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8/6/2019 B-073 Nilcineia Zocche, Denise Peralta Lemes
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ANLISE GEOMORFOLGICA DOS MOVIMENTOS DE MASSAOCORRIDOS NA MT 170 JUINA/CASTANHEIRA
ZOCCHE, Nilcineia; LEMES, Denise Peralta
1Estudo realizado para o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduao em Geografia- AJES.2 Graduada em Geografia, AJES - Instituto Superior de Educao do Vale do Juruena, Juna-MT.3 Prof Orientadora, AJES - Instituto Superior de Educao do Vale do Juruena, Juna-MT, Brasil
.
RESUMO
A geomorfologia o ramo da geografia que estuda as formas de relevo atuantes na
superfcie terrestre. Baseada nos conceitos geomorfolgicos, geolgicos e
geogrficos este estudo tem por fundamento a anlise dos movimentos de massa e
dos processos geomorfolgicos (escorregamentos de detritos, sulcos, ravinas)
ocorrentes no morro do capia, localizado na rodovia MT 170, que liga o municpio
de Juna a Castanheira. Esta regio se localiza na Mesorregio Norte e Microrregio
de Aripuan na Depresso do Norte de Mato Grosso, no estado de Mato Grosso,
regio onde se pode diagnosticar relevo bastante acidentado, e que no perodo de
2008 a 2010 foi realizada a pavimentao asfltica da rodovia, considerando assim
os acidentes geolgicos e geomorfolgicos encontrados, como conseqncia do uso
excessivo de maquinas pesadas e a interferncia humana no ciclo natural ,observada no aterro realizado no morro e em vrios outros pontos da via, alm da
mudana no curso do Rio das Pedras para a construo da ponte. Durante esta
pesquisa foi possvel aprofundar acerca da geomorfologia regional e tambm
identificar os riscos de desmoronamentos das encostas bem como outras vertentes
que possam interferir diretamente no uso da rodovia pelos seus transeuntes. Para o
melhor aprofundamento dos estudos fsicos da rea foram utilizados estudos
topogrficos e imagens de satlite, alm de acervo fotogrfico, que possibilitaram a
anlise da dinmica geomorfolgica. Para tanto se fez necessrio pesquisabibliogrficas sobre geografia fsica, geomorfologia e geologia, alm das pe squisas
in loco, onde se pode ver a dimenso das eroses e a composio geomorfolgica
da rea. Utilizou-se tambm do mapa topogrfico da rodovia construdo pelos
profissionais da Constil (empresa responsvel pela construo do asfalto). Pode-se
dizer, ento, que a rodovia passa por um momento de degradao, ou seja, os
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movimentos de massa vm acontecendo gradativamente comprometendo a
estrutura mesma.
Palavras-chave: Geomorfologia; Vertentes; Rodovia; Pavimentao.
RESUMENLa geomorfologa es la rama de la geografa que estudia las formas de relieve en la
superficie activa. Conceptos basados en geomorfolgicas, geolgicas y geogrficas
de este estudio se basa en el anlisis de los movimientos de masas y los procesos
geomorfolgicos (restos deslizamientos de tierra, zanjas, barrancos) que ocurren en
el cerro Campana, ubicado en la carretera 170 toneladas, que conecta la ciudad de
Juina la Castaa. Esta regin se encuentra en la regin Norte y Meso -Micro-regin
de la depresin Aripuan en el norte de Mato Grosso, estado de Mato Grosso, una
regin donde se puede diagnosticar la topografa muy accidentada, y que en el
perodo 2008 a 2010 se realiz la pavimentacin de la carretera, por lo tanto
teniendo en cuenta las formaciones geolgicas y geomorfolgicas que se
encuentran, como consecuencia del uso excesivo de maquinaria pesada y la
interferencia humana en el ciclo natural, observada en el relleno sanitario en la
colina y realiz varios otros puntos de la ruta y un cambio en el curso de las Pedras
das Ro para la construccin el puente. Durante esta investigacin ha sido
profundizar sobre la geomorfologa regional y tambin identificar los riesgos de
deslizamientos en las laderas, as como otros aspectos que pueden afectar
directamente el uso de la carretera por sus transentes. Para una comprensin ms
profunda de los estudios de fsica de la zona se utilizaron imgenes topogrficas y
de satlite, y la coleccin fotogrfica, que permiti el anlisis de la dinmica
geomorfolgica. Para que la literatura de inve stigacin que resulten necesarias en la
geografa fsica, geologa y geomorfologa, adems de la investigacin en el lugar
donde se puede ver el tamao y la composicin de la geomorfologa de erosin de la
zona. Tambin utiliza el mapa topogrfico de la ca rretera construida por
profesionales Constil (empresa responsable de la construccin de asfalto). Por
consiguiente, cabe decir que la carretera pasa a travs de un perodo de
degradacin, o movimientos de masas han tenido lugar poco a poco minando la
estructura misma.
Palabras clave: Geomorfologa, Cobertizos, a la autopista, pavimentacin
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1. INTRODUO
No perodo de 2088 a 2010, a rodovia MT 170 passou pelo processo de
pavimentao. Considerando as problemticas que envolvem este processo, este
visa a anlise geomorfolgica dos movimentos de massa ocorrentes no morro do
capia, localizado na rodovia MT170, territrio do municpio de Castanheira.
Tambm apontar os principais tipos de eroses causados pelos mesmos no local,
destacar a importncia da geomorfologia para a anlise e estudo do local a ser
utilizado para o bem em comum e trazer possveis alternativas para melhorar a
situao de degradao atual da via.
Menos de um ano da liberao para o uso, a via tem apresentado varias
alteraes em sua estrutura. Nos locais onde se realizou os aterros, h presena
constante da ao dos movimentos de massa, podendo ser identificados diferentes
tipos de eroses, do tipo sulcos e ravinas, por exemplo, comprometendo, assim, a
qualidade e a segurana do asfalto.
A construo deste estudo se deu da seguinte maneira: primeiramente foi
realizado um embasamento bibliogrfico, de forma a ajudar na compreenso da
temtica proposta, contextualizando um breve histrico da geografia fsica e da
geomorfologia, e definies objetivas em relao s caractersticas naturais,
geolgicas e geomorfolgicas, considerando a situao da rea de estudo.
Realizou-se, a caracterizao ambiental e geomorfolgica da rea depesquisa, onde se considerou a situao antes e aps a pavimentao, foram
abordadas sucintas demonstraes das caractersticas fsicas dos municpios de
Juna e Castanheira, considerando que os mesmos so interligados pela rodovia
MT170.
No ltimo momento tem-se os resultados dos trabalhos realizados nas
visitas in loco na MT170, e de acordo com os objetivos propostos e orientaes
bibliogrficas; a organizao dos dados, bem como a anlise e interpretao dos
fatos ocorrentes; demonstraes da situao atual da via ilustradas atravs de
imagens.
Finalizou-se ento, com a concluso, onde foi possvel chegar alm do
diagnstico dos tipos, conseqncia e causas dos movimentos de massa, s
probabilidades de recuperao ambiental da rea.
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2. MATERIAL E MTODO
A execuo desse trabalho foi fundamentada, primeiramente, no
embasamento terico mediante reviso bibliogrfica. Posteriormente, foram
realizadas pesquisas de campo e aquisio do material bsico, para
contextualizao dos impactos causados pelos movimentos de massa.
Algumas informaes sobre os danos na estrutura do asfalto da rodovia
foram obtidas informalmente por motoristas que trafegam pela mesma.
Foi realizada entrevista com o laboratorista da construtora responsvel pelo
asfalto, para a obteno de dados sobre os principais estudos realizados no sol o da
rea a receber o pavimento.
3. FUNDAMENTAO TERICA
A geomorfologia a cincia, ramo da Geografia, que estuda a estrutura dos
relevos da superfcie terrestre, considerando sua evoluo natural ou modificada.
De acordo com SESTINI (1999), os movimentos de massa so
condicionados a partir das variveis geolgicas, antrpicas, climticas, pedolgicas,
geotcnicas e geomorfolgicas. Estas atuam interativamente, portanto no devem
ser estudadas isoladamente.
Os movimentos de massa envolvem uma massa ou volume de solo ou rocha
que se desloca em conjunto (FORNASARI FILHO, 2009). So movimentos naturais
de terra que fazem parte do modelado do terreno. A fora da gravidade o agente
primrio do movimento (VALCARCEL, 1991). Diferenciam-se das eroses, pois
ocorrem de gro em gro.
De acordo com suas caractersticas principais de formao, natureza do
material, velocidade e natureza do movimento (como o material se move), os
movimentos de massa podem ser designados: rastejos (movimentos lentos),
corridas, escorregamentos ou deslizamentos (movimentos rpidos), quedas deblocos ou queda de detritos.
Os principais tipos de eroses causadas pelos movimentos de massa so as
eroses lineares, ou seja, causadas pelo escoamento hdrico. Dentre os principais
exemplos temos as ravinas, os sulcos e as voorocas, os dois primeiros encontrados
na rea de estudo.
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4. REA DE ESTUDO
Pertencente ao municpio de Castanheira, o morro do Capia se localiza na
MT 170, a 34 km de distncia do municpio de Juna . Com 300 metros de altitude em
relao ao nvel do mar, est sobre o Crton Amaznico, geomorfologicamente
localiza-se na Depresso do Norte de Mato Grosso. De acordo com a classificao
geolgica brasileira de AZIZ ABSABER, encontra -se no escudo cristalino (formao
geolgica bastante antiga, na era Pr Cambriana), onde comum a ocorrncia de
rochas metamrficas, ou seja, rochas gneas, magmticas e metamrficas que
sofrem transformaes fsicas e qumicas, quando submetidas temperatura e
presso do interior da Terra, condies diferentes daquelas de sua formao. Desta
maneira os minerais podem se tornar instveis e reagir formando outros minerais
estveis s novas condies.
Segundo MIRANDA e AMORIN (2000), est localizada na microrregio de
Aripuan, predominncia do clima Equatorial, ou seja, quente mido, com uma
estao seca e outra chuvosa, o que favorece a qualidade do solo. Os principais
tipos de solo encontrados foram: Alissolos, Latossolos, Neossolos.5. RELATRIO DAS SADAS DE CAMPO
A pesquisa na Mt 170 e o acompanhamento do morro do capia, duraram
exatos um ano de estudo. Durante este perodo foi acompanhado a evoluo das
eroses do mesmo. O quadro abaixo mostra a evoluo das ravinas encontradas:
RAVINAS 1 VISITA21/04/2010
2 VISITA11/07/2010
3 VISITA20/09/2010
4 VISITA02/11/2010
1
LARG: 3 m
PROF: 3 m
EXTENSO: 10 m
LARG: 10 m
PROF: 6,5 m
EXTENSO: 23m
LARG: 11 m
PROF: 7 m
EXTENSO: 30m
LARG: 12 m
PROF: 6,5 m
EXTENSO: 30 m
2LARG: 3 mPROF: 3 m
EXTENSO: 10 m
LARG: 3 mPROF: 4 m
EXTENSO: 25m
LARG: 3 mPROF: 4 m
EXTENSO:31m
LARG: 3,5 mPROF: 4 m
EXTENSO: 31 m
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Fig.1: Encosta sem vegetao no capia
Fonte: LANIO, 2009
Fig.2: Sulcos nas encostas da rodovia MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.
Na rea especfica de estudo, verificou-se alto ndice de degradao, ou
seja, o local sofreu e vem sofrendo gradativamente com os processos
geomorfolgicos, causados principalmente pela alterao relativa da velocidade dos
movimentos de massa, foram identificados vrios sulcos e trs ravinas em processo
de degradao contnua pelo intemperismo fsico, j com dimenses alteradas.
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Nesta, alm do estudo especifico no morro do capia, fez -se analisar
vestgios de alteraes geomorfolgicas e a estrutura do asfalto na rodovia. Logo no
incio do trajeto, verificou-se a construo de sarjetas nas encostas, medida de
preveno ao perodo das chuvas que se inicia.
Fig.6:Sarjetas nas encostas da MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.
Neste perodo, iniciou tambm a construo das pontes sobre o Rio Relgio
e Rio das Pedras, melhorando as condies de trfego, porm trazendo transtornos
ao ciclo natural dos mesmos.
FIg.7:Construo da ponte sobre o Rio das Pedras, MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.
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A quarta e ltima visita realizou-se no dia 02 de novembro de 2010. durante
trajeto da rodovia verificou a quase concluso das pontes sobre o Rio Relgio e Rio
das Pedras. Nas proximidades do Rio das pedras foi localizada e explodida pela
construtora, uma imensa rocha de Gnaisse, tipo de rocha metamrfica originada dogranito, onde parte da mesma esta sendo distribuda como aterro nas eroses no
percurso da rodovia, tambm ser usada como base do asfalto da rea onde se
encontra.
Neste mesmo ponto foram colocadas trs galerias sobre o Rio das Pedras,
este mesmo teve seu percurso alterado e suas condies fsicas comprometidas
pelo uso de mquinas.
Fig.11: Ponte sobre o Rio do Relgio.Fonte: LEMES, 2010
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Fig.12:Rocha gnaisse, explodida na MT170.Fonte: ZOCCHE, 2010.
Em algumas localidades da rodovia verificaram-se ondulaes na estrutura
do asfalto. O caso observado nas dimenses do morro do capia o mais
alarmante, as ondulaes chegam a oito centmetros. Esta alterao na estrutura do
asfalto causa transtornos aos motoristas que se utilizam da via. Numa conversa
informal com o motorista de nibus do transporte universitrio da Ajes, o mesmo
relatou que quando passa pelo local viaja pela contra mo. Segundo ele, d uma
sensao de que o nibus est tombando, quando passa sob re as ondulaes.
Fig.13: Ondulao na estrutura do asfalto nas dimenses do capia.Fonte: ZOCCHE, 2010.
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Em entrevista com o laboratorista da construtora do asfalto na rodovia, foi
possvel diagnosticar que toda a pavimentao seguiu os parmetros nacionais e foi
durante todo o perodo de construo acompanhada por um fiscal engenheiro do
governo federal.
7. CONCLUSO
Foi possvel diagnosticar alteraes na estrutura geomorfolgica em todo o
trajeto da rodovia MT170, causadas, principalmente, por aes antrpicas durante o
perodo de pavimentao da mesma. Desta maneira notvel, tambm, alteraes
nos movimentos de massa e consequntemente, verificou-se muitas eroses, que
comprometem a estrutura asfltica da rodovia.
As eroses encontradas so de porte paisagstico, geomorfolgico e
geolgico, desta maneira verifica-se que o processo de degradao, causa fortepresso ecolgica, prejudicando o ciclo natural da rea.
Diante da situao evidenciada, no se pde prever nenhuma soluo
definitiva ao problema. Porm podem ser realizadas algumas medidas para
amenizar a situao. Mas para que isto acontea se faz necessrio, primeiramente,
que as autoridades competentes tomem conhecimento da realidade da encosta do
aterro no morro capia, de forma a realizar os estudos geomorfolgicos na rea,
para ento tomar as medidas cabveis.
O foco da pesquisa voltou-se, tambm, em levar a problemtica encontrada
no capia, ao conhecimento da populao, vendo que a mesma ser a mais
prejudicada com a condenao da rea.
8. REFERENCIAL I LIOGRFICO
FORNASARI FILHO, Nilton. Processos de Dinmica superficial . So Paulo:
ABGE, 1998.
MIRANDA, Leodete; AMORIM, Lenice. Atlas Geogrfico do Mato Grosso. Ed.
Estrelinhas, Cuiab-MT, 2000.
PLANO NACIONAL RODOVIARIO. Disponvel em: Acesso
em: 10 nov. 2010.
PRESS, SIEVER, GROTZINGER E JORDAN. Para Entender a Terra, Disperso
de Massa, Cap. 12. Bookman, 2006.
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SESTINI, Marcelo Francisco. Variveis geomorfolgicas no estudo de
deslizamentos em Caraguatatuba-SP, utilizando imagens TM-LANDSAT e SIG.
Disponvel em:. Acesso em: 10 set. 2010.
VALCARCEL, Ricardo. Problemas de recuperao de reas degradadas nos
Alpes italianos e franceses. Disponvel em: Acesso em: 17 out.
2010.
Acesso em: 20 out. 2010.