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Saldo da cooperação com o Governo até agora é positivo PS: Tomada de posse da Comissão Política Concelhia DESTAQUE Pág. 3 PSD: Eleita Comissão Política do Núcleo de Alfena DESTAQUE Pág. 3 ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO Bugiadas são oficialmente património imaterial de interesse municipal DESTAQUE Pág. 7 Entrevista com percussionista Marcelo Aires MÚSICA MÚSICA MÚSICA MÚSICA MÚSICA Pág.s 10 e 11 Pág.s 10 e 11 Pág.s 10 e 11 Pág.s 10 e 11 Pág.s 10 e 11 AL HENNA AL HENNA AL HENNA AL HENNA AL HENNA em defesa em defesa em defesa em defesa em defesa do património do património do património do património do património de Alfena de Alfena de Alfena de Alfena de Alfena P P P A A A TRIMÓNIO TRIMÓNIO TRIMÓNIO TRIMÓNIO TRIMÓNIO Pág. 13 Pág. 13 Pág. 13 Pág. 13 Pág. 13 ERMESINDE N.º 894 ANO LII/LIV 30 de junho de 2012 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE “A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/ FUTEBOL CAMADAS JOVENS Entrevista ao responsável da Escola- -Academia Sporting- -Alfena DESPORTO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE Henrique Queirós Rodrigues, líder e ros- to do Centro Social de Ermesinde, traça nesta entrevista o seu•ideário e o seu programa de intervenção social à frente da instituição que vem dirigindo, os cons- trangimentos e planos desta, e o balanço das relações com o Governo de Passos Coelho até ao momento. Pág.s 4, 5 e 6 Saldo da cooperação com o Governo até agora é positivo FOTO URSULA ZANGGER

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Jornal "A Voz de Ermesinde" n.º 894, de 30 de junho de 2012

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 1

Saldo dacooperação

com o Governoaté agoraé positivo

PS: Tomadade posseda ComissãoPolíticaConcelhia

DESTAQUEPág. 3

PSD: EleitaComissãoPolíticado Núcleode Alfena

DESTAQUEPág. 3

ASSEMBLEIAMUNICIPAL DE VALONGOBugiadassão oficialmentepatrimónioimaterialde interessemunicipal

DESTAQUEPág. 7

Entrevista compercussionistaMarcelo Aires

MÚSICA MÚSICA MÚSICA MÚSICA MÚSICAPág.s 10 e 11Pág.s 10 e 11Pág.s 10 e 11Pág.s 10 e 11Pág.s 10 e 11

AL HENNAAL HENNAAL HENNAAL HENNAAL HENNAem defesaem defesaem defesaem defesaem defesado patrimóniodo patrimóniodo patrimóniodo patrimóniodo patrimóniode Alfenade Alfenade Alfenade Alfenade Alfena

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ERMESINDEN.º 894 • ANO LII/LIV 30 de junho de 2012 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected]

A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS M E N S Á R I O

TAXA PAGAPORTUGAL

4440 VALONGO

DESTAQUE“A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/

FUTEBOLCAMADAS JOVENS

Entrevistaao responsávelda Escola--AcademiaSporting--Alfena

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Henrique Queirós Rodrigues, líder e ros-to do Centro Social de Ermesinde, traçanesta entrevista o seu•ideário e o seuprograma de intervenção social à frenteda instituição que vem dirigindo, os cons-trangimentos e planos desta, e o balançodas relações com o Governo de PassosCoelho até ao momento. Pág.s 4, 5 e 6

Saldo dacooperação

com o Governoaté agoraé positivo

FOTO URSULA ZANGGER

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2 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Destaque

Nos últimos tempos a comunicação social tem dado eco aalgumas manifestações de descontentamento do povo portugu-ês, para alguns não passam de casos esporádicos e pontuaisencabeçadas por partidos políticos de esquerda, porque no seuentender o povo compreende todos estes constrangimentos eestá disposto a apoiar o atual Governo, bem comportado a fazertudo o que a troika exige e até mais se for necessário…

Penso que alguns quiseram dar o benefício da dúvida a esteGoverno mantendo-se equidistantes da crítica e do mal estarem crescendo que nos rodeia, mas hoje começam a sentir-sedesconfortáveis com tanta injustiça, tanto desemprego, tantapobreza e, sobretudo, sem esperança.

Os governantes continuam aacreditar na “paciência” dos por-tugueses, mas sempre ouvi dizerque a paciência tem limites…

Sem uma estratégia visível eexplícita ninguém acredita emnada.

A maioria da populaçãoportuguesa vive aparentemen-te acomodada, sem perspe-tivas de futuro, perdeu a alegriae a força para lutar.

Mas o povo não é parvo emerece mais respeito por partede quem o governa sem diálo-go nem explicações. Austerida-de sobre austeridade em tudo éapresentada como sendo a me-lhor e a única solução para osproblemas. Privatizações anunciadas depois de serem negoci-adas, quem lucra com isso, para quem vai o dinheiro?

Na sua maioria para pagar juros e mais juros e o país cadavez mais pobre.

Aproxima-se a época em que a maioria dos portuguesescostumam ir de férias, nomeadamente uma classe média queconquistou nas ultimas décadas o direito a um subsídio quelhes permitia um descanso merecido, uma escapadela para apraia ou para o campo, um recarregar de baterias que os aju-dava a regressar ao trabalho com mais ânimo e força. A maio-

FERNANDA LAGEDIRETORA

Será Portugalum país de resignados?

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ria da população vai ficar em casa ou desloca-se para casas defamiliares ou amigos. Os que ainda podem vão optar por situa-ções mais económicas e resta, como é óbvio, um grupo quemantém o seu estatuto e vai passar férias sem restrições e es-colhidas no estrangeiro ou no país.

No fim do verão cá estaremos, uns mais descansados, ou-tros mais desiludidos, mas resignados não.

Como em tudo na vida acredito que é sempre possível inver-ter caminhos, corrigir rotas, analisar, reequilibrar e rejeitar o quetiver de ser rejeitado.

Vivemos muitos anos convencidos que tínhamos encontradoum caminho que nos conduzia à felicidade e ao bem estar de

uma forma simples, vivendo aci-ma das posses da maioria daspessoas e dos Estados, em be-nefício de uma minoria. E é essamesma minoria que hoje nos cul-pa por isso.

Como dizia D. Manuel Poli-carpo, «é preciso que os lídereseuropeus mantenham a dignida-de da pessoa humana no cen-tro e na resposta à crise».

Acredito que hoje «o ho-mem caminha para um hori-zonte que se evapora à medi-da que ele julga estar mais pró-ximo, cada solução trazendonovos dilemas. De todas as ve-zes, a felicidade tem de serreinventada e ninguém possui

as chaves que abrem as portas da terra prometida: temosque decidir o rumo à medida que avançamos e rectificar atrajectória passo a passo, com mais ou menos sucesso.Lutamos por uma sociedade e uma vida melhores, procu-ramos incansavelmente os caminhos da felicidade, masnada garante que alcançaremos aquilo que nos é mais pre-cioso: a alegria de viver». (1)

(1) Lipovetsky, Gilles. “A Felicidade Paradoxal – Ensaio sobre a Sociedade

do Hiperconsumo”, pág. 317.

FOTO CERC

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 3Destaque

Tomou posse a Comissão Política Concelhiado Partido Socialista de Valongo

Em cerimónia que decor-reu no Auditório da Junta deFreguesia de Ermesinde, nopassado dia 26 de junho, ena presença do seu presi-dente, José Manuel Ribeiro,e do recém-eleito presidenteda Comissão Política Distritaldo Porto, José Luís Carnei-ro, tomou posse a ComissãoPolítica Concelhia do PartidoSocialista de Valongo.

LC

José Manuel Ribeiro, oreconduzido presidente da Co-missão Política Concelhia doPS/Valongo dirigiu os trabalhosdo ato da tomada de posse, cha-mando um a um por ordem deeleição, os novos membros daComissão Política Concelhia:começou, pois, por si mesmo,para assinar a tomada de possee chamou depois à mesa do pal-co, sucessivamente AfonsoLobão, Alfredo Sousa, CatarinaLobo, etc., que foram tomandoposse, exceção feita a AfonsoLobão, ausente da cerimónia, omesmo ocorrendo, aliás, comCândida Bessa e Ilídio Lobão,elementos muito próximos docandidato derrotado. Dos no-mes mais destacados da lista deAfonso Lobão estava presenteEsmeralda Carvalho, que tomouposse. Na mesma lista, o atual

presidente da Mesa da Assem-bleia de Freguesia de Ermesinde,Raul Santos, foi outro dos quetomaram posse.

Mas as palavras de JoséManuel Ribeiro foram todas nosentido da unidade do partido,agradecendo mesmo «aos cama-radas que deram corpo a um pro-jeto alternativo, e em particularao camarada Afonso Lobão, queliderou essa lista alternativa».

O presidente da Concelhiasocialista felicitou depois JoséLuís Carneiro, e declarou esperardeste que ele volte a recuperarpara o PS o lugar de força políticamais influente do distrito.

O caderno de encargos danova Comissão Política, apontouJosé Manuel Ribeiro, é construir,sob a direção do PS, uma forçaaberta a outras componentes daesquerda, de acordo com um diá-logo metropolitano, municipal eem cada freguesia, no sentido de

derrotar as forças de direita.E, de novo, numa perspe-

tiva de unidade, saudou, parti-cularmente, em nome de todosos líderes de Secção, o tambémrecém-eleito Filipe Santos, elei-to por uma lista alinhada comas posições de Afonso Lobão.

O PS/Valongo não teráqualquer tolerância para a faltade capacidade política do PSD,os munícipes estão cansados denotícias de má gestão.

«A Câmara não tem meiosde dar a mão a quem mais pre-cisa, o que é uma evidência dofalhanço do projeto do PSD».

O presidente do PS/Valon-go apontou depois não só aimportância dos militantes debase, mas também dos simpa-tizantes socialistas. E, por fim,tentando demonstrar a capaci-dade dos socialistas em recupe-rar a maioria na Câmara Muni-cipal destacou os autarcas soci-

alistas ali presentes, como, en-tre eles, o presidente da Mesada Assembleia de Freguesia deErmesinde, Raul Santos, os pre-sidentes de Junta, Alfredo Sousae António Alves do Vale, e osex-vereadores José Carveiro, Ja-cinto Soares e Agostinho Silves-tre.

Ficou para todos bem cla-ro que o caderno de encargoscompreendia, principalmente,ganhar a Câmara.

A intervenção deJosé Luís Carneiro

Seguiu-se a intervenção deJosé Luís Carneiro, que apóscumprimentar José Manuel Ri-beiro pela sua vitória, e os au-tarcas presentes, em particular,elogiou um projeto capaz de vol-tar a colocar Valongo no âmbitoda Área Metropolitana, de queestá praticamente ausente. Elo-

FOTOS URSULA ZANGGER

giou também a Comissão Políti-ca do PS/Valongo, uma das que«tem mostrado mais vitalidade».

Sublinhou depois a impor-tância dos partidos políticos nademocracia e o escrutínio quepermitem à vida dos candida-tos a cargos públicos.

Apontou depois que a fran-queza do combate político re-centemente travado no conce-lho dentro do PS era uma garan-tia de contribuição para o obje-tivo de ganhar a Câmara Muni-cipal de Valongo.

Mas «não queremos ganharpor ganhar», mas pelas causase valores do PS, sublinhou. Nãoapenas na defesa do empreen-dedorismo,mas também na lutapela igualdade de oportunida-des, ganhar para servir os cida-dãos. E anunciou depois quequeria avançar com duas con-venções autárquicas, das zonasdo Vale do Sousa e Baixo Tâ-

mega e da Área Metropolitanado Porto.

Apontou ainda que maisimportante do que os cidadãossde identificarem com os candi-datos do PS era identificarem-secom as causas do PS. Assim atéos candidatos estariam mais pro-tegidos, com o escudo das ideias.E defendeu o compromisso deapoiar as Concelhias queb mani-festem uma vontade de criar pla-taformas de diálogo com os par-tidos à esquerda do PS.

E visando o atual Executivocamarário, apontou a sua falta decoesão e a falta de capacidade dedefender um património tão im-portante como a Serra de SantaJusta e o Vallis Longus.E termi-nou considerando que José Ma-nuel Ribeiro iria ter pulso paranão perder o objetivo fundamen-tal, não se distraindo das ques-tões essenciais, ao serviço doscidadãos e em diálogo com estes.

Eleita Comissão Políticado Núcleo PSD de Alfena

LC

Foi recentemente eleita, nopassado dia 16 de junho, a novaComissão Política do Núcleodo PSD de Alfena, presididapor Daniel Feliz, e composta,além deste, por Sérgio Sousa,Sérgio Marques, Carlos Ra-mos, Ricardo Ribeiro, CésarVasconcelos, Cláudia Dantas,Expedito Moreira, FernandoTeixeira, Diamantino Pereira,Manuel Ramalho, Telma Ser-rado e Filipa Teles Rocha.

No Manifesto de candida-tura, apontando ideias de de-senvolvimento e progresso deAlfena, com as quais o PSD seidentificava, Daniel Feliz apon-tava ter sido com este partidoo período de maior desenvol-

A generosidade e o empree-ndedorismo das suas gentes, ovalor do trabalho e iniciativa in-dividual, bem como a localiza-ção geográfica, fazem da nossaterra uma mais valia indiscutí-vel no concelho de Valongo»,

A lista (única) social-demo-crata de Daniel Feliz, apresen-ta-se assim, claramente, comouma alternativa política aosUnidos por Alfena, grupo queteve na sua génese numa cisãono PSD local e que foi fundadopor Arnaldo Soares e RogérioPalhau, Sérgio Pinto, AntónioPeixoto e outros.

A proposta social-demo-crata alfenense foi apoiada poruma Comissão de Honra naqual se incluíam nomes comoo ex-presidente da Junta deFreguesia de Alfena, GuilhermeRoque, e ainda nomes comoManuel Oliveira, Moasyr Mar-ques, Carlos Reis, ManuelMonteiro e Maria Amélia Silva.

A luta política em Alfenapara as próximas autárquicasainda agora vai no adro, masestejamos certos que o divór-cio de Arnaldo Soares com oPSD terá consequências.

Daniel Feliz

Plataforma contraExtinção de Freguesiaspropõe encontro deautarcas de freguesia

Reuniu recentemente, a 23de junho, em Montelavar, Sin-tra, a Plataforma Nacional Con-tra a Extinção de Freguesias,tendo decidido endurecer suaa luta, decidindo, conformeconsta do comunicado oficial:

«1) Solicitar uma reuniãoà ANAFRE para agilizar al-guns processos de luta contraesta Reforma Administrativado Território e em especialconcretizar um encontro deautarcas de freguesia, convi-dando dirigentes associativose representantes dos trabalha-dores, a realizar durante o mêsde Setembro;

2) Valorizar a não nomea-ção de representantes das fre-

guesias na Unidade Técnica deExtinção de Freguesias;

3) Reforçar o apelo à Associa-ção Nacional de Municípios Por-tugueses para não tomar parte naUnidade Técnica;

4) Continuar a estimular a cri-ação de movimentos de defesa dasfreguesias e nesta reunião foi apro-vada a criação do PlataformaDistrital de Lisboa;

5) Continuar a exortar as Fre-guesias, Câmaras Municipais eAssembleias para se pronuncia-rem contra esta Reforma Admi-nistrativa do Território;

6) Continuar a dinamizar a Pe-tição Nacional Contra a Extinção

populações e forças vivas nadefesa das freguesias e do Po-der Local Democrático bemcomo estimular a participa-ção de algumas personalida-des para que se possam en-volver nesta luta;

8) Denunciar o funciona-mento e os custos (...) com aunidade técnica de extinção defreguesias que vão ascender acentenas de milhares de euros,correspondentes a senhas depresença, despesas de repre-sentação, comunicações etransporte (...), (um membroda unidade técnica vai ganharmais numa reunião do que agrande maioria dos presiden-tes de junta num mês).

vimento de Alfena.«Alfena é hoje, e nunca é

demais dizê-lo, uma cidade comcaracterísticas únicas.

aponta o manifesto da novaComissão Política de Alfena.

de Freguesia;7) Continuar a envolver as

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4 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Destaque

• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES •

CSE: o saldo atual do relacionamentocom este Governo (para já) é positivo

Henrique Queirós Rodrigues,presidente da Direção do Cen-tro Social de Ermesinde (CSE)traça, nesta conversa, os pla-nos futuros e as perspetivasatuais da instituição, os seusconstrangimentos, mas tambémas expectativas que decorremdo relacionamento das institui-ções particulares de solidarie-dade social com o atual Gover-no. E o que daí pode resultar noconcreto para a vida presente efutura do CSE.

FOTOS URSULA ZANGGER

LC

“A Voz de Ermesinde”(AVE) - O padre Lino Maiaconcedeu, em março, uma en-trevista ao jornal “A Voz deErmesinde”, na qual abordoumuitas das propostas do acor-do das IPSS com o Governo.Dessas propostas, tudo semantém ou há algumas quenão avançaram tanto comoaquilo que se estava à espera?

Henrique Queirós Rodri-gues (HQR) – Uma coisa é, emtermos globais, a posição quetem o padre Lino Maia, comopresidente da Confederação querepresenta todas as instituições– e também o Centro Social deErmesinde –, em termos nacio-nais e também na sua relaçãocom o Governo. E o que de fac-to se procurou sinalizar nesteprimeiro ano de relações comeste novo Governo e do que opadre Lino Maia deu conta éque há algumas inovações. E aprimeira inovação é no próprioestilo da relação.

Tem sucedido que, ao lon-go de um período dilatado deum mesmo Governo, começama acentuar-se sinais de algumainflexibilidade; o Governo vaiconsiderando cada vez mais queele próprio conhece as soluçõespara tudo e diminui o espírito eo propósito de parcerias que,normalmente, no estado de gra-ça inicial dos vários governos,marca o exercício dessas fun-ções. Já tinha sucedido o mes-mo no final do cavaquismo.

Sucedeu o mesmo, tam-bém, no tempo final do Gover-no do Eng. Sócrates, uma espé-cie do adensar da crispação nodiálogo com os restantes par-ceiros sociais. E com as insti-tuições também isso se notava.

Portanto, o que se tem evi-denciado ao longo deste ano éque tem havido uma grandeabertura para perceber, discu-tir e tentar resolver muitos dos

constrangimentos que se põemrelativamente à ação das insti-tuições.

De resto, outra questão queme parece interessante notar é ofacto de o papel das instituiçõesparticulares de solidariedade so-cial (IPSS) no combate à crise,no combate às desigualdades,como parceiro essencial no bemestar social geral da sociedade,voltar a estar no discurso políti-co com este Governo.

Tinha sucedido o mesmono tempo do Eng. Guterres, emque o papel das instituições eraassumido em termos do discur-so político do então primeiro--ministro e dos setores politi-camente mais relevantes do seuGoverno, como agente essencialdo ponto de vista do funciona-mento da sociedade, e com reco-nhecimento e respeito pelo pa-pel e pelas vantagens que um tãonumeroso setor representa paraa promoção da igualdade deoportunidades entre os cida-dãos, para o apoio ao desen-volvimento, para a proteçãosocial, e esse papel de algumaforma foi sendo desvalorizadonos governos posteriores. Ora,neste momento, volta a fazerparte do núcleo do discursopolítico governamental.

Isso é interessante, não tan-to que fiquemos vaidosos porver reconhecido o papel dasinstituições, mas porque tam-bém nos parece que é impor-tante para a sociedade que estepapel seja potenciado. E de fac-to isto também tem marcadoeste tempo inicial, já que fazagora um ano que este Governovem exercendo funções.

Em alguns dossiers estaabertura de espírito e essa re-novação da vontade de parce-ria tem tido boas soluções.Concretamente o Protocolo deCooperação para 2011-2012,que foi celebrado em janeiro de2012, tem alguns sinais im-

O primeiro sinal é este: numtempo em que as prestaçõessociais têm sofrido cortes sig-nificativos – quer na área do de-semprego, quer nas prestaçõesfamiliares, quer no rendimentosocial de inserção –, em que temhavido diminuição dos valoresabsolutos alocados pelo Gover-no para essas medidas de pro-teção social, de acordo com asrecomendações constantes domemorando de entendimentocom as instituições internacio-nais que têm prestado assistên-cia financeira ao nosso país, tersido possível em relação aoapoio às IPSS dar um pequeno

AVE - Em que se concre-tizaram esses maus tratosaos ATL e como reagiram asinstituições às dificuldadesentão criadas? E o que há denovo, de positivo?

HQR - A sociedade, há cer-ca de três ou quatro anos, orga-nizou um abaixo-assinado quefoi apresentado à Assembleia daRepública como uma petiçãopara que o Governo de entãorevisse o ataque que estava aser feito pela chamada “escolaa tempo inteiro” e pelas “ativi-dades de enriquecimentocurricular” às atividades de tem-pos livres das instituições, e de

facto este protocolo veio per-mitir que, desde que a vontadedos pais fosse nesse sentido,as IPSS voltassem a desenvol-ver atividades de tempos livrespara crianças e jovens do I Ci-clo do Ensino Básico nos ATLs,segundo o modelo que estavaanteriormente em funcionamen-to; por exemplo, aqui no Cen-tro Social de Ermesinde, esta éuma das valências mais signifi-cativas. Temos um acordo decooperação para 150 utentes em

ATL, e esta foi uma respostasocial que sofreu alguma per-turbação com essa concorrên-cia das atividades de enriqueci-mento curricular. A nosso verinjustamente, já que sofreu umadesvalorização, porque era umaatividade fundamentalmenteeducativa e, de acordo com ofigurino do Governo de então,foi estipulado que passássemosapenas a cobrir os períodos daspontas dos dias, ao princípio eao fim do dia, e de facto esteprotocolo, celebrado com esteGoverno, veio reabrir a possi-bilidade de um funcionamentoem termos educativos e peda-gógicos do ATL em instituiçõese não na escola, desde que ospais queiram que assim seja.

Também houve alteraçõessignificativas, quer no que res-peita ao alargamento da capaci-dade das creches, sem prejuízoda qualidade e da segurança, edos lares de idosos, o que tam-bém veio de encontro às preo-cupações do Centro Social de Er-mesinde relativamente a essasrespostas sociais, já que o Cen-tro Social é a única IPSS em Er-mesinde que assegura na cidadeessas duas respostas com forteprocura. Na medida em que asnovas normas legais estabeleci-das por este Governo, em coope-ração com as instituições, per-mitiram alargar a capacidade.

Na nossa perspetiva háuma potencial melhoria de fun-cionamento, quer da creche querdo lar de idosos.

Portanto, até agora, o saldodo que tem sido a cooperação,na minha perspetiva e no quediz respeito concretamente aoCentro Social de Ermesinde, éde que o saldo, até agora, temsido positivo.

AVE - A pesar de tudo, oPlano de Atividades do Cen-tro Social de Ermesinde ain-da não é muito otimista re-

HQR - O Plano de Ativida-des não é muito otimista, defacto, mas porque, por um lado,foi apresentado em novembrode 2011 e o Protocolo de Coo-peração entre o Ministério e aConfederação das IPSS é de ja-neiro de 2012 e justamente estainovação e a consideração dodireito de livre escolha dos paisrelativamente ao modelo edu-cativo está contida nesse Pro-tocolo de 2012. Portanto acha-mos que é um facto novo quepermite uma visão mais otimis-ta que aquela que era traçada nonosso Plano de Atividades para2012. Mas é evidente que apósas perturbações, esperamos nósque agora, com o tempo, sejapossível retomar a dinâmica quetinha antes o ATL.

Mas isso será matéria quesó mesmo o tempo é que vairesolver, até porque essa con-corrência que as “atividades deenriquecimento curricular” fazi-am relativamente às “atividadesde tempos livres” das institui-ções era uma concorrência des-leal, na perspetiva em que, comoeram um serviço público, haviapreços administrativos fixadospelo Governo ou pelas autarqui-as, em que o Governo e as autar-quias absorviam parte dos cus-tos que deviam ser pagos pelospais. Naturalmente que em si-tuações de crise as famílias,mesmo que haja um serviço maisqualificado nas instituições, ha-vendo um gratuito, para o mes-mo período do dia na escola,tendem a preferir aquele que égratuito ou que é objeto de pre-ços administrativos.

AVE - Essa diminuição deconstrangimentos que haviasobre os ATLs e o facto de oCentro Social ter entretantoenveredado por uma via degrande rigor administrativoque lhe permitiu ter doisanos seguidos com exercíci-os positivos, torna líquido queportantes.

sinal positivo.

Isto é, apesar de tambémfazer parte do memorando deentendimento que o volume dastransferências na área da coo-peração deveria sofrer um cor-te, o setor social acabou porbeneficiar de um aumento, em-bora simbólico. E, por outrolado, o protocolo veio consa-grar duas lutas antigas das ins-tituições, que tinham sido obje-to – pelo menos uma delas – demaus tratos no anterior Gover-no, que é a questão dos ATL. lativamente aos ATL...

Não ficamos vaidosospor ver reconhecido

o papel das instituições,mas parece-nosque é importantepara a sociedade

que este papelseja potenciado.

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 5Destaque

• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES •

o próximo exercício será tam-bém positivo? Ou há algu-mas dificuldades que podemameaçar os resultados?

HQR - A nossa expectativaé de que os resultados sejampositivos, isto é, neste momen-to não há nenhuma ameaça quefaça infletir o que tem sido orumo da gestão nos últimos doisanos, nomeadamente em termosde financiamento. Há ainda al-gumas perturbações. Por exem-plo, vão ser – creio eu – abertasmais algumas salas de jardim deinfância no próximo ano letivo,na cidade de Ermesinde, no âm-bito dos centros escolares, queé também outra área em que temhavido concorrência, já que aplanificação da construção doscentros escolares não teve emconta a realidade já existente emtermos da resposta do pré-es-colar, e por aí pode suceder umfenómeno idêntico àquele quesucedeu com os ATL, que é oEstado, através da construçãodos novos equipamentos, virfazer concorrência às respostasque já estão instaladas no terre-no, já que não cumpriu as pró-prias leis feitas pelo Estadoquanto à necessidade de pla-neamento relativamente a novosequipamentos.

Como se sabe a Rede Social– que é uma espécie de Fórumem que estão representados, emtermos autárquicos, os serviçospúblicos e os serviços sociais –estabelece que nenhum novoequipamento deve ser objeto deconstrução e de financiamentopúblico sem o seu parecer fa-vorável. Ora, a construção des-tes centros escolares com res-postas como jardins de infânciaconcorrentes a jardins de infân-cia já existentes, ou o lançamen-to de atividades de enriqueci-mento curricular (AECs), mui-tas vezes com adaptações deespaços nas escolas, onde jáhavia atividades de tempos li-vres, tudo isso foi feito semcumprimento dessa regra de umparecer prévio e de uma autori-zação por parte da Rede Social.

Quer dizer, o Estado avan-çou com a construção de equi-pamentos gastando dinheiro malgasto, deitando dinheiro forapara construir equipamentospara respostas que já existiam e,portanto, como, a partir do pró-ximo ano letivo, vamos ter, emjardim de infância, um reforçoda oferta pública, em Ermesinde,não sabemos ainda se isso vaiter ou não efeitos na procura donosso jardim de infância, comotiveram as AECs relativamenteao ATL. Mas esperamos queisso não seja suscetível de per-turbar o seu funcionamento nostermos em que até agora têmfuncionado. E que essa ameaçaseja sanável no âmbito do Cen-tro Social de Ermesinde.

Portanto, mantendo-se ospressupostos externos, comodigo, não vejo neste momentonenhuma ameaça sensível. Anossa disposição internamenteé manter a mesma contenção eo mesmo rigor relativamente àdespesa e achamos, pois, que

vamos continuar a ter resulta-dos positivos, o que é essencialpara o reequilíbrio financeiro doCentro Social de Ermesinde.

Continuamos com dívidas afornecedores, embora tenhamdiminuído, pois os saldos posi-tivos que temos tido têm sidocanalizados para o pagamento doque devemos a fornecedores, evamos continuar este percurso.

AVE - Poderá o Centro So-cial lançar agora mais algumprojeto?

HQR - Não sei, depende decomo correr o exercício deste ano.Nós queremos ver se apressamoso pagamento [dos encargos assu-midos]. Nós temos ideias paranovos investimentos, para oalargamento da capacidade derespostas sociais do Centro So-cial de Ermesinde e não podemosavançar sem termos solidez fi-nanceira, e isso só se conseguecom o equilíbrio das contas.

AVE - Mas na área da for-mação e do emprego, há tam-bém algumas ameaças...

HQR - Há algumas amea-ças, sim. Mas isso tem que vercom o modelo que este Gover-no tem, que é diferente do doanterior relativamente às res-postas no âmbito da qualifica-ção e do emprego. Como se sabe,este Governo tem manifestadoalgumas reservas relativamenteaos Centros Novas Oportunida-des (CNO), e foi apresentadaagora uma avaliação feita peloInstituto Superior Técnico, re-lativamente ao seu funciona-mento ao longo destes anos.

Eu devo dizer que tenhouma perspetiva muito positivarelativamente aos CNO. O Cen-tro Social de Ermesinde (CSE)candidatou-se e foi uma das pri-meiras entidades a ter um emfuncionamento. Passaram poraqui centenas de pessoas adul-tas que, por motivos da suaprópria vida e por perda deoportunidades no tempo certo,tiveram que abandonar a suaformação escolar e profissional,e o facto de haver um serviço,uma instância, que reconduzapara o processo de aprendiza-gem – quer profissional, querescolar – pessoas em idade ati-va e que estão desempregadasé, na minha perspetiva, do pon-to de vista social, um dos maio-res ativos deste programa. Edepois também porque, no quenos diz respeito – não possoevidentemente falar por todos,porque não conheço o tipo detrabalho que era feito noutrosCNO –, mas no que diz respei-to ao que funciona no CSE, éinjusta qualquer imputação demenor exigência relativamenteaos índices de progressão naaprendizagem.

E, portanto, quer do pontode vista da sua eficácia e do va-lor social que tem esta iniciati-va, quer do ponto de vista dovalor intrínseco e da qualifica-ção efetiva que ele traduziu,parece-me que deve ser realça-do – nomeadamente quando éum programa que está tão acos-

sado – o que de positivo tevequando é possível quantificar emedir isso. E nós aqui temosconcretamente essa possibilida-de, até porque grande parte, oupelo menos uma parte significa-tiva dos ativos que obtiveramqualificação e certificação noCNO, são trabalhadores do CSE.

Pudemos, portanto, verifi-car em sede própria e atravésde processos de seguimento dosprocessos de qualificação, queforam de uma grande eficácia,do ponto de vista da autoestimae da gratificação dos trabalha-dores. Ligada ao jornal “A Vozde Ermesinde” tenho um bomexemplo – entre os seus cola-boradores – de uma pessoa quepassou pelo CNO e que faz dis-so bandeira e que tem sido umadas pessoas que publicamentemais tem realçado o quanto, paraa sua própria vida, representouter passado pelo CNO. Agora,nós percebemos – e é legítimo –que este Governo tenha relati-vamente a esta área orientaçõesdiversas. Mas nenhum Gover-no pode ser insensível àqueleque é o problema principal doPaís neste momento, que é odesemprego!

A nossa convicção é, assim,de que continuará a haver in-vestimento forte na formação deativos, designadamente desem-pregados de longa duração, etambém de jovens à procura doprimeiro emprego, com progra-mas de inserção na vida ativa.Pensamos que poderá haver al-guma variação quanto aos mo-delos, mas achamos que esteGoverno não vai deixar de con-siderar prioridade absolutaprogramas que combatam esseque é o principal problema doPaís – e que será nos próxi-mos anos –, que é a coexistên-cia com taxas de desempregoque são impróprias de um paíscivilizado.

E por isso, seja através deuns programas ou de outros,através de programas antigos oude programas novos, penso quevamos poder continuar a terformação no CSE, e centradanesses que são os públicos ha-bituais das IPSS.

Porque quando o Governorefere que é fundamentalmentepreciso trabalhar com pessoasem situação de desfavorecimen-to, com desempregados, comgente que está, de algum modo,desprotegida perante a socieda-de, esses são os públicos tradi-cionais das IPSS. São os públi-cos com os quais estamos – maisdo que qualquer empresa ouescola – habituados a trabalhar.E é nessa perspetiva que me pa-rece que esta mudança de figu-rino para que aponta alguma daintervenção deste Governo, naárea da Formação e do Empre-go, pode até ser vantajosa doponto de vista das instituiçõessociais, porque procura privi-legiar o que são os públicos pró-prios destas instituições.

Também por aí, portanto,não vejo que possa haver umaameaça de fundo relativamente

AVE - Relativamente aoLar, de acordo com as novasorientações e o entendimen-to entre a tutela e as IPSS,em princípio será possívelque o Lar de S. Lourenço pos-sa ter uma oferta maior, doque aquela que tem podidoapresentar?

HQR - Não é muito prová-vel, porque a nova legislaçãorelativamente aos lares veio,de facto, permitir outra flexi-bilidade quanto aos índices deocupação, concretamente pas-sando a instituir a tipologia dequartos de casal e quartos de trêsutentes, mas fazendo dependerisso, evidentemente, de espaçoscompatíveis com essa capacida-de. Será uma possibilidade paranovos lares, na medida em queos projetos de arquitetura po-derão ser reconfigurados de acor-do com as novas regras e com asnovas capacidades. Mas relati-vamente aos lares em que osquartos foram já construídos

com uma certa dimensão e emque não caibam, segundo os no-vos ratios, mais do que doisutentes, não podemos passá-losa três. No caso do Lar de S. Lou-renço, concretamente, só há ocaso de um quarto em que tínha-mos área compatível com o alar-gamento da capacidade e, por-tanto, isso traduziu-se, no CSE,no aumento de apenas um lugarde capacidade.

AVE - Esta situação, querda recuperação do CSE emtermos financeiros, quer dasituação global da sociedadeportuguesa, fez bloquear oupelo menos adiar alguns dosprojetos que havia? Porexemplo o projeto de requa-lificação do largo da feira ve-lha, fazendo com que algu-mas das casas pudessem fi-car ocupadas por pessoas quetivessem apoio do Centro maspudessem ficar a viver no seu

HQR - Quando dizia, hápouco, que não podemos cres-cer sem consolidação das con-tas, isto é um pouco como sepassa no País. Eu entendo queas dívidas... é necessário pagá--las... há esse dever!, e portan-to naturalmente que a Direçãonão vai descansar enquanto nãotiver resolvida a questão das dí-vidas aos fornecedores. E isso,como é evidente, não permite ca-nalizar verbas para investimen-to, isto é, todos os saldos de exer-cício que viermos a obter serãopara a diminuição da dívida. Issoestá estabelecido. E, de facto,como o dinheiro não dá para asduas coisas, isso significa quehouve alguma paragem relativa-mente a esse processo.

Portanto, o que é que te-mos feito? Mantendo a utiliza-ção e alguma rentabilidade nosespaços das casas que já temosdisponíveis, concretamenteatravés da sua utilização quercomo sede do jornal, quer para

à área da Formação.

próprio espaço?...

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6 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Destaque

• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES •salas de formação profissional,os espaços estão a ter uma uti-lização social relevante, do pon-to de vista dos objetivos doCSE, embora uma intervençãode maior fôlego aguarde outrascondições de financiamento, atéporque a questão não é só quea falta de tranquilidade finan-ceira nos deve recomendar quenão avancemos com a alocaçãode fundos próprios para novosinvestimentos, mas tambémporque não há, neste momento,apoios públicos para novos in-vestimentos. Toda a gente sabecomo está o País, o discursopolítico do Governo tem anda-do também nesse sentido – deque não haverá nos próximostempos, possibilidades de apoioem investimento para a cons-trução de novos equipamentos–, e nessa perspetiva seria umpouco estar a trabalhar na areiapensar em soluções que não te-nham garantia nem de financia-mento próprio nem de financi-amento público. Até que a situ-ação do País e do CSE fique maisequilibrada isso tem que sofreralgum atraso, claro!

AVE - Quando falava, hábocadinho, em novos investi-mentos, referia-se àquelesque já tinham sido aponta-dos num horizonte temporala mais breve ou longo prazo– que já estão mais ou menosdefinidos, em projeto –, ouainda a propostas novas, paraalém das conhecidas, que ain-da estão a esboçar-se?

HQR - O CSE deve estaratento às novas necessidadesque vão sendo evidenciadas e,na minha perspetiva, para alémdesses que são já projetos anti-

gos do CSE, concretamente oaproveitamento de algumas ca-sas do largo da feira para a cons-trução de residências assistidas– para pessoas ou casais idosos–, dependendo um pouco do fi-gurino que vier a ser definido paraa área da Formação, eu pessoal-mente acho que temos poucosespaços, do ponto de vista inte-grado, para a área da Formação.

Nós conseguimos fazer arecuperação daquele prédio dapadaria da Camila para o núcleoda Formação e Emprego, comodisse há pouco temos utilizadovárias das casas aqui do largo dafeira também para atividadesafetas à Formação Profissional,mas faz-nos falta um polo commais alguma dimensão, se por-ventura o nosso trabalho na áreada Formação Profissional semantiver ou crescer.

Essa é, portanto, uma áreade possível expansão em termosde estruturas físicas.

Uma outra, porque corres-ponde também a uma necessi-dade muito sentida por parte deErmesinde – como também doPaís –, é mais uma creche.

Nós conseguimos, e colabo-ramos nisso – nós enquanto País–, aquando do Governo do Eng.Guterres, atingir um nível deatendimento e de cobertura dopré-escolar praticamente ímparna Europa. E hoje temos um ní-vel de cobertura do pré-escolarde cerca de 98% em termos doPaís. O CSE colaborou nesseprojeto de expansão da rede pré--escolar que, na altura, com oEng. Guterres, o Dr. MarçalGrilo na Educação (depois o oDr. Oliveira Martins), e o Dr.Ferro Rodrigues na área da Se-gurança Social, foi definido. E

que foi muito importante doponto de vista do aumento daescolaridade a partir de idadesmais precoces, assim permitin-do que as crianças cheguem aofim do seu percurso escolarcom mais igualdade, com umaprofundamento da igualdadede oportunidades, com maiscompetências para todos, inde-pendentemente dos seus recur-sos ou da sua inserção social efamiliar, o que é importantenum país decente e democráti-co. O CSE colaborou nesse ob-jetivo em 1998.

E há um objetivo idênticorelativamente às creches. O ob-jetivo é que o País atinja cercade 35% de cobertura em cre-ches, e ainda não o atingiu. Esentimos que essa é uma dasgrandes necessidades, tambémaqui em Ermesinde, pois a nos-sa creche tem sucessivas listasde espera a que não consegui-mos dar acolhimento. E nãoobstante haver também umacreche familiar, e as crianças emidade de creche – entre os trêsmeses e os três anos – poderemser atendidas por amas, nósachamos que o Centro Social deErmesinde, quando tiver con-dições para isso, deverá levar acabo a construção de mais umacreche na cidade.

Sem prejuízo de avançartambém para a resposta a ou-tras necessidades que se vãoevidenciando. Por exemplo,nesta altura, de grande empo-brecimento do País e havendomuitas famílias que antes ti-nham condições de vida reme-diadas mas que, neste momen-to, com a crise, o desemprego,a diminuição da proteção soci-al, estão em situação de dificul-

dade mesmo nas suas neces-sidades básicas, nós apre-sentámos a nossa candida-tura para que, se a Seguran-ça Social assim o entender,também aqui possa funcio-nar uma cantina social parafamílias com necessidade deapoio alimentar.

AVE - Quanto ao jor-nal, a questão das despe-sas está relativamente re-solvida. E quanto às recei-tas?

HQR - Na minha pers-petiva, e os resultados deexercício têm sido disso atradução – e creio que osresultados do próximo exer-cício vão continuar nessesentido –, é evidente a redu-ção da despesa. E não é pos-sível reduzir mais a despesa,no quadro atual de funciona-mento.

Portanto agora o que te-mos também de conseguir éa estabilidade financeira dojornal, do ponto de vista dareceita. E é nesse sentido quetemos de avançar, desde logonuma perspetiva mais ins-titucional, pois como se sabeuma das maiores fontes dereceita dos jornais regionaislocais é a publicidade ins-titucional. Depois de umlongo período em que o jor-

nal não tinha nenhuma publici-dade institucional, por opçãodas próprias entidades públi-cas, essa espécie de veto que naaltura tinha sido estabelecido re-lativamente ao jornal tem sofri-do algum esbatimento, e de vezem quando o jornal já recebe al-guma publicidade paga por par-te de entidades públicas, mastemos evidentemente que conti-nuar a reforçar esse, que é tradi-cionalmente um dos pontos emque a receita tem mais relevo.

E depois a resposta tem queestar na população de Erme-sinde. Isto é, as receitas têm queestar na venda ou na assinaturado jornal. Porque ele é também,quer do ponto da informação,quer do ponto de vista da me-mória, quer do ponto de vistada cultura, património da Cida-de de Ermesinde. E, na minhaperspetiva, a Cidade deve retri-buir isso. E não deve fazer im-pender o ónus da sustentaçãodo jornal para a área da prote-ção social do Centro Social deErmesinde. O jornal, na minhaperspetiva, deve tender para oequilíbrio, deve ser auto-susten-tável, mas depende fundamen-talmente da população nesseobjetivo.

Como digo, e acho que issoé importante, a minha visão é ade que as pessoas de Ermesindetêm o dever de assegurar a sus-

Porque também é importanteque o jornal não sinta intran-quilidade. Porque uma situaçãode défice crónico traz, sempre,evidentemente, alguma intran-quilidade. Para obviar a isso, estátambém nas mãos da popula-ção assegurar essa tranquilida-de, que é também elemento es-sencial da liberdade de expres-são e de informação.

Não há só pressões expres-sas – sabe quem anda nos jor-nais –, há muitas vezes tambémpressões ocultas ou implícitas.Não é a minha perspetiva rela-tivamente ao jornal, porquantopara nós é importante que hajacondições externas que assegu-rem a independência do jornal,enquanto órgão de informação.Aliás, refiro uma nota que éimportante, não tem que verpropriamente com o jornal mastem que ver com a cultura emsi, do Centro Social de Erme-sinde, e falo nisto à vontade,porque não é do meu tempo dediretor esta versão estatutária,embora como advogado tenhaapoiado na altura a Direção aelaborar os estatutos nesta par-te: é que é dos poucos estatu-tos das instituições que consi-dera que os princípios da de-mocracia são estruturantes domodo de intervenção do CentroSocial de Ermesinde, com con-sagração estatutária. E isso nãoé comum em instituições deste

tipo, assumir tão nitidamenteesses valores como sendo valo-res da própria estrutura e orga-nização da instituição.

Isso também deve ser pre-servado relativamente ao jornal,mas, como digo, para isso é es-sencial, ou importante pelomenos, que o jornal sinta quenão tem ameaças por esse lado.

Esta é a mensagem que gos-tava de deixar ficar: a cidade deErmesinde e as pessoas de Er-mesinde têm o dever de mantero jornal, comprando-o.

AVE - Quanto aos proje-tos da Associação ErmesindeCidade Aberta, qual é o pon-to da situação e perspetivas?

HQR - A questão da Asso-ciação Ermesinde Cidade Aber-ta é diferente da do Centro So-cial de Ermesinde. Tem uma si-tuação financeira tranquila, nãotem dívidas. Embora esteja a as-sumir o pagamento do cinema,conforme foi contratado com oCentro Social de Ermesinde.Nesta altura, cerca de metadedo custo do cinema está pago.Mas estamos com o mesmo

constrangimento relativamenteao processo de reconstrução docinema que temos quanto a ou-tros programas de expansão doCentro Social de Ermesinde.Neste momento não há investi-mento público para equipamen-tos sociais e nessa perspetiva,enquanto não tivermos conso-lidadas as contas públicas naci-onais, com capacidade para re-tomarmos o processo de inves-timento em equipamentos, nãovale a pena sequer estarmos apensar – e a nossa ideia nuncao foi – fazer a reabilitação docinema com fundos exclusiva-mente próprios, era com recur-so a investimento e financia-mento público.

Enquanto não reabrir essalinha não vale a pena pensarnesse assunto e portanto temostambém aqui que arrumar a casaprimeiro, e arrumar a casa pri-meiro significa pagar o restoque falta, que é cerca de meta-de do preço – cerca de 150 mileuros que ainda estão por pa-gar (embora 150 mil euros jáestejam pagos).

O que conduz a um outroconstrangimento que é o factode ter sido dado em hipoteca oedifício do cinema como garan-tia da dívida ao banco, e tam-bém enquanto essa hipotecasubsistir, não ser possível apre-sentar um projeto de financia-mento público para a recupera-ção do cinema. Nós pensáva-mos, na altura, quando comprá-mos, que teríamos um apoio fi-nanceiro da Segurança Social, ese fosse assim e tivéssemos re-cebido esse subsídio o cinema,neste momento, já estava pago,e podíamos pensar em recuperá--lo, mas o Governo anterior, aopedido que foi feito nesse sen-tido, recusou, na medida em quehouve um parecer desfavorávelaqui do Centro Distrital de Se-gurança Social do Porto. Tinhasido, de resto, estudada essahipótese, mesmo quando o mi-nistro, o Dr. Vieira da Silva, sedeslocou a Ermesinde, num sen-tido favorável, mas, de facto,depois houve então essa inter-venção do diretor do CentroDistrital de Segurança Social doPorto em sentido desfavorávele o Governo não pôde...

AVE – Foi uma surpresaesse Parecer?

Foi, evidentemente, umasurpresa, uma má surpresa! Senão fosse isso, tínhamos nestemomento o cinema pago. Ten-do sido o cinema até agora pago– já metade do custo – exclusi-vamente por receitas próprias,grande parte delas resultado dedonativos de benfeitores doCentro Social de Ermesinde eda Associação Ermesinde Cida-de Aberta, vamos ter de conti-nuar neste ritmo até que a ques-tão do preço esteja resolvida ouque este Governo – é uma dashipóteses que vamos pôr, já fa-lei com o senhor secretário deEstado da Segurança Social re-lativamente a esta matéria – nospossa deixar retomar o projetode acordo com a ideia inicial.

tentabilidade do jornal.

AVE - Está prevista algu-ma forma de sensibilizar apopulação para se obter umaresposta nesse sentido?

HQR - Só há uma forma dapopulação se encontrar com ojornal, é identificar-se com ele.Não há formas administrativasde resolver isto. Portanto o quetemos é de aumentar o interface,a visibilidade, a empatia, as co-incidências entre a cidade e ojornal sem, evidentemente, queisso implique cedências do jor-nal do ponto de vista da sua li-nha editorial. Mas o que temosé de aumentar os pontos decontacto com a população, au-mentar a difusão. Recorrendotambém a medidas administra-tivas, mas não é aí que está oponto. O ponto está, na minhaopinião, em as pessoas conhe-cerem “A Voz de Ermesinde”,reconhecerem-se em “A Voz deErmesinde”, reconhecerem a ci-dade de Ermesinde em “A Vozde Ermesinde” e, nessa perspe-tiva de identificação, passarema comprar o jornal e assegura-rem por essa via a sua susten-tabilidade sem perturbações.

Esta é uma mensagemque gostava de deixar:

as pessoas de Ermesindee a cidade de Ermesindetêm o dever de manter

este jornal, comprando-o.

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 7Destaque

• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

Bugiadas reconhecidas oficialmentecomo património imaterial do município

Decorreu no passado dia 27 de ju-nho, no salão nobre do Paços do Con-celho uma sessão ordinária da Assem-bleia Municipal de Valongo cujos pontosprincipais da Ordem de Trabalhos erama proposta de reconhecimento oficialda Bugiada como património imaterialde interesse municipal – ratificando adecisão da Câmara –, e a eleição de umpresidente de Junta de Freguesia (e oseu substituto) para representar oconcelho de Valongo no próximo XXCongresso da Associação Nacional deMunicípios Portugueses.

FOTOS URSULA ZANGGER

LC

O período de antes da Ordemdo Dia seria mais uma vez esgota-do nesta sessão, tendo assim dese prolongar para o final da reu-nião, quando foram votados umamoção crítica da CDU sobre aSTCP e os serviços desta ao con-celho – que seria aprovada porunanimidade –, uma saudação, ain-da da CDU, à Seleção Nacional re-centemente sagrada campeã domundo de Atletismo de pessoas por-tadores do síndroma de Down (ti-nha acabado nesse momento a meiafinal do Campeonato da Europa deFutebol entre Portugal e Espanha, eAdriano Ribeiro, que apresentou asaudação, começou a sua interven-ção precisamente assim: «Nem seio resultado do Portugal-Espanha,mas...») – proposta esta tambémaprovada por unanimidade –, e aproposta de recomendação do Blo-co de Esquerda sobre as taxas a vi-gorar em 2013, apresentada porEliseu Lopes e que este não conse-guiu ver aprovada por unanimida-de, mas apenas devido ao voto deabstenção solitário de Campos Cu-nha, o presidente centrista da Mesa

Esta recomendação, «para res-ponder à reconhecida degradaçãodo edificado e à falta de habitaçãodigna para muitas famílias», pro-punha «utilizar todas as possibili-dades abertas pelo artigo 112º doCIMI para incentivar o arrendamen-to e a reabilitação do edificado»,manifestava a sua discordância paracom a Portaria n.º 106/2012, de 18 deabril, que retira aos municípios 5%da receita do IMI e recomendava aelaboração de um estudo técnicosobre o impacto nas finanças muni-cipais da afixação da taxa do IMIpara 2013 pelos valores máximos,médios e mínimos aplicáveis, damajoração em 30% da taxa do IMIaplicável a prédios urbanos degra-dados, e da redução em 20% da taxado IMI a aplicar aos prédios urba-nos arrendados situados nas áreasurbanas do concelho.

Mas as primeiras intervençõesnesse período de antes da Ordemdo Dia couberam a Rosa Maria Oli-veira, do PSD, que saudou o novopresidente da Câmara, João PauloBaltazar, e augurou um futuro riso-nho para a autarquia, a Jorge doAido (Coragem de Mudar) que co-locou uma questão relacionada

com atividades columbófilas, e aRaquel Santos, do PS, que apre-sentou um estudo académico reali-zado no âmbito da sua dissertaçãode mestrado sobre a Terceira Idadeno município. Mas os númerosapresentados pela deputada muni-cipal do PS não seriam aceitáveispara Albino Poças. O deputadomunicipal social-democrata, igual-mente dirigente da Misericórdia deValongo, acabaria por pôr em cau-sa os dados referidos no estudo,desafiando Raquel Santos a con-frontar com ele a suposta fontedestes dados.

Ainda nesse período de antesda Ordem do Dia, destaque para aintervenção de José Manuel Ribei-ro que, felicitando pessoalmenteJoão Paulo Baltazar pela assunçãodo cargo de presidente da Câmara,não deixou de lhe apontar uma le-gitimidade menor do que se fosseeleito à frente de uma lista.

Apontou também que estandoJoão Paulo Baltazar ligado a estaCâmara desde 1983, não podia ago-ra apresentar-se impunementecomo estando inocente das mássoluções que teriam afetado o de-senvolvimento do concelho nes-

tes últimos anos, denunciando ain-da a existência de interesses insta-lados. E também pôs em causa adecisão de nomear um assessor po-lítico, do qual não foi indicado ocurriculum nem o vencimento. Estaintervenção iria originar, da partede João Paulo Baltazar a respostade que a legitimidade que José Ma-nuel Ribeiro não lhe reconhecia, já omesmo não referia em relação à Jun-ta de Freguesia de Valongo – cujoatual presidente, socialista, tambémnão foi eleito à frente de uma lista.Quanto ao assessor, esta nomeaçãoera ditada por uma questão de confi-ança política, sendo assunto alheioa José Manuel Ribeiro.

Mais tarde, e ainda sobre a in-tervenção de José Manuel Ribei-ro, Daniel Gonçalves, do PSD iriaelogiar as capacidades de HélioRebelo (é ele o assessor políticode João Paulo Baltazar), desvalori-zando por sua vez, o curriculumprofissional do líder socialista.

João Paulo Baltazar explicariaainda detalhadamente as circuns-tâncias das obras no seu gabinetede trabalho na Câmara, garantindoque eram inteiramente custeadaspelos três vereadores da maioria,

e que resultavam da retirada dospertences pessoais de FernandoMelo, principalmente a retirada deum quadro da parede.

Ordem do Dia

Aprovada por unanimidade aproposta de reconhecimento ofici-al das Bugiadas como patrimónioimaterial de interesse municipal doconcelho de Valongo, esta mere-ceu os parabéns à Câmara por par-te de José Manuel Pereira (Cora-gem de Mudar) e uma declaraçãode Carlos Mota, presidente da Jun-ta de Freguesia de Sobrado, queagradeceu a mesma aprovação. Ume outro apontaram a necessidadede estudar esta manifestação cul-tural, dotando-a de um corpus do-cumental que ainda lhe falta, paraque o seu reconhecimento possaatingir o grau mais elevado.

Por fim, nesta sessão, é de des-tacar a nomeação de AlfredoSousa, presidente da Junta de Fre-guesia de Campo, para representaro concelho de Valongo no Congres-so da Associação Nacional de Mu-nicípios. O seu homólogo de Va-longo foi eleito como suplente.

Dia feliz para Carlos Mota, presidente da Junta de Freguesiade Sobrado, com o reconhecimento da importância das Bugiadas.

O estudo académico de Raquel Santos sobre a Terceira Idadeem Valongo acabou por motivar muita polémica.

Pormenor da contagem da votação secreta que formalizou a desig-nação do presidente da Junta de Campo para o Congreso da ANMP.

da Assembleia.

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8 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

A Escola EB 2/3 D. AntónioFerreira Gomes continua apromover a campanha desolidariedade cujos princi-pais objetivos têm sido, peloquarto ano consecutivo,promover a formação inte-gral dos alunos, fomentar oespírito de partilha, promo-ver a cooperação entre to-dos os elementos da comu-nidade educativa e contri-buir para a “erradicação dapobreza extrema”.

MARIA HELENA FERREIRAROSA MARY MANSO (*)

A Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes continua a pro-mover a campanha de solidariedade cujos principais objetivostêm sido, pelo quarto ano consecutivo, promover a formaçãointegral dos alunos, fomentar o espírito de partilha, promover acooperação entre todos os elementos da comunidade educativae contribuir para a “erradicação da pobreza extrema”.

Este projeto surgiu no ano letivo 2008/2009 fruto daconstatação de haver muitos casos de alunos que vinhampara a escola com fome estando, desde então, integrado noPlano Anual de Atividades deste Agrupamento.

No dia 2 de junho realizaram-se dois espetáculos de so-lidariedade, no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde,com vista à angariação de verba para fazer os “cabazes” queirão ser distribuídos no final do ano letivo às famílias maiscarenciadas que têm educandos a frequentar essa escola. É desalientar a participação do Clube de Teatro da escola, orientadopela professora Rosa Mary Manso, de vários alunos e ainda daEscola de Dança de Ermesinde e Academia Atitude, que se

Educação

associaram à iniciativa. O ingresso foi feito através da aquisi-ção de bilhetes a 1 euro e da entrega, por bilhete, de um géneroalimentar com prazo de validade alargado. Os respetivos espe-táculos realizaram-se, um às 15h00 e outro às 21h00. Nesteúltimo estiveram presentes, entre outros, o presidente da Câ-mara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, o presidenteda Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho e a vereadorada Ação Social e Educação, Maria Trindade Vale.

Palavrasdos autarcas

Na sua intervenção, no início do evento, referiu o presiden-te da Câmara, João Paulo Baltazar: «Na perspetiva da solidarie-dade, estamos numa altura em que os problemas sociais seacentuam, e portanto todas as ações de solidariedade que asautarquias, as escolas, possam desenvolver, são todas elasbem-vindas, é por uma boa causa, tenho a certeza que vai serum bom espetáculo. Obrigado por me deixarem presenciá-lo!».

Por sua vez, Luís Ramalho, presidente da Junta de Fre-guesia de Ermesinde, apontou:

«Queria agradecer em par-ticular a presença do Sr. Presi-dente da Câmara, Dr. JoãoPaulo Baltazar, Srª Vereadorada Educação, Maria TrindadeVale, pais, alunos, colaborado-res, simpatizantes, é para nósum prazer ver este auditó-rio cheio, e ainda por cimacom uma atividade tão no-bre quanto esta. Esperoque este dia tenha tido umbom resultado, para queesta atividade, que se temvindo a repetir, se possa re-petir e crescer ao longo dospróximos anos. Mais umavez, obrigado pelo convitee pela presença de todos».

Foi muito agradáveltermos estados todos jun-tos por uma causa que sequer cada vez mais de to-dos e para todos: a Soli-

Feira da Solidariedade

Nesse mesmo dia realizou-se, também, a segunda “Feirade Solidariedade” deste ano letivo, num espaço público dis-ponibilizado pela Junta de Freguesia de Ermesinde.

A comunidade educativa tem-se revelado solidária e a suaadesão a este projeto tem sido francamente positiva, havendo,contudo, que valorizar a disponibilidade de vários alunos eencarregados de educação da escola que têm sido incansáveisna organização e realização das várias atividades: os G.U.N.A.S.(Grupo Unido Na Ajuda Solidária) e os G.U.N.A.S. Seniores.

É de salientar que este trabalho, que temos vindo a desenvol-ver desde 2008, vem ao encontro daquilo que o Ministério daEducação quer fomentar e apoiar nas escolas portuguesas: in-centivar e valorizar a atividade voluntária junto dos jovens edinamizar o trabalho voluntário de todos os que pretendem realizá-lo. Podemos, assim, com orgulho, dizer que fomos pioneiros.

Há também que referir a preciosa colaboração prestadanão apenas pela Câmara Municipal de Valongo, Junta de

Na Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomesa solidariedade continua!...

FOTOS EB23DAFG

Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas • Malhas • Miudezas • Pronto a Vestir

Rua 5 de Outubro, 1150Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde

Clínica Médica Central de Ermesinde, Lda

Rua Ramalho Ortigão, 6 – 4445-579 ERMESINDE(SERVIÇO MÉDICO E DE ENFERMAGEM)

Seguros de Saúde

Freguesia de Ermesinde, como ainda da Direção da escola,EDP-Gás, Papelaria Alberto Sousa e PSP de Ermesinde.

Os objetivos desta campanha foram plenamente atingi-dos e todos os envolvidos se sentem cada vez mais encora-jados a continuar com um gesto que tem trazido a váriasfamílias algum conforto.

(*) Professoras responsáveis pelo projeto

dariedade!

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 9Local

TEXTO E FOTOSJOÃO DIAS CARRILHOMaleitas da Cidade

PENDURICALHOS – É norma pendurar publicidade em tudo o que sejaposte e depois fica ali até cair de madura, incomodando os transeuntese quando colocada muito baixo, a causar risco de agressão a quemcircule mais descuidado ou com crianças ao colo. Quando presa comarames o perigo aumenta. A necessidade aliada à ganância não respei-ta quem ali deseja usufruir de uns momentos de repouso e tem de levarcom o entulho à frente do nariz. Tem-se prometido banir o excesso dalataria reinante, mas os penduricalhos continuam a aparecer nos cruza-mentos e entroncamentos, retirando visibilidade aos automobilistas.

ESTACIONAMENTO... DE ECOPONTO – Na Rua da Índia Portuguesa,foram colocados ecopontos para recolha de materiais reciclados, e bem!Porém foram colocados no lugar de estacionamento de viaturas. Ha-vendo ao lado, fora do passeio lugar disponível, que normalmente ser-ve para depósito de lixo. Como em parte desse espaço ali foi construídoum mamarracho, já citado nas colunas deste jornal, a Câmara não temsabido, querido, ou podido descalçar a bota, o espaço não está disponí-vel... e lá se foi mais um lugar de estacionamento, o que até daráalgum jeito, pois não muito distante existe parque pago!

O ZIGUEZAGUE – Na Rua Dr. Egas Moniz, em tempos, antes de ha-ver parque pago nas proximidades, podia estacionar-se no sentidonorte--sul. Recentemente tal foi proibido com pinturinha zigueza-gue. Dos dois lados. Aliás, se no topo sul existe o sinal de proibiçãode estacionar no sentido sul-norte, para quê gastar tinta? Se o esta-cionamento poderá eventualmente embaraçar o trânsito, porquenão criar uma rua de sentido único? Será que aquele segmento derua só começou a dar problemas depois de, por perto, serem im-plantados parquímetros?

ZEBRADO A MAIS? – A Rua Presas de Sá foi repavimentada e pintadasas balizas de sinalização horizontal. Porém o espaço para viragem dotrânsito à esquerda para a Rua Duarte Lobo mostra-se muito curto, pois semais de duas viaturas ligeiras forem no mesmo sentido e não puderemavançar de imediato, podem originar engarrafamento de trânsito. Comoali se configura uma grande extensão de zebrado, talvez se pudesse terprolongado a extensão do espaço para quem vai virar à esquerda. Se foipara prevenir possíveis acidentes estará certo. Mas parece que em qual-quer dos casos a situação pode enganar gregos e troianos.

ESTACIONAMENTO NAS CURVAS – Gostaria de alertar o pelouro do trânsito da Câmara de que o Código da Estrada nos ensina que não sepode estacionar 5 metros antes de cruzamentos, curvas, entroncamentos etc., dentro das localidades. Parece-me que existem por aí muitospontapés na gramática, vejam-se por exemplo as recentes alterações no cruzamento das ruas de S. Silvestre e Infante D. Henrique, onde sealguém beneficiou foi o acesso dos camiões ao ecoponto e outras viaturas de grande porte (positivo) e também o “patrão” dos parcómetros. Epara confirmar que este Sr. se torna beneficiado na balizagem das baias de estacionamento e contra as regras do código da estrada, aqui vaio exemplo do entroncamento das ruas de S. Silvestre e Dr. Alberto Lemos, com marcação de baia de estacionamento em transgressão, em cimada curva. Será só desconhecimento das regras? Não nos chega não podermos ter um policiamento mais presente para tantos e tantos atropelosàs regras de trânsito nesta cidade? Mas aleluia!, para vigiar permanentemente os parquímetros até há vigilantes aos pares, como os frades!

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10 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Entrevista com Marcelo Aires– percussionista

essa continuidade académica aum nível superior.

AVE - É verdadeiro per-guntar se existe uma moti-vação especial para a práticamusical?

MA - Sim, sem dúvida. Namúsica há paixão, fascínio pelosom, a capacidade de moldar sen-sações, daí que seja legítimo re-ferir que para a prática musicaltenha, inevitavelmente, que exis-tir essa "motivação especial".

AVE - Neste momentoestás já a ensinar na Artaria- Escola de Música de Alfena.Fala-nos dessa experiênciae de como entraste no mer-cado de trabalho.

MA - Comecei relativamen-te novo, pois o meu pai deu-me a oportunidade de ir orien-tando alguns dos alunos na es-cola assim que entrei para oensino secundário, algo que medeixou com bastante experiên-cia pedagógica e me obrigou aser mais responsável – diga-sede passagem que até então temsido uma ótima experiência.

AVE - Tens tido oportuni-dades de tocar em público comregularidade? Fazes parte dogrupo Oblique Rain. Que es-tilo de música apresentam?

MA - Sim, a minha agendatem andado bastante concorri-da, não haja dúvidas! Falandode Oblique Rain especificamen-te, gostamos de abordar um

pouco de tudo, desde o metal àmúsica experimental, daí que amelhor definição do estilo demúsica apresentado será mes-mo o progressivo/ambiental.

AVE - Tens participadoem mais projetos de bandas?

MA - Sim - de momentoHeavenwood, como músico desessão, e Colosso (a par de maisdois projetos na área da músicaexperimental a desenvolver

nesta segunda metade do ano).

AVE - Sentes-te mais re-alizado enquanto professorou enquanto instrumentistade palco?

MA - Como instrumentista,sem dúvida, ainda que tambémgoste muito de lecionar.

AVE - Enquanto percussio-nista, sentes-te mais à vontadecomo solista ou inserido numaorquestra ou grupo seja ele, por

exemplo, de música de câmaraclássico ou combo jazz?

MA - Em grupo, não só pelaa questão do à vontade, mas tam-bém pelas possibilidades deinteração musical enquantocoletivo. Acho que não há maiorsatisfação que a partilha de expe-riências musicais em conjuntocom um bom grupo de pessoas.

AVE - Em que estilo pen-sas que te inseres enquantopercussionista? Tens afinida-de por algum tipo de escola epor algum tipo de repertório?

MA - Gosto muito de explo-rar o som, do experimentalismo,em contraste com a música maisprogramática, e identifico-me to-talmente com as linguagens con-temporâneas – nesse aspeto te-nho uma visão um tanto avant-garde, pois sou fã da inovação!

AVE - Para que os nossosleitores menos informados(ou para aguçar o interesse)sobre os diversos instrumen-tos que um percussionistapode aprender a tocar, diz-nosem poucas palavras quais eem que moldes.

MA - Em termos de instru-mentos, temos desde a marim-ba, xilofone, vibrafone, timba-les, caixa, multipercussão, atéaos acessórios de orquestra e

percussão tradicional, como oselementos básicos na área. Paracada um deles existe uma histó-ria e técnicas específicas, asquais devem ser dominadas, le-vando anos de aperfeiçoamen-to – e após todo este períodode aperfeiçoamento há que sa-ber adaptar tudo aquilo que lhefoi transmitido para a prática,em contextos musicais.

AVE – Quais são as tuasinfluências musicais?

MA - Acho que sou influ-enciado por tudo, pela Arte emgeral – gosto de pegar num con-ceito ou ideia e adaptá-lo a mi-nha abordagem nos diferentescontextos, se bem que quandoquero criar algo de raiz, há pelomenos duas variantes da músi-ca a que normalmente me asso-cio – impressionismo e expe-rimentalismo.

AVE - Ídolos, tens?MA - Não diria que sim, até

porque são muitos os fatores eentidades a influenciar a minhaforma de abordar a música, demodo que é um tanto compli-cado definir alguém ou algo es-pecificamente.

AVE - Fazendo um peque-no balanço, na altura em quecompletas 22 anos, que perspe-

FILIPE CERQUEIRAFILIPE CERQUEIRAFILIPE CERQUEIRAFILIPE CERQUEIRAFILIPE CERQUEIRA

“A Voz de Ermesinde” (AVE)- Festejaste mais um aniversá-rio há pouco tempo, já vão 22anos de idade. É uma boa opor-tunidade para te fazer uma en-trevista sobre a tua vida profis-sional na área da música. Detodos este anos, achas que osmelhores têm sido passadoscom a música e através dela?

Marcelo Aires (MA) – Semdúvida! A música significa mui-to para mim e todas as experi-ências vividas através da mes-ma têm sido realmente extraor-dinárias – crescemos muito emtantos anos de estrada!

AVE - Desde quando éque vem esse amor artístico?

MA - Penso que desde sem-pre. Cresci a respirar música –o meu pai é guitarrista e a mi-nha mãe adora cantar, e desdemuito pequenino que me lem-bro de os ver e ouvir nos seusprojetos e atuações. Além domais, sempre me apoiaram emtudo, algo que fez com que nes-ta jornada sonhar com uma car-reira de sucesso na área se tor-nasse um objetivo para a vida.

AVE - Olhando para trás,pensas teres tido uma boa for-mação musical e humana nasvárias escolas por onde já es-tudaste?

MA - Sim. O facto de osmeus pais me terem possibilita-do todos aqueles anos de aulasparticulares de bateria, a par daadmissão no Conservatório eMúsica do Porto enquanto ain-da era muito novo foram semdúvida elementos fulcrais na mi-nha formação enquanto músico,e os três anos passados intensi-vamente na Escola Profissionalde Música de Espinho servirambem para consolidar todas asbases técnicas, musicais e cultu-rais até então desenvolvidas.

AVE - Haverá um momen-to em particular que pensesser “a pedra de toque” paradecidires seguir para um ní-vel superior os teus estudos?

MA - Houve, sem dúvida –provavelmente durante a fase detransição entre o Conservató-rio e a Escola Profissional, ondea prática musical passou a serprioritária em relação a tudo oresto, o que me fez ambicionar

Nasce a 12 de junho de 1990. O gos-to pela música desde muito cedo des-pertou – com 2 anos de idade dá osseus primeiros passos na bateria, ten-do aos 3 iniciado o estudo deste ins-trumento, apoiado e acompanhado deperto desde sempre pelo seu pai, RuiAires (guitarrista). Aos 7 anos ingressano Conservatório de Música do Porto,na classe de percussão, onde concluio 6º grau de formação, e onde consoli-da muitas das bases técnicas e musi-

FOTOS ARQUIVO FC

cais essenciais à sua formação como músico.Aqui participa em todo o tipo de eventos avi-damente (concertos a solo, com o grupo depercussão, orquestra, “Big Band”, entre ou-tros). Em 2005, com 15 anos, ingressa na Es-cola Profissional de Música de Espinho, ondeconclui os 3 anos de formação geral com bomaproveitamento (19 valores). Entre esta fasede formação e a atualidade participou em todoo tipo de eventos, tocando com as mais di-versas orquestras (nacionais e internacio-nais), grupos de câmara, como músico convi-

dado para sessões de gravação e per-formances ao vivo com os mais variadosprojetos, na área da música experimental,pop, rock e metal. A par de tudo isto gere asua vida profissional entre aulas de bate-ria e percussão (que leciona particularmen-te) e os seus projetos musicais – ObliqueRain, Heavenwood e Colosso. É o mais re-cente endorser português (espécie de re-presentante autorizado oficial) das marcasDDrum e Silverfox, de baterias e baquetas,respetivamente.

Música

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 11

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tivas para o teu futuro a curto ea médio prazo nesta arte?

MA - Dado que começo aalcançar algum reconhecimentona área enquanto profissional,pretendo continuar a tocar e com-por o mais regularmente possí-vel, desenvolver os projetos emque estou inserido e o Departa-mento de Bateria e Percussão daArtária. Academicamente falan-do, vou prosseguir com a especi-alização na área da bateria, tantodentro como fora do país.

AVE - Dentro dessas pers-petivas encontras espaço paraconcretizar sonhos?

MA - Sem dúvida – gostariamuito de ir lá para fora para es-tudar durante uns bons tempos,acumular experiência e reconhe-cimento na área – quero muitodeixar uma marca em Portugal,mas ficaria muito satisfeito semesmo no estrangeiro o meutrabalho fosse bastante reco-nhecido!

AVE - Consideras, então,que estudar e/ou trabalhar láfora é/será essencial?

MA - No meio artístico,para se conseguir uma forma-ção sólida, é essencial um con-tacto com o mercado lá fora,pela questão da experiência,competitividade, entre outrascoisas, dado que em determina-dos países sabemos que existeuma abertura cultural muito su-perior à nossa. Mas obviamen-te que não vejo isso como algo

indispensável para toda a gente– vai sempre depender dosobjetivos de cada um para a suavida profissional.

AVE - Por falar em futu-ro, que modelo de divulgaçãoprevês para a música?

MA - Dadas as possibilida-des que hoje em dia temos à nos-sa disposição (e tendo em contaque já não se vendem discoscomo há uns anos atrás), pensoque investir na divulgação dosprojetos em formato digital é umbom processo de divulgação, ehá que ter em conta que cada vezmais o nome e a experiência domúsico são elementos fulcrais naárea, por isso há que desenvol-ver o marketing pessoal.

AVE - O que é possível fa-zer no meio musical para so-breviver?

MA - Acho que é possívelfazer de tudo um pouco – bastahaver empenho, brio e dedica-ção naquilo que fazemos – sebem que as pessoas inseridasnesta área devem procurar a suavocação (um grande solista nun-ca terá a disposição de alguémcom grandes capacidades peda-gógicas para lecionar, e vice ver-sa), como também desenvolvê-la no limite das suas capacida-des – apenas terão de ser pro-fissionais e pró-ativas, e os re-sultados aparecerão.

AVE - Já tiveste oportuni-dade de tocar em Ermesinde

e em Alfena, onde resides?MA - Sim, diversas vezes.

AVE - Consideras estasduas cidades dinâmicas no quetoca a atividades culturais?

MA - Não necessariamente– falta alguma abertura cultural.

AVE - A que se deve essafalta de abertura cultural?

MA - Terá muito a ver coma questão das mentalidades pre-sentes nas várias organizaçõespor detrás destes eventos – éimportante divulgar a tradição,mas também não devemos fecharportas a tudo o resto, daí quepudessem surgir mais exposiçõese workshops de artes plásticas,festivais (de pequena e médiaescala, pelo menos) que abarcas-sem os mais variados génerosmusicais, desde a música erudi-ta, jazz, rock, metal e mesmomúsica experimental, e divulgartodas estas variantes nos ensi-nos básico e secundário, compequenos concertos e atividadespráticas com isto relacionadas.

AVE - Costumas ver ex-posições, concertos, teatro ououtras atividades por cá?

MA - Não - nesses contex-tos estou mais pelo Porto.

AVE - Isso deve-se ao fac-to de as atividades por cá teserem menos apelativas?

MA - Sim, por isso mesmo.

AVE - Vives em Alfena

desde quando?MA - Desde 1998.

AVE - Na generalidade,que te parece Alfena? Umacidade à altura das tuas expe-tativas enquanto cidadão?Uma freguesia de Valongovoltada para o futuro ou fe-chada em si mesma?

MA - Gosto bastante deaqui viver. Alfena é muito pa-cata, posso relaxar e trabalhartranquilamente, e acho que aospoucos vai adquirindo e desen-volvendo os serviços básicosnecessários aos cidadãos, evi-tando que estes dependamtanto dos grandes centros paratodas e quaisquer necessida-des (como é exemplo o novohospital).

AVE - Em comparação comErmesinde, tens pontos decomparação na tua opinião?

MA - Sim, penso que sãoduas zonas semelhantes emmuitos sentidos, e desde queAlfena se começou a desenvol-ver mais rapidamente, a discre-pância entre uma e outra é ago-ra muito reduzida, principal-mente ao nível dos serviços.

AVE - Que achas da cida-de especificamente em ter-mos ambientais e políticos?Havia algo que gostavas quefosse mudado?

MA - Não, de momento nãovejo nada que me afete nessessentidos.

AVE - Sobre este jornal,“A Voz de Ermesinde”, cos-tumas ler? Qual a tua opi-nião sobre esta série de en-trevistas a músicos da nos-sa terra?

MA - Costumava ler há unsanos, mas entretanto perdi umtanto o rasto do mesmo. Emrelação à questão das entrevis-

tas, penso ser uma mais valiaem termos de desenvolvimentoe difusão da cultura por estasbandas, e obviamente uma pro-moção louvável do nosso tra-balho enquanto profissionais.

AVE - Obrigado pela en-trevista. Os nossos desejos deum futuro promissor!

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12 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012História

Em pleno Estado Novo salazaristaPortugal perde Goa, Damão e Diu

Cerca de dois anos após otermo da 2ª Guerra Mundial aUnião Indiana conseguiu a suaindependência da coroa britâ-nica e já se esperava que tam-bém não quisesse manter apermanência colonial portu-guesa (na década de 1950, oprimeiro-ministro indianoNehru já havia reclamado a de-volução daquela parcela de ter-ritório) que durava há quatro sé-culos e meio, desde que Afonsode Albuquerque a havia con-quistado, no dia 25 de novem-bro de 1510.

Goa tornar-se-ia a capitaldo importantíssimo ImpérioPortuguês do Oriente. Ao lon-go destes 451 anos muitas vi-cissitudes se passaram, milha-res de histórias se viveram ehoje a antiga Goa portuguesa éum atrativo centro turístico querecebe milhares de visitantes,que pretendem apreciar o ricopatrimónio histórico herdadodo passado português e que aUnião Indiana vem recuperan-do, assim como em Damão eDiu, reconhecendo o seu extra-ordinário valor cultural.

Como Salazar recusasse avia negocial com a União India-na, relativamente ao futuro dosterritórios administrados porPortugal, aquele país acaboupor recorrer à força das armaspara anexar o secular EstadoPortuguês da Índia. Convémrecordar que Portugal foi o pri-meiro país europeu a chegar àÍndia, no reinado de D. ManuelI, graças à bem sucedida viagem

MANUELAUGUSTO DIAS

EFEMÉRIDES - em ErmesindeRepercussões da perca de Goa, Damão e Diu

Em Ermesinde de há 50 anos atrás, este estado de revoltatambém foi bem sentido. A comprová-lo, transcrevemos partede um artigo, da autoria de MCP, publicado na abertura do 1ºnúmero de “A Voz de Ermesinde”, do ano 1962.

«O momento que passa é de luto e dor,mas também é de fé ardente e

inquebrantável num futuro melhor

NESTA hora tristemente célebre, inegávelmente dolo-rosa e trágica para Portugal, que viu o seu solo mancha-do de sangue e de lágrimas vertidas de seus filhos, crimi-nosamente provocados por mão sinistra, com o ferrete da

ignomínia e da maldade a marcar vítimas inocen-tes, nesta hora, dizíamos, é o momento de todos nosunirmos e solidarizarmos, reconhecendo que é ne-cessário a maior prudência e firmeza com os nossospassos, pois a cada esquina se encontram lobos es-faimados e perigosos, disfarçados de cordeiros.

É exemplo flagrante de egoísmo, de violência ede hediondez a atitude tomada por esse monstruo-so Nehru, que agora se desmascarou ao fazer mar-char sobre os territórios portugueses de Goa assuas tropas, mostrando ao Mundo quão falso era oseu apostolado de paz e de quanta hipócrisia an-davam envolvidas as suas palavras.

Alheia a qualquer corrente ou ideal político,pois “A Voz de Ermesinde” não foi fundada para

epois de, em de-zembro de 1961,a União Indianaocupar, pela for-ça, os territórios

Depois disso, Portugal cri-aria em Goa a capital de um im-pério que se caracterizava so-bretudo pelo domínio de pon-tos estratégicos que garantiamaos portugueses o quase exclu-sivo das rotas marítimas noÍndico e no Pacífico, que per-mitiam a chegada à Europa, viaPortugal, de toda a espé-cie de mercadorias exis-tentes naquelas longínquasparagens.

Mas a história secularda presença portuguesa ha-via de ter um fim. Na manhãde 17 de dezembro de 1961,uma força estimada em cercade 50 mil homens, apoiadospor equipamento militar deponta, com capacidade ofen-siva por terra, ar e mar diri-ge-se ao território portuguêscom vista à sua imediata con-quista. Nos nossos territóri-os, as forças militares eramexíguas: cerca de 3 500 ho-mens e mal armados, comespingardas de fabrico che-co (Kropatchek de 1892)que tinham que ser recar-regadas após cada tiro, en-quanto que do lado indianojá se recorria a armas auto-máticas e tinham o apoio daaviação militar e de várias em-barcações de guerra, entre asquais um porta-aviões.

Salazar ainda pediu ajudabritânica, no âmbito da velha ali-ança, só que a Índia era membroda Commonwealth, e a conjun-tura internacional era claramen-te adversa à posição portugue-sa, pelo que a ocupação por

tropas portuguesas devem, ime-diatamente, cessar fogo e as tro-pas indianas proceder de igualmodo com o fim de evitar a cha-cina da população e a destrui-ção da cidade. O Comandante;(as.) Acácio Tenreiro (Major)».

Meio ano mais tarde, umnavio português foi buscar os

administrados porPortugal há alguns séculos, eisque chegam a Lisboa os primei-ros prisioneiros portugueses,faz agora meio século. Contu-do, o regime salazarista não lhesperdoaria o facto de se teremrendido, como se na prática fi-zesse alguma diferença. Comopoderiam 3 500 homens mal ar-mados enfrentar 50 000 homensda União Indiana? A desigual-dade de forças e de meios erauma evidência que não pode serescamoteada.

Foi no dia 18 de dezembrode 1961, há 50 anos e meio, quePortugal perdeu o seu primeiroterritório colonial no século XX– o Estado Português da Índia,ou seja um conjunto territorialde 4 194 quilómetros quadra-dos, normalmente designado porGoa, Damão e Diu. Estávamosem pleno Estado Novo, dirigi-do pelo fundador do regime, An-

parte da União Indiana ficou de-cidida em cera de 36 horas.

De Lisboa, Salazar dava or-dens expressas para que as forçasportuguesas lutassem até ao últi-mo homem. Contudo, os coman-dantes militares no terreno sabi-am que não tinham qualquer hi-

tais fins, ùnicamente quer fazer ouvir a voz do seuportuguesismo, mostrando a sua maior repulsa, a suamais vibrante indignação pelo inqualificável atenta-do contra o Estado Português da Índia.

Portugal vive um dos momentos mais trágicos ecruciantes da sua longa história, mas se a hora é deluto, de dor e de saudade por todos aqueles que tomba-ram, lá longe, que deram a sua vida em holocausto àPátria, deve ser também o momento de união e defraternidade lusíada, de fé ardente e inquebrantávelnum futuro melhor, pois não deveria ter sido em vãovertido o sangue de nossos heróicos e valentes irmãosque mais uma vez escreveram uma das páginas maissublimes e maravilhosas da nossa gloriosa história.(…)».

A disparidade de forças emconflito está bem patentenesta imagem da “Revistada Armada”: do lado portu-guês apenas o navio Afonsode Albuquerque (lado es-querdo da imagem) do ou-tro, 8 barcos de guerra, umdos quais um porta-aviões.

Abril”, finalmente, as relaçõesdiplomáticas com a Índia foramrestabelecidas.

Em Portugal, mesmo algumaspersonalidades políticas opostasà “situação”, tiveram ações derepúdio relativamente à atitudeda União Indiana. Houve registode várias manifestações contra aatitude de Nehru, adjetivado como«cínico, cobarde, hipócrita e si-nistro».tónio de Oliveira Salazar. de Vasco da Gama (1497-1499).

É conhecida a carta de ren-dição, assinada pelo MajorTenreiro, cujo conteúdo apontapara a tentativa de evitar o mas-sacre da população e a destrui-ção da própria cidade: «Cidadede Goa, 18/12/61 / O Coman-dante Militar da Cidade de Goadeclara que deseja parlamentarcom o Comandante do exércitoda União Indiana com respeitoà rendição. Nestas condições, as

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pótese e acabaram por render-se.

prisioneiros a Goa, mas os mes-mos seriam mal recebidos emLisboa, escoltados pela políciamilitar, por serem considerados“traidores” ao não terem lutadoaté à morte. Alguns dos seuscomandantes foram mesmo su-jeitos a julgamento militar. OEstado Português da Índia con-tinuou a estar representado naAssembleia Nacional até 1974.Após a Revolução do “25 de

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 894 • 30 de junho de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

A Voz de Ermesinde foi conhecer nestemês de junho a Escola-Academia

Sporting de Alfena, uma instituiçãoprestes a completar 5 anos de vida quetem interpretado com reconhecido des-

taque a filosofia de formação daqueleque é tido por muitos como o clube

que melhor forma no nosso país:o Sporting Clube de Portugal

A Voz de Ermesinde foi conhecer nestemês de junho a Escola-Academia

Sporting de Alfena, uma instituiçãoprestes a completar 5 anos de vida quetem interpretado com reconhecido des-

taque a filosofia de formação daqueleque é tido por muitos como o clube

que melhor forma no nosso país:o Sporting Clube de Portugal

Alfenatrabalhaos craquesdo futuro sobos desígniosdo leão

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012DesportoII

ENTREVISTA COM O DIRETOR GERAL DA ESCOLA-ACADEMIA SPORTING-ALFENA

FOTOS MANUEL VALDREZ

Em Alfena o sucesso da filosofia de formaçãodo Sporting tem sido interpretado com eficiência

Aproveitando a ocorrência do 4º Torneio Internacional deAlfena (cujos desenvolvimentos podemos ver na caixa dapágina ao lado) o nosso jornal foi conhecer o projeto queestá por detrás deste evento desportivo, destinado a fute-bolistas de “palmo e meio”, cujo sucesso se vai tornandocada vez mais evidente de ano para ano. Falamos da Esco-la-Academia Sporting–Alfena, uma instituição que está pres-tes a completar cinco anos de vida e que tem interpretadocom reconhecido destaque a filosofia daquela que é consi-derada por muitos como a melhor escola de formação donosso país, a do Sporting Clube de Portugal.

As portas do “covil do leão” em Alfena foram-nos abertaspela mão do diretor geral da escola-academia, Manuel Sousa,com quem estivemos à conversa.

MIGUEL BARROS

28 de setembro de 2007 éa data em que o sonho pas-sa a realidade, o dia em quenasce pela primeira vez noconcelho de Valongo umaescola de futebol ligada auma grande instituição des-portiva, como é o caso doSporting Clube de Portugal.O berço do projeto é colo-cado em Alfena, mais pre-cisamente no seio do clu-be mais representativo des-ta freguesia, o Atlético Clu-be Alfenense, coletividadeque com a edificação da es-cola-academia beneficia demelhoramentos vários noseu complexo desportivo,sendo o mais visível de to-dos o arrelvamento – sin-tético – do seu principalcampo de jogos. A concre-tização deste projeto colo-cou sorrisos de felicidade norosto de todos os seus in-tervenientes, o Alfenense, aprópria freguesia de Alfena,que passou a ver o seu nomeassociado a uma das maisafamadas escolas de forma-ção do futebol europeu, oSporting, que passava a dis-por de uma academia no nor-te do país vocacionada paraa procura e formação de no-vos talentos futebolísticos, epara os mentores da ideia, di-gamos assim, um grupo dequatro sócios em que se en-contrava Manuel Sousa, quehoje em dia é o responsávelmáximo da Escola-AcademiaSporting-Alfena.

Professor de EducaçãoFísica, Manuel Sousa faz,no início da nossa conver-

sa, uma viagem ao passado,onde recorda o sonho deabrir uma escola de futebol,um sonho que resultava – econtinua a resultar – do so-matório da paixão pelo fu-tebol e do gosto de traba-lhar com crianças. Contudo,neste sonho não entrava ini-cialmente a ideia de queessa escola pudesse ter ocarimbo do Sporting, «co-nhecendo a qualidade que aAcademia de Alcochete ti-nha, e tem, não me passavapela cabeça abrir uma esco-la do Sporting, digamos queisso era mais do que um so-nho», recorda Manuel Sou-sa, que depois de se cons-ciencializar que esse sonhohavia transposto a fronteirapara a realidade esteve trêsou quatro noites sem con-seguir dormir, tamanha era afelicidade que sentia.

Chegada a hora de colo-car o projeto em prática, fo-ram contactados vários clu-bes da região no sentido dealbergar a futura escola-a-cademia, tendo a escolharecaído posteriormente, ede forma consensual entreos quatro sócios envolvi-dos no projeto, sobre o Alfe-nense, o clube que reunia ascondições exigidas pelopróprio Sporting, sobretudoao nível da estabilidade dire-tiva e financeira. E se a deci-são tivesse de ser tomadahoje Manuel Sousa não vol-taria a ter dúvidas em esco-lher novamente o Alfenensecomo parceiro deste proje-to, já que de parte a parteeste tem sido um casamen-to feliz. Como tal, na hora de

traçar um balanço destesquase cinco anos de ativi-dade o responsável pelaEscola-Academia do Spor-ting-Alfena começa por di-zer que este ainda curto pe-ríodo de vida correu bem,com um ou outro percalçopelo caminho, mas de formageral esta mão cheia de anostem sido positiva, embora

sublinhe que a escola-aca-demia continua a fazer es-forços no sentido de conti-nuar a crescer a diversos ní-veis. Continuar a crescer econtinuar a fazer os alunosda escola-academia felizes,no fundo umas das diretrizesdeste projeto, «fazer comque os miúdos sejam felizes

a fazer uma atividade de quegostam. E nós em conjuntocom os pais temos tido essapreocupação, de os fazer fe-lizes. Não digo concretizaro sonho que a grande maio-ria deles tem por esta altura,que é serem jogadores defutebol no futuro, até por-que não nos passa pela ca-beça que todos os meninos

que aqui temos venham aser futebolistas profissio-nais, mas – como já disse –procurar que sejam felizesa praticar uma atividade deque gostem. E é precisamen-te isso que nos move todosos dias, ver o sorriso deles,seja antes dos treinos, depoisdos treinos, em torneios, in-

dependentemente do resulta-do que tenham alcançado»,frisa Manuel Sousa.

O dirigente vai mais a-lém ao explicar que a filo-sofia da escola-academianão passa exclusivamentepor apenas formar futebolis-tas. «É uma escola de fute-bol, é certo, e presta um ser-viço de ensinar a jogar fute-bol, mas nem toda a genteque anda no conservatóriovai no futuro tocar numa or-questra ou fazer parte deuma banda de música, e aquié igual, ou seja, os meninosandam aqui porque gostam,nós ensinamos a jogar fute-bol, desenvolvemos capaci-dades e competências, masnem todos irão para a altacompetição, nem todos têmcompetências técnicas, táti-cas, de motivação e concen-tração para virem a ser fute-bolistas. Há meninos queandam aqui porque apenasgostam de dar uns chutosna bola, só isso».

«Já colocámos4 ou 5 jogadoresem Alcochete»

O sonho de vir a ser um“Cristiano Ronaldo” poderánão estar ao alcance dosmais de 200 alunos que fre-quentam por esta altura a es-cola-academia de Alfena, écerto, mas tentar encontrarum “diamante” que possa serlapidado e seguir, quiçá, aspisadas do astro portuguêsdo Real Madrid é natural-mente outro dos objetivos dainstituição. Mas… «ainda émuito cedo para dizer se te-

mos aqui um “Cristiano Ro-naldo”, ainda são muito no-vos. Mas no entanto ao lon-go destes cinco anos de exis-tência já colocámos quatroou cinco jovens em Alcochete,o que é bom em termos deprojeção da academia deAlfena. Jogadores esses quejá estão em Lisboa a traba-lhar nas equipas de forma-ção do Sporting», sublinhacom orgulho Manuel Sousa.Academia de Alcochete queé vista por muitos como umaverdadeira fábrica de talen-tos, e o local de sonho ondemuitos dos jovens que se en-contram nas 27 escolas-aca-demias que o clube de Al-valade tem espalhadas pelopaís esperam um dia chegar.Sporting que muito recen-temente foi “rotulado” pelaUEFA como uma das atuaistrês melhores escolas de for-mação do futebol europeu,juntamente com o Barcelonae o Lyon. Manuel Sousa nãotem dúvidas de que os leõessão não só a melhor escola dopaís e uma das melhores daEuropa como também estãoentre as cinco melhores doMundo, exemplificando estatendência do clube lisboetapara o sucesso ao nível da for-mação com o facto – por exem-plo – de 9 dos 23 jogadoresque estiveram ao serviço daseleção portuguesa no Cam-peonato da Europa de 2012terem sido “fabricados” naAcademia de Alcochete, no-meadamente Rui Patrício,Miguel Veloso, João Mou-tinho, Beto, Quaresma, HugoViana, Varela, Nani, e obvia-mente Cristiano Ronaldo. Isto

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde Desporto III

FUTEBOL

na atualidade, porque no pas-sado foi buscar nomes comoPaulo Futre, Luís Figo ou Si-mão Sabrosa, os quais teste-munham a elevada qualidadeda formação leonina. O segre-do desta fórmula de sucesso?«Não há grandes segredospara o sucesso da escola doSporting, na minha opinião.Alcochete é uma academiacuja metodologia de trabalhoé virada para potencializar asqualidades e capacidades doatleta, o qual se integra emqualquer equipa e sabe o quetem a fazer dentro do campo»,explica. E numa comparaçãocom os projetos de forma-ção dos dois maiores rivaisa nível nacional do Spor-ting, o FC Porto e o Benfica,o nosso interlocutor não temdúvidas de que existem mui-tas diferenças entre as li-nhas orientadoras e meto-dológicas de trabalho daspartes envolvidas.

«O projeto do Sporting ésobretudo desportivo, mui-to bem coordenado e muitobem orientado, e tem uma vi-são centrada na formação dacriança, sem queimar etapas,algo que me agrada muito.Bem diferente daquilo o quefazem Benfica e FC Porto,que têm sobretudo projetosmais comerciais», refere Ma-nuel Sousa.

E por falar no rival FCPorto não pudemos deixarde fazer a observação dofacto de o clube azul e bran-co ter aberto há cerca de umpar de anos uma academiade formação no nosso con-celho, mais concretamente

em Ermesinde, localidadeque acolheu uma das Dra-gon Force tuteladas pelosportistas, uma concorrênciaque para Manuel Sousa épacífica e salutar e que atétem permitido algumas tro-cas de alunos, embora nesteponto a balança penda a fa-vor dos leões. «Há mais me-ninos a fazer a viagem de lápara cá do que no sentidoinverso. E alguns deles atésão portistas! Isso aconteceporque se calhar os pais acre-ditam mais no nosso proje-to, até porque as men-salidades são mais ao menosiguais. Os meninos vêm, ex-perimentam, e não queremoutra coisa, preferem ficarconnosco, e isso acontecenão só com jogadores daDragon Force como tambémde outros clubes, que temosrecebido. Acho esta tendên-cia normal, pois tanto osmiúdos como os pais gos-tam de se associar a quemganha, e ao virem para aquias crianças ambicionamaprender mais, crescer, e cla-ro, ganhar títulos. Além deque nós temos um tapeteestendido para Alcochete,um local, como já disse an-tes para onde não irão to-dos, apenas aqueles que re-almente são muito bons».

Sucesso daescola-academiareconhecido“extra muros”

A qualidade da Escola--Academia de Alfena tem sidobadalada um pouco por toda

a região, e a prova disso é queé frequentada não só por me-ninos do concelho de Valon-go como de outros pontos,como por exemplo, Maia,Matosinhos, Gondomar, Pa-redes, ou Ovar.

E por falar em preços Ma-nuel Sousa informou que oSporting está atento e preo-cupado com a atual situaçãofinanceira do país, encontran-do-se neste momento a estu-dar a redução da mensalidadedas escolas--academias. In-clusive, e em solidariedadecom muitos pais que passampor dificuldades financeiras eque dessa forma não podemmanter os seus rebentos nasescolas-academias, o clube deAlvalade criou uma bolsa des-tinada a meninos com poten-cial futebolístico e cujos pro-genitores tenham carências fi-nanceiras, no qual assume to-das as despesas do atleta.

Atletas que como já foidito ultrapassam as duascentenas na academia spor-tinguista de Alfena, e que seencontram repartidos pelosescalões que vão dos minisaté aos iniciados. A super-visioná-los estão 13 treina-dores especializados, isto é,treinadores que trabalham deacordo com a filosofia de for-mação do Sporting.

Como já foi também re-ferido no início deste traba-lho, o próprio Alfenense tembeneficiado com a implanta-ção deste projeto no seucomplexo desportivo, nãosó ao nível de infraestru-turas mas também no planodesportivo, já que o traba-

lho da escola-academia temsido aproveitado pelas equipasde formação do emblema deAlfena. «No protocolo que ce-lebrámos com o Alfenensecomprometemo-nos a empres-tar, digamos assim, os nossosmelhores jogadores para re-presentarem o clube ao níveldas competições distritais daAssociação de Futebol doPorto, uma vez que nós, en-quanto escola-academia, nãoparticipamos em competições,competimos apenas em algunstorneios e convívios com ou-tras academias nacionais e in-ternacionais. E com a nossaajuda o clube já conseguiunestes cinco anos dois títulosde campeão distrital de infan-tis, ficando à frente de clubescomo o FC Porto, Boavista, ouLeixões. Recentemente vence-mos a Taça José Bacelar, e noescalão de iniciados o clube es-teve a competir durante duasépocas consecutivas nos cam-peonatos nacionais (!), ao ladodas melhores equipas da re-gião, como são os exemplos do

FC Porto, Boavista, Sal-gueiros, Leixões, Paçosde Ferreira, ou Rio Ave.Aliás, os bons resultadosdesportivos são uma dasconsequências naturaisdo nosso contínuo cres-cimento que se tem vindoa verificar».

Refira-se que, ao a-brigo deste protocolo, oAtlético Clube Alfenensenão pode ter escalões deformação abaixo dos 14anos de idade, uma vezque entre os 4 e os 14 a-nos os meninos são cap-tados de forma exclusiva-mente, digamos assim,pela Escola-Academia doSporting - Alfena.

E no cair do pano so-bre esta pequena conver-sa mantida com o nossojornal, Manuel Sousaconfidenciou-nos que a“fábrica de talentos” daAcademia de Alfena irádar mais e melhores fru-tos num futuro muito pró-ximo, até porque está à

“espreita” uma nova forna-da de craques “made inAlfena”.

«Somos uma escola queestá aberta a todos, rapazese raparigas. Temos a fama deque só vêm para aqui osmelhores, os mais dotados,o que não é verdade, esta-mos aqui para toda a gente,para aqueles que sonhamem vir a ser um “CristianoRonaldo” e para os que ape-nas querem vir dar unschutos e divertirem-se, inde-pendente das qualidades ecapacidades que tenham»,rematou o responsável poruma das primeiras 27 esco-las-academias que o Sportingabriu no país, um clube es-pecialmente vocacionadopara a formação que temdado – inúmeras – provas desucesso quer a nível nacio-nal quer internacional.

E quem sabe se de Alfenanão sairá para o próximogrande astro do futebol mun-dial? Nunca se sabe...

É esperar para ver!

Paços de Ferreira levou a melhor sobre a concor-rência no 4º Troféu Internacional de Alfena

A jovem equipa do Fute-bol Clube de Paços de Fer-reira foi a grande vencedorada 4ª edição do Troféu Inter-nacional de Alfena, certamede futebol de 7 organizadopela Escola-Academia Spor-ting de Alfena que decorreuno Complexo Desportivo doAlfenense a 16 e 17 de ju-nho passados. Destinada aoescalão de sub-9, a provacontou com a presença decerca de duas centenas de a-tletas em representação de14 equipas, sendo elas o Ben-fica de Paredes, o Núcleo Des-portivo do Colégio de Er-mesinde, o Futebol Clube daFoz, o Vila de Anta, o Folgosa

da Maia, o Nogueirense, o Ma-cieira da Maia, o Coimbrões, oEsmoriz, a Escola de FutebolHernâni Gonçalves, o Fiães, oRedondela (de Espanha), o Atlé-tico Clube Alfenense, e o Fute-bol Clube de Paços de Ferreira,o emblema que viria a fazer a fes-ta no final.

Numa competição muitodisputada, os jovens atletas en-traram em campo revelandotodo o empenho e dedicaçãopróprias da idade. Com muitofair play, os futebolistas tiveramdois dias memoráveis, contan-do, inclusive, com a “ajuda” deS. Pedro.

O público e as claques pre-sentes aplaudiram, entusiasti-

camente, os jogos, en-chendo as bancadas de core energia. A animação –dança – contou com a par-ticipação da AcademiaSénior de Ermesinde, doEspaço Dança, e da Aca-demia de Dança New Style.

E na grande final, dis-putada no domingo, os pa-censes derrotariam entãoo Núcleo Desportivo doColégio de Ermesinde por3-2, enquanto que a encer-rar o pódio (3º lugar), fica-ria a turma do Vila de Anta.

O emblema da casa, oAtlético Clube Alfenense,conquistaria um honroso5º lugar.

CLASSIFICAÇÕES:

1º - Paços Ferreira2º - Col. Ermesinde3º - Vila de Anta4º - Benfica Paredes5º - Alfenense6º - Redondela7º - FC Foz8º - E. H.Gonçalves9º - Fiães10 - Macieira Maia11º- Coimbrões12º- Esmoriz13º- Folgosa Maia14º- Nogueirense

FOTO EASA

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Desporto

HÓQUEI SUBAQUÁTICO

FOTO CLUBE ZUPPER

Equipas Zupper terminam temporada em bom planoTerminou no passado

fim de semana de 16 e 17de junho o CampeonatoNacional de hóquei sub-aquático, certame ondeuma vez mais estiveramem evidência os erme-sindenses do Clube Zup-per. A Piscina Municipalda Mealhada acolheunas referidas datas a 4ªe derradeira etapa docampeonato, onde oszuppers entraram emação com as suas duasequipas, cuja perfor-mance voltou a deixarum sentimento de satis-

fação entre jogadores e diri-gentes do clube da nossafreguesia. Em termos declassificação o combinado“A” alcançou um 6º lugar,com 583 pontos somados,ao passo que o “B”, que nun-ca é demais lembrar fez estatemporada a sua estreia aomais alto nível no hóqueisubaquático lusitano, ficouna posição imediatamente aseguir, com 555 pontoscontabilizados. 6º e 7º lu-gares que foram curiosa-mente os lugares em que asduas equipas zupper fica-ram instaladas na classifi-

cação final do campeonatoapós a realização das qua-tro etapas, sendo que em ter-mos pontuais os “A” soma-ram um total de 2 775 pontos,enquanto que os “B” 2 626,ficando digamos que a meioda tabela classificativa, àfrente dos Gaia Sub (8º),Aquacarca “B” (9º), ClubeNatação da Amadora “C”(10º), e N.S. Coimbra “B”(11º). O título foi conquista-do pela equipa “B” do Clu-be Natação da Amadora, queassim sucede ao… ClubeNatação da Amadora “A”,que desta feita não foi além

da 3ª posição. Os Aquacarca“A”, vencedores da Taça dePortugal, competição estacuja fase final, relembre-se, sedisputou em Ermesinde nopassado mês de março, que-daram-se pela 2ª posição.

Satisfeito com a presta-ção das equipas do ClubeZupper estava naturalmente opresidente/jogador do emble-ma ermesindense, Nuno Ri-beiro, para quem o clube seencontra cada vez mais fami-liarizado com o hóquei sub-aquático, e a prova disso foi aboa classificação obtida porambos os conjuntos em 2012.

«A evolução tem sido notó-ria, pelo que na próxima é-poca podemos prometerque vamos tentar ficar en-

tre os quatro primeirosda classificação geral»,projetou o presidente/jo-gador zupper.

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente).Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.Colaboradores: Agostinho Pinto, João Queirós e Luís Dias.

HÓQUEI EM PATINS

Valongo alcança a vitória mais expressiva da épocano cair do pano do Campeonato Nacional de 2011/12

Foi com uma expres-siva goleada de 11-2 so-bre o Infante de Sagresque a Associação Des-portiva de Valongo colo-cou, no passado dia 16de junho, um ponto finalno seu trajeto no Campe-onato Nacional da 1ª Di-visão de hóquei em pa-tins alusivo à época de2011/12. Um facto ocor-rido no Pavilhão Muni-

cipal de Valongo e que desdelogo constituiu o resultadomais volumoso alcançadopelo emblema do nosso con-celho na temporada que ago-ra chega ao fim. Num encon-tro de sentido único – istoé, a baliza do Infante de Sa-gres – o goleador da casa,Hugo Azevedo, voltou a evi-denciar-se ao apontar 7 dos11 tentos dos locais. Comestas últimas sticadas cer-

teiras Azevedo ficou com o2º lugar na lista dos melho-res marcadores do campe-onato, com um total de 51golos apontados. Raul Me-ca e Jorge Alves – ambos com2 golos cada – foram os au-tores dos restantes golos dospupilos de Paulo Pereira nadespedida do campeonato.Coletivamente o Valongosubiu mais um degrau emrelação à época transata,

onde, recorde-se, tinha al-cançado um brilhante 7º lu-gar, sendo que desta feitaficou com a 6ª posição,com 42 pontos somados.

E 2011/12 será para sem-pre recordada como a épocaem que o “rei foi deposto dotrono”, ou seja, o FC Porto,campeão nacional nas últi-mas 10 temporadas (!), pas-sou o testemunho para oBenfica, o novo detentor do

ceptro, pese embora osportistas terem apresentadoum protesto junto do Conse-lho de Disciplina da Federa-ção de Patinagem de Portu-gal, do jogo do título, preci-samente disputado diante dosencarnados de Lisboa emcasa destes, alegando os por-tistas alguns erros de ordemtécnica protagonizados pelaequipa de arbitragem numapartida que terminou empata-

da a cinco bolas, o quepermitiu aos benfiquistascontinuarem na frente daprova, lugar que não maislargariam até ao fim.

O desfecho deste ca-so ainda não é contudoconhecido.

Nota: Todos os resul-tados e classificaçõesdesta competição po-dem ser consultados nanossa edição on-line.

DAMAS

Prestação do Café Avenida em Vilade Fajões ficou aquém do seu potencial!

Vila de Fajões, no concelho de Oliveira de Azeméis, acolheu no passado sábado (9 dejunho) o 3º Torneio Nacional de Damas Clássicas, prova pontuável para o ranking da Federa-ção Portuguesa de Damas, que reuniu na citada localidade 57 damistas em representação denove equipas, entre elas o Café Avenida de Ermesinde. Coletivo este que levou até ao certamecinco jogadores, nomeadamente José Rocha, Sérgio Bonifácio, Manuel Silva, Ricardo Araújo,e o estreante Noémio Soares. Quanto à prestação dos damistas ermesindenses podemos dizerque essa ficou um pouco aquém do esperado, isto se atendermos às (boas) exibições paten-teadas ao longo desta época de 2012.

E ao olharmos para a classificação final deste Torneio Nacional de Damas Clássicasverificamos que pela primeira vez na atual época o Café Avenida não conseguiu colocar nenhumdos seus jogadores entre os 10 primeiros classificados, um objetivo falhado, no entanto, poruma “unha negra”, já que a melhor posição alcançada foi um 11º lugar (!) por intermédio deManuel Silva. José Rocha ficou com o 12º posto, ao passo que Sérgio Bonifácio, atleta que,recorde-se, tem obtido os melhores resultados individuais do Café Avenida em 2012, ficou nummodesto 26º lugar! Já o estreante Noémio Soares foi 19º, ao passo que Ricardo Araújo não foialém do 34º lugar. Na classificação coletiva o Café Avenida ficou fora do pódio, ou seja, no 4ºposto. O CCD S. João da Madeira foi o grande vencedor da prova, tanto por equipas como noplano individual, onde o seu damista Tiago Manuel levou a melhor sobre a concorrência.

Agrupamento Vertical de S. Lourençodá cartas na patinagem

PATINAGEM

REGINA GOMES*

O Agrupamento Vertical de Escolas de S. Lourenço (em Ermesinde) está a revelar-se como umautêntico viveiro de talentos ao nível da patinagem. Na qualidade de projeto extra curricular foi criadoo Clube de Patinagem, que conta já com 50 alunos de várias turmas de diferentes anos de escolarida-de, pertencentes a vários escalões. A modalidade tem sido disputada nas variantes perícias, velocida-de e estafetas. O agrupamento tem competido em várias provas, tendo obtido resultados muitopositivos, como é o exemplo do apuramento alcançado para o último Campeonato Regional, dispu-tado em abril passado. É de realçar que esta competição era destinada ao escalão de iniciados, tendoo agrupamento ermesindense participado com alunos integrados no escalão de infantis “B”, escalãoeste inferior ao de iniciados, tendo mesmo assim conseguido obter excelentes resultados. Nas provasindividuais de velocidade obtiveram os 11º e 12º lugares, ao passo que na prova de perícias alcança-ram o 11º e o 14º, enquanto que na prova de estafetas conquistaram os 7º e 8º postos.

A prestação dos alunos foi aplaudida por toda a comunidade escolar do Agrupamento Vertical deS. Lourenço que, no passado dia 14 de junho, levou a cabo uma demonstração de patinagem para todaa escola como forma de homenagear os seus atletas.

*Professora de patinagem

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 13Património

AL HENNA, em defesa do Património de Alfena

as conversas entre amigos e dos atrasos provocadospela cegueira burocrática do nosso Estado, que quaseimpedia a utilização da designação escolhida desde aprimeira hora para a associação, passaram algunsmeses até que, numa manhã de dezembro, seis “caro-las” (Manuel Joaquim Oliveira, Arnaldo Mamede,Cláudia Dantas, Sérgio Sousa, Ricardo Ribeiro e Dário

Teixeira) passaram da ideia à prática e quinhoaram para pagar a Escri-tura pública de constituição da AL HENNA – Associação para aDefesa do Património de Alfena.

Depois, veio o tempo de contactar mais algumas pessoas demodo a constituir os órgãos sociais e começar o trabalho no terreno.Conseguimos, de facto, reunir um grupo de pessoas interessadas e osresultados começaram a surgir. Da troca de conhecimentos aos docu-mentos que se foram reunindo, das reuniões de trabalho às caminha-das dominicais que se foram fazendo, se foi construindo um trabalhocoletivo que foi finalmente apresentado ao público, no nosso Centro

Sexta-feira, 09 de julho de 2010, no rescaldo de uma célebre sessão extra-ordinária da Assembleia de Freguesia de Alfena, convocada para retificar ouratificar, ninguém sabe muito bem ao certo, os limites da freguesia, e depoisde perceber que a esmagadora maioria dos presentes não tinham a maispálida ideia do que estavam a discutir, fiquei com a certeza que a soluçãopara este nosso problema teria que passar, necessariamente, pela chamada“Sociedade Civil”, uma vez que os responsáveis políticos não pareciam muitointeressados na sua resolução, de uma forma responsável.

Foi então que surgiu a ideia de criação de uma associação que reunisse oscontributos de várias pessoas conhecedoras do terreno e interessados naresolução definitiva e célere da questão, evitando-se animosidades ebairrismos locais que não conduziriam a parte alguma e que apenas serviriampara criar afastamentos entre comunidades vizinhas.

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Acertam-se chaves

• TEMAS ALFENENSES •

RICARDORIBEIRO (*)

Cultural, no passado dia 30 de novembro de 2011, perante uma salacheia de individualidades locais e alfenenses interessados.

É dessas conclusões, genericamente apresentadas em novembro ecomplementadas por algum trabalho de pesquisa posterior, que versa-rá este primeiro conjunto de artigos que, com a colaboração de “A Vozde Ermesinde”, tentaremos levar ao conhecimento dos leitores.

Objeto

Apesar de surgida na sequência da desig-nada “Polémica dos Limites”, a AL HENNAnão pretende reduzir a sua atividade a estaquestão, por muito importante que ela seja,bem pelo contrário. Os instituidores qui-seram deixar claro que o objeto da associ-ação seria abrangente, na defesa do patri-mónio secular da nossa cidade e não só.

Citando o artigo 1º dos Estatutosda AL HENNA, «a Associação para aDefesa do Património de Alfena tem porobjecto a defesa e recuperação do patri-mónio histórico, arqueológico, edificado,etnográfico, cultural e, bem assim, do patri-mónio natural, paisagístico e ambiental da Vilade Alfena e zona envolvente; estudos e investiga-ções nas várias áreas de interesse histórico-arqueológico, ambiental, cultural e sócio-económico».

Designação

Ao contrário do que algumas mentes pere-grinas, que infelizmente pululam na nossa cida-de, depressa vieram afirmar do alto das suascátedras, demonstrando dessa forma a sua pro-funda ignorância acerca das nossas origens comoPovo, a designação escolhida para a nossa as-sociação nada tem de «ódio» ou mesmo de «ter-ror». Devemos ter também orgulho na nossaherança árabe e, de facto, a designação escolhi-da é uma expressão árabe que deu origem aomoderno topónimo português ALFENA.

AL HENNA é a designação árabe para oarbusto da família Oleaceae, comummentedesignado de Alfeneiro, Alfenheiro, Alfena ouLigustro (Ligustrum vulgare) e muito comum

no”, publicada em 1873, o historiador Pinho Leal refere:«É tradição que houve aqui no século VIII uma grande batalha

contra os árabes, na qual entraram sete condes, e que d'ella lhe provémo nome; fundando-se em que alfena significa batalha, o que não é exacto,pois só significa planta. Enganam-se com a palavra árabe alhella,alfella, que significa acampamento ou arraial; mas não combate.

É pois incontestavelmente a palavra árabe alhenna (alfena). São asfolhas de um arbusto semelhante à murta. No Oriente, tanto christãoscomo mahometanos, costumam, por ocasião de festa, amassar o pó

d'estas folhas e cobrir as mãos e pés com esta massa,envolvendo-a em pannos, desde a noite até pela ma-

nhã. Quando se levantam sacodem o pó, e untamos sítios em que elle esteve, com azeite. Os

membros assim preparados, adquirem umacor encarnada que dura 15 a 20 dias (não

saindo ainda que a lavem). Só porém asmulheres e creanças usam d'este enfeite.Os velhos, principalmente príncipes egrandes, tingem os cabellos da barba,com água d'estas folhas, o que lh'os tor-na encarnados».

Aliás, a associação deste arbusto àagora Cidade de Alfena é tal que o brasão

de armas adotado na sequência da elevaçãoa Vila, em 1989, apresenta dois ramos de

alfeneiro, um florido e outro frutado, ladeando oex-libris da cidade, a Ponte de São Lázaro (ou Pon-

te de Alfena).Em futuras oportunidades continuaremos

a expor algum do trabalho desenvolvido pelanossa associação, sendo certo que estamos aber-tos à colaboração com qualquer pessoa interes-sada nestas questões da Defesa do Património,a nossa herança, que muitas vezes é comum aAlfena e Ermesinde, dada a proximidade e situ-ação geográfica no curso médio do Leça.

Atualmente, a atividade da associaçãoAL HENNA poderá ser consultada napágina do facebook (www.facebook.com/ALHENNA.associacao), e brevemente tam-bém no sítio da internet da Associação(www.alhenna.pt), podendo qualquer inte-ressado entrar em contacto connosco atra-vés do endereço de correio eletrónico([email protected]).

(*) Membro da AL HENNA – Associaçãopara a Defesa do Património de Alfena.

Texto original escrito na grafia anteriorao Acordo Ortográfico de 1990.

nos espaços públicos da nossa cidade.Na sua obra “Portugal Antigo e Moder-

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14 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Cultura

AVE

Da programação da XIXFeira do Livro do Concelhode Valongo salientamos a re-alização da VI Conferênciade Ermesinde, realizadapela associação culturalÁgorarte, no dia 7 de julho,às 211h30, no Fórum Cul-tural de Ermesinde, confe-rência esta que em 2012 édedicada a José Régio.

Destaque ainda para aa programação do dia 13de julho, com a comemo-ração do Dia da Cidade de

Quanto às propostas dojornal “A Voz de Erme-sinde”, deixamos aquiumas breves notas.

“A Voz deErmesinde”na Feira do Livro

Renato Roque, autorde “O Caracol” – apresen-tação dia 12, às 16h00 –nasceu no Porto, («... hámuitos anos. Não se lem-bra! Dizem-lhe que era umasegunda-feira e fazia sol.Apesar de céptico por na-

tureza, acredita» [do seublogue pessoal]).

Engenheiro eletrotéc-nico por formação aca-démica, tem-se vindo a no-tabilizar sobretudo pelo seutrabalho na Fotografia.

Tem publicados: “CadaPessoa é um Artista” (1996),“Renato no País das Man-chinhas” (1997, ed. Sala-mandra), “A hora sua” (maio2001, ed. Assírio &Alvim),“D' ouro d' Alendouro” (a-gosto 2003, ed. Gémeo R),“Eu é que digo quem são osartistas!” (natal 2004), “Cor-

pos de cidade” (maio 2001,ed. Salamandra), “Projec-ções da memória” (2003),“Catedrais do Silêncio” (abril2004, ed. Gémeo R), “Bala-da Solitária” (dezembro 2004,ed. Gémeo L), “Douro/Due-ro” (abril 2006), “Noves foranada” (fevereiro 2008), “12pm em flash” (maio 2008),“Espelhos Matriciais” (outu-bro 2009), “Hollywood”

injustamente nunca apa-recem nas histórias quese contam. É o caso dopequeno caracol. O ca-racol desta história todosos dias, mal o sol nascia,saía da cas(c)a que car-rega às costas, o quecomo podemos imaginaré muito prático mas tam-bém muito cansativo,punha os corninhos aosol e metia-se a caminho.Atrás de si deixava umtrilho de baba, que bri-lhava quando os raios desol nele incidiam.

Esta história mos-tra que nenhum animalestá a mais na flores-ta, e que quando há umproblema para resolvera entreajuda é a me-lhor receita».

Sousa Dias, autorde “Grandeza de Marx -Por uma política do im-possível”, é professor deFilosofia, e autor de “Milexperimentações. O pen-samento e o mundo”,(1980, ed. Civilização),“Razão e império” (1981,ed. Civilização), “Arte,Verdade, Sensação”(1983, ed. Civilização),“Lógica Lógica do acon-tecimento. Deleuze e a fi-losofia” (1995, ed. A-frontamento), “Estéticado conceito. A filosofiana era da comunicação”(1998, ed. Pé de Página),“Questão de estilo. Artee filosofia” (2004, ed. Péde Página), “E ítaca erastu” [poesia], (2005, ed.Pé de Página), “Vocaçãovegetal” [poesia] (2006,ed. Pé de Página), “O queé poesia?” (2008, ed. Péde Página), “Grandeza deMarx. Por uma políticado impossível” (2011,ed. Assírio & Alvim).

Sobre o livro “Gran-deza de Marx” (As-sírio&Alvim):

«Comunismo é pa-ra Marx o nome próprio,não só do movimento pro-letário de superação da for-ma da sociedade existen-te, mas da forma social fu-tura resultante dessa supe-ração, ou seja, da ‘socie-dade sem classes’, da de-mocracia social absolutapor vir. O comunismo, aIdeia de comunismo, comoforma superior de demo-cracia: eis o que parece in-compatível, ou pelo menosaberto logo de início àcorrupção fáctica no co-munismo ‘real’, com oconceito de ditadura do

proletariado, foco desdesempre, e sobretudo desdea efectividade dos Estados‘comunistas’ totalitários, daatribuição a Marx de umaconcepção autoritária, anti-democrática, do Poder re-volucionário, ou de res-ponsabilidades ‘concep-tuais’ no totalitarismo his-tórico desse Poder. O quefaz desse conceito a no-ção mais equívoca, maishistoricamente sobre-conotada, do pensamen-to político de Marx».

Manuel Augusto Dias,natural de Ansião (1956),mestre em História das Ins-tituições e Cultura ModernaContemporânea, investiga-dor, colaborador de “A Vozde Ermesinde”, de que foi di-retor interino. Reside emErmesinde. É autor, entreoutros, de “Confraria deNossa Senhora da Paz daConstantina (Ansião), 1996,“O Município de Ansião naPrimeira República” (1998),“A Associação de Cultura Re-creio e Beneficência de Chãode Couce - 59 anos de histó-ria (2000), “Ansião e o Esta-do Novo” (2000), “Chão deCouce - Estudo Mono-gráfico” (2001), “Ermesinde– Registos Monográficos”(2001, com Manuel Concei-ção Pereira), “Ansianensesilustres” (2002), “Comemo-rações dos 70 Anos do Re-tábulo De Malhoa – 1933? -2003 (2003), “Ermesinde ea I República” (2011). É tam-bém autor de várias biogra-fias de portugueses ilustres.

Sobre o livro “Erme-sinde e a I República”(Edição Junta de Fregue-sia de Ermesinde):

«(...) Manuel Dias des-tacou a mudança de nomeda freguesia de S. Louren-ço d’Asmes para Er-mesinde, explicando queeste era antes apenas umdos lugares da freguesia,precisamente o escolhidopara implantar a estaçãoferroviária, embora depoispor razões técnicas, estativesse sido implantadaum pouco mais a norte.

Ermesinde não era en-tão, em 1910, a freguesiamais populosa do conce-lho, mas já o era 11 anosdepois, em 1921, mercê darede de acessibilidades deque entretanto beneficiou»,“A Voz de Ermesinde”, edi-ção de 30-07-2011.

A XIX Feira do Livrodo Concelho de Valongomerece bem a atenção e avisita de todos!Ermesinde.

(maio 2011).

Sobre o livro “O Ca-racol” (Afrontamento):

«Há muitos animais que

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 15Crónicas

No tempo em que tudo falamodo os invertebrados se davam con-ta de problemas físicos, mentais ou desituação dos respetivos donos e, saí-am à procura de auxílio ou usavam assuas capacidades fonadoras para atrairquem pudesse vir ajudá-los. São inú-meros os testemunhos de salvamentodevido à ação dos fiéis companheirosdo ser humano, de proezas suas capa-zes de rivalizarem com as praticadaspelo homem, de atitudes que julgar-se-ia arredadas das suas capacidades emo-cionais e comportamentais como dei-xarem-se finar ao aperceberem-se deque os donos perderam a vida, mesmoque outros da nossa espécie se esfor-cem por ganhar a sua amizade.

Cedo os homens de letras se deixa-ram impressionar pelos dons invul-gares dos animais domésticos e de ou-tros seres da natureza, humanizaram-nos ao torná-los personagens das suascomposições. Esse recurso viria já des-de o século XVIII a.C., sendo larga-mente cultivado pelos Hindus, passan-do pela civilização suméria, e tornan-do-se género pujante entre os gregos,não só com as fábulas em que sobres-saiu Esopo, mas igualmente utilizadoem obras de Hesíodo com a designaçãode apólogos – diálogo entre animais ouseres irracionais cuja interação não vemcomplementada em forma de mora-lidade explícita (a epimythia) – deAristófanes e Platão como exempla etambém em Aristóteles, que entendeu«ser a fábula muito útil ao orador porfornecer-lhe exemplos com muito maisfacilidade que a história». (1) Tambémgrandes escritores latinos, Catulo, TitoLívio e Horácio por exemplo, fizeramuso de personagens não humanas nassuas composições, porém o mais citado

é Fedro e, num grau menos visível Bábrio,que escreveu os seus textos em grego.No século XVII, La Fontaine deixou oseu nome imortalizado em obras dessegéner,o recobrindo vastíssimo leque devirtudes e defeitos detetáveis nos com-portamentos das pessoas.

Mas o relacionamento entre o ho-mem e os animais tem auxiliar precio-so na linguagem, quer verbal, quergestual, musical ou outra. É verdadeque o papagaio, a pega e quejandosemitem sons articulados a que não po-demos chamar palavras, sintagmas oufrases, uma vez que só decoraram osignificante por incapacidade total deapreenderem o respetivo significado.A maioria, porém, é incapaz de emitiro mais elementar segmento verbal. Noentanto, o cão, o cavalo, o gato, as avesde capoeira e outros obedecem a or-dens verbais e todos aqueles que deno-minamos domésticos mostram-se sen-síveis a ordens e à expressão de senti-mentos por recurso a mensagens ver-

empre que nosreportávamos aopassado nas con-versas, ditas ouescritas, com ascrianças, locali-

závamo-nos numa época indefini-da que leitores ou ouvintes nemconseguiam, mentalmente, projetar.E era esse o primeiro passo paraformatarmos a verdadeira história.

– No tempo em que os ani-mais falavam…

Vem dessa idealização o ditopopular e bem-humorado “quan-do as galinhas tiverem dentes”,como se, algures no passado, hou-vessem tido outros dons de que,agora, carecem. A proximidade en-tre os vários seres da natureza exis-te desde os períodos históricosmais recuados, quando o homemvivia entre ramos e folhas das ár-vores, interagindo com outros bi-chos, adiante domesticando-osainda nas cavernas e pelos tem-pos afora, tão próximos que par-tilhavam a comida e o abrigo, mui-tas vezes as próprias doenças, cer-tamente sentimentos e emoções.Ao longo de milénios, essa in-teração foi evoluindo de tal ma-neira que o relacionamento entreum e outros passou de ocasional apermanente, de simples compa-nhia a familiaridade, nutrindo-sede afetos quase de igual para igual.

Essa partilha robusteceu-secom a solidificação, quase diria airreversibilidade, do estado domés-tico de alguns animais como o cão,o cavalo, ou a galinha. A restriçãoprende-se com as notícias de que,no país onde tudo acontece, mati-lhas de cães transformaram-se emalcateias e cavalos adaptados àscondições de vida desde há milé-nios e retomaram a vida selvagem.Homem e animais aprenderam acompatibilizar as suas ações e pro-cedimentos num equivalente e,com frequência, recíproco mi-metismo. O homem foi entenden-do quando os seus amigos irracio-nais tinham medo, fome, doençafísica ou algo mais complexo comostress ou depressão; de igual

bais ou mistas. Se nos intrometermosna floresta, reduto de animais selva-gens, também conseguiremos estabe-lecer comunicação com determinadasespécies emitindo sons que lhes sejamfamiliares.

Diferentemente acontece em rela-ção ao reino vegetal. Tanto quanto nosé dado conhecer, o homem ainda nãoobteve sucesso relevante quanto à co-municação com estes seres vivos. Elesabe como fazê-los germinar, dispen-sar-lhes cuidados desde o despontaraté à idade adulta que varia, como éevidente, de família para família: se-meadura ou plantação, limpeza,enxertia, poda, monda, lavra, cava,rega. Difícil é comunicar com eles, re-conhecer os meios através dos quaisse processam as suas mensagens desatisfação ou de dor, de amizade ou dequeixa. Sabemos se estão doentes porsinais exteriores: a perda de cor e omurchar das folhas, a incapacidade deresistir à infestação de parasitas, o ra-quitismo, queda precoce ou apodreci-mento dos respetivos frutos. Não con-seguimos ainda decifrar as mensagensque poderão enviar-nos através dovento que, ao perpassar nos seus ra-mos, lhes possibilita a reprodução masigualmente a transmissão de micróbi-os geradores de moléstias, processosque reconhecemos pelos efeitos, nãoconseguimos atuar sobre as causas; daágua que leva às suas raízes os nutri-entes que lhes garantem a sobrevivên-cia e o desenvolvimento. Não dizemos cientistas que, apesar dos progres-sos alcançados até ao presente, háimensas outras coisas para as quaisnão temos ainda explicação, um cami-nho que torna pouco significativo oque até agora foi alcançado? Talvez nãotenham pensado muito neste domínio,concentrando os seus esforços na pro-cura de respostas para os aspetos maisimediatos da vida humana, que seperspetiva cada vez mais longa, para aluta diária do homem contra a doença, aconservação ambiental e dos recursos

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fundamentais como a água para umapopulação a cada dia maior, teorica-mente também contra a escassez dealimentos, de remédios e de cuidadoshigiénicos onde enormes contingen-tes de homens, mulheres e criançasmorrem de fome e de doenças quepodiam ser evitadas.

A comunicação entre o homeme o reino vegetal pode esperar, em-bora botânicos e biólogos prossigamas suas pesquisas com grandeempenhamento no sentido tradicio-nal. Dedicam-se-lhe de alma e cora-ção, pesquisam, experimentam, con-cluem. Dele colhem as alegrias e tris-tezas que resultam dos êxitos ou dosinsucessos da sua atividade.

O que surpreende não é já ainteração emocional do homem comos os restantes seres vivos. Impres-siona deveras o apego que muitos denós têm por objetos tecnológicos,desde as motos aos automóveis, aoscomputadores e a outros companhei-ros do nosso dia a dia. Tal comoMiguel Ângelo se enamorou da está-tua de Moisés que acabara de escul-pir e, no auge da sua exaltação, lhevibrou um golpe de cinzel, ordenan-do-lhe “Parla!” como se aquela re-criação pudesse responder ao senti-mento que lhe dedicou o seu criador,existem pessoas que entregam a es-ses novos “brinquedos” parte signi-ficativa do seu coração a ponto delhes dispensarem cuidados que pou-co diferem dos que têm para comoutras pessoas ou com os seus ami-gos animais. Conheci homens quegastavam horas e recursos em aten-ções com as suas viaturas pelo prazerde as contemplarem resplandecentes,luminosas como se fossem belas mu-lheres. Diz-se que os franceses, co-inventores do automóvel, lhe atribuí-ram o género feminino pela sua belezae delicadeza, inteiramente merecedo-ras da sua devoção. Tive um vizinhoque conversava com o seu meio detransporte durante as viagens e, su-postamente, ouvia dele respostas quemereciam a continuação do diálogo:

– Vá, menino, vê se tens juízo,olha que eu não tenho pressa.

– . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .– Ah! Eu é que tenho que ter

cuidado? Pois tenho, mas tu não tearmes em esperto. Há mais gentena estrada e não quero chatices. Játe disse que não tenho pressa.

Quem contava era a esposa queria com vontade, contagiando osque a ouviam e conheciam o senhorVieira, excelente pessoa, muito so-ciável e educado.

(1) Enciclopédia Verbo Luso-Bra-sileira.

FOTOS ARQUIVO

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16 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

GLÓRIALEITÃO

A barraquinha da saudade

u pensava que já tinha en-cerrado o tema das festassanjoaninas, ainda mais quepercebia estar bastante can-sada fisicamente e ia optarpor não ir para a noitada de

S. João e tentar descansar, que foi o que fiz.Contudo, ao chegar do trabalho no sábado,vi um aglomerado de lenha no largo do Cava-co, a rua onde moro, e percebi que ia haveroutra vez a fogueira do S. João.

Acho que eu, e todos os que por ali mo-ram, pensamos que este ano a rua não a ia ter,porque o Abel, o tal “guerreiro” que travou aluta contra o cancro já veio para casa masainda está convalescente e precisa de ganharforça para enfrentar a próxima batalha – aquimioterapia. Só que nos esquecemos quetínhamos o Tone, o filho da ti Celeste que estásempre lá, pronto para ajudar e sempre pron-to para a borga e cá por dentro sorri da teimo-sia deles em manter viva esta tradição da rua.

Comentava isto com os meus pais quan-do estávamos os três à mesa a comer as nos-sas sardinhas, e o meu pai, que vai fazeroitenta anos mas tem um registo de memóriainvulgar, também ficava contente por saberque afinal a rua ia ter a sua fogueira, e pensoque todos achamos que isso ajuda a perdurara memória do homem que, há mais de 40anos, se atreveu no pioneirismo de organizaruma comissão para se levar a efeito a primei-ra festa de S. João que, apesar de outras selhe seguirem, ficou memorável na história danossa rua – a primeira.

Relatava-me o meu pai que tudo tinhacomeçado a ser organizado por ideia do Sr.Rodrigo, com o reforço do Sr. Sebastião epoucos mais, numa reunião que teve lugarno tasco da tia Lina e do tio Pedro, que ficouo eleito para a presidência desta comissão, etambém com a responsabilidade de tesourei-ro de todo o rendimento gerado nesta festa, eque incluiu um peditório que se organizoupelas portas. E ainda hoje o meu pai diziaterem ficado admirados porque o nosso pa-cato vizinho, Sr. Barros, também “vestiu” acamisola do entusiasmo e se atreveu a dar acara por uma coisa que todos estavam céticosde poder ter sucesso.

Pedida licença à Câmara Municipal, queautorizou mediante a garantia que parte do lu-cro tinha que ser dada a uma entidade de carizbeneficiente, arrancou a aventura e todos co-meçaram a acreditar e a envolver-se. E tínha-mos a Zeza, a filha da ti Celeste, e a Lina que selhe juntou a fazer as decorações que iamengalanar a rua – as fitinhas coloridas que fo-

ram coladas em metros e metros de corda, bem comoas bandeirinhas alusivas a estas festividades.

Depois tínhamos a barraquinha que tinha sidobatizada com o nome da “barraquinha da saudade”,que servia como bar de apoio e que com o balcão deatendimento em madeira toda a sua estrutura eraforrada com ramos de carvalho e amieiro, de talforma que tinha que resistir às temperaturas e àspartidas que o S. Pedro pregava quando mandava achuva que regava muitas vezes as festa,s mas nãoimpedia que as pessoas fossem provar os petiscose o caldo verde que era feito e distribuído nas tradi-cionais tigelas pela “tia Bina Caçoula”, uma dasmulheres que estava sempre pronta para arregaçaras mangas e ajudar, disponibilizando-se para apoiarquem lhe pedisse ajuda.

Alugaram-se os bombos para animar a festa aum senhor da quinta nova, que os tinha exatamentepara este efeito, ainda mais que naquele tempoeram muito utilizados porque também fazia parteda tradição da altura que os rapazes, quando iam àinspeção militar, passassem a noite a tocar bombo.

A aparelhagem de música era alugadaao Jaime, conhecido de todos porqueabastecia de som tudo o que era festa,ainda mais que o meu pai frisava o “mo-dernismo” já da altura, pelo facto de eleter mesa de regular o som (a mesa de mis-tura), som que era espalhado pelos po-tentes altifalantes que eram distribuídosestrategicamente pelos pontos que eleidentificava como os ideias para receberas colunas que nos alegravam e divertiamcom a música escolhida por este “discjockey”, ou ainda quando, em desafio, aspessoas dedicavam músicas muitas ve-zes matreiras uns aos outros, pagando os“vinte e cinco tostões estipulados”.

Foi um sucesso esta primeira festa etambém foi com orgulho que esta comis-são entregou na altura à igreja cerca deum “conto de reis”, parte do apuro queestas pessoas conseguiram num ato de“pioneirismo” que deu origem a outrasfestas que depois de dispersaram por ou-tros pontos da freguesia e onde outrascomissões se seguiram, dando continui-dade às festividades sanjoaninas.

Com aquela ideia que tenho de quequem parte desta vida está feliz num canti-nho do céu, penso que o senhor Rodrigoestá feliz porque a chama do seu sonhotambém não se apagou este ano, ainda maisque o café JoaSam e que agora se chama“Cafetaria Joa-Sam” voltou a abrir, comos seus donos originais Joaquim e Sameiro(Joa+Sam) que já trouxeram como sócia a pequenaFilipa, a sua filha mais nova, que cresceu de tal formaque agora já constituiu a sua própria família que jáfoi abençoada por dois pequenos rebentos que ani-mam e alegram este espaço, e foi também esta famíliaque cedeu a sua garagem para que um grupo de “degente do nosso tempo” se juntasse num alegre conví-vio de S. João.

Fiz bem em ficar a descansar, porque a minhasemana de trabalho ia começar com a definição deobjetivos muito exigentes que impus a mim mesma,e isto faz-me sempre situar em Ermesinde, a terraque me acolhe para trabalhar, mas aqui a ironia da

vida faz também das suas graças quando nos cruzacom histórias que nos fazem perceber que o “mun-do é mesmo pequeno”, porque os lotes de terrenoonde está situada a casa dos meus pais e vizinhos eque na altura serviram para a instalação da tal“barraquinha da saudade” foram comprados a umtal “Dr. Moreira”, familiar muito chegado de umasenhora de Ermesinde e conceituada arquiteta, apai-xonada e diretora de um órgão de informação localque se chama “A Voz de Ermesinde”.

Cheguei a essa conclusão porque o meu paisempre nos lembrou este senhor como um “gran-de amigo dos pobres” e que, pela sua generosidadee compreensão, permitiu que o terreno de cultivode nossa casa crescesse mais 15 metros, vendendo--nos mais esse pedacinho de terra a troco de 500escudos por mês que uma família humilde como anossa e a do nosso vizinho, o Sr. Oliveira, entrega-vam, porque era impossível comprar tudo a pron-to naquela data.

Quando nos fala dessa atitude que sempre osfez estar gratos a este senhor, também o meu pai

me relatava histórias desta conceituada família,que também foi dona do terreno onde foi instala-da posteriormente uma grande empresa que já fe-chou. Diziam que era um terreno cheio de chou-pos e foi aqui que me cruzei com a emoção destaSenhora que, numa reunião que tivemos no jornal,ao saber que eu morava em Vermoim, me contavado seu amor de criança: vir de férias para junto datia que lhe era muito querida e andar com ela nadescoberta da natureza nos seus terrenos, cheiosde choupos, e que eram na realidade os terrenosda tal empresa – a Finex.

Finalizando o tema das festas sanjoaninas,continuávamos a recordar à mesa que a “bar-

raquinha” era desmontada logo a seguir ao S.Pedro, a festa que também é de grande tradi-ção popular lá para os lados da Afurada. Con-tudo, uso esta data, 29, que também sinalizao nascimento de uma senhora que tem o nomede flor - Rosa, uma mulher de pedra e caltendo em conta que fez agora oitenta e seteanos e mora num outro cantinho da saudade,Leça da Palmeira – a praia da minha infância –,e que noutro dia me emocionava quando fiz aminha caminhada de uma despedida que pre-cisava fazer da Boa Nova e lá encontrava omeu sitio de sempre, que estava sinalizadopela “bola da nívea”, intemporal, no meu re-gisto de menina e moça.

Não sei se lhe fiz a justa homenagem Sr.Rodrigo, e se calhar nem preciso de dizer-lhe,porque o senhor deve ver aí de cima que a suafamília continua a caminhar e a lutar conformepode, e penso que também ouviu a sua filhafalar comigo para me dizer que me ia alegrarcom uma notícia: estava a receber formação

para subir mais um degrauzinho lá naempresa onde trabalha. Ela não sabeque eu nunca duvidei disso, porquetodos sabemos que se quisermos mui-to, se lutarmos muito e se nos souber-mos também defender muito, os nos-sos sonhos podem estar na palma danossa mão.

Foi parte desta história que conteià D.ª Romana e ao Sr. Queirós, os no-vos vizinhos que regressaram da Ale-manha, após 45 anos de ausência, eescolheram a nossa rua para descansare gozar a sua reforma e que ficaramsurpreendidos e felizes porque nestanoite de S. João não se sentiram sós,porque foram aceites e integrados notal convívio da “gente do nosso tem-po” e depois vieram aquecer-se no ca-lor de uma fogueira que eu desejo mui-to nunca se apague.

Por tudo o que um dia come-çou, cumpre-me dizer o que sinto esentirá grande parte das pessoas quevão ficando cada vez mais madurasmas se mantêm sempre aqui no nos-so largo – obrigado Sr. Rodrigo, porum dia se ter atrevido a sonhar e alutar por aquilo em que acreditou e éjusto que este agradecimento sejaalargado aos que se envolveram e en-volvem nestes projetos, e se algunsjá partiram desta vida, há muitos que

ainda cá estão e que seria difícil citar, porque aícorreria o risco de esquecer alguém que de cer-teza não seria merecedor da nossa ingratidão.

É verdade, esquecia-me de lhe dizer queas excursões que o senhor começou a organi-zar lá vão continuando a fazer-se e continuama fazer muita gente feliz. Também sinto faltade passar ao portão da sua casa e ouvir o seurespeitoso “Bom dia menina!”. Eu sei que te-nho lá muitas vezes sentada na varanda a suaesposa que me diz o mesmo, mas as pessoas,a que chamamos seres humanos, são únicas noseu ser e impossíveis de substituir, pelo me-nos na nossa memória, e é bom que assim seja!

Crónicas

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 17Opinião

esde o início do mês dejunho que os portuguesesse contagiaram com o de-sempenho da sua Seleçãode Futebol, vivendo inten-samente os momentos tris-

tes da derrota com a Alemanha, mas vibran-do profunda e ruidosamente com as vitóriasfrente aos dinamarqueses e aos holandeses.Apurados para a fase de playoffs, o carinhopelos rapazes da bola aumentou desmesura-damente quando cometeram a proeza de ven-cer o jogo dos quartos de final com a Repúbli-ca Checa, passando às meias finais para de-frontar a equipa campeã do Mundo e da Eu-ropa. Os portugueses puderam alimentar alegítima ambição de novamente discutirem otítulo numa final europeia, sonho que duroumais de cento e vinte minutos, esfriando quan-do a sorte os abandonou, ao crucificá-los comum penalti de bola à trave que não entrou,premiando os nossos hermanos espanhóiscom uma bola ao poste mas encaminhando-apara lá da linha de golo.

Findo o sonho, jogadores, treinadores,selecionador e dirigentes regressaram ao solopátrio mais cedo do que deveriam se a sorte ostivesse bafejado, averbando mais um fiminglório quando a sua participação no torneio,certinha e disciplinada qual aluno bem com-portado, em todos fez despertar o fantasmaque persegue os portugueses na política.

Apesar do final imerecido e inglório, a par-ticipação da Seleção Portuguesa teve o méritode, durante quase um mês, proporcionar aos

A. ÁLVAROSOUSA (*)

seus compatriotas poderem esquecer a política e assuas consequências. Com efeito, durante o mês dossantos populares, os portugueses puderam associ-ar os folguedos “sanjoaninos” às alegrias futebolís-ticas e prestar a estas mais atenção que às declara-ções, decisões e proclamações dos políticos queamanhã se reúnem em Bruxelas para decidirem oque fazer com a crise europeia que, enquanto afetouapenas os países pequenos do sul, não preocupoua Senhora Merkel, que lhes tem vindo a impor re-ceitas incomportáveis e irracionais, sob a ameaça deque o seu não acatamento os conduzirá à bancarro-ta. Diferente foi quando a Espanha teve de declararencontrar-se em situação semelhante aos países sobresgate, obrigando a Chanceler alemã a moderar asua obstinação, embora continue a declarar que de-terminadas medidas propostas pelos seus pares sópoderão ver a luz do dia se passarem por cima doseu cadáver. Confiamos que se referisse a cadáverpolítico e que este não demore a descer à tumba.

Tal desabafo, por nós entendido como propa-ganda para acalmar o seu eleitorado, talvez venha aser atenuado depois da reunião que ela própria su-geriu realizar antes do conclave do referido Conse-lho Europeu, tendo para ela convidado os represen-tantes dos dezassete Estados da Zona Euro, sendode admitir que nela a Senhora Merkel venha a imporaos seus colegas algumas medidas restritivas da so-berania dos Estados, tais como um superministrodas Finanças com poderes tutelares sobre Finançase orçamentos nacionais, bem como reforçar os po-deres do BCE para efeitos de controlo dos bancoscentrais de cada país.

A concretizar-se estas nossas conjeturas, certa-mente que assistiremos a um coro de ofendidos deque nos estão a roubar a soberania, com os políticosdos partidos do designado arco do governo a dizerqualquer coisa parecida com o seguinte: não haveráperda de soberania porque o Parlamento continuaráa discutir e a aprovar os orçamentos nacionais comovem fazendo e os governos que assim o entenderemcontinuarão a proporcionar a algum ou alguns polí-ticos exibir o título de ministro das Finanças e aevidenciar a jactância de ostentar na lapela do casoo “pin” da bandeira nacional.

Naturalmente que em termos formais assim será,mas na substância, quem passará a ditar as regras do

jogo será o tal superministro europeu, cuja designa-ção é inimaginável que não requeira o “agreement”da Senhora Merkel. Aliás, quando lemos que o go-vernador do Banco de Portugal faz depender oscortes nas pensões dos seus pensionistas de pare-cer solicitado ao BCE sobre se os referidos cortes,determinados no OE português, isso viola de algu-ma forma os princípios de independência do BdP,percebemos que a soberania desta instituição resu-me-se ao poder de intervir sobre algumas questõesdomésticas, sendo a sua proclamada independêncialimitada pelo verdadeiro poder do Banco CentralEuropeu. Julgávamos que só a venda de ouro preci-sava de autorização do BCE, mas sabe-se agora quequestões de simples administração carecem da suaprévia e documentada autorização.

Ao abordar esta questão na Assembleia da Re-pública durante a última sessão de perguntas e res-postas com a presença do Governo, houve um de-putado que se interrogava: passando a haver umministro das Finanças e do Orçamento Europeu, oque estaremos aqui a fazer? Passaremos a ser umgrupo de amigos que vimos para aqui conversar?Compreensivelmente não obteve resposta, mas per-deu-se uma excelente ocasião de recordar ao parla-mentar que já agora é o que se passa naquela casa:debates e mais debates, comissões de inquérito paratudo e mais alguma coisa, sem que da sua existência

O desporto e a crise

S A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R NS A L P I C A R N E E E E EProdutos de Salsicharia, Lda.

LUGAR DO BARREIRO – ALFENA • 4445 ERMESINDETelefone 229 698 220 • Fax 2229 698 229

e dos elevados custos de funcionamento algoresulte que contribua para a resolução da criseque afeta muitos milhões de portugueses que,dia após dia, em vez de ver luz ao fundo dotúnel, são confrontados com aumento de im-postos (o mais recente é a violência de aumen-to do IMI), redução de salários, custos de saú-de e de educação mais elevados, desempregosubindo exponencialmente, défice longe da metados 4,5%, dívida pública em crescendo, vendado património nacional a preços que dizem serde saldo, perfilando-se no horizonte mais sa-crifícios, tudo sem que haja a garantia de que nofim do programa continuemos na zona euro eparticipantes da União Europeia com algumpoder de intervenção na defesa dos legítimosinteresses dos portugueses. Como vai longe otempo em que Mário Soares afirmava que, en-trados na UE, passávamos a ter os mesmosdireitos que os demais! E como estaríamos bemmelhores se a Europa não tivesse derrubado asbarreiras alfandegárias, os governantes fossemmenos irresponsáveis nos gastos com a coisapública e tivessem resistido às pressões dospaíses do norte evitando o desmantelamentodo tecido produtivo.

(*) [email protected]

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDETel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

FOTO ARQUIVO

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGOPRÉMIO NACIONAL DE BOAS PRÁTICAS LOCAIS – CATEGORIA AMBIENTE

AVISO N.º 3

- ALTERAÇÃO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 375/80 de 18/09 -

- ADITAMENTO N.º 1/2012 -

Nos termos do Art.º n.º 27º do decreto-lei n.º 555/99 de 16/12, e posteriores alterações, torna-sepúblico que a Câmara Municipal de Valongo emitiu, em 18 de junho de 2012, o aditamento n.º 20/2012, emnome de Delfim Gomes, ao alvará de loteamento n.º 911/98, através do qual é aprovada a alteração aoloteamento sito na Rua D. Júlio Fernandes, na freguesia de Alfena, concelho de Valongo, por despachode 2011/05/31, anexo ao processo de loteamento n.º 38-L/90, em nome de Delfim Gomes, e consta doseguinte:

A alteração incide exclusivamente sobre o lote n.º 17 e consiste:• Eliminação do lote n.º 17, resultando assim a redução da área loteada, do n.º de lotes e da área total

de lotes. Não há alteração da área total de construção fixada na operação de loteamento porquanto o loteem apreço não previa edificação.

Valongo e Paços do Concelho, 18 de junho de 2012O Presidente da Câmara Municipal,

(Dr. João Paulo Rodrigues Baltazar)

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18 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

• 6 batatas gran-des;

• 1 pitada de sal;• 1/2 colher de mar-

garina de soja;• 6 colheres de fa-

rinha de trigo;• 6 colheres de chá

de fermento;• polpa de tomate;• orégãos;• azeitonas;• 150g de cogume-

los.

Cozem-se as batatas em água com sal.Amassam-se as batatas e adiciona-se a margarina, a farinha e o fermento.Depois colocam-se numa forma untada com farinha e margarina.Faz-se um molho com polpa de tomate, azeitonas e cogumelos.Coloca-se por cima da batata e salpica-se com orégãos.

Leva-se ao forno cerca de 25 minutos.

Lazer

17 JULHO 1762 – Catarina II torna-se czarina da Rússia depois do assassinato doczar Pedro III da Rússia.

SOLUÇÕES:

Coisas Boas

Palavras cruzadas

DiferençasDescubra as10 diferençasexistentesnos desenhos

SOLUÇÕES:

Efemérides

Veja se sabe

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letrasdesordenadas: IDU.

Rua de Diu.Anagrama

01 - Canadiano distinguido com Prémio Nobel da Paz em 1957.(corrige erro do número anterior, relativamente ao ano, erradamente marcado como 1958).

02 - Colonos calvinistas holandeses estabelecidos na África do Sul.03 - Cineasta canadiano, autor de “A Mosca” (1986).04 - Maior afluente do rio Sado. Nasce a noroeste de Évora.05 - A que classe de animais pertence a codorniz?06 - A que parte do mundo pertencem as Ilhas Salomão?07 - Em que país fica a cidade de Donetsk?08 - Qual é a capital da Somalilândia?09 - A abreviatura Aql corresponde a qual constelação?10 - Elemento de transição metálico prateado, n.º 75 da Tabela Periódica (Re).

Provérbio

SOLUÇÕES:

01 – Lester Bowles Pearson.02 – Boéres.03 – David Cronenberg.04 – Rio Xarrama.05 – Aves.06 – Oceania.07 – Ucrânia.08 – Hargeisa.09 – Águia.10 – Rénio.

Julho abafadiço fica a abelha no cortiço. (Provérbio português)

HORIZONTAIS

VERTICAIS

HORIZONTAIS

1. Bebida (pl.); base. 2. Filei-ras; utilize. 3. Galhofa; filtres;ultravioleta. 4. Enovela; tex-tura. 5. Curva; bebida alcoó-lica. 6. Dólmen; ruim; antiganota musical. 7. Satélite na-tural; ruminante. 8. Aja; gos-tem de alguém. 9. Fique sen-tido; elo. 10. Lugar de Erme-sinde; aguardas.

1. Candidato a papa; cam-peão. 2. Junto; despida. 3.Nota musical; tubérculo. 4.Ferida; alúmen. 5. O Júpiterdos Gregos. 6. Volte a tomar;empresa pública. 7. Senhor;banda. 8. Pronome pessoal;prata (s.q.); associação dedefesa dos direitos da mu-lher. 9. Desapareceu; época;parcela. 10. Icemos.

SOLUÇÕES:

VERTICAIS

1. Cardeal; as. 2. Alio; nua. 3.Fa; batata. 4. Escara; ume. 5.Zeus. 6. Retome; EP. 7. Sr;aba. 8. Eu; Ag; UMAR. 9.Sumiu; era. 10. Levantemos.

Sudoku (soluções)

Sudoku

152 152 152 152 152

15

21

52

15

21

52

15

2

Em cada linha,horizontal ou vertical,têm que ficar todos osalgarismos, de 1 a 9,sem nenhuma repeti-ção. O mesmo paracada um dos nove pe-quenos quadrados emque se subdivide oquadrado grande.

Alguns algaris-mos já estão coloca-dos no local correcto.

01. Cauda.02. Casco.03. Badalo.04. Olho.05. Orelha.06. Malha.07. Úbere.08. Chifre.09. Narina.10. Perna.

Piza debatata

ILUSTRAÇÃO HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG

1. Cafes; pe. 2. Alas; use. 3.Ri; coes; UV. 4. Doba; trama.5. Arco; gin. 6. Anta; ma; ut. 7.Lua; zebu. 8. Atue; amem. 9.Amue; aro. 10. Sa; esperas.

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas degrau de dificuldade “muito fácil” ou “média”.

A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordocom os princípios do copyleft.

FOTO ARQUIVO

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 19Tecnologias

Minicomputador de 74 dólarescom Android, Puppy ou Ubuntu

A companhia liliputing acaba de lançar ocomputador MK802, um mini-PC comprocessador ARM AllWinner A10, de 1,5 GHz,500 MB de RAM e 4GB de memória internae porta HDMI, a qual oferece visualização devideo a 1080p, permitindo esta configuraçãoinstalar um sistema operativo Android, mastambém Puppy Linux ou mesmo Ubuntu,numa versão otimizada.

O mini-computador pode ser ligado, porexemplo, a uma televisão.

Com menos de 9 cm de comprimento edimensões idênticas a uma pendrive (3,5 cm delargura e 1,2 cm de espessura), o MK802 vem,com uma porta microUSB, uma porta USBnormal e um slot para microiSD, que permiteestender a memória interna para 32 GB.

Fonte: http://www.lffl.org

LançadoSkype Linux 4.0

Foi lançado recentemente o novo Skype4.0 com muitas melhorias na aplicação, princi-palmente na interface com o utilizador, e algunsnovos recursos. Foram três anos de desenvolvi-mento até que finalmente deixou de ser beta.

E com esse lançamento a Skype esperaque os rumores sobre a morte do Skype Linuxsejam finalmente deixados de lado.

Download em http://skype.com/intl/en-us/get-skype/on-your-computer/linux/

Fonte: http://rafaelneri.net/2012/06/skype-linux-4-0/

Latinoware 2012– de 17 a 19 de outubro

Já estão abertas as inscrições para a IXConferência Latino-Americana de Software Li-vre – Latinoware 2012. O evento ocorrerá nosdias 17, 18 e 19 de outubro de 2012 no ParqueTecnológico Itaipu – PTI em Foz do Iguaçu –Paraná. A Latinoware 2012 surge com a pro-posta de divulgar o desenvolvimento e incenti-var a utilização do Software Livre nos países daAmérica Latina. O evento é uma iniciativa daITAIPU Binacional, da Fundação PTI – Brasil,do Governo do Paraná, por meio da Compa-nhia de Informática do Paraná – CELEPAR, doServiço Federal de Processamento de Dados –SERPRO e outros parceiros. Os organizadoresconsideram que «a característica cooperativistado Software Livre é uma questão pontual e degrande importância para integração cultural, eco-nómica e tecnológica».

Fonte: http://lapsi.latinoware.org

Aproveitando uma conjugação de fatores muitointeressante – a miniaturização eletrónica dasboards, o surgimento de processadores de muitobaixo consumo de energia, a disponibilidade depequenos discos muito rápidos SSD, os acessíveisrecursos da net e a disponibilidade de sistemasoperativos livres e gratuitos –, uma geração de no-vos minicomputadores tem vindo a fazer o seu apa-recimento com uma cada vez maior frequência.

Este é o primeiro de alguns artigos que apontamexemplos desta nova tendência na informática pessoal.

A informática no reino de Liliput– a moda dos minicomputadores (1)

LC (*)

Não pretendendo ser uma inventa-riação completa ou exaustiva das propos-tas de minicomputadores que nestes últi-mos tempos têm afluído ao mercado, aquise pretendem apontar alguns dosexemplos,pondo a tónica em questõescomo o preço e a portabilidade. Convémcontudo esclarecer que não se pretendeaqui abordar quer o mercado dos portá-teis – sejam eles os netbooks, poucoperformantes, mas acessíveis e perfeita-mente capazes das operações básicas edo manejo da net, sejam os ultrabooks(última tendência), com processadoresmuito mais potentes e capazes de quasetudo, mas também ligeiros e com grandeautonomia, quer sejam as propostas dostablets, a outra das grandes tendênciasatuais do mercado.

A ideia aqui presente aproxima-se maisdo conceito introduzido pela Apple como seu Mac Mini (imagem abaixo), umacaixinha com as portas e ligações sufici-entes para receber os periféricos e torná--lo um computador funcional.

A ideia seria aproveitar teclados, ratos,monitores e outros periféricos porventuradisponíveis, sendo então o único dispêndioo da aquisição da caixinha fundamental.

Uma pen que éum computador:o Cotton Candy

Com o surgimento dos smartphones e aevolução dos leves e ágeis processadoresARM e outros, começaram então a surgir

muitas propostas que deixam o MacMini corado de inveja quanto àminiaturização e, sobretudo o preço.

Uma das primeiras propostas a sur-gir neste segmento foi o Cotton Candy,cuja particularidade mais notória, logoà primeira vista é o facto de não ser maiordo que uma pen USB e se assemelharinclusive muito a ela. As suas dimen-sões não ultrapassam os 8 por 2,5 cm,sendo dotado de uma ligação USDB,uma HDMI, uma microSD e ainda capazde comunicações via Bluetooth e Wifi.

O Cotton Candy (imagens acimanesta coluna e abaixo, nesta página)

vem armado com um processador ARMCortex A9 duasl core, a 1,2 Ghz e uma cartagráfica Mali-400 MP quad-core, permitindoa descodificação de video MPEG.4 e H.264, apartir de de uma memória DRAM de 1Gb.

O armazenamento pode ir até 64Gb pormicroSD.

Pode ser nele instalado, por exemplo, umsistema operativo Android ou mesmo U-buntu ou outra distribuição Linux que su-porte os novos processadores ARM. O quesignifica que permite também correre ambi-entes Windows e Mac virtualizados.

Fala-se num preço de cerca de 200 dóla-res para esta proposta.

Entre as vantagens apontadas pelos seuscriadores figuram:

• Permite uma solução de baixo consumono acesso à “nuvem”;

• Acelera a adoção de smart screens;• Estende a vida útil do hardware

(laptops, monitotes, TVs, set topo boxes,tablets acedendo aos últimos sistemasoperativos, software e aplicações;

• Permite uma experiência consistente emtodos os ecrãs;

• Permite criar um único ponto dearmazenamento de informação;

• Permite consolidar e organizar os con-teúdos pessoais digitais;

• Permite a partilha de informação de apare-lhos móveis em grandes ecrãs e projetores– videos, filmes, fotos, jogos e outros;

• Permite baixar consideravalmente o cus-to da informática pessoal, permitindo a maispessoas ter um computador pessoal seguro.

O Cotton Candy pode ser ligado a qual-quer monitor ou televisão com HDMI, podeaté ser ligado, por exemplo, a um portátil Mace, através da porta USB, ter acesso imediatoao sistema operativo Android ou Ubuntu.

E o mesmo, evidentemente, para um com-putador portátil com o sistema operativoWindows instalado.

(*) Com base em informações recolhidassobretudo no site http://www.lffl.org/ e nossites dos respetivos fabricantes.

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20 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Arte Nona

Irá decorrer de 15 de outubro a 15 de dezembro de 2012,numa edição da Trienal Movimento Desenho 2012, e no espaçodo Forte Bom Sucesso, em Lisboa, próximo da Torre de Belém,o salão BD ao Forte, iniciativa que deverá contar com a colabo-ração de autores de BD, estudiosos, críticos, divulgadores,editores e faneditores.

GERALDES LINO (*)

«Trata-se de um evento partilhado por deze-nas de instituições que apresentarão iniciativasacerca da temática do desenho nas suas mais vari-adas vertentes e abordagens».

Assim começa o texto que André Oliveira meenviou, para apresentação do que se prevê ser a1ª edição da Trienal Movimento Desenho 2012,a ter lugar no Forte do Bom Sucesso, em Belém(junto à Torre).

Durante os dois meses de duração da trienal -de 15 de outubro a 15 de dezembro de 2012 -,encaixar-se-á o pelouro da banda desenhada, sobo título BD ao Forte, numa realização assumidapor André Oliveira. Que, obviamente, contará coma colaboração de autores de BD, estudiosos, críti-cos, divulgadores, editores e faneditores.

O programa das atividades deste novel SalãoBD – e a classificação tem a ver com o facto de oevento ter lugar num único espaço fechado – ain-da está a ser alinhavado. Mas já consta a intenção

Colecionador italianode Tex recuperao ‘seu’ número 1graças à intervençãoda polícia postal

A polícia postal de Rimini resol-veu um caso muito particular de frau-de na Internet, que devolveu o sorri-so a um colecionador italiano de TexWiller. Num site de leilão on line (e-bay) tinha pago 1 500 euros pelonúmero 1 da série regular “La ManoRossa” (A Mão Vermelha) a um ven-dedor calabrês de 40 anos, que vi-via em Turim e que se veio a revelarum vigarista em série.

Demorou cerca de um um ano,mas agora, Ambrogio Lattanzi, de 61anos, possui finalmente nas suasmãos o número 1 de Tex, “La ManoRossa”, de 1958. Após negociaçõesdifíceis, repetidos controlos paraconfirmar que era original e diver-sas trocas de e-mails, Blackwater’72, a pessoa que tinha contactadonum site de colecionadores, evapo-rou-se como fumo. O dinheiro já otinha recebido 1 500 euros…

A revista, no entanto, possuía-arealmente. O desonesto vendedortinha-a vendido, contudo, a outrassete pessoas, pela mesma cifra.

Àquele preço, nenhum ‘verdadei-ro’ colecionador deixaria escapar apreciosidade, visto que o seu valoré estimado em cerca de 6 000 Euros.Em 1958 a revista foi posta à vendaao preço de 200 liras!

Fonte: http://texwillerblog.com/wordpress/?p=38380

EntretantoSalão de Banda Desenhada"BD ao Forte"

de uma exposição permanente de pranchas dosautores que, em princípio, irão colaborar numaedição especial da publicação “Zona”, que seintitulará Zona Desenha.

Está prevista uma outra exposição – esta deilustração e mais pequena – dedicada ao tema "OSoldado Nacional ao Longo dos Tempos", queservirá de elo de ligação ao espaço do Museu dosCombatentes, alojado no Forte do Bom Sucesso.

Como o espaço cedido para o evento dispõede várias salas, André Oliveira precisa de colabo-rações diversas, e por isso apela a toda a comuni-dade bedéfila que lhe apresente propostas, sejade workshops, seja de lançamento de projetosassociados à BD – livros, fanzines, webzines,álbuns, fanálbuns.

Todos os interessados em participar no SalãoBD ao Forte – autores (argumentistas, desenhadores,coloristas, artefinalistas), editores comerciais,faneditores, estudiosos, críticos, divulgadores,colecionadores, bloguistas –, deverão contactar oorganizador, a fim de iniciar conversações para se

poder elaborar o programa final, através do seguinteendereço eletrónico [email protected].

O programa do evento Trienal MovimentoDesenho pode ser consultado no endereço: http://www.trienalmovimento.org.

(*) Blogue Divulgando Banda Desenhada –http://divulgandobd.blogspot.pt/

Conferênciasde Banda Desenhada em Portugal

Vão realizar-se em Lisboa, a 28 e 29 de se-tembro, na Biblioteca Municipal Orlando, emTelheiras, as 2ªs CBDPT – Conferências de Ban-da Desenhada em Portugal.

Trata-se de um evento de invulgar dimensãocultural e prestigiador da BD. Como é lógico, há anecessidade de os especialistas - em es-pecial os historiadores e investigadores -interessados em participar, se inscreve-rem e o prazo-limite para o envio de pro-postas é já o próximo dia 1 de julho.

Pretende-se com a iniciativa «apro-fundar a investigação multidisciplinarpossível no estudo da banda desenhada ede outras áreas que lhe estão intrinseca-mente associadas (a ilustração, a carica-tura, o cartoon editorial ou mesmo a ani-mação», como escreve o criador e coorde-nador deste evento multidisciplinar, Pe-dro Vieira de Moura.

Segundo o texto inserto no blogue dasCBDPT, «estão abertas as inscrições atodos aqueles que desejem apresentar umacomunicação em torno destes objectosartísticos. Não há quaisquer restrições detipo académico, sendo possível a qual-quer pessoa, independentemente do seugrau académico, apresentar a sua propos-ta, assim como de qualquer área discipli-nar. Os temas são totalmente livres, nãose fazendo qualquer restrição, ainda queseja desejável procurar uma maior inci-dência em matérias relacionadas com aprodução portuguesa ou de expressãoportuguesa.

Apenas a título de identificação, po-rém, eis alguns temas que julgamos sernecessário abordar no contexto nacional:

1. Contextualização histórica-críticade autores nacionais;

2. Levantamento bibliográfico e tratamentocrítico de obras desconhecidas, secundarizadasou marginais;

3 Representações coloniais e pós-coloniais,do colonizador e do colonizado, do Outro na ban-da desenhada portuguesa;

4. Políticas de representação sexual, étnica, esocial;

5. Tendências estéticas, literárias e temáticas;

6. Práticas editoriais históricas e contempo-râneas;

7. A materialidade da obra dos autores portu-gueses;

CARTAZ RICARDO REIS

8. Transmedialidade e/ou Intertextualidadesliterárias e visuais;

9. A resposta das artes plásticas à banda de-senhada (dos modernistas a R. Bértholo, dosHomeostéticos à contemporaneidade);

10. A porosidade entre a prática da bandadesenhada e outras actividades (ilustra-ção, animação, cartoon) em termos criati-vos, sociais e económicos.

A organização das CBDPT, atravésdo seu coordenador, está totalmente dis-ponível para o aconselhamento, acompa-nhamento e/ou uma primeira abordagemcrítica das propostas, caso o ou a propo-nente julgar necessário.

Todas as propostas serão lidas poruma Comissão de Apreciação, cuja cons-tituição e conduta é indicada abaixo. AComissão reserva-se ao direito de decli-nar propostas, no caso de estas não cum-prirem regras mínimas de clareza,pertinência e metodologia na abordagemdos temas propostos, à semelhança doprocedimento habitual na selecção de co-municações para qualquer congresso ouconferência. Existe já hoje em dia umabibliografia consolidada em torno devariadíssimos temas, autores, contextoseditoriais, momentos históricos, tendên-cias artísticas e tratamentos disciplina-res, e a Comissão poderá aconselhar aleitura ou consulta de bibliografia especi-alizada caso não esteja essa mesma refe-rência indicada pelas propostas. No casodas propostas aceites, os autores deve-rão fazer a sua inscrição completa, sub-metendo alguns dados biográficos com-plementares.

As regras de participação podemconsultar-se na edição online de “A Voz de Er-mesinde”: http://www.avozdeermesinde.com/noticia.asp?idEdicao=249&id=8079&idSec-cao=2645&Action=noticia.

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 21Arte Nona

autor:PA

ULO

PIN

TOO

ajudante de cangalheiro (9/10)

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22 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Dias Farmácias de ServiçoMarques Santos

VilardellMarques Cunha

Outeiro LinhoSobradoBessa

Marques SantosVilardell

Marques CunhaOuteiro Linho

SobradoBessaCentralVilardell

Marques CunhaOuteiro Linho

SobradoBessaCentral

Marques SantosMarques CunhaOuteiro Linho

SobradoBessaCentral

Marques SantosVilardell

Outeiro LinhoSobradoBessaCentral

Marques SantosVilardell

Serviços

A VOZ DE

ERMESINDEJORNAL MENSAL

AgoAgoAgoAgoAgo 201 201 201 201 20122222 LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 2, 312, 312, 312, 312, 31; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 99999;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 1717171717; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 2424242424.....

EmpregoCentro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

TelefonesCENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

TelefonesERMESINDE CIDADE ABERTA

• SedeTel. 22 974 7194Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins)

Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944Travessa João de Deus, s/n4445-475 Ermesinde

• Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins)

Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 2014445-485 Ermesinde

ECA

LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 33333;;;;; Q. Minguante: Q. Minguante: Q. Minguante: Q. Minguante: Q. Minguante: 1 11 11 11 11 1 ;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 1919191919; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 2626262626.....

010203040506070809101112131415161718192021222324252627282930010203

AscensãoConfiançaFormigaGarcêsMAG

Nova AlfenaPalmilheiraSampaio

Santa JoanaTravagem

AlfenaAscensãoConfiançaFormigaGarcêsMAG

Nova AlfenaPalmilheiraSampaio

Santa JoanaTravagem

AlfenaAscensãoConfiançaFormigaGarcêsMAG

Nova AlfenaPalmilheiraSampaio

Santa JoanaTravagem

Alfena

DomingoSegunda

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SábadoDomingoSegunda

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Tiragem Médiado Mês Anterior: 1100

FFFFFases da Lases da Lases da Lases da Lases da LuauauauauaJul 20Jul 20Jul 20Jul 20Jul 201111122222

Locais de vendade "A Voz de Ermesinde"

• Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia;

• Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles;

• Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra;

• Café Campelo - Sampaio;

• A Nossa Papelaria - Gandra;

• Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio;

• Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino)(Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• Infância e Juventude (Fátima Brochado)(ATL, Actividades Extra-Curriculares)

• População Idosa (Anabela Sousa)(Lar de Idosos, Apoio Domiciliário)

• Serviços de Administração (Júlia Almeida)

Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615;22 973 1118; Fax 22 973 3854Rua Rodrigues de Freitas, 22004445-637 Ermesinde

• Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves)(Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresasde Inserção, Gabinete de Inserção Profissional)

• Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia)

Tel. 22 975 8774Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage)

Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 24445-208 Ermesinde

• N.º ERC 101423• N.º ISSN 1645-9393Diretora:Fernanda Lage.Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), MiguelBarros (CPJ 8455).Fotografia:Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), UrsulaZangger (CPJ 1859).Maquetagem e Grafismo:LC, MB.Publicidade e Asssinaturas:Aurélio Lage, Lurdes Magalhães.Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sou-sa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cân-dida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Fariade Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, GlóriaLeitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gon-çalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, JoanaViterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gon-çalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias,Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nu-no Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, RuiLaiginha, Rui Sousa, Sara Amaral.Propriedade, Administração, Edição, Publicidade eAssinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE• Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412123 • Serviços de registos de imprensa e publi-cidade N.º 101 423.Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2,4445-280 Ermesinde.Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762.Fax 229 759 006.E-mail: [email protected]:www.avozdeermesinde.comImpressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidadedo Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5,Fração A, 4700-087 Braga.Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171.Os artigos deste jornal podem ou não estarem sintonia com o pensamento da Dire-ção; no entanto, são sempre da responsabili-dade de quem os assina.

FICHA TÉCNICA

Farmácias de ServiçoPermanente

De 01/07/12 a 03/08/12

Nome_______________________________________________________________Morada___________________________________________________________________________________________________________________Código Postal ____ - __ _____________________________________________Nº. Contribuinte _________________Telefone/Telemóvel______________E-mail______________________________

Ermesinde, ___/___/____(Assinatura) ___________________

Ficha de Assinante

Assinatura Anual 12 núm./ 9 eurosNIB 0036 0090 99100069476 62R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 ErmesindeTel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

ERMESINDEA VOZ DE

AdministraçãoAgência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

ServiçosCartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 971 9700Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Auxílio e EmergênciaAvarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651Linha Vida ............................................................. 800 255 255SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

SaúdeCentro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600CERMA.......................................................................... 22 972 5481Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Ensino e FormaçãoCenfim ......................................................................................... 22 978 3170Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

BancosBanco BPI ............................................................ 808 200 510Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

ComunicaçõesPosto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

TransportesCentral de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

CulturaArq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

DesportoÁguias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Telefones de Utilidade Pública

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30 de junho de 2012 • A Voz de Ermesinde 23Serviços

AgendaAgendaAgendaAgendaAgenda 01 Jul - 30 Jul01 Jul - 30 Jul01 Jul - 30 Jul01 Jul - 30 Jul01 Jul - 30 Jul

7 DE JULHO, 21H30Fórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeVI Conferência de ErmesindeVI Conferência de ErmesindeVI Conferência de ErmesindeVI Conferência de ErmesindeVI Conferência de ErmesindeRealizada mais uma vez, este ano, durante o período derealização da Feira do Livro do Concelho de Valongo, a VIConferência de Ermesinde organizada pela associação cul-tural Ágorarte vai, nesta sexta edição, abordar a obra e afigura de José Régio (Eça de Queirós, D. António FerreiraGomes, Camilo Castelo Branco, Sophia de Mello Breyner eMiguel Torga foram as figuras até agora homenageadas).

Feiras,festas populares

e romarias

FEIRA DO LIVRODO CONCELHO DE VALONGO6 DE JULHO A 15 DE JULHOParque Urbano de ErmesindeParque Urbano de ErmesindeParque Urbano de ErmesindeParque Urbano de ErmesindeParque Urbano de ErmesindeIXX Edição da Feira do Livro do Concelho de Valongo,cujas atividades decorrerão este ano integralmente no espa-ço junto ao Fórum Cultural de Ermesinde.A Feira do Livro de 2012 conta mais uma vez com a presen-ça do jornal “A Voz de Ermesinde”, que irá animar a apre-sentação dos livros “O Caracol”, de Renato Roque, dia 12julho, às 16h00; “Ermesinde e a I República”, de ManuelAugusto Dias, dia 14 julho, às 21h30; e “Grandeza deMarx...”, de Sousa Dias, dia 15 julho, às 21h30.

Espetáculose Conferências

Exposições

EXPOSIÇÃO PERMANENTEMoinho da PMoinho da PMoinho da PMoinho da PMoinho da Ponte Fonte Fonte Fonte Fonte Ferererererrrrrreireireireireira,a,a,a,a, Campo Campo Campo Campo Campo– Núcleo Museológico da PanificaçãoNúcleo Museológico da PanificaçãoNúcleo Museológico da PanificaçãoNúcleo Museológico da PanificaçãoNúcleo Museológico da PanificaçãoExposição permanente que alberga instrumentos que retra-tam uma das indústrias mais importantes de Valongo, apanificação e o fabrico de biscoitos.Possui utensílios, maquinaria, fotografias e esquemas quedescrevem o ciclo da panificação, desde o amanho da terra atéao fabrico do pão e do biscoito. Pode igualmente proceder-seà identificação dos principais cereais e descobrir os seus suce-dâneos.(Agenda Área Metropolitana do Porto).

CONDURIL - CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.

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24 A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012Última

Os alunos da Ação de Formação em Teatro 2012 doENTREtanto apresentaram no passado dia 15 de junho,no Centro Cultural de Campo, o terceiro espetáculo dosminiprojetos de teatro criados na Ação de Formaçãoem Teatro 2012. O espetáculo, intitulado “Depois”, terácontado com a participação dos alunos Ada Sousa,Alberto Meira, Álvaro Sampaio, Ana Reis, Ana RitaPinto, André Pinto, António Cabral, Carla Sousa,Catarina Pinto, Catarina Vaz, Diogo Oliveira, FátimaBarbosa, Jorge Delgado, Hernâni Azevedo, InêsFerreira, Mariana Santos, Marie Sousa, Raquel Primo,Sílvia Araújo, Sofia Nunes, Sofia Príncipe, TâniaSeixas, Tiago Guimarães e Vítor Russo.

A Ação de Formação em Teatro tem produção doENTREtanto TEATRO e dos alunos e apoio à produção

Alunos de teatro do ENTREtantofizeram terceira apresentaçãoda Ação de Formação 2012

de Isabel Ferreira. O espetáculo posterior de dosminiprojetos teve lugar ontem à noite também no CentroCultural de Campo, e no formato de café teatro.

De todas as apresentações dos miniprojetos de teatroa que assistimos até hoje, esta (de 15 de junho) terá sidoa mais frágil, do ponto de vista da criação de um espetáculoque pudesse causar surpresa e encantamento.

Destacam-se todavia, as demonstrações de voz nal-guns monólogos, o domínio do corpo em situações deestátua, como a do “chafariz do Porto” ou do “robot”, oudo grupo de caminhantes.

As “três mulheres sentadas de chapéu”, ou “a brasi-leira que trata as unhas enquanto o marido sai ou nãosai”, além do grupo de “caminhantes” foram osminiprojetos que mais nos surpreenderam. LC

FOTOS URSULA ZANGGER