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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” AVALIAÇÃO E SEUS PROPÓSITOS NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM MARIA REGINA LUZ BARBOSA ORIENTADOR PROFESSOR MESTRE ROBSON MATERKO Rio de Janeiro novembro/2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

AVALIAÇÃO E SEUS PROPÓSITOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

MARIA REGINA LUZ BARBOSA

ORIENTADOR PROFESSOR MESTRE ROBSON MATERKO

Rio de Janeiro novembro/2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VOZ DO MESTRE”

Autora: Maria Regina Luz Barbosa

Monografia de conclusão do cur- so de Pós-graduação “Lato-Sensu”

Rio de Janeiro - RJ novembro/2001

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AGRADECIMENTOS

À Deus, em quem confio.

À minha irmã, Maria Carmina, que não mediu esforços para me proporcionar a oportunidade de aprimoramento e realização profissional.

Ao meu orientador Professor Mestre Robson Materko, pelo exemplo de profissional e competência e as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

À Memória da minha mãe Maria Serejo Luz.

Aos meus filhos: Mônica, Marta e Junior.

Aos meus netos: Stevan, Stephanie, Feli –

pe e Gabriel.

“Sonhar é acordar-se para dentro” Mário Quintana

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SUMÁRIO

RESUMO ....................................................................................................7

INTRODUÇÃO..............................................................................................8

CAPÍTULO I

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR .......................................... 10

1.1 – DEFININDO A AVALIAÇÃO ESCOLAR ..............................................10

1.2 - AVALIAÇÃO UM ATO SIGNIFICATIVO ..............................................13

1.3 - AS RELAÇÕES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ...........14

CAPÍTULO II

A AVALIAÇÃO E A NOVA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO .

2.1 – A AVALIAÇÃO SEGUNDO OS P.C.Ns ...............................................18

2.2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDO OS P.C.Ns ........................19

CAPÍTULO III

ESCOLA, ENSINO, AVALIAÇÃO

3.1 – O ENSINAR E O APRENDER: UM NOVO ENFOQUE .......................22

3.2 – AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR ...............................................23

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CAPÍTULO IV

VERIFICAÇÃO OU AVALIAÇÃO .........................................................................25

4.1 - INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO ..........................................................26

4.2 - QUALIDADE E VALIDADE DA AVALIAÇÃO .............................................28

4.3 - AVALIAÇÃO, PROCESSO DE CONSTRUÇÃO ..........................................30

CAPÍTULO V

POR UMA PRÁTICA DOCENTE CRÍTICA E CONSTRUTIVA .............................31

5.1 – AVALIAÇÃO: TERMÔMETRO DIDÁTICO ...................................................33

CONCLUSÃO .........................................................................................................34

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................35

ANEXOS .................................................................................................................36

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RESUMO

A finalidade da monografia é mostrar a avaliação como um instrumento

fundamental para auxiliar o educando em seu processo de competência e

crescimento para a autonomia. A metodologia utilizada é dedutiva com abordagem

descritiva e o tipo de pesquisa qualitativa.

Avaliar a aprendizagem implica estar disponível para acolher nossos

educandos no estado em que esteja para, a partir daí, poder auxiliá-los em sua

trajetória de vida. Para avaliarmos, necessitamos de cuidados com a teoria que

orienta nossas práticas educativas, assim como de cuidados específicos com os

atos de avaliar, os quais implicam em diagnosticar e renegociar permanentemente o

melhor caminho para o desenvolvimento, o melhor caminho para a vida.

A ação educativa, pressupõe objetivos a serem atingidos. Por isso, cabe

ao professor estabelecer metas para o seu trabalho docente. Como ensinar e

aprender são processos intimamente relacionados, à medida que o professor

propõe os objetivos de seu ensino, está também prevendo os objetivos a serem

alcançados pelos alunos como resultado da aprendizagem.

Há uma estreita relação entre a avaliação e a definição de objetivos, por

que avaliar é basicamente comprovar se os resultados desejados foram

alcançados, isto é, verificar até que ponto as metas previstas foram atingidas.

Mostrar o quanto a avaliação define o grau de aprendizagem do

educando, para a partir daí auxiliá-lo em sua trajetória de vida.

A avaliação da aprendizagem não implica aprovação ou reprovação do

educando, mas sim orientação permanente para seu desenvolvimento, tendo em

vista torna-se o que seu SER pede.

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INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido em torno de avaliação, não há dúvida de que o

assunto é da maior importância para as pessoas envolvidas no processo

educacional e que as dificuldades em avaliar, causam preocupações, em virtude da

complexidade que esta etapa do planejamento pedagógico apresenta.

A avaliação, em sentido amplo, é parte da vida diária: sem a orientação

de quaisquer procedimento formal, todos nós estamos continuamente fazendo

juízos avaliativos sobre toda a gama de atividade humana intencional.

A avaliação implica em acompanhamento de atividades para verificar até

que ponto os objetivos visados estão sendo atingidos e todo programa de

avaliação do rendimento escolar dos alunos deve ser orientado pelos objetivos

educacionais, definidos de forma bem clara, para que se saiba ao certo o que se

pretende alcançar.

Planejar a avaliação torna-se uma necessidade no contexto do processo

ensino-aprendizagem. O professor pode lançar mão de diferentes técnicas e

instrumentos, mas a testagem, através de provas elaboradas pelo professor,

continua sendo a mais utilizada, embora a construção de testes não seja uma tarefa

simples, nem fácil.

Os instrumentos não devem ser colocados de forma ameaçadora. A

liberdade de pensamento deve ser respeitada.

É preciso que haja dosagem de equilíbrio com relação ao que se deseja

avaliar.

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A avaliação é a etapa fundamental no processo ensino-aprendizagem.

Uma proposta pedagógica como um todo, incluindo a avaliação, deveria

ter como objetivo desenvolver a autonomia do aluno, fazendo com que este alcance

melhores resultados no processo de aprendizagem.

A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajustamento da

qualidade do objeto avaliado, fatos que implica uma tomada de posição e respeito

do mesmo para aceitá-la ou para transformá-la. A definição mais comum adequada,

encontrada nos manuais estipula que:

“ A avaliação é um julgamento de valores sob manifestações relevantes da realidade , tendo em vista uma tomada de decisões”. (Luckesi,1978)

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CAPÍTULO I

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR

A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho

docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino-

aprendizagem. Através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do

trabalho conjunto, dos professores e dos alunos, são comparados com os objetivos

propostos a fim de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho para as

correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do

trabalho escolar, tanto do professor como dos alunos.

A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a realização de

provas e atribuições de notas. A mensuração apenas proporciona dados que

devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre

funções pedagógicas didáticas, de diagnóstico e de controle às quais se recorre a

instrumentos de verificação do rendimento escolar.

1.1 DEFININDO A AVALIAÇÃO ESCOLAR

Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi,, “a avaliação é uma

apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo ensino-aprendizagem,

que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho.”

Os dados relevantes se referem às várias manifestações das situações

didáticas, nas quais o professor e os alunos estão empenhados em atingir os

objetivos do ensino.

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Nos diversos momentos do processo de ensino, são tarefas de

avaliação: a verificação, a qualificação e apreciação qualitativa.

Ü Verificação: coleta de dados sobre o aproveitamento do aluno, através

de provas, exercícios e tarefas ou meios auxiliares, como observação

de desempenho, entrevistas, etc.

Ü Qualificação: comprovação dos dados alcançados em relação aos

objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas ou conceitos.

Ü Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos resultados,

referindo-os a padrões de desempenho esperado

A avaliação escolar, de diagnóstico cumpre pelo menos três funções:

Pedagógica didática, de diagnóstico e de controle.

A função pedagógica didática se refere ao papel da avaliação no

cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Ao se

comprovar sistematicamente os resultados do processo ensino, evidencia-se ou

não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de preparação dos alunos

para enfrentarem as exigências da sociedade, de inserí-los no processo global de

transformação social e de propiciar meios culturais de participação ativa nas

diversas esferas da vida social. Ao mesmo tempo favorece uma atitude mais

responsável do aluno em relação ao estudo, assumindo-o como um dever social.

Cumprindo a sua função didática, a avaliação contribui para a

assimilação e fixação, pois a correção dos erros cometidos possibilita o

aproveitamento, a ampliação e o aprofundamento das capacidades cognitivas.

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A função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos

alunos e a situação do professor que, por sua vez, determinam modificações do

processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos. Na prática

escolar cotidiana, a função de diagnóstico é mais importante porque é a que

possibilita a avaliação do cumprimento da função pedagógica didática e a que dá

sentido pedagógico à função de controle. A avaliação diagnóstica ocorre no início,

durante e no final do desenvolvimento das aulas ou unidades didáticas.

A etapa inicial é de sondagem de conhecimentos e de experiências já

disponíveis, bem como de aprimoramento dos pré-requisitos para a seqüência da

unidade didática. Durante o processo de transmissão e assimilação é feito o

acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando os resultados, corrigindo

falhas, esclarecendo dúvidas, estimulando-os a continuarem trabalhando até

alcançarem resultados positivos. Ao mesmo tempo, essa avaliação fornece ao

professor informações sobre como ele está conduzindo o seu trabalho: andamento

da matéria, adequação de métodos e materiais, comunicação com os alunos, etc.

A função de controle se refere aos meios e à freqüência das verificações

e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das

situações didáticas. Há um controle sistemático e contínuo que ocorre no processo

de interação professor/alunos no decorrer das aulas, através de uma variedade de

atividades, que permite ao professor observar como os alunos estão conduzindo-se

na assimilação de conhecimento e habilidades e no desenvolvimento da

capacidade mental.

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Estas funções atuam de forma interdependente não podendo ser

consideradas isoladamente. A função pedagógico didática está referida aos

próprios objetivos do processo de ensino diretamente vinculado às funções de

diagnóstico e controle. A função diagnóstica se torna esvaziada se não for suprida

de dados e alimentada pelo acompanhamento do processo de ensino que ocorre na

função de controle. A função de controle, sem a função de diagnóstico, fica

restringida à simples tarefa de atribuições de notas e classificação.

1.2 AVALIAÇÃO UM ATO SIGNIFICATIVO

Atualmente, percebemos a escola como o objetivo de formar indivíduos

competentes para o mercado de trabalho.

Para alguns escritores a avaliação não pode ser um elemento estranho

ao processo de construção do conhecimento, mas um meio de fornecer

informações sobre a ação educativa do educador. Não deve ter como objetivo

verificar reproduções de informações e sim, oportunizar condições para que o

educando produza algo novo.

“É hora de abandonar a avaliação como elemento disciplinador e transforma-la em

instrumento para a criação de algo novo, u- tilizando esse antigo acessório pedagógico como forma de aprofundar conhecimentos”. (Hoffman, 1991, p.32) Os educadores também têm a responsabilidade de sempre se auto-

avaliar e permitir que sejam avaliados.

Luckesi apresenta a avaliação como “ver, julgar e agir” e assim define:

“A avaliação é um juízo de valor, (é a a - firmação qualitativa sobre um determinado objetivo) realizada a partir de critério prestati-

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vo com base em camada relutante da reali - dade que conduz um tomada de decisão ( servindo de base para o planejamento ). ” (Luckesi,1986 p.37) A avaliação deixa de ser uma arma do professor contra o aluno, como

poder arbitrário de classificação, para ser uma análise do que foi realizado e do que

falta realizar.

Para que se diferencie uma nova prática avaliativa, geradora de novas

aprendizagens, é preciso estabelecer uma relação afetiva, no sentido do processo,

do crescimento do aluno. O pensar/avaliar é decorrente do pensar/compreender.

Essa prática mediadora é que deve assumir um professor dentro das atuais

exigências do processo educacional.

1.3 AS RELAÇÕES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

As ações exercidas pelo professor, bem como as ações exercidas pelos

alunos, são determinadas pela relação ensino-aprendizagem, como um processo

interativo.

A interação é a ação que exercem constantemente, uns sobre os outros.

Em cada contato que o indivíduo tem com os demais, comunica suas idéias,

sentimentos, valores, maneira de ser, sob a forma de influência sobre seu eu. Há

portanto uma troca produtiva de mensagens entre um e outro.

A interação entre quem ensina e quem aprende é uma realidade, que faz

com que, o comportamento de um sirva de estímulo ao comportamento do outro.

Essa interação entre professor e aluno, na sala de aula, se dá exatamente como

uma conseqüência do procedimento planejado pelo professor e que proporciona a

realização das modificações pretendidas no comportamento do aluno.

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A aprendizagem é um processo dinâmico e, como tal, a atividade de

quem aprende é essencial. Os procedimentos de ensino devem incluir atividades

que possibilitem as ocorrências da aprendizagem.

“É evidente que não se trata apenas de atividade externa física, mas também da atividade interna, mental e emocional, porque a aprendizagem é um processo que envolve a participação total e global do indivíduo, em seus aspectos físicos intelectuais, emocionais e sociais.”

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CAPÍTULO II

A AVALIAÇÃO E A NOVA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

À medida em que as escolas buscam adequar seus sistemas de

ensino as regras da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, surgem

várias inquietações e dúvidas dos educadores, principalmente no que se refere a

avaliação.

A Nova Lei de Diretrizes e Bases em pouco altera o texto da Lei 5692/71

no que se refere a avaliação. A Lei anterior dentre outros aspectos, já se referia a

uma avaliação formativa e à prevalência dos aspectos qualitativos sobre os

aspectos quantitativos, e a análise do desempenho global do estudante através do

acompanhamento contínuo, aspectos esses que parecem surpreender algumas

escolas. O fato em dúvida, é que se a nova Lei de Diretrizes e Bases causa

inquietação em relação à avaliação devido ao seu caráter de acompanhamento

contínuo, é porque tais pressupostos nunca foram compreendidos ou seguidos pela

grande maioria dos professores, desde a antiga Lei. O que há de novo nos termos

de avaliação na nova Lei de Diretrizes e Bases, é a atual exigência que a Lei impõe

aos sistemas públicos e particulares de ensino de efetivarem um processo

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avaliativo contínuo e qualitativo, em escolas e universidades diante dos índices

assustadores de evasão e reprovação e denúncias de decisões arbitrárias e ilógicas

na avaliação de estudantes em todos os níveis.

O processo avaliativo não pode se dar por etapas, mas continuamente ...

Um processo avaliativo medidor, é por sua natureza, preventivo, no sentido de uma

atenção constante às dificuldades apresentadas pelos alunos; é cumulativo, no

sentido que os dados qualitativos e quantitativos se completam, permitindo uma

análise global do aprendizado do aluno.

Segundo os P.C.Ns., “a avaliação é hoje compreendida pelos educadores como elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino, que envolve múltiplos aspectos:

• ajuste e orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma;

• obtenção da informação dos objetivos que foram atingidos;

• obtenção de informação sobre o que foi aprendido e como foi;

• reflexão contínua para o professor sobre a sua prática educativa;

• tomada de consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades.”

De acordo com a L.D.B., “a avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo”. (P.C.N, 1998, página 97,98).

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A avaliação é para o aluno, o instrumento de tomada de consciência de

suas conquistas, dificuldades e possibilidades para a reorganização de seu

investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades e

localizar quais os aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.

O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e

aprendizagem na escola inclui, necessariamente, uma avaliação inicial, para o

planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho.

Com a avaliação qualitativa, cumulativa, o professor pode fazer uma

auto-análise a respeito da matéria que foi aplicada e certificar-se até que ponto

conseguiu atingir todos os seus objetivos. Poderá também ver até que ponto vai a

dificuldade de cada aluno no desenvolvimento da matéria. A avaliação contínua

oferece ao aluno maior oportunidade de aprendizagem despertando no mesmo

interesse de participar, de ser ativo no processo de aprendizagem, deixando-o

estimulado a assistir as aulas.

2.1 A AVALIAÇÃO SEGUNDO OS P.C.Ns.

O que os P.C.Ns propõem é a mudança na avaliação, e que o processo

avaliativo tradicional seja abolido por completo. O professor terá que ser criativo e

saber qual o método utilizado para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e

despertar no aluno o interesse. Nos P.C.Ns. a concepção de avaliação é chamada

de tridimensional: como uma dimensão subsidiária fornece ao professor elementos

que são indispensáveis para a reflexão de sua prática; como orientadora, ela

orienta e reorienta o processo de ensino; como conscientizadora, leva o aluno a

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conscientização de suas conquistas, dificuldades e possibilidades de reorganização

de seus investimentos na tarefa de aprender.

Os P.C.Ns. propõem também momentos e orientação para avaliação. Os

momentos são divididos em: avaliação inicial, onde no início do ano letivo o

professor avalia para assim adequar o seu planejamento às características dos

seus alunos, levando em consideração os conhecimentos prévios; é para o aluno

tomar consciência sobre um conjunto de conhecimentos.

A avaliação final é subsidiada pela avaliação contínua; o professor

recolhe todas as informações, sobre o que o aluno aprendeu ao acompanhá-lo

sistematicamente. Esses momentos de formalização da avaliação são importantes

por se constituírem em boas situações para que os alunos formalizem o que foi e o

que não foi aprendido.

Segundo os P.C.Ns., “para se obterem informações entre os processos de aprendizagem é necessário considerar a importância de uma diversidade de instrumentos e situações, para possibilitar de um lado avaliar as diferentes capacidades e conteúdos curriculares em jogo, e por outro lado, constatar os dados obtidos e observar a transferência das aprendizagens em contextos diferentes.” (Os P.C.Ns., 1998 páginas 97,98)

É fundamental a utilização de diferentes linguagens como a verbal, oral, a

escrita, a gráfica, a numérica, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos

alunos. Por exemplo, muitas vezes o aluno não domina a escrita suficientemente

para expor o raciocínio mais complexo sobre como compreende um fato histórico,

mas pode fazê-lo perfeitamente bem em uma situação de intercâmbio oral como em

diálogo, entrevistas ou debates.

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2.2 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO SEGUNDO OS P.C.Ns.

Os critérios de avaliação são indicativos do tipo e do grau de

aprendizagem que se espera que os alunos possam realizar. Nesse sentido é que

eles tanto orientam o ensino, como aprendizagem e a avaliação, porque se tornam

critérios reais para esta última, principalmente quando são estabelecidos a partir da

avaliação inicial.

Segundo os P.C.Ns., o professor realizará a avaliação por meio de:

• Observação Sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas de controle, diário de classes e outros;

• Análise das produções dos alunos: a considerar a variedade de produções realizadas pelos alunos para que possam ter um quadro real, as aprendizagens conquistadas;

• Atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter objetividade ao expor sobre um tema, ao responder um questionário.” (P.C.Ns., 1998, páginas 97,98 e 99)

A avaliação, apesar da responsabilidade do professor, não deve ser

considerada função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos em determinados

momentos, é uma condição didática necessária para que construam instrumentos

de auto-regulamentação para as diferentes aprendizagens. A auto-avaliação é um

pré-requisito onde o aluno testa suas capacidades e dificuldades permitindo-lhe um

acesso seguro para um processo avaliativo. Tão importante quanto “o que” e

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“como” avaliar, são as decisões pedagógicas decorrentes dos resultados da

avaliação; elas orientam a reorganização da prática educativa do professor no seu

dia-a-dia e ações como o acompanhamento individualizado feito pelo professor fora

da classe, a constituição de grupos de apoio, as lições extras, dentre outras que

cada escola pode criar.

Os P.C.Ns. recomendam que sejam considerados os critérios de

avaliação utilizados, os aspectos de sociabilidade e de ordem emocional, para que

a decisão seja a melhor possível, tendo em vista a continuidade da escolaridade

sem fracassos.

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CAPÍTULO III

ESCOLA, ENSINO, AVALIAÇÃO

Historicamente, sabe-se que a escola foi criada com o objetivo de ser um

espaço lúdico para jovens e as crianças. Toda sua prática pedagógica deveria

então, ser fundamentada com essa idéia central.

Atualmente é vista com o objetivo de formar seres competentes para o

mercado de trabalho.

É preciso redefinir o papel da escola enquanto local onde se pretende

trabalhar com educação. Entrar em sintonia com o educando de hoje e sua

realidade é um dos seus grandes desafios. Comungar e desafiá-los a construção de

algo ainda maior que o conhecimento, sua maior utopia.

À escola cabe compreender enfim, o sentido de avaliar e que cada

educando é um ser individual, com estrutura de raciocínio diferentes. Só assim

pode-se assumir a avaliação como um ato construtivo e consequentemente a

escola, como palco dessa construção.

Essa construção se dá com a mediação do professor, mas numa ação do

aluno que estabelece a relação entre suas concepções prévias e o objeto de

conhecimento proposto pela escola. Assim, fica claro que a construção do

conhecimento é um processo interior do sujeito da aprendizagem.

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3.1 O ENSINAR E O APRENDER: UM NOVO ENFOQUE

O ensinar já foi concebido como um mero transmitir de conhecimento já

pronto, conjunto verdade a ser recebido, gravado e devolvido na hora da prova.

Nessa visão de ensino, o aprender tem sido visto como gravar informações

transcrita para um caderno e devolvê-las da forma mais fiel possível ao professor

na hora da prova.

Na visão tradicional, a avaliação da aprendizagem é vista como um

processo “toma-lá, dá-cá”, em que o aluno deve devolver ao professor o que ele

recebeu, exatamente como recebeu. Não cabe interpretação nem criatividade.

A relação professor-aluno, é identificada como uma forma de dominação,

de autoritarismo, de submissão.

A perspectiva construtivista, proporciona uma nova relação entre

professor, o aluno e o conhecimento. Parte-se do princípio de que o aluno não é um

mero acumulador de informações, mas é o construtor do seu próprio conhecimento.

Cabe ao professor o papel catalisador do processo de aprendizagem. Catalisar e

medir são palavras que indicam o novo papel do professor um processo de

interação.

A avaliação é um meio de fornecer informações sobre o processo, tanto

para que o professor conheça os resultados de sua ação pedagógica como para o

aluno verificar seu desempenho. O aluno deve saber o que está acontecendo, que

ele está sendo avaliado a todo momento e que esta avaliação abrange desde a

assimilação do conhecimento cognitivo, a atitudes frente ao conhecimento, aos

colegas e ao professor.

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3.2 AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR

Precisamos transformar o discurso avaliativo em mensagem que faça

sentido, tanto para quem a emite quanto para aquele que a recebe. A prática da

avaliação deve sempre fornecer ao aluno informações que ele possa compreender

e que lhe sejam úteis. Precisamos entender que a avaliação pode e deve alimentar,

constantemente, o diálogo entre o aluno e o professor, permitindo a ambos, numa

relação dialética, informações sobre fazeres e aprendizagem cada vez mais

significativas para ambos.

O professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno

memorizou e usa a nota somente como instrumento de controle.

O professor deve ter presente que ele é apenas o organizador da

aprendizagem, e para isso é indispensável que haja uma relação interpessoal

harmoniosa entre sua pessoa e o educando. O ensino é a implementação das

interações interpessoais que facilitam a aprendizagem.

A avaliação, quer seja feita através de testes ou provas ou por ambos,

deve realizar-se numa atmosfera que permita o crescimento do aluno e não a

criação de bloqueios. A própria limitação será melhor constatada quando a estrutura

e a organização da aprendizagem forem feitas num ambiente completamente livre

de ameaça.

Os testes e provas devem se constituir por elementos que confirmem os

objetivos do aluno, e se ele aprendeu o que ele queria aprender. Uma pessoa

aprende significativamente aquelas coisas que ela percebe e estão envolvidas na

conservação, na intensificação e na estrutura do eu.

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CAPÍTULO IV

VERIFICAÇÃO OU AVALIAÇÃO

A avaliação da aprendizagem adquire seu sentido na medida em que se

articula com um projeto pedagógico e com seu conseqüente projeto de ensino.

A verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem no início,

durante e no final das unidades didáticas, visam sempre diagnosticar e superar

dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos

estudos. O processo de avaliação inclui instrumentos e procedimentos

diversificados. Assume várias formas, umas mais sistemáticas, outras menos, umas

formais, outras mais informais. As diversas situações descritas, são momentos de

avaliação nos quais não há necessidade de se aplicar provas e dar nota.

Na prática da aferição do aproveitamento escolar, os professores,

basicamente, usam três procedimentos sucessivos:

• medida de aproveitamento escolar;

• transformação da medida em nota ou conceito;

• utilização dos resultados identificados.

Em nossa prática escolar, os resultados da aprendizagem são obtidos,

de início, pela medida, variando a especificidade e a qualidade dos mecanismos e

Page 26: AVALIAÇÃO E SEUS PROPÓSITOS NO PROCESSO ... REGINA LUZ BARBOSA.pdfAtravés dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto, dos professores e dos alunos,

dos instrumentos utilizados para obtê-la. Medida é uma forma de comparar

grandezas, tomando uma como padrão e outra como objeto a ser medido, tendo

como resultado a quantidade de vezes que a medida padrão cabe dentro do objeto.

4.1 INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO

Uma das funções da avaliação é determinar o quanto e em que nível de

qualidade estão sendo atingidos os objetivos, para isso são necessários

instrumentos e procedimentos de verificação adequados. Todavia, no início de uma

atividade didática, deve-se fazer uma sondagem das condições prévias dos alunos,

por meio de revisão da matéria anterior, correção das tarefas de casa, testes

rápidos, breves dissertações, discussão dirigida, conversação didática, etc. Durante

o desenvolvimento da unidade acompanha-se o rendimento dos alunos por meio de

exercícios, estudo dirigido, trabalho em grupo, observação do comportamento,

conversas informais, recordação da matéria, e fazem-se verificações formais por

meio de provas dissertativas, provas de questões objetivas, argüição oral. No final

da unidade didática ou do bimestre são aplicadas provas de aproveitamento.

Os instrumentos mais comuns de verificação de rendimento escolar por

meio de provas escritas dissertativas, de questões objetivas ou práticas são de

caráter mais formal.

Os procedimentos que visam o acompanhamento dos alunos nas várias

situações diárias, como a observação e a entrevista, são de caráter menos formal,

embora de grande valor na compreensão e apreensão da real aprendizagem do

aluno.

• PROVA ESCRITA DISSERTATIVA

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Compõe-se de um conjunto de questões ou temas que devem ser

respondidas pelos alunos com suas próprias palavras. A questão deve ser

formulada com clareza, mencionando uma habilidade mental que se deseja que o

aluno demonstre.

• PROVA ESCRITA DE QUESTÕES OBJETIVAS

Ao invés de respostas abertas, pede-se que o aluno escolha uma

resposta entre alternativas possíveis de respostas.

• QUESTÕES CERTO-ERRADO ( C OU E )

O aluno escolhe a resposta entre duas ou mais alternativas. Cada item é

uma afirmação que pode estar certa ou errada.

• QUESTÕES DE LACUNAS ( PARA COMPLETAR)

Compostas por frases incompletas, deixando um espaço em branco

(lacuna) para ser preenchido com uma só resposta certa. As questões podem

apresentar mais de um espaço em branco, no meio ou no final da afirmação.

• QUESTÕES DE CORRESPONDÊNCIA

São elaboradas fazendo-se duas listas de termos ou frases. Na coluna

da esquerda (A) são colocados conceitos, nomes próprios ou frases, cada um com

sua numeração. Na coluna da direita (B) colocam-se respostas fora da ordem, para

que o aluno numere a resposta correspondente à numeração da coluna (A). A

questão normalmente é redigida assim: “Numere a coluna (B) de acordo com o que

pede a coluna A”.

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• QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

São compostas de uma pergunta, seguida de várias alternativas de

respostas. Há três tipos: apenas uma alternativa é correta; a resposta correta é a

mais completa (nesse caso algumas alternativas são parcialmente corretas); há

mais de uma alternativa correta.

• QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO

São perguntas feitas com base num trecho escrito ou numa frase.

• QUESTÃO DE ORDENAÇÃO

A questão apresenta uma série de dados fora da ordem e o aluno deve

ordená-lo na seqüência correta.

É importante que o professor seja competente na elaboração dos

instrumentos, que meçam com confiança e validade todos os objetivos que visa

alcançar.

4.2 QUALIDADE E VALIDADE DA AVALIAÇÃO

A tendência atual é a avaliação naturalística, muito parecida pela

“dispensa de instrumentos”. Essa modalidade de avaliação, conta apenas com um

instrumento – o ser humano – o homem que em contato direto com a realidade,

observa-se, interrelaciona-se, inúmeras qualidades são atribuídas a este

instrumento, entre os quais:

• possibilidade de visão do todo;

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• possibilidade do fato ser observado no próprio contexto;

• respeito à cultura do observado.

Porém, para que a validade não seja comprometida, cabe indagar a

respeito da fidedignidade desse instrumento em relação à habilidade de observar,

de categorizar, de interpretar dados de várias formas – verbal, não verbal,

contextual e social.

Se de um lado há a vantagem de o instrumento humano poder levantar

dados da observação das vidas dos observados em próprio local, em sua própria

linguagem e poder recriar a realidade de outro lado, há a desvantagem da

possibilidade das características e formação do observador/avaliador interferirem na

compreensão e interpretação dos fatos.

Esses instrumentos – o instrumento humano – também precisa ser

preparado. Muitas características pessoais e situacionais lhe são requeridas, tais

como:

• empatia;

• possibilidade para captar respostas não verbais;

• sensibilidade para captar respostas verbais;

• conhecimento profundo da linguagem local para interpretações corretas;

• maneira organizada de examinar documentos;

• consciência dos seus preconceitos, para se evitar o pré-julgamento.

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Esse instrumento, é capaz de levantar dados mais significativos

clássicos, se devidamente preparado, precisa portanto, ser trabalhado

no sentido de seu desenvolvimento constante e conseqüente

aperfeiçoamento.

4.3 AVALIAÇÃO, PROCESSO DE CONSTRUÇÃO

A avaliação deve ser um instrumento para a reorganização, um momento

em que o educador e o educando possam trocar idéias, reorganizando-as, como

mediação entre o processo de construção e o conhecimento construído.

É preciso construir um “jeito de avaliar” que traga novas e mais amplas

possibilidades de fazer da avaliação um instrumento de apoio para o educando,

para que seja realizada com o objetivo de planejar oportunidades de construção.

Que a avaliação possibilite trocas interativas, atos de ajuda e não de cobranças.

É fundamental que haja objetivos claros, para que, com os resultados da

avaliação, o educador possa provocar novas descobertas e organizar uma série de

situações favoráveis à construção do conhecimento, por parte de seus educandos,

visando sempre a produzir espaços para a ação coletiva, para o debate, para

estudos organizados e não dirigidos.

O educador não pode só se preocupar em avaliar informações

correspondentes ao nível para qual leciona, mas comprometer-se como educador

co-responsável pelo alicerce para futuras construções.

Tendo uma visão clara de que a avaliação é um ato real e significativo e

parte do processo ensino-aprendizagem, cabe dizer que hoje ela necessita de algo

mais: ser resignificada.

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CAPÍTULO V

POR UMA PRÁTICA DOCENTE CRÍTICA E CONSTRUTIVA

A avaliação deve ser mostrada por uma estrutura simples e clara, para

que todos dela participem.

A avaliação no seu entendimento consiste em considerar a relação

mútua entre os aspectos quantitativos e qualitativos. Cabe à escola propiciar

experiências, trocas que permitam ao educando atingir a capacidade cada vez mais

elaborada, de conhecer e atuar no mundo físico e social. O mais importante é

promover, pela avaliação, questões que levem à formação da cidadania para um

mundo novo, para um novo tempo no qual, por certo valores como o conhecimento,

a competitividade, a solidariedade terão que estar juntos, a todo momento, no dia-a-

dia, pois uma das dificuldades que os professores encontram no processo ensino-

aprendizagem é determinar os métodos de avaliação mais eficazes para obter

resultados que retratem não somente o desempenho do aluno, mas também o

estimulem a estudar. A motivação faz com que o aluno comece a aprender e a

superar suas deficiências nas disciplinas.

A avaliação deve ser um processo amplo, no qual se investiga, de modo

contínuo e permanente, tanto as ações do professor como o caminho percorrido

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pelo educando na construção do próprio conhecimento, possibilitando uma ação

inteligente.

Uma avaliação significativa e participativa permite que esses assumam

controle sobre o processo. Nada acontece isoladamente. Numa avaliação corrente,

o educando deve conhecer os critérios utilizados pelo educador, para que possa

solicitar ajuda naquilo que realmente ainda não conseguiu construir.

É importante que a avaliação seja um processo da escola, um

compromisso de todos, não só do educador em sala de aula.

O educador, enquanto agente integrando o coletivo dos educadores na

escola, tem papel fundamental na política avaliativa. Ele não pode ser um

repassador de comando predeterminados, pois como agente de educação é

responsável pela totalidade do processo.

As avaliações são pertinentes, sempre que o professor propuser novos

conteúdos ou novas seqüências de situações didáticas. É preciso que o educador

tenha clareza dos conteúdos e do grau de expectativa de aprendizagem para não

ferir os alunos.

Ao avaliarmos a aprendizagem, deve-se avaliar o ensino oferecido, pois

se não há aprendizagem esperada, significa que o ensino não cumpriu com sua

finalidade: o de fazer aprender.

O ensino ministrado pelo professor é conseqüência da sua formação, das

condições de trabalho oferecidas pela escola, bem como os seus valores,

princípios, que refletem uma concepção de sociedade, educação e ensino.

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A avaliação das condições de trabalho do professor, implica na avaliação da escola

e consequentemente em seu corpo técnico-administrativo. Vê-se, pois, que a

avaliação da aprendizagem deve ser considerada como parte de um processo mais

abrangente, a ser desenvolvido na escola, por diversos agentes e setores.

5.1 AVALIAÇÃO TERMÔMETRO DIDÁTICO

Os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os hábitos, bem como a

maneira de ser do professor, indicam as crenças e propósitos em relação ao papel

social e profissional, diante dos educandos.

O processo de avaliação é, todo ele, fundamentalmente informador,

qualquer que seja o momento de sua aplicação.

Para os professores, a avaliação da aprendizagem é o momento em que

toma conhecimento dos resultados de sua ação pedagógica e para o aluno, a

verificação do seu desempenho.

A verdadeira avaliação, em seu sentido mais amplo, é mais qualitativa de

que quantitativa, caracterizando-se por um aspecto global em que o aluno é

observado não apenas com referência à aquisição de conhecimentos, mas em seu

crescimento multidirecional, considerando-se as capacidades de observação,

reflexão, criação, julgamento, comunicação, convívio, cooperação, decisão e ação,

encaradas como objetivo geral do processo educativo.

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CONCLUSÃO

Neste novo milênio, onde a sociedade passa por transformações rápidas,

é necessário que a escola reestude sobre a avaliação, mas que não a tenha como

um processo isolado e independente do processo educacional. É necessário que se

defina um projeto político pedagógico e que seja utilizado instrumentos para avaliar

a prática, que tenham valor que contribuem para a construção da sociedade que se

quer.

Deve-se partir de uma ação coletiva e cooperativa para que, juntos,

possamos levantar questões com o objetivo de construir um significado para a

nossa prática.

O papel do professor, nesse processo, é analisar com o aluno os

objetivos, as atividades propostas e os resultados obtidos, procurando estabelecer

relações que vão estimulando a participação de todos.

Para avaliarmos, necessitamos de cuidados com a teoria que orienta

nossas práticas educativas, assim como de cuidados específicos com os atos de

avaliar, os quais implicam em diagnosticar e renegociar permanentemente o melhor

caminho para o desenvolvimento, o melhor caminho para a vida.

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A avaliação da aprendizagem não implica aprovação ou reprovação do

educando, mas sim, orientação permanente para seu desenvolvimento, tendo em

vista torna-se o que seu SER pede.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. São Paulo: Cortez, 1988.

ESTEVES, O.P. Testes, Medida e Avaliação. Rio de Janeiro: Arte e Indústria, 1977.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação e Desafio – uma perspectiva construtiva. Porto

Alegre: Educação e Realidade, 1993.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994

RESENDE, Carlos Alberto. Didática em Perspectiva. Brasília: Tropical e Editora

Ltda, 1999.

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