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RELATÓRIO E CONTAS
2006
Banco Comercial dos Açores, SA
Banco Comercial dos Açores, SA Sede Social: Rua Dr. José Bruno Tavares Carreiro, Edifício BCA, 9500-119 Ponta Delgada
Capital Social: 51.892.365 Euros Número único de matrícula e de Pessoa Colectiva 512 004 528
Índice
1. Enquadramento Macroeconómico 1.1. Conjuntura Internacional
1.2. Conjuntura Nacional
1.3. Economia da Região Autónoma dos Açores
2. Sistema Financeiro 2.1. Situação Global
2.2. Mercado a Retalho
2.3. Mercados Monetário e Cambial
2.4. Mercado de Obrigações
2.5. Mercado de Acções
3. Actividade do Banco em 2006 3.1. Linhas Gerais de Acção
3.2. Actividade Comercial, de Marketing e de Cross-Selling
3.2.1. Direcção Comercial
a) Rede de Agências
b) Rede de Centro de Clientes
c) Rede BCA Privado
d) Núcleo de Canais Agenciados
e) Núcleo de Banca Electrónica e Site
f) Cross-Selling
g) Marketing
h) Residentes no Exterior
3.3. Actividades das Áreas Centrais e Operativas
3.3.1. Direcção Operacional
3.3.2. Direcção de Planeamento e Contabilidade
3.3.3. Direcção de Organização e Informática
3.3.4. Gabinete de Provedoria do Cliente
3.3.5. Direcção de Gestão Global de Risco
3.3.6. Gabinete de Inspecção e Auditoria
3.3.7. Gabinete de Recuperação de Crédito Vencido
3.3.8. Gabinete de Recursos Materiais
3.3.9. Gabinete de Recursos Humanos
4. Análise às Contas 5. Proposta de Aplicação de Resultados 6. Notas Finais 7. Demonstrações Financeiras
7.1. Balanço
7.2. Demonstração de Resultados
7.3. Demonstração de Variações no Capital Próprio
7.4. Demonstração de Fluxos de Caixa
7.5. Anexos às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2006 e 2005
1. Informação Geral
2. Resumo das Principais Políticas Contabilísticas
2.1 Bases de Apresentação de Contas
2.2 Uso de Estimativas na preparação das Demonstrações
Financeiras
2.3 Caixa e seus equivalentes
2.4 Transacções em moeda estrangeira
2.5 Investimentos em filiais e associadas
2.6 Instrumentos Financeiros
2.6.1 Activos Financeiros
2.6.2 Passivos Financeiros
2.6.3 Imparidade e correcções de valor associadas ao
crédito a clientes e valores a receber de outros
devedores
2.6.4 Derivados e contabilidade de cobertura
2.7 Activos não correntes detidos para venda
2.8 Outros activos tangíveis
2.9 Activos intangíveis
2.10 Impostos sobre o rendimento
2.11 Benefícios aos empregados
2.12 Provisões e passivos contingentes
2.13 Comissões por serviços prestados
2.14 Operações de titularização
3. Relato por Segmentos
3.1 Segmentos de negócio
3.2 Segmentos geográficos
2
4. Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais
5. Disponibilidades em outras Instituições de Crédito
6. Activos Financeiros detidos para Negociação
7. Outros Activos Financeiros ao Justo Valor através de Resultados
8. Activos Financeiros disponíveis para Venda
9. Aplicações em Instituições de Crédito
10. Crédito a Clientes
11. Activos não Correntes detidos para Venda
12. Outros Activos Tangíveis
13. Activos Intangíveis
14. Investimentos em Filiais, Associadas e Empreendimentos Conjuntos
15. Imposto sobre o Rendimento
15.1 Impostos diferidos – movimento no período
15.2 Reconciliação da taxa normal de imposto com a taxa
efectiva
16. Outros Activos
17. Passivos Financeiros detidos para Negociação e Outros Passivos
Financeiros ao Justo Valor
18. Recursos de outras Instituições de Crédito
19. Recursos de Clientes e outros Empréstimos
20. Passivos Financeiros Associados a Activos Transferidos
21. Provisões e Passivos Contingentes
22. Outros Passivos Subordinados
23. Outros Passivos
24. Operações de Capital Próprio
25. Juros e Rendimentos Similares e Juros e Encargos Similares
26. Rendimentos de Instrumentos de Capital
27. Rendimentos e Encargos com Serviços e Comissões
28. Resultados em Operações Financeiras
29. Outros Resultados de Exploração
30. Custos com Pessoal
31. Gastos Gerais Administrativos
32. Resultados por Acção
33. Activos em Locação Operacional
34. Riscos e Instrumentos Financeiros
34.1 Políticas de Gestão de Risco
34.2 Riscos de taxa de juro
3
34.3 Risco de Crédito
34.4 Risco de Liquidez
35. Justo Valor de Instrumentos Financeiros
36. Benefícios Pós-Emprego: Responsabilidade com Pensões de Reforma
e Sobrevivência
37. Saldos e Transacções com Entidades Relacionadas
38. Eventos após a data de Balanço
8. Anexos
4
1. Enquadramento Macroeconómico 1.1 Conjuntura Internacional
O ano de 2006 ficou marcado por uma aceleração do crescimento económico mundial, embora
pautado por uma maior divergência entre os diferentes blocos económicos. Segundo estimativas
do Fundo Monetário Internacional, a economia mundial terá registado um crescimento de 5,1%,
face a 4,9% em 2005, com a economia americana a assistir a uma desaceleração do crescimento
para níveis próximos do seu ritmo potencial, enquanto a Europa e a Ásia atingiram um
crescimento económico mais forte do que o esperado inicialmente.
O ano findo assinala também o fim do período de deflação no Japão, com o Banco Central a
anunciar o fim da política de taxa de juro zero; a permanência de um crescimento robusto na
América Latina, num ano em que se realizaram eleições no Brasil e no México; a depreciação do
Dólar face às principais divisas internacionais, no contexto de um menor diferencial de taxas de
juro entre os EUA e os restantes blocos mundiais e de menor atractividade dos activos
denominados em Dólares e a entrada em funções de Ben Bernanke como Presidente da Reserva
Federal Americana (FED).
Estima-se que a economia americana tenha registado um crescimento de 3,4% em 2006,
ligeiramente acima da taxa de 3,2% registada em 2005. Depois de um primeiro trimestre marcado
por um crescimento económico robusto (5,6% em termos anualizados), impulsionado pelo
desempenho da indústria transformadora, e por uma tendência de aceleração da inflação
subjacente, em resposta ao sobreaquecimento do mercado de trabalho, a partir do 2º trimestre, a
economia começou a evidenciar sinais de abrandamento económico. O ritmo de crescimento
desacelerou para cerca de 2,6%, reflexo do arrefecimento do mercado imobiliário, da subida de
taxas de juro e de preços do petróleo e de outras matérias-primas mais elevados.
Em Agosto, com o preço do petróleo a ultrapassar o patamar de USD 75 por barril, a FED decidiu
manter a taxa directora em 5,25%, interrompendo um ciclo de subida que acumulava 425 pontos
base desde Junho 2004, revelando maior preocupação com a desaceleração económica do que
com a pressão sobre os preços. No 3º trimestre, a correcção do mercado imobiliário tornou-se
evidente, perante a desaceleração das vendas de casas usadas, o aumento do nível de
inventários e a queda abrupta do índice de confiança dos construtores imobiliários. Num contexto
de maior incerteza económica, assistiu-se à realocação do investimento em activos de risco
(acções, crédito e dívida de mercados emergentes) em favor de dívida pública (sem risco de
crédito associado), com a yield dos 10 anos da dívida pública americana a transaccionar abaixo
de 5,00%.
5
No último trimestre, perante a desaceleração da actividade industrial, a robustez do mercado de
trabalho revelou-se determinante para a manutenção da confiança dos consumidores
americanos. A taxa de desemprego atingiu o nível mínimo do actual ciclo económico (4,4% em
Outubro), os rendimentos salariais registaram um crescimento anual de 3,6% o que, aliado à
queda do preço dos combustíveis, sustentou o rendimento disponível das famílias.
No que respeita ao comportamento dos preços nos EUA, estima-se que a taxa de inflação
corrente tenha aumentado 3,6% em 2006, face a 3,4% em 2005, resultado essencialmente da
subida do preço do petróleo (17%, em termos anuais). A taxa subjacente, que exclui o efeito do
preço dos bens alimentares e energéticos, permaneceu acima do nível considerado confortável
pela Reserva Federal e sempre acima de 2,5% ao longo dos últimos sete meses do ano.
Na Europa, o ano de 2006 ficou marcado por uma recuperação económica largamente superior
ao inicialmente esperado, o que levou os principais organismos internacionais a rever
sucessivamente em alta as suas previsões de crescimento e inflação. Depois de um início de ano
vigoroso, a economia da Zona Euro registou, no 2º trimestre, o maior crescimento dos últimos
seis anos (0,9% face ao trimestre anterior e 2,4% em termos homólogos), ultrapassando o
registado nos EUA e na OCDE. No 2º semestre, a generalidade dos indicadores reforçou a
convicção de que a recuperação económica assumia uma configuração cada vez mais estrutural
e não meramente conjuntural. Estima-se que a Zona Euro tenha crescido 2,4% em 2006 (face a
1,3% em 2005), assente na recuperação da procura doméstica (crescimento anual de 2,0%), e a
taxa de inflação tenha subido de 2,2% para 2,3%. Perante os progressos no mercado de trabalho,
os fundos acumulados pelo sector empresarial, o forte crescimento da massa monetária e de
crédito e com a taxa de inflação acima do objectivo de 2,0%, o Banco Central Europeu (BCE)
prosseguiu a política de normalização monetária, elevando a taxa directora em 125 pontos base
(pb) para 3,50%.
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EU EUA Japão
%
CRESCIMENTO DO PIBTaxa de variação real
Estima-se que o Japão tenha apresentado em 2006 um ritmo de crescimento de 2,7%, em linha
com o registado em 2005, baseado no maior dinamismo da procura interna (+0,2 pontos
percentuais para 2,5%) e estimulado pela procura externa, em particular, pela China. Os
progressos estruturais no tecido empresarial, com destaque para as reformas desenvolvidas no
sector financeiro, e a resolução do problema do crédito mal-parado, possibilitaram um
crescimento mais sustentado. Neste contexto, a economia japonesa conseguiu finalmente
dissociar-se do processo de deflação, com a taxa de inflação homóloga a registar uma variação
positiva de 0,3%. Perante a subida generalizada dos indicadores de confiança empresarial e com
o crescimento do emprego (a taxa de desemprego diminuiu de 4,4% para 4,1%) a conferir
suporte à expansão do consumo privado, o Banco do Japão abandonou, em Julho de 2006, a
política de taxa de juro zero, em vigor desde 2001, elevando a taxa directora para 0,25%.
As principais economias asiáticas terão registado um crescimento acima do patamar de 8,0%
ligeiramente abaixo da taxa de 8,5% observada em 2005, em resultado do forte dinamismo da
China (10,0%) e da Índia (8,3%), cujas procuras internas têm por sua vez ajudado a incrementar
significativamente o volume de trocas comerciais a nível global.
Estima-se que a América Latina tenha registado uma aceleração do crescimento de 4,3% em
2005 para 4,8% em 2006, com a taxa de inflação a diminuir de 6,3% para 5,6%, no mesmo
período. A procura doméstica foi o grande motor de crescimento do bloco latino-americano,
enquanto o crescimento da economia americana e o estímulo da procura externa da China,
assim como o comportamento favorável dos preços das matérias-primas, beneficiaram o sector
exportador.
7
O Brasil terá apresentado uma aceleração do ritmo de crescimento, acompanhada da redução da
inflação e da diminuição da taxa de desemprego. Estima-se que o PIB tenha crescido 3,6% face
a 2,3% no ano anterior, com a inflação homóloga a diminuir 2,4 pontos percentuais para 4,5%.
Merece igualmente referência o facto de o Brasil ter atingido o objectivo de manter o saldo
primário em 4,25% do PIB. O Banco Central prosseguiu a política de redução de taxas, iniciada
em Setembro de 2005, com cortes de 475 pb, colocando a taxa Selic em 13,25% no final do ano.
A melhoria das contas públicas e da balança externa, aliada à maior estabilidade política,
conduziram à apreciação do Real face ao Dólar (cerca de 8,5% no ano, para 2,13 Reais/Dólar) e
ao estreitamento do spread do principal referencial de risco Brasil (o índice EMBI+) para um nível
historicamente baixo: 169 pb, face a 245 pb no final de 2005.
1.2 Conjuntura Nacional O ano de 2006 assinala o início da recuperação da economia portuguesa. Segundo estimativas
do Banco de Portugal, a economia terá registado uma aceleração no seu ritmo de crescimento,
com o PIB a crescer a 1,2% face a 0,4% no ano transacto, assente essencialmente no
dinamismo das exportações, impulsionadas por um forte crescimento dos mercados externos.
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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006E
Portugal EU
%
CRESCIMENTO DO PIBTaxa de variação real
Uma análise mais atenta às principais componentes do PIB revela que o consumo privado terá
desacelerado de 1,7% em 2005 para 1,2% em 2006, afectado essencialmente pela subida
gradual das taxas de juro, pela alta dos preços do petróleo e pela contenção salarial. Também o
investimento registou um desempenho negativo, estimando-se que tenha caído cerca de 3,1%
durante o ano. Inversamente, estima-se que a procura externa líquida tenha tido um contributo
positivo para o crescimento nesse período (+1,1 pontos percentuais face a -0,3 pontos
percentuais, em 2005), compensando o abrandamento da procura interna. As exportações
8
deverão ter crescido 9,3%, um dos ritmos mais elevados da última década, só superado pelo
crescimento de 11,7% observado em 2000.
Em termos de finanças públicas, a necessidade de cumprir os objectivos de consolidação
orçamental penalizou a evolução dos gastos do Estado, que terão diminuído cerca de 1,1% em
termos reais. Importa ainda sublinhar que o início da recuperação económica verificada em 2006
foi acompanhada por uma efectiva consolidação orçamental, com o défice a diminuir de 6,0%
para 4,6%.
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Portugal (EE) EU (ED)
CONFIANÇA DOS CONSUMIDORESÍndice
No que diz respeito à inflação, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deverá ter
registado um crescimento de 3,1% face a 2,1% em 2005. Este aumento de cerca de um ponto
percentual terá sido determinado não apenas pela aceleração significativa dos preços de
importação de bens não energéticos, como terá ainda reflectido o impacto dos aumentos do
Imposto sobre o Tabaco e os efeitos desfasados associados ao aumento da taxa normal do
Imposto sobre o Valor Acrescentado, introduzido em Julho de 2005.
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Portugal EU
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INFLAÇÃOÍndice de Preços Harmonizado
O forte crescimento da procura externa teve por vantagem adicional mitigar o desequilíbrio das
contas externas portuguesas. No que diz respeito às necessidades de financiamento da
economia portuguesa, medidas pelo saldo conjunto da Balança de Transacções Correntes e da
Balança de Capital, estas deverão ter-se reduzido para -7,6% do PIB face a -8,1% em 2005.
1.3 Economia da Região Autónoma dos Açores Na análise da evolução do produto regional, não obstante a ausência de dados recentes, é
notório um processo de aproximação gradual aos níveis médios nacionais, que permitiram que os
Açores deixassem de ser classificados, recentemente, como uma das regiões menos
desenvolvidas a nível nacional e europeu. Em 2003, o PIB per capita açoriano, em paridades do
poder de compra, representava 61,1% da média da União Europeia (25) e cerca de 84% da
média nacional.
A crescente integração da economia e o aumento da concorrência, fruto do mercado global
tornam, regra geral, a evolução dos preços na economia regional dependente dos mercados
externos. Desta forma, a taxa média de inflação na Região Autónoma dos Açores, que em
Dezembro de 2006 se situava nos 3,6%, tem apresentado valores baixos, ainda que com algum
sinal de crescimento, enquadrados na tendência nacional e da União Europeia.
Numa análise demográfica, e relativamente à posição regional nos quadros português e
comunitário, a população açoriana pode ser classificada como jovem e com perspectiva de
crescimento. O emprego continua a apresentar índices mais baixos do que os nacionais, tendo o
crescimento económico vindo a absorver o aumento da procura de trabalho. No 4º trimestre de
10
2006 a taxa de desemprego era de 4% da população activa - o que correspondente a uma taxa
de desemprego estrutural.
A repartição sectorial da riqueza criada evidencia ainda um certo peso do sector primário, apesar
dos serviços virem a assumir uma maior preponderância.
Na agricultura, o peso da fileira do leite apresenta-se com elevado destaque, muito embora o
cumprimento das quotas estabelecidas restrinja o crescimento da produção, que, no que
concerne ao leite entregue nas fábricas, tem rondado os 500 milhões de litros de leite ano.
No sector piscatório, o volume anual de pescado descarregado, grandemente influenciado pelas
oscilações verificadas na captura de atum, tem variado entre as 9 e as 11 mil toneladas, estima-
se um aumento de 28% em 2006.
A base económica regional tem vindo a
reforçar-se com o sector turístico, num
crescendo de oferta de camas (8.500 em
2005), para a qual em muito contribuíram
novas unidades hoteleiras. Durante os 12
meses de 2006 verificou-se um acréscimo de
dormidas de 3,8% face ao mesmo período do
ano anterior.
Receitas e Procura Turística
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200.000
400.000
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800.000
1.000.000
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1.400.000
Milh
ares
€
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10.000
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40.000
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60.000
NºD
orm
idas
Dormidas Receitas
No que concerne à produção de energia eléctrica, apesar de algum abrandamento no ritmo
elevado de produção, o crescimento verificado demonstra boa capacidade de resposta às
necessidades económicas, com um aumento de 4% em 2006. Relativamente ao consumo de
energia, destaque para o crescimento dos consumos comerciais e de serviços em detrimento dos
fins industriais, muito embora sejam os consumos domésticos os mais significativos.
Não obstante um aumento de 4,1% no número de edifícios licenciados de Janeiro a Novembro de
2006 versus o período homólogo de 2005, a venda de cimento sofreu um decréscimo, no mesmo
período, de 1,5%, o que denota uma desaceleração no ritmo das novas construções. Do total de
licenças concedidas na Região Autónoma dos Açores (552 edifícios), no 3º trimestre de 2006,
verificou-se que 74,3% foram relativas a construções novas, das quais 80% se destinaram a
habitação.
11
Nos transportes, destaque para o tráfego de passageiros via aérea, que continua a apresentar
elevados ritmos de crescimento.
Ao nível do Plano e Orçamento da Região Autónoma para 2006, de referir a orçamentação de
325,6 milhões de euros para investimentos, cuja verba representa um crescimento de 1,8% face
ao exercício anterior (o orçamento de 2005, continha ainda verbas extraordinárias alocadas à
reconstrução, fruto do sismo ocorrido em 1998).
2. Sistema Financeiro 2.1 Situação Global
O ano de 2006 revelou-se bastante importante para o sector financeiro português por um
conjunto de razões variadas: do ponto de vista conjuntural, o BCE consolidou o processo de
normalização monetária, subindo a sua taxa de referência de 2,25% para 3,5%, com impacto nas
margens financeiras dos bancos, e a economia portuguesa deu, pela primeira vez em vários
anos, sinais bastante encorajadores, que se reflectiram numa aceleração do crescimento do
crédito concedido ao sector empresarial. Este contexto de melhoria das condições operacionais
do sector levou entidades financeiras, entre os quais o Banco Espírito Santo e a própria Banif
SGPS, SA, a avançar com operações de aumento de capital.
Por outro lado, em Março, o sector assistiria ao lançamento, por parte do Millennium BCP, de
uma Oferta Pública de Aquisição sobre o BPI, da qual pode resultar o maior banco português,
caso a operação se venha a revelar bem sucedida. A dimensão das partes envolvidas – a
entidade fundida poderá vir a ter quotas de mercado em torno de um terço em vários segmentos -
levou a Autoridade da Concorrência a optar por uma investigação aprofundada, pelo que o
processo não conheceu desenvolvimentos relevantes no remanescente do ano.
Do ponto de vista financeiro, o sector continuou a beneficiar de taxas de crescimento de crédito
ligeiramente acima de 10%; embora o sector empresarial se tenha destacado face a anos
anteriores (crescimento acumulado de 6% até Novembro), os segmentos de crédito hipotecário e
ao consumo mantiveram ritmos de crescimento perto de 15%. Apesar de o mercado se ter
caracterizado novamente por um ambiente concorrencial bastante agressivo, a subida das taxas
de juro ajudou a mitigar esse efeito, permitindo um crescimento mais expressivo da margem
financeira. Por outro lado, o bom ambiente vivido nos mercados de capitais, nomeadamente no
segmento de acções, também proporcionou um contributo superior à média dos ganhos em
operações financeiras.
12
Do lado dos depósitos, o desempenho foi modesto, apesar da subida de taxas de juro, com os
depósitos de particulares em instituições financeiras a aumentarem 1,9%, uma ligeira aceleração
face ao crescimento de 1,2% verificado em 2005.
O fraco crescimento dos depósitos contrasta com os volumes investidos por particulares e
entidades na área de fundos, numa tendência de desintermediação financeira cada vez mais
sustentada. Assim, o volume total gerido por fundos de pensões ascendeu a 20 601,0 milhões de
Euros no final de 2006, 12,4% acima do ano anterior. Quanto aos activos geridos pelos Fundos
de Investimento Imobiliário, apresentaram um crescimento de 19,5% em termos homólogos para
9 757,7 milhões de Euros. Por seu lado, valor dos activos geridos pelos Fundos de Investimento
Mobiliário ascendeu a 29137,7 milhões de Euros, o que traduz um crescimento de 3,0%
relativamente ao ano anterior.
O ano ficou ainda marcado pelos preparativos para a introdução do processo de Basileia II, que
implicará novos critérios de cálculo dos requisitos de capital. 2007 será o primeiro ano de
implementação, embora o período de transição permitido aos bancos sediados na União
Europeia decorra até 2017 para o tratamento de algumas posições em risco na metodologia IRB.
Ainda assim, não é todavia claro qual o impacto último de Basileia II em termos da posição de
capital dos vários bancos, tendo em conta a esperada libertação de capital ao nível do risco de
crédito, por um lado, e a absorção de capital ao nível do risco operacional, por outro.
2.2 Mercado de Retalho A tendência de subida das taxas por parte do BCE, inteiramente incorporadas pelo mercado e
seus intervenientes em 2006, reflectiu-se nas taxas praticadas pelas instituições bancárias nos
novos empréstimos concedidos. No segmento empresarial, as grandes empresas e as PME’s
viram a sua taxa média agravada em 70bps e 88bps, respectivamente, enquanto que, no
segmento dos particulares, os aumentos foram bem mais expressivos. No crédito à habitação, a
taxa média passou de 3,53% para 4,38%, um agravamento de 85bps, enquanto que nos novos
empréstimos para crédito pessoal, a taxa praticada se agravou 235bps para 10,6%.
Já no que diz respeito às taxas passivas praticadas pelas instituições bancárias, verificou-se um
acréscimo significativo das mesmas, à medida que os bancos procuravam reforçar o peso dos
depósitos na sua base de financiamento tendo em conta o cenário de subida de taxas de juro. No
segmento dos particulares, a taxa passou de 1,99% em Dezembro de 2005 para 3,08%, um
aumento de 109bps. Já no segmento empresarial, as taxas médias de remuneração dos
depósitos aumentaram 104bps para 3,44% no mesmo período.
2.3 Mercados Monetário e Cambial
13
No que respeita aos mercados cambiais, o ano de 2006 ficou marcado pela significativa
depreciação do Dólar face ao Euro e pela elevada volatilidade registada face ao Iene.
Factores como a incerteza em torno do andamento da economia americana, face ao carácter
cada vez mais sustentado da retoma do bloco europeu, e a crescente procura dos Bancos
Centrais estrangeiros por activos denominados em Euros, em detrimento de dólares, motivaram a
depreciação de 11% do Dólar face ao Euro, terminando o ano no patamar de 1,32 Dólar/Euro
face a 1,18 Dólar/Euro em finais de 2005.
No que respeita à evolução do Dólar/Iene, numa primeira fase, o anúncio do fim da política de
taxas de juro zero no Japão motivou a apreciação do Iene face à moeda americana, atingindo em
14 de Maio, o máximo intra-anual de 110,02 Ienes/Dólar. A partir do segundo semestre, a
divulgação de dados económicos indiciando um abrandamento da economia japonesa face a
trimestres anteriores conduziu à inversão da tendência de apreciação do Iene registada no
primeiro semestre, com o moeda americana a fechar o ano em 119,07 Ienes/Dólar face a 117,75
Ienes/Dólar no ano transacto.
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1-Jan 2-Mar 1-Mai 30-Jun 29-Ago 28-Out 27-Dez1,18
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1,24
1,26
1,28
1,30
1,32
1,34
Dólar / Iene (EE) Dólar / Euro (ED)
TAXAS DE CÂMBIO
No que diz respeito à evolução das taxas Euribor, os sinais de recuperação económica
verificados no primeiro semestre reforçaram a expectativa de subida de taxas por parte do BCE.
No segundo semestre, nem a apreciação do Euro, com repercussões negativas ao nível do
sector exportador, nem o esperado aumento da carga fiscal (IVA) a partir de Janeiro, na
Alemanha, abalaram a confiança empresarial. Na expectativa de que o BCE prosseguiria a
política de normalização monetária, o aumento de taxas constituiu um padrão comum a todas as
maturidades, os 3 meses a fecharem o ano em 3,73% (+ 124 pb), os 6 meses em 3,85% (+ 122
pb) e os 12 meses em 4,03% (+ 118 pb).
14
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2,3
2,8
3,3
3,8
4,3
3M 6M 9M 12M
31-12-2005 31-03-2006 30-06-2006 29-09-2006 29-12-2006
%
TAXAS EURIBORCurvas de rendimento
2.4 Mercado de Obrigações A evolução do mercado de obrigações, em 2006, não assumiu um comportamento linear.
Enquanto que o primeiro semestre ficou marcado pelo aumento da inclinação da curva de
rendimentos, em resposta a um crescimento económico acima do seu ritmo potencial, os últimos
seis meses do ano assinalaram a interrupção da subida de taxas de juro pela Reserva Federal
Americana, com o mercado a antecipar que o próximo movimento seria no sentido de descida.
Perante os sinais de abrandamento do mercado imobiliário e o receio de que a robustez do
mercado de trabalho não fosse suficientemente forte para evitar uma correcção abrupta do
consumo privado, a curva de rendimentos nos EUA registou uma inclinação negativa,
incorporando a expectativa de abrandamento económico acentuado. A rentabilidade das
obrigações a 10 anos oscilou no intervalo de 3,3% a 4,1%, terminando o ano em 3,9% face a
3,3% em finais de 2005.
2,5
2,7
2,9
3,1
3,3
3,5
3,7
3,9
4,1
4,3
2 anos 5 anos 10 anos
31-12-2005 31-03-2006 30-06-2006 29-09-2006 29-12-2006
OBRIGAÇÕES DO TESOURO ALEMÃO Curva de rendimento
%
15
Na Europa, perante os sinais de crescimento económico superior ao esperado, o mercado
começou a antecipar uma subida de taxas de juro mais agressiva por parte do Banco Central.
Assistiu-se a uma diminuição da inclinação positiva da curva de rendimentos, com o diferencial
entre as taxas de juro das maturidades de 2 e 10 anos a diminuir de 44,7 pb para 4,5 pb. Assim,
a perspectiva de que as economias americana e europeia estão explicitamente em fases distintas
do ciclo económico levou à redução do diferencial entre a rentabilidade das obrigações a 10 anos
nos EUA e Alemanha, de 108 pb para 75 pb, no final de 2006.
A curva de rendimentos portuguesa acompanhou os movimentos do bloco Euro, nomeadamente
a subida observada durante o primeiro semestre, num movimento de antecipação da subida da
taxa de juro por parte do Banco Central Europeu. A rentabilidade da Obrigação do Tesouro a 10
anos terminou o ano em 4,1% (subida de 65 pb face a 2005), com o diferencial relativamente ao
título alemão equivalente a situar-se nos 11 pb.
2.5 Mercado de Acções Em 2006, os principais mercados accionistas mundiais apresentaram valorizações expressivas,
apesar de terem apresentado uma grande volatilidade intra-anual. O Eurostoxx50, o índice de
referência europeu, encerrou o ano com um ganho de 15,12%, ligeiramente acima do
Standard&Poors (13,29%) mas aquém do Dow Jones (16,29%). Ainda assim, algumas praças
europeias apresentaram valorizações superiores, a começar pelo mercado português, que
registou o seu melhor ano desde 1997, ao valorizar 29,92%, desempenho ao qual não foram
alheias as duas Ofertas de Aquisição lançadas sobre a Portugal Telecom (Fevereiro) e o BPI
(Março) pela Sonaecom e Millennium BCP, respectivamente. A dimensão e implicações das duas
transacções, ambas de carácter hostil, viriam a dominar a atenção da maioria dos investidores ao
longo do ano, para lá de terem naturalmente atraído vários investidores estrangeiros para o
mercado português. Por outro lado, as privatizações da GALP e da Portucel, já no último
trimestre do ano, contribuíram também para o grande dinamismo evidenciado pela bolsa
portuguesa em 2006.
Nos mercados europeus, merece ainda destaque o principal índice espanhol, o IBEX35 que
avançou 31,79% impulsionado pela boa performance económica do país, mas principalmente
pelos vários movimentos de consolidação, com especial relevância do sector energético.
Na Ásia, os mercados encerraram positivos embora bastante abaixo dos valores apresentados
pelas restantes praças mundiais. Em 2006, o Nikkei apresentou um retorno bastante modesto de
6,92%, depois de, no ano anterior, ter sido um dos melhores a nível mundial.
16
A abundância de liquidez decorrente das baixas taxas de juro em termos históricos continua a ser
um dos factores principais a justificar a preferência dos investidores pelo segmento accionista.
Por outro lado, a solidez das tendências de consolidação na Europa, transversais a todos os
sectores, constitui, simultaneamente, um elemento de interesse do lado dos investidores e um
forte factor de suporte das cotações, com as empresas potencialmente apetecíveis a registarem
valorizações superiores aos índices de referência.
Em termos intra-anuais, há a destacar a forte correcção que o mercado accionista sofreu em
meados de Maio, em resultado de uma alteração de perspectivas quanto a um fim mais tardio do
ciclo de subida de taxas por parte da Reserva Federal Norte-Americana. No entanto, a solidez
dos resultados empresariais divulgados entretanto e a persistência de um ambiente de liquidez
favorável resultariam numa tendência sustentada de subida, que levaria os mercados a bater os
máximos de 2001 já durante o mês de Dezembro. A descida do preço do petróleo, mais evidente
no final do ano, contribuiu também para manter um nível de optimismo elevado.
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
1/J an/06 1/Mar/06 1/Mai/06 1/J ul/06 1/Set/06 1/No v/06
S&P Eurostoxx50 PSI20
MERCADOS ACCIONISTAS
Num contexto favorável, em virtude dos movimentos de Fusões & Aquisições e das privatizações
da Portucel e da Galp, o volume transaccionado no mercado accionista português registou um
aumento de 59,6%, de € 31,5 mil milhões para € 50,3 mil milhões.
17
3. Actividade do Banco em 2006 3.1 Linhas Gerais de Acção
O ano de 2006 foi caracterizado por uma forte dinâmica, na sequência da estratégia definida de
manutenção da liderança do Banco Comercial dos Açores, na Região Autónoma dos Açores.
A concretização desta estratégia só foi possível através da disponibilização de uma oferta
financeira diversificada, assumindo relevância a gama de produtos e serviços das empresas do
Grupo e a abordagem segmentada do mercado.
Paralelamente, deu-se seguimento a diversas políticas de redução de custos, o que originou um
aumento da produtividade e uma significativa melhoria no rácio cost to income, colocando o BCA
na média do sector.
Também por forma a acompanhar a tendência do sector procedeu-se, mais uma vez, à revisão
geral do preçário do Banco.
Tendo como objectivo atingir as metas definidas para o exercício de 2006, realizaram-se diversas
iniciativas de âmbito comercial, das quais se destacam as de dinamização do Crédito Pessoal.
Foi desenvolvido o conceito do produto “Protocolo” como elemento de reforço das relações
comerciais entre o Banco e as empresas ou instituições, como estratégia de captação de clientes
e como grande potenciador de negócio.
Ao nível dos Recursos, realce para a criação de produtos de poupança, nomeadamente, com
ligação ao Banif – Banco de Investimento e ao canal banca electrónica. A esse propósito,
salienta-se o crescimento da colocação de contratos de adesão ao bcaglob@l que, em 2006, se
cifrou nos 10%.
Ainda no que concerne à distribuição multicanal, o Banco continuou a investir na modernização
da sua rede de caixas automáticas, tendo aumentado o número de equipamentos em 16%
comparativamente com o ano de 2005.
Em Outubro, o Banco procedeu à substituição integral dos seus Cartões de Débito e de Crédito.
Os novos Cartões incluem a mais recente tecnologia a nível mundial, no que diz respeito à
utilização de meios de pagamento electrónicos. Esta tecnologia consiste num chip electrónico
incorporado no Cartão de Débito e de Crédito, que permite maior capacidade de armazenamento
18
e processamento da informação do que a anterior banda magnética e, por conseguinte, maior
protecção e segurança para os utilizadores.
Integrado na estratégia de expansão da Rede Comercial, e numa parceria com o Banif - Banco
de Investimento, foi inaugurado, em Dezembro de 2006, o BCA Privado, que tem como objectivo
potenciar o negócio num segmento de clientes exigente e com Recursos.
No seguimento da política de adequação dos nossos espaços comerciais às necessidades
específicas dos clientes, e tendo em vista a melhoria da qualidade do serviço prestado,
realizaram-se, em 2006, algumas obras de relevo, de que é exemplo mais notório a remodelação
do edifício localizado na Calheta, em Ponta Delgada, onde funciona, no rés-do-chão, a Agência
da Calheta e, no 1º piso, o BCA Privado.
O saldo do Crédito sob gestão registava, em 31 de Dezembro de 2006, mais 143.200 milhares de
euros do que um ano antes, ou seja, mais 12,6%. O Crédito a particulares, que continua a ser a
grande aposta do Banco, representava 60% do Crédito sob gestão, no final de 2006, mais 2% do
que um ano antes. Neste segmento do Crédito, o Crédito Imobiliário assume uma quota de
71,5% e o Crédito ao Consumo de 16%. Apesar de representar menor quota no total do Crédito
sob gestão, o Crédito a empresas progrediu favoravelmente, de 2005 para 2006, apresentando
uma taxa de crescimento de 8%.
A qualidade do Crédito continua a evidenciar bons níveis, apesar da conjuntura menos favorável.
A comprovar esta realidade, o indicador que mede o Crédito Vencido no total do Crédito sob
gestão ascendia a 1,83%, no final do exercício de 2006, contra 1,44% no ano anterior.
A actividade comercial também foi positiva na captação de Recursos, cujo saldo, em termos
globais, variou 7,3%, influenciado, principalmente, pelo aumento verificado nos Recursos fora de
Balanço, que subiram 34,2%. No final de 2006, os Recursos fora de Balanço representavam
cerca de 14% dos Recursos Totais.
Em virtude do aumento verificado no Produto Bancário, mais 20% quando comparado com 2005,
ter sido francamente superior à variação do conjunto dos custos de operação, formados pelos
Gastos Gerais Administrativos, Custos com Pessoal e Amortizações, que no mesmo período
subiram 6,2%, o indicador “Cost to Income” ascendeu a 56,4%, menos 7,3% do que no exercício
anterior.
19
Os objectivos comerciais que o Banco fixou para 2006 foram integralmente cumpridos,
culminando num Resultado Líquido de 13.855 milhares de euros, o que proporcionou que a
remuneração dos Capitais Próprios ascendesse, no exercício, a 18.2%, contra 15,3%, em 2005.
À semelhança dos anos anteriores, o Banco associou-se a um conjunto de eventos, destacando-
se, desde logo, o reforço da sua participação no projecto cultural do Coliseu Micaelense, do qual
passou a ser Mecenas; o estreitar da sua colaboração com a Universidade dos Açores, através
da cedência de equipamento informático para fins pedagógicos e de investigação; bem como
patrocínios e apoios diversos, como foi exemplo o Prémio “Velhos Guetos, Novas Centralidades”,
integrado no projecto EFTA – Vila de Rabo de Peixe.
No âmbito da política social prevista para 2006, o Banco procedeu, pelo sexto ano consecutivo, à
distribuição de donativos de Natal a Instituições Particulares de Solidariedade Social com acção
meritória no arquipélago dos Açores.
Essas acções, em conjunto com outras desenvolvidas ao longo do ano, foram, sem dúvida,
determinantes para o reforço da notoriedade do Banco na Região.
Nos capítulos seguintes, explicita-se mais detalhadamente a actividade de todas as áreas do
Banco no ano agora em reporte.
3.2 Actividade Comercial, de Marketing e de Cross-Selling 3.2.1 Direcção Comercial O exercício de 2006 caracterizou-se pelo aprofundamento dos princípios de segmentação que o
Banco tem seguido com uma oferta financeira diferenciada para os clientes particulares e
empresas. Dentro desta lógica foi criada uma nova Rede designada por BCA Privado que visa ir
de encontro às necessidades de clientes particulares com maior património financeiro e com
apetência para produtos de Recursos mais sofisticados. Com o surgimento do BCA Privado
procedeu-se, em simultâneo, ao encerramento da Loja do Investidor.
A actividade das diversas Redes pode resumir-se do seguinte modo:
a) Rede de Agências A Rede de Agências não sofreu alterações no que concerne ao número das suas Unidades de
Negócio, mantendo-se em 42. Apesar disso, o crescimento do negócio foi significativo, com
desempenhos mais relevantes na área do Crédito, com destaque para as produções de Crédito
Imobiliário e Crédito Pessoal, com variações positivas de 16% e 38%, respectivamente. Estes
20
aumentos originaram que o negócio do Crédito a particulares passasse de um peso de 46,8%
para 49,7% no total do Crédito por Desembolso do Banco.
Foi através da Rede de Agências que se fez sentir mais o crescimento verificado nas Contas
Ordenado e nos Cartões de Crédito, que ao longo deste ano mereceram desenvolvimentos que
os dotaram com novos atributos.
No que diz respeito aos Recursos, destaque para a colocação de produtos associados ao Banco
de investimento do Grupo.
b) Rede de Centro de Clientes Vocacionada para a actividade comercial junto das empresas, esta Rede, em linha com o que
aconteceu com o tecido empresarial regional, teve um comportamento que se pautou por um
crescimento moderado.
A colocação de produtos de outras empresas do Grupo como o leasing e o renting mereceu um
forte impulso, indo de encontro a uma maior procura que se faz sentir no mercado.
O crescimento do Crédito situou-se nos 2%, em consonância com a leitura que o Banco fez do
potencial da actividade económica em 2006 e do respectivo risco.
c) Rede BCA Privado Esta Rede, dirigida a um segmento de clientes particulares com maiores rendimentos, foi
inaugurada já no mês de Dezembro, pelo que a sua actividade em 2006 se resumiu a esforços
para a identificação junto do mercado alvo, por forma a que no próximo ano seja possível obter
um crescimento consentâneo com as expectativas que existem.
Um trabalho de forte interligação com o Banif – Banco de Investimento está a ser desenvolvido
com o objectivo se obter um conjunto de iniciativas, sinergias e oferta alargada de produtos que
beneficie os actuais e potenciais clientes desta Rede.
d) Núcleo de Canais Agenciados O Núcleo de Canais Agenciados incide na captação de negócio fora dos canais tradicionais em
dois produtos de Crédito a particulares: Crédito à Habitação e Crédito Pessoal. Foi responsável
por 20% de todo o Crédito à Habitação produzido e de 9% do Crédito Pessoal. Diversas
iniciativas impulsionadoras da colocação destes produtos foram tomadas ao longo do ano, dando
21
origem a que se verificassem, em termos absolutos, variações positivas em relação ao ano
anterior, de 22% e de 27%, respectivamente.
e) Núcleo de Banca Electrónica e Site A aposta no desenvolvimento do Canal de Banca Electrónica manteve-se em 2006. Fruto disto, o
aumento do número de contratos bcaglob@l, a disponibilização de novas funcionalidades e o
notório crescimento dos depósitos a prazo efectuados através deste canal. Por sua vez, o site
registou um incremento bastante significativo no número de visitantes, facto que foi potenciado
pela maior oferta de conteúdos e pela divulgação do espaço Atrium BCA.
f) Cross-Selling O conceito de Cross-Selling já se encontra perfeitamente assimilado pela estrutura comercial do
Banco. A actividade desenvolvida no ano de 2006, no âmbito da comercialização de produtos de
Cross-Selling, caracterizou-se por excelentes resultados na colocação de produtos do Banif -
Banco de Investimento, por uma melhoria significativa no desempenho das Redes na colocação
do Leasing e, ainda, pela boa performance na venda de produtos da Companhia de Seguros
Açoreana, com destaque para o PPR.
g) Marketing Em 2006 manteve-se a cooperação entre as duas áreas que suportam a actividade de Marketing
do Banco: o Marketing Operacional, responsável pela promoção de campanhas e de iniciativas
que potenciem a dinâmica comercial, e o Gabinete de Marketing, com responsabilidade sobre a
comunicação e imagem da instituição.
Ao longo do ano, foram várias as campanhas desenvolvidas pelo BCA, quer para lançamento de
novos produtos, quer para refrescamento e dinamização de produtos e serviços já existentes,
quer, ainda, para reforço da sua imagem institucional.
Leasing O Banco continuou a investir na divulgação de produtos alternativos para o financiamento
automóvel. Assim, a 2ª fase da campanha do BCA Car Leasing, decorreu durante o mês de
Janeiro, sob o conceito “Auto satisfação... porque é melhor ter do que sonhar”, e teve um
desfecho bastante satisfatório, já que inúmeros clientes optaram por adquirir viatura recorrendo a
este produto.
22
Conta BCA Vencimento Em Fevereiro, o Banco lançou uma campanha com o objectivo de divulgar as novas vantagens
da Conta BCA Vencimento. A assinatura “Dê outra dimensão à sua vida” pretendeu dar maior
visibilidade às alterações introduzidas, destacando, sobretudo, a questão do limite de Crédito –
até 3 vezes o vencimento.
Cartões de Crédito BCA Na sequência da parceria estabelecida com o Grupo SATA, teve início, em Março, a campanha
“Ponha-se a milhas com os Cartões de Crédito Classic e Excellence do BCA”, que assegurou um
importante crescimento na nossa base de dados de clientes com Cartões, bem como um
aumento significativo nas transacções com os mesmos. Para, além disso, o Banco desenvolveu
uma campanha promocional, de 1 a 26 de Dezembro, período em que o valor das compras
efectuadas com os Cartões de Crédito BCA passou a corresponder ao dobro das milhas.
Crédito Pessoal Em Junho, o Banco lançou uma campanha massificada, a fim de divulgar a renovação do seu
Crédito Pessoal, cuja assinatura ”Connosco tudo é possível” reforça a ideia de proximidade
emocional e de eficácia do BCA em ajudar os seus clientes a concretizar as suas metas, desejos,
sonhos, ou, até, impulsos.
Paralelamente, para corresponder às ambiciosas metas de Crédito Pessoal estabelecidas para
2006, o Banco desenvolveu várias iniciativas de crédito pré-aprovado a clientes seleccionados,
através do envio de direct mail, e disponibilizou diversas linhas de Crédito com condições mais
vantajosas para os seus clientes.
Destaque para a linha de Crédito criada pelo BCA no âmbito do sistema de incentivos à produção de energia, a partir de fontes renováveis, designado “ProEnergia”, que permite o financiamento
de equipamentos e instalação de sistemas de aproveitamento com recurso à energia solar, eólica,
hídrica ou biomassa, para uso doméstico.
Formação Académica Em Setembro, tempo de regresso às aulas, foi a vez de divulgar o Crédito BCA Formação
Académica. O financiamento da formação dos açorianos é, desde o ano passado, realizado sob o
slogan “Estuda agora, que o doutor paga depois”, que destaca o atributo fundamental do produto,
ou seja, o facto dos estudantes beneficiarem de um Crédito cujo reembolso começa, apenas, a
ser efectuado 6 meses após a conclusão do curso. Durante este último ano, o produto sofreu
23
alterações, alargando o seu âmbito também a pós-graduações, mestrados e doutoramentos, quer
nacionais, quer no estrangeiro.
Super Depósito bcaglob@l Ao logo do ano, foram, igualmente, lançadas várias campanhas Super Depósito bcaglob@l, um
produto desenhado, exclusivamente, para clientes do serviço de Banca Electrónica, e que
ofereceu taxas de juro bastante atractivas para Depósitos a Prazo constituídos através deste
canal.
BCA Valor Flexível Aproveitando o cenário de subida das taxas de juros, lançou-se um novo produto de poupança
integrado no pacote BCA Valor, que conseguiu arrecadar uma significativa percentagem dos
fundos captados nas campanhas de Rede, dada a sua flexibilidade na constituição de poupança.
BCA Duo O BCA lançou um produto misto - composto em 30% por um Depósito a Prazo e em 70% pelo
Fundo Banif Gestão Patrimonial - que visou não só o incremento das subscrições do Banif
Gestão Patrimonial, como também ir de encontro a uma necessidade manifestada pelo mercado.
Fundos Este ano, o BCA voltou a apostar em diversas campanhas direccionadas para a captação de
poupança em Fundos de Investimento, o que permitiu um importante avanço no cumprimento dos
objectivos anuais e o reforço do peso dos Produtos fora de Balanço.
h) Residentes no Exterior O BCA mantém a sua presença no continente americano através das Unidades de Negócios de
Toronto, Fall River, San José e, desde 2005, Newark, que se relacionam preferencialmente com
os mercados da diáspora. A colocação de produtos de poupança continua a ser o principal
objectivo que norteia a actividade dos Escritórios de Representação.
3.3 Actividade das Áreas Centrais e Operativas Com o objectivo de racionalizar estruturas e uniformizar procedimentos foram tomadas iniciativas
que permitem melhorar o funcionamento dos serviços centrais. Neste âmbito, merece destaque a
concentração numa direcção grupal da área do risco, bem como diversas iniciativas levadas a
cabo pela Direcção Operacional.
24
mailto:bcaglob@l
3.3.1 Direcção Operacional A Direcção Operacional manteve-se como responsável pelo suporte central da formalização e
manutenção de todas as operações do Banco. O acréscimo de negócio ditou uma intensa
actividade nesta área, que decorreu paralelamente a vários projectos que também marcaram a
actividade desta direcção em 2006, de entre os quais se destacam:
- desenvolvimento, em conjunto com o Banif, dos requisitos operacionais para
implementação do arquivo electrónico, nomeadamente digitalização dos processos de abertura
de contas de clientes e respectivas entidades;
- alinhamento de práticas operativas entre o BCA e o BANIF, sendo exemplo disso a
uniformização das minutas das operações de Crédito entre os dois Bancos; - aperfeiçoamento do projecto de bonificação de Crédito à Habitação.
3.3.2 Direcção de Planeamento e Contabilidade Na sequência da transição para o novo quadro contabilístico das Normas de Contabilidade
Ajustadas (NCA), em 2005, que implicou muitos reajustamentos nos sistemas de informação do
Banco, a Direcção de Planeamento e Contabilidade continuou a desenvolver as acções
necessárias, com o objectivo de automatizar os processos provisoriamente implementados e
assegurar a aplicação do novo plano de contas nas aplicações operacionais de negócio e de
suporte.
3.3.3 Direcção de Organização e Informática Foram iniciados diversos projectos, nomeadamente a substituição do parque microinformático
dos balcões, a migração do bcaglob@l para a plataforma multicanal, e a instalação das Normas
Internacionais de Contabilidade. Em termos grupais, destaque para o início da instalação nos
serviços centrais dos denominados “Thin Clients” com emulador Citrix sob sistema operativo
Linux da Sun, bem como a preparação do software necessário à extracção de informação
imprescindível para corresponder aos quesitos de Basileia.
3.3.4 Gabinete de Provedoria do Cliente O Gabinete de Provedoria do Cliente, dentro das funções que lhe estão atribuídas, procedeu à
análise e deu o devido seguimento a todas as reclamações, dúvidas ou sugestões que foram
formuladas pelos nossos clientes, quer pelos canais próprios que se encontram criados para o
efeito, quer através da utilização do Livro de Reclamações que se encontra, conforme dispõe a
legislação em vigor, à disposição dos clientes em todos os Serviços e Unidades de Negócio do
Banco.
25
mailto:bcaglob@l
Em 2006, foi ainda levada a efeito uma nova e ampla campanha de divulgação sobre os
objectivos que presidiram à criação da Provedoria do Cliente, com vista a estimular os clientes do
BCA a utilizar cada vez mais, no seu próprio interesse, os serviços deste Gabinete.
O Banco Comercial dos Açores levou a cabo em 2006 a realização de um Inquérito à Satisfação
dos Clientes Particulares, com a finalidade de aferir o nível de qualidade de serviços prestados
pelas Unidades de Negócio. Esta será uma ferramenta de avaliação periódica essencial para o
desenvolvimento de métricas e instrumentos de gestão que contribuam para a eventual
introdução de medidas correctivas.
3.3.5 Direcção de Gestão Global de Risco Considerando a natureza das actividades no BCA, procura-se que toda a organização tenha
presente os riscos inerentes às suas funções, centralizando-se na Direcção de Gestão Global de
Risco (DGR), a sua gestão, em conformidade com a estratégia e a política de riscos definidas
pela Comissão Executiva.
A função risco assenta em três princípios fundamentais:
- independência da função que permita a produção e gestão da informação necessária à
tomada de decisões;
- uniformidade de estruturas e sistemas que auxiliem a aceitação e monitorização de riscos
de acordo com os objectivos definidos;
- homogeneidade e coerência de metodologias de suporte à decisão.
Os princípios e regras de concessão e manutenção de Créditos concedidos a clientes encontram-
se estabelecidos nas normas existentes no Manual de Crédito, nomeadamente ao nível dos
Regulamentos de Crédito a Empresas e a Particulares.
O Banco dispõe de sistemas internos de notação de risco, atribuindo a cada contraparte uma
nota de risco que corresponde ao perfil de risco do cliente e à probabilidade de incumprimento
esperada. Estas notações de risco condicionam o processo de aprovação das operações, quer
em montante, quer em preço, definindo igualmente quais os órgãos de decisão competentes.
O BCA estabelece limites, por cliente e por grupo económico, e controla sistematicamente a sua
exposição individual e agregada de acordo com as recomendações do Banco de Portugal, em
matéria de controlo interno. Para o exercício de 2006, foram definidos, no âmbito da estratégia de
risco de Crédito, um conjunto de limites de exposição e de objectivos.
26
Estes objectivos e limites para risco de Crédito enquadram, assim, a função qualitativa associada
aos objectivos comerciais fixados. A este respeito, salientam-se alguns indicadores da carteira de
Crédito do Banco:
− o volume de Crédito concedido regista uma adequada dispersão por sectores de
actividade, atendendo às características do mercado;
− no segmento de particulares, a maior parte das exposições estão concentradas em
produtos de Crédito Imobiliário;
− a carteira global evidencia níveis de segurança adequados, quer porque as
contrapartes estão concentradas em níveis de risco aceitáveis, quer porque a
cobertura das operações através de garantias reais é bastante expressiva.
No que concerne à adequação do BCA ao Novo Acordo de Basileia, no exercício de 2006
continuaram os trabalhos de adequação do Grupo Banif ao novo acordo de capital, tendo-se
concluído as principais alterações aos sistemas informáticos e às bases de dados, conducentes à
adequada segmentação de exposições bem como à sistematização da informação necessária
para o cálculo dos requisitos de fundos próprios.
Foram realizadas as adaptações aos algoritmos de cálculo dos modelos de risco para o
segmento de PME´s.
Foi constituída uma equipa central, no âmbito do Grupo, para a gestão do risco operacional e
adquirida uma aplicação informática para a gestão integradas destes riscos.
3.3.6 Gabinete de Inspecção e Auditoria A função de Auditoria Interna é assegurada pelo Gabinete de Inspecção e Auditoria (GIA),
assumindo este gabinete um papel central na avaliação e validação do controlo interno instituído.
Nesta perspectiva, o GIA intervém, de acordo com as suas funções, em todas as áreas e
departamentos do Banco, contemplando o seu plano de actividades os seguintes tipos de
acções:
- auditorias presenciais a Unidades de Negócio (Agências, Dependências e Centros de Clientes);
- auditorias a serviços centrais;
- auditorias à distância.
27
O trabalho de auditoria do Gabinete de Inspecção e Auditoria assenta em três premissas
fundamentais:
− acção pedagógica;
− acção preventiva;
− acção tempestiva.
Durante 2006, o GIA prosseguiu a sua linha de acção, no sentido de reforçar a quantidade de
acções que anualmente realiza, bem como a melhoria e inovação nos trabalhos realizados,
dando, assim, continuidade ao seu objectivo fundamental que é o de contribuir para o
aperfeiçoamento e eficiência do controlo interno do Banco. De facto, foi possível:
- aumentar a produção de trabalhos, mantendo acções presenciais que cobriram todas as
Unidades de Negócio e as áreas de maior risco;
- dar continuidade à melhoria da qualidade dos trabalhos realizados;
- iniciar a implementação de uma aplicação informática de gestão de auditorias
designada “AAF” (Audit Automation Facilities), cujas funcionalidades dotarão os
processos de auditoria de um elevado grau de automatização;
- melhorar os relatórios, imprimindo mais objectividade, concisão e construtividade;
- melhorar os processos de despiste e detecção de operações que possam envolver
branqueamento de capitais ou fraude;
- proporcionar formação nas áreas de branqueamento de capitais e Basileia II aos
colaboradores do gabinete.
3.3.7 Gabinete de Recuperação de Crédito Vencido O Gabinete de Recuperação de Crédito Vencido intervém na gestão de todo o Crédito mal
parado, relacionando-se, sempre que necessário, com o Gabinete de Assessoria Jurídica, bem
como, com os advogados com contratos celebrados com o Banco.
No fecho do exercício de 2006, o valor total dos Créditos Vencidos ascendia a 23.425 milhares
de euros.
As provisões específicas para cobertura de riscos de Crédito ascendiam a 21.420 milhares de
euros assegurando uma cobertura de cerca 91,4% do Crédito Vencido.
28
O comportamento da carteira continua a permitir bons indicadores de performance, uma vez que
o Crédito Vencido representa 1,83% do Crédito total no final do exercício de 2006.
3.3.8 Gabinete de Recursos Materiais No decorrer de 2006, o BCA continuou a dar especial atenção à adequação e modernização das
suas Unidades de Negócio, a fim de acompanhar, de forma concertada, a sua dinâmica
comercial.
Assim, foram efectuadas obras de melhoramento, quer no interior, quer nas fachadas das
Unidades de Negócio Antero de Quental, Arrifes, Nordeste e Água de Pau, e nos locais de
atendimento de Água Retorta, Faial da Terra e Ribeira Quente. Foram, igualmente, alterados e
modernizados os lay-outs da Agência e Centro de Clientes da Horta.
Ainda no mesmo âmbito, as Unidades de Negócio foram dotadas de novos expositores para
publicidade dos produtos comercializados pelo Banco e foi concluída a instalação dos
equipamentos de acesso ao bcaglob@l.
O Banco Comercial dos Açores deu continuidade à sua estratégia de expansão da rede de
ATM´s, tendo procedido à instalação de novos equipamentos, o que significou um crescimento
percentual de 16%.
No que concerne a grandes obras, o Banco procedeu à remodelação total da sua Agência na
Povoação e do edifício que possui na Calheta, em Ponta Delgada, onde passou a funcionar, para
além da Agência, o BCA Privado.
3.3.9 Gabinete de Recursos Humanos Pela primeira vez, e à semelhança do que aconteceu no Banif, o BCA resolveu distinguir os seus
colaboradores com um prémio de mérito denominado Dignitas. O prémio pretende ser uma forma
de incentivar e reconhecer os profissionais que, no exercício das suas funções, se destacaram
pelo elevado grau de dedicação e compromisso para com o Banco. Assim, no dia 27 de Junho,
teve lugar a cerimónia de entrega do Prémio Dignitas a 7 colaboradores do BCA.
Na sequência do acordo que prevê a utilização da plataforma de e-learning do Instituto de
Formação Bancária – a WebBanca – Formação Bancária Online, dezenas de colaboradores do
BCA aderiram a esta iniciativa, que se insere no modelo integrado de formação e
29
mailto:bcaglob@l
desenvolvimento que o Banco tem vindo a implementar, com uma forte aposta no ensino via
internet como nova ferramenta formativa.
Por seu turno, a Direcção Comercial promoveu, no âmbito do Cross-Selling, acções de formação
sobre “Fundos de Investimentos e Produtos Estruturados” e “Mercados Financeiros e Fundos de
Investimento”, para colaboradores das áreas comerciais das ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial.
Ao longo do ano, foram, também, desenvolvidas acções de formação relacionadas com diversos
temas da actividade bancária como, por exemplo, “Liderança, Coaching e Técnicas de Feedback”,
“Conhecimento da Nota de Euro” e “Contabilidade Bancária”, entre outros.
O aumento do número de Agências e da actividade do BCA, no início dos anos oitenta, reflectiu-
se num investimento expressivo ao nível dos recursos humanos. Mil novecentos e oitenta e um
não foi excepção e, nesse ano, foram admitidos 34 novos colaboradores, que, presentemente,
ainda se encontram no activo. Vinte e cinco anos depois, o Banco prestou-lhes homenagem,
através de uma pequena oferta, retribuindo, assim, de forma simbólica, o esforço e empenho que
dedicaram a esta instituição.
30
4. Análise às Contas Na análise às Demonstrações Financeiras que a seguir se apresenta, merecem destaque as
seguintes ocorrências:
− A progressão verificada no Produto Bancário, que ascendeu a 55.157 milhares de
euros, mais 20% do que no exercício de 2005;
− A contenção dos custos operativos – Gastos Gerais Administrativos, Custos com
Pessoal e Amortizações – que apesar do aumento da actividade, medida pela subida
do Activo Líquido em 12,4%, se ficou pelos 6,2%;
− A conjugação da expansão do Produto Bancário com a contenção dos custos
operativos influenciou favoravelmente o indicador Cost to Income, que passou de
63,7% em 2005 para 56,4% em 2006;
− A manutenção do nível dos indicadores de qualidade do Crédito, apesar da
conjuntura menos favorável. De facto, o Crédito Vencido no total do Crédito
representa 1,83%, contra 1,44% em 2005;
− O Resultado Líquido alcançado, que ascendeu a 13.855 milhares de euros,
proporcionando que a rentabilidade dos Capitais Próprios alcançasse 18,2%, que
comparam com 15,3% registados no exercício de 2005.
Demonstração de Resultados Margem Financeira A “Margem Financeira” progrediu muito favoravelmente no exercício de 2006, alcançando 41.528
milhares de euros, mais 20,8% do que no ano de 2005.
Variação (em milhares de euros) Dez-06 Dez-05
Absoluta Relativa
Margem Financeira 41.528 34.382 7.146 20,8% Lucros em Operações Financeiras 1.920 1.544 376 24,4% Comissões e Outros Proveitos Líquidos 11.709 10.051 1.658 16,5% Produto da Actividade 55.157 45.977 9.180 20,0% Custos com pessoal (17.271) (16.248) (1.023) 6,3% Gastos gerais administrativos (11.898) (11.165) (733) 6,6% Cashflow 25.988 18.564 7.424 40,0% Amortizações (1.930) (1.892) (38) 2,0% Provisões e Imparidade (7.362) (3.242) (4.120) 127,1% Resultados antes de impostos 16.696 13.430 3.266 24,3% Impostos (2.841) (2.408) (433) 18,0% Resultados após Impostos 13.855 11.022 2.833 25,7%
31
O aumento da “Margem Financeira” decorre principalmente da conjugação dos efeitos volume e
preço, ambos com comportamento favorável em 2006. No lado dos Proveitos, o efeito volume foi
responsável por um incremento de cerca de 6.284 milhares de euros, enquanto que o efeito
preço gerou mais 8.835 milhares de euros, enquanto que nos custos, a adição destes efeitos
ficou-se em 7.973 milhares de euros.
A “Margem Financeira” também beneficiou do actual contexto de subida de taxas de juro, devido
à estrutura temporal das suas carteiras Activas e Passivas, na medida em que o prazo médio de
revisão das taxas activas é inferior ao prazo médio de revisão das taxas passivas.
Outro efeito potenciador da “Margem Financeira”, resultou dos rendimentos residuais dos
veículos Atlantes N. 2 e Azor Mortgages, que ascenderam a 1.594 milhares de euros. No final do
exercício a margem unitária foi de 3,75%, mais 0,27% do que em 2005.
Lucros em Operações Financeiras Em 2006, os “Lucros em Operações Financeiras” ascenderam a 1.920 milhares de euros mais
376 milhares de euros do que no exercício anterior, que corresponde a uma subida de 24,4%.
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Lucros em operações financeiras 1.920 1.544 376 24,4% Rendimentos de instrumentos de capital 1.597 1.106 491 44,4% Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 112 121 (9) (7,4%)
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda (63) (79) 16 (20,3%)
Resultados de alienação de outros activos (líquido) 36 - 36 - Resultados de reavaliação cambial 238 396 (158) (39,9%)
A rubrica que mais contribui neste agregado, “Rendimentos de instrumentos de capital”, foi
também a que melhor performance registou em 2006 comparativamente com 2005, com uma
subida de 44,4%. Os dividendos da Companhia de Seguros Açoreana pagos em 2006, que
integram esta rubrica, foram superiores em 53,8% relativamente ao exercício anterior, e
representam aproximadamente 64% do saldo de “Rendimentos de instrumentos de capital”.
A rubrica “Resultados de reavaliação cambial” apresenta em 2006 uma performance inferior à
registada no ano anterior, com menos 158 milhares de euros. As operações cambiais do BCA
são maioritariamente em dólares dos Estados Unidos e do Canadá, moedas que em 2006
apresentaram um percurso de desvalorização progressiva, ao contrário do movimento de 2005,
que foi de valorização.
32
Comissões e Outros Proveitos Líquidos O agregado “Comissões e Outros Proveitos Líquidos” ascendeu a 11.709 milhares de euros,
mais 1.658 milhares de euros quando comparado com o período homólogo de 2005, o que
corresponde a uma subida de 16,5%.
Este agregado continua a evoluir favoravelmente, em consequência do aumento de actividade e
do incremento de venda cruzada de produtos de outras empresas do Grupo, actividade geradora
de comissões, que vai de encontro ao objectivo de prestação de um serviço cada vez mais
universal aos clientes.
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Comissões e outros proveitos líquidos 11.709 10.051 1.658 16,5% Rendimentos de serviços e comissões 8.618 7.528 1.090 14,5% Encargos com serviços e comissões (1.911) (1.313) (598) 45,5% Outros resultados de exploração 5.002 3.836 1.166 30,4%
Em 2006, a “Recuperação de créditos e juros vencidos”, que integra a rubrica “Outros resultados
de exploração”, influenciou positivamente a performance deste agregado, pois foi responsável
por um aumento de 708 milhares de euros.
Produto da Actividade Em 2006, o “Produto da Actividade” do Banco Comercial dos Açores alcançou 55.157 milhares
de euros, mais 9.180 milhares de euros do que em 2005, correspondendo a uma subida de 20%.
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Produto da actividade 55.157 45.977 9.180 20,0% Margem financeira 41.528 34.382 7.146 20,8% Lucros em operações financeiras 1.920 1.544 376 24,4% Comissões e outros proveitos líquidos 11.709 10.051 1.658 16,5%
A estrutura do “Produto da Actividade” manteve-se quase inalterada, com pequenas oscilações
no peso percentual das diversas componentes no seu total. A “Margem Financeira” subiu 0,5%,
de 74,8% para 75,3%, em detrimento das “Comissões e outros proveitos líquidos”, que desceram
0,7%. O peso dos “Lucros em operações financeiras” subiu 0,1%.
33
Em % do Produto da actividade 2006 2005 Δ Abs.
Margem financeira 75,3% 74,8% 0,5% Lucros em operações financeiras 3,5% 3,4% 0,1% Comissões e outros proveitos líquidos 21,2% 21,9% (0,7%)
Custos Administrativos Os “Custos Administrativos” subiram 6,4% entre os períodos em análise. A subida foi
praticamente idêntica nas duas rubricas, “Custos com pessoal”, com 6,3%, e “Gastos Gerais
Administrativos”, com 6,6%.
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Custos Administrativos (29.169) (27.413) (1.756) 6,4% Custos com pessoal (17.271) (16.248) (1.023) 6,3% Remunerações (11.818) (11.201) (617) 5,5% Fundo de pensões (3.216) (2.825) (390) 13,8% Outros custos e encargos (2.238) (2.315) 77 (3,3%) Gastos gerais administrativos (11.898) (11.165) (733) 6,6%
O quadro de pessoal do BCA manteve-se estável ao longo de 2006, com 410 trabalhadores no
final do exercício, que comparam com 417 um ano antes, ou seja, registou-se uma redução de
1,7%. Esta situação traduz-se na evolução dos “Custos com Pessoal”, onde as “Remunerações”
subiram 5,5%, reflectindo a actualização salarial e a progressão nas carreiras conforme previsto no ACTV para o Sector. A componente “Fundo de pensões”, onde são contabilizadas as
responsabilidades geradas no exercício e a amortização do excesso ao corredor, subiu 13,8%
relativamente ao ano anterior.
Os “Gastos Gerais Administrativos” também apresentam um crescimento moderado, mais 6,6%
do que no exercício anterior, quando comparado com o crescimento da actividade, mais 12,4%
de “Activo Líquido” em 2006. Mesmo assim, o crescimento verificado nesta componente ocorreu
maioritariamente na aquisição de serviços especializados, com vista à modernização tecnológica
do Banco e no alinhamento com as exigências decorrentes com as novas Normas de
Contabilidade (NCA) e Basileia II. Estes resultados confirmam o sucesso do esforço de
racionalização encetado pelo BCA.
34
2006 2005 Δ Abs
Cost to income 56,4% 63,7% (7,3%) Custos Pessoal / Produto da Actividade 31,3% 35,3% (4,0%)
O indicador “Cost to Income” evoluiu favoravelmente, registando 56,4% no final de 2006, menos
7,3% do que no exercício transacto. Também a prestação dos “Custos com Pessoal” no “Produto
da Actividade” evoluiu favoravelmente, passando de 35,3% em 2005 para 31,3% no final do
exercício em análise, que corresponde a uma diminuição de 4%.
Cash Flow de Exploração No exercício de 2006, o BCA registou um “Cash Flow de Exploração” no valor de 25.988 milhares
de euros, mais 7.424 milhares de euros do que no exercício anterior, o que corresponde a uma
subida de 40%.
Provisões e Imparidade O BCA constitui 7.362 milhares de euros em “Provisões e imparidade” líquidas, mais 4.119
milhares de euros do que em 2005.
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Provisões e imparidade totais, líquidas (7.362) (3.242) (4.119) 127,1%
Provisões líquidas (4.837) (2.132) (2.704) 126,8% Riscos gerais de crédito (3.234) (1.085) (2.149) 198,1% Contingências fiscais (2.426) (534) (1.892) 354,6% Benefícios empregados 913 (776) 1.688 (217,7%) Outras (90) 262 (351) (134,2%)
- Correcção de valor (líquida) associadas ao crédito a
clientes e valores a receber de outros devedores (2.525) (3.772) 1.247 (33,1%)
Crédito de cobrança duvidosa e crédito vencido (2.525) (3.772) 1.247 (33,1%) -
Imparidade (líquida) de outros activos financeiros - 2.588 (2.588) - Activos financeiros disponíveis para venda - 1.113 (1.113) - Risco país - 1.475 (1.475) -
- Imparidade (líquida) de outros activos - 75 (75) - Activos não financeiros detidos para venda - 75 (75) -
No conjunto de Provisões para Crédito, o esforço líquido ascendeu a 5.759 milhares de euros,
mais 902 milhares de euros do que em 2005. De acordo com as normas do Banco de Portugal,
os Créditos titularizados no âmbito das operações Atlantes N. 2 e Azor Mortgages, estão
igualmente sujeitos ao regime de provisões específicas e gerais para Crédito. Por esta via,
contabilizaram-se no exercício mais 1.748 milhares de euros, dos quais 504 milhares de euros
35
em “Provisões para crédito de cobrança duvidosa e crédito vencido”, e o restante, 1.244 milhares
de euros, em “Provisões para riscos gerais de crédito”
Provisões e imparidade agregadas por tipo
Variação (em milhares de euros) 2006 2005
Absoluta Relativa
Para crédito (5.759) (4.857) (902) 18,6% Para contingências fiscais (2.426) (534) (1.892) 354,6% Para Activos financeiros disponíveis para venda - 1.113 (1.113) - Para risco país - 1.475 (1.475) - Para benefícios empregados 913 (776) 1.688 (217,7%) Para outros fins (90) 337 (426) (126,6%)
Provisões e imparidade totais, líquidas (7.362) (3.242) (4.119) 127,1%
Na rubrica “Provisões para contingências fiscais” foram contabilizadas provisões no valor de
2.426 milhares de euros, dos quais 1.420 milhares de euros para cobrir as contingências fiscais
que decorrem da decisão da Comissão Europeia de 11 de Dezembro de 2002 sobre a
“Adaptação do Sistema Fiscal às Especificidades da Região Autónoma dos Açores”, que excluiu
o sector financeiro do âmbito da aplicação da taxa reduzida de IRC nos Açores, em vigor desde 1
de Janeiro de 1999. Nesta rubrica também foram contabilizados 1.006 milhares de euros de
liquidações adicionais relativas a 2003.
Em 2006, o esforço líquido em “Provisões para benefícios de empregados” resultou numa
anulação no valor de 913 milhares de euros, em consequência do aumento da taxa de desconto
aplicada ao cálculo actuarial, que conduziu a uma redução de responsabilidades do Banco com o
subsídio de morte em 1.110 milhares de euros.
Resultado Líquido O “Resultado Líquido” ascendeu a 13.855 milhares de euros, mais 2.833 milhares de euros do
que no exercício anterior. Este resultado permite remunerar os capitais próprios em 18,2%
(Return on Equity), o que corresponde a uma subida de 2,9% relativamente a 2005.
Indicadores de Rendibilidade 2006 2005 Variação
ROE 18,2% 15,3% 2,9% RAE/ALM (*) 1,1% 0,8% 0,3% RAE/CPM (*) 19,5% 12,7% 6,8% PB/ALM (*) 3,8% 3,2% 0,6%
(*) Indicadores de referência conforme definição constante da Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal: RAE/ALM: Resultado Antes Impostos / Activo Líquido Médio RAE/CPM: Resultado Antes Imposto / Capitais Próprios Médios PB/ALM: Produto Bancário / Activo Líquido Médio
36
Balanço O Activo Líquido do Banco Comercial dos Açores ascendia a 1.530.744 milhares de euros no
final do exercício de 2006, mais 168.693 milhares de euros do que no exercício anterior, que
traduz uma subida de 12,4%.
Variação (em milhares de euros) Dez-06 Dez-05
Absoluta Relativa
Total do Activo Líquido 1.530.744 1.362.051 168.693 12,4%
Caixa e disponibilidades 48.169 23.749 24.420 102,8% Aplicações em instituições de crédito 95.540 91.778 3.762 4,1% Crédito a clientes 1.269.552 1.127.496 142.056 12,6% Aplicações em títulos 65.164 63.192 1.972 3,1% Imobilizações 9.331 8.655 676 7,8% Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 8.966 85 8.881 10.448,2%
Outros activos 34.022 47.096 (13.074) (27,8%)
Total do Passivo 1.440.764 1.279.190 161.574 12,6% Recursos de Instituições de Crédito 222.580 33.805 188.775 558,4% Recursos de clientes 916.425 882.266 34.159 3,9% Passivos Financeiros e Derivados 226.577 286.423 (59.846) (20,9%)Provisões 17.932 15.743 2.189 13,9% Passivos Subordinados 30.194 30.131 63 0,2% Outros Passivos 27.056 30.822 (3.766) (12,2%)
Total do Capital 89.980 82.861 7.119 8,6% Capital 51.892 51.892 - - Reservas e Resultados Transitados 24.233 19.947 4.286 21,5% Resultados do Exercício 13.855 11.022 2.833 25,7%
Activo O saldo de “Caixa e disponibilidades”, que além das disponibilidades em caixa inclui depósitos
em outras Instituições de Crédito e Depósitos no Banco de Portugal, subiu 102,8%, tendo o seu
peso no total do “Activo Líquido” passado de 1,7% no final de 2005 para 3,1% no exercício em
análise.
O saldo das “Aplicações em Instituições de Crédito”, que no final de 2006 ascendia a 95.540
milhares de euros, aumentou 3.762 milhares de euros comparativamente com o final do exercício
anterior, ou seja mais 4,1%. O seu peso no total do “Activo Líquido” diminui 0,5%, tendo passado
de 6,7% em 2005 para 6,2% em 2006. Cerca de 94% do saldo deste agregado é em moeda
37
estrangeira, dos quais 70% em dólares dos Estados Unidos e 24% em dólares do Canadá, e
corresponde à aplicação dos Recursos captados nessas moedas junto das comunidades de
emigrantes.
Peso das rubricas do Activo no Total do Activo Líquido Dez-06 Dez-05
Total do Activo Líquido 100,0% 100,0%
Caixa e disponibilidades 3,1% 1,7% Aplicações em instituições de crédito 6,2% 6,7% Crédito a clientes 82,9% 82,8% Aplicações em títulos 4,3% 4,6% Imobilizações 0,6% 0,6% Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 0,6% 0,0%
Outros activos 2,2% 3,5%
O Saldo de “Crédito a clientes”, líquido de provisões, ascendia a 1.269.552 milhares de euros em
31 de Dezembro de 2006, mais 142.056 milhares de euros relativamente a um ano antes, que se
traduz numa subida de 12,6%. A representatividade deste agregado no total do “Activo Líquido”
teve uma variação mínima, passando de 82,8% em 2005 para 82,9% no exercício findo.
(milhares de euros) 2006 % 2005 % Δ 2006/2005
Particulares Crédito imobiliário 543.681 42,6% 466.779 41,2% 16,5% do qual titularizado 200.447 15,7% 247.178 21,8% -18,9% Crédito ao consumo 121.957 9,6% 103.052 9,1% 18,3% do qual titularizado 18.056 1,4% 35.122 3,1% -48,6% Outro 94.868 7,4% 85.687 7,6% 10,7%
Total Particulares 760.506 59,6% 655.518 57,8% 16,0%
Empresas Agricultura 4.301 0,3% 3.214 0,3% 33,8% Indústria 129.917 10,2% 108.932 9,6% 19,3% Comércio e serviços 242.031 19,0% 218.505 19,3% 10,8% Outro 139.831 11,0% 147.218 13,0% -5,0%
Total Empresas 516.081 40,4% 477.869 42,2% 8,0%
Total do Crédito 1.276.587 100,0% 1.133.387 100,0% 12,6%
No ano de 2006 o “Total do Crédito” aumentou 143.200 milhares de euros, que foram
maioritariamente canalizados para o segmento de particulares. De facto, 104.988 milhares de
euros do aumento de saldo foram para este segmento, traduzindo-se numa subida de 16%
38
relativamente a 2005. O Crédito concedido a particulares ganhou maior representatividade no
“Total do Crédito”, passando de 57,8% em 2005 para 59,6% no exercício de 2006.
O “Crédito imobiliário”, que no final de 2006 ascendia a 543.681 milhares de euros, continua a ter
maior expressão, com 42,6% do “Total do Crédito”, tendo registado uma subida de 16,5%
comparativamente ao saldo de 31 de Dezembro de 2005. Cerca de 37% do “Crédito imobiliário”
encontrava-se titularizado no final de 2006. Um ano antes, esta relação era de 53%.
O saldo do “Crédito ao consumo” subiu 18,3% quando comparado com 2005, representando
9,6% do “Total do Crédito”. Cerca de 15% deste tipo de Crédito encontrava-se titularizado no final
de 2006.
O saldo do Crédito concedido ao segmento de empresas, totalizava 516.081 milhares de euros
em 31 de Dezembro de 2006, também evoluiu favoravelmente, com um crescimento de 8%. A
estrutura por sectores do saldo do Crédito concedido a este segmento de clientes não sofreu
alterações significativas. A maior alteração ocorreu na rubrica “Outro”, cujo saldo desceu 5%, em
virtude da redução do montante de factoring sobre o SPA ( Sector Público Administrativo).
O Crédito concedido ao sector “Comércio e serviços”, ascendia a 242.031 milhares de euros no
final do exercício, mais 10,8% do que no ano anterior e continua a ter maior representatividade
dentro do Crédito concedido a empresas, com 19% do “Total do Crédito”.
Os indicadores que medem a qualidade do Crédito reflectem bons níveis de cumprimento, apesar
da conjuntura menos favorável.
Saldos em final de período
(em milhares de euros) 2006 2005 Δ %
Crédito s/ clientes (bruto) 1.280.267 1.135.602 12,7% Crédito vencido 23.425 16.382 43,0% Crédito com incumprimento 18.792 13.362 40,6% Provisões específicas 10.715 8.190 30,8% Provisões p/ riscos gerais de crédito 10.705 7.472 43,3%
Indicadores em % Crédito vencido / crédito total 1,8% 1,4% 0,4% Crédito com incumprimento / crédito total 1,5% 1,2% 0,3% Crédito com incumprimento líquido/ crédito total líquido 0,6% 0,5% 0,2% Provisões específicas / crédito vencido 45,7% 50,0% (4,3%)Provisões p/ crédito / crédito vencido 91,4% 95,6% (4,2%)Provisões específicas / crédito com incumprimento 57,0% 61,3% (4,3%)Provisões p/ crédito / crédito com incumprimento 114,0% 117,2% (3,2%)
39
O “Crédito vencido” ascendeu a 23.425 milhares de euros, tendo o indicador “Crédito vencido /
crédito total” passado de 1,4% em 2005 para 1,8% em 2006. A relação “Crédito com
incumprimento / crédito total” passou de 1,2% em 2005 para 1,5%. Refira-se, no entanto, que o
Banco Comercial dos Açores classifica como Crédito Vencido todas as prestações vincendas de
Crédi