCIASFig.4: Equação para obtenção da salinidade.

Tabela.2: Oitos tratamentos com três repetições.

Fig.3: Estrutura construída para o armazenamento da água doce e salgada.

ELEVAÇÃO DA SALINIDADEACLIMATAÇÃ

O

0 - 15‰ 2‰ / dia

15 - 35‰ 1‰ / dia

Total de dias p/ finalização da aclimatação do experimento.

*28 dias

Tabela. 1: Valores para elevação da salinidade.

A B C

BA

Fig.5: Medições dos parâmetros hidrológicos.

Fig.6: Captura e pesagem dos alevinos na biometria.

Fig.7: Pesagem e oferta da alimentação.

Fig. 9 – A: Peso na 1a fase; B: Peso na 2a ; C: Peso na 3a fase, todos em função do tempo de cultivo.

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