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AVALIAÇÃO DO GRAU DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DOS AGLOMERADOS SUBNORMAIS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC ALEXANDRE PRAZERES ITAJAÍ/SC 2018

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AVALIAÇÃO DO GRAU DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DOS

AGLOMERADOS SUBNORMAIS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC

ALEXANDRE PRAZERES

ITAJAÍ/SC

2018

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura – ProPPEC

Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar

Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Ciência e Tecnologia Ambiental - PPCTA

ALEXANDRE PRAZERES

AVALIAÇÃO DO GRAU DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DOS

AGLOMERADOS SUBNORMAIS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC

ITAJAÍ/SC

2018

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura – ProPPEC

Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar

Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Ciência e Tecnologia Ambiental - PPCTA

AVALIAÇÃO DO GRAU DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DOS

AGLOMERADOS SUBNORMAIS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC

Dissertação apresentada como requisito parcial

para a obtenção do título de Mestre em Ciência

e Tecnologia Ambiental, pela Universidade do

Vale de Itajaí, Centro de Ciências

Tecnológicas da Terra e do Mar – CTTMar.

Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette

ALEXANDRE PRAZERES

ITAJAÍ/SC

2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, por permitir a realização deste projeto em

minha vida.

Agradeço ao Professor Dr. Marcus Polette, que me orientou, disponibilizando todo seu

conhecimento e seu tempo, sempre com o objetivo de desenvolver um trabalho profícuo,

buscando o aprimoramento do conhecimento, da ciência e da tecnologia.

Agradeço à UNIVALI e ao CNPQ, que viabilizaram o desenvolvimento e a realização desta

pesquisa.

Agradeço aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

Ambiental, por todo o conhecimento compartilhado.

Agradeço à minha esposa, Patricia Kuwer, arquiteta e urbanista, que compartilhou e

colaborou com o desenvolvimento da pesquisa e esteve sempre ao meu lado, me apoiando,

durante todo o período do mestrado.

Agradeço à minha filha e à minha família que sempre me apoiaram.

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As cidades são o maior artefato já criado pelo homem.

Sempre foram objetos de desejos, desafios, oportunidades e sonhos.

Carlos Leite, 2012

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RESUMO

O crescimento desordenado do município de Itajaí e a falta de ações de planejamento do poder público

provocaram o aparecimento de problemas e conflitos socioambientais que comprometem seriamente a

qualidade ambiental urbana, especialmente com o aparecimento de aglomerados subnormais, assim

como o crescimento da periferização. Como consequência, formaram-se locais com aparente

precariedade socioambiental, caracterizados pela carência de políticas públicas urbanas e

habitacionais, localizados em áreas de risco, sujeitos a desmoronamentos, suscetíveis a enchentes e

alagamentos, além da falta de acesso aos serviços públicos essenciais. Assim, o objetivo da pesquisa,

foi avaliar o grau de vulnerabilidade socioambiental das áreas dos aglomerados subnormais da cidade

de Itajaí-SC. Todos os 51 assentamentos informais do município foram mapeados, setorizados por

regiões de abrangência e caracterizados por meio de aspectos socioeconômicos, ambientais e de

infraestrutura. A partir desta análise foi elaborada uma matriz sintética composta pelos assentamentos

informais mapeados, relacionados a indicadores de qualidade socioambiental e urbanística. Os

assentamentos informais foram classificados como loteamentos irregulares, assentamentos precários

rurais, assentamentos precários e aglomerados subnormais. Destes, classificou-se 16 assentamentos

informais como sendo aglomerados subnormais, objetos desta pesquisa. A partir daí, elaborou-se

planilhas de avaliação de critérios de vulnerabilidade, relacionando os aglomerados aos indicadores de

vulnerabilidade socioeconômicos, ambientais e de infraestrutura. Foram atribuídos valores aos

indicadores, sendo que se considerou: 1 (um) ponto para baixa, 2 (dois) pontos para média e 3 (três)

pontos para alta vulnerabilidade. O somatório da avaliação dos indicadores dos critérios estabelecidos,

obtidos nas planilhas, mensurou o grau de vulnerabilidade dos aglomerados subnormais que foi

dimensionado por meio de intervalo de valores pré-definidos. Os resultados foram expressos através

de gráficos e tabelas e permitiram a observação e análise dos critérios de vulnerabilidade,

individualmente, em cada aglomerado subnormal, bem como a avaliação em âmbito municipal. Esta

avaliação relacionada à vulnerabilidade socioambiental dos aglomerados subnormais, será base para

entender a realidade local, e fundamental para propor alternativas para subsidiar ações de políticas

públicas municipais, para melhorias nos assentamentos e no desenvolvimento da cidade, que atendam

as demandas habitacionais existentes, diminuindo assim, ao máximo o impacto causado pela

precariedade no atendimento a estes locais por parte da administração municipal.

Palavras Chaves: Vulnerabilidade, aglomerações subnormais, indicadores socioambientais.

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ABSTRACT

The unregulated growth of the municipality of Itajaí, and the lack of planning actions by that public

authority, have led to the emergence of socio-environmental problems and conflicts that have seriously

compromised the urban environmental quality, in particular, with the appearance of subnormal clusters

and the growth of peripheralization. As a consequence, localities with apparent socio-environmental

fragility have formed, characterized by a lack of urban planning and public policies on housing for

areas at risk, subject to landslides, susceptible to floods and floods, and a lack of access to essential

public services. Thus, the objective of the research was to evaluate the degree of socioenvironmental

vulnerability of the subnormal clusters of the city of Itajaí-SC. All of the fifty-one informal settlements

in the municipality were mapped, divided by areas of coverage, and characterized by socioeconomic,

environmental and infrastructure aspects. Based on this analysis, a synthetic matrix was elaborated

composed of the informal settlements mapped, related to indicators of socio-environmental and urban

quality. Informal settlements were classified as irregular settlements, rural settlements, precarious

settlements and subnormal clusters. Of these, sixteen informal settlements were classified as

subnormal clusters, forming the objects of this research. Next, vulnerability assessment worksheets

were developed, linking the clusters to the socioeconomic, environmental and infrastructure

vulnerability indicators. Values were assigned to the indicators: 1 (one) point for low, 2 (two) points

for average, and 3 (three) points for high vulnerability. The sum of the evaluation of the indicators of

the established criteria, obtained in the spreadsheets, was used to determine the degree of vulnerability

of the subnormal clusters, which was dimensioned through a range of pre-defined values. The results

were expressed through graphs and tables and allowed the observation and analysis of the

vulnerability criteria, evaluating each subnormal cluster individually, and all the clusters together at

the municipal level. This evaluation of the socio-environmental vulnerability of subnormal clusters

will form the basis for understanding the local reality, and is fundamental to propose alternatives to

support the actions of municipal public policies, for improvements in settlements and the development

of the city. It is hoped that these actions will meet the existing housing demands and reduce, as far as

possible, the impacts caused by the precariousness in the service to these places by the municipal

administration.

Key words: Vulnerability, subnormal clusters, socioenvironmental indicators.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1 Contextualização ................................................................................... 1

1.2 A Pesquisa ............................................................................................. 5

1.3 Perguntas de Pesquisa ............................................................................... 7

1.4 Objetivos ................................................................................................... 7

1.4.1 Geral ................................................................................................... 7

1.4.2 Específicos .......................................................................................... 7

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 8

2.1 O processo de urbanização no Brasil ........................................................ 8

2.2 O processo histórico da habitação no Brasil ........................................... 10

2.3 A formação das favelas no Brasil ............................................................ 16

2.4 Densidade Urbana ................................................................................... 19

2.5 Desenvolvimento Sustentável e o Direito à Cidade ................................ 21

2.6 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) .................. 24

2.7 Vulnerabilidade ....................................................................................... 26

2.7.1 Vulnerabilidade Socioambiental ....................................................... 28

2.7.2 Vulnerabilidade de Infraestrutura ..................................................... 30

2.8 Indicadores .............................................................................................. 31

3. PROCEDIMENTOS DO MÉTODO ................................................................... 34

3.1 Área de Estudo ........................................................................................ 34

3.1.1 O município de Itajaí/SC .................................................................. 34

3.1.2 Evolução Urbana do Município de Itajaí .......................................... 34

3.1.3 O Plano Diretor de Itajaí ................................................................... 39

3.4 Instrumentos do Método .......................................................................... 40

3.4.1 Levantamento de dados do município de Itajaí/SC .......................... 43

3.4.2 Mapeamento dos assentamentos informais e setorização por região

de abrangência ............................................................................... 43

3.4.3 Caracterização das áreas de assentamentos informais ...................... 43

3.4.4 Indicadores socieconômicos, ambientais e de infraestrutura ............ 46

3.4.5 Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade ......................... 46

3.4.6 Descrição dos critérios de vulnerabilidade, definição da escala de

valores e planilha de avaliação ...................................................... 47

3.5.7 Grau de vulnerabilidade socioambiental dos aglomerados subnormais

....................................................................................................... 61

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 62

4.1 Mapa dos Assentamentos Informais e Setores por Regiões de

Abrangência ........................................................................................ 63

4.2 Características dos Assentamentos Informais de Itajaí .......................... 67

4.3 Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade ............................... 67

4.4 Classificação dos Assentamentos Informais ........................................... 69

4.4.1 Loteamentos Irregulares/Clandestinos .............................................. 69

4.4.2 Assentamentos Precários Rurais ....................................................... 71

4.4.3 Assentamentos Precários .................................................................. 72

4.4.4 Aglomerados Subnormais ................................................................. 74

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4.5 Planilhas de Avaliação dos Critérios de Vulnerabilidade dos

Aglomerados Subnormais ................................................................... 76

4.6 Grau de Vulnerabilidade Socioambiental ................................................ 95

4.7 Recomendações ..................................................................................... 105

5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 107

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 111 ANEXO I

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LISTA DE TABELAS

Tab. 1: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade Social 51

Tab. 2: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade Ambiental 56

Tab. 3: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade de Infraestrutura 60

Tab. 4: Intervalo do Grau de Vulnerabilidade 61

Tab. 5: Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade dos Assentamentos Informais

no Município de Itajaí/SC 68

Tab. 6: Loteamentos Irregulares/Clandestinos no Município de Itajaí/SC 69

Tab. 7: Assentamos Precários Rurais no Município de Itajaí/SC 70

Tab. 8: Assentamentos Precários no Município de Itajaí/SC 71

Tab. 9: Aglomerados Subnormais no Município de Itajaí/SC 73

Tab. 10: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Ariribá 75

Tab. 11: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Crisântemos 76

Tab. 12: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Divinéia 77

Tab. 13: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Padre Jacó 78

Tab. 14: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Bem-Te-Vi 79

Tab. 15: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Nossa Sra. das Graças 80

Tab. 16: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Vila da Paz 81

Tab. 17: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Rua João Dalmolin 82

Tab. 18: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Beco LQC 83

Tab. 19: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Padre Schimidt 84

Tab. 20: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Promorar I 85

Tab. 21: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Nilo Bittencourt 86

Tab. 22: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Bambuzal 87

Tab. 23: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Imaruí II 88

Tab. 24: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Lar dos Meninos 89

Tab. 25: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Quero-Quero 90

Tab. 26: Intervalo do Grau de Vulnerabilidade 94

Tab. 27: Grau de Vulnerabilidade Socioambiental dos Aglomerados Subnormais no

Município de Itajaí/SC 95

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1: Desmoronamento de encosta no ano de 2013 em área de assentamento informal no

município de Nova Friburgo/RJ 2

Fig. 2 e 3: Favela na Rua do Resende, Rio de Janeiro/RJ, 1906 12

Fig. 4: Morro da Favela (atual Morro da Providência), Rio de Janeiro/RJ 17

Fig. 5: Assentamento informal no Rio de Janeiro/RJ com alta densidade urbana 20

Fig. 6: Mapa das Sesmarias de Dom Francisco de Souza Coutinho, origem do município de

Itajaí/SC 36

Fig. 7: Planta de localização do centro de Itajaí/SC no final do século XIX 37

Fig. 8: Vista aérea de Itajaí/SC no início do século XX 38

Fig.9: Evolução Urbana de Itajaí/SC 39

Fig. 10: A ocupação urbana atual no município de Itajaí/SC 40

Fig. 11: Síntese das etapas de trabalho da pesquisa 43

Fig. 12: Setorização por Regiões de Abrangência no município de Itajaí/SC 64

Fig. 13: Mapa de Localização dos Assentamentos Informais de Itajaí/SC 66

Fig. 14: Classificação dos Assentamentos Informais no município de Itajaí/SC 69

Fig. 15: Avaliação de Vulnerabilidade dos Aglomerados Subnormais no município de

Itajaí/SC 91

Fig. 16: Somatório de Critérios de Vulnerabilidade – Aglomerados Subnormais no município

de Itajaí/SC 94

Fig. 17: Percentual dos Aglomerados Subnormais de Itajaí/SC, conforme Grau de

Vulnerabilidade 96

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O processo de concentração populacional em poucos espaços do território nacional,

que hoje conformam as Regiões Metropolitanas, implicando na chegada de grandes fluxos de

pessoas para esses espaços, e ainda, a intensa mobilidade intraurbana, fazem com que esses

deslocamentos atinjam, cada vez mais, áreas sujeitas a riscos ambientais (LEFEBVRE, 2001).

Segundo Farah (2003), já na Idade Média, na Europa, cidades mercantis, muitas vezes

implantadas em planícies estreitas e confinadas por montanhas no entorno, tendiam a ter

ocupações em direção aos morros (buscando visibilidade que os protegeria contra invasores) e

aos vales (em muitos casos, áreas inundáveis). Desde o período colonial no Brasil, também se

observa inúmeras ocupações urbanas em encostas e vales. Muitas das nossas primeiras vilas e

cidades, visando proximidade às áreas que teriam facilidade de exploração e comercialização

de produtos, surgiram em sítios acidentados, estando vulneráveis à ocorrência de desastres.

Gonçalves (2014) compilou registros de inúmeros casos de escorregamentos ocorridos desde

1549. Até 1800 já se registravam pelo menos seis acidentes de maior porte, com muitas

mortes e destruição de edificações.

Maricato (1999) afirma que a invasão de terras urbanas é parte integrante do processo

de urbanização no país, se referindo a ela como prática de 100 anos atrás. A novidade recente,

que vem dos anos 80, é que as invasões começam a se transformar: de ocupações gradativas,

resultado de ações individuais familiares, para ganhar um sentido massivo e organizado, a

partir da crise econômica que se inicia no final dos anos 70, constituindo a maior causa da

origem da formação de aglomerados subnormais. Várias cidades brasileiras apresentam, a

partir desta data a ocorrência de ocupações coletivas e organizadas de terra, mais raras nas

décadas anteriores. Isto não significa que as ocupações gradativas e expontâneas deixaram de

existir. Ao contrário, continuaram a se fazer e a constituir a maior causa da origem da

formação de favelas, mas o fato é que passaram, a partir desta data, a conviver com a nova

prática citada.

Como resultado destas ocupações irregulares muitos desastres ocorreram em áreas de

assentamentos informais1, como demonstra a Fig. 1, seja causado por desmoronamentos de

1 Assentamentos Informais: áreas ocupadas de maneira irregular, contemplando qualquer número de unidades habitacionais, tanto

em áreas urbanas ou rurais, através de invasões de glebas públicas ou particulares; pela falta de segurança jurídica da posse e da

baixa qualidade de vida dos seus ocupantes, em geral resultado de um padrão excludente dos processos de desenvolvimento,

planejamento e gestão municipais, que acarreta em carência de acesso aos serviços públicos essenciais (ROLNIK, 2007).

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áreas íngremes ocupadas, seja por inundações nas áreas próximas de rios ocupadas, causam,

com certa frequência, importantes danos materiais e até perdas humanas.

Fig. 1: Desmoronamento de encosta no ano de 2013 em área de assentamento informal no município de

Nova Friburgo/RJ.

Fonte: Google, 2017

Salienta-se o fato de que a exposição aos riscos ambientais acomete desigualmente os

diversos grupos sociais. A diferenciação socioespacial decorrente da crescente especialização

de tarefas, devido ao aumento da divisão social do trabalho, com base na classificação

socioocupacional construída como variável para descrever a estrutura social, gera a separação

espacial de grupos sociais, os quais tendem a buscar localizações específicas na cidade,

criando assim a divisão social do território (DESCHAMPS, 2009). A estruturação do espaço

urbano é produzida por um processo histórico, envolvendo poder econômico, poder político e

a disputa do espaço pelas classes sociais. O conflito social faz parte da estrutura capitalista. A

segregação urbana2 origina-se na construção do espaço urbano e, atualmente, o principal

agente deste processo, é o Estado. Segundo IBGE (2010), 72% da população brasileira vive

com até dois salários mínimos, ou seja, não raramente, vive em grandes espaços segregados

que “sobraram” ou que foram invadidos.

A cidade é, historicamente, o local do conflito - não é um espaço homogêneo - o

2 Segregação urbana: diferenciação residencial segundo grupos, significa diferencial de renda real - proximidade

às facilidades da vida urbana como água, esgoto, áreas verdes, melhores serviços educacionais, e ausência de

proximidade aos custos da cidade como crime, serviços educacionais inferiores, ausência de infra-estrutura etc

(Harvey, 1980).

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processo de produção do espaço urbano está diretamente vinculado ao processo que constitui

as relações sociais, desta forma, o rápido crescimento das cidades brasileiras sem

planejamento urbano adequado trouxe sérios problemas socioambientais que geraram o

comprometimento dos espaços urbanos e a deterioração da qualidade de vida dos habitantes

(GIRELLI, 2009).

A maioria das cidades de médio e grande porte brasileiras, do ponto de vista

socioespacial, experimentou, nas últimas décadas, uma ruptura, dando origem a “duas

cidades”: uma formal, teoricamente pautada por uma ordem urbanística e legal e outra,

destinada às classes mais pobres, compreendendo desde ocupações com diversos níveis de

formalidade (contemplando alguns serviços básicos), até ocupações precárias e informais, os

aglomerados subnormais, anteriormente chamados de favelas. Os aglomerados subnormais

ocupam vazios urbanos, muitas vezes, constituídos por morros ou áreas alagáveis sem

interesse para especulação imobiliária, ou em áreas em que a legislação proíbe a expansão

urbana (FARAH, 2003).

Nesta disputa, a localização e a distribuição dos investimentos públicos são essenciais

na dinâmica socioespacial. Entender que a redução das desigualdades, da pobreza e dos

problemas urbanos decorrentes destes, exige alteração no foco das políticas públicas, nas

ações públicas e na priorização e localização dos investimentos públicos. Uma cidade

segregada não é socialmente justa, ambientalmente saudável e não é segura. As decisões e as

ações fundamentais ao espaço urbano atualmente, tem se mostrado muito políticas e pouco

técnicas. O papel ético, em que a tomada de decisão para investimentos públicos se dá a partir

da necessidade local, é fundamental neste momento em nossa sociedade no combate ao

clientelismo e à corrupção.

Os problemas socioambientais nestas áreas aumentam à medida que não há políticas

públicas voltadas para a realidade local. O poder público, por sua vez, parece agir com

tolerância sobre esta ocupação ilegal, já que nas áreas citadas já existem há anos moradias

consolidadas, conforme Girelli (2009).

Seguindo o exemplo de outras cidades, o Município de Itajaí repetiu o modelo de

urbanização praticado no país, marcado pela carência de políticas públicas urbanas e

habitacionais e, como consequência, a população de baixa renda começou a ocupar a suas

áreas públicas e de preservação ambiental. Isto tem incrementado a ocorrência de áreas

vulneráveis, especialmente ao longo dos rios Itajaí e Itajaí Mirim e encostas e topos de morro

(PLHIS, 2011).

O município de Itajaí é o segundo em arrecadação e um dos maiores PIB do Estado

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Catarinense, segundo o IBGE, ocorrendo assim uma forte migração da população carente, em

busca de oportunidades de emprego e renda. Entre os anos de 2000 e 2010 houve um

crescimento de cerca de 25% da população, de forma que a pirâmide etária apresentou

significativas alterações (PLHIS, 2011).

De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, a cidade de Itajaí apresenta 51

áreas de invasões, incluindo-se loteamentos irregulares/clandestinos, definidos como

assentamentos informais. Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social,

desenvolvido em 2011 para o município, vivem em vulnerabilidade socioambiental, nestes

assentamentos, aproximadamente 14.745 pessoas em 2.949 unidades habitacionais.

Os aglomerados subnormais são definidos como sendo um conjunto de 50 ou mais

unidades habitacionais, caracterizados pela ausência do titulariadade de propriedade,

precariedade das edificações, vias de circulação irregulares, variação na forma e tamanho dos

lotes e carência de serviços públicos essenciais, tais como rede ou coleta adequada de esgoto,

rede de água, iluminação pública e coleta de lixo (IBGE, 2001).

A abordagem socioambiental torna-se, portanto, imprescindível, quando se trata de

processos ambientais urbanos, tendo em vista sua complexidade, como enfatiza Mendonça, F.

(2002) ao observar a enorme dificuldade em apreender o termo meio ambiente em toda sua

amplitude, visto estar fortemente marcado por princípios naturalistas. Evidencia-se como

desafio a inserção da perspectiva humana nessa abordagem.

Destaca-se, portanto, a importância do estudo e análise aprofundada das áreas de

aglomerados subnormais do município, que permite uma análise de sua formação e do seu

grau de vulnerabilidade socioambiental, bem como os impactos no desenvolvimento da

cidade, e, desta forma, subsidiar a formação de políticas públicas no sentido de atender as

demandas habitacionais, diminuindo ao máximo o impacto causado e atendendo à legislação

municipal. (ALVES, 2013).

Conhecer o diagnóstico destes assentamentos, ou seja, a situação em que se encontram

as ações e os diversos componentes sociais, econômicos, ambientais e da infraestrutura destes

territórios, torna a sua administração mais eficaz, e sugere que sejam mais simplificadas e

específicas as tomadas de decisões com o conhecimento das causas dos problemas e de suas

consequências.

Neste contexto, a utilização de indicadores ajuda a compreender realidades complexas

do sistema urbano, sendo útil para tomadores de decisão e para a sociedade, tendendo a ser

um instrumento de informações baseados em medições de aspectos de qualidade ambiental

das cidades, sejam estas pequenas, médias e grandes metrópoles (BELLEN e HANS, 2005).

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1.2 A Pesquisa

A harmonia do homem com a natureza foi interrompida em decorrência de um

crescimento urbano não planejado, e desta forma, as consequências desta expansão urbana

geraram o comprometimento dos espaços urbanos e do meio ambiente natural.

Nesse contexto, começa a surgir uma maior expressão deste tipo de pesquisa

envolvendo riscos naturais, dando subsídios para a introdução, no meio científico, do conceito

de vulnerabilidade. A vulnerabilidade começa a surgir como ideia subjacente à noção de

capacidade de resposta de um ambiente ou uma população aos riscos (MARANDOLA;

HOGAN, 2005,p.32).

Já o uso de programas computacionais estatísticos independentes ou associados a

Sistemas de Informação Geográfica, para estudos de vulnerabilidade, surge a partir dos finais

da década de 1980 e na década de 1990, por meio da análise fatorial de diferentes variáveis e

indicadores considerando as dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais (FREITAS;

CUNHA, 2012).

Cutter et al. (2003) considera que as pesquisas em vulnerabilidade podem ter

abordagens fundamentais: o da identificação das condições que tornam pessoas e lugares

vulneráveis a eventos naturais perigosos; aqueles que consideram a vulnerabilidade como

condição social, ou seja, uma medida da resistência ou resiliência a catástrofes naturais e

aqueles que integram o potencial de exposição e a resiliência social num dado local ou região.

Conceitualmente, associa-se a vulnerabilidade à presença de três componentes: a)

exposição ao risco; b) incapacidade de reação; c) dificuldades de adaptação diante da

materialidade do risco (VÉRAS, 2010).

Carvalho, Souza e Santos (2003) relacionaram vulnerabilidade ambiental a

características do meio físico e biótico (declividade, altitude, temperatura, aridez, vegetação,

solo), à exposição a fontes de pressão ambiental (densidade populacional, uso da terra,

ocupação irregular) e à ocorrência de impactos ambientais (erosão hídrica) em uma área

montanhosa. Veyret (2007) pontua que a vulnerabilidade está ligada a processos que ocorrem

em um sistema, decorrentes do seu grau de conservação, e à resiliência ou capacidade de

recuperação após um dano; além de processos externos, relacionados à exposição a pressões

ambientais atuais e futuras. Nestas perspectivas, a vulnerabilidade socioambiental pode ser

definida como uma capacidade ou incapacidade do meio natural e das pessoas que ocupam

este meio, a resistir e/ou a recuperar-se, após sofrer impactos decorrentes de atividades

antrópicas e fenômenos naturais, considerados normais ou atípicos.

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Para Alves (2006), o desenvolvimento de políticas habitacionais, e principalmente

políticas de urbanização de aglomerados subnormais, poderiam ter grande eficácia na redução

das situações de alta vulnerabilidade socioambiental nas cidades brasileiras, uma vez que a

maioria das áreas nesta situação é de aglomerados subnormais.

Logo, é necessário entender o grau de vulnerabilidade dos aglomerados subnormais no

município de Itajaí por meio do perfil social dos moradores, dos problemas socioambientais

causados pelas invasões e, consequentemente, pelos impactos ambientais gerados no ambiente

urbano. Busca-se, ainda, conhecer o papel da legislação existente e das políticas públicas

relacionadas às ações que poderiam diminuir os problemas e conflitos da vulnerabilidade

socioambiental no município de Itajaí.

É contundente a relevância na utilização de indicadores sociais como uma medida

geralmente quantitativa, com um significado social, usado para substituir, quantificar ou

operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico, como pesquisa acadêmica ou

programática, para formulação de políticas, sendo um recurso metodológico, que informa algo

sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma

(JANNUZZI, 2006).

Para Tischer (2012), um indicador é um dado quantitativo ou qualitativo, e seu

acompanhamento em tempo ou espaço permite analisar um resumo da situação e/ou a

evolução de um fenômeno mais amplo, formados geralmente a partir da seleção de um

conjunto maior de dados. Desta forma, os indicadores condensam informações, permitindo

simplificar a análise dos fenômenos medidos, sendo assim uma importante ferramente de

comunicação.

A contribuição desta pesquisa vem de encontro com o Estatuto das Cidades, com os

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 da ONU3 (ODS 1) e demais políticas de

regularização fundiária e habitacionais, nas quais as questões ambientais nem sempre são

claras o suficiente para regrar o desenvolvimento atual e futuro do território.

Ao apresentar os procedimentos do método, descreve-se a estrutura da pesquisa

adotada neste trabalho, bem como os métodos utilizados na coleta de dados, para a avaliação

do grau de vulnerabilidade dos aglomerados subnormais da cidade de Itajaí/SC. A partir da

classificação dos assentamentos informais, identificando quais são os aglomerados

subnormais, e da definição de critérios de vulnerabilidade e de indicadores de vulnerabilidade

social, ambiental e de infraestrutura , é elaborada uma matriz sintética. Os indicadores de

3 ODS 1, da ONU: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares (ONU, 2015).

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vulnerabilidade elencados serão avaliados através de uma escala de valores, indicando baixa,

média ou alta vulnerabilidade, tendo como somatório final, a mensuração do grau de

vulnerabilidade das áreas.

1.3 Perguntas de Pesquisa

1. Qual a situação dos aglomerados subnormais do município de Itajaí/SC?

2. As áreas de aglomerados subnormais do município de Itajaí/SC estão em situação de

vulnerabilidade socioambiental?

3. De que forma é possível avaliar a situação dos aglomerados subnormais do município

de Itajaí/SC, tendo em vista a necessidade de se ter políticas públicas adequadas à

realidade?

4. O método apresentado é possível de ser replicado na forma de diagnóstico em outras

cidades brasileiras?

1.4 Objetivos

1.4.1 Geral

Avaliar o grau de vulnerabilidade socioambiental das áreas de aglomerados

subnormais do município de Itajaí/SC, baseado em análises socioeconômicas, ambientais e de

infraestrutura.

1.4.2 Específicos

a) Mapear e caracterizar as áreas de assentamentos informais do município de Itajaí/SC;

b) Elaborar Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade socioeconômicos,

ambientais e de infraestrutura;

c) Classificar os assentamentos informais conforme suas características;

d) Definir uma escala de valores dos indicadores, através de planilhas de avaliação de

critérios de vulnerabilidade;

e) Avaliar e analisar as características socioambientais dos aglomerados subnormais;

f) Mensurar os diferentes graus de vulnerabilidade socioambiental nos aglomerados

subnormais do município de Itajaí/SC.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O processo de urbanização no Brasil

A colonização europeia e o surgimento de núcleos que dependem da exploração de

recursos naturais, foi um processo atrativo aos migrantes do mundo inteiro, sobretudo com a

descoberta de metais preciosos (MATOS, 2012). Segundo o autor, as cidades e povoados

teriam muito a ganhar com a imigração em massa, em especial se a riqueza mineral

permanecesse por longos anos de exploração, como ocorreu na América do Norte e no Brasil

dos séculos XVIII e XIX, sendo denominado este período de urbanização esparsa de tipo pré-

industrial.

Um segundo momento teve início no século XX quando determinadas cidades e

regiões concentraram grande número de atividades industriais e imigrantes, a maioria deles de

origem rural. Em um momento seguinte, a partir de 1980 no Brasil, ocorre a dispersão de

população e investimentos em direção a cidades de porte médio em diversas regiões do país

(MATOS, 2012).

Conforme Brito (2007), o processo de urbanização brasileiro pode ser considerado

recente, tomando força apenas na segunda metade do século XX. Nos anos 70, a população

urbana ultrapassou a rural, sendo, a velocidade deste processo, a grande novidade em relação

à dos países capitalistas mais avançados, passando a população urbana, de 19 milhões para

138 milhões, multiplicando-se 7,3 vezes, com uma taxa anual de crescimento de 4,1%

(BRITO, 2007).

Esse acelerado processo de urbanização foi parte das transformações estruturais

profundas pelo qual passaram a economia e a sociedade brasileira, que se transformou cada

vez mais em urbana, tornando irreversível a hegemonia das cidades, não apenas como local

privilegiado de residência e atividades econômicas, mas como centro de difusão de novos

padrões de estilo de vida e relações sociais. O Brasil tornou-se, assim, moderno, urbano-

industrial, que superando um Brasil arcaico, gerando desenvolvimento econômico e social

com fortes desequilíbrios regionais e sociais (BRITO; HORTA, 2001).

Para Silva (2014), na época em que vigorou a ditadura no Brasil, o modelo econômico,

também chamado de “milagre econômico”, ao qual se submeteu o modelo político e social,

gerou um modelo territorial provocador de enormes migrações, muito mais de consumo do

que de trabalho, provocou o esvaziamento demográfico em algumas regiões e crescimento e

concentração da população em algumas poucas áreas urbanas, iniciando a formação de

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grandes metrópoles.

Essas particularidades da economia e da sociedade brasileira serviram de base para o

imenso movimento migratório da população que abandonou os grandes reservatórios de mão

de obra – Nordeste e Minas Gerais – para irem ao encontro das grandes cidades,

principalmente os grandes aglomerados metropolitanos em formação no Sudeste, em cidades

como São Paulo e Rio de Janeiro. As metrópoles eram o objetivo que os migrantes buscavam

na expectativa de sua sobrevivência, onde o desenvolvimento acelerado da economia, os

empregos e as ocupações, multiplicavam as esperanças em transformar a sua realidade para

melhor (BRITO, 2007).

Maricato (2000) afirma que, a partir dos anos 80, o padrão de urbanização brasileiro

apresenta o crescimento das metrópoles proporcionalmente maior que o crescimento de outras

cidades do país, porém, o ritmo desse crescimento diminuiu. Por outro lado, cita que as

cidades brasileiras de porte médio, com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, tiveram

índices de crescimento maiores do que as metrópoles nos anos 80 e 90, com uma taxa de 4,8%

contra 1,3%, respectivamente.

A partir da década de 80, a migração para os grandes aglomerados metropolitanos,

começava a sofrer os impactos das sucessivas crises econômicas, refletindo-se claramente nos

locais de destino de preferência dos migrantes. Acrescenta-se à grande especificidade do

processo de urbanização no Brasil, uma nova característica: dentro dos aglomerados

metropolitanos, a tendência a um maior crescimento dos municípios periféricos em relação às

capitais, evidenciando um processo de inversão espacial do comando do crescimento

demográfico metropolitano, porém distante de provar qualquer processo de

desmetropolização4 da sociedade brasileira (BRITO, 2012).

Braga (2006) cita que o Brasil, assim como os outros países com economia capitalista,

apresenta forte vinculação entre os movimentos migratórios e as oportunidades materiais

desencadeadas pelo desenvolvimento industrial e pelo crescimento urbano. Considera ainda

que, as transformações na estrutura política e socioeconômica do país, influenciaram a

intensidade e a direção das migrações internas, identificando a ocorrência de novos padrões

migratórios.

Maricato (2000) afirma que a tendência atual é a interiorização do crescimento

populacional em direção às periferias do Sudeste, Sul e Centro Oeste. Como reflexo desse

processo, as regiões metropolitanas originais, protagonistas da urbanização acelerada até os

4 Desmetropolização: É um fenômeno recente, que visa o povoamento de uma cidade de menor porte para que os

centros urbanos saturados venham a se desinchar com a quantidade de pessoas (ROSA, 2003).

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anos 1980, exibem crescimento relativamente baixo; surgem municípios conurbados5 que se

candidatam a condição de metrópoles, a exemplo de Goiânia, Campinas e Santos; as cidades

médias com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, registram expressivo crescimento

demográfico, e passam a constituir alternativa para a relocalização de investimentos

industriais (MARICATO, 2000).

Para Matos (2012), o processo de centrifugação que atinge muitos moradores de

grandes metrópoles, coincide com tendências observadas mundialmente No Brasil associa-se

menos a busca por qualidade de vida e mais a fatores, tais como, falta de empregos, aumento

do custo de vida, incremento dos custos de moradia e explosão da violência urbana. Essa

tendência de fuga dos grandes centros utiliza-se das periferias metropolitanas, onde o

crescimento médio tem sido muito superior ao do município central, da mesma forma

crescendo expressivamente determinadas cidades médias e pequenas, fora das grandes

metrópoles (MATOS, 2012).

2.2 O processo histórico da habitação no Brasil

Ao longo da história da colonização do Brasil, o território foi se organizando de

maneira distinta e esparsa e, conforme Santos (2009, p. 19), “a cidade era bem mais uma

emanação do poder longínquo, uma vontade de marcar presença num país distante”.

Assim, a urbanização brasileira se desenvolve de maneira mais expressiva a partir do

século XVIII, amadurece no século XIX e apenas no século XX, atinge as características da

atual urbanização (SANTOS, 2009). Entre o final do período colonial até o final do século

XIX, o índice de urbanização pouco se alterou no Brasil. Entre os anos de 1890 e 1920,

cresceu aproximadamente 3%. No período entre 1920 e 1940, o Brasil viu sua taxa de

urbanização triplicar, chegando a 31,24% (SANTOS, 2009).

Tanto o processo de substituição da mão-de-obra escrava pelo trabalho livre, quanto o

aumento da industrialização, tiveram influência no aumento da população em área urbana.

Essas transformações estiveram amplamente ligadas ao caráter de capitalismo dependente que

a formação econômica e social brasileira adquiriu. Para Villaça (2001, p. 226), “um dos traços

mais marcantes do processo de urbanização que se manifestou no Brasil a partir do final do

século XIX, foi o rápido crescimento das camadas populares urbanas”.

Em 1901, existiam, aproximadamente, 50 mil operários no estado de São Paulo e a

5 Municípios conurbados: é um fenômeno urbano que ocorre quando duas ou mais cidades se desenvolvem uma

ao lado da outra, de tal forma que acabam se unindo como se fossem apenas uma (FREITAS, 2009).

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construção de habitações operárias salubres e baratas, era realizada pelas indústrias,

companhias ferroviárias e empresas de mineração. No Rio de Janeiro, já no final do século

XIX, iniciou-se o processo de conformação da periferia pela classe de baixa renda, onde,

segundo Villaça (2001, p. 231) “em 1890, a população suburbana era quase 18% da total”.

Assim, o Brasil se urbanizava de maneira e intensidade diferente em cada cidade.

Segundo Maricato:

“As reformas urbanas, realizadas em diversas cidades brasileiras entre o final do

século XIX e início do século XX, lançaram as bases de um urbanismo moderno “à

moda” da periferia. Realizavam-se obras de saneamento básico para eliminação das

epidemias, ao mesmo tempo em que se promovia o embelezamento paisagístico e

eram implantadas as bases legais para um mercado imobiliário de corte capitalista. A

população excluída desse processo era expulsa para os morros e franjas da cidade”

(MARICATO, 2000, p. 22)

Com a proclamação da República em 1889, ocorreram algumas políticas de expulsão

das classes pobres das áreas centrais da cidade, com a justificativa de controle sanitário por

parte dos médicos higienistas. Houverem investimentos na construção civil e na produção de

habitações, contudo esses investimentos não se destinavam à população de baixa renda.

As moradias dos trabalhadores passaram a ser modificadas conforme ideais de higiene

e economia. A elite brasileira passou a ter interesses em primar pela saúde e bem estar da

população proletária, percebendo que as epidemias originadas nos aglomerados urbanos

pobres, se alastravam pela cidade como um todo. Assim, no final do século XIX, houve uma

grande campanha de higienização e moralização das classes pobres. Esses problemas também

se relacionavam com os cortiços, que eram construções amontoadas alugadas para a

população de baixa renda, conforme Fig. 2 e 3. Esse tipo de habitação se espraiou devido à

abolição da escravatura, o rápido aumento populacional e o alto custo dos aluguéis devido à

falta de habitações populares adequadas.

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Fig. 2 e 3: Favela na Rua do Resende, Rio de Janeiro/RJ, 1906.

Fonte: REDARTE – Bibliotecas de Arte. DezenoveVinte. Disponível em:

<https://www.dezenovevinte.net/> Acesso em: 07 de janeiro de 2018

Neste contexto Villaça (1986) afirma que para a classe dominante, evidentemente, era

mais fácil conviver com as vilas operárias do que com os cortiços. A única restrição feita pela

legislação, era de que as vilas não fossem construídas em locais nobres ou potencialmente

nobres. As intenções segregacionistas que visavam mantê-las afastadas dos locais de interesse

da burguesia ficam claras, por exemplo, no Código Sanitário do Estado de São Paulo de 1894.

Apesar das vilas serem consideradas, na época, modelos de “habitação higiênica”, esse

Código determinava que elas “(...) seriam estabelecidas fora da aglomeração urbana”. A Lei

Municipal nº 413 de 1901 isentava de impostos as vilas operárias construídas “(...) fora do

perímetro central” (VILLAÇA, 1986, p. 17).

Para Rubin (2013), a política urbana adotada ao longo da República Velha (1889 –

1930) visava o embelezamento das cidades para atrair investimentos estrangeiros na

industrialização brasileira, além disso, o centro das cidades passou a abrigar o comércio e

serviços, expulsando dali as residências. Assim, o valor dos terrenos próximos ao centro

aumentou e somente as classes mais ricas conseguiam pagar por essa localização privilegiada.

Deste modo, as mudanças ocorridas mostraram a divisão do espaço urbano entre centro e

periferia. Como resultado, a população de baixa renda buscou suprir a crise de habitação

ocupando terrenos vazios encontrados em subúrbios ou até em encostas de morros. No Rio de

Janeiro, esse processo de expulsão da população de baixa renda já havia se efetivado na

década de 1920 e em São Paulo esse processo ocorreu um pouco mais tarde, pois até as

décadas de 1930 e 1940.

Até a década de 1930, o Brasil continha traços de diferentes ciclos econômicos e sua

população que era, em maioria rural, iniciou um processo de migração para as cidades e para

o interior do território brasileiro. Nessa época, o Brasil encontrava-se no auge do ciclo do café

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paulista, num período de dinamismo demográfico e econômico. Porém, a crise econômica

mundial de 1930 afetou o processo de desenvolvimento brasileiro (RUBIN,2013).

Para Maricato (2000):

“(…) a industrialização que se afirma a partir de 1930 e vai até o fim da Segunda

Guerra Mundial constituiu um caminho de avanço relativo de iniciativas endógenas e

de fortalecimento do mercado interno, com grande desenvolvimento das forças

produtivas, diversificação, assalariamento crescente e modernização da sociedade”

(MARICATO, 2000, p. 22).

Nesta época, o tipo de moradia predominante era a casa de aluguel. A produção

habitacional estava ligada à iniciativa privada. O consenso geral era de que a iniciativa

privada não era capaz de enfrentar o problema e a intervenção do Estado se fazia necessária.

Assim, o setor rentista ficou marginalizado, pois, desde o início da República, o setor recebia

regalias fiscais e suas relações com os inquilinos não eram regulamentadas.

A intervenção pública no setor habitacional foi bem aceita por vários setores sociais.

Desse modo, criou-se a ideia de que o Estado deveria garantir condições dignas de moradia e

para isso, era necessário investir em recursos públicos e fundos sociais. A questão

habitacional adquiriu papel fundamental nos planos e realizações do Estado Novo. Passou a

ser símbolo da valorização do trabalhador e afirmação de que a política de auxílio aos

brasileiros dava resultados efetivos.

A aquisição da casa própria e as alternativas de torná-la acessível, eram questões

comuns. O objetivo era viabilizar a casa própria para o trabalhador de baixa renda. Além

disso, a crise de moradia atingiu também a classe média e houve a necessidade de novas

soluções para os problemas habitacionais já existentes. Segundo Bonduki (2004):

“(…) o objetivo dos governos desenvolvimentistas era estimular a criação de uma

solução habitacional de baixo custo na periferia, visto ser ela conveniente para o

modelo de capitalismo que se implantou no país a partir de 1930, por manter baixos

os custos de reprodução da força de trabalho e viabilizar o investimento na

industrialização do país (BONDUKI, 2004, p.12).

Em 1931 foi realizado o I Congresso de Habitação em São Paulo, onde se tratou da

importância de redução dos custos da moradia, garantindo o acesso da população mais

carente. Assim, pensou-se em mudanças nas legislações, com a criação do Código de Obras.

Foi discutida, então, a questão do crescimento horizontal das cidades, que gera altos custos de

urbanização e manutenção de serviços para os cofres públicos, e foram pensadas medidas para

combater a especulação e reduzir custos, facilitando o acesso da população carente a terra.

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São datados dessa época os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS), para solucionar a

questão habitacional da classe de trabalhadores ligados à indústria e ao comércio. Houve

preocupação com a racionalização, produção em larga escala de moradias e normatização dos

materiais.

Verificar até que ponto a atuação de um governo corresponde a política pública por ele

enunciada é uma tarefa complexa. Entretanto, pode não ser possível confrontar a política

enunciada com a política efetivamente implementada, uma vez que os governantes nem

sempre enunciam com antecedência a política que vão seguir (VILLAÇA, 1986).

No dia 1 º de maio de 1946, o Presidente Gaspar Dutra criou a Fundação da Casa

Popular que se propunha a ‘’proporcionar a brasileiros ou estrangeiros, com mais de dez anos

de residência no país, ou com filhos brasileiros, a aquisição ou construção de moradia própria

em zona urbana’’. Este programa foi o primeiro em escala nacional criado com a finalidade de

oferecer habitação popular à população em geral, tendo como proposta de financiamento não

apenas casas, mas também infraestrutura urbana, produção de materiais de construção,

estudos e pesquisas. Contudo, não obteve muito sucesso, construindo menos de 16.000

edificações (VILLAÇA, 1986).

Criada pela lei nº 4.380 de 21 de agosto de 1964, que em sua emenda diz: ”institui a

correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, o sistema financeiro para

aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH) e Sociedade de Crédito

Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo e dá outras

providências’’.

A década de 1970 mostra que o programa fez mais moradias de classe média e ampla

construção de edifícios de apartamentos, mas pouco se via a construção de habitações

populares. Nos anos de 80 a desigualdade se aprofunda no Brasil. Também se manifesta nos

países centrais que abandonam a era do ‘’consenso social’’. Se de um lado, o crescimento

urbano foi intense, e o Estado teve dificuldades de responder às demandas habitacionais, de

outro, a tolerância para com a ocupação anárquica do solo é coerente com a lógica do

mercado fundiário capitalista, restrito, especulativo, discriminatório e com investimento

público concentrado (MARICATO, 1995).

As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS ou as Áreas Especiais de Interesse

Social – AEIS, surgiram na década de 1980, sendo um dos primeiros instrumentos

urbanísticos utilizados pelos municípios para garantir a permanência da população de baixa

renda nas favelas e loteamentos, de modo a evitar sua expulsão. A demarcação de zonas

especiais no Plano Diretor permite que o município possa urbanizar favelas ou loteamentos

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irregulares ou ainda demarcar terrenos vazios para produzir habitação de interesse social. Ou

seja, garante que a população de baixa renda não seja removida e que tenha possibilidade de

morar em áreas dotadas de infraestrutura.

As primeiras zonas especiais foram criadas na cidade de Recife em 1983, e refletiram

um marco de mudança na forma como a política urbana tratava os núcleos irregulares. Antes,

os projetos de urbanização, de melhorias de áreas irregulares ou favelas, somente incluíam

água, esgoto e luz. Nas últimas décadas, eles passaram a dotar de infraestrutura urbana e

equipamentos públicos, não mais removendo as famílias moradoras, e sim integrando-as à

cidade. As ZEIS trouxeram muitos avanços desde sua criação. Inicialmente eram utilizadas

para urbanizar favelas na periferia. Mais recentemente, a partir da campanha de elaboração

dos Planos Diretores, iniciada pelo Ministério das Cidades, os municípios ampliaram a

demarcação para áreas vazias, em sua maioria na periferia. E, ainda mais recentemente, os

planos de várias cidades do Brasil demarcaram ZEIS em terrenos e imóveis vazios ou

subutilizados em áreas centrais das cidades.

Incluir as ZEIS no Plano Diretor é um passo importante, mas, para que a sua aplicação

seja efetiva, é necessário que haja mobilização e pressão social, já que existe o interesse do

setor imobiliário de que as ZEIS não se consolidem. Além disso, é necessário que o poder

público destine recursos para financiar a produção habitacional nas áreas centrais.

Na década de 1990 os programas habitacionais continuaram voltados para a classe

média brasileira. Em 1995 no governo Fernando Henrique Cardoso, extinguiu o Ministério da

Habitação e Bem Estar Social (MBES) e a Secretaria de Politica Urbana (SEPURB). Em

1996 esta secretaria torna-se a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (SEDU).

Neste período houve o programa pró-moradia, que teve por objetivo a urbanização de áreas

precárias. O programa foi paralisado em 1998, quando da proibição de financiamento pelo

setor público. Em 1999 criou-se o programa de Arrecadamento Residencial – PAR, tratando-

se de um programa inovador, que mesclava recursos do FGTS e de origem fiscal, com intuito

de produção de novas unidade para serem arrendadas.

Em 2003 com o novo governo em exercício, implantou o Ministério das Cidades. Em

2004, cria-se uma nova Política Nacional de Habitação (PNH), que traça uma perspectiva de

desenvolvimento urbano integrado, sendo esta o principal instrumento de orientação de

estratégias e ações implementados pelo governo Federal. No de 2005, é instituído, através da

Lei Federal nº 11.124/2005, o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS).

Este programa volta-se, exclusivamente, para a faixa de interesse social, tendo como modelo

de gestão, a descentralização, tornando democrático e participativo, buscando integração entre

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as camadas de governo Federal, Estadual e Municipal.

Em 2009, é lançado o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). O programa teve

por objetivo ser um estímulo para sanar a crise econômica enfrentada em 2008. A

implantação deste programa, a além do financiamento de moradias, e infraestrutura, ofereceu

mais oportunidades de empregos. O programa Minha Casa Minha Vida foi criado no ano de

2009, com objetivo de diminuir o déficit habitacional brasileiro e aquecer a construção civil

dando incentivos financeiros e subsidiando novos empreendimentos habitacionais. O valor do

subsídio foi relacionado à cidade de implantação do projeto e da renda familiar do indivíduo a

ser favorecido, que pagaria cerca de 10% de seu salário por 20 anos e teria o valor restante

subsidiado pelo governo. Os empreendimentos foram classificados em 3 faixas salariais: até

três salários mínimos, de três a seis e de seis a dez salários mínimos.

O Brasil é considerado um país urbano, por conta de um processo migratório, campo –

cidade. Muito por conta desse êxodo cria-se um dos maiores e mais vistosos problemas das

grandes e médias cidades brasileiras, tal como a falta de moradia e infraestrutura de serviços

básicos (SILVA, 2014).

Atualmente a maior parte da população brasileira encontra-se em áreas urbanizadas,

tendo o auge de sua migração do campo para cidade, entre 1940 e 2010 (CUNHA, 2003).

Tendo em vista este cenário, também podemos analisar que com esta concentração da

população em centros urbanos, foi alimentou cidades desiguais, sem qualidade de vida e com

baixo estoque de moradias que atende a população mais carente. O processo leva à

periferização das cidades, à desigualdades socioterritoriais, à especulação imobiliária e

apropriação privada da terra.

2.3 A formação das favelas no Brasil

O termo favela é exclusivamente e originalmente brasileiro, pois essa denominação

vem de uma planta leguminosa, chamada favela, típica do nordeste brasileiro. De acordo com

Preteceille e Valladares (2000) em Canudos, no sertão baiano, havia uma encosta de um

morro chamada de Morro da Favela, em que soldados que combateram na Guerra de

Canudos, ao retornarem para o Rio de Janeiro, até então Capital Federal, foram autorizados a

construir barracos, que passou a ser chamado de Morro da Favela, hoje, Morro da Providência

(Fig. 4).

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Fig. 4: Morro da Favela (atual Morro da Providência), Rio de Janeiro/RJ.

Fonte: Museu de Imagens. Disponível em: <https://www.museudeimagens.com.br/> Acesso em 07 de

janeiro de 2018

Apesar de o termo favela ter surgido no Brasil, sua conceituação é complexa, pois há

uma série de conceitos que se confrontam, apresentando uma complexidade conceitual

proporcional à complexidade socioeconômica desse tipo de habitação. As características de

uma favela podem variar de uma região para outra ou dentro de um mesmo espaço urbano,

sendo o termo empregado de acordo com o senso comum como uma área pobre no espaço

intraurbano (LEITE, 2010).

A dificuldade de conceituar favela, está relacionada ao enfoque que cada grupo de

pesquisa tem sobre a mesma, sendo assim, alguns órgãos estão preocupados em estabelecer

uma quantidade de domicílios para classificar a favela, outros entendem que o critério

quantidade não é relevante, sendo que, a infraestrutura é ponto de divergência entre os

conceitos.

Para Leite (2010), apesar do termo favela ser brasileiro, esse tipo de habitação é

comum em outros países pobres, porém recebem outras denominações. Na Colômbia e na

Venezuela, por exemplo, são chamadas de “bairros” ou “subúrbios”, na Argentina são

conhecidos como “villa miséria”, em Moçambique “caniços” e, no Peru, “barriadas”. Não há

uma diferença apenas na terminologia, mas em alguns países, o processo de localização das

favelas segue uma tendência diferente da brasileira.

No Brasil as favelas surgem em pontos diferentes das cidades, ou seja, a formação

destas áreas é espacialmente descentralizada, pois o crescimento das cidades e a economia

espacial tornam o processo de valorização do solo urbano mutável, podendo uma área de

pequena valorização se tornar valorizada. Contudo, próximo a essa área, pode haver uma

favela que existia anterior a valorização do solo urbano, criando uma dinâmica econômica

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espacial, tendendo a fazer com que exista limite entre o legal novo e valorizado e o ilegal

antigo e desvalorizado (LEITE, 2010).

Em 1953, o IBGE se preocupou em recensear as favelas e os critérios definidos foram

influenciados pela visão popular, pois considera favela como sendo os aglomerados humanos

que possuem, total ou parcial, as seguintes características: a) agrupamentos prediais ou

residenciais formados com unidades de números geralmente superior a 50; b) predominância

de casebres ou barracões de aspecto rústico, construídos principalmente de folhas-de-flandres,

chapas zincadas ou materiais semelhantes; c) construções sem licenciamento e sem

fiscalização, em terrenos de terceiros ou de propriedades desconhecida; d) ausência, no todo

ou parte, de rede sanitária, luz, telefone e água encanada; e e) urbanização: área não

urbanizada, com falta de arruamento (PRETECEILLE, VALLADARES, 2000).

O processo acelerado de urbanização no Brasil, principalmente na década de 1960,

favorece a formação de um padrão sócio espacial em áreas de grande concentração urbana. A

relação entre a mobilidade da população e o fenômeno da metropolização é ampliado,

formando-se áreas urbanas e metropolitanas a partir de um núcleo principal consolidado com

expansão para áreas de circunvizinhanças (BEDUSCHI, GARCIAS, 2008).

Davis (2005) afirma que, desde os anos 70, o forte crescimento dos aglomerados

subnormais em todo o hemisfério sul, superou a chamada urbanização propriamente dita, e

desta forma, o número de pessoas nos países pobres que se deslocam para estas áreas, é maior

que o número de pessoas que vão para as cidades.

Para Deschamps (2000), começa a se formar no país, a partir dos anos 80, um novo

padrão migratório, consequência de uma migração de mais curta distância, com grandes

concentrações nas áreas metropolitanas, contribuindo para intensificar as desigualdades e a

pobreza nestas regiões.

As regiões metropolitanas passam a formar áreas concentradoras da força de trabalho e

de rendimento em âmbito nacional, assumindo funções mais qualificadas, atraindo os pólos

regionais e agregando municípios vizinhos em um mesmo complexo de relações. Porém, as

deficiências socioeconômicas promovem a expulsão da população do mercado imobiliário

formal, intensificando a ocupação de áreas com ausência de infraestrutura em um processo de

periferização. Esse crescimento desordenado, vinculado às tipologias de apropriação do

território, resulta na formação de um ambiente urbano de baixa qualidade, ambientalmente

desfavorável e suscetível a riscos (BEDUSCHI, GARCIAS, 2008).

Dentro deste contexto, a questão da moradia torna-se uma importante questão. A

necessidade de moradia é inerente a qualquer ser humano, e desta maneira, formas

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alternativas de habitação vão ocorrer nas localidades mais pobres, surgindo a ocupação ilegal

da terra urbana, culminando na formação de loteamentos clandestinos e favelas (LEITE,

2010).

Pode-se perceber que tanto no Brasil como no exterior, costuma-se associar o processo

de favelização apenas às metrópoles e cidades grandes. Porém, estudos do IBGE (1991 e

2001) têm mostrado que o número de favelas em cidades médias, vem aumentando.

Somente no censo demográfico de 2001, o IBGE substitui o termo favela pelo termo

aglomerado subnormal, definido como sendo um conjunto constituído por 51 ou mais

unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma

das características abaixo:

- irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes e/ou

- carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de

água, energia elétrica e iluminação pública).

Leite (2010) afirma que há uma tendência de formação de aglomerados subnormais

em cidades médias, e esse processo tem ocorrido de maneira rápida, o que cria dificuldades

para o planejamento e ação do poder público. Porém, nas cidades médias a materialização das

ocupações irregulares é de certa forma recente, o que possibilita uma intervenção efetiva por

parte dos gestores urbanos.

2.4 Densidade Urbana

Jacobs (2011) em seu livro “Morte e Vida nas Grandes Cidades”, há mais de três

décadas, discutiu sobre a densidade ideal para as cidades. Ainda hoje, os urbanistas

defrontam-se com um dilema fundamental sobre o tamanho, a forma e o padrão de

crescimento que as cidades devem adotar no século 21.

A percepção dos indivíduos sobre a densidade depende das suas próprias origens

sociais, econômicas e culturais, assim como a configuração, forma e uso do espaço urbano.

Na Índia, por exemplo, um planejador poderá supor que um lote com 100m² para famílias de

baixa renda, é extremamente grande, e, portanto, inacessível financeiramente. Já na África do

Sul, esta mesma dimensão de lote poderá parecer muito pequeno e inaceitável por parte da

população, mesmo esta, sendo de baixa renda. Há uma grande variedade de formas e padrões

de urbanização no mundo. Em cidades da Ásia e Oriente Médio, as densidades são bastante

altas ao contrário da maioria das cidades norte-americanas, que possuem densidades muito

baixas.

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A densidade é um dos mais importantes indicadores de desenho urbano utilizados no

processo de planejamento e gestão de assentamentos urbanos. Representa o número total da

população de uma determinada área urbana, expressa em habitantes por unidade de área (ex.

hectare). Serve como instrumento de apoio à formulação de políticas públicas e de avaliação

sobre a eficiência dos projetos de parcelamento do solo. Densidade torna-se um referencial

importante para avaliação técnica e financeira sobre a distribuição de terra, infraestrutura

urbana e serviços públicos em uma área (ACIOLY, DAVIDSON, 1998).

Contudo, assentamentos urbanos altamente densos podem sobrecarregar as redes de

infraestrutura e serviços urbanos, além do tráfego, causando problemas e impossibilitando o

desenvolvimento humano adequado. Em geral, em assentamentos informais as densidades são

muito altas, não há uma ordem morfológica (ruas estreitas, poucos ou nenhum espaço livre

para convívio social), como visto na Fig. 5, e em alguns casos, faz-se necessário o

reassentamento de famílias (processo de alta complexidade).

Fig. 5: Assentamento informal no Rio de Janeiro/RJ com alta densidade urbana.

Fonte: Google, 2017

De acordo com Acioly e Davidson (1998), baixas densidades propiciam uso de

tecnologias mais simples para abastecimento de água e tratamento de esgotos, portanto, com

custo mais baixo para os municípios. Altas densidades, se ineficientes nestes aspectos e

podem colocar as cidades em risco, propiciar condições de saúde precárias, tal como a falta de

ventilação e de insolação adequada nas edificações, presença de umidade e resíduos sólidos,

presença de insetos e roedores, somados à má qualidade das habitações e à falta de

conhecimento sobre higiene. Estes, são fatores que aumentam o risco de doenças em

comunidades.

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Densidades altas, sem planejamento adequado, podem colaborar com maiores riscos

de grandes incêndios, com possíveis perdas humanas e de propriedades. É também, necessário

que os espaços tenham acessibilidade para serviços de emergência.

Intervenções urbanas e projetos habitacionais que buscam o desenvolvimento

sustentável, devem dar atenção especial a questão da densidade habitacional. A conferência

Habitat II da ONU, em Istambul em 1996, promove uma série de princípios norteadores de

uma nova política global para as cidades, buscando por estratégias de gestão capazes de

mobilizar os recursos existentes no setor público, privado e comunitário (relação entre

produtividade urbana e performance macroeconômica) e eficiência urbana: infraestrutura

adequada, planejamento espacial e desenho urbano que maximizem os investimentos e

aproveitamento dos recursos básicos.

A densidade urbana deve resultar de um processo de desenho urbano no qual o

planejador, de forma dinâmica com padrões de infraestrutura, tamanho de lotes e de

habitações, tipologia habitacional, morfologia urbana, aceitação cultural e adequabilidade

ambiental.

2.5 Desenvolvimento Sustentável e o Direito à Cidade

As cidades cobrem menos de 1% da superfície da Terra, porém, cerca de 50% da

população vive em cidades, consumindo aproximadamente 75% da energia do mundo e sendo

responsáveis por 80% das emissões de gases do efeito estufa. O aumento populacional nas

cidades irá agravar ainda mais os problemas de infraestrutura e segurança existentes. Face ao

crescimento desordenado das cidades nas últimas décadas, fez-se necessário o

estabelecimento de diretrizes para promover o desenvolvimento sustentável, visando o

equilíbrio do patrimônio ambiental, social, econômico e cultural, capazes de assegurar um

futuro equilibrado a todos os seus habitantes, desta e de futuras gerações (OLIVEIRA, 2013).

Segundo a Revista Veja (16/04/2008):

“(...) no ano de 2008, pela primeira vez na história, o número de pessoas que vivem

em áreas urbanas ultrapassará o de habitantes da zona rural.” “196.347 pessoas se

mudam para as cidades diariamente”; “nas próximas décadas todo o crescimento

populacional do planeta ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete em cada dez

pessoas em 2050” e “se as condições de habitação não mudarem até 2050, o número

de favelados dobrará de 1 para 2 bilhões”.

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Na Constituição Federal de 1988, Art. 182 e Art. 183, foi determinado que seria

obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes, a elaboração do Plano Diretor,

sendo este o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. Pela

primeira vez a cidade foi tratada na Constituição Federal, que nasceu com o intuito de

assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, o bem-estar, o desenvolvimento, a

igualdade e a justiça, incorporando também a participação popular nas decisões de interesse

público.

A Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade – vem regulamentar os

artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que contemplam o capítulo relativo à

Política Urbana. O Estatuto da Cidade, ao regulamentar as exigências constitucionais, reúne

normas relativas a ação do poder público na regulamentação do uso da propriedade urbana em

prol do interesse público, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio

ambiental.

De acordo com o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor é um instrumento de gestão

ambiental a partir do qual deve ser formulada a política urbana municipal, fazendo-se cumprir

através das ações propostas. A participação popular está prevista e, através dela, as

associações representativas dos vários segmentos da sociedade se envolvem em todas as

etapas de construção do Plano Diretor – elaboração, implementação e avaliação – e na

formulação, execução e acompanhamento dos demais planos, programas e projetos de

desenvolvimento urbano municipal. Estabelece ainda, outras diretrizes gerais para que a

política urbana alcance o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da

propriedade. A primeira delas é a garantia do direito a cidades sustentáveis, ou seja, o direito

de todos os habitantes de nossas cidades à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental,

à infraestrutura urbana, ao transporte e serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, não só para as

gerações atuais, como também para as futuras. Refere-se também, à integração e

complementariedade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento

econômico do Município e sua área de influência. A regularização fundiária e urbanização de

áreas ocupadas por população pobre também estão previstas. Ainda, em atendimento às

necessidades de grandes contingentes populacionais pobres, o Estatuto das Cidades indica que

devem ser desenvolvidos esforços para a simplificação da legislação de parcelamento, de uso

e ocupação do solo, de modo a facilitar o enquadramento das construções, realizadas pela

própria população, às normas estabelecidas para as edificações, com o objetivo de possibilitar

a redução de custos nos processos construtivos adotados e o aumento da oferta dos lotes e

unidades habitacionais.

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Outras diretrizes gerais são estabelecidas pela Lei nº 10.257 para que a política urbana

alcance o pleno desenvolvimento das funções da cidade e da propriedade. O Plano Diretor

ainda traz um princípio de função social de propriedade urbana, onde o direito a propriedade

sob uma fração de solo, estará associado a sua função social, tendo por finalidade a

distribuição de recursos e riquezas socialmente mais justa e assume a função de, como

instrumento, interferir no processo de desenvolvimento local, a partir da compreensão

integradora dos fatores políticos, econômicos, financeiros, culturais, ambientais,

institucionais, sociais e territoriais que condicionam a situação encontrada no Município.

Como parte de todo o processo de planejamento municipal, o Plano Diretor deverá

estar integrado ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual. Ao

estabelecer diretrizes de mais largo prazo, devem ser garantidas a necessária coerência e a

continuidade nas ações, em especial daquelas que se referem a base econômica do Município,

as voltadas para a localização de atividades no território municipal, as relativas à expansão da

área urbana e à proteção do ambiente natural, dentre outras importantes metas que não podem

estar submetidas a mudanças conjunturais e se limitarem a um único período de quatro anos

de governo.

Encontra-se estabelecido no Estatuto das Cidades que nas grandes e médias cidades,

ou seja, naquelas com mais de quinhentos mil habitantes, é obrigatória, ainda, a elaboração de

plano de transporte urbano integrado, compatível com o Plano Diretor, ou dele fazendo parte,

apresentando também a obrigatoriedade de determinados conteúdos mínimos nos planos

diretores que serão elaborados. O primeiro deles é a delimitação das áreas urbanas onde se

poderá aplicar o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, e, em sequência, o

imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo e a desapropriação.

Também será necessário o atendimento do que se encontra previsto, na própria lei,

com relação ao direito de preempção (de preferência), direito de construir, operações

consorciadas e transferência do direito de construir. O Plano Diretor deve definir os usos

adequados da propriedade urbana, os padrões mínimos e máximos de utilização que

caracterizam este uso, definir os locais e as finalidades para os quais é autorizada a

transferência ou a cessão onerosa do direito de construir, identificar a parcela da área urbana

onde os imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados poderão ser objeto de

parcelamento e edificação compulsórios.

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2.6 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS)

Os objetivos socioeconômicos estabelecidos pelas Nações Unidas (ODM) têm como

meta, a luta contra a pobreza extrema, a fome, as desigualdades, a mortalidade infantil, várias

doenças (AIDS, tuberculose, malária), a dificuldade de acesso à educação básica, à destruição

ambiental e às dificuldades dos países pobres em obter meios de acesso ao mercado e novas

tecnologias de informação e comunicação.

São objetivos audaciosos, com propósitos definidos e delimitados nas diversas esferas

da vida da sociedade. Muitos dos objetivos são tratados pela ONU através de seus vários

órgãos, como UNICEF, UNESCO, FAO e CEPAL desde a década de 1950. Como

particularidades da atual proposta das Nações Unidas, percebe-se a tendência à uma

perspectiva de um processo que indica o enfraquecimento do poder do Estado Nacional. É

notável que se considera necessário pensar em medidas para combater a desigualdade extrema

e as várias formas de exclusão pautadas em ações do poder público e privado, aliados à ações

provindas da própria sociedade civil, uma vez as Nações Unidas estão entendendo como

irreversível, a dificuldade do poder público de ser o agente, por excelência, da implementação

desses objetivos socioeconômicos (REZENDE, 2007)

Os enormes desafios para o desenvolvimento sustentável, com bilhões de cidadãos

continuando a viver na pobreza, as crescentes desigualdades sociais e enormes disparidades

de oportunidades, riqueza e poder, além das desigualdades de gênero, continuam a ser um

desafio fundamental. O desemprego, particularmente entre os jovens, é uma grande

preocupação. Ameaças globais de saúde, desastres naturais mais frequentes e intensos,

conflitos em ascensão, o extremismo violento, o terrorismo e as crises humanitárias

relacionadas e o deslocamento forçado de pessoas ameaçam reverter grande parte do

progresso do desenvolvimento feito nas últimas décadas (ONU, 2015). Segundo a ONU:

“O esgotamento dos recursos naturais e os impactos negativos da degradação

ambiental, incluindo a desertificação, secas, a degradação dos solos, a escassez de

água doce e a perda de biodiversidade acrescentam e exacerbam a lista de desafios

que a humanidade enfrenta. A mudança climática é um dos maiores desafios do nosso

tempo e seus efeitos negativos minam a capacidade de todos os países de alcançar o

desenvolvimento sustentável. Os aumentos na temperatura global, o aumento do nível

do mar, a acidificação dos oceanos e outros impactos das mudanças climáticas estão

afetando seriamente as zonas costeiras e os países costeiros de baixa altitude,

incluindo muitos países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em

desenvolvimento. A sobrevivência de muitas sociedades, bem como dos sistemas

biológicos do planeta, está em risco” (ONU, 2015).

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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é um plano de ação que

contempla 17 Objetivos e 169 metas que demonstram a escala e a ambição desta agenda

universal. Eles buscam concretizar os direitos humanos, são integrados e indivisíveis, e

equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a

ambiental. Os Objetivos e metas estimularão a ação para os próximos 15 anos, em áreas de

importância crucial para a humanidade e para o planeta:

Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da

nutrição e promover a agricultura sustentável;

Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em

todas as idades;

Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e

promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;

Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e

meninas;

Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e

saneamento para todos;

Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço

acessível à energia para todos;

Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e

sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;

Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização

inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;

Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;

Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros,

resilientes e sustentáveis;

Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;

Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus

impactos;

Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos

marinhos para o desenvolvimento sustentável;

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Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas

terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e

reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;

Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento

sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições

eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;

Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global

para o desenvolvimento sustentável;

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que tem por Objetivo 1,

metas de atuação para o aumento da dignidade e qualidade de vida para quem vive na

pobreza, insere-se no contexto desta pesquisa, reforçando sua relevância, uma vez que a

avaliação do grau de vulnerabilidade de aglomerados subnormais, tem por finalidade, auxiliar

no encontro de diretrizes de atuação claras e objetivas para o planejamento urbano de áreas

ocupadas por comunidades mais pobres.

2.7 Vulnerabilidade

Na maioria das vezes, a ideia de vulnerabilidade, pode ser compreendida como uma

situação em que estão presentes três fatores: a exposição ao risco; a capacidade de reação; e o

grau de adaptação diante da materialização do risco. A capacidade de reação e o grau de

adaptação mediante a ocorrência de um incidente, compõem a capacidade de resposta a estes

eventos danosos e promovem a absorção do impacto do risco e/ou perigo. Podem ser

entendidos, em termos de capacidade de resposta, como os principais elementos componentes

da vulnerabilidade (ESTEVES, 2011).

Para Esteves (2011), o elemento “exposição ao risco” pode variar conforme o

problema a ser analisado. Exemplificando, está mais vulnerável a sofrer um alagamento, a

unidade habitacional que estiver localizada próxima à margem de um rio, do que aquela que

se encontra em um morro. Contudo, a unidade habitacional que se encontra em um morro

pode estar mais vulnerável aos efeitos de um deslizamento.

Ainda, para Esteves (2011), os componentes relacionados à capacidade de reação e à

dificuldade de adaptação diante de um acontecimento de um evento de risco, ou seja, a

capacidade de resposta, está relacionada a uma série de implicações sociais, econômicas,

tecnológicas, culturais, ambientais e políticas que estão vinculadas diretamente à condição de

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pobreza. Geralmente, os grupos mais pobres da sociedade, possuem um enfraquecimento na

sua capacidade de resposta, pois além da sua própria falta de defesa econômica e social, são

mais vulneráveis pois ocupam áreas mais vulneráveis à ocorrência de incidentes e carecem de

fontes externas de apoio, principalmente em relação à atuação do Estado.

Um dos usos mais frequentes da noção de vulnerabilidade, faz referência a grupos

específicos da população. É utilizado para identificar grupos que se encontram em situação de

“risco social”, ou seja, compostos por indivíduos que, devido a fatores próprios de seu meio

ambiente doméstico ou da comunidade, são mais suscetíveis a enfrentar circunstâncias

contrárias para sua inserção no meio social e desenvolvimento pessoal, ou que promovam

algum procedimento que os leva a maior exposição ao risco (DESCHAMPS, 2009).

Deschamps (2009) sugere que a noção de vulnerabilidade antecede a identificação dos

grupos, exigindo assim a especificação dos riscos e a determinação, tanto da capacidade de

resposta das unidades de referência, bem como de sua habilidade para adaptar-se. Desta

forma, a fragilidade das instituições e a ausência de igualdade socioeconômica, podem ser

consideradas riscos, pois travam o desenvolvimento econômico e impedem a coesão social.

Na esfera científica, a noção de vulnerabilidade vem sendo ajustada e utilizada em

campos multidisciplinares, tornando-se um enfoque útil no exame de diferentes aspectos da

realidade. Na economia vincula-se ao desempenho macroeconômico diante de interferências

externas e à integração econômica e, no âmbito das famílias ou domicílios, no que se refere à

diminuição de ingressos em períodos conturbados de economia (DESCHAMPS, 2004).

A definição do termo na geografia, está diretamente vinculado à probabilidade de ser

afetado de forma negativa por um fenômeno da natureza, geográfico ou climático. As áreas,

regiões e populações vulneráveis, são aquelas que podem ser atingidas por algum evento

geográfico, como por exemplo, enchentes, enxurradas e desmoronamentos.

A incorporação da temática da vulnerabilidade, corrobora para se visualizar as

dificuldades adicionais que certas áreas e populações têm em relação aos problemas

ambientais, e também colabora para o esclarecimento de que certos problemas de ordem

socioambiental têm sua origem no atual modelo de desenvolvimento econômico, dos

processos de desregulamentação, que fortalecem as relações entre grupos vulneráveis e áreas

de risco ambiental (CARTIER et al, 2009).

Nos últimos anos, a noção de vulnerabilidade ganha força, e vem sendo utilizada no

campo das ciências sociais, aonde seu conceito vem sendo discutido em abordagens distintas,

sendo esta noção estreitamente vinculada à pobreza e como componente de crescente

importância dentro do complexo de desvantagens sociais e demográficas (DESCHAMPS, 2009).

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2.7.1 Vulnerabilidade Socioambiental

O processo de concentração populacional em poucos espaços do território nacional,

que hoje conformam as Regiões Metropolitanas, implicando na chegada de grandes fluxos de

pessoas para esses espaços, e ainda a intensa mobilidade intraurbana faz com que esses

deslocamentos atinjam, cada vez mais, áreas sujeitas a riscos ambientais. Salienta-se o fato de

que a exposição aos riscos ambientais acomete desigualmente os diversos grupos sociais.

Face ao aumento contínuo do risco em áreas urbanas e à deterioração progressiva dos

ecossistemas, torna-se imprescindível o traçado de ações integradas, envolvendo governos e

parceiros locais, para definir políticas que transformem o conhecimento já consolidado em

ações pontuais de projetos, em ações concretas de larga escala, que se traduzam em benefícios

para toda a sociedade (FREITAS; CUNHA, 2012). Segundo os autores, a combinação de

fatores relacionados à precariedade das condições de vida e proteção social, tais como a

renda, acesso à saúde, educação e saneamento, somados às mudanças ambientais resultantes

da degradação ambiental tornam determinados grupos de indivíduos e áreas mais vulneráveis,

ou seja, a vulnerabilidade socioambiental é resultante de estruturas socioeconômicas que

produzem, ao mesmo tempo, condições de vida precárias e ambientes deteriorados.

A diferenciação socioespacial decorrente da crescente especialização de tarefas,

devido ao aumento da divisão social do trabalho, expansão da análise da organização social

dos territórios das metrópoles e a identificação das tendências de transformação de longo do

final do século XX, com base na classificação socioocupacional construída como variável

para descrever a estrutura social, gera a separação espacial de grupos sociais, os quais tendem

a buscar localizações específicas na cidade, criando assim a divisão social do território

(MENDONÇA, 2002).

A abordagem socioambiental torna-se, portanto, imprescindível, quando se trata de

processos ambientais urbanos, tendo em vista sua complexidade, como enfatiza Mendonça

(2002) ao observar a enorme dificuldade em apreender o termo meio ambiente em toda sua

amplitude, visto estar fortemente marcado por princípios naturalistas. Evidencia-se como

desafio a inserção da perspectiva humana nessa abordagem. O autor trata o termo

socioambiental como uma evolução conceitual e enfatiza que a importância atribuída à

dimensão social dos problemas ambientais:

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... possibilitou o emprego da terminologia socioambiental, e este termo não explicita

somente a perspectiva de enfatizar o envolvimento da sociedade como elemento

processual, mas é também decorrente da busca de cientistas naturais a preceitos

filosóficos e da ciência social para compreender a realidade numa abordagem

inovadora (MENDONÇA, 2002, p.126).

Ainda que se tenha bastante clara as múltiplas dimensões da vulnerabilidade, há

importantes diferenças entre os estudos da vulnerabilidade social e da vulnerabilidade

ambiental. Segundo Alves (2006), a literatura sociológica sobre o tema retrata a

vulnerabilidade social no tocante aos indivíduos, famílias e grupos sociais. Já a

vulnerabilidade ambiental, sobretudo para a geografia, é discutida em termos territoriais

(regiões, ecossistemas). Para o autor, essa disparidade no tocante à escala e ao tipo de objeto

de análise precisa ser incorporada à construção do conceito de vulnerabilidade

socioambiental, numa tentativa de integrar as duas dimensões.

Para Alves (2006) tal necessidade apresenta-se bastante clara por conta da

especificidade do assunto, e utiliza um conceito de vulnerabilidade socioambiental, que

constitui em uma categoria analítica que pode expressar os fenômenos de interação e

cumulatividade entre situações de risco e degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental) e

situações de pobreza e privação social (vulnerabilidade social), apesar das limitações

empíricas para operacionalização destas categorias analíticas, ou seja, o conceito de

vulnerabilidade socioambiental é aqui entendido como a interação entre fatores sociais e

ambientais que determinam diferentes capacidades de resposta frente a eventos extremos que

acabam por gerar situações de risco. Em outras palavras, o risco é maior ou menor de acordo

com o grau de vulnerabilidade socioambiental de indivíduos e grupos sociais, à forma como

podem enfrentar situações de crise.

Em geral, percebe-se que as camadas mais pobres da população vivem em áreas de

maior fragilidade ambiental, seja do ponto de vista geomorfológico e ecológico (encostas

íngremes e fundos de vale), seja por conta de fatores sociais (áreas industriais poluidoras,

locais cujo solo apresenta alto nível de contaminação, etc.). Enfim, residem em áreas

desprezadas pela população com melhores condições de vida, estas menos vulneráveis porque

podem escolher morar em locais que apresentam menos riscos.

Diante disto, não é difícil perceber que em áreas de maior pobreza intensifica-se o

processo de produção de contextos vulneráveis, definidos como:

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[...] aqueles nos quais os riscos dos sistemas socio-técnico-ambientais são

agravados em decorrência de vulnerabilidades sociais que permitem a

(re)produção social das populações, setores produtivos e territórios vulneráveis

aos riscos, ao mesmo tempo em que os processos decisórios e as instituições

responsáveis pela sua regulação e controle não atuam de forma efetiva, pelo

menos para certos grupos e territórios (PORTO, 2007, p.35).

Para o conceito de vulnerabilidade socioambiental, partiu-se da definição de Chambers

(1989), considerando-se que a vulnerabilidade possui dois lados (ou duas dimensões):

exposição ao risco e suscetibilidade ao risco.

Outra definição utilizada para vulnerabilidade socioambiental, a descreve como a

coexistência, cumulatividade ou sobreposição espacial de situações de pobreza e privação

social, e de situações de exposição a risco ambiental (VÉRAS, 2010).

A vulnerabilidade socioambiental também pode ser definida, como a existência em

paralelo ou sobreposição espacial entre grupos de populações pobres, que sofrem

discriminação e privações, e que também, em geral, vivem ou circulam em áreas de risco ou

de degradação ambiental. Também, estão em vulnerabilidade socioambiental ou mais

suscetíveis a ocorrência de desastres, os indivíduos expostos de maneira diferenciada frente a

riscos, definindo a maior ou menor susceptibilidade de certos grupos populacionais preverem,

enfrentarem ou sofrerem as consequências decorrentes de algum tipo particular de perigo

(CARTIER et all, 2009).

2.7.2 Vulnerabilidade de Infraestrutura

Para a análise das condições de vulnerabilidade de infraestrutura dos aglomerados

subnormais da cidade de Itajaí, identificou-se indicadores, que podem ser lidos pelas

condições de urbanidade presentes nos assentamentos. Conforme o Estatuto da Cidade, “a

cidade é de todos e para todos. Todos os seus habitantes têm o direito de ter acesso igualitário

aos benefícios que ela oferece”:

“as funções sociais da propriedade e da cidade devem ser voltadas a assegurar a

distribuição e o desfrute equitativo, universal, justo, democrático e sustentável dos

recursos, riquezas, serviços, bens e oportunidades que brindam as cidades para todos

os seus habitantes” (Declaração dos fóruns Urbano Mundial e do Social Urbano, RJ,

2010).

Sabendo-se que uma política de desenvolvimento urbano tem a finalidade de garantir

condição salubres de urbanização adequadas para cada um dos domicílios brasileiros,

considera-se em vulnerabilidade de infraestrutura, de acordo com os dados disponíveis, o

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domicílio, em suas áreas urbanas ou rurais, que não apresente acesso aos serviços básicos,

onde existe infraestrutura, incluindo abastecimento de água, afastamento do esgoto e lixo e

presença de banheiro, existência de luz elétrica e localização e densidade do domicílio, entre

outros aspectos.

Mais do que o número de habitantes ou a posição na rede urbana brasileira, a variável

que mais parece incidir sobre a condição de desenvolvimento urbano dos municípios, é a

localização no território nacional. Dados de 1991 e de 2000, indicam que os melhores

percentuais de presença de infraestrutura urbana estão concentrados em São Paulo, Rio de

Janeiro, sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e sul de Goiás. Em seguida, na região Sul e

em alguns pontos da área litorânea do nordeste do país. Nesta região a média de adequação

dos municípios é quase duas vezes maior do que a média brasileira. Se retirarmos os

municípios deste grupo, a média de domicílios adequados em 2000 passa de 33% para 19%

(ROLNIK; KLINK, 2011).

Segundo Rolnik e Klink (2011), a leitura dos dados de 1991, descreve um país cujas

cidades apresentavam baixas condições de urbanidade, onde menos de 23% de domicílios são

totalmente atendidos por infraestrutura básica. Os dados de 2000, embora indicaram

melhorias, demonstram que as condições de urbanização ainda permaneciam preocupantes.

Apenas 33% dos domicílios do Brasil eram totalmente atendidos por infraestrutura básica,

30,5 milhões de domicílios tinham algum acesso a alguns serviços básicos, e nenhum

município apresentava 100% de seus domicílios plenamente atendidos por infraestrutura

básica. As projeções para 2008 indicam avanços em ritmo apenas ligeiramente mais intenso: a

porcentagem de domicílios totalmente atendidos por infraestrutura básica cresce 10,26% entre

91 e 2000 e 12,63% no período subsequente.

Os empreendedores cobram dos municípios a provisão de infraestrutura básica de

urbanização. O Estado, por sua vez, não está estruturado para desenvolver políticas de

produção de cidades – sua capacidade é diminuta em função das dificuldades de

financiamento local para a urbanização. Mesmo em contextos de grande dinâmica econômica,

percebe-se que são menores ainda as possibilidades de planejamento e gestão urbanas

(ROLNIK; KLINK, 2011).

2.8 Indicadores

Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG, 2010), sistemas

de indicadores constituem um conjunto de indicadores que se referem a um determinado tema

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ou finalidade programática.

De acordo com United Nations Human Settlement Programme (UNHABITAT, 2012),

a informação é um dos ativos mais valiosos do programa de gestão urbana, especialmente

através das lições da experiência que está sendo gerado através de atividades de consulta da

cidade. Sendo essencial compartilhar dessas informações e construir um forte sistema de

gestão de conhecimento para o gerenciamento urbano.

Diversas, estratégias de informação regionais estão sendo implementadas para apoiar

as necessidades de informação e conhecimento nas cidades pela UNHABITAT. Cada

estratégia centra-se nas necessidades da região enquanto e ao mesmo tempo encaixando- se

com a visão geral e estratégia global do programa. Nos Estados Árabes, por exemplo, uma

forte ênfase é colocada em parceria com a mídia, resultando em uma cobertura alargada e

sensibilização quanto as atividades do Programa de Gestão Urbana sobre os problemas da

região de geração e divulgação da informação gerada. Na África, um extenso banco de dados

destacando exemplos positivos da gestão local bem como modelos para resolver problemas

urbanos tem sido desenvolvido, disseminando informações para consultas em várias cidades.

Na Ásia, processos de disseminação e consulta de informações sobre as cidades veem sendo

feitas. Todas as regiões estão fazendo uso cada vez mais dos meios de comunicação para

difundir as atividades do programa e como complemento aos materiais de informação

continuamente em produção (UNHABITAT, 2012)

Segundo Hammond et. al. (2005) um indicador é uma medida que fornece uma pista

para uma questão de maior significância ou torna perceptível uma tendência ou fenômeno que

não é imediatamente detectável. Assim, o significado um indicador se estende além do que é

realmente medida para um fenômeno maior de interesse. Os indicadores também fornecem

informações de uma forma mais simples, mais facilmente compreensível do que as

estatísticas, por vezes complexas, ou outros tipos de dados econômicos ou científicos, porque

implicam um modelo ou um conjunto de pressupostos que relaciona o indicador a fenômenos

mais complexos.

Jannuzzi (2002) refere-se a indicadores sociais como uma medida em geral

quantitativa com um significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou

operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (pesquisa acadêmica) ou

programático (para formulação de políticas), sendo um recurso metodológico, empiricamente

referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão

se processando na mesma.

Já Heinneman (1998) conceitua indicadores ambientais como medidas de fatores

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físicos, químicos, biológicos ou socioeconômicos que melhor representam elementos-chave

de ecossistemas ou questões ambientais, contribuindo para o planejamento e gestão de

processos, acompanhamento de metas, além de descrever um fator ambiental em determinado

momento ou mostrar tendências.

Desta forma um indicador é um dado quantitativo ou qualitativo e seu

acompanhamento em tempo ou espaço permite analisar um resumo da situação e/ou a

evolução de um fenômeno mais amplo, formados geralmente a apartir da seleção de um

conjunto maior de dados, e dessa forma são condensam informações, permitindo simplificar a

análise dos fenômenos medidos. É neste sentido, uma importante ferramenta de comunicação

(IFEN, 2011, a).

Os Sistema de Indicadores, segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão (MPOG, 2010) constitui um conjunto de indicadores que se referem a um determinado

tema ou finalidade programática. São exemplos o sistema de indicadores do mercado de

trabalho (Ministério do Trabalho e Emprego) e o sistema de indicadores urbanos (Nações

Unidas).

Jannuzzi (2006) ressalta ainda que indicadores são insumos básicos e indispensáveis

em todas as fases do processo de formulação e implementação das políticas públicas.

Havendo a necessidade de uma disponibilidade de um sistema amplo de indicadores

relevantes, válidos e confiáveis potencializando assim as chances de sucesso do processo de

formulação e de implementação destas políticas públicas, permitindo o monitoramento das

ações e avaliação dos resultados mais abrangentes e tecnicamente mais bem respaldados.

Entretanto, Braga (2004) aponta que o sucesso de indicadores está condicionado a

robustez da concepção conceitual, dos critérios de escolha das variáveis representativas, assim

como critérios claros de integração dos dados e relevância dos dados utilizados. Essas

características determinarão a precisão da medida de determinado fenômeno. E quando

combinado com metas para o desempenho futuro, esses indicadores mostram aos cidadãos,

como as atuais políticas estão efetivamente ajudando na melhoria de condições locais ou

globais de determinado fator, e quão longes eles ainda encontram-se das metas a serem

alcançadas, mostrando ainda que enquanto as condições não melhorarem, os indicadores

estimulam a busca de melhores políticas (HAMMOND et. al., 2005).

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3. PROCEDIMENTOS DO MÉTODO

3.1 Área de Estudo

3.1.1 O município de Itajaí/SC

O município de Itajaí localiza-se no litoral de Santa Catarina, entre Florianópolis, (91

km ao sul) e Joinville (84 km ao norte). O município é conectado através da BR-101, que faz

a conexão norte-sul e BR-470, que faz a ligação com o oeste catarinense. A SC-486 conecta

Itajaí com Brusque.

Ocupa uma área de 288,28 km² e tem uma população de 208.958 habitantes

(estimativa IBGE 2017), sendo 100 km², área urbana, na qual reside quase toda a população

da cidade, 94 % (IBGE 2010). A densidade da cidade é de aproximadamente 2.210 habitantes

por km² na área urbana e 636 habitantes por km² no município como um todo. O produto

interno bruto é relativamente alto: em 2014 foi o maior do estado. O estudo Caracterização e

Tendências da Rede Urbana do Brasil (IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas/

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística / NESUR – Núcleo de Economia,

Urbana e Regional) e Regionalização por Macropolos (CEDEPLAR – Centro de

Desenvolvimento de Planejamento Regional / UFMG – Universidade federal de Minas

Gerais), confirmam a sua prosperidade, caracterizando o município de Itajaí por um alto

acúmulo de riqueza.

A situação economicamente próspera da cidade se deve em grande parte ao seu porto e

às atividades correlatas. Porém, o padrão de distribuição de renda mostra uma forte

desigualdade socioeconômica. Os bairros com maior concentração de renda são Centro, bairro

Fazenda, bairro Cabeçudas, bairro Ressacada e bairro Praia Brava. Os bairros que abrigam a

população de classe média são bairro Vila Operária, bairro São João e bairro Dom Bosco. Os

bairros predominantemente ocupados pela população de baixa renda são Cidade Nova, bairro

Rio Novo, bairro Canhanduba, bairro Murta e bairro Espinheiros.

3.1.2 Evolução Urbana do Município de Itajaí

Para entender o problema urbano e habitacional dos municípios brasileiros, é

fundamental conhecer o processo histórico de ocupação e a lógica de apropriação do solo nas

cidades. De acordo com os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, as terras do

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litoral de Santa Catarina eram pertencentes ao Reino de Portugal. Assim que o Brasil foi

dividido em capitanias hereditárias, em 1532, as terras catarinenses foram incluídas na

Capitania de Sant’Ana, doada a Pero Lopes de Souza.

A ocupação destas terras, a partir do século XVII, deu-se em razão do interesse de

Portugal na exploração de possíveis minas de ouro e à disputa de posse com a Espanha, que se

entendia como proprietária. Desta forma, ainda no século XVII, colonizadores paulistas

fundaram os primeiros núcleos populacionais do litoral de Santa Catarina, tais como São

Francisco do Sul (1658), Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis (1672) e Laguna

(1684).

A repartição de terras, demonstrada pela Fig. 6, ainda nos séc. XVI e XVII, a partir do

regime de sesmarias é o ponto de partida para a compreensão da estrutura fundiária vigente

nas cidades brasileiras. A ocupação das terras se deu em 1658, pelo sesmeeiro paulista João

Dias de Arzão, companheiro do fundador de São Francisco do Sul, que recebeu um lote à

margem do Rio Itajaí-Açu, em frente a foz do Rio Itajaí-Mirim, em terras do atual município

de Navegantes, sem contudo, ter intenção de fundar um povoado, mas sim em procurar

jazidas de pedras e metais e minas de ouro, sem sucesso.

Fig. 6: Mapa das Sesmarias de Dom Francisco de Souza Coutinho, origem do município de Itajaí/SC.

Fonte: FGML – Fundação Genésio Miranda Lins (2017)

Segundo D’Ávila (2001), a formação do núcleo urbano onde hoje se localiza o

município de Itajaí, visualizada através da planta de localização apresentada pela Fig. 7, data

do final do século XVIII, desencadeada por fluxos migratórios intrarregionais. Na localidade

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conhecida como “Estaleiro”, a cidade iniciou sua expansão nos arredores da capela e do

cemitério, atualmente a Igreja da Imaculada Conceição. As margens do rio Itajaí-Açu

serviram de eixo para expansão da malha urbana, a partir das ruas do Comércio e Municipal,

atuais ruas Pedro Ferreira e Lauro Muller, respectivamente. No início do século XX, a cidade

não se espraiava apenas no sentido norte/sul e já começava a rumar para o oeste através da

abertura de novas vias urbanas.

Fig. 7: Planta de localização do centro de Itajaí/SC no final do século XIX.

Fonte: FGML – Fundação Genésio Miranda Lins (2017)

A partir de 1777, a região começou a ser ocupada por agricultores de Florianópolis,

em fuga devido a invasão que ocorrera por uma esquadra espanhola. Em 05 de fevereiro de

1820, Antônio Menezes de Vasconcelos Drumond recebeu ordens da coroa portuguesa para

estabelecer uma colônia em terras da região, devido a vantajosa exploração de madeira da

região. Com a ajuda de um batalhão da sede da capitania e com a planta da futura colônia,

realizada pelo coronel português Antônio José Rodrigues, a mata começou a ser derrubada,

dando lugar para as plantações e para a construção das moradias dos colonos. Os trabalhos

foram suspensos quando a situação política do país exigiu a volta do Rei para Portugal

(D’ÁVILA, 2001).

A primeira grande atividade econômica desenvolvida em Itajaí foi a extração de

madeiras, ocasionando uma migração notadamente açoriana, fixando-se por toda a região

junto ao Rio Itajaí-Açu. A madeira era manejada em serrarias manuais que utilizavam mão-

de-obra escrava e em seguida era exportada para Santos e principalmente Rio de Janeiro. O

corte indiscriminado de madeira levou o governo português a decretar a proibição da

derrubada das melhores espécies pela população, só podendo haver exploração pela corte real

(D’ÁVILA, 2001).

A riqueza da madeira, a abundância e facilidade para pesca e a fertilidade do solo,

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motivaram uma grande corrida especulatória. Muitas pessoas com alto poder político e

econômico requeriram sucessivas sesmarias, sem produzir benfeitorias de colonização, como

exigia a legislação e prejudicando o direito à posse dos antigos moradores. Esta prática vai

resultar em diversas pendências judiciais ao longo da história da cidade até nossos dias. A

forte imigração luso-açoriana, e alguma presença de origem alemã, italiana e polonesa, assim

como a privilegiada posição geográfica e disponibilidade de um bom porto, marcam

culturalmente o povo, sua culinária, linguajar, artesanato e tradição (D’ÁVILA, 2001).

Município desde 1859, Itajaí expandiu seu perímetro urbano até o rio Itajaí- Mirim,

Morro da Cruz, bairro Navegantes e bairro Carvalho. Com a abertura dos eixos rodoviários

para Florianópolis, Brusque e Blumenau, o município assistiu ao crescimento contínuo de sua

malha urbana, alcançando atualmente os limites de municípios vizinhos como Camboriú e

Balneário Camboriú.

Fig. 8: Vista aérea de Itajaí/SC no início do século XX.

Fonte: FGML – Fundação Genésio Miranda Lins (2017)

A Fig. 8, mostra que, em meados do século XX, bairros tradicionais se consolidavam

nas margens do rio Itajaí-Mirim, como Vila Operária, São João e Cordeiros. O ramal

ferroviário que ligava o município ao Alto Vale contribuiu na ocupação do bairro Itaipava.

Mas apenas na década de 70, período em que o país começa a vivenciar sua crise urbana, é

que o município começa a assistir ao surgimento dos loteamentos populares em áreas menos

valorizadas de seu território. Nesse momento ocorre a transposição da ocupação urbana para

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além da margem do rio Itajaí-Mirim, originando o bairro São Vicente.

Fig.9: Evolução Urbana de Itajaí/SC.

Fonte: Plano Diretor de Itajaí (2006)

O processo de segregação espacial em Itajaí consolida-se na implantação dos

conjuntos habitacionais Rio Bonito, Promorar I e II, dando origem à chamada Cidade Nova. A

Fig. 9 demonstra o processo de evolução urbana da cidade de Itajaí em décadas.

Fig. 10: A ocupação urbana atual no município de Itajaí/SC.

Fonte: Google Maps (2018)

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Na década de 90, a cidade avançou na direção da rodovia Antônio Heil (Itajaí-

Brusque) com a instalação da Estação Aduaneira do Interior e do polo da Petrobras, além da

implantação do loteamento São Pedro no Km Dois (Fig. 10). Avançou também pela rodovia

Osvaldo Reis, acentuando o processo de conurbação com o município de Balneário

Camboriú.

3.1.3 O Plano Diretor de Itajaí

O primeiro Plano Diretor de Itajaí é de 1971 e foi revisado na década de 80. Em 2007

foi elaborado um novo Plano Diretor, que tinha por desafio planejar a cidade para os

próximos 10 anos. Atualmente, este Plano Diretor está sendo revisto, como previa o Estatuto

da Cidade.

Itajaí, por sua localização litorânea, seu potencial turístico e sua intensa atividade

econômica, baseada na pesca e atividade portuária tem atraído, sobretudo nas últimas décadas,

um grande número de migrantes. Fatores que tem dinamizado consideravelmente o processo

de expansão urbana, sobretudo em áreas periféricas ao centro histórico. Este crescimento

acelerado aliado a falta de políticas públicas compatíveis e a falta de conscientização da

população em relação às questões ambientais estabelecem um processo de desenvolvimento

desarmônico. A expansão do mercado imobiliário e o uso indiscriminado dos recursos

naturais não consideram de forma satisfatória os critérios de desenvolvimento sustentado.

O Plano Diretor de Itajaí deve, portanto, fornecer instrumentos eficazes para lidar com

esse contexto. Estes instrumentos precisam ser corretamente regulamentados de forma a que

trabalhem no sentido de criar um cenário futuro de cidade social e ambientalmente

equilibrada. O Plano Diretor de Itajaí (Lei Complementar nº 94 de 22 de Dezembro de 2006)

foi formatado de acordo com o estabelecido no Estatuto da Cidade e foi implantado em seis

etapas: a) identificar a realidade da cidade e seus problemas; b) escolher os temas e os

objetivos a serem trabalhados; c) escrever a proposta do Plano Diretor; d) enviar a proposta

para a Câmara Municipal, para os vereadores discutirem e aprovarem; e) estabelecer prazos e

maneiras de colocar o plano em prática; f) revisar o Plano Diretor.

A cidade sofre mudanças difíceis de prever e a lei que orienta seu destino precisa

acompanhar essas mudanças, por isso o Plano Diretor deve ser revisto pelo menos a cada 10

anos. A metodologia utilizada para a elaboração do Plano Diretor de Itajaí está sustentada por

dois momentos: a Leitura Comunitária e a Leitura Técnica.

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A Leitura Comunitária levanta os resultados e os questionamentos que surgem durante

os debates com a comunidade, em forma de conferências ou audiências públicas. É nesta

corrente que estão englobados a Agenda 21, a participação das escolas, a integração

intrainstitucional e todos e quaisquer meio com a qual sociedade possa participar deste

processo.

A Leitura Técnica trata-se da elaboração de um diagnóstico da cidade, de uma leitura

do seu funcionamento, seus potencias e suas precariedades. Essa etapa será desenvolvida

através de mapeamentos temáticos e levantamento das diversas legislações urbanas e demais

dados necessários para a compreensão global do município.

Entre as principais diretrizes do Plano Diretor de Itajaí, está a sustentabilidade social,

econômica e ambiental. A sustentabilidade é entendida como desenvolvimento local

equilibrado em todas as dimensões, embasado nos valores culturais e orientada para a

melhoria contínua da qualidade de vida atual e futura da cidade. Apoia-se, entre outros

fatores, na recuperação, proteção, conservação e na preservação do ambiente natural e do

patrimônio cultural.

A gestão democrática é entendida como decisória no processo, onde há,

obrigatoriamente participação direta dos cidadãos e civis. Desta forma, garante-se

transparência, solidariedade e justiça social. A política de gestão territorial de Itajaí, entre

outros aspectos, deverá ordenar e controlar o uso e ocupação do solo, respeitando as

condições ambientais e valorizar a diversidade espacial e cultural da cidade, com suas

diferentes paisagens formadas pelo patrimônio natural da cidade, elementos de identidade da

cidade de Itajaí.

Ainda, o Plano Diretor proíbe a utilização inadequada e a retenção especulatória de

imóveis urbanos públicos ou privados, bem como o parcelamento do solo, o adensamento

populacional e o uso das edificações de forma incompatível com a infraestrutura urbana

disponível. Tem por princípio, a promoção da sustentabilidade ecológica e a elevação da

qualidade do ambiente da cidade, conservando os recursos naturais e os ecossistemas naturais

e modificados. Incorpora a dimensão ambiental no desenvolvimento de forma a orientar o

estilo de desenvolvimento que será adotado.

3.4 Instrumentos do Método

O presente item descreve o método adotado nesta pesquisa para avaliação do grau de

vulnerabilidade socioambiental dos aglomerados subnormais do município de Itajaí/SC. As

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áreas definidas para esta avaliação foram ocupadas ilegalmente durante a evolução urbana do

município, por várias décadas. A administração pública municipal tem conhecimento sobre a

ocorrência destas ocupações irregulares e realiza, eventualmente monitoramento buscando

informações acerca das condições socioeconômicas dos indivíduos que ali se estabeleceram,

bem como, das condições de infraestrutura e possíveis riscos ambientais dos locais. Acredita-

se que definir o grau de vulnerabilidade dos aglomerados subnormais possa auxiliar na

implementação de políticas públicas habitacionais e urbanísticas, no sentido de corroborar

com a melhora das condições ambientais e de habitabilidade da cidade.

Optou-se por limitar esta pesquisa à avaliação do grau de vulnerabilidade dos

assentamentos informais, definidos pelo IBGE como aglomerados subnormais, ou seja, os

conjuntos constituídos por pelo menos 51 ou mais unidades habitacionais, caracterizados pela

ausência de título de propriedade, por irregularidade nas vias de circulação, e/ou no tamanho e

forma dos lotes, e/ou pela carência de serviços públicos essenciais.

A avaliação do grau de vulnerabilidade nesta pesquisa está baseada na mensuração de

indicadores sociais, ambientais e infraestruturais, aplicados nas áreas mapeadas do município.

Apresentam-se, na Figura 11, as etapas metodológicas desenvolvidas.

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Fig. 11: Síntese das etapas de trabalho da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelo Autor

Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade

Mapeamento dos assentamentos informais

Caracterização das áreas de assentamentos informais

Critérios de vulnerabilidade socioeconômicos, ambientais e de infraestrutura

Indicadores

Socioeconômicos

Indicadores

Ambientais

Indicadores de

Infraestrutura

Definição de escala de

valores para os

indicadores

Setorização por regiões de abrangência

Grau de Vulnerabilidade Socioambiental do Aglomerados Subnormais

Análise dos problemas, impactos e potencialidades

Recomendações para ações de políticas públicas habitacionais

Planilhas de avaliação

dos critérios de

vulnerabilidade

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3.4.1 Levantamento de dados do município de Itajaí/SC

Esta fase está baseada em pesquisa bibliográfica, realizada através de análise de

documentos publicados, sem restrição de período, contendo os seguintes temas:

caracterização e processo de evolução de Itajaí, processo de formação de favelas no Brasil,

desenvolvimento sustentável, estatuto das cidades, objetivos de desenvolvimento sustentável

da ONU (ODS), vulnerabilidade e vulnerabilidade socioambiental, aglomerados subnormais e

indicadores de qualidade socioambiental.

A pesquisa bibliográfica foi realizada no Portal de Periódicos CAPES/MEC, Scielo e

Google Acadêmico. Em relação à pesquisa documental, foram utilizados materiais de fontes

tratadas, como o Plano Local de Habitação de Interesse Social de Itajaí/SC (PHLIS), e

materiais de fontes não tratadas, como, documentos, mapas, fotografias, reportagens e

relatórios, relacionados às informações adicionais dos assentamentos avaliados.

3.4.2 Mapeamento dos assentamentos informais e setorização por região de abrangência

O mapeamento e a setorização por região de abrangência dos assentamentos informais

do município de Itajaí foi realizado pelo autor com a utilização de informações primárias

obtidas na Secretaria Municipal de Habitação, e com informações complementares de dados

secundários da Secretaria Municipal de Assistência Social, da Secretaria Municipal de

Urbanismo e da Secretaria Municipal de Saúde.

Os mapas apresentados nesta pesquisa foram desenvolvidos para o Plano Local de

Habitação de Interesse Social e foram tratados com auxílio de programas de Sistemas de

Informações Geográficas (SIG), ARQGIS e georreferenciamento.

Para melhor capacidade de avaliação e gestão de possíveis políticas públicas

habitacionais a serem recomendadas posteriormente, o município foi dividido em regiões,

considerando os bairros a que pertencem e por proximidade geográfica entre os assentamentos

informais.

3.4.3 Caracterização das áreas de assentamentos informais

As características das áreas foram, em parte, obtidas com o levantamento de dados

secundários, com informações do Plano Local de Habitação de Interesse Social de Itajaí

(PHLIS) da Secretaria Municipal de Habitação e complementadas com informações primárias

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desenvolvidas pelo autor. As informações foram categorizadas conforme critérios que

abordam aspectos sociais, ambientais e infraestruturais. Também, nesta etapa, foram definidos

quais assentamentos informais são classificados como aglomerados subnormais,

assentamentos precários, assentamentos precários rurais e loteamentos

irregulares/clandestinos.

Para a pesquisa, limitou-se à avaliação do grau de vulnerabilidade, apenas aos

aglomerados subnormais, em razão da disponibilidade de informações. O problema

habitacional se faz presente em Itajaí de forma pulverizada: em diversos pontos isolados, em

território urbano e rural. Em algumas regiões, estes problemas estão agrupados em glebas de

diferentes tamanhos e características. É necessário conhecer a situação de cada uma destas

regiões, que, em sua maioria, acumulam inadequações de natureza física, assim como

problemas de irregularidade fundiária e urbanística, e consequentemente, problemas sociais

de maior gravidade.

O Ministério das Cidades, na elaboração do Plano Nacional de Habitação (PlanHab),

utilizou um conceito bem abrangente de precariedade em habitações, englobando diferentes

tipologias: cortiços, favelas, loteamentos irregulares de moradores de baixa renda e conjuntos

habitacionais produzidos pelo setor público, além de assentamentos rurais. Esta classificação

acontece de acordo com a situação de irregularidade ou de degradação dos assentamentos de

cada uma dessas tipologias.

Para permitir a integração e sistematização dos dados a nível nacional, utilizou-se o

mesmo conceito, embora considerando as diversidades locais da cidade de Itajaí. Classificou-

se as áreas de assentamentos informais no município em quatro grupos:

a) Aglomerados subnormais: É o conjunto constituído por cinquenta e um ou mais

unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo

menos uma das características abaixo: irregularidade das vias de circulação e do

tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como coleta

de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública) (IBGE,

2001).

b) Assentamentos precários: são todas as áreas já consolidadas e que necessitam de

intervenções conjuntas do poder público não só para atendimento das necessidades

habitacionais, mas também educacional e formação de emprego com a

consequente geração de renda. As regiões devem estar dentro do perímetro urbano

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e até cinquenta residências agrupadas. Este grupo de casas precisa ter uma

delimitação no tecido urbano, que a distinga do entorno quanto às suas

características físicas e sociais, sua população necessita ser em sua totalidade ou

maioria de baixa renda e com a ausência de regularidade fundiária e/ou de prévia

aprovação nos órgãos públicos, ou, quando a implantação acontece em desacordo

com o projeto (PHLIS, 2011).

c) Assentamentos precários rurais: são áreas com características similares aos

assentamentos precários, porém, instalados em área rural. São pequenos grupos de

famílias que moram na área rural, distante do perímetro urbano. São regiões

acidentadas, com muitos morros e uma beleza natural que precisa ser preservada, o

que indica necessidades de cuidados especiais na ocupação dessas áreas. No

entanto, o desenvolvimento destas regiões vem acontecendo de forma desordenada

sem critérios técnicos e respeito à legislação federal vigente. Essas comunidades

possuem um traçado viário orgânico, sem uniformidade dos lotes. A tipologia das

habitações não tem grande variação, porém o padrão de acabamento e estado de

conservação varia bastante – inclusive em determinadas áreas de uma mesma

comunidade. Em geral são habitações térreas, isoladas e tamanho médio variando

abaixo de 70m² (PHLIS, 2011).

d) Loteamentos irregulares/clandestinos: loteamento irregular é aquele que possui

alguma infraestrutura (em geral água e energia de forma regular) e atende algumas

normas urbanísticas, contudo não possui projeto aprovado junto à Prefeitura

Municipal ou, ainda, que possui projeto aprovado, mas não executou o projeto

conforme aprovação. O resultado disto é uma área com infraestrutura incompleta,

porém com condições para ser habitada. Loteamento clandestino é aquele

executado sem qualquer tipo de consulta à prefeitura e onde o loteador não respeita

nenhuma norma urbanística. Não há garantia, sequer, de que o loteador é o

proprietário da área.

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46

3.4.4 Indicadores socieconômicos, ambientais e de infraestrutura

Dentre os aspectos elencados na caracterização dos aglomerados subnormais, alguns

destacam-se como possíveis fatores relacionados à presença de alguma vulnerabilidade

sociaoambiental e/ou de infraestrutura. Estes aspectos foram definidos como indicadores de

vulnerabilidade, para posterior mensuração do grau de vulnerabilidade dos aglomerados

subnormais, quanto à características sociais, ambientais e infraestruturais.

a) Indicadores socioeconômicos: foram definidos como indicadores sociais os

seguintes aspectos: tempo de formação do assentamento; número de unidades

habitacionais (UH); número de famílias; número de habitantes por aglomerado

subnormal; situação fundiária – possível regularização ou não; participação

social, institucional ou religiosa; renda média do chefe de família (em salários

mínimos); grau de instrução do chefe de família e participação em cursos

profissionalizantes e geração de renda.

b) Indicadores ambientais: macrozoneamento ambiental; área aproximada da

invasão (em metros quadrados); densidade populacional (nº pessoas/ha);

fisiografia da área (em morro, em área plana ou em beira de rio); cota altimétrica

(em metros); área desmatada (em metros quadrados); localizada em área de risco

(conforme definição da Defesa Civil); localizada em área alagável; nível das

cheias em 2008 (em metros).

c) Indicadores de infraestrutura: tipologia habitacional; instalação sanitária

desmembrada da unidade habitacional; abastecimento de água alternativo;

instalação elétrica ilegal; despejo irregular de esgoto; pavimentação do entorno;

iluminação pública; coleta de lixo e drenagem pluvial.

3.4.5 Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade

A construção da matriz sintética relaciona as regiões e locais identificados como

assentamentos informais, no município de Itajaí, à classificação dos assentamentos e à

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caracterização socioeconômica, ambiental e da infraestrutura, apresentados no Apêndice 1. Os

indicadores de vulnerabilidade social, ambiental e de infraestrutura foram definidos partir da

seleção de alguns critérios que compõem a caracterização dos assentamentos informais.

3.4.6 Descrição dos critérios de vulnerabilidade, definição da escala de valores e planilha

de avaliação

A seguir, são descritos os indicadores elencados na pesquisa, a escala de mensuração

de vulnerabilidade para posterior avaliação do grau e na sequência, apresenta-se as respectivas

planilhas de avaliação de vulnerabilidade social, ambiental e de infraestrutura. Para a

formatação das planilhas, utilizou-se os indicadores de vulnerabilidade dos aglomerados

definidos, apresentados na matriz sintética, segundo três critérios: sociais, ambientais e de

infraestrutura. Determinou-se, para a escala de valores da avaliação dos indicadores, três

graus de vulnerabilidade possíveis: baixa, média e alta, definindo-se uma pontuação

correspondente de um ponto para baixa, dois pontos para média e três pontos para alta

vulnerabilidade.

a) Formação de Critérios de Vulnerabilidade Socioeconômicos dos Aglomerados

Subnormais

- Tempo de Formação dos Aglomerados Subnormais: Entende-se que o tempo de

formação das comunidades está associado à vulnerabilidade da área de invasão. As formações

de assentamentos com menos tempo de formação indicam maior vulnerabilidade, pois a

assentamento apresenta uma estrutura ainda precária, com pouca assistência de serviços

públicos e população pouco arraigada no local. Determinou-se como alta vulnerabilidade o

assentamento formado nos últimos quinze anos, como vulnerabilidade média o assentamento

formado entre 15 a 30 anos, e como baixa vulnerabilidade os assentamentos com mais de 30

anos de formação.

- Número de Unidades Habitacionais: De acordo com o IBGE, é defino como aglomerado

subnormal o assentamento que possui mais de 51 unidades habitacionais, portanto, considera-

se que quanto maior o número de unidades habitacionais, maior a vulnerabilidade do local

devido a maior dificuldade da gestão das políticas públicas, despenderem maiores

investimentos e maior dificuldade no atendimento dos serviços públicos essenciais. Desta

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forma, ficou definido que aglomerados com 51 até 150 UH como sendo de baixa

vulnerabilidade, de 151 UH até 250 UH como sendo de média vulnerabilidade e acima de 251

UH com sendo de alta vulnerabilidade.

- Número de Famílias por Unidade Habitacional: O número de coabitações, ou seja, mais

de uma família morando na mesma UH, demonstra uma maior vulnerabilidade pela

dificuldade da convivência entre elas, e a convivência simultânea entre casais adultos, no

mesmo ambiente dos filhos e dos filhos de outra família. Determinou-se que o assentamento

com até 10% com coabitações possuem baixa vulnerabilidade, de 11% até 20% apresentam

média vulnerabilidade e acima de 21% de coabitações apresentam alta vulnerabilidade.

- Situação Fundiária: Os aglomerados subnormais se caracterizam pela ausência de título de

propriedade, sendo que é possível determinar que a ausência total de qualquer documento de

propriedade determina alto grau de vulnerabilidade, o contrato de compra e venda apresenta

médio grau de vulnerabilidade, já que em alguns casos existe a possibilidade de regularização

fundiária, e posse de algum instrumento de regularização fundiária emitida pelo poder público

indica baixa vulnerabilidade pois existe uma grande possibilidade de regularização fundiária.

- Participação Social, Institucional e Religiosa: A participação da comunidade em

instituições publicas, sócias e religiosas demonstra o interesse das famílias nas discussões dos

problemas comunitários em que estão envolvidos, em busca de respostas, e propostas de

novas ideias, e a busca de soluções. Ficou determinado que abaixo de 10% de participação da

comunidade indica uma alta vulnerabilidade, entre 10% e 20% de participação indica média

vulnerabilidade e acima deste, então, baixa vulnerabilidade.

- Renda Média do Chefe de Família: A renda do chefe de família é um indicador

determinante da vulnerabilidade socioeconômica da comunidade avaliada. Segundo o IBGE,

em 2010, a renda domiciliar média per capita no Município de Itajaí era de 1,96 salários

mínimos. Já o salário médio mensal dos trabalhadores formais em 2015 (IBGE) era de 3,1

salários mínimos. Desta forma, ficou determinado que a comunidade com chefes de família

com renda de 01 salário mínimo até 1,99 salários mínimos, como alta vulnerabilidade, de 2,0

até 2,99 salários mínimos como sendo de média vulnerabilidade, e de 3,0 salários mínimos e

acima, considera-se baixa vulnerabilidade.

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- Grau de Instrução do Chefe de Família: O Município de Itajaí, segundo o IBGE (2015),

apresenta uma taxa de escolaridade, de 6 a 14 anos de idade, de 97,9%. Apesar dos números

do município, a baixa escolaridade dos chefes de família dos aglomerados subnormais é um

indicador de vulnerabilidade. Ficou determinado assim, que para grau de baixa

vulnerabilidade com 25% dos chefes de família com o fundamental completo, entre 26% e

75% com vulnerabilidade média, e acima de 76% com alto grau de vulnerabilidade.

- Profissão/Ocupação do Chefe de Família: Em 2015, o salário médio mensal era de 3,1

salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de

47,1%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 8 de 295 e

14 de 295, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição

176 de 5570 e 91 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos

mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 26,2% da população nessas condições, o

que o colocava na posição 178 de 295 dentre as cidades do estado e na posição 5225 de 5570

dentre as cidades do Brasil (IBGE, 2015). A ausência de um rendimento de produtividade

formal foi adotado como um indicador de vulnerabilidade, considerando-se a população na

situação de aposentados, encostados, pensionistas e desempregados, maior de 30% como alta

vulnerabilidade, entre 20% até 29% como sendo média vulnerabilidade e abaixo de 19%

como sendo de baixa vulnerabilidade.

- Participação em cursos profissionalizantes e de geração de renda: Em 2015, os alunos

dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 6,3 no IDEB. Para os alunos

dos anos finais, essa nota foi de 5,1. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota

dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 98 de 295. Considerando a nota

dos alunos dos anos finais, a posição passava a 74 de 295. A taxa de escolarização (para

pessoas de 6 a 14 anos) foi de 97,9 em 2010. Isso posicionava o município na posição 188 de

295 dentre as cidades do estado e na posição 2237 de 5570 dentre as cidades do Brasil

(IBGE,2015). A baixa procura por cursos profissionalizantes e de geração de renda é um

indicador de vulnerabilidade social, refletindo baixos salários e baixa renda. Desta forma,

determinou-se como baixo grau de vulnerabilidade a procura de até 15% da população

economicamente ativa da família participando de cursos profissionalizantes e de geração de

renda, de 15% até 30 % como sendo de vulnerabilidade média, e acima de 30% considerada

alta vulnerabilidade.

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Tab. 1: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade Social

Avaliação de Vulnerabilidade Social

Baixa Média Alta

1 2 3

Tempo de Formação

dos Aglomerados

Subnormais

Até 15 anos De 16 a 30 anos Acima de 31 anos

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH

Número de Famílias

em Coabitação

Até 10% de

Coabitações

De 11% a 20% de

coabitações Acima de 21%

Número Médio de

Habitantes 200 hab. até 750 hab.

De 751hab. até 1000

hab. Acima de 1000 hab.

Situação Fundiária

Documento de

regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização

Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável

Participação Social,

Institucional e

Religiosa

Participação Social

acima de 21%

Participação Social entre

11% até 20% Participação Social de até 10%

Renda Média do

Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM

Grau de Instrução do

Chefe de Família

Fundamental

Incompleto menor

que 19%

Fundamental Incompleto

entre 20% e 29%

Fundamental Incompleto maior

que 30%

Profissão/Ocupação

do Chefe de Família

Sem produtividade

até 19%

Sem produtividade entre

20% até 29%

Sem produtividade acima de

30%

Participação em

Cursos

Profissionalizantes e

de Geração de Renda

Acima de 30% de

participação

Participação de 15% até

30% Participação de abaixo de 15%

Fonte: Elaborado pelo Autor

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b) Formação de Critérios de Vulnerabilidade Ambiental

- Macrozoneamento: A Lei Complementar nº 94, de 22 de dezembro de 2006, instituiu o

Plano Diretor do Município de Itajaí, fazendo parte deste a Lei Complementar nº 215 de 31 de

dezembro de 2012 - Código de Zoneamento e Uso do Solo, que dividiu o Município em

Macrozonas, delimitando sua ocupação e permissibilidade de uso conforme o tipo de

ocupação. As macrozonas ficaram assim definidas:

- MZA (Macrozona Agrícola) - Macrozona Agrícola, destinada prioritariamente às atividades

agropecuárias;

- MZUE (Macrozona de Uso Especial) - Macrozona de Uso Especial, destinada

prioritariamente ao uso industrial, às atividades portuárias, e às atividades de transporte de

carga e logística;

- MZU (Macrozona Urbana) - Macrozona Urbana, destinada prioritariamente aos diversos

usos urbanos;

- MZPA (Macrozona de Proteção Ambiental) - Macrozona de Proteção Ambiental, destinada

aos usos de baixo impacto que não conflitem com a preservação ambiental permanente e com

a preservação do patrimônio cultural, conforme definição do Zoneamento;

- MZTRA (Macrozona de Transição Rural-Ambiental) - Macrozona de Transição Rural -

Ambiental, destinada à atividade agrícola de baixo impacto ambiental e cultural, respeitando a

fragilidade de seus terrenos;

- MZTRU (Macrozona de Transição Rural-Urbana) - Macrozona de Transição Rural -

Urbana, destinada à atividade agrícola, mas com tolerância para a atividade residencial e

outros usos urbanos associados.

Desta forma, ficaram definidas como áreas de baixo grau de vulnerabilidade ambiental

os aglomerados subnormais localizados em MZU, áreas de médio grau de vulnerabilidades as

áreas localizadas em MZTRU, e com alto grau de vulnerabilidade ambiental as áreas

localizadas em MZA, MZEU, MZPA, MZTRA, hoje consideradas impossibilitadas de

regularização fundiária conforme legislação municipal.

- Área Aproximada da Invasão: Grandes áreas de ocupação desordenada e de áreas

ambientalmente protegidas causam grande degradação do meio ambiente local, com

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desmatamento de encostas e destruição de mata ciliar, além de trazer despejos de esgoto e lixo

em local inadequado. Para a avaliação do grau de vulnerabilidade uma área de ocupação de

até 10.000,00m² como baixa vulnerabilidade, entre 10.000,00m² e 20.000,00m² como

vulnerabilidade média, e acima de 20.000,00m² como sendo de alta vulnerabilidade.

- Densidade Populacional: A densidade é um dos mais importantes indicadores de desenho

urbano utilizados no processo de planejamento e gestão de assentamentos urbanos.

Representa o número total da população de uma determinada área urbana, expressa em

habitantes por unidade de área (ex. km²). Serve como instrumento de apoio à formulação de

políticas públicas e de avaliação sobre a eficiência dos projetos de parcelamento do solo.

Densidade torna-se um referencial importante para avaliação técnica e financeira sobre a

distribuição de terra, infraestrutura urbana e serviços públicos em uma área. De acordo com o

IBGE (2010), a densidade demográfica de Itajaí é de 636,11 hab/km². Para a avaliação do

grau de vulnerabilidade, usando como indicador a densidade habitacional do aglomerado

subnormal, uma densidade de até 150 hab/ha como baixa vulnerabilidade, entre 150 hab/ha a

500 hab/ha como vulnerabilidade média, e acima de 500 hab/ha como sendo de alta

vulnerabilidade.

- Fisiografia da Área e Declividade Média: A geografia física da área (vegetação, recursos

hídricos e relevo), neste caso sendo analisado o relevo, é um indicador importante para a

avaliação do grau de vulnerabilidade ambiental da área, já que este se relacionada diretamente

ao risco do local. Para esta avaliação, foi considerado como baixa vulnerabilidade, áreas

localizadas em locais planos, como vulnerabilidade média áreas em morros e encostas com

pouca inclinação, e como sendo de alta vulnerabilidade áreas de morros e encostas com

inclinação maiores de 30%.

- Cota Altimétrica Média: De acordo com o Plano Diretor Municipal e Código de Obras, a

construção edificações acima da Cota 20,00m, possui parâmetros construtivos bastante

restritivos em relação às construções abaixo desta. De acordo com a Lei Municipal nº 5756,

de 07 de junho de 2011, que institui o programa de Regularização Fundiária no Município,

não é permitido tal procedimento em áreas que estejam acima da Cota 20,00m.

- Área Desmatada para Ocupação: Desmatar morros e encostas é prenuncio de tragédia.

Além da perda da diversidade vegetal e animal da região, o desmatamento de encostas traz

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grave consequência para população, os deslizamentos de terra. Um exemplo disso foi a

tragédia na região serrana do rio de janeiro em janeiro de 2011 onde centenas de pessoas

morreram e milhares perderam suas casas devido a ocupação irregular e mudança na

vegetação de encostas.

As matas ciliares são, no Brasil, consideradas Áreas de Preservação Permanente

(APP). Logo, são protegidas pelas legislações municipais, estaduais e pelo código florestal

brasileiro.

O desmatamento de mata ciliar é considerado um crime ambiental. São de extrema

importância para evitar a erosão do solo nas margens dos rios, córregos e lagos. Sem as matas

ciliares, um rio pode sofrer com o processo de assoreamento. As matas ciliares são

importantes também para evitar o ressecamento dos barrancos e brejos, evitando assim

desmoronamentos. O desmatamento destas áreas está diretamente relacionado com a

exposição ao risco, demonstrando assim, a vulnerabilidade ambiental da área.

Para a avaliação do grau de vulnerabilidade, foi utilizado como indicador, áreas onde

não houve desmatamentos, consideradas como baixa vulnerabilidade, como vulnerabilidade

média com menos de 30% de áreas desmatadas de encostas e matas ciliares, e como sendo de

alta vulnerabilidade áreas de morros e encostas e matas ciliares com áreas desmatadas maiores

de 30%.

- Área de Risco (Defesa Civil): A proteção e defesa civil no Brasil está organizada sob a

forma de sistema, denominado de Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC,

composto por vários órgãos. A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil - SEDEC, no

âmbito do Ministério da Integração Nacional, é o órgão central desse Sistema, responsável por

coordenar as ações de proteção e defesa civil em todo o território nacional.

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil - COMPDEC tem o objetivo

de reduzir os riscos de desastres e compreende ações de prevenção, mitigação, preparação,

resposta e recuperação, e se dá de forma multissetorial com ampla participação da

comunidade. Além disto, a Defesa Civil mapeia e define quais as áreas de risco, considerando

principalmente o deslizamento de encostas e a exposição às enchentes e alagamentos, em seus

diferentes níveis.

Há uma grande diversidade de desastres naturais, humanos e mistos, conforme

classificação adotada pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil e aprovada pelo

Conselho Nacional Proteção de Defesa Civil, Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos -

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CODAR e o município deve estar preparado para atender imediatamente a população atingida

por qualquer tipo de desastre, reduzindo perdas materiais e humanas.

Em 2005, por meio da lei complementar n° 68 foi criada a Coordenadoria de Defesa

Civil que ficou subordinada à Secretaria de Segurança e Defesa Social. Em Itajaí, a Defesa

Civil está preparada para atuar frente aos desastres hidrológicos, geológicos e com produtos

químicos que são os desastres pelos quais a cidade está mais suscetível devido a suas

características geográficas e industrial. Em 2009, a Defesa Civil ganhou sede própria na

Avenida Adolfo Konder nº 1811 - Cidade Nova e veículos; foi criado o Fundo Municipal de

Defesa Civil que garantiu recursos de R$ 4 milhões para serem investidos nos quatro anos

seguintes; foram criadas as gerências de Operações, Apoio Logístico e Prevenção e

Preparação e iniciado o mapeamento das áreas de risco de Itajaí.

Desta forma, um indicador de vulnerabilidade ambiental é a determinação das áreas de

risco mapeadas pela Defesa Civil do município, sendo adotado como baixa vulnerabilidade,

áreas que não estejam em área de risco, como média vulnerabilidade, como áreas

parcialmente atingidas, e como alta vulnerabilidade, áreas totalmente em áreas de risco.

- Área Atingida por Enchentes: Em novembro de 2008 o município viveu sua maior

catástrofe natural. Uma inundação brusca atingiu 95% do município causando grandes

prejuízos econômicos para toda a população. A partir disso, os administradores públicos e

toda a sociedade notaram a necessidade de uma Defesa Civil organizada, bem estruturada,

capacitada e atuante. Para isso, em 2009 foi criada a Lei Complementar nº 150/2009 iniciando

o trabalho de adequação das atividades da Defesa Civil.

A subordinação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil passou a ser vinculada

ao Gabinete do Prefeito, não pertencendo mais ao organograma da Secretaria de Segurança e

de Defesa do Cidadão conforme ditava a Lei complementar nº 68/01.

Foram instalados equipamentos de telemetria que medem o nível dos rios e a

quantidade de chuva. Com todos esses investimentos, em 2011 Itajaí enfrentou mais uma

grande enchente, que atingiu cerca de 65% da cidade. Desta vez, os impactos na cidade foram

menores. A Defesa Civil já estruturada e com melhores condições de atuação alertou a

população com antecedência; mobilizou as secretarias municipais e todas as entidades

capacitadas para atuar nessa situação; e juntos prestaram o atendimento necessário à

população.

Em 2016 foi lançado o aplicativo para telefones celulares, sendo a primeira cidade do

país onde os moradores podem se ajudar durante eventos climatológicos. Permite ao morador

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compartilhar informações em tempo real sobre alagamentos, ventania, deslizamentos, queda

de árvores e denuncias sobre focos do mosquito da dengue. Além disso, eles podem

acompanhar pelo celular o nível dos rios e volume de chuvas.

Desta forma, um indicador de vulnerabilidade ambiental é a determinação das áreas de

atingidas pela enchente de 2008, mapeadas pela Defesa Civil do município, sendo adotado

como baixa vulnerabilidade áreas que não foram atingidas, como média vulnerabilidade como

áreas parcialmente atingidas, e como alta vulnerabilidade áreas totalmente atingidas.

- Evento de 2008 (Nível das águas): Após a grande enchente de 2008, a Defesa Civil

de Itajaí recolheu informações sobre o nível de água da enchente, sendo que o site da Defesa

Civil foi reformulado e a população passou a ter acesso aos dados da telemetria em tempo

real; através de SMS os moradores de áreas de risco passaram a receber alertas de

alagamento; 10 agentes de defesa civil foram contratados por concurso público; foram

adquiridos cinco barcos novos e motores de popa; Sistema de Comunicação Via Rádio; a

Coordenadoria de Defesa Civil foi ampliada e informatizada; os agentes receberam kits de

equipamentos para atendimento de ocorrências de produtos perigosos; foram adquiridos

materiais de contingência para assistência humanitária e de capacitação nas escolas.

Além disso, através de uma iniciativa inédita no país, todos os dados do Plano de

Contingência de Itajaí estão sendo reunidos no ambiente virtual. Um software reúne

informações como áreas de risco; localização de abrigo; cota de inundação; unidades de

saúde; embarcações entre outros dados extremamente necessários para o gerenciamento de

eventos naturais.

Desta forma, utilizando-se o nível das águas do evento de 2008 como indicador de

vulnerabilidade ambiental, adotou-se como baixa vulnerabilidade áreas que não foram

atingidas, como média vulnerabilidade como áreas parcialmente atingidas, com um nível de

água de até 50 cm, e como alta vulnerabilidade áreas totalmente atingidas, com nível de água

superior a 50 cm.

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Tab. 2: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade Ambiental

Avaliação de Vulnerabilidade Ambiental

Baixa Média Alta

1 2 3

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA

Área aproximada da

Invasão Até 10.000,00m2

Entre 10.000,00m2 até

20.000,00m2 Acima de 20.000,00m2

Densidade

Populacional Até 150 hab/ha

Entre 150 hab/ha até 500

hab/.ha Acima de 500 hab./ha

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena

inclinação Encostas e Beira de rios

Declividade Média Sem inclinação Média Alta

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m

Área Desmatada para

Ocupação Sem desmatamento

Desmatamento até 30%

da área

Desmatamento da área acima de

30%

Área de Risco Não Transição Sim

Área atingida por

enchentes Não Parcialmente Sim

Evento de 2008 (nível

da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm

Fonte: Elaborado pelo Autor

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c) Formação de Critérios de Vulnerabilidade de Infraestrutura

A urbanização acelerada sem planejamento tem como consequência problemas de

ordem ambiental, social e de infraestrutura. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo

de pessoas e a falta de uma infraestrutura adequada, gera transtornos para a população urbana.

Uma das principais características da urbanização sem o devido planejamento é o inchaço das

cidades, desencadeando graves consequências econômicas e sociais, esse fenômeno ocorre

principalmente nos países em desenvolvimento, em razão da rapidez do processo de

urbanização e da falta de infraestrutura.

Desta forma, foram utilizados os indicadores abaixo para a análise do grau de

vulnerabilidade de infraestrutura dos aglomerados subnormais:

- Tipologia da UH: Classificou três tipos de edificação, sendo:

- Edificação em Madeira de Aproveitamento: Restos de madeira de construção, tapumes,

restos de demolições, não cortadas adequadamente, sem tamanho padrão. Indica alta

vulnerabilidade.

- Edificação em Madeira Aparelhada/Mista: Madeiramento cortado corretamente, com

tamanho padrão, com partes da edificação em alvenaria. Indica média vulnerabilidade.

- Edificação em Alvenaria: A maior parte de edificação construída em alvearia, com ou sem

reboco para acabamento. Indica baixa vulnerabilidade.

- Instalações Sanitárias Desmembradas da UH: Verifica-se a precariedade das unidades

habitacionais devido a carência de instalações sanitárias, ou seja, banheiros, incorporados ao

interior da UH. Desta forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% das UH com instalações sanitárias

desmembradas da UH.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% das UH com instalações sanitárias

desmembradas da UH.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% das UH com instalações sanitárias

desmembradas da UH.

- Ausência de Divisórias Internas na UH: Verifica-se a precariedade das unidades

habitacionais devido a ausência de divisórias internas no interior da UH. Desta forma, ficou

determinado que:

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- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% das UH com ausência de divisórias internas

no interior da UH.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% das UH com ausência de divisórias

internas no interior da UH.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% das UH com ausência de divisórias

internas no interior da UH.

- Abastecimento de Água Irregular/Alternativo: Verifica-se a precariedade das unidades

habitacionais devido a ausência de ligação de água regular, feita pelo SEMSA ou

abastecimento alternativo de água, como poços e bicas, nas UH. Desta forma, ficou

determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% das UH com ausência de ligação de água

regular da UH.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% das UH com ausência de ligação

de água regular da UH.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% das UH com ausência de ligação de

água regular da UH.

- Instalação Elétrica Ilegal: Verifica-se a precariedade das unidades habitacionais devido a

carência de instalações elétricas não legalizadas pela CELESC, ou seja, o chamado “gato”,

para abastecimento da UH. Desta forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% das UH com instalações elétricas não

legalizadas da UH.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% das UH com instalações elétricas

não legalizadas da UH.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% das UH com instalações elétricas não

legalizadas da UH.

- Despejo Irregular de Esgoto: Verifica-se a precariedade das unidades habitacionais devido

ao despejo do esgoto doméstico das UH, em locais inadequados, sem qualquer cuidado e

poluindo o local próximo, sujando os rios da bacia hidrográfica do entorno e contaminando o

lençol freático. Desta forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% das UH com despejo do esgoto de forma

inadequada.

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- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% das UH com despejo do esgoto de

forma inadequada.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% das UH com despejo do esgoto de

forma inadequada.

- Pavimentação: Verifica-se a precariedade do aglomerado subnormal devido a carência de

pavimentação com lajotas de concreto ou asfalto no interior e no entorno da área. Desta

forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% da área do aglomerado com ausência de

pavimentação na área e no entorno.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% da área do aglomerado com

ausência de pavimentação na área e no entorno.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% da área do aglomerado com ausência

de pavimentação na área e no entorno.

- Iluminação Pública: Verifica-se a precariedade dos aglomerados subnormais devido a

ausência de iluminação publica. Desta forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: até 10% da área do aglomerado subnormal com

ausência de iluminação pública.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: de 10% até 20% da área do aglomerado subnormal

com ausência de iluminação pública.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: acima de 20% da área do aglomerado subnormal com

ausência de iluminação pública.

- Coleta de Lixo: Verifica-se a precariedade dos aglomerados subnormais devido a carência

do serviço de coleta de lixo. Desta forma, ficou determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: Atendimento ao local com o recolhimento do lixo.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: Atendimento parcial ao local com o recolhimento

do lixo.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: Ausência de atendimento de recolhimento de lixo, no

local.

- Drenagem Pluvial: Verifica-se a precariedade dos aglomerados subnormais devido a

carência de drenagem pluvial no interior do e na área do entorno. Desta forma, ficou

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determinado que:

- Baixa vulnerabilidade de infraestrutura: área com drenagem pluvial.

- Média vulnerabilidade de infraestrutura: área atendida parcialmente com drenagem pluvial.

- Alta vulnerabilidade de infraestrutura: área do aglomerado sem drenagem pluvial.

Tab. 3: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade de Infraestrutura

Avaliação de Vulnerabilidade de Infraestrutura

Baixa Média Alta

1 2 3

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou

sem reboco

Madeira

aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento

Instalação Sanitária

Desmembrada da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH

Ausência de

Divisórias Internas na

UH

Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH

Abastecimento de

Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH

Instalação Elétrica

Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH

Despejo Irregular de

Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH

Pavimentação do

Entorno Até 10% do AS De 10% até 20% do AS Acima de 20% do AS

Iluminação Pública Até 10% do AS De 10% até 20% do AS Acima de 20% do AS

Coleta de Lixo Até 10% do AS De 10% até 20% do AS Acima de 20% do AS

Rede de Drenagem

Pluvial

Com drenagem

pluvial

Parcialmente com

drenagem pluvial Sem drenagem pluvial

Fonte: Elaborado pelo Autor

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3.5.7 Grau de vulnerabilidade socioambiental dos aglomerados subnormais

As planilhas de avaliação de vulnerabilidade mensuram valores para cada critério de

vulnerabilidade elencados na pesquisa, conforme indicadores socioeconômicos, ambientais e

de infraestrutura. Para a determinação do grau de vulnerabilidade dos aglomerados

subnormais mapeados no município de Itajaí, foram somados os valores atribuídos a cada

indicador e, definido a partir de intervalo conforme apresenta a Tab. 4. A pontuação mínima

obtida em cada critério é de 30 pontos e a máxima, de 90 pontos. Neste intervalo de valores,

definiu-se que, de 30 a 49 pontos, o aglomerado subnormal apresenta baixa vulnerabilidade.

De 50 a 69 pontos, o aglomerado subnormal apresenta média vulnerabilidade. A alta

vulnerabilidade está definida para o intervalo de 70 a 90 pontos.

Tab. 4: Intervalo do Grau de Vulnerabilidade

30 pontos 50 pontos 70 pontos 90 pontos

Baixa Vulnerabilidade Média Vulnerabilidade Alta Vulnerabilidade

Fonte: Elaborado pelo Autor

Os resultados obtidos foram relacionados em gráficos, onde o grau de vulnerabilidade

do aglomerado subnormal foi avaliado conforme os critérios socioeconômicos, ambientais e

de infraestrutura. A partir desta avaliação, fio possível identificar quais os aglomerados com

maior e menor vulnerabilidade socioambiental e desta forma, poderá se propor

recomendações de ações de políticas públicas habitacionais prioritárias ao poder público

municipal.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O processo de concentração populacional em poucos espaços do território nacional,

que hoje conformam as Regiões Metropolitanas e as cidades consideradas médias e com forte

crescimento, implicando na chegada de grandes fluxos de pessoas para esses espaços, e ainda

a intensa mobilidade intraurbana fazem com que esses deslocamentos atinjam, cada vez mais,

áreas sujeitas a riscos ambientais, inadequados para moradia, como áreas de elevada

declividade, fundos de vale, praças, viadutos, entre outras. Nestes locais, em geral, os únicos

terrenos livres são as áreas de risco, como encostas de morros e barrancos e beira de rios. São

justamente nesses vazios urbanos que surgem as favelas, também chamados de aglomerados

subnormais. Improvisadas, estas moradias sem uma estrutura física adequada, correm risco de

sofrer colapso, influenciando toda a área do entorno, relacionando-se diretamente ao aumento

do risco. Salienta-se o fato de que a exposição aos riscos ambientais acomete desigualmente

os diversos grupos sociais (DESCHAMPS, 2009).

A noção de risco, então, torna-se relevante para o estudo da vulnerabilidade, já que

esta situação implica na possibilidade de ocorrência ou presença de um evento adverso, seja

ele de qualquer natureza, para a unidade de referência. Nessa perspectiva a noção de

vulnerabilidade social se encontra diretamente relacionada a grupos socialmente vulneráveis,

quer dizer, indivíduos que, por determinadas características ou contingências, são menos

propensos a uma resposta positiva mediante algum evento adverso. Nesses termos, a noção de

risco torna-se fundamental para o desenvolvimento do estudo da vulnerabilidade (VÉRAS,

2010).

Um dos usos mais correntes da noção de vulnerabilidade refere-se a grupos específicos

de população, sendo utilizado para identificar grupos que se encontram em situação de “risco

social”, ou seja, compostos por indivíduos que, devido a fatores próprios de seu ambiente

doméstico ou comunitário, são mais propensos a enfrentar circunstâncias adversas para sua

inserção social e desenvolvimento pessoal ou que exercem alguma conduta que os leva a

maior exposição ao risco (VEYRET, 2007).

A noção de vulnerabilidade precede a identificação dos grupos, posto que exige

especificar riscos e determinar tanto a capacidade de resposta das unidades de referência,

como sua habilidade para adaptar-se ativamente. Nesse sentido, a fragilidade institucional e a

falta de equidade socioeconômica podem ser consideradas riscos, pois obstruem o

desenvolvimento socioeconômico e impedem a coesão social. Numa situação específica como

um acontecimento ambiental danoso, tais fatores passam a debilitar a capacidade de resposta

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de alguns segmentos da sociedade.

Percebe-se que a falta de infraestrutura, tanto pública quanta a infraestrutura das

habitações influencia diretamente na vulnerabilidade destes locais, como afirmam Rolnik e

Klink (2011). Em geral os aglomerados subnormais não têm redes de energia elétrica legais e

recorrem a ligações clandestinas e ilegais para desviar energia. Estas ligações, feitas com

material velho e inadequado, são perigosas: podem provocar desde choques em quem passar

perto de um fio desencapado a incêndios e curtos-circuitos. Quem mora na favela não tem

CEP. Entre becos e vielas sem nome, os carteiros ficam perdidos e as correspondências não

chegam. Para piorar, os moradores não conseguem comprovante de residência, documento

necessário para conseguir emprego, por exemplo. Como as moradias são ilegais, sem

escritura, os moradores correm o risco de interdição e remoção. Sem uma drenagem pluvial

adequada, valetas ou canaletas, a água da chuva não tem por onde escorrer. Quando chove, a

água pode arrastar o que está no caminho, ocorrendo riscos de deslizamentos e carregamentos

das edificações. A ausência de iluminação pública, a população fica desprotegida da violência

durante as noites. Como os barracos ficam colados uns aos outros, a luz do Sol não entra. A

umidade aumenta, favorecendo o crescimento de fungos, que podem causar doenças. Isso sem

falar nos males causados pela falta de saneamento básico, como cólera, disenteria e

esquistossomose. A densidade demográfica é alta, e sem espaço livre, falta lugar para ruas –

no máximo, há becos e vielas. Isso impede não só o acesso de carros, mas também a entrada

de serviços importantes, como caminhões de lixo e ambulâncias. Improvisadas, as casas não

estão ligadas à rede de água nem à rede de esgoto legal da cidade. Os moradores

providenciam suas próprias soluções, fazendo ligações ilegais que roubam água de casas

vizinhas ou da própria prefeitura, e despejam o esgoto a céu aberto.

4.1 Mapa dos Assentamentos Informais e Setores por Regiões de Abrangência

Foram mapeados cinquenta e um assentamentos informais do município de Itajaí, a

partir de dados obtidos junto à Secretaria Municipal de Habitação, com a utilização de

informações complementares da Secretaria Municipal de Assistência Social, da Secretaria

Municipal de Urbanismo e da Secretaria Municipal de Saúde.

Para a setorização dos assentamentos informais, o município de Itajaí foi dividido em

quatro regiões de abrangência, conforme a proximidade e o bairro a que pertencem, como

mostra a Fig. 12. Cada um deles possui características próprias que os diferenciam uns dos

outros, pelo tamanho da área que ocupam no território, o meio em que está inserido, o número

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de habitações que nele estão alocados, entre outros.

Fig. 12: Setorização por Regiões de Abrangência no município de Itajaí/SC.

Fonte: Elaborado pelo Autor

Na Região 1 identificou-se treze assentamentos informais, perfazendo 25% de um total

de cinquenta e um. No Bairro Praia Brava encontrou-se quatro assentamentos informais:

Ariribá, Crisântemos, Divinéia e Nova Divinéia. No Bairro Fazenda, encontrou-se cinco

assentamentos informais: Rua Venezuela, Padre Jacó, Morro da Antena, Bem-te-Vi, CSU

Fazenda. No Bairro Ressacada, outros quatro assentamentos informais: Nossa Senhora das

Graças, Vila da Paz, Morro da Caixa D’Água e Rua João Dalmolin.

Na Região 2, encontrou-se quinze assentamentos informais, sendo 30% do total de

cinquenta e um mapeados no município. No Bairro Dom Bosco, um assentamento,

identificado pelo nome do bairro. No Bairro Cidade Nova, sete assentamentos: Beco LQC,

Padre Schimidt, Promorar I – Rua Otto Hoier, Agílio Cunha, Promorar II – Caic,

Proximidades Dona Mariquinha, Dona Mariquinha. No Bairro São Vicente, identificou-se

quatro assentamentos: Nilo Bittencourt, Rua Jaziel José Rosa, Rua Israel de Almeida e Nova

Brasília. No Bairro Barra do Rio, idenficou-se outros três assentamentos: Bambuzal, Imaruí I

e Imaruí II.

Na Região 3, observou-se a existência de sete assentamentos informais, sendo seis

localizados no Bairro Cordeiros: Rua Pedro Camilo Vicente, Rua Henrique Michel Jr.,

Bertholdo Michels, Lar dos Meninos, Murta I e Murta II e Vila da Miséria e 1 localizado no

Bairro Espinheiros: Portal I, sendo 14% do total de assentamentos mapeados.

Na Região 4, onde encontra-se a zona rural do município, foram identificados

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dezesseis assentamentos informais, totalizando 31% do total: Bairro Itaipava, dois: Rodovia

Antonio Heil e Quero-Quero. No Bairro Canhanduba, três assentamentos: Canhanduba BR

101, Canhanduba Aterro Sanitário. No Bairro Baía, dois assentamentos: Baía e Carvão. No

Bairro Paciência, quatro: Loteamento Novo Rural, Km-12, Morro dos Cabritos, Paciência. No

Bairro Brilhante I, dois asssentamentos: Estivado e Brilhante I. No Bairro Brilhante II, um

assentamento identificado pelo nome do bairro. No Bairro Limoeiro, três: Mineral, Sorocaba e

Ponte Pênsil.

A Fig. 13 apresenta a divisão do município de Itajaí por regiões e a localização dos

cinquenta e um assentamentos informais existentes.

Fig. 13: Mapa de Localização dos Assentamentos Informais de Itajaí/SC.

Fonte: PHLIS, 2011

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Observa-se no mapa de localização (Fig.13) que, cerca de 70% dos assentamentos

informais estão localizados em área urbana, distribuídos em sua maioria nas Regiões 1, 2 e 3

que abrangem os bairros centrais do município, e, cerca de 30%, estão localizados em área

rural, em localidades isoladas e segregadas das áreas urbanas.

As análises do mapeamento dos aglomerados no município juntamente com o tempo

de formação destes, demonstram a característica de acompanhamento do crescimento

geográfico do município.

O primeiro assentamento, na área Nossa Senhora das Graças, ocorreu próximo ao

centro da cidade e na sequência, surgiram os assentamentos na Região 1, visivelmente

influenciados pelo crescimento da cidade, na época, em direção a Balneário Camboriú, que

eram locais ermos, desvalorizados e de pouca ocupação. As ocupações ocuparam

principalmente os morros, característica marcante do início do período do fenômeno das

invasões (MARICATO, 2005). Atualmente a região passa por intenso processo de

gentrificação, sendo um dos bairros com maior valorização imobiliária do município, trazendo

assim, indiretamente, uma melhoria na qualidade destes aglomerados, influenciados pelos

investimentos públicos.

Um segundo período de ocupações se caracterizou pelo surgimento de assentamentos

em áreas de invasões na Região 2, também acompanhando o crescimento da cidade. As

ocupações ocorreram conforme o crescimento dos bairros, e o surgimento de loteamentos,

onde a população possuía acesso a serviços públicos básicos e comércio em desenvolvimento.

Iniciou-se assim um processo de ocupação irregular principalmente em áreas públicas (áreas

institucionais e áreas verdes) e beira de rios, tendo havido por parte da população interessada,

a percepção da inércia do poder público municipal na contenção das invasões.

A Região 3 mantém o mesmo padrão no surgimento de áreas de invasões, porém com

menor intensidade. Um fator que pode ter influenciado na diminuição deste ritmo, pode se

dever ao fato de algumas ações da administração municipal no sentido de contenção das

invasões e também à distância destes locais em relação ao centro da cidade ou centro de

bairros, não sendo assim áreas de interesse para moradias.

A Região 4 abrange a zona rural do município, apresentando uma característica na

formação dos aglomerados subnormais, diferente das outras regiões. O fato da região estar na

zona rural e bastante segregada da zona urbana, faz com que as invasões sejam basicamente

familiares, em maior número de áreas, porém, com menor quantidade de unidades

habitacionais.

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4.2 Características dos Assentamentos Informais de Itajaí

Para a caracterização dos assentamentos informais do município de Itajaí, foram

utilizados, como fonte de pesquisa, dados fornecidos pelo município através da Secretaria

Municipal de Habitação (SEHAB), Defesa Civil e Secretária Municipal de Saúde, através dos

cadastros das unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF), além dos levantamentos

feitos nas visitas in loco e de informações obtidas através do Plano Local de Habitação de

Interesse Social (PHLIS, 2011). Estes dados servem como parâmetros para se obter uma

caracterização geral de cada assentamento informal. No entanto, deve-se considerar que os

dados aqui apresentados, não possuem caráter estatístico, apresentando uma estimativa de

déficit e precariedade no setor habitacional.

Os assentamentos informais foram caracterizados sob aspectos socioeconômicos,

ambientais e de infraestrutura. Para a caracterização dos aspectos socioeconômicos foram

analisados itens relacionados ao assentamento, de classificação, tempo de formação, unidades

habitacionais, número de famílias, situação fundiária, principais problemas, serviços públicos

e participação social, ensino e renda e migração e perspectiva de migração.

Quanto aos aspectos ambientais, foram analisados o macrozoneamento, área

aproximada da invasão, densidade habitacional, fisiografia da área, cota altimétrica média,

área desmatada aproximada, área de risco, área alagável, evento de 2008 e a percepção do

risco ambiental. Também foram caracterizados sob aspectos da infraestrutura do local, com

itens de tipologia habitacional, instalações sanitárias, pavimentação, iluminação pública, rede

de abastecimento de água, iluminação pública, esgoto e característica das moradias e

urbanísticas.

A caracterização realizada nos cinquenta e um assentamentos informais do município

de Itajaí encontra-se no Anexo I.

4.3 Matriz Sintética de Indicadores de Vulnerabilidade

A matriz sintética de indicadores de vulnerabilidade (Tab. 5) compila as informações

obtidas na etapa de caracterização dos 51 assentamentos informais do município de Itajaí e

apresenta os critérios definidos como indicadores socioeconômicos, ambientais e de

infraestrutura.

Na construção da matriz sintética, observa-se a inexistência de informações referente a

alguns indicadores, desta forma, alguns campos da matriz não apresentam valores.

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69

4.4 Classificação dos Assentamentos Informais

Após a caracterização, os assentamentos informais do município de Itajaí foram

classificados conforme definições descritas nos instrumentos de pesquisa deste trabalho.

Fig. 14: Classificação dos Assentamentos Informais no município de Itajaí/SC.

Fonte: Elaborado pelo Autor

Os assentamentos informais foram analisados conforme suas características e tendo

como base as definições propostas no método. Entre as cinquenta e uma áreas analisadas, três

áreas foram definidas e classificadas como sendo loteamentos irregulares/clandestinos, onze

áreas como assentamentos precários rurais, vinte e uma áreas como sendo assentamentos

precários e dezesseis como aglomerados subnormais, conforme apresentado na Fig. 14.

4.4.1 Loteamentos Irregulares/Clandestinos

Foram classificados dois assentamentos precários como loteamentos

irregulares/clandestinos na Região 4, Bairro Limoeiro, as áreas Mineral e Sorocaba, e um

assentamento na Região 2, conforme descrito na Tab. 6, totalizando três assentamentos,

perfazendo um total de 6% das áreas analisadas e mapeadas.

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Tab. 6: Loteamentos Irregulares/Clandestinos no município de Itajaí

Região Bairro

Área

Assentamento Classificação do Assentamento

Tempo de

Formação

(aproximada

em anos)

Número de

Unidades

Habitacionais

Número

de

Famílias

Número

Médio de

Habitantes

2 São

Vicente 23

Rua Jaziel

José Rosa Loteamento Irregular/Clandestino 20 anos 275 275 1.350

4 Limoeiro

49 Mineral Loteamento Irregular/Clandestino 15 anos 193 193 965

50 Sorocaba Loteamento Irregular/Clandestino 15 anos 81 81 405

TOTAL LOTEAMENTOS IRREGULARES/CLANDESTINOS 549 549 2.720

Fonte: Elaborado pelo Autor

Estes assentamentos possuem alguma infraestrutura, tais como energia, água e

iluminação pública e atendem a algumas normas urbanísticas, tal como dimensões regulares

nos lotes, e acesso aos lotes por pelo menos uma via pública, porém não pavimentada. Estes

loteamentos não possuem projetos aprovados junto à Prefeitura Municipal.

O assentamento da Rua Jaziel José Rosa, está localizado no Bairro São Vicente, a

oeste do perímetro urbano, próximo á BR 101. A ocupação foi formada há aproximadamente

20 anos, tratando-se de um loteamento irregular, ou seja, apesar de apresentar características

urbanística de um loteamento, apresentando vias regulares com lajotas de concreto, lotes

simétricos e com tamanho padrão, abastecidos regularmente pelas concessionárias, com água,

energia elétrica e iluminação pública. As edificações apresentam boa qualidade na construção,

sendo na sua grande maioria em alvenaria. A área é plana, sujeito parcialmente a enchentes e

alagamentos, mas não é considerada área de risco. A condição socioeconômica dos habitantes

do local pode ser considerada de boa qualidade. Porém, à época de sua implantação, o

loteamento não foi regularmente aprovado na Prefeitura, portanto os lotes foram vendidos

apenas com um contrato de compra e venda, sem qualquer legalidade formal, apresentando

assim precariedade fundiária.

Os assentamentos, Mineral e Sorocaba, apresentam as mesmas características citadas

acima, porém estão localizadas em área rural do município, no Bairro Limoeiro, príximos à

divisa com o município de Brusque, onde não é permitida a implantação de loteamentos.

Destaca-se que as edificações estão construídas em encostas com alta declividade,

apresentando risco de deslizamentos. Não foram registradas ocorrências graves nos últimos

eventos de 2008 e 2011. A população do local apresenta relativa condição socioeconômica,

porém é bastante resistente a mudanças na infraestrutura e/ou remoções.

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4.4.2 Assentamentos Precários Rurais

Foram classificados como assentamentos precários rurais 11 (onze) localidades,

totalizando 22% dos cinquenta e um analisados, todos inseridas na Região 4 (Tab. 7) nos

Bairros Canhanduba, Baía, Paciência, Brilhante I e Brilhante II.

Tab. 7: Assentamos Precários Rurais no município de Itajaí

Região Bairro

Área

Assentamento Classificação do

Assentamento

Tempo de

Formação

(aproximada

em anos)

Número de

Unidades

Hab.

Número

de

Famílias

Número

Médio de

Hab.

4

Canhanduba

39 Canhanduba-Aterro San. Assent. Precário Rural 20 anos 20 20 100

40 Baia Assent. Precário Rural 15 anos 7 7 35

Baia 41 Carvão Assent. Precário Rural 15 anos 5 5 25

Paciência

42 Lot. Novo Rural Assent. Precário Rural 15 anos 23 23 115

43 Km - 12 Assent. Precário Rural 15 anos 30 30 150

44 Morro dos Cabritos Assent. Precário Rural 15 anos 45 45 225

45 Paciência Assent. Precário Rural 15 anos 10 10 50

Brilhante I

46 Estivado Assent. Precário Rural 7 anos 10 13 65

47 Brilhante I Assent. Precário Rural 15 anos 50 50 250

Brilhante II 48 Brilahnte II Assent. Precário Rural 10 anos 46 46 230

51 Ponte pênsil Assent. Precário Rural 15 anos 9 9 45

TOTAL ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS RURAIS 255 258 1.290

Fonte: Elaborado pelo Autor

Estas áreas possuem características semelhantes aos assentamentos precários, porém,

instalados em área rural. Em geral, são compostas por pequenos grupos de famílias que

moram distante do perímetro urbano, donos de pequenas propriedades rurais. Com o

crescimento familiar, foram surgindo novas edificações, formando pequenas aglomerações.

Em geral não apresentam delimitações ou marcações do lote, não apresentando nenhuma

uniformidade e com vias de acesso regular, em geral sem pavimentação e drenagem.

Percebe-se em alguns assentamentos, a venda de alguns lotes, por parte dos

proprietários de pequenas propriedades rurais, devido a forte migração de pessoas em busca

de emprego, e devido ao baixo valor, para migrantes que buscam se instalar nestas áreas,

formando assim, estes pequenos aglomerados.

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Os serviços públicos essenciais são compartilhados entre as edificações, em geral

apresentando uma edificação com abastecimento de água e energia de forma legal,

distribuindo assim para as outras edificações no entorno, de forma ilegal. Apesar das poucas

informações encontradas, observa-se que os moradores do local apresentam condições

socioeconômicas levemente precárias, porém as edificações possuem razoável condição

estrutural, com tipologia geral em alvenaria ou mista, geralmente térreas e sem grandes

variações. As áreas destes assentamentos não são consideradas de risco em geral não são

atingidas por enchentes ou alagamentos.

4.4.3 Assentamentos Precários

Foram classificados como assentamentos precários, cinco áreas inseridas na Região 1,

oito áreas na Região 2 e oito áreas localizadas na Região 3, totalizando vinte e um,

correspondendo a 41% dos assentamento analisados, conforme descrito na Tab. 8.

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Tab. 8: Assentamentos Precários no município de Itajaí

Região Bairro

Área

Assentamento Classificação do

Assentamento

Tempo de

Formação

(anos)

Número de

Unidades

Hab.

Número

de

Famílias

Número

Médio de

Hab.

1

Praia Brava 3 Divinéia II Assent. Precário 30 anos 19 19 95

Fazenda

5 Venezuela Assent. Precário 15 anos 41 41 205

7 Morro da Antena 1 Assent. Precário 40 anos 33 46 230

9 CSU Fazenda Assent. Precário 15 anos 38 38 190

Ressacada 12 Morro da Caixa d'Água Assent. Precário 20 anos 5 5 25

TOTAL DA REGIÃO 1 136 149 745

Dom Bosco 14 Dom Bosco Assent. Precário 40 anos 49 49 245

2

Cidade

Nova

18 Agílio Cunha Assent. Precário 30 anos 45 45 225

19 Promorar II - Caic Assent. Precário 10 anos 4 4 20

20 Prox. D. Mariquinha Assent. Precário 30 anos 76 180 900

21 Dona Mariquinha Assent. Precário 30 anos 59 65 325

São Vicente

24 Rua Israel de Almeida Assent. Precário 15 anos 46 78 390

25 Nova Brasília A Assent. Precário 30 anos 25 25 125

Barra Rio 28 Imaruí I Assent. Precário 20 anos 19 19 95

TOTAL DA REGIÃO 2 274 416 2.080

3 Cordeiros

29 Rua Pedro C. Vicente Assent. Precário 20 anos 45 45 225

30 Rua Henrique Michel Jr. Assent. Precário 20 anos 36 36 180

31 Portal I Assent. Precário 10 anos 18 28 140

32 Bertholdo Michels Assent. Precário 15 anos 45 45 225

34 Murta I e II Assent. Precário 25 anos 48 48 240

35 Vila da Miséria Assent. Precário 15 anos 17 17 85

4 Itaipava

36 Rod. Antonio Heil Assent. Precário 20 anos 12 12 60

38 Canhanduba BR-101 Assent. Precário 30 anos 48 48 240

TOTAL DA REGIÃO 3 E 4 257 267 1.335

TOTAL DOS ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS 667 832 4.160

Fonte: Elaborado pelo Autor

Os assentamentos precários são áreas que apresentam precariedade nas edificações e

carecem de infraestrutura básica e acesso aos serviços públicos essenciais. Não apresentam

definição nos lotes, formando aglomerações desordenadas, e não possuem regularidade

fundiária e estão agrupados em um número inferior a 50 unidades habitacionais. Em geral,

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estão localizadas em áreas que apresentam algum risco ambiental.

Os assentamentos precários da Região 1, Divineia II e CSU Fazenda, formaram-se

entre 15 e 30 anos, com a invasão de áreas de vazios urbanos. Apresentam vias de acesso

regulares pavimentadas com iluminação pública, lotes assimétricos sem tamanho padrão.

Apresentam a característica de algumas edificações serem abastecidas regularmente pelas

concessionárias, com água, energia elétrica, distribuindo assim, ilegalmente para outras

edificações no seu entorno. A tipologia geral das edificações apresenta boa qualidade na

construção, sendo na sua grande maioria em alvenaria ou mistas e as construídas em madeira

apresentam boa qualidade. As áreas são planas, e não estão sujeitas a enchentes e

alagamentos, e não é consideradas áreas de risco. A condição socioeconômica dos habitantes

dos locais não puderam ser avaliadas devido a falta de informações. Quanto aos

assentamentos Venezuela, Morro da Antena e Morro da Caixa d’água destaca-se o fato destas

áreas estarem edificadas em morros e encostas, apresentando assim, um elevado risco

ambiental.

Os assentamentos precários das Regiões 2, 3 e 4, apresentam as mesmas

características citadas para a Região 1, porém, deve-se ressaltar que os assentamentos Rua

Israel de Almeida, Nova Brasília, Rua Pedro Camilo Vicente, Rua Henrique Michel Jr.,

Bertholdo Michels, Murta I e II, e Vila da Miséria, situam-se em parte destes, localizados em

margens de rios, estando vulneráveis a enchentes e alagamentos, aumentado o risco

ambiental, apresentando precariedade nas edificações do local.

4.4.4 Aglomerados Subnormais

Foram classificados como aglomerados subnormais, dezesseis áreas mapeadas e

analisadas. Na Região 1 encontram-se oito aglomerados subnormais, na Região 2, seis, na

Região 3, um aglomerado e na Região 4, um aglomerado, perfazendo assim 31% dos

cinquenta e um analisados, como mostra a Tab. 9.

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Tab. 9: Aglomerados Subnormais no município de Itajaí

Região Bairro Área Região Classificação do

Assentamento

Tempo de

Formação

(anos)

Número

Unidades

Hab.

Número

de

Famílias

Número

Médio de

Hab.

1

Praia

Brava

1 Ariribá Aglomerado Subnormal 40 anos 73 73 365

2 Crisântemos Aglomerado Subnormal 30 anos 70 70 350

3 Nova Divinéia Aglomerado Subnormal 40 anos 77 77 385

Fazenda

6 Padre Jacó Aglomerado Subnormal 40 anos 242 242 1210

8 Bem-Te-Vi Aglomerado Subnormal 40 anos 82 82 410

Ressacada

10 Nossa Sra. Das Graças Aglomerado Subnormal 70 anos 344 489 2445

12 Vila da Paz Aglomerado Subnormal 30 anos 120 120 600

13 Rua João Dalmolin Aglomerado Subnormal 20 anos 100 107 535

TOTAL DA REGIÃO 1 1.108 1.260 6.300

2

Cidade

Nova

15 Beco LQC Aglomerado Subnormal 20 anos 95 95 475

16 Padre Schimidt Aglomerado Subnormal 15 anos 81 81 405

17 Promorar / Rua Otto H. Aglomerado Subnormal 15 anos 115 115 575

São

Vicente 22 Nilo BIttencourt Aglomerado Subnormal 18 anos 96 136 680

Barra do

Rio

26 Bambuzal Aglomerado Subnormal 30 anos 167 249 1245

27 Imaruí II Aglomerado Subnormal 40 anos 242 442 2210

TOTAL DA REGIÃO 2 796 1.118 5.590

3 Cordeiros 33 Lar dos Meninos Aglomerado Subnormal 25 anos 81 81 405

TOTAL DA REGIÃO 3 81 81 405

4 Itaipava 37 Quero-quero/S.Pedro Aglomerado Subnormal 30 anos 56 56 280

TOTAL DA REGIÃO 4 56 56 280

TOTAL AGLOMERADOS SUBNORMAIS 2.041 2.515 12.575

Fonte: Elaborado pelo Autor

Os assentamentos subnormais analisados foram classificados com sendo aglomerados

subnormais, conforme definição adotada nesta pesquisa, como sendo o conjunto constituído

por cinquenta ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de

propriedade e pelo menos uma das características abaixo: irregularidade das vias de

circulação e do tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como

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coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública) (IBGE,

2017).

Desta forma, foram aplicados nos aglomerados subnormais, o método proposto nesta

pesquisa, para a avaliação do seu grau de vulnerabilidade.

4.5 Planilhas de Avaliação dos Critérios de Vulnerabilidade dos Aglomerados

Subnormais

Após a definição dos aglomerados subnormais, realizou-se a aplicação do instrumento

de análise proposto nesta pesquisa, através das Planilhas de Avaliação dos Critérios de

Vulnerabilidade, conforme aspectos socioeconômicos, ambientais e de infraestrutura.

Os aspectos socioeconômicos foram avaliados com os indicadores: a) tempo de

formação; b) número de unidades habitacionais; c) número de famílias em coabitação; d)

número médio de habitantes; e) situação fundiária; f) participação social, institucional e

religiosa; g) renda média do chefe de família; h) grau de instrução do chefe da família; i)

profissão/ocupação do chefe de família; j) participação em cursos.

Os aspectos ambientais foram avaliados conforme os indicadores: a)

macrozoneamento; b) área aproximada; c) densidade populacional; d) fisiografia da área; e)

declividade média; f) cota altimétrica; g) área desmatada; h) área de risco; i) área atingida por

enchentes; j) nível da água 2008.

Os aspectos de infraestrutura foram avaliados conforme os indicadores: a) tipologia

habitacional; b) instalação sanitária desmembrada; c) ausência de divisórias internas; d)

abastecimento de água; e) instalação elétrica; f) despejo irregular de esgoto; g) pavimentação

do entorno; h) iluminação pública; i) coleta de lixo; j) rede de drenagem pluvial.

Os indicadores foram avaliados e pontuados conforme informações levantadas na

caracterização dos assentamentos, compilados na Matriz Sintética. Determinou-se o grau de

vulnerabilidade através de pontuação estabelecida, sendo três graus de vulnerabilidade

possíveis: baixa, média e alta, definindo-se uma pontuação correspondente de um ponto para

baixa, dois pontos para média e três pontos para alta vulnerabilidade.

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Tab. 10: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Ariribá

Avaliação de Vulnerabilidade

ARIRIBÁ Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 01 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. Até 750 hab. De 751hab. Até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 2

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 1

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 3

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 17

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/há Entre 150 hab/há até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./há 1

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 2

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 2

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 3

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 2

Área de Risco Não Transição Sim 2

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 20

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 3

Pontuação Total 17

Fonte: Elaborado pelo Autor

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Tab. 11: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Crisântemos

Avaliação de Vulnerabilidade

CRISÂNTEMOS Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 02 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 3

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 2

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 16

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 2

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 3

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 3

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 24

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 1

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 1

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 14

Fonte: Elaborado pelo Autor

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Tab. 12: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Divinéia

Avaliação de Vulnerabilidade

DIVINÉIA Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 04 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 2

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 15

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 1

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 2

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 1

Área de Risco Não Transição Sim 1

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 12

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 1

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 1

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 11

Fonte: Elaborado pelo Autor

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Tab. 13: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Padre Jacó

Avaliação de Vulnerabilidade

PADRE JACÓ Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 06 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 2

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 2

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 16

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 1

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 2

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 1

Área de Risco Não Transição Sim 1

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 12

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 1

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 1

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 10

Fonte: Elaborado pelo Autor

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81

Tab. 14: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Bem-Te-Vi

Avaliação de Vulnerabilidade

BEM-TE-VI Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 08 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 3

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 2

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 3

Pontuação Total 19

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 3

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 3

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 25

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 18

Fonte: Elaborado pelo Autor

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82

Tab. 15: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Nossa Sra. das Graças

Avaliação de Vulnerabilidade

NOSSA SRA DAS GRAÇAS Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 10 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 3

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 3

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 3

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 3

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 24

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 3

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 3

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 25

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 2

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 19

Fonte: Elaborado pelo Autor

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83

Tab. 16: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Vila da Paz

Avaliação de Vulnerabilidade

VILA DA PAZ Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 11 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 2

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 17

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 2

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 3

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 3

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 24

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 3

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 2

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 23

Fonte: Elaborado pelo Autor

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84

Tab. 17: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Rua João Dalmolin

Avaliação de Vulnerabilidade

RUA JOÃO DALMOLIN Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 1 Baixa Média Alta

Área 13 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 2

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 3

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 3

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 3

Pontuação Total 22

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 2

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 1

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 3

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 23

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 3

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 3

Pontuação Total 21

Fonte: Elaborado pelo Autor

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85

Tab. 18: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Beco LQC

Avaliação de Vulnerabilidade

BECO LQC Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 15 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 1

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 2

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 2

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 16

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 2

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 22

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 3

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 3

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 18

Fonte: Elaborado pelo Autor

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86

Tab. 19: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Padre Schimidt

Avaliação de Vulnerabilidade

PADRE SCHIMIDT Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 16 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 3

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 2

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 3

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 20

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 1

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 22

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 3

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 3

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 3

Pontuação Total 19

Fonte: Elaborado pelo Autor

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87

Tab. 20: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Promorar I

Avaliação de Vulnerabilidade

PROMORAR I Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 19 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 3

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 3

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 3

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 3

Pontuação Total 22

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 1

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 3

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 24

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 3

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 3

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 3

Pontuação Total 20

Fonte: Elaborado pelo Autor

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88

Tab. 21: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Nilo Bittencourt

Avaliação de Vulnerabilidade

NILO BITTENCOURT Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 22 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 3

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 3

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 20

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 1

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 2

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 2

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 19

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 16

Fonte: Elaborado pelo Autor

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89

Tab. 22: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Bambuzal

Avaliação de Vulnerabilidade

BAMBUZAL Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 26 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 200 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 3

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 3

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 3

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 3

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 1

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 3

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 23

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 3

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 3

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 25

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 1

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 13

Fonte: Elaborado pelo Autor

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90

Tab. 23: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Imaruí II

Avaliação de Vulnerabilidade

IMARUÍ II Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 2 Baixa Média Alta

Área 27 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 250 UH Acima de 251 UH 2

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 3

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 3

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 20

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 2

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 3

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 3

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 2

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 24

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 2

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 2

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 20

Fonte: Elaborado pelo Autor

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91

Tab. 24: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Lar dos Meninos

Avaliação de Vulnerabilidade

LAR DOS MENINOS Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 3 Baixa Média Alta

Área 33 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 1

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 250 UH Acima de 251 UH 2

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 3

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 3

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 3

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 1

Participação em Cursos Profissio e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 1

Pontuação Total 20

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 2

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 3

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 3

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 2

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 3

Área de Risco Não Transição Sim 2

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 3

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 3

Pontuação Total 23

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 3

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 2

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 2

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 2

Pontuação Total 21

Fonte: Elaborado pelo Autor

Page 103: AVALIAÇÃO DO GRAU DE VULNERABILIDADE ...siaibib01.univali.br/pdf/Alexandre Prazeres.pdfAgradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, por permitir a realização deste projeto

92

Tab. 25: Planilha de Avaliação de Vulnerabilidade – Quero-Quero

Avaliação de Vulnerabilidade

QUERO-QUERO Vulnerabilidade Socioeconômica

Pontos Região 4 Baixa Média Alta

Área 37 1 2 3

Tempo de Formação dos

Aglomerados Subnormais Acima de 31 anos De 16 a 30 anos Até 15 anos 2

Número de Unidades

Habitacionais/Famílias 51 UH até 150 UH De 151UH até 250 UH Acima de 251 UH 1

Número de Famílias em Coabitação Até 10% de Coabitações De 11% a 20% de coabitações Acima de 21% 1

Número Médio de Habitantes 200 hab. até 750 hab. De 751hab. até 1000 hab. Acima de 1000 hab. 1

Situação Fundiária Documento de regularização

fundiária

Contrato de compra e

venda/Regularização Fundiária

Sem documentação/Não

Regularizável 2

Participação Social, Institucional e

Religiosa Participação Social acima de 21%

Participação Social entre 11% até

20% Participação Social de até 10% 1

Renda Média do Chefe de Família Acima de 3 SM Entre 2,0 e 2,99 SM Menos de 1,99 SM 2

Grau de Instrução do Chefe de

Família

Fundamental Incompleto menor que

19%

Fundamental Incompleto entre

20% e 29%

Fundamental Incompleto maior que

30% 3

Profissão/Ocupação do Chefe de

Família Sem produtividade até 19%

Sem produtividade entre 20% até

29% Sem produtividade acima de 30% 2

Participação em Cursos Profiss. e

Geração de Renda Acima de 30% de participação Participação de 15% até 30% Participação de abaixo de 15% 2

Pontuação Total 17

Vulnerabilidade Ambiental

Macrozoneamento MZU MZTRU MZA, MZUE, MZPA e MZPA 2

Área aproximada da Invasão Até 10.000,00m2 Entre 10.000,00m² até 20.000,00m² Acima de 20.000,00m² 1

Densidade Populacional Até 150 hab/ha Entre 150 hab/ha até 500 hab/.ha Acima de 500 hab./ha 2

Fisiografia da Área Plano Plano/Encosta pequena inclinação Encostas e Beira de rios 1

Declividade Média Sem inclinação Média Alta 1

Cota Altimétrica Cota zero Até Cota 20,00m Acima de Cota 20,00m 1

Área Desmatada para Ocupação Sem desmatamento Desmatamento até 30% da área Desmatamento da área acima de

30% 1

Área de Risco Não Transição Sim 1

Área atingida por enchentes Não Parcialmente Sim 1

Evento de 2008 (nível da água) Não atingido Até 50,0cm Acima de 50,0cm 1

Pontuação Total 12

Vulnerabilidade da Infraestrutura

Tipologia Habitacional Alvenaria com ou sem reboco Madeira aparelhada/Mista Madeira de Aproveitamento 1

Instalação Sanitária Desmembrada

da UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Ausência de Divisórias Internas na

UH Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Abastecimento de Água Alternativo Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 2

Instalação Elétrica Ilegal Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 1

Despejo Irregular de Esgoto Até 10% das UH De 10% até 20% das UH Acima de 20% das UH 3

Pavimentação do Entorno com pavimento do entorno parcialmente com pavimentação sem pavimentação 1

Iluminação Pública com iluminação do entorno parcialmente com iluminação sem iluminação 1

Coleta de Lixo com coleta regular com coleta parcialmente sem coleta regular 1

Rede de Drenagem Pluvial Com drenagem pluvial Parcialmente com drenagem pluvial Sem drenagem pluvial 1

Pontuação Total 13

Fonte: Elaborado pelo Autor

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93

Após o preenchimento das planilhas, apresentadas nas tabelas acima (Tab. 11 a Tab.

25), em que os indicadores em cada aglomerado subnormal receberam pontuação em relação

à vulnerabilidade que apresentam, fez-se uma somatória de valores para cada critério de

vulnerabilidade avaliado: socioeconômico, ambiental e de infraestrutura. A Fig. 14 abaixo,

apresenta o resultado da somatória da vulnerabilidade para cada critério estabelecido, nos

dezesseis aglomerados subnormais analisados.

Fig. 15: Avaliação de Vulnerabilidade dos Aglomerados Subnormais no município de Itajaí/SC.

Fonte: Elaborado pelo Autor

Observa-se que o assentamento Ariribá, apresenta baixa vulnerabilidade

socioeconômica e de infraestrutura, mas apresenta um valor um pouco maior em relação à

vulnerabilidade ambiental, uma vez que se encontra em zona de transição entre área urbana e

área de preservação ambiental, com expansão na direção de encostas presentes no local,

ocasionando algum risco de escorregamentos das edificações.

O aglomerado subnormal Crisântemos apresenta baixa vulnerabilidade

socioeconômica e de infraestrutura, contudo, observa-se maior vulnerabilidade ambiental. A

vulnerabilidade ambiental demonstra o fato de que a área está localizada em área de maior

declividade, acima da cota 20, onde há maior risco a escorregamentos.

A Divinéia, por sua vez, apresenta baixa vulnerabilidade ambiental de infraestrutura e

maior vulnerabilidade socioeconômica. Está inserida em área dotada de infraestrutura de alta

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qualidade no entorno, com valorização imobiliária crescente, tendo como problema maior, a

ausência de regularidade fundiária. A população predominante é de baixa renda, com baixos

níveis de escolaridade.

No Padre Jacó, percebe-se baixa vulnerabilidade nos três critérios avaliados. A área

encontra-se em área urbana, dotada de boa infraestrutura e baixo risco ambiental. O aspecto

socioeconômico possui maior vulnerabilidade entre os critérios analisados.

No Bem-Te-Vi, observa-se maior vulnerabilidade ambiental, relacionado à área de

ocupação do assentamento, em encosta íngreme, acima da cota 20, com alto risco de

deslizamentos. Contudo, o local apresenta baixa vulnerabilidade socioeconômica e de

infraestrutura, demonstrando os esforços do poder público na realização de obras para

melhoria das condições de acessibilidade no local.

Já no Nossa Sra. das Graças, apesar de ser o assentamento com maior tempo de

formação do município e de receber, com frequência, investimentos públicos, apresenta maior

vulnerabilidade socioeconômica, ambiental e de infraestrutura. A maior parte da área do local

encontra-se em encostas com alta declividade, acima da cota 20, suscetível a

escorregamentos, com precariedade nas unidades habitacionais e na infraestrutura do entorno,

bem como pouco acesso aos serviços básicos, tais como abastecimento de água, de energia,

coleta de lixo e de esgoto.

A Vila da Paz, localizada próximo ao assentamento Nossa Sra. das Graças, demonstra

maior vulnerabilidade em relação aos critérios ambientais e de infraestrutura e menor

vulnerabilidade em relação ao critério socioeconômico.

No aglomerado Rua João Dalmolin observa-se maior vulnerabilidade nos três critérios

avaliados. O local está inserido em área alagável, em “beira de rio”, suscetível às enchentes,

com precárias condições de infraestrutura e das moradias e baixa condição socioeconômica

dos indivíduos.

Próximo ao Rio Itajaí Mirim, encontra-se os assentamentos Beco LCQ, Padre

Schimidt e Promorar. O Beco LCQ apresenta maior vulnerabilidade ambiental em função do

risco de alagamentos constantes. Apresenta, porém, menor vulnerabilidade socioeconômica.

Os assentamentos Padre Schimidt e Promorar apresentam vulnerabilidade nos três aspectos

analisados, também por estarem em locais alagáveis, pela precariedade das moradias

presentes e pela falta de infraestrutura adequada e acesso a serviços básicos.

O Nilo Bitencourt apresenta baixa vulnerabilidade socioeconômica, ambiental e de

infraestrutura, por encontrar-se em área plana, urbanizada, atendido por infraestrutura e

serviços básicos. Apresenta maior vulnerabilidade nas áreas próximas à retificação do Rio

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Itajaí-Mirim.

O assentamento Bambuzal apresenta maior vulnerabilidade em relação aos aspectos

ambientais, relacionado ao alto risco de alagamentos e enchentes, e socioeconômicos, contudo

apresenta menor vulnerabilidade de infraestrutura, já que a área está em área urbana, plana,

bem atendida por serviços públicos básicos, com ruas pavimentadas e iluminação pública.

No Imaruí, aglomerado que compreende grande área de ocupação, apresenta menor

vulnerabilidade de infraestrutura e socioeconômica. Apresenta maior vulnerabilidade

ambiental em razão da proximidade com o bioma mangue, localizado às margens do Rio Itajaí

Açu.

O assentamento Lar dos Meninos encontra-se próximo às margens do Ribeirão da

Murta, desta forma, apresenta alta vulnerabilidade ambiental e de infraestrutura. Também

apresenta alta vulnerabilidade socioeconômica.

No Quero-Quero, área inserida em área urbana, junto às margens da Rodovia Antonio

Heil, possui baixa vulnerabilidade nos três critérios analisados. Possui bom acesso à serviços

e infraestrutura, moradias em boas condições de habitabilidade e está no entorno de

loteamentos regularizados.

4.6 Grau de Vulnerabilidade Socioambiental

O instrumento desenvolvido a partir das planilhas de avaliação do grau de

vulnerabilidade socioambiental permite que sejam realizadas observações individuais em

relação aos critérios propostos para a análise, bem como, para cada assentamento classificado

como aglomerado subnormal para o município de Itajaí.

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Fig. 16: Somatório de Critérios de Vulnerabilidade – Aglomerados Subnormais no município de Itajaí/SC.

Fonte: Elaborado pelo Autor

Como demonstra a Fig. 15, o somatório da avaliação dos três critérios de

vulnerabilidade – socioeconômico, ambiental e de infraestrutura, resulta em uma visão geral

da situação de vulnerabilidade de cada assentamento analisado, de forma que a soma

resultante é classificada num intervalo de valores (Tab. 26), que define, portanto, o grau de

vulnerabilidade dos aglomerados subnormais.

Tab. 26: Intervalo do Grau de Vulnerabilidade

30 pontos 50 pontos 70 pontos 90 pontos

Baixa Vulnerabilidade Média Vulnerabilidade Alta Vulnerabilidade

Fonte: Elaborado pelo Autor

O intervalo de valores do somatório dos critérios adotados, que representa baixa

vulnerabilidade, se dá de 30 a 49 pontos. Para média vulnerabilidade, adota-se o intervalo de

valores de 50 a 69 pontos e, para alta vulnerabilidade, de 70 a 90 pontos.

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Tab. 27: Grau de Vulnerabilidade Socioambiental dos Aglomerados Subnormais no município de Itajaí

Grau de Vulnerabilidade Socioambiental dos Aglomerados Subnormais

Área Avaliação/Pontuação Grau de Vulnerabilidade

1º Nossa Sra. Das Graças 70 Alta

2º Rua João Dalmolin 66 Média

3º Promorar - Rua Otto Hoier 66 Média

4º Vila da Paz 64 Média

5º Imaruí 64 Média

6º Lar dos Meninos 64 Média

7º Bem-Te-Vi 62 Média

8º Padre Schimidt 61 Média

9º Bambuzal 61 Média

10º Beco LCQ 56 Média

11º Nilo Bittencourt 55 Média

12º Ariribá 54 Média

13º Crisântemos 54 Média

14º Quero-Quero 42 Baixa

15º Divinéia 38 Baixa

16º Padre Jacó 38 Baixa

Fonte: Elaborado pelo Autor

Na Tab. 27, encontra-se, portanto, a classificação dos aglomerados subnormais

segundo o grau de vulnerabilidade socioambiental, estabelecido a partir de critérios

socioeconômicos, ambientais e de infraestrutura adotados nesta pesquisa.

Na Fig. 17, apresenta-se, após a análise, o percentual dos aglomerados subnormais no

município de Itajaí, conforme o grau de vulnerabilidade definidos após aplicação do método

desenvolvido.

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Fig. 17: Percentual dos Aglomerados Subnormais de Itajaí/SC, conforme Grau de Vulnerabilidade.

Fonte: Elaborado pelo Autor

A análise dos resultados obtidos através da definição do grau de vulnerabilidade

socioambiental dos aglomerados subnormais analisados, demonstra que 19%, ou seja, três

assentamentos, apresentam baixa vulnerabilidade: Quero-Quero, Divinéia e Padre Jacó. Esses

assentamentos estão inseridos em áreas urbanas com boa infraestrutura, com loteamentos

regulares no entorno, são atendidos por serviços públicos municipais, apresentam baixo risco

ambiental, tendo com principal problema, a ausência de regularidade fundiária. Os

aglomerados estão localizados, em uma área urbanizada e altamente valorizada pelo mercado

imobiliário.

A maioria dos membros da comunidade não apresenta envolvimento comunitário em

organizações sociais. Ao mesmo tempo, a expressiva maioria dos moradores, desconhece as

entidades assistenciais existentes no bairro. As que foram apontadas são entidades

filantrópicas de congregações religiosas e organizações sociais vinculadas a interesses

ambientais e de geração de renda. A participação que a população da amostra revelou também

é mais expressiva vinculada a grupos de interesse religioso e organizações sociais com

atividades focalizadas em grupos sociais específicos. A participação política pode ser

observada a partir da menção a sindicatos de trabalhadores e associações de moradores. Os

membros da comunidade possuem um perfil de atendimento assistencial mediano e

heterogêneo se considerar a variedade de serviços municipais.

Quanto à inserção dos membros dos aglomerados nos Programas de Complementação

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de Renda em nível federal constatamos que, na média dos aglomerados, em torno de 10% dos

moradores encontram-se contemplados nos mesmos; cientes que – inclusive de acordo com as

análises do Governo – são consideradas insuficientes perante a demanda social decorrente da

persistente desigualdade social no nosso país. As políticas assistenciais atendem em torno de

10% das famílias pertencentes à área geográfica pesquisada.

Outra maneira de perceber a relação das comunidades com o poder público está

relacionada com o destino da responsabilidade pelo fornecimento de políticas sociais. Neste

sentido, as informações coletadas nos apontam a procura das empresas fornecedoras por parte

dos moradores em detrimento do recurso ao poder público local na tentativa de solucionar os

problemas vinculados com os serviços de utilidade pública. Não pode ser ignorado que a

maior frequência de registros indica a impotência dos usuários perante os problemas de

fornecimento dos serviços públicos, pois o “não fazer nada” e “não adianta” sugere sintomas

de desistência perante as demandas ao poder público. Isto explica, em partes, o recurso a

vereadores ou, mesmo, às associações de moradores na obtenção de soluções.

A renda média do chefe de família não ultrapassa os três salários mínimos, sendo que

a média dos que possuem renda nas famílias perfazem 2,25 salários mínimos. Ao mesmo

tempo, dos chefes de família 76,99% cursaram de forma incompleta até o término do ensino

fundamental.

Verifica-se a escassa qualificação dos moradores, com exceções, a qual se reflete

também nas informações relacionadas com a pouca participação, ainda que variada, em cursos

profissionalizantes e de geração de renda.

É importante salientar que 55,64% dos pais dos chefes de família das moradias do

bairro provêm de cidades do Estado de Santa Catarina, sendo que destes 9,85% são naturais

da cidade de Itajaí. Os pais nasceram também em outros Estados da Federação, destacando-se

Paraná e o Rio Grande do Sul. A composição percentual da origem dos chefes de família é

semelhante aos dos seus progenitores.

Considerando-se a possibilidade da necessidade de relocalização dos moradores dos

aglomerados, no âmbito de uma política urbana abrangente, é interessante perceber que 68 %,

mais da metade dos mesmos, dimensão expressiva, arraigou-se ao local de forma a evitar

mudar para outras localidades.

Os moradores dos aglomerados concebem leve risco ambiental a que se encontram

expostos são as probabilidades de alagamento, seguidas das probabilidades menores de serem

vítimas de enchentes. Isto pode estar relacionado com as características geográficas do local.

A maioria das construções do território em análise é de alvenaria com reboco, 58,65%,

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e as de madeira representam 29,45.

A maioria dos moradores, 75%, afirmaram ser proprietários e isentos de dívidas

habitacionais das residências, e somente 5,40% asseguraram estar pagando para se tornarem

donos das suas moradias.

O sistema público de energia elétrica atende diretamente 95,74% da população.

Quanto ao sistema de esgoto dos dejetos pode ser observada que, ainda que tenha sido

apresentada uma disparidade de destinos percebe-se boas condições de saneamento básico do

local.

O recolhimento e reciclagem do lixo apresentam informações satisfatórias, pois o

serviço concedido pela Prefeitura Municipal coleta a maior parte dos resíduos.

A representação social dos serviços públicos constitui-se em importante ferramenta

para as diferentes variáveis que influenciam os possíveis rumos a serem adotados na busca da

satisfação das necessidades sociais em meio urbano. Neste sentido, os moradores destas

localidades avaliaram de forma claramente positiva os serviços de educação e saúde

oferecidos na comunidade, ainda que com algumas manifestações críticas expressas em notas

baixas. Também expressaram uma dispersão na avaliação das políticas de segurança pública e

transportes, mas com expressivas manifestações negativas quanto a sua efetividade social.

Por outro lado, a avaliação demonstra que 75% (12 assentamentos) dos aglomerados

subnormais analisados, foram classificados como média vulnerabilidade socioambiental.

Porém, é importante observar que, dentro do intervalo que define o grau de vulnerabilidade

como médio, encontra-se diferentes condições nos assentamentos e que, desta forma,

demonstra uma escala de valores neste grau - do maior para o menor, temos: Rua João

Dalmolin – Viaduto BR101, Promorar – Rua Otto Hoier, Vila da Paz, Imaruí, Lar dos

Meninos, Bem-Te-Vi, Padre Schimidt, Bambuzal, Beco LCQ, Nilo Bitencourt, Ariribá e

Crisântemos. Esta escala pode ser importante para definição de prioridades de atendimento de

políticas públicas.

Os aglomerados Rua João Dalmolin – Viaduto BR101, Promorar – Rua Otto Hoier,

Vila da Paz, Imaruí, Lar dos Meninos, Bem-Te-Vi, Padre Schmidt, Bambuzal, Beco LCQ,

estão localizados em beiras de rios, estando altamente vulneráveis. Os moradores destes

aglomerados, em geral concebem que o maior risco ambiental a que se encontram expostos

são as probabilidades de enchentes e alagamentos, vinculados com a proximidade de braços

da bacia hidrográfica da cidade. A intensidade pluvial e o fluxo das marés expõem esses

moradores a condições precárias de sobrevivência.

A grande maioria dos membros destas comunidades não apresentam envolvimento

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comunitário em organizações sociais. Ao mesmo tempo, a expressiva maioria dos moradores,

80%, desconhece as entidades assistenciais existentes no bairro. A participação que a

população da amostra revelou também é mais expressiva vinculada a participação religiosa.

Os membros destas comunidades de margem do rio, possuem um perfil de

atendimento assistencial considerável e heterogêneo se considerar a variedade de serviços

municipais. Neste sentido, aproximadamente 10% afirmou receber anualmente material

escolar para os seus filhos, o qual pode ser avaliado enquanto um índice insatisfatório, porém

nem todos os grupos familiares possuem crianças ou adolescentes em idade escolar. Destaca-

se também que o fornecimento de medicamentos, tanto de forma contínua quanto eventual,

atendendo um número considerável da população, em torno de 80%; ao mesmo tempo é

interessante considerar que uma pequena parcela desta população em análise realiza despesas

neste item, sugerindo a eficácia desta política, ainda que seja de domínio público que o poder

público não distribui todos os medicamentos nas quantidades necessárias.

Quanto a inserção dos membros deste assentamento no Programas de

Complementação de Renda em nível federal constatamos que 20% dos moradores encontram-

se contemplados nos mesmos; cientes que – inclusive de acordo com as análises do Governo –

são consideradas insuficientes perante a demanda social decorrente da persistente

desigualdade social no nosso país.

Outra maneira de perceber a relação da comunidade com o poder público está

relacionada com a destinação da responsabilidade pelo fornecimento de serviços públicos.

Neste sentido, as informações coletadas nos apontam a procura das empresas fornecedoras

destes serviços em igualdade de condições com o poder público local na tentativa de

solucionar os problemas vinculados com os serviços de utilidade pública, sendo que a metade

dos mesmos “não faz nada” perante o surgimento de problemas no fornecimento, o que pode

denotar algum grau de ceticismo relacionado ao poder público.

A renda média familiar dos moradores das margens dos rios, foram calculadas em

torno de 1,98 salários mínimos. Ao mesmo tempo, dos chefes de família moradores 70%

cursaram de forma incompleta até o término do ensino fundamental, sendo que nenhum deles

afirmou ter cursado 8º série do ensino fundamental. Em outro momento foi possível verificar

que destes chefes de família 10% são analfabetos.

Considerando a possibilidade da necessidade de relocalização dos moradores do

bairro, no âmbito de uma política urbana abrangente, é interessante perceber que 60% dos

mesmos arraigaram-se ao local de forma a evitar mudar para outras localidades.

Quanto ao sistema de esgoto dos dejetos pode ser observada a maioria das residências

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despejam seus resíduos líquidos para destinos inapropriados sanitária e ambientalmente.

O recolhimento e reciclagem do lixo apresentam informações satisfatórias, pois o

serviço concedido pela Prefeitura Municipal coleta a maior parte dos resíduos, sendo que

outros são separados para reciclagem e comercialização pelos moradores.

Por fim, dentre os aglomerados subnormais avaliados, encontra-se em alta

vulnerabilidade socioambiental, o Nossa Sra. das Graças. Apesar de ser o primeiro

assentamento informal mapeado no município, que data da década de 50, apresenta maior

vulnerabilidade em relação aos três critérios analisados. O assentamento Nossa Senhora das

Graças esta localizado no bairro Nossa Senhora das Graças, junto a Avenida Vereador

Abrahão João Francisco, ao lado da UNIVALI avançando em direção ao interior do pequeno

vale de encostas, local próximo ao centro da cidade, e rodeado de infraestrutura pública. O

assentamento originou-se há aproximadamente 70 anos, sendo um dos primeiros

assentamentos de Itajaí, sendo um de seus primeiros líderes comunitários o Sr. Evilásio que

reside no local há 43 anos. O presídio, no entorno do qual a comunidade se desenvolveu, foi

implantado em 1979.

O local possui alto risco ambiental, com a ocupação de encostas em áreas mais baixas

e estáveis e áreas íngremes e de alto risco de deslizamento, em razão da existência de vários

pontos íngremes, mapeados pela Defesa Civil, e também pelo alto índice de desmatamento de

vegetação nativa, para instalação das moradias.

O município transformou a área em ZEIS – Zona Especial de Interesse Social, Lei

5.168/2008 – Decreto 8.694/2008 e 8.695/2008 – Matrículas 16.136, 16.137, 28.159, 387,

17.716, 6.801, 1.843, 2.191 todas registradas no 1° Ofício do Registro de Imóveis, com uma

área total de 518.948,10 m².

Sob um aspecto sócio econômico, observa-se que a maioria dos membros da

comunidade, aproximadamente 70%, não apresenta envolvimento comunitário em

organizações sociais. Ao mesmo tempo, por diversas justificativas manifestas, a expressiva

maioria dos moradores, desconhece ou não manifesta interesse em participar das entidades

assistenciais existentes no bairro, ainda que demonstrem conhecimento da existência e

atividades de diversas organizações filantrópicas. A maior proporção de participação

externada pela população pesquisada está vinculada a grupos de interesse religioso, sendo

cerca de 20%. Por sua vez, a participação política pode ser observada a partir da presença de

associações comunitárias ou entidades sindicais.

Os membros da comunidade de Nossa Senhora das Graças possuem um perfil de

atendimento assistencial considerável e heterogêneo se considerar a variedade de serviços

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municipais. Neste sentido, pouco mais de 20% das famílias afirmou receber anualmente

material escolar para os seus filhos, o qual pode ser avaliado como insatisfatório, ainda que

nem todos os grupos familiares possuem crianças ou adolescentes em idade escolar. Quanto a

inserção dos membros deste assentamento no Programas de Complementação de Renda em

nível federal e de outras organizações não governamentais constatamos que pouco mais de

30% dos moradores encontram-se contemplados nos mesmos; cientes que – inclusive de

acordo com as análises do Governo – são consideradas insuficientes perante a demanda social

decorrente da persistente desigualdade social no nosso país. As políticas assistenciais atendem

em torno de 10% das famílias pertencentes à área geográfica pesquisada

Outra maneira de perceber a relação da comunidade com o poder público está

relacionada com o destino da responsabilidade pelo fornecimento de políticas sociais. Neste

sentido, as informações coletadas nos apontam a procura das empresas fornecedoras destes

serviços em inferioridade de frequência, 18%, se comparadas com o poder público, com 30%

da população local na tentativa de solucionar os problemas vinculados com os serviços de

utilidade pública. Não pode ser ignorada a resignação social implícita na categoria “não faz

nada”, sendo aproximadamente 30%, que permite ser relacionada com a demora e a

dificuldade em resolver os prementes problemas dos serviços essências por parte do poder

público.

A renda média das famílias da localidade Nossa Senhora das Graças não ultrapassa os

três salários mínimos, sendo que os cálculos apontam para um valor aproximado de 1,79

salários mínimos. Ao mesmo tempo, dos chefes de família pouco mais de 70% cursaram de

forma incompleta até o término do ensino fundamental, sendo que praticamente 10%

afirmaram ter cursado 8º série. Em outro momento foi possível verificar que nenhum destes

chefes de família voltou ou conseguiu a frequentar o ensino regular. Chama a atenção o

elevado número de analfabetos, 14,71%, além de aproximadamente mais 5% da amostra

afirma nunca ter frequentado o ensino regular.

Em geral, observa-se que a renda do chefe da família está abaixo dos valores médios

do município, além de haver um grande número de pessoas aposentados, desempregados e

com baixo nível de escolaridade.

Verifica-se a escassa educação formal e qualificação dos moradores. Além disso, é

possível observar que a maioria das ocupações que estão relacionadas com trabalhos que não

precisam de qualificação específica, são àqueles aprendidos na prática cotidiana do serviço.

É importante salientar que 95,02% dos pais dos chefes de família das moradias do

bairro provêm de cidades do Estado de Santa Catarina, sendo que destes 32,35% são naturais

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da cidade de Itajaí. A composição percentual da origem dos chefes de família é semelhante

aos dos seus progenitores.

No loteamento Nossa Senhora das Graças, os moradores em sua maioria, 50,96%,

residem no local há no máximo 20 (vinte) anos, o qual reflete uma antiga onda de

intensificação da ocupação deste território, sendo que o residente mais antigo apontou pouco

mais de 65 anos. Uma informação é demonstrativa das características deste assentamento, o

número de moradores que residem há menos de cinco anos, em torno de 2,94%.

Considerando a possibilidade da necessidade de relocalização dos moradores do

bairro, no âmbito de uma política urbana abrangente, é interessante perceber que cerca de

48% não mudaria de local de forma a evitar mudar para outras localidades.

Localizada parte em uma MZU (Macro Zona Urbana) e parte em MZPA (Macro Zona

de Preservação Ambiental), com uma área de invasão aproximadamente de 55.970,00m2, em

uma Cota Altimétrica Média de 35,00m. O aglomerado apresenta cerca de 436,84

habitantes/ha. Toda a área de ocupação foi desmatada para sua implantação, sendo mata

atlântica. Os moradores do local, aproximadamente 81%, concebem que o maior risco

ambiental a que se encontram expostos são as probabilidades deslizamentos de encosta,

vinculados às chuvas intensas e frequentes. O risco de quedas de encostas e de enchentes

encontra-se presente na vivência dos riscos ambientais experimentados por esses moradores.

A composição dos materiais das construções do território em análise é

significativamente de madeira, pouco mais de 50%, já que as de alvenaria com reboco

representam 36,27%. Este aspecto, particularmente, reflete as condições precárias de

sobrevivência da maioria destas pessoas.

A grande maioria dos moradores, 92,16%, afirmaram ser proprietários e isentos de

dívidas habitacionais das residências. Ao mesmo tempo, 7,84% informaram que alugam ou

moram em condições de coabitação.

Um indicador importante para observarmos se as condições de moradia no aglomerado

subnormal, são precárias consiste em verificar se a mesma não possui sala (45,1%) e se o

banheiro encontra-se desmembrada da Unidade Habitacional (3,92%). Outro sinal de

precariedade das instalações habitacionais relaciona-se com o fato de carências de divisórias

internas com material não permanente, ou mesmo a sua inexistência (13,72%).

Pode ser verificada que uma parcela considerável das residências não possui caixa de

água (37,25%). Ao mesmo tempo, pouco mais de 80% usufruem de sistema público de

fornecimento de água tratada – pela empresa municipal SEMASA – e o restante das moradias

possuem abastecimento alternativo. O sistema público de energia elétrica atende diretamente

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93,14% da população pesquisada, sendo que 4,9% dela utiliza-se de ligação clandestina

(rabicho ou “gato”), além de quase 2% dos moradores não possuem o serviço.

Quanto ao sistema de esgoto dos dejetos pode ser observada uma disparidade de

destinos, o que pode refletir falta de informação por parte dos moradores ou uma política

pública de saneamento insuficiente.

O recolhimento e reciclagem do lixo apresentam informações satisfatórias, pois o

serviço concedido pela Prefeitura Municipal coleta a maior parte dos resíduos, sendo que

outros são separados para comercialização por moradores constituindo-se em fonte de renda.

Uma pequena parcela da população não encaminha os seus resíduos sólidos ao sistema de

coleta público.

A representação social dos serviços públicos constitui-se em importante ferramenta

para as diferentes variáveis que influenciam os possíveis rumos a serem adotados na busca da

satisfação das necessidades sociais em meio urbano. Neste sentido, os moradores deste local

avaliaram de forma positiva os serviços de educação e saúde oferecidos na comunidade, ao

mesmo tempo em que a existência de muitas avaliações negativas externadas na área reflete a

insuficiência e ineficácia dos serviços em análise. A dispersão na avaliação das políticas de

segurança pública, transporte e saneamento básico, mas com expressiva polarização das

manifestações negativas e positivas quanto a sua efetividade social pode estar vinculada com

concepções diferenciadas relacionadas a esta política social, no usufruto das mesmas quanto

na ineficácia das políticas em análise.

Nota-se ainda, uma grande quantidade de ligações clandestinas de água e energia

elétrica, e despejo irregular de esgoto em, praticamente, toda a comunidade. Há uma grande

quantidade de coabitações nos lotes não regulares, muitos deles instalados acima da cota 20,

não permitindo que seja realizada a regularização fundiária.

4.7 Recomendações

O desenvolvimento de políticas públicas habitacionais poderia ter grande eficácia na

redução das situações de vulnerabilidade socioambiental nas cidades brasileiras. Desta forma,

o estudo e avaliação do grau de vulnerabilidade das áreas de aglomerados subnormais permite

conhecer, de forma aprofundada, a realidade, a fim de se determinar quais são os aspectos

prioritários para intervenção, necessários para melhora da qualidade destes aglomerados.

Desta forma, a cidade como um todo, tem, neste estudo, um real ganho, uma vez que

os impactos positivos se estendem, trazendo novos espaços de desenvolvimento na cidade, a

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diminuição dos impactos negativos e no atendimento à legislação municipal nas áreas antes

esquecidas pelo poder público.

Conhecer o diagnóstico das cidades e os aspectos que o compõem, torna possível que a

administração municipal desenvolva políticas públicas, tome decisões e realize ações

direcionadas especificamente e necessárias para cada local.

Podemos citar o caso do assentamento Bem-Te-Vi. Percebe-se uma maior

vulnerabilidade ambiental, em razão da fisiologia da área de ocupação do assentamento, em

encosta íngreme, acima da cota 20, com alto risco de deslizamentos. Contudo, o local

apresenta baixa vulnerabilidade socioeconômica e de infraestrutura, demonstrando os esforços

do poder público na realização de obras para melhoria das condições de acessibilidade no

local.

Recomenda-se que, ações voltadas à remoção das unidades habitacionais instaladas

nas áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil sejam efetivadas com prioridade. Desta forma,

ao se diminuir a suscetibilidade ao risco ambiental, ocorre, o aumento da qualidade do

assentamento.

Já no assentamento Divinéia, que apresenta baixa vulnerabilidade ambiental e de

infraestrutura e maior vulnerabilidade socioeconômica, pela ausência de titularidade dos lotes,

recomenda-se que ações no sentido de realizar a regularização fundiária sejam tomadas com

prioridade, com o objetivo de promover a cidadania para os membros da comunidade e, por

sua vez, qualificar sua condição socioeconômica.

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5. CONCLUSÃO

O crescimento desordenado e sem controle das cidades brasileiras, ao longo dos anos,

acarreta em graves problemas urbanísticos e socioambientais, comprometendo a qualidade da

cidade e consequentemente, a vida de seus habitantes.

Da mesma forma que ocorreu em outras cidades, Itajaí também apresentou um

crescimento urbano marcado pela carência de políticas públicas e habitacionais. A população

carente, sem condições econômicas, começou a ocupar áreas particulares ilegalmente,

públicas e de preservação ambiental.

Diante da grande vulnerabilidade e da intensa segregação socioambiental que leva as

comunidades de menor renda a habitarem as periferias da cidade, muitas vezes em áreas sem

infraestrutura adequada e em encostas inapropriadas à ocupação. A possibilidade do aumento

da ocorrência e intensidade de eventos extremos de precipitação aumenta o alerta para a

amplificação da vulnerabilidade socioambiental na cidade. Certamente não há como fazer

generalizações no sentido de que somente as populações mais carentes do ponto de vista

socioeconômico, ambiental e de infraestrutura, são as únicas afetadas por tais eventos, mas

evidencia-se a existência de diferentes graus de vulnerabilidade.

Entende-se que o fator socioambiental tem um peso fundamental e central na

determinação do grau de vulnerabilidade de um indivíduo ou grupo social frente a situações

que envolvem risco. Isso porque a fragilidade socioeconômica é determinante na definição do

processo de segregação urbana.

Num município onde os espaços urbanos mostram-se cada vez mais valiosos, são

muitos os que são compelidos a habitar áreas desvalorizadas pelo ciclo do capital. Encostas

íngremes, naturalmente inapropriadas à moradia por conta de agentes predisponentes como a

geologia, a geomorfologia e a hidrologia.

Além disso, na maior parte dos casos, o processo de ocupação amplifica a

possibilidade da ocorrência de acidentes ambientais, haja vista as alterações que

desestabilizam ainda mais o terreno, cortes, desmatamento, instalação precária de

infraestrutura, entre outras.

A partir do estudo realizado, observa-se que os assentamentos informais apresentam

semelhanças quanto aos graves problemas socioambientais e à origem dos riscos de

vulnerabilidade que afetam as localidades. A ausência de ações do poder público compromete

diretamente a qualidade de vida dos seus ocupantes.

Para interferir diretamente nesse processo, sobretudo no nível local, procura-se

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identificar as possibilidades e espaços existentes, as dificuldades e limites da atual prática, e

as indicações de caminhos para se construir propostas articuladas de políticas de

desenvolvimento integrado e sustentável.

A produção desta pesquisa, quanto às condições dos assentamentos informais no

município, é um assunto de grande importância para a produção de políticas públicas. Têm

como objetivo, o adequado enfrentamento da questão habitacional local, e da correta tomada

de decisões, que visem o desenvolvimento da cidade em sua totalidade, tratando com

prioridade, as áreas excluídas e desatendidas pelo poder público. As dificuldades que cercam

o tema são inúmeras. Em especial, a inexistência de dados atualizados acerca das informações

necessárias para a elaboração de projetos eficazes, estão entre os desafios dos técnicos e

gestores públicos.

Nesta pesquisa destaca-se a importância do mapeamento e da caracterização das áreas

de assentamentos informais, como fonte de informação necessária para o desenvolvimento da

metodologia de avaliação proposta. Esta etapa do trabalho demonstra a necessidade de que o

poder municipal mantenha um sistema de informações atualizados acerca do território urbano.

Dos 51 assentamentos informais, apenas 16 foram classificados como aglomerados

subnormais e, portanto, objetos de avaliação referente ao grau de vulnerabilidade existente,

conforme recorte deste estudo. Nos outros 35 assentamentos, não houve informações

suficientes que permitiriam, caso desejado, uma análise e mensuração dos aspectos

necessários na determinação de vulnerabilidade local.

Uma visão mais abrangente dos aspectos que compõem a vida urbana torna a

percepção pelo poder público, mais completa e aprofundada do cenário real, e possibilita que

as prioridades na elaboração de políticas públicas, sejam orientadas na busca por eficácia,

eficiência e qualidade.

As políticas públicas são um processo dinâmico, com negociações, pressões,

mobilizações, alianças ou coalizões de interesses. Compreende a formação de uma agenda

que pode refletir ou não os interesses dos setores majoritários da população, a depender do

grau de mobilização da sociedade civil para se fazer ouvir e do grau de institucionalização de

mecanismos que viabilizem sua participação. É preciso entender composição de classe,

mecanismos internos de decisão dos diversos aparelhos, seus conflitos e alianças internas da

estrutura de poder, que não é monolítica ou impermeável às pressões sociais, já que nela se

refletem os conflitos da sociedade.

Na sociedade civil também há uma diversidade de interesses e de visões que precisa

ser debatida, confrontada, negociada, buscando-se um consenso mínimo. Essa formulação

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hoje se torna complexa devido à fragmentação das organizações, apesar de algumas

iniciativas de articulação em alguns setores. Alguns elementos de conteúdo e de processo na

estruturação das políticas públicas já estão claros, tais como: sustentabilidade,

democratização, eficácia, transparência, participação, qualidade de vida. Esses elementos

precisam ser traduzidos, contudo em parâmetros objetivos, para que possam nortear a

elaboração, implementação e avaliação das políticas propostas.

Analisar a vulnerabilidade socioambiental de aglomerados subnormais sob critérios

socioeconômicos, ambientais e de infraestrutura demonstra que a visão macroscópica da

dinâmica urbana, quer também tratar dos aspectos humanitários e ambientais, além da

observância apenas das condições físicas do espaço urbano. A pesquisa desenvolveu uma

metodologia a partir deste olhar, identificando elementos através de indicadores de qualidade

avaliando esses três critérios.

Entender as dinâmicas que levam à produção de espaços de desigualdades é

fundamental para a realização de análises sobre a vulnerabilidade socioambiental na cidade,

em seus diferentes níveis.

Os indicadores socioeconômicos, ambientais e de infraestruturas, mostraram-se

determinantes para apontar as áreas que apresentam contextos de maior fragilidade, ou seja,

não é possível explicar a existência da grande quantidade de áreas de risco ambiental no

município sem levar em consideração os condicionantes de ordem social e de infraestrutura.

As áreas em que os indicadores apresentam os piores resultados relacionam-se aos

aglomerados com maior vulnerabilidade às áreas de risco. Tal situação reflete a intensa

segregação socioambiental urbana verificada na cidade. Entende-se que a forma de ocupação

dos terrenos e de instalação de infraestrutura, bem como o padrão construtivo das moradias,

são fundamentais à compreensão da existência de significativo número de aglomerados

subnormais.

A determinação do grau de vulnerabilidade socioambiental do município de Itajaí,

através da metodologia desenvolvida durante o trabalho, é coerente com o que se observa nos

assentamentos avaliados. Áreas que demonstram ter grandes riscos de escorregamentos ou

alta suscetibilidade a alagamentos, apresentaram no resultado da avaliação na pesquisa, alto

grau de vulnerabilidade ambiental.

Por fim, observa-se que a maior contribuição deste estudo, está na possibilidade de

utilização do instrumento de avaliação proposto para mensuração do grau de vulnerabilidade

socioambiental de aglomerados subnormais, em outras cidades do território brasileiro.

Também, pode-se afirmar que este instrumento de avaliação pode ser aplicado por

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outras pessoas qualificadas, desde que tenham acesso às informações necessárias.

Reforça-se mais uma vez a necessidade do gerenciamento deste processo no município

em busca da redução das vulnerabilidades socioambientais específicas verificadas nos

aglomerados subnormais da cidade. A construção de indicadores constitui um passo

importante para a identificação, delimitação e mapeamento dos contextos vulneráveis,

contudo, o conhecimento do risco e da vulnerabilidade socioambiental constitui apenas uma

etapa.

Ações estruturais e não estruturais são extremamente necessárias. Certamente o déficit

habitacional do município não será resolvido a curto e nem médio a prazo. Mesmo com a

existência de vários programas de moradia popular em andamento, a demanda é imensa, de

difícil absorção. As soluções são caras e demoradas. Mas absolutamente essenciais. Medidas

de caráter paliativo fazem-se importantes, no sentido da comunicação do risco junto à

população, bem como no treinamento simples para a evacuação das áreas de risco a eventos

extremos de precipitação.

Por outro lado, é fundamental a retirada da população dos locais que apresentam alto

risco socioambiental, o que requer bastante planejamento, haja vista que é necessário

considerar os vínculos sociais, culturais e de trabalho que a população deslocada mantinha

com o lugar onde vivia.

Cada situação deve ser avaliada em toda sua particularidade. É primordial a busca por

soluções e a implementação de medidas que visem a solução de problemas antigos verificados

na cidade, que amplificam a vulnerabilidade socioambiental de grande parte de sua

população, esta que oferece cada vez menor capacidade de resposta diante de situações

adversas.

Este tema não se esgota na obtenção do grau de vulnerabilidade socioambiental que

aglomerados subnormais apresentam em uma determinada cidade. Outras pesquisas são

necessárias, para que se compreenda que o estudo do espaço urbano e das dinâmicas sociais e

intervenções ambientais se relacionam, de forma direta e ativa. A cidade é um organismo

vivo, mutável, cíclico e necessita de permanente atenção.

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