Benzeno estudo

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Estudo do Benzeno

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  • Aes de Controle do Benzenismo / Programa de Vigilncia do Cncer OcupacionalCentro de Estudos da Sade do Trabalhador - CESAT - Secretaria da Sade do Estado da Bahia - SESABMarco Antnio V. Rgo Petrpolis - RJ, 16 a 18/08/2001

    AVALIAO DE TRABALHADORES COM BENZENISMO ATENDIDOS EM UM AMBULATRIO DE DOENAS DO TRABALHO NO BRASIL

  • Mortalidade relacionada ao trabalho

    Outras doenas incluem as pneumoconioses e doenas do sistema nervoso e renalEstimativa global de mortalidade relacionada ao trabalho Fonte: OIT, 1999.1.1 milho / ano (baseado em dados de 1990-95)

  • Principais formas de exposio:

    uso industrial

    emisses industriais

    vapor de gasolina

    fumaa de exausto de veculos

    fumaa de cigarro

    contaminao de gua

  • A exposio ocupacional envolve as seguintes atividades:

    indstria do petrleo / petroqumica / borracha siderurgia usinas de lcool grficas atividades de pintura indstria de mveis construo civil indstria e reparo de calados agricultura postos de gasolina

  • Problema de especial interesse

    Mistura de solventes e benzeno como contaminante

  • Efeitos crnicos

    depresso da medula ssea anemia aplstica

    uma variedade de anormalidades no sangue perifrico

    mutagenicidade ?

    dano cromossmico

    ligao com macromolculas (DNA, protenas)

    cncer (LMA, outros tipos de leucemia) lymphoma?

  • O benzeno tem se revelado como um indutor de aberraes cromossmicas (AC) (Tompa et al., 1994). Indivduos com hemopatia decorrente do benzeno, outros que se recuperaram deste tipo de intoxicao e outros com passado de grande exposio ao produto, mas sem histria de doena hematolgica, apresentam taxas aumentadas de AC. Aberraes cromossmicas

  • Aumento de aneusomia e deleo do brao longo dos cromossomos 5 e 7 em linfcitos de trabalhadores chineses expostos a benzeno, e monossomia e trissomia dos cromossomos 7 e 8, usando o ensaio de FISH Zhang et al. (1998; 1999). Em alguns destes casos, as alteraes nos linfcitos perifricos persistem por anos ou dcadas aps cessada a exposio. Quando da hemopatia benznica, foram descritas tambm aberraes nas clulas da medula ssea (Goldstein, 1986; Austin et al., 1988; Forni, 1989). Aberraes cromossmicas

  • (NAD(P)H:quinona oxirredutase 1 e CYP2E1 podem ter envolvimento no metabolismo do benzeno, o que se traduz em uma maior ou menor susceptibilidade dos indivduos para adquirirem quadros crnicos (Liu, et al., 1996; Rothman et al., 1997; Siegel et al., 1999). Polimorfismo gentico

  • Na sua maioria, os estudos envolvem grupos de trabalhadores na vigncia da exposio, em comparao com grupos de no-expostos. Pouco se sabe a respeito das alteraes sade entre indivduos que tiveram cessada a exposio, at que alguma patologia maligna seja reconhecida aps longo perodo de latncia, bem como a susceptibilidade individual, dependente da variao de ativao enzimtica regulada por gens especficos.

  • Polimorfismo genticoAs glutationa S-transferases (GST) so uma famlia de gens de enzimas multifuncionais que catalisam a conjugao da glutationa com substratos eletroflicos para torn-los menos txicos.

    Quatro classes de GSTs solveis so conhecidas nos mamferos: , , e , cujos polimorfismos tm sido objeto de estudos de associao com danos cromossmicos, GSTT1 (Xu et al., 1998) e com o nmero de leuccitos, GSTT1 e GSTM1 (Hsieh et al., 1999).

  • OBJETIVOS

    Objetivo geral

    Descrever as alteraes hematolgicas, aberraes cromossmicas e

    polimorfismo gentico em trabalhadores atendidos no CESAT.

  • Objetivos especficos

    descrever as caractersticas clnico-epidemiolgicas dos pacientes poca do diagnstico (tempo 1);

    descrever as caractersticas clnico-epidemiolgicas dos pacientes atualmente (tempo 2);

    comparar estas caractersticas nos tempos 1 e 2;

    comparar a freqncia de aberraes cromossmicas entre casos e controles;

    descrever a associao entre caractersticas do gentipo e benzenismo;

    criar um programa de vigilncia de trabalhadores com diagnstico de benzenismo.

  • Material e mtodos

    O estudo ser realizado em trs etapas. A primeira um estudo de demanda ao servio. Sero estudados todos os trabalhadores que foram registrados no Ambulatrio de Doenas do Trabalho ADT/CESAT no perodo de 1988 a 1999 com diagnstico de algum tipo de alterao hematolgica (AH) de acordo com a Classificao Internacional de Doenas CID-10. Levantamento preliminar dos anos de 1991 a 1997 revelou o reconhecimento de 308 casos. Estima-se um nmero total de aproximadamente 500 casos. A partir do banco de dados da demanda ao ADT, ser criado banco especfico para esta sub-populao. Sero estudadas as variveis sociodemogrficas j disponveis eletronicamente.

  • Na segunda etapa, as demais variveis clnico-epidemiolgicas, como os antecedentes mdicos, os dados da doena atual, os resultados de exames laboratoriais, em especial os hemogramas e exames da medula ssea, e hbitos de vida, e informaes sobre exposia a benzeno e a outras substncias, com base na histria ocupacional, ramo de atividade e ocupao do trabalhador. Estima-se que cerca de 350 entre os 500 casos de AH tenham tido exposio a benzeno, sendo portanto, disgnosticados com intoxicao por benzeno (IB). Estes casos sero revisados para se confirmar o diagnstico, com base nos critrios estabelecidos abaixo.

  • Na terceira etapa, 20% dos pacientes com IB, selecionados por sorteio simples, sero convidados a comparecer ao ADT/CESAT para realizao de uma consulata mdica, contagem de clulas do sangue, avaliao de polimorfismo dos gens (NAD(P)H:quinona oxirredutase 1, CYP2E1 e GSTs, e de aberraes cromossmicas em linfcitos perifricos. Os pacientes tambm respondero um questionrio padronizado. Estes procedimentos sero feitos tambm para o grupo controle, composto por pacientes com outras doenas ocupacionais selecionados do mesmo arquivo mdico. Para cada caso, ser selecionado um paciente sem AH, do mesmo sexo e mesma faixa etria (( 10 anos) seguindo-se a ordem de arquivamento, ou seja, o prximo indivduo que preencha os critrios.

  • A intoxicao por benzeno ser definida quando:

    - nmero de leuccitos for inferior a 4.000 (podem ser feitos diferentes cortes);

    - com tendncia decrescente;

    - exposio ocupacional a benzenoCritrio de definio de caso

  • A parte do questionrio especfica para a avaliao da exposio e os dados existentes no pronturio mdico sero analisados por um higienista industrial que no ter conhecimento da condio de caso (portador de AH) ou de controle dos participantes do estudo.

    Definio de quatro nveis de exposio. Avaliao da exposio

  • Aproximadamente 70 casos de benzenismo e 70 controles sero selecionados Comisso de tica / consentimento informado, seguindo as atuais normas do Ministrio da Sade para estudos com seres humanos Exames hematolgicos Laboratrio Central do Estado - LACENAberraes cromossmicas UFBA ou UEFSPolimorfismo do (NAD(P)H:quinona oxirredutase 1 e CYP2E1 Universidade da Califrnia (Berkley)Polimorfismo do glutationa S-transferase Fundao Gonalo Moniz - FIOCRUZ/BA.

  • Alm destas avaliaes, uma amostra do material coletado ser devidamente armazenada (se consentido pelos indivduos) para estudos posteriores;

    Os resultados individuais sero repassados para os trabalhadores, com indicao de procedimentos diagnsticos e/ou teraputicos que se faam necessrios.

  • Codificao e digitao EPI-INFO verso 6.04 Anlise estatstica STATA 7.0Primeira fase: descrio de variveis atravs de freqncias simples;Segunda fase: tendncias temporais das clulas sangneas (varivel contnua) atravs de anlise de regresso (tendncias gerais, dentro do primeiro ano aps incio da exposio a benzeno, at a definio do diagnstico e aps cessada a exposio). Anlise de sobrevida partindo-se de contagens normais at o exame que definiu o diagnstico de IB, e deste at o exame que definiu a recuperao dos nveis normais. Anlise dos dados

  • Terceira fase: freqncias simples das variveis, sendo a varivel dependente o diagnstico de benzenismo e a varivel independente principal o polimorfismo gentico;

    A freqncia de aberraes cromossmicas nos dois grupos ser analisada atravs de estatsticas no-paramtricas;

    Anlise dos dados

  • Anlise de estudo de caso-controle (odds ratio e respectivos IC(95%). Modificao de efeito e variveis de confundimento analisadas atravs de anlise estratificada e de regresso logstica.

    Co-variveis de maior interesse: idade poca do diagnstico e quando da primeira exposio, fumo, lcool, exposio a outros agentes genotxicos e histria de cncer na famlia.Anlise dos dados

  • Tabela 1. Distribuio das alteraes hematolgicas segundo ano de atendimento. CESAT, 1991 a 1997.

    Resultados preliminares

    Ano

    Diagnstico principal

    Diagnstico secundrio

    Total

    1991

    116

    03

    119

    1992

    62

    -

    62

    1993

    22

    -

    22

    1994

    17

    04

    21

    1995

    16

    -

    17

    1996

    45

    02

    47

    1997

    19

    02

    21

    Total

    297

    11

    308

  • Tabela 2. Distribuio das alteraes hematolgicas segundo o sexo do paciente. CESAT, 1991 a 1997.

    Sexo

    N

    %

    Masculino

    275

    89,3

    Feminino

    33

    10,7

    Total

    308

    100,0

  • Tabela 3. Distribuio das alteraes hematolgicas diagnosticadas como agravo principal. CESAT, 1991 a 1997.

    Diagnstico

    N

    %

    Leucopenia

    190

    64,0

    Leuconeutropenia

    84

    28,3

    Mielopatia txica

    17

    5,7

    Linfoma

    04

    1,3

    Neutropenia

    02

    0,7

    Total

    297

    100,0

  • Coleta de 240 pronturios, o que significa aproximadamente 3.600 hemogramas e 200 bipsias sseas e/ou mielogramas coletados;Reviso das fichas;Incio da digitao;

    2a fase

  • Portanto, o presente estudo ao descrever o quadro de sade e o perfil gentico dos pacientes portadores de alteraes hematolgicas, busca contribuir com o preenchimento de parte da lacuna no conhecimento sobre os efeitos crnicos da exposio a benzeno e a influncia do gentipo;

    Este estudo pode ainda indicar a necessidade do seguimento clnico-laboratorial peridico, com o objetivo de se reconhecer de forma precoce alguma condio pr-maligna, dentro de um programa de vigilncia da sade.

  • Contribuir com a capacitao de tcnicos e de estudantes;

    Fortalecer a rea de pesquisa no CESAT e os vnculos interinstitucionais;

    Incremenatr o programa de vigilncia do cncer ocupacional na Bahia;

    Gerar publicaes e apresentaes em congressos.

  • Estudos vinculadosAvaliao da doena periodontal em trabalhadores com benzenismo. Dra Mrcia Brando, Odontloga, especialista em Periodontia / Mestrado em Imunologia. Benzenismo e etinia: uma proposta de desmistificao. Eduardo Reis, Mdico, Professor do DMP/UFBA / Doutorado em Medicina Interna.

  • EQUIPE

    Marco Antnio Vasconcelos Rgo - CESAT / SESAB (Mdico, Especialista em Sade Ocupacional, Doutor em Sade Pblica/Epidemiologia);

    Isabella Hummel - CESAT / SESAB (Mdica, Especialista em Hematologia);

    Ely da Silva Mascarenhas - CESAT / SESAB (Assistente Social).

    Marilda de Souza Gonalves Centro de Pesquisas Gonalo Muniz FIOCRUZ -BA (Farmacutica, Doutora em Biologia Molecular);

    Marisa Soares da Paixo Laboratrio Central de Sade Pblica - LACEN / SESAB (Farmacutica Bioqumica);

    Eduardo Jos Borges dos Reis Departamento de Medicina Preventiva DMP / Universidade Federal da Bahia UFBA (Mdico, Especialista em Sade Ocupacional, Mestre em Sade Comunitria, Estudante de Curso de Doutorado);

    Estudantes de Medicina: Viviane, Aline, Llian, Ana Paula, Gabriela, Karine e Silvana.