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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
EMESCAM – Biblioteca Central
Congresso de Cirurgia Geral (28. : 2019 : Vitória, ES) .
C749a [Anais do] XXVIII Congresso de Cirurgia Geral : Minas. Espírito Santo. Brasil / realização Santa Casa de Vitória e Emescam]. – Vitória: EMESCAM, 2019. 162 p. Congresso realizado de 12 a 14 de setembro de 2019.
ISBN 978-85-99564-54-7 1. Cirurgia - Congressos. 2. Cirurgia – estudo e ensino. 3. Educação - eventos. I. Santa Casa de Vitória. II. Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCAM. III. Título.
CDD 617.0063
SUMÁRIO
AVALIAÇÃO DA ESTRATIFICAÇÃO INVASIVA PARA ISQUEMIA EM
PACIENTE COM BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL COM INDICAÇÃO
DE IMPLANTE DE MARCAPASSO DEFINITIVO. ........................................... 11
PRESSÕES MÁXIMAS INSPIRATÓRIAS E EXPIRATÓRIAS NO PRÉ E PÓS-
OPERATÓRIO DE PACIENTES COM HÉRNIA INCISIONAIS ABDOMINAIS. 12
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 18
RELAÇÃO DO TRAUMA ABDOMINAL COM ESPLENECTOMIA E SUAS
TÉCNICAS OPERATÓRIAS ............................................................................ 19
URETEROHIDRONEFROSE EM PACIENTE COM URETEROCELE GIGANTE
......................................................................................................................... 20
A IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA DE HABILIDADES MÉDICAS:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ..................................................................... 22
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA E ANEMIA HEMOLÍTICA
MICROANGIOPÁTICA EM PACIENTE MASCULINO ..................................... 23
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL POR ADENOCARCINOMA: RELATO DE
CASO ............................................................................................................... 24
ASPECTOS TÉCNICOS DAS ANASTOMOSES DO APARELHO DIGESTIVO –
CONTRIBUIÇÃO .............................................................................................. 25
COMPLICAÇÕES DAS ANASTOMOSES INTESTINAIS ................................ 26
PSEUDOCISTO ABDOMINAL GIGANTE COMO COMPLICAÇÃO DE
DERIVAÇÃO VENTRICULOPERITONEAL: RELATO DE CASO .................... 27
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DO PACIENTE VÍTIMA DE QUEIMADURA
GRAVE: UMA REVISÃO DE LITERATURA ..................................................... 28
HAMARTOMA GIGANTE ................................................................................. 29
AMILOIDOSE NODULAR PULMONAR: UM RELATO DE CASO ................... 30
RISCOS E BENEFÍCIOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA PARA A GESTAÇÃO 31
ANÁLISE DA QUALIDADE DE SERVIÇO PRESTADO À POPULAÇÃO
QUANTO AO ÍNDICE DE MORTALIDADE EM CIRURGIAS DE
APENDICECTOMIA EM 2017 NO ESPÍRITO SANTO .................................... 32
RESPOSTA SISTÊMICA DE ÁCIDOS BILIARES À DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM
Y-DE-ROUX E SUA RELAÇÃO COM REMISSÃO PÓS-OPERATÓRIA DE
DIABETES TIPO-2. .......................................................................................... 33
IMPACTO DA COLECISTECTOMIA NO PERFIL DE ÁCIDOS BILIARES (ABS)
FECAIS ANTES E APÓS DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM Y DE ROUX (DGYR) 34
PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO DENTRO DO CAPÍTULO XI DO CID-
10 – DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO NO BRASIL E ESPIRÍTO SANTO
......................................................................................................................... 35
IMPORTÂNCIA DE CONHECER A ANATOMIA HUMANA DURANTE A
GRADUAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE FUTUROS CIRURGIÕES .................. 36
A ABORDAGEM DA CIRURGIA RECONSTRUTIVA NO TRATAMENTO DE
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS E PACIENTES VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
NO ESPÍRITO SANTO. .................................................................................... 37
SÍNDROME DE BURNOUT E SEUS IMPACTOS NA VIDA DOS
PROFISSIONAIS DA SAÚDE .......................................................................... 38
DISCUTIR A RELAÇÃO DO ESÔFAGO DE BARRET COM A
ESOFAGECTOMIA .......................................................................................... 39
COMPARAÇÃO QUANTO AS FORMAS DE INCISÕES USADAS NA
ABORDAGEM CIRÚRGICA DA SÍNDROME COMPARTIMENTAL NA PERNA.
......................................................................................................................... 40
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NA DOENÇA DE MOYAMOYA? ............................. 41
SÍNDROME DE FOURNIER: UM RELATO DE CASO .................................... 42
CIRURGIAS MÚLTIPLAS EM PACIENTE COM MEGAESÔFAGO IDIOPÁTICO,
HÉRNIA INCISIONAL VOLUMOSA E CISTO OVARIANO .............................. 43
LOBECTOMIA TERAPÊUTICA EM PACIENTE COM
PARACOCCIDIOIDOMICOSE BOLHOSA GIGANTE QUE EVOLUIU COM
PNEUMOTÓRAX E SEPSE: RELATO DE CASO ............................................ 44
COLECISTITE AGUDA: UM RELATO DE CASO ............................................ 45
ESOFAGECTOMIA SUBTOTAL COMO PROPOSTA DE TRATAMENTO À
CARDIOMIOTOMIA DE HELLER REFRATÁRIA NO MEGAESÔFAGO
CHAGÁSICO .................................................................................................... 46
FISTULOTOMIA COMO TRATAMENTO DE CRIPTA INFECTADA EM
PACIENTE COM ABSCESSO ANORRETAL ................................................... 47
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO SECUNDÁRIO A VOLVO DE SIGMÓIDE: UM
RELATO DE CASO .......................................................................................... 48
O IMPACTO PSICOSSOCIAL EM INDIVÍDUOS OSTOMIZADOS - REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 49
O USO ROTINEIRO DO DRENO EM TIREOIDECTOMIAS: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE ............................................................. 50
A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DO CURRÍCULO LATTES ENTRE
ESTUDANTES DE MEDICINA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA
ACADÊMICA .................................................................................................... 51
AVALIAÇÃO DO TIPO DE PELE DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM
PROGRAMA DE RASTREAMENTO DE CÂNCER DE PELE NA REGIÃO
METROPOLITANA DE VITÓRIA, ES. .............................................................. 52
PERFIL DAS INFECÇÕES EM SÍTIO CIRÚRGICO CAUSADOS POR GRAM-
NEGATIVOS PRODUTORAS DE Β-LACTAMASES DE ESPECTRO
ESTENDIDO (ESBL) ........................................................................................ 53
ABSCESSO HEPÁTICO COM DRENAGEM ESPONTÂNEA PELA PAREDE
ABDOMINAL .................................................................................................... 54
METASTASECTOMIA PULMONAR E CÂNCER DE MAMA: RELATO DE CASO
......................................................................................................................... 55
REMOÇÃO DE FECALOMA EM PACIENTE PÓS COLOSTOMIA .................. 56
DIAGNÓSTICO TARDIO DE CÂNCER COLORRETAL A DESPEITO DE
HISTÓRICO FAMILIAR IMPORTANTE: ERRO MÉDICO? .............................. 57
RELATO DE CASO: ÚLCERA DE MARJOLIN. ............................................... 58
RELATO DE CASO: SÍNDROME DE MIRIZZI ................................................. 59
RELATO DE CASO: HÉRNIA DE AMYAND .................................................... 60
INTRODUÇÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA PRECOCE COMO FORMA DE SE
EVITAR A EVOLUÇÃO DE ABSCESSOS PERIANAIS PARA SÍNDROME DE
FOURNIER ....................................................................................................... 61
PROFILAXIA COM ANTIBIOTICOTERAPIA EM CIRURGIA DE
COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA ....................................................... 62
DERMATOFRIBOSARCOMA PROTUBERANS EM PAREDE ABDOMINAL .. 63
COLECTOMIA SEGMENTAR COM COLOSTOMIA À HARTMANN EM
PACIENTE COM DOENÇA DIVERTICULAR AGUDA ..................................... 64
PANCREATECTOMIA DISTAL PARA TUMOR DE PÂNCREAS ..................... 65
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO PÂNCREAS ANULAR ................................. 66
GASTRECTOMIA SUBTOTAL EM PACIENTE COM ADENOCARCINOMA
GÁSTRICO ....................................................................................................... 67
TRAUMA ABDOMINAL FECHADO COM LESÃO DE CECO: RELATO DE CASO
......................................................................................................................... 68
CISTO PERICÁRDICO: TRATAMENTO POR VIDEOTORACOSCOPIA ........ 69
COMO AS VARIAÇÕES ANATÔMICAS DA ÁRVORE BILIAR INTERFEREM NA
ABORDAGEM CIRÚRGICA DA COLECISTECTOMIA .................................... 70
PERITONEOSTOMIA EM PACIENTE COM SEPSE ABDOMINAL GRAVE PÓS
ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO ..................................................................... 71
SIRINGOMIELIA SECUNDÁRIA A EPENDIMOMA INTRAMEDULAR
CERVICAL: RELATO DE CASO ...................................................................... 72
TRATAMENTO CONSERVADOR DO BAÇO EM PACIENTE VÍTIMA DE
TRAUMA: RELATO DE CASO ......................................................................... 74
RELATO DE CASO: APÊNDICE EM HÉRNIA INGUINAL ESQUERDA (HÉRNIA
DE AMYAND?) ................................................................................................. 75
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 76
PERICARDITE PURULENTA VOLUMOSA DE CAUSA DESCONHECIDA .... 78
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO 79
TENOSSINOVITE ESTENOSANTE BILATERAL EM DEDO ANELAR: RELATO
DE CASO ......................................................................................................... 80
ABORDAGEM TERAPÊUTICA NA SÍNDROME DE GARDNER ..................... 81
OS BENEFÍCIOS DO SHUNT PORTOSSISTÊMICO INTRA-HEPÁTICO
TRANSJUGULAR (TIPS) PARA PACIENTES CIRRÓTICOS: UMA REVISÃO DE
LITERATURA ................................................................................................... 82
BY-PASS GÁSTRICO EM Y-DE-ROUX E O REFLUXO GASTROESOFÁGICO:
UMA RELAÇÃO BENÉFICA ............................................................................ 83
INFLUÊNCIA DO BYPASS GÁSTRICO E DA GASTRECTOMIA VERTICAL NA
SINTOMATOLOGIA DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO ..... 84
ALTERNATIVAS EM SUBSTITUIÇÃO AOS ANIMAIS EM AULAS PRÁTICAS
DE TÉCNICA OPERATÓRIA ........................................................................... 85
CONDIÇÕES CLÍNICAS QUE CURSAM COM POLIPOSE E COLECTOMIA
PROFILÁTICA .................................................................................................. 86
OPÇÕES AO MANEJO DE VARIZES .............................................................. 87
HETEROGENEIDADE EPIGENÉTICA DO CÂNCER COLORRETAL E SUA
INFLUÊNCIA PARA O CIRURGIÃO ................................................................ 88
ANÁLISE DE PACIENTES SUBMETIDOS À GASTRECTOMIA COM
LINFADENECTOMIA D2 VIDEOLAPAROSCÓPICA. ...................................... 89
RELATO DE CASO: PACIENTE SUBMETIDO A
COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA (CPRE)
COM EVOLUÇÃO PARA ABDOME AGUDO PERFURATIVO ........................ 90
CARREIRA CIRÚRGICA E BURNOUT ENTRE RESIDENTES: UMA REVISÃO
DA LITERATURA ............................................................................................. 91
REVERSÃO DE COLOSTOMIA À HARTMANN: RELATO DE CASO ............. 92
A INSERÇÃO PRECOCE DE ACADÊMICOS DE MEDICINA EM PROJETOS DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA .................................................................................. 93
HERNIOPLASTIA INCISIONAL: RELATO DE CASO ...................................... 94
CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E PSICOSSOCIAIS DA NEOVAGINOPLASTIA
EM MULHERES TRANSSEXUAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........... 95
A IMPORTÂNCIA DA GASTRECTOMIA PROFILÁTICA NO CÂNCER
GÁSTRICO DIFUSO HEREDITÁRIO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ........... 96
UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS 3D PARA O ESTUDO DA ANATOMIA ........ 97
DA MÁGICA DO CARDISTRY E DA MANIPULAÇÃO DE OBJETOS À
HABILIDADES CIRÚRGICAS .......................................................................... 98
ABDOME AGUDO PERFURATIVO POR INGESTÃO DE PALITO DE DENTE:
RELATO DE CASO. HUCAM ........................................................................... 99
IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO VEGETAL PARA A PROMOÇÃO DA
SAÚDE EM UM BAIRRO DE VITÓRIA/ES .................................................... 100
UM COMPILADO BIBLIOGRÁFICO DAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
OPERATÓRIAS E PÓS-OPERATÓRIAS NO TRATAMENTO DO TUMOR DE
WILMS ........................................................................................................... 101
RELATO DE CASO: SARCOMA SINOVIAL MONOFÁSICO PRIMÁRIO DE
MEDIASTINO ................................................................................................. 102
REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 103
SÍNDROME DE GARDNER: RELATO DE CASO DE APRESENTAÇÃO
CLÁSSICA...................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 104
RELATO DE CASO: HEMATOMA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HÉRNIA
INCISIONAL ................................................................................................... 105
RELATO DE CASO: IMPORTÂNCIA DO EXAME ANATOMOPATOLÓGICO
APÓS COLECISTECTOMIA .......................................................................... 106
LEIOMIOSSARCOMA PRIMÁRIO DE PULMÃO: RELATO DE CASO .......... 107
REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 108
RELATO DE CASO: FÍSTULA PANCREATICOPLEURAL PÓS
ESPLENECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA .............................................. 108
RELATO DE CASO: DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE NO PÓS-OPERATÓRIO
DE CIRURGIA COLORRETAL ....................................................................... 109
DISTROFIA TORÁCICA ASFIXIANTE DE JEUNE – RELATO DE CASO DE UM
RECÉM-NASCIDO ......................................................................................... 110
DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG ASSOCIADO A AGANGLIONOSE COLÔNICA
TOTAL – UM RELATO DE CASO .................................................................. 111
CARACTERIZAÇÃO DAS CIRURGIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS
DE UM HOSPITAL E MATERNIDADE DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO,
BRASIL. ......................................................................................................... 112
INQUÉRITO CIRÚRGICO: PERFIL DE PROCEDIMENTOS DE UM HOSPITAL
E MATERNIDADE DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL. ................. 113
IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO DE LIGAS ACADÊMICAS COM A
COMUNIDADE POR MEIO DE AÇÕES SOCIAIS ......................................... 114
WORKSHOP COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA NO ENTENDIMENTO
DO FUNCIONAMENTO DO CENTRO CIRÚRGICO ..................................... 115
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE
ANESTESIOLOGIA SOBRE O PROJETO SALVE UMA VIDA ...................... 116
IMPORTÂNCIA DO ENSINO DOS AVANÇOS DA MEDICINA PARA
ACADÊMICOS POR MEIO DE LIGAS ACADÊMICAS .................................. 117
ESTÁGIO PRÁTICO EM LIGA ACADÊMICA: UM INSTRUMENTO PARA A
FORMAÇÃO DO MÉDICO ............................................................................. 118
ACOMPANHAMENTO DE UM PACIENTE QUE AGUARDA NA FILA ESPERA
PARA TRANSPLANTE HEPÁTICO ............................................................... 119
O CONHECIMENTO DO ESTUDANTE DE MEDICINA SOBRE O PACIENTE
TRANSPLANTADO ........................................................................................ 120
SAÚDE BRASILEIRA DIANTE DA IMIGRAÇÃO: DIREITO INTERNACIONAL,
MULTIDISCIPLINARIDADE E DIREITOS HUMANOS ................................... 121
RODA DE CONVERSA SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES:
INTEGRAÇÃO DE SABERES DE ACADÊMICOS DE MEDICINA E DE
PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE........................................................ 122
A FORMAÇÃO MÉDICA E O CONHECIMENTO SOBRE O CUIDADO
INTEGRADO .................................................................................................. 123
PROJETO “SALA DE ESPERA”: UMA VIVÊNCIA NA EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA DA EMESCAM ................................................................... 124
RARO CASO DA ARTÉRIA SUPRAESCAPULAR EMERGINDO DA ARTÉRIA
SUBESCAPULAR: DESCRIÇÃO E RELEVÂNCIA CIRÚRGICA ................... 125
DIFERENTES MODALIDADES DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA DOS
PSEUDOTUMORES HEMOFÍLICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA ......... 126
ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO PSEUDOTUMOR HEMOFÍLICO: RELATO
DE CASO ....................................................................................................... 127
SÍNDROME DE OGILVIE ASSOCIADA À PERFURAÇÃO COLÔNICA NÃO
HABITUAL: RELATO DE CASO .................................................................... 128
PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS: CARACTERÍSTICAS E
TERAPÊUTICAS ATUAIS .............................................................................. 129
COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM PACIENTE COM SITUS
INVERSUS TOTALIS: RELATO DE CASO .................................................... 130
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE
NEOPLASIA PANCREÁTICA......................................................................... 131
ABSCESSO ESPLÊNICO APRESENTAÇÃO ATÍPICA COM RESSECÇÃO DE
MÚLTIPLOS ÓRGÃOS .................................................................................. 132
FÍSTULA TARDIA DA ANASTOMOSE ESÔFAGO-JEJUNAL APÓS
ESOFAGOGASTRECTOMIA POR TUMOR DA TRANSIÇÃO
ESOFAGOGÁSTRICA ................................................................................... 133
ASPECTO MACROSCÓPICO DOS POLOS SUPERIOR E INFERIOR DO BAÇO
EM RATOS APÓS CIRURGIA CONSERVADORA ........................................ 134
PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO ..................................... 135
EFICÁCIA DA REPOSIÇÃO DE VITAMINA B12 VIA ORAL APÓS BYPASS
GÁSTRICO EM Y-DE-ROUX ......................................................................... 136
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 142
VIABILIDADE DO POLO SUPERIOR DO BAÇO EM RATOS ....................... 145
PIELOPLASTIA VIDEOLAPAROSCÓPICA EM PACIENTE COM ESTENOSE
DE JUP: UM RELATO DE CASO ................................................................... 146
QUANTIFICAÇÃO DOS ESTOMAS CONFORME O TIPO E O TEMPO DE
PERMANÊNCIA EM PACIENTES CADASTRADOS NO NRE-
METROPOLITANO ........................................................................................ 147
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ESTOMIZADOS CADASTRADOS
NO NRE-METROPOLITANO ......................................................................... 148
INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE ATENDIMENTO À SAÚDE PRIVADOS E
PÚBLICO NA PREVISÃO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS ........................ 149
O GÊNERO FAZ DIFERENÇA NAS CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO
SISTÊMICA EM PACIENTES COM APENDICITE AGUDA ........................... 150
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA E EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA NA
APENDICITE AGUDA: O GÊNERO FAZ DIFERENÇA?................................ 151
LINFOHEMANGIOMA NASAL DE CRESCIMENTO RÁPIDO EM PACIENTE
JOVEM ........................................................................................................... 152
A TÉCNICA DE MILLIGAN-MORGAN PARA HEMORROIDECTOMIA E SUA
CONTRIBUIÇÃO PARA A COLOPROCTOLOGIA: UMA REVISÃO DA
LITERATURA ................................................................................................. 153
RETOSIGMOIDECTOMIA ABDOMINAL, INDICAÇÕES PRINCIPAIS E
QUANDO REALIZAR VIA CONVENCIONAL OU LAPAROSCOPIA: UMA
REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 154
A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO TEÓRICO: PRÁTICA EM NÓS E
SUTURA PARA O ACADÊMICO DE MEDICINA ........................................... 155
A SATISFAÇÃO DE UM ACADÊMICO DE MEDICINA EM PARTICIPAR DE
UMA LIGA DE CIRURGIA .............................................................................. 156
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS À
REVERSÃO DE ESTOMA, COM E SEM PREPARO DE CÓLON, NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV-ES) .................... 157
TEMPO DE INTERNAÇÃO TOTAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À
REVERSÃO DE ESTOMA, COM E SEM PREPARO DE CÓLON, NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRIDA DE VITÓRIA (HSCMV-ES) .................... 158
PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PORTADORES DE
ESTOMA ABDOMINAL TEMPORÁRIA (EAT) CADASTRADOS NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV) – ES ................. 159
TEMPO DE ESPERA PARA REVERSÃO DE ESTOMAS ABDOMINAIS
TEMPORÁRIOS (EAT) EM PACIENTES CADASTRADOS NO AMBULATÓRIO
DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV-ES) .................................................. 160
PERFIL ETIOLÓGICO DOS ESTOMAS ABDOMINAIS TEMPORÁRIOS EM
PACIENTES CADASTRADOS NO AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS
ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
VITÓRIA (HSCMV-ES) ................................................................................... 161
TRANSPLANTE DE RIM: TEMPO DE ESPERA NA FILA, TIPOS DE DOADOR
E NECESSIDADE DE RETRANSPLANTE DOS PACIENTES A ESPERA PARA
TRANSPLANTE RENAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – ES ............ 162
11
AVALIAÇÃO DA ESTRATIFICAÇÃO INVASIVA PARA ISQUEMIA EM
PACIENTE COM BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL COM
INDICAÇÃO DE IMPLANTE DE MARCAPASSO DEFINITIVO.
Kênia Janaína Calil Jorge de Lima; Lara Rodrigues Ferreira Braga; Lucas
Piovezantardin Rodrigues; Luciana Caetano Nogueira Dias; Marcella Lima
Seibert; Solayne Silva Alves.
Objetivo: Averiguar a realização do CATE antes da implantação direta do MCPD
em pacientes com BAVT sem evidência clínica de DAC.
Metodologia: Estudo transversal retrospectivo com análise estatística de
prontuários eletrônicos a partir de dados clínicos e epidemiológicos de 191
pacientes admitidos entre janeiro de 2015 e dezembro de 2017 com BAVT em
um Hospital do Espírito Santo.
Resultados: Analisou-se 191 pacientes com BAVT. Destes, 77 foram
submetidos ao CATE devido à hipótese de cardiopatia isquêmica e 18
apresentaram lesão em ACD, percebendo-se maior frequência na faixa etária
entre 65 e 75 anos. Seguidamente, implantado MCPD em 57 pacientes. Dos 37
homens submetidos ao CATE, 15 (40,54%) apresentaram a lesão, enquanto das
40 mulheres, apenas 07 (17,5%). Dentre os fatores de risco destacam-se o
tabagismo e a DAC prévia. Dos 27 tabagistas, 44,4% apresentaram lesão em
ACD e entre os 50 não tabagistas, 20%. Já entre os 49 pacientes com a DAC
prévia 39% apresentaram a lesão e entre aqueles sem DAC, somente 11%.
Conclusão: Verificou-se maior prevalência de lesão em ACD nos homens e
idosos e que pacientes tabagistas e portadores de DAC prévia, respectivamente,
apresentam 5,093 e 3,06 vezes mais chances de o BAVT ser de etiologia
isquêmica. E, por fim, 23,38% apresentaram BAVT secundário a isquemia,
justificando o CATE perante 74,02% que implantaram MCPD. Constata-se a
necessidade de cautela para sua indicação como rotina em todos os pacientes
com BAVT que irão se submeter à MCPD, visto ser um exame invasivo e não
isento de riscos.
12
PRESSÕES MÁXIMAS INSPIRATÓRIAS E EXPIRATÓRIAS NO PRÉ E PÓS-
OPERATÓRIO DE PACIENTES COM HÉRNIA INCISIONAIS ABDOMINAIS.
Danilo Nagib Salomão Paulo; Alcino Lázaro da Silva; Matheus Nagib Lemos
Paulo; Lucas Nagib Lemos Paulo; Marcela Souza Lima Paulo.
Objetivo: Verificar o efeito da cirurgia de hérnia incisional abdominal longitudinal
na pressão dos músculos da respiração.
Método: A técnica de herniorrafia incisional utilizada foi a proposta por Lázaro
da Silva. Para aferir a pressão foi utilizado um manômetro de água em 20
pacientes com idade mediana de 48,5 anos (mínimo 24, máximo 70). Foram
analisadas a pressão máxima inspiratória no nível do volume residual (PIVR) e
da capacidade residual funcional (PICRF) e a pressão máxima expiratória no
nível da capacidade residual funcional (PECRF) e da capacidade pulmonar total
(PECPT), ambas no pré e pós-operatório tardio (além de 30 dias) em 13
pacientes com hérnias grandes e em 7 pacientes com hérnias médias.
Resultados: Houve aumento significante da PICRF (p=0.027), da PIVR
(p=0.011), da PECPT (p=0.003) nos pacientes com grandes hérnias. A PECRF
aumentou, porém, de forma não significante. Nos pacientes com hérnias médias
as alterações não foram significantes.
Conclusão: A cirurgia da grande hérnia incisional melhora a função dos
músculos da respiração, porém, a cirurgia de hérnia incisional média não altera
a referida função.
Abstract
Objective: To verify the effect of longitudinal abdominal incisional hernia surgery
on the pressure of the muscles of the breath. Method: The incisional
herniorrhaphy technique used was proposed by Lázaro da Silva. To measure the
pressure, a water pressure gauge was used in 20 patients, mean age 48.5 years
(minimum 24, maximum 70). The maximum inspiratory pressure in the residual
volume level (PIVR) and the functional residual capacity (PICRF) and the
maximum expiratory pressure at the level of functional residual capacity (PECRF)
and total lung capacity (PECPT) were analyzed in the pre- and post- (over 30
days), in 13 patients with large hernias and in 7 patients with medium hernias.
13
Results: There was a significant increase in PICRF (p = 0.027), PIVR (p = 0.011),
PECPT (p = 0.003) in patients with large hernias. PECRF increased, but not
significantly. In patients with medium hernias the changes were not significant.
Conclusion: The surgery of the large incisional hernia improves the function of
the muscles of the breath. However, the surgery of the medium incisional hernia
does not alter the mentioned function.
Dec,s: Incisional hernia, respiratory muscles, respiratory function test.
Introdução: A hérnia incisional abdominal é uma doença cirúrgica relativamente
frequente em nosso meio com incidência estimada em torno de 15% a 20% de
todas as laparotomias1. Sem tratamento adequado, tende a aumentar
progressivamente e complicar-se com encarceramento2,3, obstrução4,
estrangulamento5, desvio da coluna lombar com lombalgia, úlcera de pele,
infecção cutânea, ruptura herniária2, alterações musculares, perda de direito de
domicílio,5 alterações circulatórias6, insuficiência respiratória7, tendendo a piorar
a qualidade de vida dos pacientes8,9.
A disfunção respiratória tem sido atribuída à disfunção diafragmática e à falta de
ação normal dos músculos abdominais que estão anatomicamente mal
posicionados. Quando se cura a hérnia incisional com restabelecimento
anatômico dos músculos da parede abdominal e melhora-se o reposicionamento
do diafragma, é de se esperar que haja melhora da função dos músculos da
respiração. Diante dessa questão foi realizado o presente estudo.
O objetivo foi verificar a pressão máxima respiratória em pacientes com hérnias
incisionais abdominais longitudinais grandes e médias antes e após a cirurgia
em diferentes volumes pulmonares e o efeito da cirurgia sobre essas pressões.
Método: Após a aprovação do Comitê de Ética da Instituição, foi realizado um
estudo retrospectivo com dados obtidos em prontuário médico próprio. Foram
analisados 20 pacientes com hérnias incisionais abdominais longitudinais, idade
entre 24 e 70 anos (M.A 48,50± 14,13), sendo 9 do gênero masculino, 11
femininos, 13 com hérnias grandes (anel herniário > 10cm no sentido
transversal) e 7 com hérnias médias (anel herniário < 10cm no sentido
transversal), submetidos a herniorrafia incisional abdominal pela técnica de
Lázaro da Silva13,14.
14
Foram avaliadas a pressão inspiratória máxima na capacidade residual funcional
(PICRF) e no volume residual (PIVR) e a pressão expiratória na capacidade
residual funcional (PECRF) e na capacidade pulmonar total (PECPT) por meio
de um manômetro de água no pré-operatório da herniorrafia incisional e no pós-
operatório tardio (além de 30 dias). Os resultados foram tratados pelo teste não
paramétrico de Wilcoxon para amostras relacionadas. Todos os testes foram
bicaudais. Um valor p<0.05 foi considerado significante.
Resultados: Do pré-operatório para o pós-operatório tardio, nos pacientes com
grandes hérnias incisionais a variação da mediana da PICRF, da PIVR, da
PECRF, da PECPT podem ser observadas na tabela 1, figuras 1 e 2. Neste
período, nos pacientes com hérnias incisionais médias, a variação da mediana
da PICRF, da PECRF, da PIVR, da PECPT podem ser observadas na tabela 2
e figura 2. Observa-se que houve aumento significante da PIVR, da PICRF e da
PECPT do pré-operatório para o pós-operatório tardio em pacientes com hérnias
grandes. A PECRF, neste tipo de hérnia, não teve aumento significante. Nos
pacientes com hérnias médias não houve alterações significantes do pré-
operatório para o pós-operatório tardio (tabela 2, figuras 1 e 2).
Tabela 1 - Valores das pressões máximas respiratórias no pré-operatório e nos pós-operatório de pacientes com hérnias incisionais grandes.
Pré-operatório Pós-operatório tardio Valor mínimo valor máximo mediana Valor mínimo valor máximo mediana p
PIVR 65 116 65 90 125 90 0.011 PECRF 30 150 93 45 160 88 0.080 PICRF 33 116 60 21 115 95 0.027 PECPT 32 160 85 52 160 120 0.003
PIVR-Pressão inspiratória no nível do volume residual; PECRF-Pressão
expiratória no nível da capacidade residual funcional. PICR-Pressão inspiratória
no nível da capacidade residual funcional; PECPR-Pressão expiratória na
capacidade pulmonar total p≤0.05 –significante. Teste de Wilcoxon. p≤0.05-
significante.
15
Tabela 2 - Valores das pressões máximas respiratórias no pré-operatório e nos pós-operatório de pacientes com hérnias incisionais médias.
Pré-operatório Pós-operatório tardio valor mínimo valor máximo mediana Valor mínimo valor máximo mediana p
PIVR 68 120 100 65 125 97 0.83 PECRF 55 160 104 55 160 110 0.22 PICRF 55 102 79 45 125 100 0.09 PECPT 84 170 125 70 170 125 0.60
PIVR-Pressão inspiratória no nível do volume residual; PECRF-Pressão
expiratória no nível da capacidade residual funcional. PICR-Pressão inspiratória
no nível da capacidade residual funcional. PECPT-Pressão expiratória na
capacidade pulmonar total. p≤0.05–significante. Teste de Wilcoxon. p≤0.05-
significante.
Figura 1- Pressão inspiratória no volume residual (PIVR) na hérnia grande e na hérnia média. Observar que na hérnia grande (gráfico a esquerda) o aumento da PIVR foi significante, na hérnia média não houve alteração (gráfico à direita).
16
Figura 2- Pressão inspiratória na capacidade residual funcional (PICRF) no pré-operatório de hérnia grande (PICRFpreHG) e no pós-operatório (PICRF pós HG) e a PICRF na hérnia média no pré-operatório (PICRF pré HM) e PICRF no pós-operatório da hérnia média (gráfico à esquerda).
Discussão: Foram avaliadas as pressões respiratórias com um manômetro de
água que, embora pareça um aparelho rudimentar, é fiel em medidas, desde que
não haja entupimento ou vazamento da tubulação, inclusive sendo utilizado para
calibrar outros tipos de manômetros10. Observou-se que as pressões
respiratórias avaliadas em diferentes volumes pulmonares em pacientes com
hérnias incisionais grandes apresentaram aumento significante do pré-operatório
para o pós-operatório tardio. Conforme demonstrado, houve melhora significante
da PICRF, da PIVR e da PECPT do pré-operatório para o pós-operatório tardio.
Isto poderia ser explicado pelo fato de que, nas hérnias incisionais grandes, há
um afastamento maior dos músculos abdominais da linha média, músculos estes
que podem, inclusive, estar alterados pela cirurgia prévia, o que dificulta a ação
desses músculos que passam a gerar menor pressão. Com a cirurgia, o
reposicionamento normal desses músculos passa a gerar maior pressão
conforme demonstrado pelo aumento da PECRF (p=0.08) e da PECPT
(p=0.003) no pós-operatório tardio. O aumento significante da PECPT,
observado neste estudo, vai ao encontro do resultado relatado por Jensen KK et
al11, que observaram, após 1 ano da cirurgia de hérnia incisional, melhora
significante da pressão máxima expiratória. Um estudo mostrou que a correção
da hérnia incisional com restauração da linha alba melhora a função da parede
abdominal13, o que implica maior pressão expiratória conforme anteriormente
assinalado. É importante lembrar que a técnica de herniorrafia utilizada neste
trabalho foi a proposta por Lázaro da Silva14,15 e que, dentre suas vantagens,
17
está a restauração da linha alba. Cumpre lembrar que nas grandes hérnias
incisionais há também rebaixamento do diafragma, diminuição da zona de
aposição deste músculo10, o que faz com que esse músculo não exerça a sua
ação normal. Aliás, já foi relatado que nas hérnias incisionais grandes há
disfunção diafragmática, comprovada pela ultrassonografia abdominal e que
essa alteração melhora com o enfaixamento abdominal e, consequente, redução
do conteúdo visceral à cavidade abdominal11. Com a cirurgia, o diafragma,
reposicionado normalmente, passa a exercer maior força inspiratória,
considerando que é o principal músculo da inspiração. Isso pode ser verificado
com o aumento significante das PICRF e da PIVR. Considerando o diafragma
como o principal músculo da inspiração, não foi surpresa o fato da PIVR e da
PICRF estarem diminuídas nos pacientes com hérnia incisional e haver
restabelecimento dessas pressões após a correção da hérnia incisional, o que
se traduziu em aumento das referidas pressões.
Nesse estudo, as pressões respiratórias avaliadas em pacientes com hérnias
médias não sofreram variações significantes, podendo ser verificado pela não
alteração da PIVR, PECRF, PICRF e PECPT do pré-operatório para o pós-
operatório tardio. Imagina-se que, nas hérnias médias, os músculos da
inspiração e da expiração não estejam anatomicamente mal posicionados para
gerar força muscular. Assim, a pressão respiratória, gerada por esses músculos,
não cairiam tanto em pacientes com hérnias médias e a elevação dessas
pressões, após a cirurgia, não seria tão pronunciada quanto nas hérnias
grandes, o que parece explicar a razão pela qual a variação dessas pressões
não tenha sido significante nas hérnias médias. É importante lembrar que a cura
cirúrgica da hérnia incisional com melhora da função dos músculos da respiração
melhora a função respiratória em termos de ventilação, o que poderia prevenir
as doenças pulmonares decorrentes da má ventilação pulmonar.
Contudo, o estudo apresenta limitações. A primeira é que a amostra é pequena.
Para contornar essa questão utilizamos um teste não paramétrico para amostras
pequenas sob a orientação de uma bioestatística. Um estudo com maiores
amostras poderia confirmar os resultados. No entanto, as variações das
pressões respiratórias nos pacientes com hérnias grandes foram significantes. A
segunda limitação é que foi utilizado um manômetro de água, criticado por alguns
cirurgiões pois trata-se de um aparelho rústico, não habitualmente utilizado,
18
porém fornece resultados confiáveis, conforme assinalamos. A terceira limitação
é que o exame pós-operatório foi realizado em períodos após 30 dias. Nesse
estudo os exames foram realizados no mínimo com 40 dias e, no máximo, 90
dias. Essa diferença de tempo de realização dos exames poderia enviesar os
resultados, uma vez que a recuperação da parede abdominal poderia variar
neste período de 40 e 90 dias.
Conclusões: A cirurgia da grande hérnia incisional melhora a função dos
músculos da respiração, porém, a cirurgia de hérnia incisional média não altera
a referida função.
REFERÊNCIAS
1-Hernández-Granados P, López-Cano M, Morales-Conde S, Muysoms F, García-Alamino J, Pereira-Rodríguez JA. Incisional hernia prevention and use of mesh. A narrative review. Cir Esp. 2018; 96(2):76-87. 2-Emegoakor C, Dike E, Emegoakor F. Unusual complications of incisional hernia. Ann Med Health Sci Res. 2014 ;4(6):971-4. 3-Azin A, Hirpara D, Jackson T, Okrainec A, Elnahas A, Chadi SA, Quereshy FA. Emergency laparoscopic and open repair of incarcerated ventral hernias: a multi-institutional comparative analysis with coarsened exact matching. Surg Endosc. 2018 Nov 12 4-Pandey H, Thakur DS, Somashekar U, Kothari R, Agarwal P, Sharma D. Use of polypropylene mesh in contaminated and dirty strangulated hernias: short-term results. Hernia. 2018 ;22(6):1045-1050. 5-Bueno-Lledó J, Torregrosa A, Jiménez R, Pastor PG. Preoperative combination of progressive pneumoperitoneum and botulinum toxin type A in patients with loss of domain hernia. Surg Endosc. 2018; 32(8): 3599-3608 . 6-Stoppa R, Henry X, Canarelli JP, Larqueche S, Verhaeghe P, Abel D et al . Les indications de méthods opératoires selectionnée dans le traitement des venetrations post-operatoires de la paroi abdominale antero-laterále. Propositions sur une serie de 326 observations. Chir. 1979; 105: 276-86. 7-Rives J, La Rdennois, B, Pire JC, Hibon J. Les grandes éventrations. Importance du volet abdominale et des troubles respiratoires qui lui sont secondaires. Chir. 1973; 99: 547-63. 8-Dietz UA, Menzel S, Lock J, Wiegering A.The Treatment of Incisional Hernia. Dtsch Arztebl Int. 2018 ;115(3):31-37.
19
9-Chung L, O'Dwyer PJ. Pain and its effects on physical activity and quality of life before operation in patients undergoing elective inguinal and ventral hernia repair. Am J Surg. 2014 ;208(3):406-11. 10-Jardim JRB. Respiratory muscle. Rev Hosp S.Paulo. 1989. 1: 101-112. 11-Koo P, Gartman EJ, Sethi JM, McCool FD. Physiology in Medicine: physiological basis of diaphragmatic dysfunction with abdominal hernias-implications for therapy. J Appl Physiol (1985). 2015 ;118(2):142-7. 12-Jensen KK, Backer V, Jorgensen LN3.Abdominal wall reconstruction for large incisional hernia restores expiratory lung function. Surgery. 2017; 161(2):517-524. 13-Criss CN, Petro CC, Krpata DM, Scafler CM, Lai N, Fiutem J, Novitsky YW, Rosen MI. Functional abdominal wall reconstruction improves core physiology and quality-of-life. Surgery 2014; 156(1): 176-182. 14-Lázaro da Silva A. Surgical correction of longitudinal median or paramedian incisional hérnia. Surg Gynecol Obstet. 1979; 148: 579-83.
15-Lázaro da Silva A. Plástica com o saco herniário na correção das hérnias incisionais longitudinais, medianas ou para-retais e nas diástases dos retos abdominais. Rev Col Bras Cir. 1974; 1:113-16.
RELAÇÃO DO TRAUMA ABDOMINAL COM ESPLENECTOMIA E SUAS
TÉCNICAS OPERATÓRIAS
Kamilla Faberleya Castro; João Victor Martins Doro; Welderson Luiz Specimilli
Rodrigues.
Objetivos: Discutir a relação entre o trauma abdominal e a indicação de
esplenectomia em pacientes, além das técnicas utilizadas.
Métodos: Para realizar o trabalho foi feita a captação de dados e de revisão
bibliográfica, com o intuito de alinhar os estudos e possibilitar uma abordagem
objetiva do tema.
Resultados: O baço é um órgão linfoide, localizado no hipocôndrio esquerdo,
tendo suas funções relacionadas ao sistema imune e circulatório. Atualmente,
há uma crescente incidência de traumas em que o baço é atingido, conferindo
destaque nos serviços de emergência. A lesão esplênica é a segunda causa
20
mais frequente de complicações por trauma abdominal fechado e seus
mecanismos são divididos em traumatismos esplénicos fechados (TEF) e
abertos (TEA). Os TEF são responsáveis pela maioria das lesões do baço –
como os acidentes rodoviários e as quedas. Com menor frequência ocorrem
lesões esplénicas por TEA, as quais incluem as lesões causadas por armas
brancas e de fogo.
Conclusões: A esplenectomia é uma intervenção cirúrgica que consiste na
extração parcial ou total do baço e pode decorrer de causas traumáticas ou não-
traumáticas. Podem inferir três técnicas cirúrgicas, sendo elas: a técnica a céu
aberto, a esplenorrafia e a esplenectomia laparoscópica. A esplenorrafia, no
passado, era aplicada a quase metade das lesões, porém, a incidência dessa
técnica foi reduzida de maneira substancial. Muitos cirurgiões, hoje, preferem a
abordagem laparoscópica na maioria das esplenectomias eletivas, visto que esta
pode ser realizada com a mesma segurança e eficiência que a esplenectomia a
céu aberto (esplenectomia aberta).
URETEROHIDRONEFROSE EM PACIENTE COM URETEROCELE GIGANTE
Eduardo Medeiros Zerbone; Pedro Piassaroli de Abreu; Juliano Cozer dos
Santos; Alan dos Santos Guerra; Alexander Cassini.
Introdução: A ureterocele é definida como uma dilatação cística da parte
terminal do ureter, cuja etiologia ainda não está bem definida. Suspeita-se que
sua etiologia esteja relacionada com uma falha embriológica relacionada ao
broto ureteral. A incidência varia de acordo com séries entre 1: 500-4000
pacientes. A infecção do trato urinário e a ureterohidronefrose constituem a
forma de apresentação clínica mais frequente. Outras vezes, a sintomatologia é
inespecífica, como alterações gastrointestinais, retardo no crescimento da
criança, dor no flanco ou hematúria. Incontinência urinária, quando presente, é,
em geral, causada por infecção urinária ou, mais raramente, está relacionada a
uma ureterocele extensa que distorce o colo vesical, provocando perda urinária.
Pode ocorrer retenção urinária por obstrução do colo vesical. Em mulheres, há
possibilidade de prolapso da ureterocele pela uretra.
21
A ureterocele pode ser classificada como intravesical/simples/ortópica ou
ectópica de acordo com a posição do meato ureteral, associada ou não com
anomalias congênitas do trato urinário como: ectopias ureterais e duplicidade de
ureter (ocorre no ureter que drena o polo superior do rim).
Geralmente o diagnóstico é feito na ultrassonografia (USG) pré-natal. Em
adultos, no caso de suspeita, pode-se optar como exame diagnóstico: urografia
excretora, USG, TC ou uretrocistografia miccional.
Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 38 anos, moradora de Vitória –
ES, em acompanhamento com o serviço de ginecologia oncológica no HSCMV
devido ao diagnóstico de câncer de colo uterino IB1/T1b1Mx. Tratada com
cirurgia de Wertheim-Meigs/Histerectomia* e, posteriormente, com radioterapia
adjuvante. A histerectomia total ampliada Wertheim-Meigs consiste na retirada do útero
com os seus ligamentos de suporte (paramétrio), trompas, ovários, e 1/3 da parte
superior da vagina. Geralmente, é associada também à remoção dos gânglios linfáticos
(linfonodos) retroperitoneais pélvicos e até para-aórticos (linfadenectomia
retroperitoneal). Durante o seguimento clínico pós-operatório, em decorrência de
queixa de dor lombar à direita e relato de infecção do trato urinário de repetição,
foi pedido uma tomografia computadorizada (TC) de controle. A TC foi realizada
dia 20 de outubro de 2017 e revelou dilatação do sistema uretero-pielocalicial à
direita, com imagens sugestivas de formação de uma grande ureterocele ao nível
do meato ureteral correspondente. Encaminhada para o serviço de urologia. Na
consulta urológica, dia 26 de abril de 2018, confirmou a queixa de dor lombar à direita e
o histórico de infecção do trato urinário de repetição. A TC mostrou ureterohidronefrose
direita com imagem sugestiva de grande ureterocele à direita. Em virtude do quadro
clínico apresentado e da alteração radiológica encontrada, foi indicado tratamento
cirúrgico da ureterocele. Solicitado exames pré-operatórios para ser marcada a cirurgia.
Discussão: Embora o tratamento da ureterocele seja eminentemente cirúrgico,
o tipo de procedimento a ser empregado é motivo de muita controvérsia. A
ureterocele apresenta-se de forma variável. Isso dificulta a utilização de
algoritmos e faz com que o tratamento seja individualizado. Em linhas gerais, o
tratamento depende do tipo de ureterocele (intravesical ou ectópica), da função
que apresenta o polo renal superior (nos casos de duplicidade) e do quadro
clínico de apresentação (infecções repetidas do trato urinário,
ureterohidronefrose, prolapso, etc.).
22
Os principais procedimentos cirúrgicos para o tratamento de ureterocele são:
1. Punção Endoscópica;
2. Nefrectomia Polar com Aspiração do ureter
3. Ressecção da ureterocele com reimplante ureteral
Há alguns estudos em andamento sobre a eficácia e indicação de cirurgia
endoscópica x cirurgia aberta.
REFERÊNCIAS 1. Sociedade Brasileira de Urologia. Ureterocele. Projeto Diretrizes. Brasília: Associação Médica Brasileira; Conselho Federal de Medicina; 2006.
2. Gualpa Jácome, Nery María Díaz Yanes, Taimi Conde Cueto. Ureterocele. A Case Report. Medisur vol.11 no.6 Cienfuegos dic. 2013
3. Michael J. Hagg, Pavel V. Mourachov, Howard M. Snyder, Douglas A. Canning, William A. Kennedy, Steven A. Zderuc, John W. Duckett. The modern endoscopic approach to ureterocele. The journal of urology, Volume 163, Issue 3, Pages 940–943, march 2000.
4. David D. Thiel; Steven P. Petrou; Gregory A. Broderick. Orthotopic ureterocele masquerading as a bladder tumor in a woman with pelvic pain. Int. braz j urol. vol.31 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2005.
5. Marcos Dall'Oglio; Miguel Srougi; Luciano J. Nesrallah; Valdermar Ortiz. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar de urologia. Unifesp - escola paulista de medicina. 2005.
6. Emil A. Tanagho; Jack W. McAninch. Urologia geral de smith, 16ª edição. 2005.
A IMPORTÂNCIA DA MONITORIA ACADÊMICA DE HABILIDADES
MÉDICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Isadora Gomes de Souza Schafascheck; Kênia Janaína Calil Jorge de Lima;
Tânia Mara Machado;
Introdução: Tendo em vista que a maioria dos médicos recém-formados
trabalha inicialmente em cenários envolvendo pacientes críticos, é fundamental
que o egresso tenha as habilidades e competências necessárias para lidar com
situações de urgência e emergência, sejam elas traumáticas ou não. O papel do
aluno monitor junto ao docente durante a graduação é significativo nesse
processo, funcionando como ferramenta auxiliar de ensino-aprendizagem para
23
a formação médica. Este trabalho visa relatar a experiência de duas discentes
durante atuação como monitoras de Habilidades Médicas.
Descrição da Experiência: A participação no programa de monitoria ocorreu ao
longo de dois semestres, sendo a referida disciplina direcionada a acadêmicos
de Medicina matriculados no terceiro período de uma instituição e ministrada por
médica vinculada ao SAMU. Envolveu temas como Atendimento ao Trauma,
Acesso às Vias Aéreas, Suporte Básico e Suporte Avançado de Vida. Após
exposição teórica dos conteúdos, os alunos eram encaminhados ao centro de
treinamento, onde as monitoras organizavam previamente o cenário prático das
aulas e auxiliavam a professora na demonstração dos procedimentos em
manequins. Semanalmente, as monitoras agendavam horários para auxiliar os
alunos no desenvolvimento de habilidades práticas e em possíveis dificuldades
teóricas relacionadas aos conteúdos. Ainda, elaboravam revisão para as provas
e disponibilizavam e-mail e WhatsApp como veículos adicionais de assistência
aos estudantes.
Comentários: Em caráter complementar à docente, as monitoras exerceram
importante papel no aprendizado dos alunos. Além disso, diante das
responsabilidades e desafios impostos pelo programa de monitoria,
amadureceram pessoal e profissionalmente, ao mesmo tempo em que
despertaram interesse pela docência.
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA E ANEMIA HEMOLÍTICA
MICROANGIOPÁTICA EM PACIENTE MASCULINO
Emanuella Esteves Machado; Gabriela Campos Fernandes; Marianne Caballero
Introdução: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma doença rara e
fatal que deve ser diagnosticada e tratada rapidamente, para que a melhor
resposta terapêutica seja obtida. Acomete 5-10 casos, 1.000.000 pessoas por
ano, sendo predominante na idade adulta, com pico de incidência na terceira
década de vida, geralmente em mulheres, com proporção de 3 por 1 em relação
aos homens. Sua pêntade clássica é composta por trombocitopenia, anemia
hemolítica microangiopática, febre, disfunção neurológica e renal. O principal
24
mecanismo implicado na etiopatogênese da PTT é a deficiência ou inibição da
metaloproteinase (ADAMTS13) responsável pela degradação dos polímeros de
fator de von Willebrand (FvW), gerando microtrombos desses polímeros no
endotélio e trombos ricos em plaquetas, podendo chegar na grande circulação.
Descrição do caso: Paciente masculino, 36 anos, procura pronto atendimento
após 20 dias de astenia, hiporexia, emagrecimento (11 quilos) e febre não
aferida; confusão mental com desorientação temporo-espacial e cefaleia. Foi
internado e recebeu diagnostico de PTT e anemia hemolítica microangiopatica,
comprovado por exames laboratoriais, como plaqueta de 7.000, esquizócitos em
sangue periférico, DHL 990, com necessidade de plasmaférese durante 8 dias e
uso de corticoide (prednisona 20mg/dia 3cp pela manhã). Após tratamento,
evolui com melhora aparente, plaquetas de 187.000, DHL 219, sem esquizócitos.
Comentários: A PTT é, portanto, uma doença rara, com um tratamento de alto
custo, tornando o acesso da população limitado à plasmaférese terapêutica.
Sendo assim, a doença não deve ser negligenciada, devido aos grandes riscos
e ótima resposta ao tratamento.
Palavras-chave: Púrpura trombocitopênica trombótica. Plasmaférese.
Tratamento.
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL POR ADENOCARCINOMA: RELATO DE
CASO
Leandro José Krause Binda; Tássia Faller Tetemann; Rovena Onofre dos
Santos; Taynara de Oliveira Sena; Flávio Gera.
A intussuscepção pode ser definida quando o segmento proximal do intestino
(intussuscepto) invagina-se dentro do segmento distal (intussusceptado). Afeta
qualquer parte do trato gastrointestinal, sendo mais frequente no intestino
delgado. A dor abdominal é o sintoma mais comum, seguido por náuseas,
vômitos e consequente perda ponderal. Se identificado tardiamente, pode estar
clinicamente avançado, causando obstrução e isquemia. Em 80 a 90% dos
casos, as neoplasias são as principais etiologias notadas, quase sempre,
25
durante a cirurgia de reparo da intussuscepção. O objetivo deste estudo é
apresentar o relato de caso de intussuscepção intestinal causado por um
adenocarcinoma intramucoso. A.L., 54 anos, sexo masculino, pardo, relata que
há aproximadamente 2 meses iniciou quadro de dor em barra intermitente em
andar inferior do abdômen, hiporexia, perda ponderal de 4 quilos, episódios de
diarreia e piora dos sintomas nos últimos 15 dias, apresentando dor abdominal
em cólica associada a vômitos. Na tomografia computadorizada (TC) de
abdômen total, observa-se invaginação intestinal acometendo os cólons direito
e transverso. Foi optado pela laparotomia e, à palpação do ceco no
intraoperatório, evidenciou-se tumoração de aspecto borrachoso com lesão
espraiada extensa, optando por rafia de ceco e hemicolectomia direita com
linfadenectomia retroperitoneal. Esse relato apresenta um caso de
adenocarcinoma intramucoso diagnosticado durante laparotomia para correção
de intussuscepção intestinal. Sabe-se que o diagnóstico de intussuscepção é
difícil em consequência da sua inespecificidade, pois geralmente possui
desenvolvimento insidioso e pode ser descoberto devido a uma patologia
subjacente – como no caso supracitado – tendo, na maioria das vezes, um bom
prognóstico.
Palavras-Chave: cirurgia; intussuscepção; adenocarcinoma; laparotomia.
ASPECTOS TÉCNICOS DAS ANASTOMOSES DO APARELHO DIGESTIVO –
CONTRIBUIÇÃO
Mitre Kalil; Abdo Magnago de Mattos Júnior; Danilo Salomão Paulo; Alexandre
Oliosi Caliman; Mitre Kalil Júnior (Ex-Aluno); Natália Abrantes Grossi.
Objetivo: A Anastomose é uma das habilidades básicas do cirurgião do
Aparelho Digestivo, sendo até hoje um assunto muito discutido e controverso em
relação à melhor técnica. A busca por uma anastomose tecnicamente
impermeável tem sido objetivo constante nas cirurgias gastrointestinais. Atribui-
se a Dieffenbach a primeira anastomose intestinal término-terminal feita com
sucesso.
26
Introdução: A deiscência anastomótica representa a complicação mais temida
a que está sujeito o paciente submetido à cirurgia do aparelho digestivo. O risco
é mais alto nas anastomoses com o pâncreas, esôfago, cólon e reto
extraperitoneal, mas pode ocorrer qualquer segmento do aparelho digestivo.
Realizá-las manualmente em um ou dois planos de suturas, com pontos
separados, de forma contínua ou mecânica, depende de cada situação e de
acordo com cada cirurgião.
Aspectos técnicos: A forma anastomótica mista, se faz com o grampeamento
seguido de sutura manual de reforço seromuscular, com pontos separados ou
contínua.
As suturas manuais realizadas no Aparelho Digestivo com pontos separados
são: Total ou Parcial (Seromuscular ou extramucoso de Weinberg).
As suturas contínuas totais (Chuleio simples, Chuleio Festonado (Reverdin),
Schimieden, Connel-Mayo) e Seromusculares (parcial): Lembert, Halsted,
Cushing e Sutura em bolsa.
COMPLICAÇÕES DAS ANASTOMOSES INTESTINAIS
Precoces: Isquemia, necrose do segmento, sangramento, infecção, edema de
boca anastomótica, torção de alças, obstrução intestinal.
Tardias: Estenose, obstrução, fístulas, abscessos intraperitoneais.
Conclusões: Comparando-se a sutura manual com a mecânica nas
anastomoses, a primeira depende da habilidade do cirurgião e de uma boa
técnica cirúrgica, e na sutura mecânica, o grampeador utilizado nas
anastomoses realiza esses procedimentos de maneira uniforme e automática.
27
PSEUDOCISTO ABDOMINAL GIGANTE COMO COMPLICAÇÃO DE
DERIVAÇÃO VENTRICULOPERITONEAL: RELATO DE CASO
Izabel Feitosa da Mata Leite; Adelina Mouta Moreira Neto; Felipe Areias Mourão;
Francisco Eduardo Silva.
Introdução: A inserção cirúrgica de shunt ventriculoperitoneal é um dos
tratamentos mais realizados para hidrocefalia. Seu objetivo é desviar o excesso
de líquor dos ventrículos para a cavidade peritoneal, melhorando
significativamente o prognóstico desses pacientes. Contudo, o procedimento
pode apresentar falhas e requer revisão cirúrgica, sendo o pseudocisto
abdominal uma das formas de complicação.
Descrição do caso: Feminino, 21 anos. Há 10 anos, após traumatismo
cranioencefálico com hemorragia subaracnóidea, evoluiu para hidrocefalia
tardia. O tratamento consistiu na implantação de derivação ventriculoperitoneal.
Desde então, paciente realizou 16 revisões do sistema por disfunção do shunt.
2 meses após última revisão, desenvolveu quadro de náuseas, vômitos e
cefaleia associado à distensão e dor abdominal. A paciente foi internada,
submetida à tomografia computadorizada de crânio e abdômen e a exames
laboratoriais que revelaram volumosa coleção líquida na extremidade distal do
cateter, característico de pseudocisto intraperitoneal de líquor, condição em que
nova intervenção cirúrgica foi necessária.
Comentários: O tratamento de pseudocistos tem conduta variável: pode ser
drenado por cirurgia ou via percutânea guiada por exames de imagens. O shunt
defeituoso pode ser revisado com cateter distal inalterado, reposicionado em um
local alternativo ou substituído por novo sistema de shunt com terminação no
espaço pleural ou átrio direito. Se houver suspeita de infecção, o desvio é
geralmente externalizado por um período e o paciente recebe antibioticoterapia.
Assim, o pseudocisto abdominal é complicação incomum da derivação
ventriculoperitoneal. Portanto, o diagnóstico assertivo define o prognóstico do
tratamento e evita progressão de complicações.
28
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DO PACIENTE VÍTIMA DE
QUEIMADURA GRAVE: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Brenda Palles de Abreu; Bruna Fachetti Ferreguete; Anna Julia Thompson
Borini; Betina Bessert Dutra; Aline Ramos De Freitas.
Objetivo: Evidenciar as principais alterações metabólicas da vítima de
queimadura grave, dando enfoque ao processo de desdobramento destas
modificações e das fisiopatologias que desencadeiam.
Métodos: Levantamento bibliográfico no período de outubro a novembro de
2018 nas bases de dados PubMed/MedLine através dos descritores
"metabolism", "burns" e "physiopathology" obtidos no MeSH. Identificaram-se
então, 114 artigos dentre os quais, filtrados os publicados nos últimos 5 anos,
com texto completo, gratuito e, excluídos trabalhos realizados com animais e
sobre queimaduras leves. Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos e
deletou-se os que não se referiam ao metabolismo, selecionando ao final 28
textos para leitura completa. Suprimiram-se, ainda, 10 estudos que não
correlacionavam alterações metabólicas com quaisquer fisiopatologias.
Resultados: A resposta metabólica após graves queimaduras apresenta-se
como hiperdinâmica devido ao aumento do consumo de oxigênio e glicose,
proteólise e lipólise sendo, o estresse oxidativo, fator perpetuante da resposta
inflamatória ao piorar progressivamente o estado do paciente. Este quadro
revela-se como determinante no surgimento de infecções e retardo na
cicatrização da ferida, contribuindo para a formação de um grande edema, o qual
pode culminar em um quadro agudo de choque hipovolêmico ou séptico.
Conclusão: As manifestações comumente observadas foram hiperglicemia,
hipercatabolismo muscular esquelético e aumento significativo da concentração
de cortisol e citocinas na mediação do processo inflamatório. Assim, o paciente
vítima de queimadura grave requer da medicina contemporânea um tratamento
multidisciplinar e prévio, visando aumento da sobrevida e melhora da qualidade
de vida, haja vista estarem suscetíveis a sequelas indeléveis e,
consequentemente, à morte.
29
HAMARTOMA GIGANTE
Bruno Fonseca Simões; Wagner Santos da Silva; Hane Esteves Nedir; Gabriela
Araújo Faber da Silva.
Introdução: O hamartoma (HP) é uma neoplasia benigna de pulmão que
acomete 0,3% da população em geral, com incidência no sexo masculino na
sexta década de vida, manifestando-se como nódulo único e bem definido. É
formado por tecido conectivo fibroso do brônquio envolto por epitélio respiratório,
podendo conter cartilagem, tecido gorduroso e calcificações. É notado à
radiografia (RX) de tórax ocasional, mas, é melhor evidenciado à tomografia
computadorizada (TC) de tórax. A maioria desse tumor pode ser ressecado por
toracotomia ou por videotoracoscopia, o que diagnostica e trata a doença.
Descrição do caso: Paciente, sexo masculino, 24 anos, hígido, manifestou
tosse seca por 15 dias sem outros sinais ou sintomas associados. No
atendimento médico, o RX de tórax evidenciou massa hipertransparente em
base de hemitórax esquerdo, seguindo à investigação com TC de tórax, que
apresentou massa com calcificações “em pipoca” em lobo inferior esquerdo,
medindo 8,2 x 6,7 x 6,5cm, sugerindo hamartoma. A ressecção cirúrgica foi
realizada por toracotomia com retirada completa da lesão e sem complicações.
O HP foi confirmado pelo histopatológico.
Comentários: O hamartoma pode crescer até 3,2mm ao ano, sendo
frequentemente confundido com nódulo maligno e tratado com ressecção. Mas,
excetuando hamartomas intrabrônquicos, não há indicação de ressecar um
hamartoma intrapulmonar assintomático, a menos que seja para excluir
malignidade. Por isso que, tanto pelo tamanho da lesão quanto pela faixa etária
do paciente em questão, foi fortemente indicado a exérese total do tumor.
30
AMILOIDOSE NODULAR PULMONAR: UM RELATO DE CASO
Wagner Santos da Silva; Hane Esteves Nedir; Gabriela Araújo Faber da Silva
Introdução: Amiloidose é uma condição rara, com incidência de 10
casos/milhão/ano, em que há depósito extracelular anormal de proteína amiloide
em vários órgãos, de acometimento sistêmico ou local. A apresentação pulmonar
pode ser traqueobrônquica, nodular pulmonar (ALNP) e septal alveolar. As
manifestações clínicas e o prognóstico dependem da etiologia e localização
anatômica. A doença requer exames de imagem e biópsia para estabelecer o
diagnóstico. As opções terapêuticas incluem uso de corticosteroides, excisão
conservadora, laser de dióxido de carbono, ablação ou radiação de feixe externo
de baixa dose.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 60 anos, ex-tabagista (60
maços/ano) e cardiopata. Sofreu acidente automobilístico, apresentando dor
precordial esquerda que irradiava para o braço homolateral. Durante
atendimento hospitalar, um dos exames, a Tomografia Computadorizada (TC)
de tórax, revelou nódulo medindo 2,0x1,8x1,3cm em lobo superior esquerdo. Foi
encaminhado ao serviço de Cirurgia Torácica, no qual indicou-se
segmentectomia pulmonar por toracotomia esquerda. O procedimento foi
realizado sem intercorrências. A análise histopatológica da lesão confirmou
amiloidose nodular.
Comentários: A ALNP acomete pacientes acima de 60 anos, prevalecendo no
sexo masculino. A maioria é assintomático, com nódulos bem definidos,
lobulados, que variam de 0,5 a 15cm, podendo apresentar focos de calcificação.
O achado é incidental através de TC de tórax e histopatológico, que diferencia o
nódulo benigno do metastático e é feito pelo encontro de amiloide, que se cora
pelo Vermelho-Congo (padrão ouro). O tratamento por excisão conservadora é
satisfatório e, a longo prazo, o prognóstico é excelente em acompanhamento
com especialista.
31
RISCOS E BENEFÍCIOS DA CIRURGIA BARIÁTRICA PARA A GESTAÇÃO
Íris de Castro Assis; Eduarda Gomes Martins; Kamilla Faberleya Castro; João
Victor Martins Doro; Welderson Luiz Specimilli Rodrigues
Objetivo: Analisar a relação entre a cirurgia bariátrica e a gravidez, além de seus
reflexos oriundos, tais como: complicações, fertilidade, nutrição, orientações
médicas pré e pós-operatórias para assegurar a saúde do bebê e da mãe.
Métodos: Realizou-se um estudo bibliográfico com base em artigos científicos
originais e de revisão, disponíveis online em revistas acadêmicas que alinharam
os riscos adicionais da gravidez com os benefícios que a cirurgia gástrica trouxe
à saúde e à fertilidade da mulher.
Resultados: A recomendação para mulheres que realizaram a cirurgia bariátrica
é de aguardarem cerca de 15 a 18 meses para engravidarem, pois, a grande
perda de peso pode afetar o crescimento do feto. O estudo relatou que houve
aumento significativo da probabilidade de engravidar e diminuição das
complicações como hipertensão arterial e diabetes gestacional. Entretanto, o
acompanhamento nutricional fez-se necessário, já que os enjoos, vômitos e
dores abdominais difusas estão presentes com mais frequência e, em muitos
casos, foram relatados deficiência de ferro, zinco e vitaminas (B12 e D).
Ademais, a grávida apresenta riscos de aborto espontâneo, descolamento
prematuro de placenta e pode precisar de uma cesariana, já que o bebê
necessita de grande consumo de energia. Há também o risco de casos de
recém-nascidos abaixo do peso e desnutridos.
Conclusões: A cirurgia bariátrica é um recurso para combater a obesidade, além
de trazer benefícios sobre a fertilidade da mulher e ajudar a prevenir outras
doenças gestacionais relacionadas à obesidade. Todavia, a gravidez para ser
segura, necessita de orientação, acompanhamento e reposição de nutrientes.
32
ANÁLISE DA QUALIDADE DE SERVIÇO PRESTADO À POPULAÇÃO
QUANTO AO ÍNDICE DE MORTALIDADE EM CIRURGIAS DE
APENDICECTOMIA EM 2017 NO ESPÍRITO SANTO
Emanuella Esteves Machado; Franceline Kuffer de Almeida; Gabriela Campos
Fernandes; Matheus Callegari Souza
Objetivos: A apendicite aguda é uma das doenças intra-abdominais mais
comuns, cuja solução é uma operação relativamente simples, portanto, deseja-
se realizar uma análise crítica da qualidade das apendicectomias e
apendicectomias videolaparoscópicas em relação ao número de cirurgias e
índice de mortalidade no Espírito Santo, no ano de 2017, em toda rede pública
do SUS.
Métodos: O estudo foi realizado na base de dados TABNET – DATASUS, com
a pesquisa de indicadores de mortalidade e internações para realização de
apendicectomias no ano de 2017.
Resultados: Foram realizadas 1.994 cirurgias de apendicectomia em todo o
estado com registro de internação no SUS. Dentre essas, houveram apenas 19
casos de morte por complicações, representando menos de 1% de todos os
casos. Além disso, os casos de maior mortalidade proporcional ocorreram em
pequenos centros de saúde, como cidade do interior (Nova Venécia, Piúma,
Ecoporanga).
Conclusões: O advento dos antibióticos e o manejo cirúrgico eficiente têm
reduzido substancialmente a sua mortalidade, entretanto, ainda se associa à
morte, particularmente em idosos, já que, com a idade, existe a tendência de
aparecimento de comorbidades e avanço na graduação na classificação da
Sociedade Americana de Anestesia. É necessária a identificação dos fatores de
risco pré e intraoperatório que possam ser controlados para amenizar a
morbimortalidade dos pacientes submetidos às apendicectomias. A mortalidade
em cirurgias de apendicectomia chega a 3% em casos de perfuração e atinge
15% quando a perfuração ocorre em pacientes idosos. Portanto, o serviço
prestado no Espírito Santo possui qualidade relevante devido à baixa taxa de
mortalidade.
PALAVRAS-CHAVE: Apendicectomia. Apendicite. Mortalidade.
33
RESPOSTA SISTÊMICA DE ÁCIDOS BILIARES À DERIVAÇÃO GÁSTRICA
EM Y-DE-ROUX E SUA RELAÇÃO COM REMISSÃO PÓS-OPERATÓRIA DE
DIABETES TIPO-2.
Natasha M. Machado; Raquel S. Torrinhas; Priscila C. Sala; Marco A. Santo; Dan
L. Waitzberg.
ABs modulam o metabolismo ao ativar receptores do farnesoide-X (FXR) e de
proteína-G Takeda-5 (TGR5). Sua elevação sistêmica é observada após DGYR
e sugerida como moduladora da homeostase glicêmica pós-operatória precoce.
Estudamos a resposta do poll sistêmico de ABs à DGYR e sua relação com
remissão do DM2. Amostras de plasma coletadas de mulheres obesas com DM2
(n=21) antes e 3 meses após DGYR foram avaliadas por espectrometria de
massas, com alvo em ABs. Alterações de ABs por DGYR (pré- vs. pós-
operatório) foram testadas por Wilcoxon e análises fold change em obesas com
(R) e sem (NR) remissão de DM2, diagnosticada pelos critérios da American
Diabetes Association. Observou-se aumento do poll de ABs na população geral
após DGYR, mas com alterações distintas de suas subfrações em obesas R e
NR: níveis aumentados de ABs primários conjugados com glicina e taurina
(ácidos glicoquenodeoxicólico e tauroquenodeoxicólico) vs. níveis aumentados
de ácido glicoxicólico e diminuídos de ácido litocólico, respectivamente (p<0,05).
Conclui-se que DGYR aumentou o poll de ABs plasmáticos, com enriquecimento
de subfrações agonistas de FXR em obesas R e de TGR5 em obesas NR. Essas
observações sugerem que DGYR aumenta níveis de ABs às custas de
subfrações atuantes em pontos-chave distintos do metabolismo da glicose,
condicionando precocemente a melhora da homeostase glicêmica. Nesse
cenário, o aumento de ABs agonistas de FXR pode constituir mecanismo crítico
para remissão de DM2 pós-DGYR.
34
IMPACTO DA COLECISTECTOMIA NO PERFIL DE ÁCIDOS BILIARES (ABS)
FECAIS ANTES E APÓS DERIVAÇÃO GÁSTRICA EM Y DE ROUX (DGYR)
Camila S. Cardinelli; Raquel S. Torrinhas; Natasha M. Machado; Priscila C. Sala;
Marco A. Santo; Dan L. Waitzberg
O poll de ABs circulantes resulta da interação entre microbiota intestinal e
ambiente sistêmico. Sua modificação após DGYR é sugerida como moduladora
de efeitos metabólicos precoces da cirurgia. Colecistectomia, um procedimento
comum em pacientes bariátricos, altera a concentração e disponibilidade de ABs.
Estudamos a influência da colecistectomia no perfil fecal de ABs e sua resposta
à DGYR. Antes e 3 e 12 meses após DGYR, amostras fecais foram coletadas de
mulheres obesas com (CC; n = 7) ou sem (NCC; n = 13) colecistectomia e
analisadas por espectrometria de massas com alvo em ABs. No pré-operatório,
obesas CC tinham perfil fecal de ABs diferente de NCC, caracterizado por níveis
comparativamente mais elevados de ácido cólico, quenodeoxicólico,
glicoquenodeoxicólico e tauroquenodeoxicólico (Mann Whitney, p < 0,05). No
pós-operatório, o ácido deoxicólico fecal aumentou em obesas CC e diminuiu em
NCC após 3 (Anova, p = 0,006) e 12 meses (Anova, p = 0,047), em relação ao
pré-operatório. Conclui-se que, em mulheres obesas, colecistectomia afeta o
perfil de fecal de ABs e sua resposta à DGYR. Considerando-se as propriedades
sinalizadoras de ABs, a possível interferência da colecistectomia na resposta
metabólica do DGYR deve ser estudada. Além disso, a colecistectomia pode
constituir viés importante em estudos dessa área e sua presença deve ser
considerada como critério de exclusão do paciente, ou implicar em análises de
subgrupos de pacientes com e sem o procedimento.
35
PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO DENTRO DO CAPÍTULO XI DO CID-
10 – DOENÇAS DO APARELHO DIGESTIVO NO BRASIL E ESPIRÍTO SANTO
Emanuella Esteves Machado; Franceline Kuffer de Almeida; Gabriela Campos
Fernandes; Matheus Callegari Souza
Objetivos: As doenças do aparelho digestivo estão diretamente associadas com
uma alimentação pouco saudável, devido às cobranças do mundo moderno.
Portanto, estudar as principais causas de internações por essas causas se
tornou um importante meio de prevenção e promoção da saúde, visando evitar
novas ocorrências de internações por essas causas. Essas informações são de
grande relevância no âmbito coletivo pois são auxiliares, apontando metas e
intervenções específicas a serem adotadas pelos níveis locais de acordo com
suas demandas.
Métodos: O estudo foi realizado na base de dados TABNET – DATASUS, com
a pesquisa de indicadores de internações para realização desses procedimentos
em 2018.
Resultados: Dentre as principais causas de internação relacionadas às doenças
do aparelho digestivo estão: colelitíase e colecistite, outras doenças do aparelho
digestivo, hérnia inguinal, outras hérnias, doenças do apêndice, outras doenças
dos intestinos e peritônio e outras doenças do fígado, de acordo com o SIH/SUS
em todo o Brasil. Em relação ao Espírito Santo, as principais causas foram:
colelitíase e colecistite, outras doenças do aparelho digestivo, hérnia inguinal,
outras hérnias, doenças do apêndice, outras doenças dos intestinos e peritônio
e outras doenças do fígado. Foram realizadas 1.167.252 internações para
realização desses procedimentos no Brasil, enquanto 21.884 foram realizadas
no ES.
Conclusões: As principais causas de internações têm sua fisiopatogênese em
excesso de açúcares e gorduras, além da falta de exercícios físicos. Visando
uma melhora do quadro, é possível concluir que os principais meios de
prevenção têm sua base numa alimentação equilibrada e mudança de estilo de
vida.
Palavras-chave: Trato Gastrointestinal. Hospitalização. Prevenção primária.
36
IMPORTÂNCIA DE CONHECER A ANATOMIA HUMANA DURANTE A
GRADUAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE FUTUROS CIRURGIÕES
Emanuella Esteves Machado, Gabriela Campos Fernandes, Matheus Callegari
Souza
Objetivo: Tendo como princípio estudar, nomear e descrever o corpo humano,
a anatomia humana é uma das bases da educação médica e da cirurgia. O
conhecimento anatômico é essencial para capacitar os alunos a reconhecerem
e descreverem as diferentes estruturas e regiões do corpo humano,
compreenderem a relação anatômica e funcional entre os órgãos e sistemas e
poderem observar a importância do conhecimento das variações anatômicas.
Método: Experiências pessoais dos autores, além de revisão bibliográfica de
literatura.
Resultados: A prática do estudo com cadáveres foi uma das bases do início da
educação médica e possibilita aos acadêmicos a identificação e localização de
diferentes estruturas, além de permitir que seja feita a correlação entre diferentes
órgãos e sistemas. Além disto, a anatomia faz com que o aluno tome
conhecimento das variações anatômicas, o que é de grande importância para
formação de futuros cirurgiões, sendo que o conhecimento das possíveis
variações morfológicas é essencial para realização de diagnósticos corretos e
tratamentos efetivos. O conhecimento teórico e prático anatômico é de essencial
importância na formação médica, sendo necessário para realização de um
exame físico de qualidade ou na interpretação de exames de imagem.
Conclusões: É possível concluir que o estudo da matéria de anatomia humana
durante a graduação é de extrema relevância para formação de futuros
cirurgiões, tanto quanto para aquisição de conhecimentos teóricos e práticos
essenciais, quanto para identificação da relação entre as estruturas e patologias
e para elevar as chances de um diagnóstico adequado e tratamento efetivo.
Palavras-chave: Cirurgia Geral. Anatomia. Métodos de Estudo de Matéria
Médica.
37
A ABORDAGEM DA CIRURGIA RECONSTRUTIVA NO TRATAMENTO DE
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS E PACIENTES VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
NO ESPÍRITO SANTO.
Emanuella Esteves Machado; Gabriela Campos Fernandes; Matheus Callegari
Souza; Franceline Kuffer de Almeida.
Objetivo: A cirurgia plástica reconstrutiva é um dos métodos atuais para
tratamento de grandes queimados e tratamento de pequenas alterações
congênitas como fenda palatina e lábio leporino. Portanto, o principal objetivo é
quantificar e avaliar as cirurgias reconstrutivas realizadas no estado do Espírito
Santo.
Método: O estudo foi realizado na base de dados TABNET – DATASUS, com a
pesquisa de procedimentos hospitalares realizados pelo SUS, por local de
internação, no estado do Espírito Santo, sendo o subgrupo de procedimento as
cirurgias reparadoras, no ano de 2018. Além disso, foi realizada uma busca
sistemática eletrônica nas bases de dados bibliográficos, nas bases de dados
Scielo, PUBmed, Lilacs e Google Scholar.
Resultados: Foram realizadas 1.030 cirurgias dessa categoria em 2018 no
estado, sendo mais de 50% realizadas em 2 cidades: Vitória (277) e São
Matheus (340). A cirurgia plástica é uma especialidade médica voltada para o
tratamento de defeitos e deformidades da superfície corporal e estruturas
ósseas, apresenta papel de extrema importância no tratamento de pacientes
vítimas de quaisquer alterações causadas contra sua vontade. Além da
recuperação funcional, nessas vítimas, a estética também entra em ação e
apresenta papel fundamental, pois influencia na recuperação psicológica e
emocional desses pacientes, aumentando sua autoestima.
Conclusões: A cirurgia reconstrutiva não deve ser considerada apenas
“estética”, pois os procedimentos realizados visam resgatar como a pessoa era
antes de sofrer o acidente. Portanto, o tratamento desses pacientes, atualmente,
tem como ênfase não somente a sobrevivência, mas também a otimização da
funcionalidade e aparência do indivíduo.
Palavras-chave: Cirurgia Plástica. Procedimentos Cirúrgicos Reconstrutivos.
Lesões.
38
SÍNDROME DE BURNOUT E SEUS IMPACTOS NA VIDA DOS
PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Kamilla Faberleya Castro; Eduarda Gomes Martins; Iris de Castro Assis; João
Victor Martins Doro; Welderson Luiz Specimilli Rodrigues.
Objetivo: Discutir a relação entre a Síndrome de Burnout – SB – e a sua
indicação em pacientes, além dos seus impactos na vida dos profissionais de
saúde.
Método: Para realizar o trabalho foi feita a captação dos dados e revisão
bibliográfica, com o intuito de alinhar os estudos e possibilitar uma abordagem
objetiva do tema.
Resultado: A SB é a resposta prolongada ao estado de exaustão causado pela
atividade profissional, além disso, pode ser definida pela combinação de três
fatores: exaustão emocional, despersonalização devido ao senso de distância
emocional do trabalho e baixa realização pessoal, causando sensação de baixa
autoestima. Os profissionais mais predispostos a SB, geralmente, são aqueles
que possuem um alto grau de perfeccionismo e frequentemente apresentam a
sensação de culpa por não terem alcançados suas próprias expectativas.
Conclusões: Verifica-se que os profissionais de saúde são susceptíveis a
desenvolver tal síndrome, visto que constantemente lidam com intensas
emoções, sendo expostos a um alto grau de estresse, bem como a uma
crescente exaustão física e psicológica. Desse modo, a SB pode ser considerada
um problema de saúde pública, visto que sua incidência tem aumentado
significativamente nos últimos anos, inclusive no Brasil. Tal Síndrome causa
implicações nas saúdes física e mental do trabalhador, prejudicando a qualidade
de vida no ambiente profissional. Ademais, o instrumento mais utilizado como
ferramenta diagnóstica é o questionário Maslach Burnout Inventory (MBI), o qual
inclui vinte e dois itens que medem as três dimensões da SB. O MBI é
considerado o padrão-ouro na pesquisa clínica.
39
DISCUTIR A RELAÇÃO DO ESÔFAGO DE BARRET COM A
ESOFAGECTOMIA
João Victor Martins Doro; Irís de Castro Assis; Eduarda Gomes Martins; Kamilla
Faberleya Castro; Welderson Luiz Specimilli Rodrigues.
Objetivo: Discutir a relação do Esôfago de Barret (EB) com a Esofagectomia,
além de sua indicação e impactos na vida do paciente.
Métodos: Foi realizada uma pesquisa exploratória numa base de dados, a fim
de ampliar e alinhar os conhecimentos sobre tal assunto.
Discussão: O EB é uma metaplasia do epitélio escamoso estratificado por tecido
colunar especializado, no esôfago distal, ocasionada por um longo período de
tempo de exposição ácida, resultante de uma condição avançada da Doença do
Refluxo Gastroesofágico e é o principal fator de risco para o adenocarcinoma de
esôfago. É mais comum em homens com média de idade de 55 anos com maus
hábitos alimentares e tabagistas. No que tange ao diagnóstico, este é feito a
partir de uma endoscopia digestiva alta, evidenciando as áreas de metaplasia. O
tratamento consiste em uma abordagem conservadora, a partir da mudança do
estilo de vida associada com Inibidores da Bomba de Prótons em doses diárias,
já se houver complicações parte-se para uma abordagem cirúrgica, com a
esofagectomia.
Conclusão: A esofagectomia consiste na exérese de parte ou de todo o esôfago
e pode ser realizada por dois métodos: a Esofagectomia Aberta, em que o órgão
é retirado por uma incisão no tórax e no abdome e a Esofagectomia
Minimamente Invasiva, a qual é feita por vídeo laparoscopia através de
pequenas incisões. Isso faz com que haja uma restauração na função do
esfíncter esofagiano inferior, evitando que o conteúdo ácido atinja o esôfago.
Essa cirurgia propicia maior qualidade de vida ao paciente.
40
COMPARAÇÃO QUANTO AS FORMAS DE INCISÕES USADAS NA
ABORDAGEM CIRÚRGICA DA SÍNDROME COMPARTIMENTAL NA PERNA.
Alexandre Calegari Oliosi; Irís de Castro Assis; Eduarda Gomes Martins; Kamilla
Faberleya Castro; João Victor Martins Doro; Welderson Luiz Specimilli
Rodrigues.
Objetivos: Analisar as formas de incisões cirúrgicas na abordagem de urgência
da síndrome compartimental da perna.
Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema nas revistas
científicas acadêmicas, disponíveis online e em livros. Foram examinados
artigos originais publicados nos últimos 05 (cinco) anos e estudos feitos em
humanos.
Resultados: A síndrome compartimental é definida como o aumento da pressão
intersticial sobre a pressão de perfusão capilar dentro de um compartimento
osteofascial fechado, o que pode comprometer vasos, músculos e terminações
nervosas, provocando danos tecidual. O rápido diagnóstico e tratamento da SC
aguda evita sequelas, incluindo falência renal, choque e até morte. O diagnóstico
é baseado no quadro clínico do paciente, sendo a dor o sintoma clínico mais
sensível. Além disso, o diagnóstico pode ser auxiliado pela medida da pressão
intracompartimental. Além disso, a referida síndrome representa uma
complicação comum em fraturas, sendo essencial a intervenção imediata por
meio da fasciotomia descompressiva de urgência, que permitirá a expansão dos
tecidos, a normalização da pressão e, consequentemente, reperfusão.
Conclusões: Existem duas técnicas comumente usadas para liberação dos
compartimentos da parte inferior da perna: a fasciotomia perifibular de incisão
única e a fasciotomia com dupla incisão. A técnica de incisão única pode ser útil
quando o acometimento do tecido mole do membro não for amplo. Como isso
raramente ocorre, a técnica de dupla incisão é mais segura e eficaz e,
geralmente, deve ser utilizada.
41
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NA DOENÇA DE MOYAMOYA?
Alexandre Calegari Oliosi; Irís de Castro Assis; Eduarda Gomes Martins; Kamilla
Faberleya Castro; João Victor Martins Doro; Welderson Luiz Specimilli
Rodrigues.
Objetivos: elucidar aspectos importantes acerca da Doença de Moyamoya
(DMM).
Métodos: foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos retirados a partir de
diferentes bases de dados publicados nos últimos 10 anos.
Resultados: Descrita pela primeira vez em 1957, no Japão, a DMM é pouco
compreendida na comunidade médica. Essa desordem crônica definida por
obstrução progressiva dos vasos intracranianos parece estar relacionada à
proliferação excessiva das células endoteliais e da musculatura lisa dos vasos,
resultando na oclusão e na angiogênese colateral. As apresentações clínicas
dessa doença podem variar, incluindo: ataque isquêmico transitório, acidente
vascular cerebral isquêmico e hemorrágico, convulsões, cefaleia e
comprometimento cognitivo. Interessante ressaltar que a angiografia é o padrão-
ouro para o diagnóstico, porém alguns exames são considerados em uma
primeira abordagem, como a Tomografia Computadorizada e a Ressonância
Nuclear Magnética de crânio. A abordagem cirúrgica com a revascularização é
bastante eficaz para as manifestações repetidas, progressivas e isquêmicas da
doença. As técnicas mais utilizadas são a anastomose de artéria temporal
superficial com artéria cerebral média (bypass), encéfalo-mio-sinangiose
(músculo temporal), encéfalo-duro-artério-sinangiose (troncos vasculares
arteriais) e pial-sinangiose (pia-máter).
Conclusões: Por se tratar de uma doença pouco elucidada na literatura médica,
torna-se importante sempre evidenciarmos o tema e reconhecermos o mais
precocemente possível o diagnóstico da Doença de Moyamoya, a fim de instituir
a terapêutica correta e esperar que o paciente tenha um bom prognóstico, que,
por sua vez, também é pouco conhecido.
42
SÍNDROME DE FOURNIER: UM RELATO DE CASO
Ederline Vanini de Brito; Nelson Coutinho Bechara
Introdução: A Síndrome de Fournier é uma infecção ocasionada por
microrganismos aeróbicos e anaeróbicos. Estes atuam em conjunto e
determinam uma fasceíte necrosante rápida e progressiva que acomete
principalmente a região do períneo e a região genital.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 50 anos, natural e procedente
de Vicência – PE. Admitido na emergência com queixa de dor abdominal há 3
semanas. Relatava distensão abdominal mais perda ponderal de
aproximadamente 20kg e edema escrotal durante esse período. Paciente
negava comorbidades e histórico de câncer. Ao exame apresentava-se
consciente, orientado, taquicardíaco, abdome globoso, distendido, doloroso à
palpação associado a hiperemia e edema de parede abdominal. Ao exame do
aparelho geniturinário apresentava coleção em bolsa testicular e pênis,
encaminhado ao bloco cirúrgico onde foi feita uma incisão em área de flutuação
em rafe mediana. Ocorreu a saída de grande quantidade de secreção purulenta
das hemibolsas testiculares. Foi realizado drenagem de abscesso escrotal,
peniano e suprapubiano e ressecção de toda a pele peniana e prepucial. Foi
realizado incisão na parede abdominal, pois a mesma apresentava-se com áreas
de necrose. Foram feitos os desbridamentos da pele, subcutâneo com exposição
de planos musculares. O paciente foi encaminhado à UTI onde não apresentou
melhora evoluindo para óbito.
Comentários: Na maioria das vezes, a causa desta síndrome é uma infecção
anorretal, sendo os abscessos perirretais os mais frequentes, especialmente
quando diagnosticado tardiamente e representa entidade clínica grave
requerendo intervenção hospitalar prolongada. Além disso, apresenta taxa de
mortalidade variando entre 9 a 40%.
Descritores: Síndrome de Fournier; Gangrena de Fournier; Abscesso.
43
REFERÊNCIAS:
KUZAKA, B. et al. Fournier's Gangrene: Clinical Presentation of 13 Cases. Medical science monitor: international medical journal of experimental and clinical research, v. 24, p. 548, 2018. CHERNYADYEV, Sergey A. et al. Fournier’s Gangrene: Literature Review and Clinical Cases. Urologia internationalis, p. 1-7, 2018. MALUF, Maira Marranghelo; NASRALA, Ana Flávia Soares; HENRY, Pedro. Síndrome de Fournier. REVISTA COORTE, n. 04, 2017. AZEVEDO, Cassius Clay S. F. Et al. SÍNDROME DE FOURNIER: UM ARTIGO DE
REVISÃO. REVISTA ELETRÔNICA, N. 15, 2016.
CIRURGIAS MÚLTIPLAS EM PACIENTE COM MEGAESÔFAGO
IDIOPÁTICO, HÉRNIA INCISIONAL VOLUMOSA E CISTO OVARIANO
Raphael Paiva Cock Ferreira; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos
Santos Silva; Leticia Colodetti Zanandréa; Rafael Leite Aguilar
Introdução: Cirurgias múltiplas são procedimentos em que cirurgias são
realizadas em locais diferentes durante a mesma operação. Os riscos estão
ligados ao tempo de indução anestésica, ao risco de contaminação e o pós-
operatório, mas se tornam uma opção dependendo da situação do paciente e do
tempo na fila de espera em caso de procedimentos individualizados.
Descrição do caso: Feminino, 50 anos, diagnosticado megaesôfago devido
quadro de disfagia progressiva há 10 anos. Há 5 tem que assumir a posição
sentada para dormir. Ao exame físico, hérnia incisional volumosa em hipocôndrio
direito. Antecedentes: HAS tratada com losartana e hidroclorotiazida; apendicite
aguda corrigida por videolaparoscopia; incontinência urinária corrigida com
colocação de faixa Sling, cisto ovariano à direita. Equipe cirúrgica ginecológica
e gastrointestinal optaram por intervenção cirúrgica múltipla, realizando uma
Salpingooforectomia à direita + Cardiomiotomia à Heller e fundoplicatura à Pinotti
+ Hernioplastia incisional com técnica de Lázaro da Silva com colocação de tela
fixadora. Apesar da cirurgia de longa duração (07 horas), não houve
44
intercorrências e a paciente recebe alta depois de 5 dias apenas mantendo
tratamento clínico.
Comentários: O caso mostra que cirurgias múltiplas são uma opção em
pacientes poliqueixosos, com grande limitação funcional e impacto grave na
qualidade de vida. Lembrar que o procedimento ocorreu de maneira eletiva e
que a paciente possuía poucas comorbidades e estas bem controladas. A
experiência da equipe de cirurgiões, a vontade da paciente e o controle de
comorbidades são pontos a serem levados em conta antes de se optar por
cirurgias múltiplas.
LOBECTOMIA TERAPÊUTICA EM PACIENTE COM
PARACOCCIDIOIDOMICOSE BOLHOSA GIGANTE QUE EVOLUIU COM
PNEUMOTÓRAX E SEPSE: RELATO DE CASO
Raphael Paiva Cock Ferreira; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos
Santos Silva; Leticia Colodetti Zanandréa; Rafael Leite Aguilar
Introdução: A paracoccidioidomicose é uma infecção fúngica sistêmica,
endêmica em áreas subtropicais, causada principalmente pelo paracoccidioides
brasilienses que acomete, majoritariamente, homens adultos.
Descrição do caso: Masculino, 50 anos, admitido na emergência com queixa
de dispneia há dois dias em repouso, associada a dor em hemitórax esquerdo e
tosse com expectoração amarelada. Nega demais queixas. Diagnóstico de
paracoccidioidomicose há cerca de um ano, com duas descompensações no
período; hipertensão pulmonar (pressão de 78 mmHg); carcinoma epidermóide
in situ em terço médio esofágico; tabagista 70 maços-ano e alcoolismo de longa
data. Identificado pneumotórax que foi devidamente drenado. À tomografia
computadorizada foi observada lesão bolhosa medindo 5,4cm em seu maior
eixo, com pneumotórax e atelectasia restritiva, além de pneumopatia intersticial
em bases pulmonares e bronquiectasias no lobo médio e inferior do pulmão
direito. Diagnóstico de pneumotórax espontâneo por ruptura de bolha. Após uma
semana evolui para sepse de foco pulmonar sendo tratada com Piperacilina +
45
Tazobactam. Após estabilização optou-se pela lobectomia do lobo superior
direito. Durante a cirurgia foi identificado encarceramento pulmonar resolvido
com decorticação. Relato de intubação difícil pela anestesia e cirurgia de seis
horas de duração. Transferido para unidade de terapia intensiva, tendo melhora
significativa, sem complicações, recebendo alta oito dias após cirurgia.
Comentários: A infecção por P brasiliensis evoluir para sepse é um fenômeno
raro na literatura, principalmente em quadro de infecção crônica e paciente
imunocompetente. A lobectomia foi escolhida como forma de remover o foco
infeccioso da sepse e mostrou-se uma opção terapêutica em casos de
paracoccidioidomicose bolhosa.
COLECISTITE AGUDA: UM RELATO DE CASO
Ederline Vanini de Brito; Nelson Coutinho Bechara
Introdução: A colecistite consiste na inflamação da vesícula biliar geralmente
secundária a obstrução do canal cístico. Vários fatores colaboram para o
desencadear do processo inflamatório. Quando a obstrução cística persiste, o
processo inflamatório pode culminar com formas complicadas de colecistite
aguda, como: vesícula enfisematosa, necrotizante, perfuração e fístula bilio-
entérica, além da possibilidade de infecção bacteriana em 80% das situações,
sendo a E. coli o microrganismo mais comum.
Descrição do caso: paciente, masculino, 68 anos, dor abdominal difusa,
associada a ausência de flatos e evacuações. Hipertenso, diabético, além de
sequelas neurológicas de AVC. Ao exame físico apresentava-se consciente,
orientado, anictérico, abdome globoso, doloroso à palpação superficial e
profunda, sem sinais de irritação peritoneal. Foram solicitadas radiografia
simples de tórax e abdome assim como uma TAC evidenciando distensão de
alças intestinais e vesícula de paredes espessadas, os exames laboratoriais
apontaram leucocitose de 24.500 e fosfatase alcalina=360. Desta forma, foi
indicada uma laparotomia exploratória.
Comentários: Essas doenças vesiculares são patologias do aparelho digestivo
de alta prevalência e que aumentam com a expectativa de vida. Sintomas
46
específicos podem proporcionar diagnóstico precoce e diminuir a
morbimortalidade decorrente da colecistite. Na colecistite complicada o paciente
apresenta na maioria das vezes pouquíssimo sinais e sintomas clássicos da
colecistite aguda, o que retarda o diagnóstico e o expõe a situação de extrema
gravidade como a sepse. Assim, é importante que seja aprofundado o
conhecimento acerca das formas graves, visando diminuir o tempo de exposição
à inflamação, infecção e obstrução, diminuindo as complicações intra e pós-
operatórias.
ESOFAGECTOMIA SUBTOTAL COMO PROPOSTA DE TRATAMENTO À
CARDIOMIOTOMIA DE HELLER REFRATÁRIA NO MEGAESÔFAGO
CHAGÁSICO
Leticia Colodetti Zanandréa; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos Santos
Silva; Rafael Leite Aguilar; Raphael Paiva Cock Ferreira
Introdução: O megaesôfago chagásico ocorre devido à destruição dos plexos
nervosos da parede esofágica pelo Trypanossoma cruzi, resultando em
diminuição do peristaltismo e hipertonia do esfíncter esofagiano inferior (EEI) da
parede esofágica. Os principais sintomas são disfagia e perda de peso.
Descrição do caso: Feminino, 50 anos, com sorologia positiva para Chagas,
megaesôfago diagnosticado devido quadro de disfagia progressiva há 10 anos
associada à dor retroesternal após refeições. Em 2013, foi submetida à
cardiomiotomia de Heller em razão de megaesôfago chagásico não avançado.
Após um ano e meio de evolução pós-operatória observou-se recidiva dos
sintomas de seu quadro clínico de megaesôfago. Ao exame físico, apresentava
bom estado geral e emagrecimento significativo. Antecedentes: HAS tratada com
losartana e hidroclorotiazida; apendicite aguda corrigida por videolaparoscopia.
Devido às queixas da paciente e bom controle pressórico, equipe cirúrgica optou
por esofagectomia subtotal. Paciente permaneceu com sonda nasoenteral e
dreno abdominal tubulolaminar por oito dias para monitorar formação de fístulas
47
na linha de sutura. Houve boa resposta aos procedimentos realizados, não
havendo intercorrências.
Comentários: O tratamento de escolha para o megaesôfago chagásico é
cirúrgico. Nos casos não avançados, opta-se pela cardiomiotomia de Heller; já
nos avançados, pode-se optar pela esofagectomia subtotal, mucosectomia ou
cirurgia de Serra-Dória. As taxas de recidiva após a cardiomiotomia, com
necessidade de reabordagem cirúrgica são significativas, como no caso em
questão. Paciente evoluiu bem, no entanto, deve-se lembrar que o tratamento
cirúrgico para o megaesôfago chagásico, apesar de ser o mais indicado, não
está sempre isento de complicações e recidivas.
FISTULOTOMIA COMO TRATAMENTO DE CRIPTA INFECTADA EM
PACIENTE COM ABSCESSO ANORRETAL
Leticia Colodetti Zanandréa; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos Santos
Silva; Rafael Leite Aguilar; Raphael Paiva Cock Ferreira.
Introdução: O abscesso anorretal ocorre a partir de contaminação de uma
glândula anal, secundária a uma criptite (normalmente em razão de infecção),
podendo, em sua etiologia, evoluir para fístula anorretal com drenagem do
abscesso.
Descrição do caso: Feminino, 39 anos, queixando de dor em região glútea
baixa, iniciada há 5 dias, associada a febre, mesmo em vigência de paracetamol.
Procura atendimento apresentando abscesso perianal ao exame físico
admissional de grande volume, com pequeno ponto de flutuação e, então
realizada drenagem parcial do abscesso em pronto-socorro para alívio
sintomático, com saída de grande quantidade de secreção. Ademais, abdome
flácido, indolor, sem sinal de irritação peritoneal, curativo compressivo no glúteo,
com uma gaze deixada dentro da incisão realizada. Paciente é, então, internada
em enfermaria de cirurgia geral para manter antibioticoterapia e
acompanhamento clínico. A conduta foi dieta zero, solicitação de exames
laboratoriais e TC de pelve. Após drenagem, houve persistência de trajeto
48
fistuloso, com eliminação contínua de secreção purulenta, exigindo correção de
fístula anorretal cirúrgica, adicionado a necessidade de tratar cripta infectada.
Identificada a cripta, efetuou-se ampla abertura de trajeto, desde a cavidade do
abscesso até cripta infectada, deixando a ferida aberta para completa
cicatrização (fistulotomia).
Comentários: Os abscessos, após diagnosticados, possuem tratamento
essencialmente cirúrgico. Deverão ser sempre drenados, não aguardando
flutuação. É comum, após drenagem, haver persistência de trajeto fistuloso,
exigindo nova cirurgia para correção. Nos processos superficiais, a drenagem
pode ser realizada sob anestesia local, ambulatorialmente. Já nos abscessos
profundos, deve ser efetuada sob bloqueio medular, em centro cirúrgico.
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO SECUNDÁRIO A VOLVO DE SIGMÓIDE:
UM RELATO DE CASO
Ederline Vanini de Brito; Nelson Coutinho Bechara
Introdução: O volvo é a torção de uma víscera oca em torno de sua fixação e
pode ocorrer em qualquer segmento do trato digestivo. Trata-se uma emergência
cirúrgica sendo importante causa de obstrução intestinal. Hábitos de constipação
voluntária, dieta rica em fibras vegetais, gravidez e bridas pós-operatórias
também têm sido identificados como fatores de risco. O quadro clínico apresenta
distensão abdominal, dor abdominal e constipação, fazendo parte do espectro
do abdome agudo obstrutivo.
Discussão do caso: Paciente masculino, 63 anos de idade, com história de dor
abdominal difusa associada a náuseas e vômitos, evoluindo com constipação,
ausência de flatos e recusa alimentar. Ao exame físico, taquicardíaco,
acianótico, afebril, desidratado, anictérico, distensão abdominal doloroso sem
sinais de irritação peritoneal. Realizada radiografia e TAC de abdome
evidenciando abdome agudo obstrutivo. Foi realizada laparotomia encontrando-
se dilatação de sigmoide em sua topografia com sinais de isquemia e
comprometimento de sua viabilidade seguido de secção de coto proximal e distal
invaginante em coto distal com exteriorização de alça proximal em flanco
49
esquerdo. Paciente no sexto mês de pós-operatório, foi realizado o
restabelecimento do trânsito intestinal.
Comentários: Volvo é mais frequente em homens entre a 4ª e 8ª décadas de
vida e a mortalidade é inferior a 7% na ausência de necrose intestinal. A maioria
dos pacientes apresenta dor em cólica, distensão abdominal, constipação e
náuseas. Devendo ser investigado com cautela devido aos riscos cirúrgicos e
suas complicações fatais inerentes da patologia, inespecíficos e tardios. O rápido
diagnóstico permite uma conduta adequada e menor morbimortalidade.
O IMPACTO PSICOSSOCIAL EM INDIVÍDUOS OSTOMIZADOS - REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Ana Paula Ribeiro Perini; Fernando Henrique Rabelo Abreu dos Santos; Juliana
Suave Mayrink; Lucas Vieira Pinto.
Objetivo: Elaborar um referencial teórico sobre os impactos psicossociais em
indivíduos ostomizados; fornecer aos profissionais de saúde informações atuais
sobre aspectos psicossociais que influenciam na qualidade de vida do paciente
que possui ostomia e avaliar possíveis condutas médicas que devem ser
adotadas visando o cuidado aos aspectos psicossociais que influenciam
negativamente a vida do indivíduo ostomizado.
Métodos: Revisão bibliográfica, na qual foram examinados artigos originais no
PubMed, publicados nos últimos 5 anos e realizados em humanos. As palavras-
chave utilizadas foram “ostomy”, “adaptation, psychological” e “public health”.
Foram incluídos os estudos que abordaram o impacto psicossocial em pacientes
ostomizados.
Resultados: a maioria dos artigos citam uma série de mudanças a nível
fisiológico e psicossocial, vivenciadas pelo paciente ostomizado. Os sentimentos
mais relatados incluem raiva, frustração, ansiedade e perda da autoestima.
Muitos estudos analisados propuseram manejos clínicos para cuidar do paciente
de forma holística, dentre estes inclui-se: apoio da equipe médica na educação
do paciente, apoio familiar e terapias cognitivo-comportamentais e de apoio em
50
grupo. Além disso, foi evidenciado que maiores índices de auto aceitação estão
relacionados com melhora da qualidade de vida do indivíduo.
Conclusão: Os principais problemas apresentados foram: ansiedade,
depressão, má imagem corporal, problemas sexuais, comprometimento nas
relações sociais e problemas de ajustamento, assim como sentimento de
frustração, constrangimento e medo. As relações sociais, o apoio do parceiro e
o apoio familiar foram considerados importantes para o paciente, além da
atuação dos profissionais de saúde, que devem prestar assistência psicossocial
no período pré e pós-ostomia.
O USO ROTINEIRO DO DRENO EM TIREOIDECTOMIAS: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE
Eron Machado Cobe; Lucas Venturini de Rezende Mendes Glória; Luciano
Ronchi dos Santos; Marcus Vinícius Correia Silva.
Objetivo: O propósito desta meta-análise é avaliar o uso rotineiro do dreno em
pacientes submetidos a tireoidectomia. Demonstrar os malefícios e/ou benefícios
do uso do dreno em pacientes submetidos a esse procedimento cirúrgico.
Analisar se existe significância estatística entre as complicações pós-operatórias
relacionadas ou não com o uso do dreno que influenciam na morbidade do
paciente. Avaliar se houve diferença no tempo de internação do grupo Drenado
e Não Drenado.
Métodos: Após uma revisão sistemática utilizando as plataformas MEDLINE e
LILACS, foram selecionados 4 ensaios clínicos randomizados. Artigos não
randomizados, abordagem com linfadenectomia, bócio retroesternal, e
coagulopatia foram excluídos.
Resultados: Analisamos 4 estudos, nos quais o total de pacientes foi de 866,
sendo 434 no grupo Drenado e 432 no grupo dos pacientes Não Drenados. Os
resultados demonstraram: associação entre o uso de dreno e a incidência de
reoperação (POR = 4.50, 95% IC, 1.12 – 18.08, P = 0.03); O risco de infecção
foi significantemente maior no grupo de pacientes drenados. (POR = 4.14 95%
51
IC, 1.81 – 9.49, P = 0.0008); O tempo de internação hospitalar se mostrou
prolongado no grupo dos pacientes submetidos ao procedimento com drenagem
(Diferença média = 0.98, 95% IC, 0.48 – 1.48, P = 0.0001).
Conclusão: Concluímos que o uso do dreno deve ser individualizado, uma vez
que seu uso pode estar associado ao aumento de algumas complicações,
sobretudo infecções e reoperações. Encorajamos o uso seletivo do dreno.
A NECESSIDADE DE CRIAÇÃO DO CURRÍCULO LATTES ENTRE
ESTUDANTES DE MEDICINA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA
ACADÊMICA
Maria Ingrid Barbosa Passamani; Yasmin de Rezende Beiriz; Américo Carnelli
Bonatto; Mariana Stefenoni Ribeiro; Guilherme Maia Costa Varejão Andrade;
Carlos Eduardo David de Almeida.
Objetivos: Sabe-se que o currículo Lattes, criado em agosto de 1999, tornou-
se um padrão nacional no registro da vida pregressa e atual dos estudantes e
pesquisadores do país. Assim, esse trabalho objetiva descrever a experiência
dos membros da Liga Acadêmica de Anestesiologia do Espírito Santo
(LIANES) com o Currículo Lattes.
Métodos: Um questionário qualitativo foi criado no “Google Forms” e enviado
para 21 estudantes de Medicina da LIANES durante uma reunião científica. O
questionário abordou sobre o conhecimento acerca do currículo Lattes, o
desejo de criar, para os que não possuem e o recebimento de instruções
acerca do currículo. Após a resposta do questionário, os diretores da liga
orientaram aos membros a importância do currículo atualizado.
Resultados: Os 21 participantes sabem o que é currículo Lattes, 17 (80,95%)
possuem currículo e 4 pretendem criá-lo. 13 (76,47%) criaram por
determinação de alguma disciplina na faculdade, 3 (17,64%) criaram para se
inscrever no programa de Iniciação Científica e Tecnológica e apenas 1 criou
para, exclusivamente, manter atualizada suas atividades curriculares. Além
52
disso, apenas 4 alunos que apresentam currículo (23,52%) criaram sem
instruções prévias.
Conclusões: Os resultados ressaltam a importância das disciplinas de incentivo
à pesquisa e nota-se que exigir currículo Lattes para se inscrever no programa
de Iniciação Científica e Tecnológica é um meio de fomentar sua criação. Desse
modo, observa-se a importância das ligas acadêmicas, devido ao acesso à
grande quantidade de estudantes, se envolverem em assuntos de cunho
científico, em especial um dos mais básicos, a criação do currículo Lattes.
AVALIAÇÃO DO TIPO DE PELE DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM
PROGRAMA DE RASTREAMENTO DE CÂNCER DE PELE NA REGIÃO
METROPOLITANA DE VITÓRIA, ES.
Caroline Feitosa Dibai de Castro; João Basílio de Souza Filho; Francine Alves
Gratival Raposo; Letícia Zanotti Duccini; Luiza de Aguiar Lima; Rafael Moura
Castro
Objetivo: Identificar o tipo de pele (com base na escala de Fitzpatrick) prevalente
nos pacientes com lesões cutâneas (Carcinoma Basocelular/Carcinoma
Espinocelular/Melanoma) participantes do projeto Salve Sua Pele, consultados
no ambulatório de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
(HSCMV).
Método: Trata-se de um estudo quantitativo observacional retrospectivo. A
amostra foi constituída pelos pacientes do Projeto Salve sua Pele no período de
Jan/2014 a Dez/2016 que realizaram biópsia com suspeita de neoplasias. Para
a coleta de dados foi utilizado um formulário próprio que continha a escala de
Fitzpatrick. Os dados foram lançados em planilha de Excel 2010.
Resultados: Foram avaliados 658 pacientes, dentre os quais o tipo de pele mais
prevalente foi o tipo 2 que apresentou 38,4%. O tipo 1 apresentou 37,2%, o tipo
3 apresentou 12,5% e o tipo 4 apresentou 2% da amostra total. Nenhum paciente
foi enquadrado no tipo de pele 5. Ressalta-se que 9,9% dos pacientes não
informaram tipo de pele.
53
Conclusão: Houve maior prevalência dos tipos de pele 1 e 2, o que vai ao
encontro da literatura científica no tocante a relação direta do câncer de pele com
o tipo de pele. Percebe-se assim, a necessidade de promoção da saúde e
prevenção dessa doença na população, assim como medidas de proteção solar
para evitar o surgimento de lesões neoplásicas.
PERFIL DAS INFECÇÕES EM SÍTIO CIRÚRGICO CAUSADOS POR GRAM-
NEGATIVOS PRODUTORAS DE Β-LACTAMASES DE ESPECTRO
ESTENDIDO (ESBL)
Carolina Frizzera Dias; Victor Peyneu Poncio; Gabriel Toledo dos Santos; Pedro
Hemerly Figueiredo; Maria das Graças Silva Mattede; Cristiana da Costa Gomes.
Objetivos: Descrever o perfil de pacientes que apresentaram Infecção de sítio
cirúrgico (ISC) por Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae produtoras de β-
lactamases de espectro estendido (ESBL), se houve uso prévio de
antimicrobianos e se foi feito ajuste de terapia conforme o resultado das culturas.
Metodologia: Análise retrospectiva de casos de pacientes com quadro
sugestivo de ISC em que houve crescimento de Escherichia coli e Klebsiella
pneumoniae produtoras de ESBL.
Resultados: Entre 2012 e 2016 tivemos 21 pacientes com ISC por gram-
negativos produtores de ESBL, sendo 15 (71,4%) por K. pneumoniae e 6 (28,6%)
por E. coli. Em relação ao tipo de cirurgia, 9 (42,8%) após cirurgias abdominais,
8 (38,1%) após cirurgias ortopédicas, 3 (14,3%) após cirurgias ginecológicas e 1
(4,8%) após cirurgia urológica. Em 17 casos (81%) houve uso prévio de
antimicrobiano para tratamento de infecção ou antibioticoprofilaxia e o mais
utilizado foi o Ceftriaxone (9 casos – 42,8%). No tratamento, em 15 situações
(71,4%) foi utilizado o antibiótico correto, iniciados após cultura. O mais utilizado
foi o Meropenem (14 casos – 93,3%). Em apenas 1 caso foi utilizado
Cirprofloxacina, pois o antibiograma mostrava sensibilidade e o paciente tinha
condições de desospitalização. Nos demais 6 casos (28,6%) o antibiótico não foi
54
ajustado mesmo após o resultado da cultura e do antibiograma e esses pacientes
apresentaram melhora clínica.
Conclusão: Atentar ao aumento de ISC causados por bactérias ESBL,
especialmente em pacientes que fizeram uso prévio de Cefriaxona. Coleta de
culturas e ajuste do tratamento conforme o resultado é importante para melhor
resposta clínica.
ABSCESSO HEPÁTICO COM DRENAGEM ESPONTÂNEA PELA PAREDE
ABDOMINAL
Anna Carla Silveira Rodrigues; Lara Alves Paiva; Letícia Araújo Machado; Joyce
Duda Gonçalves; Ruston Louback da Mata Filho
Introdução: O abscesso hepático geralmente é causado por bactérias e em
menor incidência por protozoários ou fungos. A incidência do abscesso hepático
piogênico tem aumentado e a taxa de mortalidade variado de 8% a 31%,
tornando-o uma doença de relevância mundial.
Descrição do caso: M.F.F., 59 anos, mulher, hipertensa, internada há duas
semanas com quadro de hemorragia digestiva alta. Dois dias após sua alta
evoluiu com forte dor abdominal, febre, hiporexia e sinais flogísticos em região
epigástrica. Realizou-se drenagem e posterior internação. Iniciou-se
antibioticoterapia. Ao exame físico apresentava secreção purulenta, com odor
fétido e exteriorização em região epigástrica, ruídos hidroaéreos positivos,
abdome flácido, doloroso em região epigástrica com massa palpável de
aproximadamente 10mm. Eliminações fisiológicas presentes, estável
hemodinamicamente e afebril. Tomografia computadorizada de abdome total
apresentou abscesso abdominal hepático bem delimitado e fistulização cutânea.
Ultrassonografia, apresentou coleção hipoecoica em lobo hepático esquerdo de
52mL, esplenomegalia e ausência de líquido livre intraperitoneal. Após cinco
dias essas dimensões reduziram-se a 23ml. Resultados negativos para
culturas de amebíase e actinomices.
55
Comentários: A drenagem percutânea apresenta menor morbidade, sendo
indicada quando o volume estimado do abscesso na ultrassonografia é superior
a 150cm ou quando a antibioticoterapia é ineficaz, já drenagem por laparotomia
se reserva a abscessos múltiplos, falhas na drenagem percutânea ou ruptura
espontânea. O diagnóstico de um abscesso hepático com drenagem espontânea
pela pele é de difícil reconhecimento, uma vez que se trata de uma manifestação
incomum. Contudo deve-se atentar para esta possibilidade a fim de evitar que
se protele o tratamento adequado.
METASTASECTOMIA PULMONAR E CÂNCER DE MAMA: RELATO DE
CASO
Taynara Oliveira Sena; Tássia Faller Tetemann; Rovena Onofre dos Santos;
Stéfany Jacobsen; Wagner Santos da Silva
O câncer de mama é a principal neoplasia na população feminina brasileira.
Consequentemente, o câncer de mama metastático (CMM) é considerado uma
doença sistêmica e 10-25% das pacientes têm envolvimento pulmonar isolado.
A ressecção é estratégia paliativa, contudo, para pacientes com doença
metastática limitada, a ressecção cirúrgica ou a radioterapia ablativa demonstrou
maior controle da doença a longo prazo comparada a terapia sistêmica isolada.
O.B.D.S.T, 40 anos, procedente de Baixo Guandu, implantou prótese mamária
em 2015, detectando posteriormente nódulo em região medial inferior da mama
direita, orientada ser um ponto cirúrgico invertido. Subsequentemente, notou
aumento e surgimento de mais dois nódulos, sendo informada que as suturas
teriam sido encapsuladas. Nos meses seguintes, surgiu um terceiro em região
axilar, doloroso à palpação. Realizou propedêutica para linfonodomegalia. Em
2016, fez nodulectomia axilar com biópsia, diagnosticando carcinoma ductal
infiltrante grau II, com necrose e invasão vascular. Iniciou quimioterapia e
realizou esvaziamento axilar direito, colocando expansor para radioterapia,
apresentando regressão dos nódulos mamários. Em 2017, evidenciou nódulos
pulmonares. Retornou à quimioterapia, realizou ressecção em lobo inferior
direito devido ao carcinoma metastático e biópsia excisional do lobo superior
56
direito detectando neoplasia não pequenas células. Alterou-se protocolo
quimioterápico e realizou segmentectomia pulmonar do lobo superior com
margens. Atualmente, sem nódulos suspeitos, continua com mesmo tratamento,
programando-se para retirada de expansor em agosto. Estudos demonstraram
possíveis melhoras na sobrevida após metastasectomia pulmonar para
pacientes com CMM. Como a morbimortalidade da ressecção pulmonar vem
diminuindo, esse procedimento deve ser analisado, identificando pacientes que
se beneficiarão do procedimento.
Palavras-Chave: câncer de mama; metastasectomia; carcinoma pulmonar;
cirurgia.
REMOÇÃO DE FECALOMA EM PACIENTE PÓS COLOSTOMIA
Raphael Paiva Cock Ferreira; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos
Santos Silva; Leticia Colodetti Zanandréa; Rafael Leite Aguilar
Introdução: A formação de fecaloma é comum em pacientes com afecções do
sistema nervoso autônomo do intestino grosso, pacientes psiquiátricos e,
principalmente, em pacientes idosos que sofrem de constipação crônica. Os
sintomas, na maior parte dos casos, são inespecíficos (diarreia de
transbordamento, constipação, perda de peso, vômitos, desconforto abdominal).
Descrição do caso: Masculino, 91 anos, portador de insuficiência cardíaca.
Histórico de 2 AVE’s prévios, sendo o último ocorrido há mais de 1 ano. Deu
entrada no pronto socorro queixando-se de constipação associada à vômitos,
distensão e dor abdominal difusa, há 7 dias. Relata realização de colostomia em
2016 devido sub-oclusão intestinal a nível de cólon sigmóide (imagem
estenosante de 4 cm). Ao exame físico o paciente encontrava-se em regular
estado geral, pouco desorientado, anictérico, acianótico, afebril; auscultas
cardíaca e respiratória normais; abdome flácido, doloroso e timpânico à
percussão, ruídos hidroaéreos positivos e presença de colostomia. Foi solicitada
tomografia computadorizada de abdome total cujo resultado evidenciou:
volumosa distensão gástrica, com níveis hidroaéreos internos, importante
dilatação das alças jejunais, predominando no hipocôndrio e flanco esquerdos
57
com níveis hidroaéreos internos. Foi realizada extração manual do fecaloma e
prescreveu-se medidas laxativas.
Discussão: O fecaloma deve ser considerado no diagnóstico diferencial de
qualquer paciente com história de constipação crônica, massa abdominal ou
complicações intestinais. Geralmente o tratamento conservador através de
evacuação digital e enemas, é eficaz. Porém em casos graves e recidivantes, a
abordagem cirúrgica faz-se necessária para evitar complicações significativas
(obstruções, ulceração, megacólon).
DIAGNÓSTICO TARDIO DE CÂNCER COLORRETAL A DESPEITO DE
HISTÓRICO FAMILIAR IMPORTANTE: ERRO MÉDICO?
Raphael Paiva Cock Ferreira; Ana Beatriz da Silva Barbosa; Leonardo dos
Santos Silva; Leticia Colodetti Zanandréa; Rafael Leite Aguilar
Introdução: O câncer colorretal, quando localizado à direita, possui
sintomatologia menos evidente do que quando à esquerda, podendo manifestar
sintomas inespecíficos ou anemia ferropriva. O histórico familiar é um fator de
risco, devendo ser interrogado e investigado nos pacientes.
Descrição do caso: Feminino, 59 anos, investigando anemia há 3 anos, com
perda de 12 quilos no período, em uso de sulfato ferroso. Nega comorbidades
ou cirurgias prévias. Antecedentes familiares: Mãe com câncer de mama, pai
faleceu aos 60 anos devido câncer de cólon e irmão com diagnóstico de câncer
colorretal aos 45 anos. Paciente relata que, apesar de ter acompanhado a
evolução médica de seu pai e irmão, nunca foi orientada que ela própria deveria
fazer exames de investigação. Solicitada TC de abdome e tórax que mostra
lesão em cólon ascendente, sem demais alterações. À colonoscopia apresenta
lesão vegetante em cólon ascendente, confirmado, por biópsia, adenocarcinoma
in situ. Realizada colectomia direita com anastomose primária, sem
intercorrências. Paciente recebe alta e parentes de primeiro grau são
convocados na consulta de retorno. Segue em manejo clínico e seus parentes
de primeiro grau estão sob vigilância colonoscópica.
58
Discussão: O rastreio de câncer colorretal é recomendado a partir dos 50 anos.
Caso parentes de primeiro grau com esse diagnóstico, a vigilância deve começar
aos 45 anos ou 10 anos antes da idade do parente ao diagnóstico, o que vier
primeiro. No caso, a paciente relatou nunca ter sido orientada a realizar rastreio,
evidenciando uma falha da equipe médica para diagnóstico precoce dessa
condição.
RELATO DE CASO: ÚLCERA DE MARJOLIN.
Ábila Dutra Oliveira; Marina Bonifácio Gomes Laignier Nolasco; Rúbia Soares de
Sousa Gomes; Luiza Gomes Santiago; Mayza Domiciano Araújo; Sergio Alvim
Leite.
Introdução: A úlcera de Marjolin é caracterizada como uma malignização sobre
lesões ulcerosas crônicas, cicatrizes e fístulas. As cicatrizes por queimaduras
correspondem a 75% dos casos. Pode ser classificada como aguda ou crônica,
sendo esta influenciada pelo ambiente inflamatório das úlceras e pela
abundância de materiais citotóxicos derivados das atividades dos macrófagos.
O objetivo do artigo é ressaltar a importância da prevenção, assim como o
diagnóstico precoce para melhor prognostico do paciente.
Descrição do caso: J.L.P.D., em 2010 percebeu crescimento de nódulo em 2
ocasiões após a excisão de miíase em dorso inferior direito, removeu-se
cirurgicamente sem biópsia. Em 2014, com a recidiva do nódulo, fez-se ablação
de sarcoma de, aproximadamente, 5 kg na região, sem sucesso na enxertia. No
mesmo ano, paciente foi diagnosticado e tratado um outro sarcoma no mesmo
local. Paciente volta ao atendimento em 2019 com queixa de deiscência de
cicatriz e secreção, à biópsia firmou o diagnóstico de úlcera de Marjolin:
dermatite crônica com acantose e acentuada hiperplasia pseudoepiteliomatosa
extensamente ulcerada.
Comentários: Úlcera de Marjolin é uma patologia incomum, de gênese
multifatorial, que ocorrem sobre locais de cicatrizes. Estes locais produzem um
ambiente propicio a carcinogênese. O prognóstico é ruim, sendo considerado
pior que os de neoplasias sobre peles íntegras. Além disso, devido ao alto nível
59
de agressividade e metastização demonstra ser de alta morbimortalidade. Desse
modo fica evidente a necessidade de diagnóstico e tratamento precoce, a fim de
evitar recidivas e proporcionar melhor qualidade de vida.
Palavras chave: Úlceras; Úlcera de Marjolin; Cicatrização de feridas.
REFERÊNCIAS: BAUK, Vanessa O. Zagne et al. Úlcera de Marjolin: relato de 12 casos. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 4, n. 81, p.355-358, jun. 2006. DINATO, Sandra Lopes Mattos e et al. Úlcera de Marjolin: relato de caso. Diagn Tratamento, São Paulo, v. 1, n. 20, p.4-7, jul. 2015. GARCIA-MARÍN, José Andrés et al. Úlcera de Marjolin: experiencia de 10 años en una unidad de pie diabético. Cirugía y Cirujanos, [s.l.], v. 84, n. 4, p.340-343, jul. 2016. MARTÍNEZ-RAMOS, D. et al. Úlcera de Marjolin sobre una úlcera venosa crónica: revisión de la bibliografía y comunicación de un caso. AngiologÍa, S.l., v. 1, n. 58, p.63-66, abr. 2006. RITZ FILHO, Gerson de Mattos; MARTINS, Maria Roberta Cardoso. Sarcoma pleomórfico em úlcera de Marjolin. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, Joinville, v. 1, n. 28, p.172-174, fev. 2013. RUIZ, Lucía González et al. Úlcera de Marjolin. Piel, [s.l.], v. 34, n. 5, p.302-306, maio 2019. TAVARES, Ermelindo et al. Úlcera de Marjolin associada a ulceração e osteomielite crônicas. Anais Brasileiros de Dermatologia, Santarém, v. 2, n. 86, p.366-369, maio 2010.
RELATO DE CASO: SÍNDROME DE MIRIZZI
Pedro Piassaroli de Abreu; Felipe de Souza Vial; Alessandro Mendes Miranda
Introdução: A síndrome de Mirizzi é uma forma rara (1%) e grave de doença
litiásica biliar. Consiste na impactação de cálculos biliares na região do
infundíbulo ou ducto cístico gerando fístula bilio-biliar com compressão
extrínseca do ducto hepático comum ou colédoco.
Descrição do caso: Paciento do sexo feminino, 42 anos, deu entrada no pronto
socorro com quadro de dor epigástrica que irradiava para hipocôndrio direito
60
associada a náuseas e vômitos. Paciente referiu ser portadora de colelitíase.
Exames físicos e laboratoriais foram compatíveis com pancreatite aguda biliar.
A colangio ressonância mostrou múltiplos cálculos na vesícula e ao longo do
colédoco e ducto hepático comum com pequena a moderada dilatação das vias
biliares intra-hepáticas e pancreatite leve. Sendo assim, indicado a
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Durante o exame
foram evidenciados múltiplos cálculos na via biliar e realizado papilotomia com
extração dos cálculos. Logo submetida a colecistectomia videolaparoscópica,
onde evidenciou cálculo na região infundibular comprimindo cerca de 2/3 da
região de transição entre ducto hepático comum e ducto colédoco.
Comentários: A síndrome de Mirizzi pode ser classificada de acordo com a
presença de fístula bilio-biliar e a extensão desta fístula sobre o ducto hepático
comum ou colédoco, sendo importante para definir o tratamento. O diagnóstico
é difícil e frequentemente feito intraoperatório. O tratamento cirúrgico da
síndrome de Mirizzi requer cuidado e habilidade na dissecção da via biliar para
realizar a colecistectomia. Nesse caso, foi optado por uma colecistectomia com
coledocoplastia videolaparoscópica.
RELATO DE CASO: HÉRNIA DE AMYAND
Pedro Piassaroli de Abreu; Felipe de Souza Vial; Alessandro Mendes Miranda
Introdução: A hérnia de Amyand foi descrita em 1735 por Claudius Amyand. É
a presença de apendicite aguda no interior de um saco herniário inguinal. Hoje,
o termo é empregado também nas situações em que o apêndice vermiforme não
se encontra inflamado. A condição é rara e sua incidência é de aproximadamente
0,13%. O quadro clínico é variável e pode apresentar-se como uma hérnia
inguinal redutível ou irredutível, hérnia inguinal estrangulada, apendicite leve ou
apendicite grave com ou sem irritação peritoneal. O diagnóstico pré-operatório é
raro, sendo frequentemente feito durante o tempo intraoperatório.
Descrição do caso: Paciente sexo masculino, 15 anos, deu entrada no pronto
socorro com quadro de dor abdominal difusa e intensa, mais localizada em fossa
61
ilíaca direita, associada a febre a 2 dias. Exame físico mostrou defesa abdominal
à palpação sendo indicado videolaparoscopia de urgência com suspeita de
apendicite aguda grave. Durante a cirurgia foi evidenciado apendicite aguda com
base preservada, bloqueada e perfurada (abscesso com secreção purulenta) em
orifício de hérnia inguinal direita.
Comentários: Após o diagnóstico de hérnia de Amyand é importante classificá-
la (Losanoff e Bason ou Fernando e Leelartre) para indicar o tratamento. Mesmo
com as classificações, a abordagem cirúrgica é variável, devendo ser adequada
para o doente e à experiência do cirurgião. Nesse caso foi optado por uma
apendicectomia. A reparação da hérnia foi deixada para uma cirurgia em um
segundo momento devido a friabilidade do tecido peritoneal no momento da
cirurgia.
INTRODUÇÃO DA ANTIBIOTICOTERAPIA PRECOCE COMO FORMA DE SE
EVITAR A EVOLUÇÃO DE ABSCESSOS PERIANAIS PARA SÍNDROME DE
FOURNIER
João Pedro Lima Trindade; Fernanda Alves Luz; Rafael Nakahara Melo;
Hemerson Garcia de Oliveira Silva; Valeriano Martins Medina; Carlos Ardel
Colombo.
Introdução: A síndrome de Fournier caracteriza-se por uma infecção de partes
profundas com rápida progressão, que acomete a região perineal/genital
gerando destruição tissular do tecido subcutâneo. Sua etiologia mais frequente
provém de abscessos perianais, sendo de extrema importância o tratamento
adequado e precoce para prevenção de complicações graves, como Fournier.
Descrição do caso: V.B.S, sexo masculino, 63 anos, hipertenso de longa data,
alcoólatra, tabagista 35 maços/ano, higiene não habitual. Procurou atendimento
na UPA de Manhuaçu-MG no dia 11/06/19, queixando-se de “ferida na região de
nádega direita” iniciada há 10 dias, com intensa flogose, incapacidade de
eliminação de fezes e flatos, distensão e dor abdominal. Febre (39ºc) há 07 dias.
Ao exame, região perianal endurada com presença de flutuação sem orifício de
62
drenagem. Realizado drenagem com saída abundante de secreção purulenta,
administração de ceftriaxona e encaminhado para o Hospital César leite de
Manhuaçu. Evoluindo com ampliação da área de acometimento do abscesso,
piora do estado geral, modificação do esquema antibiótico para Clindamicina
2,4g/dia + Ampicilina 4g/dia+ Amicacina 500mg/dia durante 15 dias. Vem
apresentando melhora geral do quadro, sinais vitais estáveis, parada da
evolução das úlceras, em involução.
Comentários: Abscessos e fístulas representam 60-70% das supurações
perianais, estimando-se uma incidência de 1/10.000 habitantes/ano. Predomínio
de acometimento em homens. Devido quadro clínico muito semelhante com a S.
Fournier iniciou-se antibioticoterapia supracitada, esquema este diferente do
preconizado para o manejo da fasciíte necrosante –ampicilina, gentamicina,
clindamicina- visando à prevenção de possível progressão do caso com esta
síndrome. Paciente apresentou excelente resposta ao tratamento adotado.
PROFILAXIA COM ANTIBIOTICOTERAPIA EM CIRURGIA DE
COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA
Daniel Toledo Wernersbach; Heitor Buback Araújo
Objetivo: Este estudo visa compreender se a antibioticoterapia profilática em
cirurgia de colecistectomia laparoscópica é benéfica ou não.
Método: A revisão foi feita na base de dados do Pubmed/Scielo/LILACS
considerando artigos publicados entre 2009 e 2019. As publicações foram
selecionadas a partir dos termos: "Cholecystectomy”, “Laparoscopic” e
“Antibiotic Prophylaxis”, definidos pelo Medical Subject Heading (MeSH). Os
filtros utilizados foram: data de publicação (10 anos), idioma (português e
inglês), artigos em texto integral disponível, humanos e “best mach”,
considerando os demais critérios de inclusão e exclusão.
Resultado: Após análise dos artigos mais relevantes, as pesquisas
mostraram que o uso de antibiótico profiláticos aumenta a taxa de infecção
por superbactérias e envolve custos desnecessários, devendo ser usado
apenas em casos de alto risco, como derramamento de bile.
63
Conclusão: De acordo com a literatura, o índice de infecções pós-cirúrgicas
é inferior à 5%, concluindo- se que não há benefícios na antibioticoterapia
profilática em cirurgia de colecistectomia de baixo risco, excetuando-se
cirurgias para colecistite aguda desenvolvida há menos de 4 semanas. Não
obstante, em procedimentos cirúrgicos de alto grau, cabe avaliação técnica
para a utilização ou não da terapia profilática. Ressalta-se que esta profilaxia
deva ser utilizada com parcimônia, conhecendo a atual conjuntura da
resistência bacteriana.
DERMATOFRIBOSARCOMA PROTUBERANS EM PAREDE ABDOMINAL
Rodrigo Bertani Simão; Ruston Louback da Matta; Vítor Lelis Caldeira Rocha;
Júlia Esteves de Morais; Derley Thiago Silva Ribeiro
Introdução: O Dermatofibrosarcoma Protuberans é um tumor de pele com
malignidade intermediaria, apresenta como principal característica o seu
potencial de crescimento lento, infiltrativo e grande taxa de recidiva após sua
exérese. Acomete principalmente tronco e membros, sendo raro em parede
abdominal. O objetivo deste estudo é relatar um caso de Dermatofibrosarcoma
Protuberans em uma localização pouco frequente (parede abdominal) e sua
abordagem terapêutica.
Descrição Do Caso: Relata-se o caso de uma paciente, do sexo feminino, 55
anos, atendida no serviço de cirurgia geral de um hospital referência para a
microrregião de Manhuaçú, MG, e admitida devido a lesão expansiva em região
de flanco esquerdo com surgimento há 30 anos e crescimento expansivo há 3
anos, com a suspeita clínica de um Dermatofibrosarcoma Protuberans. Após
avaliação inicial foi solicitado exames de imagem e laboratoriais, sendo
evidenciado uma lesão expansiva em tela subcutânea com limites bem definidos
e regulares com realce importante na fase arterial, exames laboratoriais sem
alterações. Optou-se pela abordagem cirúrgica multidisciplinar, com exérese
total da lesão com margens de segurança e reconstrução através de retalho
fascio miocutâneo em fossa ilíaca esquerda. A paciente evoluiu sem
64
intercorrências recebendo alta hospitalar no 2º dia pós-operatório e
encaminhado para acompanhamento ambulatorial.
Comentários: O Dermatofibrosarcoma Protuberans é um tumor de evolução
lenta, sem sintomatologia exuberante, podendo complicar com metástases em
pulmão, cérebro, ossos e altas taxas de recidivas. A abordagem cirúrgica é um
tratamento com indicação precisa e neste caso sem complicações intra-
operatória e com boa evolução pós-operatória.
COLECTOMIA SEGMENTAR COM COLOSTOMIA À HARTMANN EM
PACIENTE COM DOENÇA DIVERTICULAR AGUDA
Luíza Araújo Diniz; Dr. Cirênio de Almeida Barbosa; Rayane Elen Fernandes
Silva; Thais Oliveira Dupin; Dr. Weber Moreira Chaves; Dr. Ronald Soares dos
Santos
Introdução: A diverticulose descreve a presença de divertículos protrusões
multicausais em forma de saco da parede colônica em pontos de fraqueza.
Doença diverticular é a diverticulose clinicamente significativa e sintomática,
tratando-se cirurgicamente 15% dos pacientes.
Relato de caso: Paciente JLRO, masculino, 60anos, diabético, foi admitido com
dor abdominal difusa há um dia. Relata calafrios, hiporexia, fezes em fita e nega
alterações urinárias, febre e vômitos. A tomografia computadorizada (TC) de
abdome total evidenciou pneumoperitôneo e divertículos nos cólons
descendente e sigmoide com densificação dos planos adiposos adjacentes na
região do segmento médio do sigmoide. Notou-se aorta com placas
ateromatosas calcificadas esparsas, hepatomegalia com esteatose acentuada e
litíase renal à esquerda medindo 3,0mm. Havia inflamação intensa no sigmoide
médio, percebido à inventário da cavidade. Liberou-se sigmoide e ligadura do
meso com seda 0, fez-se colectomia segmentar, exteriorização e confecção da
colostomia à Hartmann. Passados três dias, TC de abdome total evidenciou
coleção peritoneal de 2,1x1,5x2,2cm junto à borda interna da parede abdominal
anterior paramediana esquerda do hipogástrio, adjacente à cicatriz cirúrgica
65
infraumbilical, contendo líquido e gás de permeio. Nove dias pós-cirurgia,
percebeu-se abdome agudo e ferida operatória com sinais flogísticos, retirando-
se dois pontos desta para melhor drenagem local.
Comentários: Hartmann é o procedimento de dois estágios mais realizado,
envolvendo ressecção do segmento colônico doente e criação de colostomia
terminal e coto retal, com reversão futura da colostomia. Pacientes com
contaminação fecal da cavidade abdominal pós-cirúrgica têm colostomia
revertida após aproximadamente um ano; aqueles sem contaminação fecal, em
três a quatro meses.
PANCREATECTOMIA DISTAL PARA TUMOR DE PÂNCREAS
Luíza Araújo Diniz; Dr. Cirênio de Almeida Barbosa; Rayane Elen Fernandes
Silva; Thais Oliveira Dupin; Dr. Weber Moreira Chaves; Dr. Ronald Soares dos
Santos
Objetivos: A pancreatectomia distal consiste na remoção do corpo e da cauda
do pâncreas à esquerda da artéria e da veia mesentérica superior e pode ser
realizada por meio de uma abordagem aberta ou laparoscópica. Sabe-se que
complicações pós-operatórias são comuns, ocorrendo em até 40% dos
pacientes, por isso é imprescindível seu conhecimento para redução do tempo
de internação e de custos hospitalares.
Métodos: Analisou-se principais indicações, técnica cirúrgica e complicações
para ressecção de lesões do pâncreas distal a partir do trabalho publicado por
DONAHUE et al na plataforma UpToDate em 2019.
Resultados e discussão: A pancreatectomia distal é responsável por
aproximadamente 25% de todas as ressecções pancreáticas. Geralmente é
realizada para doenças malignas e pré-malignas do pâncreas, incluindo
adenocarcinoma pancreático, neoplasias císticas pancreáticas, tumores
neuroendócrinos e metástase isolada da glândula. As indicações benignas
incluem pancreatite crônica, pseudocistos pancreáticos e trauma associado à
ruptura ductal pancreática. Prefere-se abordagem anatômica retrógrada do
66
pâncreas com concomitante realização de esplenectomia. Caso a indicação
para a operação seja câncer ou uma massa ou cisto suspeito de câncer, deve-
se realizar uma laparoscopia antes de proceder à ressecção formal. Se não
houver evidência de irressecabilidade na laparoscopia, prossegue-se com a
ressecção pancreática. As principais complicações consistem em vazamento,
trombose da veia esplênica, diabetes mellitus dependente de insulina de início
recente, abscesso intra-abdominal, sangramento pós-operatório, sepse pós-
esplenectomia, fístula pancreática, insuficiência exócrina e endócrina. O
conhecimento adequado das principais complicações pós-operatórias é
crucial para o melhor manejo dos pacientes submetidos à pancreatectomia.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO PÂNCREAS ANULAR
Rayane Elen Fernandes Silva; Dr. Cirênio de Almeida Barbosa; Luíza Araújo
Diniz; Thais Oliveira Dupin; Dr. Weber Moreira Chaves, Dr. Ronald Soares dos
Santos
Objetivos: O pâncreas anular é uma anomalia congênita rara, caracterizada
por um anel de tecido pancreático ao redor da porção descendente do
duodeno. Associa-se à polidrâmnio materno e a anomalias congênitas, como
síndrome de Down, atresia esofágica e duodenal. Como cerca de dois terços
dos pacientes são assintomáticos, torna- se imprescindível diagnóstico
diferencial por meio da idade e da apresentação clínica.
Métodos: O estudo analisa o diagnóstico e o tratamento do pâncreas anular
a partir da análise do trabalho publicado por THUKRAL et al, na plataforma
UpToDate em 2019.
Resultados e conclusões: A prevalência do pâncreas anular varia de 5 a 15
por 100.000 adultos. Tal condição resulta da falha do broto ventral em girar
com o duodeno, causando envolvimento dele. A idade de início dos sintomas
depende da gravidade da obstrução duodenal. Deve ser suspeitado em
lactentes e crianças com intolerância alimentar, distensão abdominal e
vômitos. Em adultos, pode ocorrer dor abdominal, obstrução duodenal, úlcera
péptica, pancreatite. O diagnóstico é estabelecido pela presença de tecido
67
pancreático ao redor da porção descendente do duodeno na imagem
abdominal. Em lactentes, o diagnóstico definitivo ocorre durante a
laparotomia, sendo os achados radiográficos abdominais apenas sugestivos.
Em crianças mais velhas e em adultos, o diagnóstico é definido com uma série
gastrointestinal superior ou uma tomografia computadorizada abdominal,
respectivamente. Em crianças e adultos sintomáticos, sugere-se cirurgia de
bypass do anel (Grau 2C). Salienta-se que a avaliação clínica atenta e a
análise dos exames complementares tornam-se cruciais para o diagnóstico e
o manejo adequado.
GASTRECTOMIA SUBTOTAL EM PACIENTE COM ADENOCARCINOMA
GÁSTRICO
Rayane Elen Fernandes Silva; Dr. Cirênio de Almeida Barbosa; Luíza Araújo
Diniz; Thais Oliveira Dupin; Dr. Weber Moreira Chaves, Dr. Ronald Soares dos
Santos
Introdução: câncer gástrico é o segundo mais comum do mundo, sendo
frequente em idosos ≥70anos. O adenocarcinoma gástrico é o tipo histológico
mais recorrente- mais de 90% das neoplasias malignas estomacais.
Relato de caso: Paciente MLA, feminino, 84 anos, admitida com sintomas
dispépticos, plenitude, azia recorrente, perda de peso há quatro meses,
astenia e anorexia. Bom estado geral ao exame físico, lúcida, emagrecida
discretamente, mucosa hipocorada +/4+, escleras anictéricas e acianóticas,
linfonodos impalpáveis. A tomografia computadorizada de tórax e abdome
evidenciou espessamento parietal junto ao antro gástrico na curvatura menor
estomacal e estudo anatomopatológico da biópsia gástrica confirmou
adenocarcinoma gástrico moderadamente diferenciado invasor do cório e
ulcerado e pangastrite crônica associada à moderada atrofia antral e
metaplasia intestinal completa. Realizada gastrectomia subtotal com
linfadenectomia à D2 e reconstrução em Y-de-Roux com anastomoses
gastrojejunal e jejunojejunal.
68
Comentários: O estadiamento tumoral define prognóstico e tratamento
adequado, sendo procedimento padrão a gastrectomia subtotal ou total com
linfadenectomia à D2 para tratamento de tumores M0 e T2/T3/T4a segundo a
Japanese Gastric Cancer Treatment Guidelines-2010. Ascite, derrame pleural
ou linfadenopatias são sinais de metástases. A gastrectomia subtotal em Y-
de-Roux anastomosa o estômago remanescente a membro isoperistáltico
jejunal, desviando a drenagem biliar do remanescente gástrico. Caso o
membro seja muito curto, há risco de gastrite de refluxo biliar; se muito longo,
há possibilidade de Síndrome de Estase de Roux. Dentre as complicações
pós-gastrectomia, destacam-se hérnia interna, intussuscepção jejunal e
Síndrome de Dumping. Pode haver perda de peso (70-80% dos pacientes);
dor e dispepsia (70%); anemia (40-50%).
TRAUMA ABDOMINAL FECHADO COM LESÃO DE CECO: RELATO DE
CASO
Rodrigo Bertani Simão; Valeriano Medina; Marcos Vinicius Barroso; Henrique
Fajardo; Lucas Nunes Meireles; Yan Heringer de Oliveira
Introdução: O Trauma Abdominal Fechado (TAF) é comumente abordado nos
serviços de emergência e devido à sua gravidade é necessário avaliação e
conduta imediata. No TAF pode haver trauma de ceco, que ocorre em 9% das
lesões colorretais ocasionadas por traumatismo abdominal contuso, sendo
necessária a intervenção cirúrgica o mais rápido possível devido à grande
morbimortalidade desse tipo de lesão.
Descrição do caso: Paciente MGS, sexo masculino, 8 anos, deu entrada em
uma Unidade de Pronto Atendimento no dia 02/05/2019 vítima de acidente
ciclístico que culminou com quadro de dor abdominal com intensificação à
palpação, vômitos, hematoma em quadrante abdominal inferior direito. Á
abordagem clínica foi solicitado rotina radiológica para abdome agudo e exames
laboratoriais, que foram inconclusivos, sendo prescrito tratamento suporte. O
paciente evoluiu com quadro séptico e distensão abdominal, sendo solicitada
69
avaliação de emergência da cirurgia geral, a qual optou por uma laparotomia
exploradora. No intraoperatório foi evidenciado extravasamento de secreção
fecalóide para cavidade abdominal, ruptura de ceco de aproximadamente 3 cm.
Realizou-se colorrafia em dois planos e apendicectomia.
Comentários: O TAF continua sendo um desafio devido às variadas
manifestações clínicas e risco de morbimortalidade. No entanto, mesmo com
disponibilidade de exames de diagnóstico de imagem e a possibilidade de
tratamento conservador ainda há divergências quanto a melhor conduta em cada
caso. Quando o paciente apresenta quadro instável com contusão limitada ao
abdome a laparotomia exploradora é a conduta a ser tomada, sendo isso o que
foi feito no caso.
CISTO PERICÁRDICO: TRATAMENTO POR VIDEOTORACOSCOPIA
Gabriela Araújo Faber da Silva; Wagner Santos da Silva; Sibeli Machado
Gonçalves; Maximila de Oliveira Malta
Introdução: Os cistos pericárdicos (CPs) são raros, benignos, correspondendo
a 20% dos tumores de coração e pericárdio. Sua incidência é entra a quarta e
quinta década de vida e de caráter assintomático, manifestam-se como
deformidades arredondadas na silhueta cardíaca, mais comumente no ângulo
costofrênico direito, formado por líquido claro e de revestimento mesotelial ou
endotelial com uma parede fibrosa tênue. Seu diagnóstico é incidental através
de radiografia (RX) de tórax, ecocardiografia ou Tomografia Computadorizada
(TC) de tórax.
Relato de caso: Paciente, sexo feminino, 50 anos, cardiopata, asmática e
portadora de nódulo mamário, procurou Pronto Atendimento local decorrente de
dispneia por descompensação do quadro respiratório no qual, foi realizado RX
de tórax que evidenciou uma massa em mediastino. Foi encaminhada a cirurgia
torácica para seguir investigação e que, na TC de tórax mostrou massa
hipodensa, cística e bem delimitada, medindo 7,1 x 7,0 cm em mediastino
anterior adjacente ao pericárdio, sugerindo lesão cística congênita do
70
mediastino. A cirurgia foi indicada e a lesão retirada por videotoracoscopia
(VATS). Paciente evoluiu sem complicações e o histopatológico confirmou cisto
mesotelial simples.
Comentários: Os CPs podem ser congênitos ou adquiridos, sendo esses,
associados a neoplasia mediastinal, infecção parasitária ou cirurgia cardíaca.
Assim, levando em consideração o quadro da paciente foi-se indicado ressecção
cirúrgica para exclusão de neoplasia. A escolha da abordagem pode ser por
toracotomia, toracoscopia com três portais ou com portal único. Vale ressaltar
que, a VATS apresenta menor morbimortalidade e melhor recuperação pós-
operatória por isso, quando disponível, é a primeira escolha.
COMO AS VARIAÇÕES ANATÔMICAS DA ÁRVORE BILIAR INTERFEREM
NA ABORDAGEM CIRÚRGICA DA COLECISTECTOMIA
Maria Luiza Font Juliá Grossi; Maria Eduarda Bonadiman Gonçalves; Elisa Inês
Demuner Vallandro; Amanda Lessa Martins; Marcello Mendes Gonring; Bárbara
Sarnaglia Colnaghi
Objetivo: Sintetizar as conclusões mais recentes sobre as relações entre as
variações anatômicas da árvore biliar e a colecistectomia.
Método: Revisão sistemática utilizando os dados BVS e aplicando o descritos
“Ductos biliares AND Alterações AND Colecistectomia” para busca de
evidências. Foram empregados os seguintes critérios de inclusão: Artigos de
revisão relacionados ao objetivo e acessíveis gratuitamente na íntegra.
Resultado: Colecistectomia é uma intervenção cirúrgica indicada principalmente
em doentes com patologia benigna da vesícula biliar - dificultada pela existência
de variedades anatômicas. Se dá por dissecção do triângulo de Calot e liberação
da artéria e ducto cístico, com posterior secção e ligadura das estruturas,
possibilitando a retirada da vesícula e se atentando para evasão da lesão
parenquimal hepática. Dentre as principais alterações problemáticas, valem
citar: duplicação da vesícula biliar - onde se deve evitar lesão da via biliar
principal; variações de ducto, como a adesão tardia do ducto cístico ao hepático
comum, atrapalhando o clampeamento. É importante salientar que a baixa
71
implantação das vias extra-hepáticas pode ser um empecilho e causar confusão
no cirurgião quanto a ligadura do ducto hepático direito. É relevante a percepção
de que a variação anatômica mais comum é a presença exclusiva da artéria
cística no trígono cisto-hepático - cerca de 30% dos casos.
Conclusão: É perceptível a importância do conhecimento da anatomia e suas
variações quanto à árvore biliar, visando a redução de iatrogenias e aumentando
a segurança do procedimento - juntamente ao próprio processo de dissecção do
trígono cisto-hepático para proteção das estruturas intrínsecas.
PERITONEOSTOMIA EM PACIENTE COM SEPSE ABDOMINAL GRAVE PÓS
ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO
Luíza Gomes Santiago; Flávio Cunha de Faria; Mauro Garcia da Silva; Valeriano
Martins Medina; Rodrigo Bertani Simão; Marcos Vinícius Mendes Barroso.
Introdução: A principal abordagem cirúrgica do trauma abdominal consiste em
avaliar como será realizada a reparação anatômica e funcional. Dessa forma,
como forma de tratamento temporário de sepse abdominal, utiliza-se a
peritoneostomia, técnica caracterizada pela manutenção do abdome aberto.
Descrição do caso: L.A.V., 23 anos, vítima de trauma por acidente
automobilístico, admitida em unidade hospitalar mais próxima diagnosticada com
fratura de fêmur. Foi submetida a procedimento cirúrgico e liberada. Após 4 dias,
deu entrada no nosso serviço com quadro de distensão e dor abdominal difusa.
Ao exame físico: Palidez, taquicardia, taquipnéia, abdome em “tábua” e
hipertimpanismo com descompressão brusca dolorosa. Encaminhada ao centro
cirúrgico, realizou laparotomia exploradora, evidenciando conteúdo entérico na
cavidade abdominal, lesões no intestino delgado e laceração no omento.
Realizado enterorrafia, lavagem e ileostomia de proteção. Devido ao edema
local, aumento da pressão intra-abdominal e peritonite difusa, optou-se pela
peritoneostomia, com colocação de plástico estéril e posterior fixação. Após 72
horas, a paciente foi reabordada, procedendo à retirada do plástico estéril e
72
realizada lavagem da cavidade com aspiração de secreção purulenta. Foi
colocado um dreno de penrose e fechamento da pele com pontos de contenção.
Comentários: A peritoneostomia é uma técnica eficaz para o tratamento de
pacientes com sepse intra-abdominal, pela qual é possível controlar danos ao
organismo, como reduzir a resposta inflamatória sistêmica e facilitar a drenagem
de secreções purulentas. Essa técnica influencia na diminuição da mortalidade,
como também permite fornecer um melhor prognostico ao paciente.
SIRINGOMIELIA SECUNDÁRIA A EPENDIMOMA INTRAMEDULAR
CERVICAL: RELATO DE CASO
Luana Marques Ribeiro; Filipe Moreira de Almeida Pinheiro; José Álvaro Bastos
Pinheiro.
Introdução: Ependimoma é a neoplasia medular benigna mais frequente no
adulto do sexo masculino, de crescimento lento e possui tropismo pela região
cervical e lombar, portanto é diagnóstico diferencial de cervicalgia e lombalgia.
Geralmente é oligossintomático, atrasando o diagnóstico, baseado na RNM e
estudo histopatológico. O tratamento é cirúrgico, associado a radioterapia e/ou
quimioterapia.
Objetivo: Expor caso raro polissintomático de tumor intrarraquidiano e sua
importância no diagnóstico diferencial.
Descrição do caso: Paciente masculino,30, acamado, procurou atendimento
devido à perda de forca progressiva em hemicorpo esquerdo. Previamente
hígido, chegou na emergência apresentando turvação visual esquerda,
disestesia cervical irradiando para os ombros, disfagia, atrofia palmar,
hipoestesia e hemiparesia esquerda (força grau IV) com início há 1 ano, que
progrediu para tetraparesia. Foi internado, solicitou-se TC e RM de crânio e
coluna cervical, que evidenciou siringomielia iniciada no bulbo e lesão expansiva
intramedular de C5-T1.Durante internação, evoluiu com piora da
tetraparesia(grau III).Submetido a laminectomia de C5-T2 para exposição da
lesão, microcirurgia para exérese de tumor intramedular e artrodese
73
cervicotorácica por via posterior de C5-T12.Apresentou piora da
tetraparesia(grau II) na primeira semana de pós-operatório, porém evoluiu com
melhora progressiva do quadro ao longo de 3 semanas(grau IV).
Comentários: As lesões do ependimoma são friáveis, acinzentadas e bem
definidas. Podem estar associadas a siringomielia, síndrome da cavidade tubular
medular que abrange cistos da junção craniocervical e exacerba o déficit
neurológico devido à compressão da medula, conforme estudo de Rodrigues et
al. (2000), o que contribuiu para esse quadro polissintomático raro. O
ependimoma, apesar de raro, deve participar do diagnóstico diferencial da
cervicalgia e lombalgia. Portanto, como os doentes atribuem pouco significado à
dor na coluna, deve-se documentar qualquer queixa suspeita.
Palavras-chave: neoplasia medular; diagnóstico diferencial; caso raro polissintomático. BIBLIOGRAFIA:
1. BATISTA, Manuel; PINA, Rui; FONSECA, Isabel; SALDANHA, Maria Helena. Ependimoma intramedular: Revisão da literatura a propósito de um caso clínico. Case Reports - Medicina Interna, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna - VOL.16 | Nº 3, jul. 2009. Disponível em: http://rihuc.huc.min-saude.pt/bitstream/10400.4/1319/1/Ependimoma%20intramedular.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.
2. DOS SANTOS, Marcos Juliano. A avaliação da evolução pós-operatória dos
ependimomas intramedulares. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências Médicas) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, 2013. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/309592/1/Santos_MarcosJulianodos_M.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.
3. SÁEZ, Mariuska Forteza; TREJO, Migdalia Pérez; SOCARRÁS, Débora García; SILVA,
José Alert. Ependimomas intracraneanos en el Instituto Nacional de Oncología y Radiobiología. Revista Cubana de Pediatría, La Habana, Cuba., 23 set. 2017. Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75312018000100008. Acesso em: 10 jul. 2019.
4. *RODRIGUES, Flávio Freinkel; CIMINI, Vinícius Teixeira; DE VUONO, Leonardo
Mendes; TINOCO, Elaine Marques. Alternativas terapêuticas na siringomielia. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, Rio de Janeiro, p. 88-91, 26 mar. 2000. Disponível em: http://www.sbn.com.br/files/downloads/publicacoes/arquivos-brasileiros-de-neurocirurgia/arqbrneuro19_2.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.
5. GONIK, Renato; DE ROSSO, Ana L. Zuma; FILHO, Péricles A. Maranhão; NOVIS,
Sérgio A. Pereira. Siringomielia: revisão da literatura e relato de caso. Arquivos de Neuropsiquiatria, São Paulo, 26 jul. 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v48n3/19.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.
74
TRATAMENTO CONSERVADOR DO BAÇO EM PACIENTE VÍTIMA DE
TRAUMA: RELATO DE CASO
Juliana Peterle Barbosa; João Vitor Peterle Barbosa; Lucas Merchak Vieira; Ana
Carolina Merchak Vieira
Introdução: A abordagem no tratamento de pacientes com trauma esplênico
envolve duas estratégias principais: cirúrgica ou conservadora. A septicemia em
pacientes esplenectomizados surge como a complicação mais comum e de
maior mortalidade quando comparados à população em geral. O objetivo deste
relato é apresentar o tratamento conservador como opção terapêutica para
casos de traumatismo esplênico.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 38 anos, encaminhado para o
Serviço de Urgência, vítima de acidente automobilístico com evolução de 4
horas. Ao exame físico, apresentava-se lúcido e orientado, com ligeira palidez
mucocutânea, pressão arterial de 110x70 mmHg sem taquicardia associada, e
dor em nível de quadrante superior esquerdo do abdômen. O hemograma
apresentava hemoglobina de 9,0 g/dl, sendo iniciadas medidas de suporte. Foi
realizada Tomografia Computadorizada abdomino-pélvico, evidenciando fratura
do polo inferior do baço com presença de sangue na cavidade abdominal. Como
o paciente estava estável hemodinamicamente uma hora após atendimento, foi
indicado tratamento conservador. Paciente foi internado em UTI, monitorado
diariamente com USG e dosagem de hemoglobina. Mantendo abdômen flácido
e sem irritação peritoneal, no quinto dia de acidente, recebeu alta com
orientações a serem seguidas.
Comentários: A melhor acuidade na caracterização das lesões, a capacidade
de monitorização em unidades de alta dependência e a disponibilidade de Bloco
Operatório proporcionaram uma mudança de estratégia no tratamento de lesões
esplênicas, sendo o tratamento conservador indicado para pacientes que
apresentem estabilidade hemodinâmica e ausência de lesões viscerais e
diafragmáticas.
75
RELATO DE CASO: APÊNDICE EM HÉRNIA INGUINAL ESQUERDA
(HÉRNIA DE AMYAND?)
Ronaldo Duarte Araújo Abreu; Rodrigo Duarte de Araújo Abreu; Ronaldo Araújo
Abreu.
Introdução: Em 1735, Claudius Amyand descreveu um caso de herniação do
apêndice vermiforme em hérnia inguinal direita numa criança. O presente caso
relata uma nova apresentação do apêndice em hérnia inguinal encarcerada a
esquerda.
Relato de caso: Paciente B.H.S.G, sexo masculino, 1 ano, internado
eletivamente no Hospital e Maternidade Vital Brasil-Timóteo MG para submeter-
se a tratamento cirúrgico de hérnia inguinal encarcerada bilateral. A abordagem
cirúrgica iniciou-se pelo lado esquerdo, decorrendo o ato cirúrgico, se encontrou
o apêndice cecal e ceco dentro do saco herniário. No segundo dia de pós-
operatório, a criança apresentou distensão abdominal sem eliminação de fezes
e gases. Executou rotina radiológica para abdômen agudo evidenciando
distensão abdominal com a presença de gases no reto. A criança deixada em
dieta zero com sonda nasogástrica e supositório infantil de glicerina de 12h/12h.
Após 2 dias, sem apresentar melhora deste quadro, foi realizada TC abdominal
com contraste evidenciando vólvulo mesentérico e obstrução intestinal,
confirmados na laparotomia. Durante a laparotomia foi encontrado má rotação
do tipo IIIA – Rotação normal do duodeno, com não rotação do cólon, sem banda
de Ladd, encontrando-se o ceco situado na fossa ilíaca esquerda e ausência de
fixação parietal do cólon e mesentérico. Cecopexia realizada na parede interna
do quadrante superior esquerdo pela técnica de Ladd-Gross. O paciente evoluiu
sem anormalidades recebendo alta no 4o dia de pós-operatório.
Comentários: Após revisão de literatura, não foi encontrada descrição de
apêndice em hérnia inguinal esquerda por má rotação intestinal até o presente
relato, caracterizando o primeiro relato da literatura médica.
76
REFERÊNCIAS
1. AMYAND, Claudius. Of an Inguinal Rupture, with a Pin in the Appendix Coeci, Incrusted with Stone; And Some Observations Wounds in the Guts. Philosophical Trans. Royal Soc, England, pp. 39-329, 1736. 2. SKANDALAKIS, John E.; GRAY, Stephen W.; RICKETTS, Richard; RICHARDSON, Daniel D. The small Intestines. In: SKANDALAKIS, John E.; GRAY, Stephen W. Embryology for Surgeons-The Embryological Basis for the treatment of Congenital Anomalies. Baltimore, Maryland, USA: Williams&Wilkins, 1994. pp. 184-241. 3. SKANDALAKIS, Lee J.; COLBORN, Gene L.; WEIDMAN, Thomas A.; SKANDALAKIS, John E.; SKANDALAKIS, Panajiots N. Appendix. In: SKANDALAKIS, John E. Surgical Anatomy-The Embryologic and Anatomic Basis of Modern Surgery. Greece: PMP, 2004. pp. 843-860. 4. JUSKIEWENSKI, S. Defectos de rotación o de fijación del asa umbilical primitive. Patologia del mesentério comúm. In: PELLERIN, Denys. Tecnicas de Cirugia Pediatrica. Barcelona, España: Toray-Masson, S. A, 1981. pp. 278-282. 5. CHRISTISON-LAGAY, Emily; LANGER, Jacob C. Intestinal Rotation Abnormalities. In: ZIEGLER, Moritz M.; AZIZKHAN, Richard G.; ALLMEN, Daniel von; WEBER, Thomas R. Operative Pediatric Surgery. China: McGraw-Hill Education, 2014. pp. 540-548. 6. DUPLESSIS, Tuchmann H.; SOLÈRE M.; HAEGEL P. Aparato digestivo. In: DUPLESSIS, Tuchmann H.; SOLÈRE M.; HAEGEL P. Embryogie-Travaux pratiques et enseignement dirigé. Barcelona, Spain: Toray-Masson, S. A, 1969. pp. 22-43. 7. BILL, Alexander H. Malrotation of the Intestine. In: RAVITCH, Mark M.; WELCH, Kenneth J.; BENSON, Clifford D.; RANDOLPH, Judson G. Pediatric Surgery. USA: Year Book Medical Publishers, Inc, 1969. pp. 912-923. 8. EISEMAN, Ben. Herniorrafia y apendicectomía. In: NYHUS, Lloyd M.; HARKINS, Henry N. Hernia. Argentina: Intermédica, 1967. pp. 976-980. 9. DALL’INHA, Vinicius Negri; FIALHO, Alexandre Faleiro; MUEHLBAUER, Eloá. HERNIA DE AMYAND A ESQUERDA: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA. Arq. Catarin Med. , Brasil, 44(2): pp.13-25, 2015. 10. SMITH, David E.; JACQUET, James M.; VIRGILIO, Richard W. Left Upper Quadrant Appendicitis. Archives of Surgery, v.109, n.3, pp.443-447, 1974. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamasurgery/article-abstract/579492. Acesso em: 22 maio 2019. 11. SOUSA, Diogo; FERREIRA, Andreia; CRUZ, Ana; MARINHO, Diogo; SANTINHO, Conceição; ALLEN, Miguel; MARTINS, José Augusto. Hérnia de Amyand. Revista Portuguesa de Cirurgia, (37): pp.22-32, 2016. 12. WEINBERGER, Ed; WINTERS, Willian D.; LIDDELL, Robert M.; ROSENBAUM, David M.; KRAUTER, Dale. Sonographic Diagnosis of Intestinal Malrotation in Infants: Importance of the Relative Positions of the Superior Mesenteric Vein and Artery. AJR, (159): pp.825-828, 13 abr. 1992.
77
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78
28. IVASHCHUK, Galyna; CESMEBASI, Alper; SORENSON, Edward P.; BLAAK, Christa; TUBBS, Shane R.; LOUKAS, Marios. Amyand’s hernia: A review. Med Sci Monit, (20): pp140-146, 2014. 29. MUROYA, Daisuke; SATO, Shinji; OKABE, Masayuki; KISHIMOTO, Yukiya; TAYAMA, Keiichiro. Simultaneous laparoscopic total extraperitoneal inguinal hernia repair and laparoscopic appendectomy for Amyand’s hernia: a case report. Journal of Medical Case Reports, v.13 , n.195, pp.1-4, 26 jul. 2019. 30. NIDHI, Amrita; SINHA, D.N.; SINGH, A.K.; THOMAS, Sonali. MORPHOLOGY AND MORPHOMETRY OF VERMIFORM APPENDIX IN HUMAN FETUSES AT DIFFERENT GESTATIONAL AGES. J. Anat. Sciences, v.24, n.1, pp.18-25, 2016. 31. PAUL, Uttam Kumar; NAUSHABA, Humaira; BEGUM, Tahmina; ALAM, Md. Jahangir; ALIM, Afshan Jesmin; AKTHER, Jesmin. Position of Vermiform Appendix: A Postmortem Study. Bangladesh Journal of Anatomy , v. 7, n. 1, pp. 34-36, 2009. 32. BELTRE, Raquel Libanesa Rosario; FRANKLIN, Reginaldo. Topographic presentation of the Appendix in 100 cases. Acta Sci Anat., v.1, n.2, pp.144-147, 2019. 33. DE SOUZA, Sandro Cilindro; DA COSTA, Sérgio Ricardo Matos Rodrigues; DE SOUZA, Iana Gonc alves Silva. Vermiform appendix: positions and length – a study of 377 cases and literature review. J coloproctol, v.35, n.4, pp.212–216, 2015.
PERICARDITE PURULENTA VOLUMOSA DE CAUSA DESCONHECIDA
Wagner Santos da Silva; Maximila de Oliveira Malta; Gabriela Araújo Faber da
Silva;
Em geral o envolvimento patológico do pericárdio cursa com pericardite e/ou derrame
pericárdico. E se dá a partir de variadas etiologias conhecidas ou desconhecidas,
associadas ou não a fatores predisponentes como: derrame pericárdico pré-existente,
imunossupressão, diabetes mellitus, abuso de álcool, doenças autoimunes e em
pacientes com história de cirurgia cardíaca ou trauma torácico. Pode acontecer de forma
isolada e ou ser um dos elementos do processo de adoecimento.
A pericardite purulenta é uma entidade rara cuja mortalidade chega a 100% e
de curso rápido. Mesmo quando prontamente diagnosticada e tratada, a taxa
de mortalidade é de quase 40% que na maioria das vezes ocorre em virtude
de tamponamento cardíaco, com ou sem choque séptico.
Paciente 48 anos, tabagista e etilista de longa data, encaminhado do Hospital
Silvio Ávidos com relato de dispneia iniciada no dia 21 de junho de
2019, agitado e confuso. Laudo do Ecocardiograma Transtorácico
(25\06\19) visualizado derrame pericárdico, fração de ejeção de 50% com
79
disfunção sistólica biventricular devido à restrição, com PSAP (pressão
sistólica da artéria pulmonar) estimada de 45mmHg, sugestivo de hipertensão
pulmonar associada.
Paciente submetido a pericardiotomia com acesso por toracotomia lateral no
dia 26 de junho de 2019 para drenagem de derrame. Saída de 900ml de
líquido purulento; amarelo; turvo; coágulo presente; citometria > 100.000
leucócitos, 100% neutrófilos; albumina 4,11; DHL (lactato desidrogenasse)
404; glicose 3mg\dl; proteínas totais 6,3. Colocado dreno de mediastino, e
paciente foi encaminhado aos cuidados da unidade de terapia intensiva. Foi
iniciado no mesmo dia antibioticoterapia e tratamento empírico de verminose.
O reconhecimento precoce desta patologia rara e a instituição da terapêutica
adequada com drenagem do derrame associada antibioticoterapia constituem
os pilares do sucesso na evolução clínica do paciente, mas sempre tendo
como base os dados de morbimortalidade e potência letal de tal afecção.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO
Julia Rodrigues Matos; Yasmina Gripp Carreño; Victória Tozzi Simões; Thayna
dos Santos Batista; Júlia Assad Trés Henrique; Lorena Oliveira Fonseca
Introdução: A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que pode
se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo, sendo mais comum no íleo e
no intestino grosso. Não há causa esclarecida. O tratamento medicamentoso
e/ou cirúrgico pode influenciar positivamente no controle da doença, permitindo
longos períodos sem sintomas.
Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 29 anos, nega comorbidades,
alergias, medicamentos de uso domiciliar e etilismo/tabagismo.
Apresentou quadro de artralgia e de aumento de frequência evacuatória,
com grande perda de peso. Após colonoscopia, a avaliação histopatológica
evidenciou processo inflamatório crônico ativo em válvula ileocecal. Foi indicado
o uso Mesalazina, não havendo melhora do quadro, iniciando-se, portanto,
protocolo com Prednisona, sem melhora da dor, porém com redução do número
80
de evacuações. Foi realizada uma enterotomografia, que demonstrou Doença
de Crohn com intenso processo inflamatório ileal, espessamento/estratificação
parietais, ulcerações mucosas, aderências entre alças e aparente fístula
enteroentérica na região pericecal. Linfonodos mesentéricos proeminentes,
sobretudo na região pericecal. A paciente foi submetida a ileocolectomia direita,
retossigmoidectomia com anastomose por grampeador circular, enterectomia
segmentar e ileocolostomia a Mikulicz. Procedimentos realizados sem
intercorrências, apresentando boa evolução.
Comentários: O tratamento cirúrgico para a doença de Crohn envolve uma
decisão complexa, uma vez que a ressecção do segmento comprometido
não garante a cura, e recidivas são frequentes no intestino remanescente. A
indicação cirúrgica visa corrigir complicações não controladas clinicamente.
TENOSSINOVITE ESTENOSANTE BILATERAL EM DEDO ANELAR:
RELATO DE CASO
Julia Rocha Franzosi; Iara Barcelos Sperandio; Talita Barbosa Moreira; Thayna
dos Santos Batista; Yasmina Gripp Carreño
Introdução: Segundo a literatura, dedo em gatilho ou tenossinovite estenosante
é uma enfermidade comum em crianças, sendo 10 vezes mais frequente
o acometimento do polegar do que os outros dedos. Geralmente há dor, edema
e limitação de movimento no local afetado. Relata-se o caso incomum de um
paciente com presença de dedo em gatilho congênito bilateral dos dedos
anelares e sem queixas de dor.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 2 anos de idade, branco, parto
à termo, cesariana, apresenta comorbidades de rinite alérgica recorrente e pele
atópica. Possui histórico familiar de artrite e de diabetes em segundo grau.
Procurou assistência médica após a mãe identificar anormalidade no movimento
dos dedos anelares. A criança não referia dor e não apresentava patologias
como hipertensão e diabetes. Após o diagnóstico de tenossinovite estenosante,
foi internada para a cirurgia, na qual foi feita incisão volar nas mãos, com
identificação e abertura da polia dos dedos anelares. Não houve intercorrências.
81
Comentários: A análise sobre a tenossinovite estenosante pode ser feita no
momento do exame neonatal ou pelo pediatra nos retornos ambulatoriais, sendo
de extrema importância o diagnóstico precoce em crianças com essa patologia,
pois se tratado nas fases iniciais pode ter uma ótima evolução. Caso
a identificação não ocorra inicialmente, o paciente será submetido a cirurgia e
poderá aparecer nódulos que causam o travamento do dedo e o ressalto durante
o movimento mais intensos.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA NA SÍNDROME DE GARDNER
Amanda Lessa Martins; Maria Luiza Font Juliá Grossi; Maria Eduarda
Bonadiman Gonçalves; Elisa Inês Demuner Vallandro; Marcello Mendes
Gonring; Bárbara Sarnaglia Colnaghi
Objetivo: Sintetizar as conclusões mais recentes sobre as opções terapêuticas
na Síndrome de Gardner (SD).
Método: Revisão sistemática utilizando como banco de dados PubMed e
aplicando os descritores “Gartner Syndrome AND Surgery” para busca. Foram
empregados os critérios de inclusão: Artigos de revisão relacionados ao objetivo,
publicados nos últimos 5 anos e acessíveis gratuitamente na íntegra.
Resultado: A SD é frequentemente acompanhada por
adenomas/adenocarcinomas do cólon e reto, ampola de Vater, estômago e
duodeno. Os tratamentos para os adenomas incluem excisão local, quando as
lesões são benignas, e ressecção radical, quando as lesões são malignas ou há
complicações. O primeiro tratamento tem maior risco de recorrência, porém, o
segundo pode resultar em perda de função devido à dificuldade de se localizar
as margens negativas do tumor. Raramente são encontrados tumores no ducto
biliar comum, sendo a excisão local ou o procedimento de Whipple as opções
cirúrgicas razoáveis. Quanto ao tumor desmoide, o tratamento ainda é
insatisfatório, porém a ressecção cirúrgica continua sendo a terapia de escolha.
Em casos de tumores desmoides não ressecáveis, houve eficácia na
combinação de doxorrubicina com dacarbazina e meloxicam, entretanto, deve-
se atenção para o risco de perfuração intestinal.
82
Conclusão: O manejo dos tumores da SD varia a depender dos seus subtipos.
Dentre as inúmeras terapias propostas, a ressecção cirúrgica foi considerada de
primeira linha para a maior parte dos tumores da SG. Porém, é importante a
identificação das variáveis pessoais para a escolha do tratamento mais
adequado e eficaz.
OS BENEFÍCIOS DO SHUNT PORTOSSISTÊMICO INTRA-HEPÁTICO
TRANSJUGULAR (TIPS) PARA PACIENTES CIRRÓTICOS: UMA REVISÃO
DE LITERATURA
Anna Bárbara Scárdua Parreira, José Artur Jacob De Almeida E Stella
Fernandes Nassur
Objetivo: Avaliar os benefícios do Shunt Portossistêmico Intra-Hepático
Transjugular (TIPS) para pacientes cirróticos.
MÉTODOS: Este estudo constitui-se de uma revisão de literatura feita por consulta
a artigos científicos no banco de dados Pubmed, utilizando a chave de busca:
Transjugular Intrahepatic Portosystemic Shunt AND Cirrhosis AND Liver. As
publicações não adequadas foram excluídas, resultando em 13 artigos analisados.
Resultados: A maioria dos artigos apoiou o uso do TIPS como intervenção de
primeira linha para atenuação das manifestações secundárias à cirrose, tais como
ascite refratária, varizes esofágicas e dor abdominal, uma vez que promove
descompressão portal. Os estudos evidenciaram a natureza pouco invasiva deste
procedimento como uma vantagem sobre os demais. Além disso, o TIPS
foi relacionado com aumento da sobrevida e da função renal, diminuição do tempo
de internação e da necessidade de paracenteses, e menor taxa de complicações
por hérnias.
Conclusões: Apesar de seus riscos, o TIPS tem ganhado cada vez mais espaço
na abordagem do paciente cirrótico complicado. Deve-se considerar sua utilização
em todos os candidatos a transplante hepático, já que diminui a mortalidade e
aumenta a qualidade de vida dos que estão na lista de espera. Portanto,
novas pesquisas são essenciais para levar à prática esta ferramenta, que tem se
mostrado tão eficaz e benéfica aos portadores de cirrose hepática.
83
BY-PASS GÁSTRICO EM Y-DE-ROUX E O REFLUXO GASTROESOFÁGICO:
UMA RELAÇÃO BENÉFICA
Íris de Castro Assis; Eduarda Gomes Martins; Kamilla Faberleya Castro; João
Victor Martins Doro, Michelly Santiago Boti; Welderson Luiz Specimilli Rodrigues.
Objetivo: Estabelecer as indicações do by-pass gástrico em Y-de-Roux para
tratamento e prevenção da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) em
pacientes com obesidade grave.
Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases virtuais
Medline/Pubmed, Scielo e Lilacs e com base em artigos científicos originais e de
revisão, disponíveis online em revistas acadêmicas que alinharam a relação
benéfica do by-pass gástrico em Y-de-Roux com a melhora do refluxo
gastroesofágico em pacientes obesos.
Resultado: O by-pass gástrico tem contribuído na melhora dos sintomas de
DRGE e redução da exposição ácida esofágica na maioria dos estudos, devido
a redução do volume gástrico, ao desvio da bile e de quase todo o ácido gástrico,
alcançado pela reconstrução em Y-de-Roux. Com a redução do volume gástrico
após a cirurgia, acredita-se que a quantidade de células parietais seja reduzida,
sendo assim acompanhada por uma redução da secreção de suco gástrico.
Dessa forma, acontece redução da pressão na cavidade gástrica, redução da
exposição ao ácido, dificultando refluxo biliar e, no conjunto, resultando em
melhoria acentuada da DRGE.
Conclusão: A realização de uma cirurgia bariátrica pode tanto ser usada para
tratamento da DRGE, quanto pode ser um fator de risco para o seu
desenvolvimento. A análise de qual técnica cirúrgica deve ser considerada para
certificar a qualidade de vida em um pós-operatório. O by-pass gástrico em Y-
de-Roux tornou-se a operação padrão-ouro, correspondendo a 75% das
cirurgias realizadas, mais amplamente utilizada pelos seus resultados na perda
de peso, controle de comorbidades, incluindo a melhora do refluxo
gastroesofágico.
84
INFLUÊNCIA DO BYPASS GÁSTRICO E DA GASTRECTOMIA VERTICAL NA
SINTOMATOLOGIA DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Sophia Lima Castro; Ana Beatriz Parma Marçal; Alana Silva Batista; Sara Araújo
Pedro
Objetivos: Avaliar efeitos na sintomatologia da Doença do Refluxo
Gastroesofágico (DRGE) em pacientes submetidos a dois diferentes métodos de
cirurgia bariátrica (CB): Bypass Gástrico (BG) e Gastrectomia Vertical (GV).
Métodos: Trata-se de uma revisão da literatura com base em artigos científicos
do banco de dados PubMed que avaliavam os sintomas da DRGE após duas
técnicas de CB.
Resultados: Uma vez que a DRGE possui a obesidade como fator de risco, é
recomendada a redução de peso. A CB é uma forma eficaz de perda ponderal,
mas muitos que a realizam apresentam piora na sintomatologia da DRGE. A
técnica mais utilizada é a GV, por apresentar perda de peso e resultados
metabólicos excelentes, com maior preservação da anatomia do trato
gastrointestinal. Entretanto, estudos concluíram que essa técnica favorece a
DRGE “de novo” ou a piora dos sintomas quando pré-existentes. Isso deve-se,
dentre outros fatores, à divisão cirúrgica da musculatura em torno do esôfago
abdominal e na junção esofagogástrica. Logo, segundo os artigos analisados,
caso apresente como comorbidade a DRGE, a técnica mais indicada é o BG,
que confere melhor qualidade de vida aos pacientes. Somente um estudo obteve
como resultado a mesma indicação para ambas as técnicas, mesmo em
pacientes com DRGE, porém com possíveis vieses.
Conclusão: É relevante buscar melhorias nas técnicas cirúrgicas da GV para
evitar a piora ou surgimento da DRGE. Além disso, é necessário estabelecer
critérios padronizados para o diagnóstico da DRGE, uma vez que esta foi uma
dificuldade encontrada em diversos estudos analisados.
Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica; Refluxo Gastroesofágico; Obesidade.
85
ALTERNATIVAS EM SUBSTITUIÇÃO AOS ANIMAIS EM AULAS PRÁTICAS
DE TÉCNICA OPERATÓRIA
Elisa Inês Demuner Vallandro; Maria Luisa Font Juliá Grossi; Marcela Souza
Lima Paulo; Lucas Nagib Lemos Paulo; Daniel Robert Alexander; Danilo Nagib
Salomão.
Objetivo: Descrever a experiência do ensino com uso de animais em aulas
práticas de cirurgia no curso de Medicina.
Método: Foram avaliados quais procedimentos cirúrgicos eram possíveis em
animais para o treinamento de cirurgia nas aulas de Técnica Operatória. Para o
estudo, considerou-se o uso de cães, ratos e língua de boi.
Resultado: De 1997 a 2009, cães eram utilizados como modelo animal para o
ensino de Técnica Operatória. Neles, demonstravam-se intubação orotraqueal,
punção venosa, dissecção venosa, drenagem torácica, laparatomia,
enteroctomia com anastomose intestinal e outros. Os alunos participavam
dessas operações como primeiro auxiliar ou realizavam o experimento com
auxílio do professor. Com a proibição do uso de cães, passou-se a utilizar ratos,
que somente permitiam a incisão, sutura e esplenectomia. Após 2012, foram
substituídos pela língua de boi, na qual o aluno faz uma incisão e diversos tipos
de suturas. Além disso, com a utilização apenas da língua de boi, o ensino
prático foi estendido a aulas em simuladores de vídeo, pranchas de madeira,
filmes e práticas no Anatômico e Centro Cirúrgico para complementar o
conteúdo.
Conclusão: O cão era o mais adequado, por permitir muitos procedimentos e
estar disponível em grande número. No entanto, o uso da língua de boi na prática
da técnica operatória tornou-se uma alternativa viável à substituição do animal.
86
CONDIÇÕES CLÍNICAS QUE CURSAM COM POLIPOSE E COLECTOMIA
PROFILÁTICA
Elisa Inês Demuner Vallandro; Maria Luiza Font Juliá Grossi; Maria Eduarda
Bonadiman Gonçalves; Patrick Bolzan Guidoni; Marcello Mendes Gonring;
Bárbara Sarnaglia Colnaghi
Objetivo: Analisar indicações da colectomia profilática na Doença Inflamatória
Intestinal, na Síndrome de Lynch e na Polipose Adenomatosa Familiar.
Método: Revisão sistemática utilizando o banco de dados PubMed e aplicando
o descritor “Colectomy Prophylactic“ para busca de evidências. Foram
empregados os seguintes critérios de inclusão: Artigos de revisão relacionados
ao objetivo, publicados nos últimos 5 anos e acessíveis gratuitamente na íntegra.
Resultado: Evidências atuais sugerem a importância integral da endoscopia
associada à biópsia para diagnóstico e manejo dessas doenças. Ademais, por
serem condições pré-cancerosas, cujos riscos podem chegar a 100% como na
PAF, a colectomia profilática tem impacto positivo na expectativa de vida. Há
diferentes abordagens a serem consideradas, como: colectomia total com
anastomose ileorretal (IRA), proctocolectomia total com ileostomia (TPI) e
proctocolectomia restaurativa (RPC) com ou sem mucosectomia e anastomose
íleo-anal. Em certos casos, como na Síndrome de Lynch, a IRA é recomendada
como primeira escolha. Contudo, diversas características clínicas, como os
sintomas apresentados, a apresentação endoscópica da lesão, juntamente com
a vontade do paciente e as características genéticas devem ser consideradas
nas decisões cirúrgicas.
Conclusão: Nota-se a importância da colectomia na profilaxia e no tratamento
das condições clínicas abordadas. Diversos fatores devem ser considerados em
relação ao momento de realização da cirurgia e ao tipo de abordagem, como a
idade, visto que o paciente precisa compreender sua condição para que medidas
adequadas sejam tomadas. Deve-se também realizar aconselhamento genético
nas famílias afetadas pelas doenças, de modo a triar novos casos e pacientes
em risco.
87
OPÇÕES AO MANEJO DE VARIZES
Elisa Inês Demuner Vallandro; Helena Demuner Vallandro; Pedro Hemerly
Figueiredo; Vitória Ortelan Filetti; Maria Clara Gomes Emerick Padilha; Germano
Gianizeli Paganotti.
Objetivo: Sintetizar as conclusões mais recentes quanto ao melhor manejo de
varizes.
Método: Revisão sistemática utilizando o banco de dados PubMed e aplicando
os descritores “varicose veins“ e “surgery“ e “recovery“ para busca de evidências.
Foram empregados os seguintes critérios de inclusão: Artigos de revisão
relacionados ao objetivo, publicados nos últimos 5 anos, em humanos e
acessíveis gratuitamente na íntegra.
RESULTADO: As varizes consistem em veias tortuosas e dilatadas, as quais
geram complicações e grande impacto na redução da qualidade de vida do
paciente. Por isso, há a necessidade de intervenções para aliviar os sintomas e
prevenir a sua progressão. Há vários métodos de tratamentos para as varizes,
sendo eles: Escleroterapia com Espuma guiada por ultrassom (UGFS), Ablação
por Laser Endovenoso (EVLA), Ablação Mecanoquímica (MOCA) e Adesivo de
Cianoacrilato (CAE), além da cirurgia convencional.
Conclusão: A cirurgia convencional no tratamento das varizes está bastante
associada a hematomas e a recorrência após o procedimento, logo nem sempre
é a melhor escolha. A ablação endovenosa ainda é o tratamento de primeira
linha, porém pode gerar trombose e tromboflebite induzida pelo calor, o que pode
ser minimizado pela deambulação precoce, as vezes indica-se sua
complementação com Flebectomia Ambulatorial. Quanto a Escleroterapia com
espuma, mostrou-se bastante eficaz com raros episódios de hematomas ou
tromboflebite. Há ainda a citação da MOCA e da CAE como uma opção
promissora para diminuir o desconforto comum nas técnicas térmicas.
88
HETEROGENEIDADE EPIGENÉTICA DO CÂNCER COLORRETAL E SUA
INFLUÊNCIA PARA O CIRURGIÃO
Maria Eduarda Bonadiman Gonçalves, Maria Luiza Font Juliá Grossi, Amanda
Lessa Martins, Marcello Mendes Gonring, Elisa Inês Demuner Vallandro,
Bárbara Sarnaglia Colnaghi
Objetivo: Sintetizar as conclusões mais recentes sobre os processos genéticos
envolvidos na carcinogênese do câncer colorretal e sua influência para o
cirurgião.
Método: Revisão sistemática utilizando como banco de dados PubMed e
aplicando a expressão “Genes APC AND Cirurgia Colorretal” para busca de
evidências. Foram empregados os seguintes critérios de inclusão: Artigos de
revisão relacionados ao objetivo, publicados nos últimos 5 anos e acessíveis
gratuitamente na íntegra.
Resultado: O câncer colorretal (CRC) advém do acúmulo de alterações
genéticas e epigenéticas nas células da mucosa colônica, que têm como
resultado final o aumento da proliferação celular, como a metilação do DNA nas
“ilhas CpG” na região promotora dos genes, além de mutações em genes
reguladores de vias de sinalização celular, como APC, Kras e Smad, e
instabilidade de microssatélites altamente associada à desestabilização celular
e início da tumorigênese. Tal cenário permite a realização de testes em painéis
multigênicos, que detectam susceptibilidade genética, magnitude do risco e
fenótipo clínico, fundamentais para a terapêutica, mostrando-se como uma
ferramenta na escolha da abordagem cirúrgica mais adequada para a ressecção
do CRC.
Conclusão: Dado o caráter genético da carcinogênese, é importante
compreender os processos biológicos envolvidos no surgimento do CRC para
tratamento e sobrevida dos pacientes. Assim, os testes em painéis multigênicos
devem ser utilizados quando possível, devendo-se associar seus resultados com
achados clínicos, visando a abordagem cirúrgica mais adequada para o
paciente, de modo a respeitar a vontade deste acima de tudo.
89
ANÁLISE DE PACIENTES SUBMETIDOS À GASTRECTOMIA COM
LINFADENECTOMIA D2 VIDEOLAPAROSCÓPICA.
Olivio Battisti Netto; João Carlos Nepomuceno Gonçalves; Welderson Luis
Specimilli Rodrigues; Raul Edmo Teixeira Amiti; Luiz Alves da Silva Neto
Objetivos: Avaliar os resultados da gastrectomia com linfadenectomia D2 por
videolaparoscopia quanto ao número de linfonodos ressecados e complicações
do método.
Métodos: foram realizadas sete gastrectomias videolaparoscópicas com
linfadenectomia D2, todas por adenocarcinoma. Duas delas subtotais e cinco
totais. O posicionamento dos portais e os materiais utilizados seguiram o mesmo
padrão da cirurgia bariátrica laparoscópica do tipo by pass gástrico em Y de
Roux, inclusive com auxílio da Sonda de Fouchet. Foram utilizados seis portais
(três de 5mm, um de 10mm e dois de 12mm). Em todas as cirurgias foram
usados bisturi ultrassônico ou pinça bipolar avançada, assim como
grampeadores laparoscópicos. A técnica de reconstrução para gastrectomia
subtotal foi em Y de Roux com anastomose gastroentérica término-lateral e
enteroanastomose látero-lateral. Na gastrectomia total a reconstrução foi em Y
de Roux com anastomose esofagojejunal látero-lateral e enteroanastomose
látero-lateral. Todos pacientes foram drenados com dreno de sucção
siliconizado. As peças foram retiradas da cavidade por uma pequena
laparotomia transversal suprapúbica.
Resultados: o exame histopatológico das peças demonstrou um número médio
de 33 linfonodos ressecados nos pacientes submetidos à técnica subtotal e uma
média de 34,2 nos pacientes submetidos à técnica total. Houve um caso de
pneumonia nosocomial e um caso de estenose da anastomose esofagojejunal,
ambos com desfecho favorável. Não houve reoperações.
Conclusões: o método videolaparoscópico do ponto de vista oncológico,
apresenta-se viável quanto ao número de linfonodos ressecados. A casuística
apesar de pequena apresentou reduzido número de complicações.
90
RELATO DE CASO: PACIENTE SUBMETIDO A
COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA (CPRE)
COM EVOLUÇÃO PARA ABDOME AGUDO PERFURATIVO
Matheus Kuster; Pedro Siqueira; Vinícius Veloso; Bruno Rocha; Igor Furlan;
Mateus Caprini
Introdução: A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é um
exame que utiliza ao simultaneamente a endoscopia digestiva e a imagem
radiográfica com contraste para diagnosticar e tratar doenças associadas ao
sistema biliopancreático. O procedimento deve ser reservado para os casos de
real necessidade pois pode gerar diversas complicações, como, pancreatite
aguda, sangramentos e colangite. Além disso, a perfuração do duodeno
representa uma pequena parte das complicações (aproximadamente 0,6%),
devendo ser corrigida cirurgicamente. Este trabalho tem como objetivo relatar o
caso de um paciente que evoluiu com perfuração duodenal após uma CPRE,
que possui uma mortalidade de 20% em alguns estudos.
Descrição do caso: Paciente, 85 anos, submetido a uma CPRE para retirada
de cálculo biliar que evoluiu para um quadro de abdome agudo perfurativo, sendo
realizado uma Laparotomia Exploradora para correção de lesão e confirmação
da perfuração a nível papilar, no qual foi optado pela introdução do dreno de
Kehr transpapilar em nível de papila duodenal com introdução por incisão em
colédoco e realização de drenagem de coleção retroperitoneal com dreno de
Penrose. No decorrer do caso foram realizados mais quatro Laparotomias
Exploradoras devido a drenagem de grande volume de secreção hemática, além
da abordagem de coleção retroperitoneal e lavagem de cavidade. Tendo uma
evolução com falência de múltiplos órgãos que levou a óbito.
Comentários: As complicações relacionadas à CPRE estão presentes em
aproximadamente 10% dos procedimentos realizados, logo, baixa incidência,
mas potencialmente graves.
91
CARREIRA CIRÚRGICA E BURNOUT ENTRE RESIDENTES: UMA REVISÃO
DA LITERATURA
Ana Beatriz Parma Marçal; Ana Carolina Cau; Fernando Henrique Rabelo Abreu
dos Santos.
Objetivos: Avaliar possíveis causas de ocorrência de síndrome de burnout entre
residentes de cirurgia.
Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura a respeito da influência de
diversos fatores no desenvolvimento de burnout em residentes de cirurgia, por
meio de consulta à base de dados MEDLINE e a referências de estudos
previamente selecionados.
Resultados: Selecionaram-se 10 artigos para compor a revisão. A prevalência
de burnout entre os residentes de cirurgia é de 58,39%. Embora apresente
falhas, o método avaliativo mais utilizado é o Maslach Burnout Inventory. A
ocorrência da síndrome sofre influência de fatores como número de horas
trabalhadas, privação de sono, sedentarismo, supervisão clínica falha,
indisponibilidade de recursos de trabalho, idade e sexo. Comparados a
residentes de outras especialidades, os residentes de cirurgia têm maior
quantidade de horas semanais trabalhadas, possuem a menor média de horas
diárias de sono e, frequentemente, não atingem a quantidade de sono diário
recomendada. Idade mais avançada e sexo masculino foram associados a maior
prevalência de burnout.
Conclusão: O burnout é prevalente em mais da metade dos residentes de
cirurgia. O real impacto da sobrecarga de trabalho e da privação de sono deve
ser melhor investigado. Mais estudos são necessários na busca por fatores de
risco e formas de prevenção e de tratamento, no sentido de implementar políticas
educacionais que auxiliem a formação de cirurgiões capacitados e saudáveis.
Palavras-chave: Esgotamento Psicológico, Corpo Clínico Hospitalar.
92
REVERSÃO DE COLOSTOMIA À HARTMANN: RELATO DE CASO
Yasmina Gripp Carreño; Eliena Perini Cazotto
Introdução: A operação de Hartmann consiste na ressecção de um
segmento colônico doente, com realização de colostomia proximal e
fechamento do coto distal remanescente. Ela era inicialmente indicada para
neoplasia de cólon esquerdo obstrutiva, mas atualmente é bastante
empregada em ressecções colônicas de caráter de urgência. Após este
procedimento, pode-se realizar o fechamento eletivo da colostomia, com
reconstrução do trânsito intestinal.
Descrição do caso: Paciente de sexo masculino, 35 anos, nega
comorbidades, alergias, medicamentos de uso domiciliar e
etilismo/tabagismo. Há dois anos, apresentou quadro de constipação
intestinal crônica com suspeita de megacólon, sendo descartada etiologia
chagásica. Devido a perfuração colônica por fecaloma, foi submetido a
retossigmoidectomia, com ressecção de 70 cm de intestino. Realização de
colostomia à Hartmann. Recentemente internado de maneira eletiva para
fechamento de colostomia terminal. Feita colonoscopia demonstrando reto
com resíduos sólidos, normalmente pelo orifício de colostomia. Presença de
clister opaco com preenchimento de contraste até o reto no nível da metade
do sacro, contrastado do estoma (cólon descendente até o ceco). O paciente
foi submetido a laparotomia mediana para realização de
anastomose colorretal com grampeador circular, sem intercorrências.
Realizado teste azul de metileno para avaliar anastomose, sem
extravasamentos.
Comentários: Os pacientes submetidos a cirurgia de Hartmann usualmente
apresentam condições mais graves, não havendo segurança para realização
da anastomose primária. A operação de reversão da colostomia deverá ser
bem indicada e os princípios cirúrgicos devidamente observados, com o intuito
de reduzir os riscos de morbimortalidade.
93
A INSERÇÃO PRECOCE DE ACADÊMICOS DE MEDICINA EM PROJETOS
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Maria Luiza Font Juliá Grossi; Elisa Inês Demuner Vallandro; Danilo Nagib
Salomão Paulo; Julia Belizario Silveira; Giseli Celestino Nunes; Gabriel Souza
Lorenzoni
Objetivo: Descrever a importância da inserção precoce dos estudantes de
medicina nos programas de iniciação científica (IC) e sua interferência no
processo de ensino-aprendizagem.
Método: Foi acrescentado no plano de ensino da faculdade, aos alunos do 1˚
período, o conceito, assim como a importância da IC. Por meio da confecção de
seminários os alunos foram orientados sobre a pesquisa e coleta de artigos,
pesquisa e coleta de dados em plataformas especializadas, apresentação de
trabalhos, confecção de banners, didática e oralidade. Posteriormente o estudo
comparou o 9˚ período da faculdade antes deste acréscimo, com o 9˚ período
após este acréscimo.
Resultado: Foi observado que ao implementar o conceito e a importância da IC
no plano de ensino do 1˚ período da faculdade, a maioria dos estudantes nunca
tinha tido contato com pesquisa e, portanto, não tinham concepção sobre o que
se tratava tal projeto. Dessa forma a IC exerceu seu papel ao introduzir os alunos
no meio científico. Atualmente no 9 período, os alunos que experienciaram essa
introdução precoce no meio científico, permaneceram inseridos em pesquisas
diversas e são continuidade ao projeto atual. Além disso, apresentaram maior
facilidade na pesquisa de artigos, montagem e apresentação de trabalhos.
Conclusão: A iniciação científica, desde o princípio da faculdade, tem sido
importante para a inserção e manutenção do graduando na ciência, de modo
que oferece, não só conhecimento na área da pesquisa, mas também aprimora
habilidades que serão úteis em outras atividades da faculdade e após a
graduação.
94
HERNIOPLASTIA INCISIONAL: RELATO DE CASO
Eliena Perini Cazotto; Yasmina Gripp Carreño
Introdução: As hérnias abdominais ocorrem quando há um aumento da
pressão intra-abdominal e um segmento do intestino faz protrusão em uma
área fraca da musculatura abdominal. As Hérnias Incisionais (HI) surgem em
locais do abdome em que já foram submetidos a uma incisão cirúrgica.
Hernioplastia é uma cirurgia para reparação de hérnia, normalmente com
utilização de tela para fechar o orifício herniário.
Descrição do caso: R.G., 69 anos, relata que realizou em abril de 2017 uma
hernioplastia supra umbilical, porém observou retorno do abaulamento na
mesma região. Realizou Ultrassonografia de abdome total que evidenciou
hérnia supra umbilical com anel de aproximadamente 3 cm e retratação da
tela. Em junho de 2019 foi realizado a hernioplastia incisional em região supra
umbilical. Foi feita exploração e abertura de saco herniário. Notou- se
presença de aderências em alças de intestino delgado em parede
abdominal. Realizadas lise de aderências e enterorrafia de camada serosa.
Procedimento sem intercorrências, e deixado dreno suctor.
Comentários: Cerca da metade de todas as HI desenvolvem-se nos
primeiros dois anos e três quartos ocorrem dentro de três anos de pós-
operatório. A utilização das órteses (telas) para assegurar a força da parede
abdominal sem tensão diminui significativamente a taxa de recorrência das
hérnias incisionais. A cirurgia tradicional (“aberta”) com tela é considerada a
abordagem mais indicada no tratamento das HI.
95
CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS E PSICOSSOCIAIS DA NEOVAGINOPLASTIA
EM MULHERES TRANSSEXUAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Bruno Saliba Helmer; Giulia Caillaux Bacelar de Castro; Gustavo José Ronchi;
Mariana Moulin Martins; Amanda Martinez Alves; Marcela Souza Lima Paulo
Objetivo: Analisar as consequências dos procedimentos pós-cirúrgicos após a
neovaginoplastia no processo de redesignação sexual em mulheres
transsexuais.
Método: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nos meses de abril a
junho de 2019, em que foram selecionados 15 artigos (8 artigos do PUBMED
utilizando o MeSH e 7 artigos do BVS utilizando o DeCS) que abordam os
delimitadores escolhidos - “Sex reassignment surgery AND Transgender
persons”. Critérios de inclusão: estudos com humanos, publicados em inglês,
português e espanhol, nos últimos 10 anos e artigos com o texto completo
disponível gratuitamente. Critérios de exclusão: artigos de revisão, relatos de
caso, artigos que fugissem ao tema, estudos com outros animais.
Resultados: O pós-operatório da cirurgia de redesignação sexual em mulheres
transsexuais apresenta certas complicações à paciente. Dentre elas, encontram-
se problemas psicológicos (falta de protocolos padrões para o acompanhamento
psicológico das pacientes), tamanho do canal neovaginal (cerca de 60% das
pacientes apresentam alto grau de satisfação), possibilidade da falta de orgasmo
(acima de 80% conseguem atingir o orgasmo), infecções na neovagina (por volta
de 15% apresentam infecções), fístulas (1,2% das pacientes estudadas sofreram
com essa complicação) e prolapso (aconteceu em aproximadamente 7,7% das
pacientes). Além disso, há certas consequências exclusivas da Neovaginoplastia
Intestinal como o mau odor associado ao muco excessivo, além dos benefícios
de auto lubrificação e obtenção de boa profundidade neovaginal.
Conclusão: A cirurgia de redesignação sexual é uma etapa extremamente
complexa na transição de pessoas transsexuais, a qual pode acarretar diversas
complicações à paciente, sejam elas físicas, psicológicas e social.
96
A IMPORTÂNCIA DA GASTRECTOMIA PROFILÁTICA NO CÂNCER
GÁSTRICO DIFUSO HEREDITÁRIO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Amanda Lessa Martins, Bruno Rocha Moreira, Isabella Augusto Pascoal,
Gustavo Lopes Silva, Júlia Lessa Bretas, Patrick Bolzan Guidoni.
Objetivo: Sintetizar as conclusões mais recentes sobre o manejo dos pacientes
com câncer gástrico difuso hereditário (CGDH).
Método: Este estudo constitui-se de uma revisão de literatura feita por consulta
à Diretriz atualizada de CGDH e a artigos científicos no banco de dados Pubmed,
utilizando a chave de busca: Prophylactic gastrectomy AND Hereditary diffuse
gastric cancer AND CDH1 gene. Foram selecionados 5 artigos dentro dos
seguintes critérios de inclusão: Artigos de revisão relacionados ao objetivo,
publicados nos últimos 5 anos e acessíveis gratuitamente na íntegra.
Resultados: A alteração genética relacionada à síndrome de CGDH, de
característica autossômica dominante, é uma mutação germinativa do gene
CDH1 que aumenta o risco de CGD e de câncer de mama lobular (CML). Ao
identificar essa mutação, torna-se imprescindível a indicação de gastrectomia
profilática no início da idade adulta, entre 20 e 30 anos. Em casos de
contraindicação ou não aceitação, deve-se fazer vigilância endoscópica
anualmente, com um mínimo de 30 biópsias. Caso sejam encontradas células
em anel de sinete, frequentemente presentes nessas mutações, o paciente
precisa ser submetido à gastrectomia imediatamente. É importante lembrar que
a síndrome está associada com CML, tornando-se necessária a realização de
RM bilateral de mama anualmente a partir dos 30 anos, e a mastectomia
profilática pode ser uma opção razoável.
Conclusão: É perceptível a importância da gastrectomia profilática nos casos de
mutação do gene CDH1, visto que é responsável por anular o risco de CGD nos
pacientes. Além disso, torna-se evidente a necessidade da vigilância
endoscópica anual nos casos não-cirúrgicos.
97
UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS 3D PARA O ESTUDO DA ANATOMIA
André Louzada Colodette
Introdução: Considerada uma das matérias mais importantes e difíceis da
medicina, o estudo da anatomia, que no passado foi proibido e que hoje enfrenta
dificuldade para a aquisição de novos cadáveres. Pode contar com as novas
tecnologias, como os exames de imagens, e mais recentemente, as imagens em
três dimensões (3D), para ajudar os estudantes na compreensão do corpo humano.
Objetivo: Relatar a utilização de aplicativos tridimensionais, como ferramenta de
auxílio para o estudo da anatomia humana.
Relato: Nas aulas de anatomia os alunos estudavam através da observação e
comparação das peças anatômicas de cadáveres, com os atlas e livros clínicos de
anatomia humana. Sendo auxiliados pelos professores e monitores da disciplina.
Quando necessário, contam com os exames de imagens. Porém muitos alunos
utilizam os smartphones com aplicativos de anatomia, com a opção de visualização
em três dimensões, como auxílio ao estudo da anatomia.
Conclusão: Esses softwares ajudam na visualização, leitura e compreensão dos
componentes do corpo humano, pois permitem o estudo de sua forma, função e
ação, posição e relação com outras estruturas. Alguns, ainda possibilita ao aluno
testar seus conhecimentos, respondendo questões de identificação e de relação
clínica. Como as peças anatômicas ficam restritas ao anatômico e outras,
infelizmente, não se encontram em um bom estado de conservação, o que dificulta
o seu estudo. A utilização de sites e aplicativos que ofereçam a possibilidade da
visualização dessas estruturas, ajudam os estudantes a estudar. Assim com a
tecnologia e a medicina avança, os métodos de estudo também devem evoluir.
Palavras chaves: Anatomy; Aplicativos Móveis; Software; Medicina; Ensino.
98
DA MÁGICA DO CARDISTRY E DA MANIPULAÇÃO DE OBJETOS À
HABILIDADES CIRÚRGICAS
André Louzada Colodette
Introdução: “A mão de cirurgião” é vista como um requisito necessário para se
seguir a carreira de cirurgião, mas visto pelos acadêmicos de medicina como um
dom que nasce com a pessoa, fazendo com que muitos desistam de seguir a
área cirúrgica, devido à falta de habilidades de suas mãos. Mas essas perícias
podem ser adquiridas e aperfeiçoadas com a prática.
Objetivo: Relatar a prática da manipulação de objetos, como complemento para o
desenvolvimento de habilidades cirúrgicas.
Relato: Paralelamente a prática de técnica operatória, o estudante praticava
e tentava aperfeiçoar a sua coordenação motora e suas habilidades com a
mão, através das mais variadas atividades de manipulação de objetos.
Inicialmente treinava PenSpinning, que só necessitava de uma caneta e que podia
ser praticado em qualquer ambiente. Depois, começou a realizar Cardistry, o qual
já exigia a utilização de ambas as mãos de forma coordenada e em um ritmo
uniforme. Paralelamente, em seguida, passou para a Mágica, que requisitava um
trabalho mais corporal, de angulação e de atuação. Além da prática de manipulação
de uma grande variedade de objetos.
Conclusão: Qualquer habilidade pode ser adquirida e aperfeiçoada através da
prática. O treinamento de Técnicas Operatórias permite o estudante conhecer os
principais movimentos necessário para manusear os instrumentos. Mas a prática
de diferentes habilidades, ao mesmo tempo parecidas e que utilizam movimentos
parecidos, permite e facilita a aquisição dessas perícias que podem ajudar na
prática de técnicas operatórias. Além da coordenação motora, há a aquisição de
outras habilidades.
PALAVRAS CHAVES: Aptidão; Habilidades Motoras; Cirurgia; Estudantes;
Medicina.
99
ABDOME AGUDO PERFURATIVO POR INGESTÃO DE PALITO DE DENTE:
RELATO DE CASO. HUCAM
Luis Caco dos Lucio Generoso; Paulo Alves Bezerra Moraes; Paloma Alves
Bezerra Moraes; Rafael Lopes Moraes; Mylene Bastos Barbosa; Filipe Botto
Crispim Silva.
Introdução: A ingestão de corpo estranho ocorre com maior frequência em
crianças, adultos com prótese dentária e alcoólatras. A maioria destes objetos é
eliminada de forma espontânea pelo trato gastrointestinal, e menos de 1%
causam injuria intestinal.
Em relação à ingestão de palitos de dente, a sintomatologia é heterogênea,
sendo dor abdominal mais comum.
Caso: Paciente masculino 67 anos, admitido no PS com dor abdominal há 12
dias, associada à hiporexia e evacuações (3/3 dias) acompanhadas de grande
esforço. Ao exame físico apresenta abdome distendido, hipertimpânico e com
dor difusa a palpação profunda, com predomínio em flanco esquerdo. Apresenta
também colon palpável em flanco direito. Exames laboratoriais evidenciaram
leucitose sem desvio e radiografia de abdome mostrou distensão em intestino
delgado. Devido estabilidade, optado por seguimento com tomografia
computadorizada (TC) de abdome, que mostrou diminuta coleção entre a parede
anterior de alça ileal e o peritônio parietal do quadrante inferior esquerdo.
Realizada laparotomia exploradora que evidenciou importante distensão de
alças em intestino delgado e perfuração de Ileo a cerca de 20 e 50 cm da válvula
ileocecal por palito de dente. Realizada enterotomia segmentar (10 a 50 cm da
válvula ileocecal) e enteroanastomose
Comentários: O diagnóstico pré-operatório de perfuração do TGI por palitos de
dente é muitas vezes difícil e apresenta alta taxa de mortalidade, pois a maioria
dos pacientes raramente lembra o episódio de ingestão. A TC e a
ultrassonografia devem ser utilizadas na investigação mesmo com achados
inespecíficos.
100
IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO VEGETAL PARA A PROMOÇÃO DA
SAÚDE EM UM BAIRRO DE VITÓRIA/ES
André Louzada Colodette; Aldren Thomazini Falçoni Júnior
Introdução: No segundo período de medicina, a saúde coletiva como objetivo,
ensinar o reconhecimento de algum território, constatando as condições
de saneamento, moradia, infraestrutura urbana, fauna e flora e como afetam a vida
e a saúde dos moradores. Contudo, a abordagem botânica é preterida pela maioria
dos profissionais da saúde, designando essa análise para outras ciências
biológicas.
Objetivo: Divulgar a importância da identificação e conhecimento de espécies
vegetais, e como interferem no processo saúde doença.
Relato: Visitando o território, os alunos percorreram o bairro Ariovaldo Favalessa,
com um guia para identificação de plantas da mata atlântica, pudendo inspecionar,
coletar, fotografar, reconhecer e registrar algumas espécies de plantas tóxicas
durante o percurso. Com os achados, a UBS foi alertada sobre os sintomas de
contaminação pelas toxinas dessas plantas, aperfeiçoando o diagnóstico,
tratamento e prevenção.
Conclusão: As plantas reconhecidas costumam estar relacionada com dor
semelhante à queimadura, vermelhidão, inchaço dos lábios e língua,
hipersalivação, dispneia, enjoo, vômitos, diarreia e disfagia, quando mastigadas ou
engolidas. Algumas delas foram: comigo-ninguém-pode, tinhorão, bico-de-
papagaio. A dedaleira, com flores possuindo digitalina, causa arritmia. Essas
plantas são usadas na ornamentação, cultivadas em locais públicos, praças e
escolas, jardins e ambientes domésticos, facilitando o contato de pessoas
desavisados. Necessário que os moradores tenham maiores informações sobre
essas plantas para evitarem eventuais acidentes, efetivando uma medida profilática
barata e impactante, e a UBS precisa estar atento aos sinais e sintomas da
contaminação para um tratamento eficaz. Se as ações forem realizadas, ocorrerá
um aperfeiçoamento na promoção da saúde.
Palavras chaves: Plantas Tóxiacas; Medicina Comunitária; Determinantes do
Processo Saúde-Doença; Projeto de Intervenção.
101
UM COMPILADO BIBLIOGRÁFICO DAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
OPERATÓRIAS E PÓS-OPERATÓRIAS NO TRATAMENTO DO TUMOR DE
WILMS
Bruno Saliba Helmer; Isabela Ávila Nascimento; Isabella Izaita Polese Pinto;
Lucas Zon Andrade De Assis.
Objetivo: Identificar as complicações operatórias e pós-operatórias no
tratamento de pacientes pediátricos oncológicos com tumor de Wilms.
Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica na base de dados MEDLINE,
utilizando a combinação dos descritores "Surgical Procedures, Operative"
"Wilms Tumor" "Postoperative Complications". Adotaram-se como critérios de
inclusão: período de publicação - 1990 a 2018; limite - humanos; idade - neonato
à maioridade; e artigos disponíveis na íntegra, sendo utilizado como critério de
exclusão: revisões bibliográficas. 12 artigos, portanto, foram selecionados para
estudo.
Resultados: Os dados obtidos nesta revisão centraram-se nas principais
complicações operatórias no tratamento multimodal do Tumor de Wilms. Dentre
as quais, exemplifica-se no intra operatório a possibilidade de ruptura tumoral e
de hemorragias, enquanto no pós-operatório, pontua-se às insuficiências renais,
obstrução intestinal, infecções e incontinência urinária. Além disso, observa-se
diferentes estratégias buscando prevenir complicações cirúrgicas, tais quais a
utilização de quimioterápicos no pré-operatório, comumente vincristina e
dactinomicina, visando a redução do tamanho do tumor e a diminuição do estágio
tumoral. Outrossim, a preservação de parte do parênquima renal mostra-se
como outro ponto em discussão para evitar comorbidades como a diminuição do
clearance de creatinina devido à disfunção renal.
Conclusão: Compreende-se que o entendimento holístico das possíveis
complicações operatórias e pós-operatórias supracitadas é essencial para a
atuação médica. Dessa forma, com fins acadêmicos, esta revisão bibliográfica
reuniu as principais adversidades associadas ao tratamento do tumor de Wilms,
visando auxiliar em sua abordagem terapêutica.
102
RELATO DE CASO: SARCOMA SINOVIAL MONOFÁSICO PRIMÁRIO DE
MEDIASTINO
Aloysio Abdo Silva Campos, Luilson Geraldo Coelho Junior, Gabriel Benevides
Valiate Martins, Ricardo Prado Correia, Guilherme Neves Furtado, Rogério
Ignacio de Oliveira
Introdução: O sarcoma sinovial (SS) é uma entidade bem definida que
representa aproximadamente 10% de todos os sarcomas de tecidos moles¹ ².
Apesar de ter uma forte predileção por áreas periarticulares dos membros
inferiores, já foi encontrado em outros sítios. Sua origem parece ser a célula
multipotencial mesenquimal³. Histologicamente, o sarcoma sinovial é organizado
em 4 categorias pela proporção de células epiteliais a fusiformes. Neste trabalho,
relatamos o caso de um sarcoma sinovial monofásico primário de mediastino.
Caso: Paciente masculino, 45 anos, sem comorbidades, dá entrada em Unidade
de Pronto Atendimento com queixa de dispneia e dor pleurítica de início súbito,
associada a perda ponderal de 10 Kg em 3 meses. Abordagem diagnóstica inicial
evidencia massa mediastinal volumosa, sendo assim, encaminhado a um
hospital de referência. Durante investigação, é realizada toracocentese
diagnóstica, e biópsia pleural, que não demonstraram agentes específicos ou
neoplasias. É optado, portanto, por realização de videotoracoscopia com biópsia
por congelamento, que demonstrou neoplasia fusocelular indiferenciada, sendo
assim, considerada irressecabilidade cirúrgica do tumor. Material enviado para
himunohistoquímica que evidenciou SS Monofásico Fibroso. Paciente foi então
encaminhado para realização de quimioterapia paliativa, porém faleceu em
poucos meses.
Comentários: O diagnóstico de SS é extremamente difícil, visto que, em sua
maioria, é oligo ou assintomático. Um fator agravante, neste caso, é a sua
localização. Massas mediastinais são corriqueiramente relacionadas a outros
diagnósticos, como afecções no timo, na tireoide, na aorta torácica, ou tumores
como linfomas e teratomas, que normalmente possuem caráter muito menos
agressivo.
103
REFERÊNCIAS:
[1] NIELSEN, Torsten O.; POULIN, Neal M.; LADANYI, Marc. Synovial sarcoma: Recent discoveries as a roadmap to new avenues for therapy. Cancer Discovery. [S.l: s.n.]. , 2015 [2] QI, Yan et al. Identification of potential mutations and genomic alterations in the epithelial and spindle cell components of biphasic synovial sarcomas using a human exome SNP chip. BMC Medical Genomics, 2015. [3] NAKA, Norifumi et al. Synovial sarcoma is a stem cell malignancy. Stem Cells, 2010.
SÍNDROME DE GARDNER: RELATO DE CASO DE APRESENTAÇÃO
CLÁSSICA
Luilson Geraldo Coelho Junior; Aloysio Abdo Silva Campos; Gabriel Benevides
Valiate Martins; Guilherme Neves Furtado; Monica Vieira Pacheco; Isabella
Vargas Baldon
Introdução: A Síndrome de Gardner (SG) é uma doença genética autossômica
dominante, considerada uma subcategoria da Polipose Adenomatosa Familiar
(PAF), caracterizada por múltiplos pólipos intestinais associados a
manifestações extraintestinais clássicas como tumores desmóides, osteomas de
crânio e mandíbula, tumores de tireoide, cistos epidermoides, cistos sebáceos,
anormalidades dentarias e tumores periampulares¹ ². Estimativas de prevalência
evidenciam a raridade das duas entidades, que varia de 2,29 a 3,2 casos a cada
100.000 pessoas³ 4. Descrevemos um caso de Síndrome de Gardner com
apresentação clássica, com dados clínicos e de imagem, além de seu
seguimento.
Caso: Paciente feminina, 31 anos, dá entrada no serviço com quadro de
fibromatose cervical do tipo desmoide recidivante diagnosticado aos 13 anos,
osteomas em fronte e palato duro, e dentes supranumerários. Aventada hipótese
de SG e é solicitada colonoscopia, que evidência múltiplos pólipos sésseis e
realiza algumas polipectomias, com diagnóstico histopatológico de adenoma
tubular atípico de baixo grau. Paciente apresenta heredograma compatível com
104
doença com herança autossômica dominante. Diante de tais achados, é
confirmada hipótese de SG e indicada colectomia total como forma de prevenção
do câncer de cólon.
Comentários: Assim como na PAF, a progressão dos pólipos para câncer de
cólon é inevitável na SG caso o cólon não seja retirado por completo⁵ . Cerca de
50% dos pacientes apresentam adenomas intestinais aos 15 anos e 95% aos 35
anos⁶ . Sendo assim, quase que a totalidade dos pacientes apresentam tumores
colônicos aos 40 – 50 anos, evidenciando a importância do conhecimento desta
síndrome para realização de um diagnóstico precoce.
REFERÊNCIAS:
1. Bisgaard ML, Bülow S. Familial adenomatous polyposis (FAP): genotype correlation to FAP phenotype with osteomas and sebaceous cysts. Am J Med Genet A 2006; 140:200. 2. Galiatsatos P, Foulkes WD. Familial adenomatous polyposis. Am J Gastroenterol 2006; 101:385. 3. Bussey HJR. Familial polyposis coli. In: Family Studies, Histopathology, Differential Diagnosis and Results of Treatment, Johns Hopkins University Press, Baltimore 1975. 4. Bülow S, Faurschou Nielsen T, Bülow C, et al. The incidence rate of familial adenomatous polyposis. Results from the Danish Polyposis Register. Int J Colorectal Dis 1996; 11:88. 5. Jasperson KW, Burt RW. APC-Associated Polyposis Conditions. In: GeneReviews, Pagon RA, Adam MP, Ardinger HH, et al (Eds), Seattle 1998. 6. Trimbath JD, Giardiello FM. Review article: genetic testing and counseling for hereditary colorectal cancer. Aliment Pharmacol Ther 2002, 16:1843–57
105
RELATO DE CASO: HEMATOMA NO PÓS-OPERATÓRIO DE HÉRNIA
INCISIONAL
Paula Fontes Lelis; Thaís Oliveira Dupin; Cirênio de Almeida Barbosa; Weber
Chaves Moreira; Maxlanio Azevedo Borges; Wilson Santana Silva Júnior
Introdução: A cirurgia para correção de hérnia incisional abdominal acontece
em 11% das laparotomias. A taxa de complicação após esse procedimento tem
relação com os fatores de risco do paciente, tamanho da hérnia, tipo de técnica
operatória e nível de experiência do cirurgião. De acordo com dados retirados da
literatura, o hematoma foi encontrado em 1,4% dos casos de complicações pós-
operatórias de hérnia incisional.
Relato de caso: Masculino, 31 anos. Histórico de cirurgia para controle de
obesidade, submetido à laparotomia mediana supraumbilical. Após alguns anos,
diagnosticado com hérnia incisional. Realizada Herniorrafia com tela não
absorvível (polipropileno). A evolução pós-operatória do procedimento
transcorreu com acúmulo de coleção líquida. Paciente queixava de abaulamento
na região do epigástrio esquerdo e desconforto abdominal. A Ultrassonografia
revelou formação ovalada sem vascularização ao Doppler, com volume estimado
em 397cm³. Estrutura exibiu várias septações internas presentes no tecido
subcutâneo. Hipótese diagnóstica de seroma encistado ou hematoma. Realizado
tratamento cirúrgico para evacuação da coleção. Encontrado aproximadamente
350ml de material sanguinolento durante drenagem.
Comentários: Entre as complicações mais frequentes após cirurgias
abdominais, os hematomas são os mais encontrados. É de comum acordo com
a maioria dos cirurgiões o uso de drenos no pós-operatório imediato para evitar
o acúmulo de sangue. Isso porque a presença de líquidos pode dificultar a
cicatrização e favorecer infecções. O tratamento do hematoma pode ser feito de
forma conservador, se pequeno, ou cirúrgico, se maior tamanho. Uma dissecção
e hemostasia adequadas reduz a incidência de hematomas.
106
RELATO DE CASO: IMPORTÂNCIA DO EXAME ANATOMOPATOLÓGICO
APÓS COLECISTECTOMIA
Paula Fontes Lelis; Thaís Oliveira Dupin; Cirênio de Almeida Barbosa; Weber
Chaves Moreira; Rayane Elen Fernandes Silva; Luíza Araújo Diniz
Introdução: O Carcinoma de Vesícula Biliar (CVB) é relativamente raro. É a
neoplasia de vias biliares mais comuns e a sétima mais frequente do trato
gastrointestinal. Cerca de 90% dos casos tem um padrão histológico de
Adenocarcinoma. Sua detecção precoce é difícil, pois apresenta sintomas
tardios e inespecíficos, como dor abdominal e cólica. A sintomatologia pode estar
associada ou ser confundida com Colelitíase. Segundo dados da literatura,
aproximadamente 95% dos casos CVB estão associados com Colelitíase.
Descrição do caso: Feminino, 71 anos. Em junho/2019, paciente procura
atendimento queixando de dispneia, dor torácica direita e tosse produtiva com
10 dias de evolução. Exames de imagem detectaram Derrame Pleural. O
resultado da citologia do líquido pleural continha células atípicas, sugestivo de
adenocarcinoma. Após pesquisa do histórico patológico, foi descoberto
Colecistectomia em janeiro/2019 após diagnóstico de Colelitíase. Questionada
sobre o exame anatomopatológico, paciente relatou não sabia do resultado.
Orientada a buscá-lo no laboratório. O exame descreveu a presença de
Adenocarcinoma moderadamente diferenciado, invasivo, localizado no colo da
vesícula biliar, comprometendo toda a espessura da parede. Presença de
êmbolos neoplásicos intravasculares. Estadiado em pT2. Margem cirúrgica livre.
Também foi encontrado Colecistite crônica calculosa.
Comentários: Devido a associação com a colelitíase e a sintomatologia
inespecífica, o diagnóstico do CVB pode ocorrer após uma cirurgia para retirada
de vesícula por colelitíase. Dado isso, é necessário que o cirurgião oriente o
paciente da importância de se manter informado sobre o exame
anatomopatológico da peça cirúrgica.
107
LEIOMIOSSARCOMA PRIMÁRIO DE PULMÃO: RELATO DE CASO
Gabriel Benevides Valiate Martins; Luilson Geraldo Coelho Junior; Aloysio Abdo
Silva Campos; Ricardo Prado Correia; Rogério Ignacio de Oliveira; Carlos
Musso.
Introdução: Sarcomas primários do pulmão são extremamente raros,
representando menos de 0,5% dos tumores malignos de pulmão¹ e constituem
um grupo heterogêneo de neoplasias com características morfológicas similares,
sendo o Leiomiossarcoma o tipo histológico mais comum dentro deste grupo².
Descrevemos um caso de Leiomiossarcoma primário em lobo inferior do pulmão
com dados clínicos, de imagem e patológicos, além de seu seguimento a longo
prazo.
Caso: Paciente feminino, 22 anos, encaminhada com quadro de pneumonia
complicada com derrame pleural. Há um mês com queixa de dispneia, dor em
hemitórax direito ventilatório-dependente, tosse e febre vespertina, e Tomografia
computadorizada (TC) de tórax evidenciando volumosa massa em hemitórax
direito. Realizado broncoscopia, que não revelou alterações. Submetido a
lobectomia pulmonar inferior direita sem intercorrências. O exame
histopatológico evidenciou neoplasia fusocelular consistente com
Leiomiossarcoma, medindo 12,5x8,4 cm. A Imuno-histoquímica confirmou o
diagnóstico de leiomiossarcoma. Realizado TC de crânio, TC e ressonância
nuclear magnética de tórax, abdome e pelve para avaliar o sítio de origem do
tumor, e nenhum dos exames de imagem foi capaz de evidenciar outro foco
primário alternativo ao pulmonar. Como achado, foi demonstrado apenas zonas
de lipossubstituição no musculo serrátil direito, consistente com Elastofibroma
dorsi.
Comentários: A maioria dos sarcomas de pulmão são secundários, sendo
necessário para confirmar o diagnóstico de sarcoma primário de pulmão uma
ampla investigação clínica e radiológica a fim de excluir um sítio primário
alternativo¹. Além disso, é necessário a confirmação diagnóstica por imuno-
histoquímica pois outros tumores primários do pulmão podem mimetizar
morfologicamente um sarcoma¹.
108
REFERÊNCIAS:
1. Attanoos R.L., Appleton M.A., Gibbs A.R. Primary sarcomas of the lung: a clinicopathological and immunohistochemical study of 14 cases. Histopathology. 1996;29:29–36. Attanoos RL, Appleton MA, Gibbs AR: Primary sarcomas of the lung: a clinicopathological and immunohistochemical study of 14 cases. Histopathology 1996, 29:29-36. 2. Janssen J.P., Mulder J.J., Wagenaar S.S., Elbers H.R., van den Bosch J.M. Primary sarcoma of the lung: a clinical study with long-term follow-up. Ann. Thorac. Surg. 1994, 58:1151–1155.
RELATO DE CASO: FÍSTULA PANCREATICOPLEURAL PÓS
ESPLENECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
Thaís Oliveira Dupin; Cirênio de Almeida Barbosa; Weber Chaves Moreira;
Marcelo de Alencar Resende; Paula Fontes Lelis; Arthur de Andrade Carvalho
Moreira
Introdução: A fístula pancreaticopleural foi descrita por Tombroff em 1973. É
estimado uma ocorrência de 0,4% em pacientes com pancreatite, principalmente
em casos de pancreatite crônica alcoólica (99%). Elas podem ocorrer devido à
vários distúrbios inflamatórios, traumáticos, pós-operatórios e de forma
iatrogênica. A incidência após cirurgias pancreáticas é relatada em 25% dos
casos. A esplenectomia, devido à proximidade com o pâncreas, pode promover
fístulas pancreáticas devido a danos teciduais inadvertidas.
Relato de caso: Feminino, 58 anos. Encaminhada por hematologista para
esplenectomia devido a Púrpura Trombocitopênica Imune, corticodependente,
diagnosticada em 2017. Realizada esplenectomia videolaparoscópica (18/07)
sem intercorrências. No outro dia, evoluiu com desconforto tóracoabdominal e
dispneia. Raio x demonstrou velamento do hemitórax esquerdo, diagnosticado
derrame pleural. Executada descorticação pulmonar por videotoracoscopia e
toracostomia com drenagem pleural fechada. Achado operatório de líquido
espesso e seroso. Ausência de sangue no líquido pleural. Transferida ao CTI,
em uso de noradrenalina e saída de secreção serohemática nos drenos de tórax.
109
TC evidenciou pequena quantidade de líquido na cavidade abdominal superior,
com pequenos focos hiperdensos e enfisema subcutâneo no flanco esquerdo.
Não mostrou alterações no pâncreas. Como hipótese diagnóstica, fístula
pancreaticopleural decorrente de esplenectomia. Houve pinçamento do
pâncreas durante ato cirúrgico, ocasionando pancreatite e, consequentemente,
a fístula.
Discussão: A esplenectomia videolaparoscópica é frequente em patologias
hematológicas. É preciso ser cauteloso durante a dissecção da cauda do
pâncreas para que não haja lesões inadvertidas. Assim, é possível evitar
complicações pós-operatórias, como o surgimento de fístulas.
RELATO DE CASO: DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE NO PÓS-
OPERATÓRIO DE CIRURGIA COLORRETAL
Thaís Oliveira Dupin, Cirênio de Almeida Barbosa, Ronald Soares dos Santos,
Paula Fontes Lelis; Rayane Elen Fernandes Silva; Luíza Araújo Diniz
Introdução: As complicações decorrentes da anastomose colorretal não são
incomuns e, frequentemente, são graves. A descontinuidade da anastomose é
um fato preocupante no pós-operatório, pois permite o extravasamento do
conteúdo intestinal para a cavidade peritoneal e, com isso, pode ocasionar
peritonite difusa, abscessos intra-abdominais e fístulas.
Descrição de caso: Feminino, 66 anos, submetida a Retossigmoidectomia em
18/06/2019 para tratamento de diverticulite complicada. Cirurgia inicialmente por
videolaparoscopia e convertida para laparotomia durante processo operatório.
Realizada anastomose do colo descendente e do reto. Após 11 dias, paciente
necessitou de uma nova abordagem por laparotomia para tratamento de fístula
decorrente da anastomose. Achado operatório de peritonite bacteriana
generalizada. Realizado colostomia de Hartmann. Em 07/07, paciente
novamente submetida a procedimento cirúrgico por deiscência da anastomose,
com achado operatório de peritonite pélvica e em flanco esquerdo. Houve
necrose de segmento de colo descendente que havia recebido a colostomia, com
110
vazamento de fezes. Executado exteriorização da alça viável (ângulo esplênico
do colo). Colocado 2 drenos de Maloscot em flanco esquerdo e pelve.
Colostomia fixada no ângulo hepático. Colectomia distal do colo transverso em
busca de uma melhor visibilidade sanguínea para o órgão.
Comentários: Essas complicações aumentam a morbimortalidade nas
operações colorretais, o que torna o diagnóstico e tratamento precoces
essenciais para que haja um bom prognóstico do quadro. Quando há
necessidade de se abordar cirurgicamente a deiscência, a anastomose pode ser
reparada ou desfeita. Esta última opção poderá ser efetuada com o segmento
proximal reconstituído com uma colostomia terminal.
DISTROFIA TORÁCICA ASFIXIANTE DE JEUNE – RELATO DE CASO DE UM
RECÉM-NASCIDO
Leonardo Ramos Machado da Silva; Lara Maria Francisco Féres; Anna Carolina
Pereira Mares Guia; Glauber Felizardo Alvim¹; Carmen Cardilo Lima; Fernanda
Cardilo Lima.
Introdução: a distrofia torácica asfixiante (síndrome de Jeune – 1954) é uma
displasia esquelética autossômica recessiva rara, caracterizada por um tórax
pequeno e estreito, alongado e por condrodistrofia generalizada com membros
curtos variáveis.
Descrição do caso: M.F.M.C., 37 anos, G2P2A0, com sete consultas pré-natais
e ultrassom morfológico, no qual foi identificado anormalidades congênitas. No
dia 18/04/2018 entrou em trabalho de parto e nasceu J.P.M.C., parto por
cesariana, a termo, com Apgar de 6 e 8, na sala de parto foi verificado
encurtamento de membros, onfalocele, pequena estatura e tórax pequeno,
assim sendo encaminhado para a UTI Neonatal. Com um dia de nascido, foi
corrigido a onfalocele. Devido ao acometimento pulmonar e desconforto
respiratório gerados pela distrofia torácica, o RN foi traqueostomizado e feita a
abordagem para toracoplastia direita e dois meses depois reabordada para
toracoplastia esquerda.
111
Comentários: o RN encontra-se em boa recuperação cirúrgica, está com
traqueostomia, mas evoluindo satisfatoriamente nos parâmetros pulmonares. A
previsão é para alta hospitalar com homecare. Sendo a síndrome uma entidade
rara, o diagnóstico deve ser pensado nas anormalidades de caixa torácica, dado
o seu grau de acometimento pulmonar e evolução da doença, a maioria dos
pacientes malconduzidos possuem pior prognóstico e baixa qualidade de vida.
DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG ASSOCIADO A AGANGLIONOSE COLÔNICA
TOTAL – UM RELATO DE CASO
Leonardo Ramos Machado da Silva; Lara Maria Francisco Féres; Henrique
Pinheiro Leite Benedito; Rodrigo de Assis Gusmão; Carmen Cardilo Lima;
Fernanda Cardilo Lima
Introdução: A doença de Hirschsprung (megacolón congênito aganglionar) é
uma desordem intestinal, que resulta em sintomas graves de constipação
intestinal, com hipertrofia e acentuada dilatação dos cólons. Em grande parte
dos pacientes manifesta-se imediatamente após o nascimento. Foi observado
que a aganglionose é o fator desencadeante para a obstrução intestinal. Estima-
se que a prevalência seja de 0,005% a 0,02%, mais comumente observadas no
sexo masculino (4:1).
Descrição do caso: Recém-nascido de parto cesária, a termo, APGAR 9/10,
com alta hospitalar em 48 horas de vida, sem intercorrências, retorna ao
nosocômio no quinto dia de vida, em uso exclusivo de seio materno por
apresentar distenção abdominal importante e vômitos fecaloides. Foi realizado
exame de trânsito de delgado o qual resultou em dilatação de alças do intestino
delgado e realizado enema opaco visualizado distenção de cólon. Recebeu
indicação de laparotomia, onde se realizou uma colectomia total com ileostomia
em íleo terminal. A análise macroscópica da peça revelou-se ausência total de
gânglios linfáticos.
Comentários: Sendo um caso raro, visto que a incidência da aganglionose total
do cólon é incomum; o RN até o momento está em bom estado geral, evoluindo
112
satisfatoriamente após procedimento cirúrgico sem intercorrências. A
programação cirúrgica é a de 2 tempos com aproximação transanal.
CARACTERIZAÇÃO DAS CIRURGIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS
DE UM HOSPITAL E MATERNIDADE DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO,
BRASIL.
Greice Kelly Palmeira Campos; Graziella Marques de Araújo Fernandes; Marcos
Campos Pontara; Adriene de Freitas Moreno Rodrigues; Luciano Antônio
Rodrigues.
Objetivos: Caracterizar os procedimentos cirúrgicos em ginecologia e
obstetrícia de um hospital filantrópico.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa,
transversal, realizado no período de fevereiro a abril de 2019. Foi desenvolvido
um inquérito de informações das cirurgias ginecológicas e obstétricas
registradas no centro cirúrgico de um hospital de pequeno porte do norte do
Espírito Santo, referência na assistência à saúde da mulher.
Resultados: Foram realizados 342 procedimentos cirúrgicos ginecológicos e
obstétricos, sendo 77,48% cesarianas, 15,2% curetagens, 4,09% histerectomias,
0,87% ooforectomias, 0,58% perineoplastias e 1,75% laqueaduras tubárias. A
caracterização do perfil das cirurgias ginecológicas e obstétricas possibilitou
reflexões sobre o desenvolvimento de ferramentas que reduzem as
complicações provenientes desses procedimentos, como infecções na ferida
operatória, que pertence ao rol das infecções nosocomiais.
Conclusões: Os diversos procedimentos ginecológicos e obstétricos a
cesariana foi o que mais prevaleceu na instituição com (77,48%) corroborando
com estudos anteriores os quais mostram que o Brasil apresenta uma das taxas
de cesárea mais elevadas do mundo, divergindo das recomendações da
Organização Mundial de Saúde, que é de 15%.
PALAVRAS-CHAVE: Maternidade. Medicina. Cirurgia.
113
INQUÉRITO CIRÚRGICO: PERFIL DE PROCEDIMENTOS DE UM HOSPITAL
E MATERNIDADE DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL.
Greice Kelly Palmeira Campos; Graziella Marques De Araújo Fernandes; Marcos
Campos Pontara; Adriene de Freitas Moreno Rodrigues; Luciano Antônio
Rodrigues.
Objetivos: Apresentar o inquérito e o perfil cirúrgico de procedimentos
realizados em um hospital e maternidade filantrópica do norte do Espírito Santo.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa,
transversal, realizado no período de fevereiro a abril de 2019. Foi desenvolvido
um inquérito de informações de procedimentos registrados no centro cirúrgico
de um hospital de pequeno porte. As variáveis analisadas foram constituídas dos
seguintes elementos: tipo de cirurgia e procedimentos de anestesiologia.
Resultados: Neste período foram realizados 513 procedimentos cirúrgicos,
sendo 66,86% cirurgias ginecológicas/obstétricas; 18,65% oftalmológicas;
6,23% urológicas; 4,87% cirurgias gerais; 1,55% proctológicas; 1,36%
angiológicas e 0,77% cirurgias ortopédicas. Para essas cirurgias foram utilizados
520 procedimentos anestésicos, sendo 65,19% raquianestesia; 32,88%
anestesias gerais e 1,92% anestesias locais. Observou-se que, o número de
procedimentos anestésicos foi superior e de forma discreta, uma vez que em
algumas cirurgias era necessário fazer mais de um procedimento de bloqueio.
Obteve-se um maior número de procedimentos ginecológicos/obstétricos, pois o
hospital é uma referência em maternidade e em segundo lugar os procedimentos
oftalmológicos. Apresentar o inquérito e o perfil cirúrgico de procedimentos
realizados em um hospital e maternidade filantrópica do norte do Espírito Santo.
Conclusões: Foi possível identificar que devido perfil do hospital e suas
características assistenciais e posicionamento geográfico destacou que as
cirurgias ginecológicas/obstétricas são os procedimentos mais frequentes nesta
unidade hospitalar. O perfil das internações cirúrgicas permite desfecho que
levam à procura do serviço e o levantamento de tais dados são fundamentais
para estruturação e inserção de novas políticas no atendimento hospitalar.
Palavras-chave: Perfil das cirurgias. Medicina. Hospitalização. Sistema de
Saúde.
114
IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO DE LIGAS ACADÊMICAS COM A
COMUNIDADE POR MEIO DE AÇÕES SOCIAIS
Renzo Stefenoni Finamore Simoni; Mariana Stefenoni Ribeiro; Yasmin de
Rezende Beiriz; Américo Carnelli Bonatto; Gabriel Lima Barbosa; Carlos
Eduardo David de Almeida.
Introdução: Uma liga acadêmica (LA) é formada pelo “tripé da educação”, que
consiste em ensino, pesquisa e extensão. É possível comparar a extensão com
a promoção e prevenção da saúde, que é um dos principais objetivos de uma
LA, já que esta possui um compromisso social. A fim de cumprir esse
compromisso são feitas as ações sociais, as quais trazem benefícios tanto para
os acadêmicos quanto para a comunidade. O trabalho objetiva explanar o
comprometimento de uma LA com a comunidade evidenciando a importância de
seu compromisso social.
Descrição da experiência: Através de uma parceria entre LAs foi realizada uma
ação social em uma escola em Vitória-ES, cujo público alvo eram crianças de 6
a 8 anos. Os acadêmicos calcularam o Índice de Massa Corporal, aferiram a
pressão arterial e aplicaram a tabela de Snell, analisando e comparando os
resultados com os padrões de normalidade. Posteriormente, todos os dados
colhidos foram documentados e direcionados aos pais com as devidas
orientações.
Comentários: O alcance da ação foi de 100 alunos. Apesar da maioria se
enquadrar nos padrões de normalidade, um número razoável de estudantes
encontrava-se com sobrepeso e alterações na acuidade visual, ressaltando a
relevância da atividade. A ação contribuiu para a saúde das crianças e
possibilitou aos ligantes não só a prática de técnicas e conhecimentos adquiridos
em aulas, como também o exercício de seu lado humano. Assim, os alunos de
medicina reconheceram seu dever de compromisso com a comunidade, a qual
por meio dessas ações se sentiu devidamente amparada.
115
WORKSHOP COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA NO ENTENDIMENTO
DO FUNCIONAMENTO DO CENTRO CIRÚRGICO
Lucas Moreira Pires Martins; Luis Felipe Scampini Siqueira Rangel; Yasmin de
Rezende Beiriz; Américo Carnelli Bonatto; Maria Ingrid Barbosa Passamani;
Carlos Eduardo David de Almeida
Introdução: A Anestesiologia tem evoluído exponencialmente devido ao
desenvolvimento de novas drogas mais eficientes, otimizando procedimentos
como a raquianestesia e a anestesia peridural. Juntamente com processo de
modernização, torna-se necessária a capacitação de discentes e constante
atualização dos profissionais da área, tanto nos aspectos teóricos quanto
práticos, por meio de workshops. Esse estudo objetiva descrever a experiência
do workshop acerca de raquianestesia e anestesia peridural realizado pela Liga
Acadêmica de Anestesiologia do Espírito Santo (LIANES) para o congresso
CONCAM.
Descrição da experiência: Os membros da liga notaram que o currículo de
medicina carecia da prática de raquianestesia e anestesia peridural que, embora
sejam procedimentos do anestesiologista, seu domínio pode melhorar a
compreensão do funcionamento do centro cirúrgico por parte do discente de
medicina. Assim, foi organizado um workshop de modo que o acadêmico
pudesse treinar, em manequins, os procedimentos.
Comentários: participaram do evento 15 acadêmicos de Medicina não membros
da liga, e 3 diretores da LIANES. O retorno sobre o ensino proposto foi positivo,
sendo obtido através de observações dos participantes. A partir do aprendizado
das técnicas de anestesia, o aluno pode ter um maior entendimento do
funcionamento do ambiente cirúrgico, além de fomentar o conhecimento de
vantagens, contraindicações, complicações e tempo de duração. Desse modo,
o aprendizado de técnicas anestésicas auxilia o acadêmico a compreender os
processos cirúrgicos, ressaltando a necessidade da analgesia.
116
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE
ANESTESIOLOGIA SOBRE O PROJETO SALVE UMA VIDA
Maria Ingrid Barbosa Passamani; Amanda Castro de Bone; Gabriel Lima
Barbosa; Joao Vitor Elizeu Cerqueira; Nemer Emanoel Crevelario da Silva; Erick
Freitas Curi.
Introdução: Ensino, pesquisa e extensão formam o tripé da educação que
constitui as ligas acadêmicas e são de extrema importância para o sucesso das
atividades no meio acadêmico e na comunidade. No cenário brasileiro, a cultura
dos primeiros socorros não está bem difundida e o projeto ‘’Salve uma Vida’’ se
apresenta rompendo esse paradigma, levando conhecimento para a população
que não se configura na área da saúde. Esse estudo objetiva descrever o ‘’Salve
uma Vida’, um projeto de extensão da Liga Acadêmica de Anestesiologia do
Espírito Santo (LIANES), chancelado pela Sociedade Brasileira de
Anestesiologia, que consiste em ensinar suporte básico de vida (BLS) para a
população leiga.
Descrição da experiência: Encontros gratuitos são agendados em escolas,
faculdades, comunidades, empresas ou outros locais que careçam de
conhecimento. Os encontros consistem em uma apresentação teórica, seguida
de um treinamento prático em BLS com manequins, técnicas para ventilação,
reanimação cardiopulmonar (RCP) e manobras de desengasgo.
Comentários: O curso é de grande utilidade para os leigos e ressalta-se que
houve relatos de participantes de turmas anteriores afirmando que a técnica
adquirida foi crucial para um desfecho positivo de uma determinada situação.
Ademais, o assunto aborda as requisições da Lei 13.722, de 04 de outubro de
2018, que reafirma a importância social do projeto. O projeto de extensão ‘’Salve
uma Vida’’ possui grande impacto social e é de extremo valor para a
comunidade, orientando como reagir ao se depararem com situações extremas
e evitar um desfecho ruim.
117
IMPORTÂNCIA DO ENSINO DOS AVANÇOS DA MEDICINA PARA
ACADÊMICOS POR MEIO DE LIGAS ACADÊMICAS
Bruna Valle Cesconeti; Yasmin de Rezende Beiriz; Américo Carnelli Bonatto;
João Pedro Brandão Borges; Gabriel Alves de Paula Araújo; Augusto dos
Santos.
Introdução: a evolução e o avanço científico modificaram a medicina e sua
maneira de exercê-la, levando a alterações no cenário da educação médica.
Todavia, nota-se a necessidade por parte do discente de medicina do contato
com assuntos que envolvam tecnologias, como os procedimentos
endovasculares no contexto da cirurgia vascular. Assim, as ligas acadêmicas
apontam como uma alternativa para alcançar esse objetivo de forma
extracurricular.
Descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por
acadêmicos de medicina em uma reunião científica teórica organizada pela
LACIVES. Houve um momento de aula teórica ministrada por um médico
cirurgião vascular e endovascular, em que foram expostas as atribuições
cabíveis à profissão. Ao final, foi aberto espaço para perguntas e comentários.
Comentários: em um contexto de liga acadêmica de cirurgia vascular, o contato
com o especialista para conhecimento de suas atribuições profissionais, isto é,
desde a realização de exames como o Eco-Doppler até implantes de próteses
em artérias e dissolução de trombos em veias, torna-se inspirador. Aulas com
imagens de exames, como angiografia e recontrução tridimensional volumétrica,
por exemplo, são um meio encontrado para estimular o discente a estudar novas
tecnologias.
Conclusão: devido à escassa abordagem acerca do tema durante a graduação,
devido à especificidade, a participação dos discentes em ligas acadêmicas é o
momento propício para esse conhecimento. Assim, essas reuniões instigam o
aluno com a modernidade das possibilidades de tratamento e o estimulam na
busca constante por atualização e conhecimento.
118
ESTÁGIO PRÁTICO EM LIGA ACADÊMICA: UM INSTRUMENTO PARA A
FORMAÇÃO DO MÉDICO
Yasmin de Rezende Beiriz; Américo Carnelli Bonatto; Lucas Martins Duarte
Figueira; Laís Rosa Boscalha; Bruna Valle Cesconeti; Eliud Garcia Duarte Junior.
Introdução: O estágio extracurricular para graduandos em medicina se
configura como uma importante fonte de conhecimento entre o que é exposto
em sala de aula e como o assunto se aplica na prática. Assim, estar em contato
constante com o paciente e com profissionais possibilita um maior aprendizado
acerca do tema estudado. Esse estudo objetiva descrever a experiência vivida
por membros da Liga Acadêmica de Cirurgia Vascular do Espírito Santo
(LACIVES) durante o estágio prático em um programa de proteção ao pé
diabético (PROPÉ), localizado no centro de especialidades médicas de Vila
Velha (CEMAS).
Descrição da experiência: O estágio supervisionado no PROPÉ permite
acompanhar mais de perto a realidade dos pacientes com neuropatias e lesões
nos pés, orientando para a redução das taxas de complicações e para a melhoria
da qualidade de vida desses pacientes. Durante o tempo que os acadêmicos
permaneceram no serviço, foi possível acompanhar afecções como vasculites,
osteomielites, pé de Charcot, aprender sobre utilização da bota de unna e
métodos para os curativos.
Comentários: No decorrer do estágio foi possível a concretização dos
conhecimentos sobre as patologias apresentadas e um maior aprendizado
acerca delas. Os acadêmicos aperfeiçoaram habilidades como anamnese e
exame físico, adquirindo experiência e confiança. A possibilidade de inserção em
estágios, por meio de ligas acadêmicas, garante mais acesso às atividades
práticas. Além disso, o acompanhamento de tais serviços oferece uma visão
mais ampla do conhecimento e fornece experiência para mostrar a realidade da
saúde brasileira.
119
ACOMPANHAMENTO DE UM PACIENTE QUE AGUARDA NA FILA ESPERA
PARA TRANSPLANTE HEPÁTICO
Aline Fonseca Sandrini; Américo Carnelli Bonatto; Daiany Bromonschenkel de
Angeli; Américo Carnelli Bonatto; Samara Rafaela Balbino Lopes; Yasmin de
Rezende Beiriz
Introdução: Em 1968 o transplante hepático iniciou-se no Brasil. Contudo,
apenas em 1980 o passou a ser indicado rotineiramente para doenças crônicas
de origem hepática e de caráter irreversível. No entanto, seja por desinformação
ou escassez de programas governamentais, atualmente, há um número
insuficiente de doadores. Esse estudo objetiva descrever o acompanhamento de
um paciente e seus familiares na fila de espera pelo transplante hepático.
Descrição da experiência: A trajetória de um paciente foi acompanhada por
seis meses na fila do transplante de fígado e suas repercussões na família. Ele
era portador de esteato-hepatite não alcoólica que evoluiu para cirrose, foi
internado na enfermaria e posteriormente transferido para a Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Para a inscrição na lista de transplante hepático, realizou-se por
meio de equipe multidisciplinar uma avaliação global constituída de exames
laboratoriais, exames de imagem, história de vida do paciente e avaliação
psicossocial, entre outras especificidades.
Comentários: Pelo fato de ser uma modalidade terapêutica que possibilita a
reversão do quadro terminal de um paciente com doença hepática avançada,
muitos familiares notaram a importância da doação, mudaram de opinião e
manifestaram a vontade de se tornarem doadores.
Conclusão: Nota-se, ainda, a dificuldade em encontrar doadores para o
transplante hepático. Existem barreiras a serem quebradas em relação ao
preconceito e medo acerca do assunto. No entanto, foi observado que a vivência
da dificuldade de obtenção do órgão compatível mobiliza pessoas a serem
doadoras. Assim, a informação sobre o assunto aliada a empatia se mostra um
caminho a ser explorado.
120
O CONHECIMENTO DO ESTUDANTE DE MEDICINA SOBRE O PACIENTE
TRANSPLANTADO
Aline Fonseca Sandrini; Américo Carnelli Bonatto; Samara Rafaela Balbino
Lopes; Larissa Firme Rodrigues; Ana Beatriz Parma Marçal; Yasmin de Rezende
Beiriz
Introdução: O transplante de órgãos é um tema que precisa ser abordado pelo
acadêmico de medicina, uma vez que é de tamanha importância para formação
acadêmica, necessitando de mais discussões por meio de reuniões científicas.
Esse estudo objetiva avaliar o conhecimento dos acadêmicos de Medicina sobre
o paciente transplantado.
Descrição da experiência: Durante o mês de setembro de 2018, os alunos da
Liga Acadêmica de Saúde Coletiva-LASCES convidaram profissionais
integrantes da equipe de transplante de um hospital de referência do estado para
discussão acerca do contexto social no qual o paciente transplantado está
inserido. No decorrer da discussão, os acadêmicos se depararam com os vários
entraves enfrentados pelo paciente transplantado para reingressar no mercado
de trabalho e a obrigatoriedade do acompanhamento médico após cirurgia e
como isso é realizado, relatando a negligência da abordagem integral desse
tema durante a graduação.
Comentários: Os encontros proporcionaram aos alunos um conhecimento
abrangente sobre o tema, os incentivando a se tornarem doadores e a instruir os
familiares e amigos acerca da importância dessa atitude. O acompanhamento
de um transplantado permite a ampliação do compromisso social do acadêmico
com o cuidado à saúde, além de desenvolver a comunicação e empatia do aluno
com o paciente.
121
SAÚDE BRASILEIRA DIANTE DA IMIGRAÇÃO: DIREITO INTERNACIONAL,
MULTIDISCIPLINARIDADE E DIREITOS HUMANOS
Yasmim Costa Gomes; Rafael Froede Catapane; Icaro Pratti Sarmenghi; Yasmin
de Rezende Beiriz; Emanuella Esteves Machado; Estela Vieira Cristina.
Introdução: Descrever a atividade realizada em outubro de 2018 aberta aos
acadêmicos dos cursos da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória (EMESCAM) no formato de reunião científica, para
discutir o atual momento imigratório e os impactos para o Sistema Único de
Saúde (SUS) promovido pela Liga de Saúde Coletiva do Espírito Santo
(LASCES).
Descrição da experiência: Diante da crise imigratória vigente na região Norte
do país, aonde venezuelanos encontram abrigo em pequenos municípios, a
LASCES convidou uma doutoranda em Direito Internacional pela Universidade
de São Paulo (USP) para explicar como os refugiados são inseridos no SUS,
quais as maiores demandas e problemáticas político-estruturais que o Brasil
apresenta para acomodar estes indivíduos.
Comentários: Notou-se o aprendizado dos alunos quanto a legislação, a política
internacional e a saúde no Brasil atualmente. Foi evidenciado a dificuldade que
o SUS enfrenta em garantir, aos cidadãos e refugiados, acesso à saúde. Além
da carência vigente na Venezuela, aonde 50% dos centros cirúrgicos não
funcionam e existe uma escassez de recursos em quase 78% da sua população.
O contexto imigratório brasileiro contemporâneo é intenso e preocupa diversos
setores da sociedade, como o sistema de saúde. Os hospitais de estados como
Roraima já possuem 80% dos pacientes venezuelanos, detectando um colapso
a curto prazo de um cenário que já apresentava demandas.
122
RODA DE CONVERSA SOBRE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES:
INTEGRAÇÃO DE SABERES DE ACADÊMICOS DE MEDICINA E DE
PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE
Américo Carnelli Bonatto; Aline Fonseca Sandrini; Larissa Firme Rodrigues;
Samara Rafaela Balbino Lopes; Yasmin de Rezende Beiriz; Henriqueta Tereza
do Sacramento
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é o responsável pelo transplante
de órgãos no Brasil. Mesmo do aumento dos transplantes no país, ainda existe
desinformação sobre esse método terapêutico, inclusive no meio acadêmico.
Com isso, a discussão em torno da temática e a aprendizagem interdisciplinar
compartilhada tornam-se uma ótima estratégia para aprimoramento do
conhecimento entre estudantes. Esse estudo objetiva relatar a experiência
vivida pelos integrantes da Liga de Saúde Coletiva do Espírito Santo (LASCES)
numa roda de conversa com estudantes do curso de medicina e profissionais de
outras áreas da saúde, sobre o funcionamento do programa público de doação
e transplantes de órgãos, tecidos e células.
Descrição da experiência: Integrantes da LASCES realizaram uma roda de
conversa sobre desafios, paradigmas e avanços do transplante no SUS. A
abertura foi com um psicólogo e uma assistente social da rede de transplantes,
explanaram para um grupo de 20 ligantes que estudaram previamente o tema.
Depois, foi aberto espaço para discussão, onde todos participaram ativamente.
Comentários: Notou-se que os estudantes não sabiam de muitas informações
no início da roda de conversa. Com a atividade, eles puderam sanar as dúvidas,
quebrar mitos e reduzir os temores em relação ao assunto. Também se
constatou que essa estratégia fortaleceu o entendimento sobre o trabalho
fundamental exercido pela equipe multiprofissional. A roda de conversa foi
bastante enriquecedora tanto para os estudantes quanto para os profissionais
da área, por oportunizar uma aprendizagem interdisciplinar acerca da realidade
do programa público de Transplante de órgãos no SUS.
123
A FORMAÇÃO MÉDICA E O CONHECIMENTO SOBRE O CUIDADO
INTEGRADO
Samara Rafaela Balbino Lopes; Aline Fonseca Sandrini; Yasmin de Rezende
Beiriz; Daiany Bromonschenkel de Angeli; Américo Carnelli Bonatto; Maria
Auxiliadora Fiorillo Mariani.
Introdução: A Associação Albergue Martim Lutero tem como objetivo oferecer
suporte às pessoas do interior do estado do Espírito Santo que buscam hospitais
da Grande Vitória para tratamento médico especializado. Essa instituição
oferece hospedagem, refeições, auxílio para o agendamento de consultas, além
de acompanhamento psicológico. A Escola Superior de Ciências da Santa Casa
de Misericórdia de Vitória (EMESCAM) em parceria com a Associação realiza a
visita de acadêmicos do curso de Medicina ao local para realizarem atividades
práticas. Esse trabalho objetiva apresentar aos estudantes de Medicina uma
visão integrada da assistência à saúde por meio de atividades práticas
envolvendo os pacientes em seu próprio meio social.
Descrição da experiência: Os alunos realizaram palestras educativas
quinzenalmente com os pacientes da Associação. Os estudantes abordaram
temas como alimentação saudável, malefícios do tabagismo, prevenção do
câncer, hipertensão arterial e diabetes. Além disso, realizaram anamnese dos
pacientes, aferiram pressão arterial e glicemia capilar.
Comentários: As visitas proporcionaram aos discentes aprimoramentos de seus
conhecimentos quanto a relação médico-paciente e a prática de uma medicina
centrada na pessoa. Ao final das atividades, os acadêmicos estavam totalmente
inseridos na realidade da instituição e em sincronia com a equipe e com os
pacientes. A abordagem multidisciplinar, incluindo as dimensões biológicas e
psicossociais do paciente são fundamentais para a formação profissional de
médicos que priorizem o paciente ao invés da patologia com o intuito de ouvir e
ter empatia. Dessa forma, o tratamento e a reabilitação dos doentes são
efetuados com excelência.
124
PROJETO “SALA DE ESPERA”: UMA VIVÊNCIA NA EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA DA EMESCAM
Daiany Bromonschenkel de Angeli; Yasmin de Rezende Beiriz; Icaro Pratti
Sarmenghi, Emanuella Esteves Machado, Larissa Firme Rodrigues, Diana de
Oliveira Frauches
Introdução: A cirurgia, geralmente, é percebida como um procedimento de risco
pelos pacientes. Esta desencadeia desequilíbrios emocionais que podem gerar
vulnerabilidade emocional, prejudicando a recuperação pós-operatória. Segundo
as Diretrizes Curriculares Nacionais de medicina, é necessário vincular a
formação médico-acadêmica às necessidades sociais de saúde. Assim, tornam-
se imprescindíveis ações de educação em saúde, um processo de diálogo,
indagação e reflexão, visando construção coletiva do saber, melhoria do bem-
estar e diminuição dos níveis de estresse e sentimentos negativos dos pacientes
pré-operatórios. O estudo objetiva relatar a vivência dos estudantes da Liga de
Saúde Coletiva do Espírito Santo (LASCES) no Projeto “Sala de Espera”.
Descrição da experiência: Os estudantes, em trios, abordam os pacientes nas
salas de espera dos ambulatórios do Hospital Santa Casa de Misericórdia de
Vitória. Apresentado o projeto, aspectos relativos a uma doença são discutidos
baseados na literatura e na vivência dos participantes, a partir de uma lista de
perguntas contidas em panfleto distribuído ao público presente. As ações
estimulam reflexão dos pacientes sobre sua relação com a doença, destacando
fatores culturais e influência dos hábitos no processo saúde-doença. Outros
aspectos positivos são flexibilidade de horários para realização, estímulo às
habilidades comunicativas, baixo custo e potencial de evolução para
intervenções particularizadas.
Comentários: Ações de educação em saúde são importantes e mostram-se
viáveis mesmo em unidades de atenção terciária. Na ótica da integralidade da
atenção, é competência dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS)
atuar para promover a conscientização, orientação, apoio psicológico e
empoderamento dos pacientes.
125
RARO CASO DA ARTÉRIA SUPRAESCAPULAR EMERGINDO DA ARTÉRIA
SUBESCAPULAR: DESCRIÇÃO E RELEVÂNCIA CIRÚRGICA
João Gabriel Alexander; Josemberg da Silva Baptista
Introdução: A artéria supraescapular (ASupE) tem origem anatômica do tronco
tireocervical. Entretanto, descrevemos uma rara variação anatômica: a ASupE
originando-se da artéria subescapular (ASubE), juntamente com mais 3
variações. A descrição de variações anatômicas é fundamental para estabelecer
acompanhamento bibliográfico e subsidiar a prática médica cirúrgica no
planejamento e no procedimento, sobretudo nas complicações neurovasculares.
Descrição do caso: Durante dissecção rotineira na região da raiz do membro
superior direito de um homem com aproximadamente 60-70 anos de idade,
fixado em formalina a 10%, identificamos a ASupE emergindo da ASubE,
apresentando trajeto sinuoso sobre a fossa subescapular, flexionando-se
inferiormente ao plexo braquial, atravessando a incisura escapular sob o
ligamento transverso superior da escápula, para alcançar a fossa supraespinal.
Três outras variações anatômicas acompanharam essa primeira: a artéria
circunflexa posterior do úmero emergiu da ASubE, ocorreu ausência da artéria
circunflexa anterior do úmero, e dois ramos peitorais da artéria toracoacromial
emergiram da terceira parte da artéria axilar e da AsubE respectivamente. Com
auxílio de três avaliadores independentes verificamos que as artérias axilar,
ASubE e AsupE possuíam calibre médio de 4,75mm, 5,92mm e 2,57mm
respectivamente.
Comentários: O trajeto e calibre da ASubE, 25% maior que o da artéria axilar,
permite acertar que a anastomose da escápula possuía maior relevância nesse
indivíduo. Sua relação com a incisura escapular coloca-a em íntima relação com
o nervo supraescapular e poderia oferecer um estrangulamento neurovascular
na região com a movimentação do membro superior, culminando em neuropatia
supraescapular e dor crônica.
126
DIFERENTES MODALIDADES DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA DOS
PSEUDOTUMORES HEMOFÍLICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Júlia Lessa Bretas; Ana Clara Savignon Aride; Julia Amaral Fregonazzi; Júlia
Assad Trés Henriques; Paulo Emilio Gouvea Provedel; Saulo Gomes de Oliveira.
Objetivo: Avaliar as diferentes abordagens terapêuticas de pseudotumores em
pacientes hemofílicos.
Método: Foi realizada uma revisão da literatura sobre as variadas abordagens
terapêuticas dos pseudotumores hemofílicos, levando-se em consideração as
informações encontradas em livros e no PubMed através da chave de busca:
hemophilia AND pseudotumor AND treatment. Foram selecionados 5 artigos
dentro dos seguintes critérios de inclusão: artigos de revisão relacionados ao
objetivo, publicados nos últimos 5 anos e acessíveis gratuitamente na íntegra.
Resultados: A partir da revisão da literatura, nota-se que dada a raridade dos
pseudotumores hemofílicos, não há consenso entre os autores sobre o melhor
tratamento. Apesar disso, a terapia de reposição é frequentemente a primeira
abordagem terapêutica, mesmo que a excisão cirúrgica total seja o mais efetivo
e o único tratamento definitivo. Diante dos estudos e das diversas estratégias
existentes: manejo percutâneo, irradiação, embolização arterial e radiação
externa; a cirurgia associada à reposição do fator de coagulação VIII é o
tratamento de escolha, ainda que esteja associada a elevadas taxas de
morbidade e mortalidade. Além disso, cabe reconhecer que diferentes
modalidades de manejo podem ser associadas para garantir a hemostasia. Vale
ressaltar que a aspiração do fluido dos cistos como terapia é contraindicada.
Ademais, recomenda-se a manutenção da administração no fator VIII no pós-
operatório.
Conclusão: Apesar da maioria dos cirurgiões relutarem em operar
pseudotumores hemofílicos, o tratamento cirúrgico pode oferecer o melhor
resultado. Cabe reconhecer a importância da abordagem diante do impacto na
qualidade de vida do paciente.
127
ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO PSEUDOTUMOR HEMOFÍLICO: RELATO
DE CASO
Ana Clara Savignon Aride; Julia Amaral Fregonazzi; Júlia Assad Trés Henriques;
Júlia Lessa Bretas; Paulo Emilio Gouvea Provedel; Saulo Gomes de Oliveira.
Introdução: Pseudotumores hemofílicos são complicações raras, crônicas,
graves. Apresentam-se como hematomas de crescimento descontrolado,
constituídos por hemocomponentes, revestidos por pseudocápsula fibrosa. A
terapêutica relaciona-se com presença do inibidor de fator VIII, resposta
terapêutica conservadora, localização, idade, capacidade expansiva e de
evacuação do pseudotumor.
Discussão do caso: A.A.S, 45 anos, masculino, diagnosticado com hemofilia
grave desde infanto, negativo para inibidor anti-fator VIII. Apresentou abdome
doloroso e tumoração à palpação em flanco esquerdo. Submetido à
ultrassonografia constatando duas coleções sanguíneas no músculo iliopsoas,
evoluindo para formação tumoral em hemipelve esquerda e região
retroperitoneal, caracterizando pseudotumor hemofílico falso, não colapsável,
evacuável, limitado. Realizou-se tratamento conservador, sem redução de mais
de 50%, sendo indicada cirurgia de evacuação videoassistida associada à
ressecção. Reabordado após 11 dias.
Comentários: Apesar de não haver terapia padrão, uma baseia-se no algoritmo
de Buenos Aires: pacientes adultos negativos para inibidor de fator VIII são
submetidos à estratégia conservadora (administração de doses substitutivas de
fator VIII ativado e fator IX), posteriormente avaliada através de RM da região
afetada, analisando se houve redução superior a 50% da tumoração. Havendo
resposta positiva, mantém-se terapia por mais 6 semanas, quando não, indica-
se cirurgia. Na permanência do tratamento conservador reavalia-se, sendo
necessária redução de mais de 25% para prosseguir com essa terapêutica; caso
contrário, recomenda-se intervenção cirúrgica. Na 18º semana de terapia
conservadora, realiza-se nova RM e havendo rastros tumorais recomenda-se
cirurgia. Caso pseudotumor ausente, considera-se curado. A abordagem
cirúrgica muda com localização, com necessidade de evacuação videoassistida
em tumores na pelve e psoas.
128
SÍNDROME DE OGILVIE ASSOCIADA À PERFURAÇÃO COLÔNICA NÃO
HABITUAL: RELATO DE CASO
Maurício Carvalho Guerra; Daniel Toledo Wernersbach; Henrique Castro Rocha
de Aquino Santos; Lucas Alves Pedrada; Vinicius Araújo Santos
Introdução: A síndrome de Ogilvie caracteriza-se por obstrução em alça
fechada do intestino grosso devido disfunção do sistema nervoso autônomo com
risco de ruptura. A característica radiológica é uma dilatação acentuada do cólon
sem causa mecânica. Nesse relato, o paciente evoluiu com rompimento do cólon
transverso.
Descrição do caso: Masculino, 51 anos, portador de anemia hemolítica,
mielodisplasia, esplenomegalia e infecção recente por influenza H1N1, internado
em unidade de terapia intensiva, evoluiu com choque séptico de foco pulmonar
e distensão abdominal acentuada. A TC de abdome evidenciou
pneumoperitônio. Indicado laparotomia exploradora. No inventário cirúrgico foi
constatado pneumoperitônio, esplenomegalia, distensão colônica global mais
acentuada no segmento proximal à flexura esplênica, trajeto sinuoso do cólon no
hipocôndrio esquerdo, endurecimento de omento maior paralelo a curvatura
gástrica maior próximo ao polo inferior do baço. Ausência de divertículos, líquido
livre e secreções entérica, gástrica e biliar. Procedeu-se a descompressão
colônica com tubo traqueal via retal, infusão de soro fisiológico e azul de metileno
via cateterismo nasogástrico sem vazamento. A dissecção do ligamento
gastrocólico permitiu diagnosticar perfuração do cólon transverso. Os bordos da
parede colônica foram desbridados, suturados em dois planos e associados a
epiploplastia e drenagem.
Comentários: A Síndrome de Ogilvie é caracterizada pela distensão abdominal
aguda, progressiva, parada de eliminação de flatos e fezes e hipertimpanismo.
O risco iminente de perfuração é mais comum no ceco ao atingir diâmetro entre
12 a 14 cm. Neste caso, provavelmente, o baço aumentado serviu de anteparo,
ocasionando compressão a parede colônica com posterior necrose e ruptura.
129
PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS: CARACTERÍSTICAS E
TERAPÊUTICAS ATUAIS
Luciana Zambon Diniz; Bruno Oggioni Moura
Objetivo: abordar as características dos prolapsos de órgãos pélvicos (POP) e
atuais terapêuticas disponíveis;
Método: a coleta de materiais foi feita na base de dados do PubMed não
sistematicamente, para análise crítica da literatura médica sobre o assunto;
Resultados: POP consiste em protrusão de um ou mais órgãos pélvicos através
da vagina, podendo haver herniação da bexiga (cistocele) e reto (retocele)
através da parede vaginal. Ocorrem cerca de 4,9 casos a cada 1000 mulheres,
com pico de incidência entre 60 e 69 anos. Os principais fatores de risco são
parto vaginal – o principal –, obesidade e idade avançada. A sintomatologia inclui
desconforto hipogástrico, opressão urinária ou defecatória, prolapso visível do
órgão, tenesmo. O principal sistema de diagnóstico é o POP-Quantitative,
avaliando o grau do prolapso. Pacientes assintomáticos normalmente não são
tratados. O manejo inicial é conservador, podendo incluir exercícios da
musculatura do assoalho pélvico, terapia hormonal e inserção de pessário. Em
caso de falha do tratamento conservador, é feito tratamento cirúrgico, podendo
ser realizados reparos via abdominal ou vaginal, por abordagem laparotômica,
laparoscópica ou robótica. Atualmente, as vantagens da cirurgia robótica são
menor dor pós-operatória, menor tempo de recuperação pós-anestésica e menor
recorrência de herniações, principalmente quando associada a malhas
cirúrgicas, como sacrocolpopexia robótica induzida por malha;
Conclusão: POPs são uma condição clínica frequentemente subdiagnosticada
cuja identificação e manejo devem ser conhecidos, pelos desconfortos causados
às pacientes. Vistos os benefícios da cirurgia robótica, recomenda-se ampliação
de seu uso na terapêutica cirúrgica desse agravo ginecológico.
130
COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA EM PACIENTE COM SITUS
INVERSUS TOTALIS: RELATO DE CASO
Bruno Oggioni Moura; Luciana Zambon Diniz; Carlos Alberto de Castro
Fagundes
Introdução: situs inversus totalis (SIT) consiste em transposição das vísceras
para o lado oposto do corpo, proporcionando algumas dificuldades para
cirurgias, como colecistectomia laparoscópica (CL). A imagem anatômica
espelhada e as dificuldades técnicas da cirurgia são os principais desafios
enfrentados pelos cirurgiões, principalmente os destros;
Relato de caso: paciente feminina, 38 anos, portadora de SIT, apresenta
colelitíase diagnosticada há 1 mês em ultrassonografia, sem dilatação de vias
biliares. Abdome indolor, plano e flácido. À colangiorressonância, ectasia das
vias biliares intra e extra-hepáticas, múltiplos cálculos no colédoco, redução
abrupta do calibre do colédoco. Apresenta aumento de transaminases hepáticas
e gama-GT. Realizada colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, com
fistulotomia para retirada de cálculos nas vias biliares. Realizada CL no 13º dia
de internação, por acesso infraumbilical mediano, inserção de trocarte em
acesso subxifoide e acessos auxiliares em flanco e hipocôndrio esquerdos,
identificação do trígono de Calot, clipagem e secção do ducto cístico e artéria
cística, descolamento da vesícula biliar do leito hepático, hemostasia e lavagem,
retirada por cicatriz umbilical, síntese de aponeurose e pele. À histopatologia,
material macroscopicamente granuloso com vários cálculos.
Microscopicamente, parede fibrosada, com hipertrofia da muscular e processo
inflamatório. Paciente evolui bem no pós-operatório e recebe alta hospitalar no
dia seguinte;
Comentários: atualmente, não existe técnica padronizada para CL de pacientes
com SIT, porém modificações na técnica cirúrgica, como uso da mão esquerda
ou ajuste do posicionamento dos equipamentos permite o sucesso da cirurgia.
Além disso, deve-se considerar a possibilidade de o paciente apresentar alguma
variação anatômica, como dupla artéria cística.
131
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE
NEOPLASIA PANCREÁTICA
Camila Nunes Faioli Canuto; Luis Caco dos Lucio Generoso; Marcio Bonato
Junior; Kamila Vidal Braun; Renan Torres Caetano da Silva; Alberto Buge Stein
Introdução: A neoplasia de pâncreas é de início insidioso, geralmente agressiva
e com mau prognóstico devido seu diagnóstico tardio, sendo a abordagem
cirúrgica imprescindível para o tratamento.
Descrição do caso: N.C.Z., feminino, 72 anos, admitida após múltiplas
internações por hemorragia digestiva alta em outro serviço. Durante abordagem
endoscópica devido à HDA, notou-se úlcera em corpo gástrico com sangramento
ativo Forrest Ib. Após resolução do quadro hemorrágico, a complementação
diagnóstica evidenciou por tomografia computadoriza de abdome uma massa
retrogástrica arredondada, sólido-cística, bem delimitada, sem planos de
clivagem com a transição do corpo gástrico e com aparente comunicação com a
câmara gástrica, infiltrando a parede da pequena curvatura, e apresentando
íntimo contato com a cauda pancreática. Após biópsia por ecoendoscopia,
confirmou-se neoplasia mucinosa papilar bem diferenciada de pâncreas.
Paciente foi submetida à gastrectomia total mais pancreatectomia distal e
esplenectomia, com esofagojejunoanastomose e enteroenteroanastomose em Y
de Roux. No oitavo pós-operatório, paciente foi submetida à toracocentese
devido a derrame pleural. Paciente satisfatoriamente, recebendo alta no 14º pós-
operatório.
Comentários: Sintomas secundários à invasão de outros órgãos ocorrem com
certa frequência nas neoplasias pancreáticas, sendo o quadro de compressão
gástrica com empanzinamento precoce o mais comum. A hemorragia digestiva
alta apresentada pela paciente constitui um quadro atípico como manifestação
inicial da neoplasia pancreática.
132
ABSCESSO ESPLÊNICO APRESENTAÇÃO ATÍPICA COM RESSECÇÃO DE
MÚLTIPLOS ÓRGÃOS
Camila Nunes Faioli Canuto, Luize Meloti Fiorio, Luiz Caco dos Lucio Generoso;
Vanessa Evangelista de Toledo, Renan Torres Caetano da Silva, Jose Alberto
de Mota Correa
Introdução: Abscesso esplênico é uma condição relativamente rara. Os
sintomas são inespecíficos, o que pode levar a um atraso no diagnóstico, e
incluem febre, perda ponderal e dor abdominal. Fatores de risco incluem
imunodeficiência, trauma, neoplasias, infarto esplênico, hemoglobinopatias e
diabetes.
Descrição do caso: J.S.S., masculino, 63 anos, queixa-se de dor ventilatória-
dependente em hipocôndrio esquerdo, náuseas, hiporexia, febre e perda de 30
kg em três meses. Tomografia computadorizada evidenciou imagem de aspecto
cístico no hipocôndrio esquerdo, em íntimo contato com o baço, artéria
esplênica, estômago e lobo hepático esquerdo; lesão hipodensa de contornos
mal definidos de permeio ao parênquima pancreático na sua porção caudal. A
punção dessa coleção demonstrou material espesso piossanguinolento em
pequena quantidade, crescendo Streptococcus anginosus na cultura da
secreção. Paciente foi submetido a esplenectomia, pancreatectomia corpo-
caudal, gastrectomia vertical, segmentectomia hepática (segmento II) e entero-
entero anastomose em y de roux. Anatomopatológico da peça cirúrgica
evidenciou infarto esplênico subcapsular associado a inflamação supurativa
(abscesso), periesplenite subaguda com aderências fibrosas ao fígado e
pâncreas; pâncreas com pancreatite crônica fibrosante com ectasia do sistema
ductal e acutização purulenta em extremidade caudal além de fígado com fibrose
portal e capsulite fibrosante adesiva. Paciente apresentou boa evolução no pós-
operatório, recebendo alta para acompanhamento ambulatorial.
Comentários: Enquanto a tendência atual inclina-se para o tratamento clínico
de abscessos esplênicos, a ressecção cirúrgica mostrou-se necessária neste
caso devido a extensão do abscesso e processo inflamatório concomitante. A
necessidade de ressecção de órgãos adjacentes em abscessos esplênicos
volumosos traz grande morbidade aos pacientes.
133
FÍSTULA TARDIA DA ANASTOMOSE ESÔFAGO-JEJUNAL APÓS
ESOFAGOGASTRECTOMIA POR TUMOR DA TRANSIÇÃO
ESOFAGOGÁSTRICA
Luize Meloti Fiorio, Camila Nunes Faioli Canuto, Luís Caco Dos Lucio Generoso,
Vanessa Evangelista De Toledo, Kamila Vidal Braun, José Jorge da Silva
Introdução: A incidência da neoplasia de transição esofagogástrica tem
aumentado nas últimas décadas, constituindo um grave problema de saúde
pública. Fístula após esofagogastrectomia é uma das complicações mais
frequentes e está relacionada com pneumonia, mediastinite, peritonite e sepse.
Descrição do caso: J.L., masculino, 55 anos, admitido no serviço com queixa
de dor abdominal alta, predominante em epigástrio e hipocôndrio direito e perda
de 7 Kg em um mês. Diagnosticado com adenocarcinoma invasor tipo difuso de
Lauren em esôfago distal e fundo gástrico, sem metástase. Paciente realizou 5
sessões de quimioterapia neoadjuvante e, em seguida, foi submetido à
esofagogastrectomia. No trigésimo pós-operatório, paciente evoluiu com saída
de secreção purulenta em ferida operatória e derrame pleural à esquerda. Após
exame tomográfico, que evidenciou pequena coleção líquida em face ântero-
medial do baço, associada a gás e líquido em região do hiato esofágico, foi
aventada a hipótese de deiscência de sutura e fístula. Realizada toracocentese
esquerda e acompanhamento clínico. Paciente evoluiu com estabilidade clínica
e hemodinâmica, recebendo alta hospitalar.
Comentários: As principais complicações pós-operatórias da
esofagogastrectomia incluem broncopneumonia, derrame pleural e fístulas. A
fístula geralmente é uma complicação precoce, diferente do observado no caso
aqui descrito, e tratamento conservativo com jejum oral ou dieta pastosa
associada à drenagem é resolutivo na maioria das vezes.
134
ASPECTO MACROSCÓPICO DOS POLOS SUPERIOR E INFERIOR DO
BAÇO EM RATOS APÓS CIRURGIA CONSERVADORA
Elisa Inês Demuner Vallandro; Daniel Robert Alexander; Lucas Nagib Lemos
Paulo; Maria Luisa Font Juliá Grossi; Marcela Souza Lima Paulo; Danilo Nagib
Salomão Paulo.
Objetivo: Avaliar a viabilidade e os parâmetros macroscópicos dos polos
esplênicos de ratos após esplenectomia subtotal com preservação do polo
superior (ESTPS) e do polo inferior (ESTPI).
Método: 15 ratos machos Wistar, com dois meses de vida, foram submetidos à
ESTPS e ESTPI. Após 80 dias, os ratos foram eutanasiados, o polo inferior (PI)
e superior (PS) remanescentes foram fotografados e os aspectos macroscópicos
foram avaliados quanto à cor, consistência, tamanho (comprimento, largura e
espessura) e presença ou não de fibrose/necrose. Este estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa no Uso de Animais (CEUA) sob o nº 003/2018.
Resultado: Dos 17 ratos operados, 2 foram a óbito no transoperatório e
excluídos da análise estatística. A análise macroscópica do polo superior e do
inferior, mostrou que em 15 polos inferiores, um deles se mostrou inviável e em
15 polos superiores, todos se mostraram viáveis. Na análise estatística, pelo
teste Qui-Quadrado, o valor de p foi >0.05, não havendo diferença em relação a
viabilidade. Os PI e PS analisados apresentaram variação de tamanho, que foi
significativo na análise do comprimento do PS (p<0,05), em que houve aumento.
Além disso, o peso do PS foi significantemente maior que o do PI.
Conclusão: Quando se compara a viabilidade do PS com o PI, observa-se que
não houve diferença estatisticamente significante.
135
PENTALOGIA DE CANTRELL: RELATO DE CASO
Júlia Rocha Franzosi; Yasmina Gripp Carreño; Iara Barcelos Sperandio; Talita
Barbosa Moreira
Introdução: Conforme a literatura, a Pentalogia de Cantrell é uma anomalia
congênita rara, com presença de defeitos que envolvem o diafragma, parede
abdominal, pericárdio, coração e região inferior do esterno. É geralmente
detectada no período neonatal, evidenciando-se a complexidade das más-
formações presentes, as quais determinam uma baixa expectativa de vida.
Relatamos o caso de um paciente diagnosticado com Pentalogia de Cantrell que
evoluiu a óbito após duas horas de nascimento
Descrição do caso: Recém-nascido pré-termo, nasceu de parto cesáreo, 35
semanas de gestação, sexo masculino, Apgar 4/6, PN 3 kg. Com diagnóstico de
pentalogia de Cantrell. Múltiplas malformações visíveis: presença de lábio
leporino, fenda palatina, agenesia do globo ocular direito, exteriorização de
coração, fígado, alças intestinais e estômago. FC= 123 bpm e Sat 86%. Foi
entubado no centro obstétrico e encaminhado à UCI. Colocado em berço
aquecido, em ventilação mecânica, realizado AVP para iniciar
medicações. Passada sonda orogástrica para drenagem, diurese ausente. RN
iniciou com bradicardia e queda de saturação. Parada cardiorrespiratória,
evoluindo a óbito.
Comentários: Atualmente, a maioria dos casos de Pentalogia de Cantrell é
avaliada no período neonatal, e é de extrema importância que o diafragma seja
reparado neste período para evitar a migração de órgãos abdominais ou do
coração. O reparo consiste em aproximar o diafragma anteriormente,
conectando-o à parede torácica anterior e à margem costal.
136
EFICÁCIA DA REPOSIÇÃO DE VITAMINA B12 VIA ORAL APÓS BYPASS
GÁSTRICO EM Y-DE-ROUX
Bianca Catarina Melo Barbiero; Bruna Binda Milaneze; Camilla Pazini Pereira;
Carlos Renato de Castro Renon; Catarina Pioli Lamêgo de Faria; Daniel Gottardi
Villas; Gustavo Alves de Oliveira; João Paulo Uliana Zanoni; Júlia Dela Fuente
da Fonseca; Pedro Luciano Almeida Nogueira da Gama; Jose Tarcísio Barroso
Zovico; Thais Poubel Araujo Locatelli; Vinícius Santana Nunes
Cada vez mais as indicações da cirurgia bariátrica aumentam, principalmente
como intervenção cirúrgica no tratamento da obesidade e de outras
comorbidades como dislipidemias e hipertensão arterial sistêmica. A técnica
mais realizada na atualidade é o bypass gástrico em Y-de-Roux, uma cirurgia
mista, pois restringe o tamanho da cavidade gástrica (cirurgia restritiva) e reduz
a superfície intestinal que fica em contato com o alimento (cirurgia disabsortiva).
Contudo, um dos seus efeitos adversos é a hipovitaminose relacionada à
vitamina B12 (cobalamina), sintetizada exclusivamente por microrganismos e
incorporada através dos alimentos de origem animal. Na maioria dos casos sua
reposição é realizada intramuscular (IM). Contudo essa via possui
desvantagens, como a injeção ser dolorosa, tendência a sangramentos e
dependência de terceiros para sua aplicação. Com isso, o estudo visa analisar a
possibilidade de substituição da reposição via IM para terapia de reposição via
oral, avaliando os valores bioquímicos nutricionais necessários, custo benefício
para o tratamento com uso de comprimidos, seu efeito na recuperação dos
pacientes e se ocorrerá melhor adesão ao tratamento. Será conduzido estudo
do tipo Ensaio Clínico Aleatorizado, Longitudinal Prospectivo, no Espírito Santo,
e como público alvo indivíduos de 16 aos 65 anos de idade que realizaram
cirurgia bariátrica no Hospital Evangélico de Vila Velha ou Vila Velha Hospital,
no período de 2017 e 2018. Os dados serão colhidos em um consultório
particular e os resultados serão divulgados por meio de um artigo científico e
publicados em revistas científicas de impacto na área do estudo.
Palavras-chave: Bariátrica; Vitamina B12; Reposição.
137
OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
Avaliar a eficácia terapêutica da suplementação de vitamina B12 via oral em
detrimento à suplementação via intramuscular em pacientes que realizaram
cirurgia bariátrica pela técnica bypass gástrico em Y-de-Roux.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1- Comparar os níveis séricos em pacientes submetidos à gastroplastia nas
diferentes vias oral e intramuscular de reposição de vitamina B12.
Através de observações clínicas, identificar uma possível melhora na adesão ao
tratamento por via oral.
2- Avaliar custo/benefício para o tratamento de reposição da vitamina B12 por
via oral em comparação com a via intramuscular.
METODOLOGIA
Cenário
O cenário será em uma clínica particular, localizada na cidade de Vila Velha,
Espírito Santo, no Brasil, situado na região Sudeste que apresenta 78
municípios, com uma população total de 3.979.697 habitantes.
Tipos de estudo
O estudo será do tipo Ensaio Clínico Aleatorizado, Longitudinal Prospectivo que,
segundo Soares (2002), visa à introdução de um novo método de tratamento
comparando-o com o antigo, avaliando qual deles é mais efetivo ao longo do
tempo, sendo usado quando o valor de uma nova terapia está em mérito.
Questões éticas
A pesquisa será realizada com orientação e regência da resolução 466/12 e da
510/16 de ética em pesquisa com seres humanos vigente no Comitê Nacional
de Ética em Pesquisa e Ministério da Saúde.
Após seleção dos pacientes que realizaram cirurgia bariátrica, em ambiente
seguro e confidencial, ler-se-á o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da
pesquisa (TCLE), Apêndice A, em conjunto com os participantes, para que estes
138
obtenham ciência dos procedimentos médicos e éticos da pesquisa. Reitera-se
que os pesquisadores, cordialmente, apresentarão em português simples e
linguagem compreensível todos os procedimentos a serem adotados no estudo,
estando aqueles sempre à disposição para esclarecimentos de qualquer
natureza.
Após compreensão total dos procedimentos, o paciente poderá opinar em
voluntariamente participar, ou não, do estudo proposto. Reforça-se que será
garantido fielmente aos pacientes o direito de autonomia como princípio bioético
da Medicina. Refuta-se qualquer ato de coerção ou manipulação do julgamento
dos pacientes.
Como ressaltado no TCLE, é garantido total sigilo aos pacientes que participarão
da pesquisa, assim como sua exclusão dos dados da pesquisa se assim,
posteriormente, o desejar.
Essas etapas serão seguidas com o intuito de promover segurança, respaldo
ético e jurídico ao preservar o anonimato dos participantes, seguindo os quatro
princípios básicos da medicina, a saber: autonomia, não maleficência,
beneficência e justiça. Os pesquisadores ressaltam que se o paciente não obtiver
os níveis séricos adequados de vitamina B12 após a administração oral, será
excluído da pesquisa e voltará à administração intramuscular.
População
A pesquisa será realizada com pessoas que realizaram cirurgia bariátrica no
Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV) e Vila Velha Hospital (VVH) no ano de
2017 e 2018.
A escolha dos pacientes será feita de forma aleatória e a abordagem por meio
de consultas agendadas previamente na clínica particular, seguindo a
disponibilidade dos pesquisadores.
Critério de Inclusão:
Pessoas acima de 16 a 65 anos de idade que realizaram cirurgia bariátrica pela
técnica de bypass em Y-de-Roux por videolaparoscopia no HEVV e VVH e que
apresentam filiação a planos de saúde, que desejam participar da pesquisa, além
dos que precisem fazer reposição de vitamina B12 devido à cirurgia bariátrica,
porém apresentavam níveis séricos dentro da normalidade antes do
139
procedimento cirúrgico. Além disso, os que assinem ao Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Critério de Exclusão:
Pessoas de 0 a 16 anos incompletos e mais de 66 anos de idade que não
realizaram cirurgia Bariátrica no HEVV ou VVH, os que realizaram pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) ou os que realizaram cirurgia bariátrica por outras
técnicas que não sejam bypass em Y-de-Roux. Pacientes de possuem doenças
intestinais inflamatórias, anemia perniciosa ou megaloblástica, ou que
apresentarem estenose na anastomose gastrojejunal após a cirurgia, além dos
que apresentam níveis séricos de vitamina B12 diminuídos antes da cirurgia
bariátrica e/ou que não autorizem sua voluntária participação deste estudo
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido desta pesquisa, ou,
quando inviável assinatura, negando o uso da digital.
RISCOS
Na reposição de vitamina B12 através da via oral, há risco de o paciente não
seguir corretamente o tratamento a longo prazo. Caso a reposição de B12 oral
seja insatisfatória por longo período, poderá ocorrer deficiência nutricional
assintomática. Se mantida sem acompanhamento periódico adequado, poderá
gerar manifestações neuropsiquiátricas irreversíveis, anemia megaloblástica e
aparecimento da tríade fraqueza, glossite e parestesias. Estes riscos serão
evitados pelo acompanhamento periódico dos pacientes, caso detectado uma
necessidade nutricional de limite de risco, o paciente será submetido a
administração convencional de vitamina B12 via intramuscular. Além disso, há o
risco do viés de dados sobre a pesquisa que está sendo realizada através dos
pacientes, pesquisadores e pessoas envolvidas, mas este risco será evitado pelo
aleatorização da amostragem no estudo. Caso algum destes riscos venham
acontecer os pesquisadores se responsabilizam em oferecer orientação e
encaminhamento do paciente a profissionais multidisciplinares, se necessário.
BENEFÍCIOS
A partir dos resultados coletados, caso sejam satisfatórios para a reposição de
vitamina B12 por via oral nos pacientes submetidos à gastroplastia, os benefícios
140
serão significativos para esses indivíduos. A administração intramuscular,
procedimento realizado em grande escala atualmente, é um procedimento
doloroso e desconfortável para o paciente, sendo, muitas vezes, motivo de
desistência da cirurgia. Além disso, permitirá ao paciente, junto com a equipe
multiprofissional de saúde, escolher a forma farmacêutica de apresentação de
vitamina B12 que melhor lhe convier, levando cada caso em consideração, o
contexto social e a facilidade de acesso a esses medicamentos.
ARMAZENAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
A coleta de dados para esse estudo será realizada no consultório particular,
mediante consultas previamente agendadas, avaliando os resultados de exames
complementares periódicos a cada quatro meses durante um ano. A análise dos
dados será feita pela utilização de texto, tabelas ou gráficos, realizada de forma
eletrônica pelo Excel versão 2007 ou Word versão 2007, utilizando dessa forma
a análise estatística descritiva e quantitativa, que busca o melhor esclarecimento
e compreensão sobre o assunto. Todos os dados serão guardados por 5 (cinco)
anos e após serão deletados.
CRONOGRAMA
Cronograma
Etapas Jul/17 Jun/19 Nov/19 Jan/20 Maio/20 Dez/20
Submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa
X
Coleta de Dados após aprovação pelo CEP MULTIVIX
X
X
Análise de dados
X
X
Redigir artigo científico X
Apresentação no Simpósio de Medicina na MULTIVIX
X
Divulgação externa dos resultados X
ORÇAMENTO
Elemento de despesa
Descrição Qtde Valor
unitário(R$) Total
141
PREVENÇÃO DE RISCOS
Exames laboratoriais: dosagem Vit. B12 sérica periódica por paciente
480 52,00 24.960,00
TRATAMENTO Vitamina B12 oral 57.600 0,40 23.040,00
MATERIAL PERMANENTE
Microcomputador 1 1600,00 1600,00
Impressora 1 300,00 300,00
MATERIAL DE CONSUMO
Cartucho para impressora 1 60,00 60,00
Papel A4 (pacote 50 fls) 1 6,00 6,00
Gasolina 20 3,50 70,00
SERVIÇOS DE TERCEIROS
Impressão 50 0,20 10,00
Encadernação 1 3,00 3,00
TOTAL 50.049,00
Os exames laboratoriais periódicos e a Vitamina B12 via oral serão custeados
pelo paciente e os demais custos pelos pesquisadores.
RESULTADOS
Todos os resultados da pesquisa serão divulgados em forma de artigo científico
e publicados em revista científica de impacto na área do estudo. Além disso, os
resultados obtidos na pesquisa poderão ser apresentados em congressos e
eventos científicos.
Espera-se que com o conhecimento da alternativa de reposição da vitamina B12
via oral no estado do Espírito Santo contribua para que as equipes de saúde
consigam utilizar esse método, fornecendo ao paciente uma alternativa e melhor
conforto no tratamento.
CONCLUSÃO
A vitamina B12 poderá ter níveis decrescidos em pacientes após cirurgia
bariátrica e é essencial no estado nutricional destes pacientes. Diante disso, a
suplementação de B12, neste caso, ocorre, na maioria das vezes, como
administração parenteral (IM). Apesar de muito eficiente, a administração
intramuscular é um procedimento doloroso e gera grande incômodo aos
pacientes operados. Uma vez provada a eficiência no tratamento por via oral
deste nutriente, os pacientes seriam beneficiados por um tratamento mais
cômodo e sem dependência de terceiros, podendo refletir em uma melhor
adesão ao tratamento de reposição de vitamina B12.
142
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145
Médica. Sociedade Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, p.123-124, maio/jun. 2008. 31 VOMERO, Nathália Dalcin; COLPO, Elisângela. Cuidados nutricionais na úlcera péptica. ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo , v. 27, n. 4, p. 298-302, Dec. 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202014000400298&lng=en&nrm=iso> Acesso em 09 jul. 2017.
VIABILIDADE DO POLO SUPERIOR DO BAÇO EM RATOS
Amanda Lessa Martins; Maria Luiza Font Juliá Grossi; Anna Bárbara Scárdua
Parreira; Luciene Lage da Motta; Marcela Souza Lima Paulo; Danilo Nagib
Salomão Paulo
Objetivo: Estudar a evolução do polo superior (PS) do baço após esplenectomia
subtotal com preservação do polo superior (ESTPS), em 80 dias.
Método: Dezessete ratos machos Wistar, pesando entre 278 e 359 (MA=
314,07), foram submetidos à ESTPS após a aprovação do Comitê de Ética da
Instituição em Pesquisa de animais de experimentação. A técnica cirúrgica
utilizada seguiu a proposta de Petroianu A. Os ratos foram anestesiados com
cloridrato de cetamina na dose de 75 mg/kg associado a cloridrato de xylasina,
via intraperitoneal. Durante a primeira cirurgia o PS esplênico foi medido
(comprimento, largura e espessura). Após as cirurgias os animais eram
colocados em gaiolas com controle de dieta e fazendo uso de medicamentos
analgésicos. Após 80 dias, uma segunda cirurgia foi realizada e o PS
remanescente foi avaliado em relação aos aspectos macroscópicos cor,
consistência, tamanho (comprimento, largura e espessura) e presença ou não
de fibrose e necrose. Os ratos foram eutanasiados. Resultado: Dois ratos, dos
operados, faleceram no transoperatório, portanto, excluídos da análise
estatística. Na análise macroscópica dos quinze polos esplênicos, treze estavam
viáveis e dois não foram encontrados, logo, foram considerados inviáveis. Ou
seja, 86,6% dos polos estavam presentes com características de viabilidade.
Ademais, houve aumento da largura, espessura e aumento significante do
comprimento do PS (p=0,04). Todos os ratos ganharam peso, sendo a média de
ganho de 191,4 gramas.
146
Conclusão: O PS do baço dos ratos analisados manteve-se viável em 86,6%
dos casos após ESTPS em 80 dias.
PIELOPLASTIA VIDEOLAPAROSCÓPICA EM PACIENTE COM ESTENOSE
DE JUP: UM RELATO DE CASO
Bruno Rocha Moreira; Amanda Lessa Martins; Patrick Bolzan Guidoni; Isabella
Augusto Pascoal; Júlia Lessa Bretas; Gustavo Lopes Silva
Introdução: A estenose de junção ureteropélvica (JUP) é uma condição sem
causa elucidada, caracterizada pelo fechamento parcial ou total da junção entre
a pelve renal e o ureter, ocasionando acúmulo de urina e dilatação renal,
necessitando intervenção cirúrgica, pois pode gerar perda progressiva da função
renal. Embora a pieloplastia aberta ainda seja considerada o padrão-ouro,
técnicas mais atuais estão sendo aprimoradas, melhorando o prognóstico como
a pieloplastia videolaparoscópica. Este relato expõe e analisa uma pieloplastia
videolaparoscópica realizada no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória
– HSCMV.
Descrição do caso: Paciente masculino, 53 anos, casado, pardo, chega ao
HSCMV se queixando de muita dor lombar há algumas semanas. Nos exames
de imagem trazidos pelo paciente foi evidenciado uma hidronefrose esquerda
com quadro sugestivo de Estenose de JUP. Após definição do quadro, foi
indicada uma cintilografia renal que demonstrou uma hipofunção da filtração
glomerular do rim esquerdo com estase urinária de longa duração com resposta
moderada e clareamento parcial após o diurético. Visto a evolução da clínica,
recomendou-se uma pieloplastia. Contudo, durante o procedimento percebeu-se
que se tratava de uma estenose de JUP ‘’não-verdadeira’’ com uma variação
anatômica anômala do ureter que comprimia a passagem,
causando sintomatologia parecida com a Estenose ureteropélvica.
Comentários: A cirurgia ocorreu sem complicações e com boa recuperação pós-
cirúrgica. Cerca de 90% dos pacientes conseguem após a cirurgia, manter
estável e até mesmo recuperar uma parte da função renal no rim afetado. Os
147
estudos sobre a estenose de JUP e outras anomalias associadas ainda são
escassos.
QUANTIFICAÇÃO DOS ESTOMAS CONFORME O TIPO E O TEMPO DE
PERMANÊNCIA EM PACIENTES CADASTRADOS NO NRE-
METROPOLITANO
Santos, Larissa Barbeiro; Gonçalves, Maria Eduarda Bonadiman; Barbosa,
Natália Almeida, Aguiar, Diego Moura de; Tavares, Rodrigo; Guerra, Maurício
Carvalho
Objetivo: Quantificar os tipos de estomas em relação ao tempo de permanência,
classificando-os em temporários e definitivos.
Método: Estudo transversal, retrospectivo descritivo, com inclusão de 1013
pacientes cadastrados no Programa de Atenção aos Estomizados (PAE). Dados
coletados de prontuários do PAE localizado no Núcleo Regional de
Especialidade Metropolitano (NRE Metropolitano) em abril de 2019. As variáveis
em análise foram o tipo de estoma e classificação do quanto ao tempo de
permanência.
Resultado: Em relação ao tipo de estoma, 759 (74,92%) são colostomias e 123
(12,14%) ileostomias. Quanto ao tempo de permanência, 521 (51,43%) são
definitivos, 476 (46,98%) temporários e 16 (1,58%) indefinidos.
Conclusão: A colostomia representa 74,92%, possivelmente devido a maior
incidência de neoplasia nessa região. 51,43% dos pacientes analisados
possuem estomas definitivos. Esses pacientes sofrem importantes modificações
na fisiologia, configuração corporal, qualidade de vida e no âmbito psicossocial.
Aqueles submetidos às estomias temporárias, apesar de representarem menos
da metade (46,98%), também sofrem essas alterações e necessitam de
assistência. Desse modo, é evidente a importância do conhecimento médico
acerca do encaminhamento dos pacientes estomizados ao programa de
referência de sua macrorregião de saúde. Além disso, é fundamental ampliar e
estimular a assistência prestada pelos Serviços de Saúde ao estomizado, por
148
meio de uma rede de apoio social, através da equipe multidisciplinar com a
colaboração dos familiares para auxiliar os pacientes em sua adaptação.
Ademais, fica evidente a importância do PAE, no que se refere à caracterização
epidemiológica dos pacientes assistidos.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES ESTOMIZADOS
CADASTRADOS NO NRE-METROPOLITANO
Santos, Larissa Barbeiro dos; Gonçalves, Maria Eduarda Bonadiman; Barbosa,
Natália Almeida; Aguiar, Diego Moura de; Tavares, Rodrigo; Guerra, Maurício
Carvalho
Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico de pacientes estomizados cadastrados
no Programa de Atenção aos Estomizados (PAE).
Método: Estudo transversal, retrospectivo descritivo, com amostragem de 1011
pacientes cadastrados no PAE. Os dados coletados foram obtidos de prontuários
do PAE, no Núcleo Regional de Especialidades Metropolitano em abril de 2019.
Foram analisados: tipo de estoma, CID, classificação quanto ao tempo de
permanência, faixa etária e gênero.
Resultado: Predominaram as colostomias temporárias 389 (51,52%), dentre
elas, 204 (52,44%) gênero masculino, 169 (43,44%) com idade maior que 60
anos, 154 (39,5%) neoplasias de cólon e reto, 29 (7,45%) traumatismo de órgãos
abdominais. Seguidas das colostomias definitivas 359 (47,54%), 185 (51,53%)
gênero feminino, 253 (70,47%) com idade maior que 60 anos, 259 neoplasias de
cólon e reto. As colostomias indefinidas representam 0,92%.
Conclusão: 51,52% foram colostomias temporárias, na qual predominou o
gênero masculino (52,44%) e maiores de 60 anos (43,44%), já nas definitivas
(47,54%) foram maiores de 60 anos (70,47%) e gênero feminino (51,52%).
Neoplasias, principalmente de cólon e reto, são a principal causa dos estomas
definitivos e temporários, além da etiologia traumática, uma também frequente
causa dos estomas temporários, pois, normalmente, o dano causado não é
permanente. Devido à grande incidência desses tipos de neoplasias fica
149
evidente a necessidade de políticas públicas para o apoio ao estomizado, como
o PAE.
INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE ATENDIMENTO À SAÚDE PRIVADOS E
PÚBLICO NA PREVISÃO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS
Santos, Larissa Barbeiro dos; Gonçalves, Maria Eduarda Bonadiman; Barbosa,
Natália Almeida; Aguiar, Diego Moura de; Tavares, Rodrigo; Guerra, Maurício
Carvalho
Objetivo: Analisar a influência dos planos assistenciais de saúde na previsão da
reversão de estomas em pacientes cadastrados no Programa de Assistência ao
Estomizados (PAE) do NRE-Metropolitano.
Método: Estudo transversal, retrospectivo descritivo, com inclusão de 476
portadores de estomas temporários. Dados coletados de prontuários do PAE, no
NRE Metropolitano em abril de 2019. Variáveis analisadas: tipo de plano
assistencial de saúde, tipo de estoma temporário, tempo de permanência
conforme data de inclusão no PAE e previsão da reversão do estoma.
Resultado: Quanto ao tipo de estoma temporário, 389 (50,71%) colostomias e
74 (59,67%) ileostomias. Em relação ao tempo de permanência do estoma, 168
(78,5%) até 3 anos e 46 (21,49%) mais de 3 anos. Dos planos assistenciais à
saúde 69 (14,49%) privados e 401 (84,2%) públicos. 214 (44,9%) possuem
previsão de reversão, sendo desses 175 (81,8%) pela rede pública, 37 (17,2%)
pela rede privada, 155 (72,4%) com prazo de reversão vencido, sendo 34 (22%)
da rede privada e 121 (78%) da rede pública. 277 (58,19%) são sem informação
ou data de reversão prevista.
Conclusão: 44,9% possuem previsão de reversão, sendo 81,8% da rede
pública. 72,4% da rede privada apresentam prazo de reversão vencido,
possivelmente devido a não inclusão do procedimento de retirada do estoma
pelos planos ambulatoriais ou a não efetividade da portaria nº 400 de 16 de
novembro de 2009, que obriga os planos de saúde a fornecerem materiais e
ressarcirem gastos usados no procedimento.
150
O GÊNERO FAZ DIFERENÇA NAS CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO
SISTÊMICA EM PACIENTES COM APENDICITE AGUDA
Camila Turra de Carvalho; Julia Sousa Passamani; Paulo Roberto Souza
Machado; Antônio Pôncio de Andrade; Álvaro Armando Carvalho de Morais
Objetivo: Avaliar alguns marcadores da resposta inflamatória em homens e
mulheres operados por apendicite aguda (AA), em toda a amostra e divididos em
três faixas etárias.
Método: Foram avaliados, retrospectivamente, 462 pacientes operados por
AA. Como marcadores da resposta inflamatória foram utilizados: leucócitos,
neutrófilos, linfócitos, monócitos, plaquetas, relação neutrófilos/linfócitos (RNL),
relação plaquetas/linfócitos (RPL), relação linfócitos/monócitos (RLM) e proteína
C reativa (PCR). Utilizou-se o último hemograma e a última dosagem de PCR
avaliados antes da operação. Os pacientes foram analisados em conjunto e
divididos em três grupos de acordo com a idade: inferior a 15, entre 15 e 50, e
superior a 50 anos.
Resultados: Dos 462 pacientes analisados, 233 (50,4%) eram homens; 330
(71,4%) tiveram AA não complicada. Avaliando-se todos os pacientes, observou-
se que os valores de linfócitos, plaquetas e RLM eram menores, e de monócitos
e RNL maiores nos homens; não havia diferença de leucócitos, RPL e PCR entre
homens e mulheres. Quando se estratificou por faixa etária, nos pacientes com
idade inferior a 15 anos e naqueles com idade superior a 50 anos, não houve
diferença entre os sexos em relação a todos os marcadores inflamatórios
analisados. Mas nos doentes com idade entre 15 e 50 anos, houve diferença
entre linfócitos, monócitos, plaquetas, RNL e RPL, sempre indicando maior
gravidade nos homens.
Conclusão: Houve diferença em alguns marcadores da inflamatória sistêmica
entre homens e mulheres operados por AA com idade entre 15 e 50 anos, com
um perfil que sugere pior prognóstico nos homens.
151
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA E EVOLUÇÃO PÓS-OPERATÓRIA NA
APENDICITE AGUDA: O GÊNERO FAZ DIFERENÇA?
Julia Sousa Passamani; Camila Turra de Carvalho; Gustavo Coelho Bravim;
Antônio Pôncio de Andrade; Álvaro Armando Carvalho De Morais
Objetivo: Comparar as características da doença e a evolução pós-operatória
em homens e mulheres operados por apendicite aguda (AA).
Método: Foram avaliados, retrospectivamente, 462 pacientes operados por AA,
95,9% por acesso videolaparoscópico. Definiu-se como apendicite não
complicada a forma edematosa e apendicite complicada quando havia abscesso,
peritonite, gangrena ou perfuração. Os pacientes foram analisados em conjunto
e divididos em três grupos de acordo com a idade: inferior a 15, entre 15 e 50, e
superior a 50 anos.
Resultados: Dos 462 pacientes analisados, 233 (50,4%) eram homens; 330
(71,4%) tiveram AA não complicada. Ocorreram complicações em 7,8% dos
casos e um óbito em paciente idosa, com a forma complicada da doença e várias
comorbidades. Comparando-se mulheres e homens, não houve diferença
estatisticamente significante em relação à idade (32 ± 16 e 29 ± 16), percentual
de AA complicadas [62 casos (27,6%) e 69 (29,2%)], complicações pós-
operatórias [17 casos (7,5%) e 19 (8,1%)] e tempo de internação (3 ± 2 dias em
ambos). Na distribuição por faixa etária, apesar de existir menor percentual de
AA complicadas, menos complicações pós-operatórias e menor tempo de
internação nos pacientes com idade entre 15 e 50 anos, não houve diferença
entre homens e mulheres nos três grupos.
Conclusão: Não houve diferença estatisticamente significante, entre homens e
mulheres, em relação ao percentual de formas não complicada e complicada de
AA, à incidência de complicações pós-operatórias e ao tempo de internação,
tanto em toda a amostra quanto nas três faixas etárias analisadas.
152
LINFOHEMANGIOMA NASAL DE CRESCIMENTO RÁPIDO EM PACIENTE
JOVEM
Mylene Bastos Barbosa; Igor Peixoto Biral; Karoline Fardim Sartori; Patrícia
Henriques Lyra Frasson; Márcio Bonatto Júnior; Rafael Lopes Moraes
O hemangioma é um dos tumores vasculares benignos mais frequentes na
criança. É comum no sexo feminino, 3 a 5 vezes maior que no masculino e, cerca
de 70% das lesões evoluem aos 7 anos de idade. Esse relato refere- se a um
caso de hemangioma com evolução e crescimento rápidos em paciente jovem.
Paciente L.F.S., feminina, 23 anos, solteira, residente de Vila Velha, ES,
internada dia 27/06/2018 na unidade de Cirurgia Plástica, relata crescimento,
aos 14 anos de idade, de mancha avermelhada em ponta nasal, indolor,
associada à parestesia e sangramento. Relata crescimento mais acelerado
durante a gravidez. Tratada inicialmente com duas embolizações (última em
2015), com melhora do sangramento. Ressonância magnética realizado dia
26/05/2018 mostra espessamento tecidual de limites imprecisos comprometendo
plano cutâneo e subcutâneo nasal, de provável natureza vascular,
possivelmente hemangioma, lesão restrita às partes moles sem sinais de erosão
das estruturas osteocartilaginosas subjacentes. Realizado cirurgia de ressecção,
observado deslocamento e adelgaçamento da cartilagem alar esquerda, sem
intercorrências, dia 27/06/2018, após diagnóstico histopatológico de
linfohemangioma. Alta dia 28/06/2018, com cicatriz cirúrgica de excelente
aspecto, sem sinais flogísticos ou deiscências. Paciente mantém
acompanhamento ambulatorial. Apesar de ser uma lesão que pode regredir com
a idade, este caso não houve regressão e sim uma proliferação do
linfohemangiona. Nesses casos em que há a proliferação ativa do tumor, é
indicada como tratamento a cirurgia, que possui baixo risco de complicação e é
considerada uma alternativa eficaz, o que foi obtido no caso apresentado.
153
A TÉCNICA DE MILLIGAN-MORGAN PARA HEMORROIDECTOMIA E SUA
CONTRIBUIÇÃO PARA A COLOPROCTOLOGIA: UMA REVISÃO DA
LITERATURA
Bruno Rocha Moreira; Matheus Kuster Ronconi; Pedro Leonardo Miranda
Siqueira; Vinicius Veloso Cavassani
Objetivos: Analisar a eficácia para a resolução definitiva do quadro de doença
hemorroidária (DH) ao empregar a técnica de Milligan e Morgan e suas
complicações mais comuns presentes na literatura, avaliando assim a sua
colaboração para a coloproctologia.
Metodologia: Foi realizada uma revisão da literatura utilizando as bases Scielo,
Thieme Medical Publishers; e E-volution. Elsevier, Revista Brasileira de
Coloproctologia. A pesquisa inclui artigos de revisão, metanálises, estudos
clínicos, tratados, projetos de referências e outros, publicados. Não houve
restrição ao idioma nem ao período de publicação.
Resultado: Os artigos ressaltaram que a hemorroidectomia aberta ainda é
considerada o "padrão ouro", já que é a técnica de melhor desempenho. No
entanto, a dor pós-operatória continua sendo um grande desafio. Todavia, a taxa
de recidiva na literatura recente se mostrou menor em relação às técnicas como
a hemorroidopexia por grampeamento. Além disso, as complicações como
sangramentos, necrose, edema, doença residual e estenose anal não
ultrapassam 15% dos acometimentos pós-cirúrgicos.
Conclusão: Os estudos e atualizações ainda são escassos e precisam ser
valorizados. A contribuição da técnica de Milligan-Morgan mesmo após 80 anos
é relevante e significativa para a coloproctologia, pois a DH atinge cerca de 4%
da população mundial e tem prevalência de mais de 40% nos indivíduos com
mais de 50 anos. Assim, a terapia cirúrgica ainda é a técnica que garante
resultados significativamente melhores do que aqueles obtidos com terapias
conservadoras, especialmente para as hemorróidas grau III e IV.
154
RETOSIGMOIDECTOMIA ABDOMINAL, INDICAÇÕES PRINCIPAIS E
QUANDO REALIZAR VIA CONVENCIONAL OU LAPAROSCOPIA: UMA
REVISÃO DA LITERATURA
Bruno Rocha Moreira, Matheus Kuster Ronconi, Pedro Leonardo Miranda
Siqueira, Vinicius Veloso Cavassani
Objetivo: Este trabalho tem por objetivo esclarecer quais são as principais
indicações para a retossigmoidectomia abdominal e em qual dessas indicações
seria mais adequado utilizar a via convencional ou laparoscópica.
Método: Foi realizada uma revisão literária utilizando as bases Scielo, PubMed
e E- volution. Não houve restrição ao idioma nem ao período de publicação. A
pesquisa inclui, mas não foi limitada, aos artigos de revisão, metanálises,
estudos clínicos, projetos de referências e outros, publicados. Os seguintes
unitermos foram utilizados: Retossigmoidectomia, Cirurgia de Dixon, via de
acesso convencional e via de acesso laparoscópica.
Resultados: Dentre os artigos, livros e trabalhos estudados, ficou evidente que
a retossigmoidectomia abdominal pode ser amplamente empregada, como em
correção do prolapso retal que por meio da via abdominal pode ser mobilizado e
fixado de maneira adequada, além de pode haver correção de defeitos
simultâneos como o reparo do assoalho pélvico. Outra indicação importante é no
tratamento de câncer colorretal. A definição de qual via de acesso utilizar fica
inerente à subjetividade do cirurgião, estudos demonstram que ambos
apresentam desvantagens e vantagens, sendo equivalentes em relação a
sobrevida do paciente.
Conclusão: Dessa forma, identifica-se que uma das principais indicações da
Retossigmoidectomia é o tratamento de câncer colorretal. Ademais, no tocante
a definir qual método utilizar em determinada indicação para melhor orientação
do profissional, esbarra-se em um empecilho que é a escassez de material em
relação a esse importante ponto.
155
A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO TEÓRICO: PRÁTICA EM NÓS E
SUTURA PARA O ACADÊMICO DE MEDICINA
Emmyli Nunes de Freitas; Amanda Pylro Betzel; André Comarella Coutinho;
Érica Patrícia Ramalho de Caldas; Gabriel Barbosa Valadão Almeida; José
Tadeu Carvalho Martins
Objetivos: Demonstrar a importância de curso de capacitação teórico-prático
em nós e sutura para o acadêmico de medicina.
Métodos: O curso teórico – prático é desenvolvido semestralmente por uma liga
acadêmica de cirurgia de Vila Velha. As aulas teóricas são ministradas pelos
membros da liga sendo coordenadas pelo cirurgião responsável. Em todo
momento há monitores ligantes para auxiliar os inscritos em seu processo de
aprendizagem. A capacitação é feita em dois dias com a duração total de 6
horas. O primeiro dia consiste em aulas teóricas seguidas de prática de nó
simples, nó quadrado, nó duplo e ponto simples. O segundo dia, segue com a
didática abordando: ponto simples interrompido, ponto Blair Donatti, ponto
simples contínuo e ponto intradérmico. Todos os pontos são treinados em língua
bovina com a finalidade de simular situações encontradas na prática médica
Resultados: Através da exposição teórica inicial e da posterior parte prática
realizada pelos participantes com acompanhamento de monitores, o curso se
torna um instrumento de construção e aperfeiçoamento do aprendizado em nós
e suturas. Dessa forma, a capacitação permite não só a aquisição de
conhecimentos e habilidades manuais para os alunos que ainda não tiveram
técnica operatória em sua grade curricular, como também, a fixação e
consolidação do conteúdo pelos ligantes mais experientes que ministram as
aulas ou monitoram os participantes.
Conclusão: A capacitação teórico-prática em nós e suturas proporciona meios
adequados para que o acadêmico de medicina aprimore suas habilidades
durante a sua graduação que serão essenciais para a prática médica futura.
156
A SATISFAÇÃO DE UM ACADÊMICO DE MEDICINA EM PARTICIPAR DE
UMA LIGA DE CIRURGIA
Emmyli Nunes de Freitas; Eduarda Dumer Lube; Fabrícia Oliveira Sandoval
Carvalho; Paula Barcelos dos Santos; Raiana Barcellos Caludio; José Tadeu
Carvalho Martins
OBJETIVOS: Foi feito um estudo descritivo quantitativo com o objetivo de relatar
a experiência de participação na Liga de cirurgia de acadêmicos de medicina.
Métodos: Composta por 29 acadêmicos de medicina e 2 professores cirurgiões
orientadores, a Liga de cirurgia realiza encontros quinzenais que intercalam
aulas teóricas, apresentação de casos clínicos, aulas de anatomia orientadas
para cirurgia e capacitação teórico-prática em nós e sutura. Um questionário no
modelo Likert de satisfação foi aplicado a 19 ligantes em junho de 2019,
respondendo à pergunta “Como está a sua satisfação em relação aos
conhecimentos adquiridos por meio da liga?” cujas respostas podiam ser: muito
insatisfeita; insatisfeito; nem insatisfeito, nem satisfeito; satisfeito e muito
satisfeito.
Resultados: Os resultados encontrados foram: 36,8% dos alunos participantes
da pesquisa (n=7) se encontram muito satisfeitos com os seus conhecimentos
adquiridos por meio das atividades da liga de cirurgia; 36,8% (n=7) se
consideram satisfeitos; 10,5% se avaliaram como nem insatisfeito, nem
satisfeito; porém, 15,8% (n=3) dos discentes se encontram insatisfeitos; e
nenhum muito insatisfeito com o seu aprendizado.
Conclusões: A liga acadêmica por ser constituída de alunos com o objetivo de
ampliar o aprendizado em uma área especifica, facilita a troca de conhecimentos
e permite uma maior integração. Além disso, a maioria dos participantes
reconhece a sua importância na vida acadêmica. É importante que cada vez
mais estudantes se unam com o objetivo de crescimento intelectual, além de
melhorar e inovar cada vez mais as atividades das ligas para que elas se
fortaleçam nas escolas de medicina.
157
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS EM PACIENTES SUBMETIDOS À
REVERSÃO DE ESTOMA, COM E SEM PREPARO DE CÓLON, NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV-ES)
Carla Campos Miranda; Ingrid Ardisson Colodete; Mayara da Silva, Mauricio de
Carvalho Guerra
Objetivo: Analisar e comparar as complicações pós-operatórias em pacientes
submetidos à reversão de estoma com e sem preparo de cólon no ARE do
HSCMV-ES.
Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, com análise dos dados coletados a
partir dos prontuários de pacientes atendidos no ARE do HSCMV - ES. A
amostra consta de 133 pacientes adultos, de ambos os sexos operados entre
fevereiro de 2012 a maio de 2017.
Resultado: No sítio do estoma foi observado 44,3% de complicações nos
pacientes com preparo de cólon e 36,5% nos pacientes sem preparo (p=0,774).
CONCLUSÕES: Não houve diferença significativa entre os grupos com e sem
preparo de cólon em relação às complicações pós-operatórias nos campos
analisados.
158
TEMPO DE INTERNAÇÃO TOTAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À
REVERSÃO DE ESTOMA, COM E SEM PREPARO DE CÓLON, NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRIDA DE VITÓRIA (HSCMV-ES)
Carla Campos Miranda; Ingrid Ardisson Colodete; Mayara da Silva, Mauricio de
Carvalho Guerra
Objetivo: Analisar o tempo de internação total em pacientes submetidos à
reversão de estoma com e sem preparo de cólon dos pacientes cadastrados no
ARE do HSCMV-ES.
Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, com análise dos dados coletados a
partir dos prontuários de pacientes cadastrados no ARE do HSMCV-ES. A
amostra consta de 133 pacientes adultos, de ambos os sexos operados entre
fevereiro de 2012 a maio de 2017.
Resultado: O tempo de internação total foi de 6 ± 4 dias (3 a 31 dias) nos
pacientes com preparo de cólon e de 6 ± 8 dias (3 a 60 dias) nos sem preparo
de cólon (p=0,661). Discriminando tipo de estoma, foi observado nos pacientes
com colostomia em alça um tempo de internação total de 6 ± 2 dias (4 a 11 dias)
nos pacientes com preparo de cólon e de 7 ± 11 dias (3 a 60 dias) nos sem
preparo de cólon (p=0,019). Nos pacientes com estoma terminal o tempo de
internação total foi de 6 ± 2 dias (3 a 10 dias) nos pacientes com preparo de
cólon e de 8 ± 5 dias (3 a 25 dias) nos sem preparo de cólon (p=0,174).
Conclusões: Foi observada diferença significativa do tempo de internação total
apenas para o grupo de colostomia em alça sem preparo de cólon.
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PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PORTADORES DE
ESTOMA ABDOMINAL TEMPORÁRIA (EAT) CADASTRADOS NO
AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV) – ES
Carla Campos Miranda, Ingrid Ardisson Colodete, Mayara Da Silva, Mauricio De
Carvalho Guerra
Objetivo: Descrever perfil socioepidemiológico de pacientes portadores de EAT
cadastrados no ARE do HSCMV.
Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, com análise dos dados coletados a
partir dos prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Reversão de
Estomas do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES. A amostra
consta de 133 pacientes adultos, de ambos os sexos operados entre fevereiro
de 2012 a maio de 2017. As variáveis em análise foram: idade, sexo, etnia ou
raça, Índice de Massa Corporal (IMC), escolaridade, ocupação, renda, hábitos
de vida e comorbidades.
Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 44 ± 17 (15 a 77).
Predominaram homens (69,4%), de cor branca (46%), eutróficos (39,5%), com
ensino fundamental incompleto (33,9%), renda entre um e dois salários mínimos
(33,3%) e a maioria recebia auxílio do INSS (19,4%). Quanto aos hábitos de vida
a maioria negou vícios (37,1%) e não possuíam comorbidades (54,8%).
Conclusões: Neste estudo, a população foi predominantemente de adultos
jovens brancos, com baixo nível socioeconômico, sem vícios e sem
comorbidades conhecidas.
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TEMPO DE ESPERA PARA REVERSÃO DE ESTOMAS ABDOMINAIS
TEMPORÁRIOS (EAT) EM PACIENTES CADASTRADOS NO AMBULATÓRIO
DE REVERSÃO DOS ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE VITÓRIA (HSCMV-ES)
Carla Campos Miranda, Ingrid Ardisson Colodete, Mayara Da Silva, Mauricio De
Carvalho Guerra
Objetivo: Avaliar o intervalo do tempo de espera entre a confecção do estoma
e a primeira consulta pré-operatória (confecção-consulta), entre a primeira
consulta pré-operatória até a operação de reversão (consulta-reversão) e entre
a confecção do estoma e a operação de reversão (confecção-reversão) dos
pacientes cadastrados no ARE do HSCMV-ES.
Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, com análise dos dados coletados a
partir dos prontuários dos pacientes atendidos no ARE do HSCMV-ES. A
amostra consta de 133 pacientes adultos, de ambos os sexos operados entre
fevereiro de 2012 a maio de 2017.
Resultado: A média do tempo de espera confecção-reversão foi de cerca de 24
meses (663 ± 551 dias), do tempo de espera confecção-consulta foi de cerca de
14 meses (441 ± 514 dias) e do tempo consulta-reversão foi de cerca de 7 meses
(214 ± 199 dias).
Conclusões: Neste estudo, observou-se que o intervalo do tempo de espera
para reversão do estoma foi prolongado, fator que pode estar associado à
dependência dos pacientes do Sistema Único de Saúde.
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PERFIL ETIOLÓGICO DOS ESTOMAS ABDOMINAIS TEMPORÁRIOS EM
PACIENTES CADASTRADOS NO AMBULATÓRIO DE REVERSÃO DOS
ESTOMAS (ARE) DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
VITÓRIA (HSCMV-ES)
Carla Campos Miranda, Ingrid Ardisson Colodete, Mayara da Silva, Mauricio de
Carvalho Guerra
Objetivo: Descrever a etiologia dos estomas abdominais temporários em
pacientes cadastrados no ARE do HSCMV-ES.
Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, com análise dos dados coletados a
partir dos prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Reversão de
Estomas do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória-ES. A amostra
consta de 133 pacientes adultos, de ambos os sexos operados entre fevereiro
de 2012 a maio de 2017.
Resultado: As três etiologias mais frequentes para confecção de estoma neste
estudo foram perfuração por arma de fogo (24,2%), diverticulite complicada
(12,1%) e câncer de cólon (11,3%).
Conclusões: Neste estudo, foi possível observar que os dados do nosso serviço
de cirurgia geral estão em consonância com os dados nacionais.
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TRANSPLANTE DE RIM: TEMPO DE ESPERA NA FILA, TIPOS DE DOADOR
E NECESSIDADE DE RETRANSPLANTE DOS PACIENTES A ESPERA PARA
TRANSPLANTE RENAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – ES
Bárbara Ahnert Blanco de Moura Magalhães, Lucas Durão de Lemos, Lara Pin
Venturini, Larissa Strutz Salviato, Victor Catrinque Nascimento; Mayara da Silva
Objetivo: Descrever o tempo médio de espera na fila para transplante renal, os
tipos de doador e a necessidade de retransplante dos pacientes à espera por
transplante renal no ES.
Método: Estudo retrospectivo, transversal, descritivo e analítico. Os dados foram
coletados na Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do
Espírito Santo (CNCDO/ES) por meio do Sistema Nacional de Transplantes
(SNT). A amostra foi constituída pelos pacientes que permaneceram em lista de
espera para transplante renal no ES no período de janeiro de 2015 a janeiro de
2018.
Resultados: O tempo médio de espera dos 608 pacientes do estudo foi de 299
dias. Em relação aos tipos de doadores, 97,2% dos pacientes receberam rim de
doadores falecidos, 2,6% de doador vivo aparentado e 0,2% de doador vivo não
aparentado. Quanto à necessidade de retransplante, 99,5% dos transplantes
foram válidos e em 0,3% houve perda do enxerto devido à trombose venosa e
0,2% devido a outras causas.
Conclusões: Neste trabalho foi observado um tempo médio de espera de 299
dias, o que pode ser decorrente da grande demanda por este órgão no ES. Pode
ser constatado também, que houve sucesso na maioria dos transplantes e que
boa parte dos rins transplantados era de doador falecido, o que pode sugerir boa
adesão à conscientização quanto à doação de órgãos no ES.
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