6
ARTIGO ORIGINAL J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002 * Médico-Residente do Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC–FMUSP) – SP. ** Professora Associada do Departamento de Neurologia e Chefe do Laboratório de Biologia Molecular da FMUSP – SP. *** Professor Colaborador do Departamento de Neurologia e Chefe do Grupo de Tumores da Divisão de Neurocirurgia do HC–FMUSP – SP. Sinopse Sinopse Sinopse Sinopse Sinopse Meningiomas são tumores benignos que, algumas vezes, podem comportar-se de modo agressivo e/ou recorrente. Até o momento não há marcadores clínicos ou laboratoriais fidedignos que possam predizer como esta neoplasia evoluirá. Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de uma alternativa efetiva de tratamento quando não for possível a ressecção cirúrgica total. Com o emprego de técnicas de biologia molecular no estudo dos tumores cerebrais, pesquisadores estão começando a identificar importantes mecanismos bioquímicos que poderão esclarecer muitas dúvidas relacionadas à tumorigênese. Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Meningioma, gênese tumoral, biologia molecular, tumores cerebrais. Abstract Abstract Abstract Abstract Abstract Molecular biology of meningiomas. Questions to be Molecular biology of meningiomas. Questions to be Molecular biology of meningiomas. Questions to be Molecular biology of meningiomas. Questions to be Molecular biology of meningiomas. Questions to be answered answered answered answered answered Meningiomas are benign tumors that, sometimes, can behave in an aggressive and/or recurrent way. To date, there are no clinical or consistent laboratorial markers that can predict the evolution of this neoplasia. Besides, it is necessary the development of an alternative effective treatment for cases in which total surgical resection is not possible. With the advent of molecular biological techniques in studying brain tumors, researchers are beginning to identify important biochemical mechanisms that will be able to answer many questions related to tumorigenesis. SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP – Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas Pedro Augustto de Santana Júnior* Suely K. Nagahashi Marie** Paulo Henrique Pires de Aguiar*** Keywords Keywords Keywords Keywords Keywords Meningioma, tumorigenesis, molecular biology, brain tumors. Aspectos gerais Aspectos gerais Aspectos gerais Aspectos gerais Aspectos gerais Meningiomas são neoplasias benignas de crescimento lento que, embora freqüentemente possuam íntimo contato com a dura-máter, têm a sua origem voltada às células meningoteliais que constituem a aracnóide. Dessa forma, podem ser encontrados em qualquer região onde esta leptomeninge esteja presente, enfatizando-se a ocorrência nos ventrículos laterais, em virtude da presença de células de aracnóide no estroma do plexo coróide. Epidemiologicamente são raros na faixa etária pediá- trica, sendo com maior freqüência diagnosticados em pacientes entre 20 e 60 anos de idade, em uma relação de 2:1 entre os indivíduos do sexo feminino e masculino 11 . Do ponto de vista clínico, a depender principalmente da localização, o volume tumoral e a presença ou não de edema perilesional podem ser assintomáticos ou sinto- máticos, enquadrando-se, nessa categoria, déficits motores, afasia, perda visual, convulsões, síndrome de hipertensão intracraniana, entre outros. O diagnóstico pode ser feito com base em estudos de imagem, em que são mostrados, pela tomografia computa- dorizada (TC), tumores isodensos na fase não contrastada, multilobulados, adjacentes a estruturas durais em que se implantam, apresentando realce homogêneo após injeção do meio de contraste. A TC também permite a visualização de calcificações, cistos, áreas de necrose e hemorragia. A ressonância magnética (RM) evidencia processos expan- JORNAL BRASILEIRO DE NEUROCIRURGIA

Biologia Molecular Dos Meningiomas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

-

Citation preview

Page 1: Biologia Molecular Dos Meningiomas

81

ARTIGO ORIGINAL

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

* Médico-Residente do Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC–FMUSP) – SP.

** Professora Associada do Departamento de Neurologia e Chefe doLaboratório de Biologia Molecular da FMUSP – SP.

*** Professor Colaborador do Departamento de Neurologia e Chefe do Grupode Tumores da Divisão de Neurocirurgia do HC–FMUSP – SP.

SinopseSinopseSinopseSinopseSinopseMeningiomas são tumores benignos que, algumas vezes,

podem comportar-se de modo agressivo e/ou recorrente. Até omomento não há marcadores clínicos ou laboratoriais fidedignosque possam predizer como esta neoplasia evoluirá. Dessa forma,faz-se necessário o desenvolvimento de uma alternativa efetivade tratamento quando não for possível a ressecção cirúrgica total.Com o emprego de técnicas de biologia molecular no estudo dostumores cerebrais, pesquisadores estão começando a identificarimportantes mecanismos bioquímicos que poderão esclarecermuitas dúvidas relacionadas à tumorigênese.

Palavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chaveMeningioma, gênese tumoral, biologia molecular, tumores

cerebrais.

AbstractAbstractAbstractAbstractAbstractMolecular biology of meningiomas. Questions to beMolecular biology of meningiomas. Questions to beMolecular biology of meningiomas. Questions to beMolecular biology of meningiomas. Questions to beMolecular biology of meningiomas. Questions to be

answeredansweredansweredansweredansweredMeningiomas are benign tumors that, sometimes, can behave

in an aggressive and/or recurrent way. To date, there are no clinicalor consistent laboratorial markers that can predict the evolutionof this neoplasia. Besides, it is necessary the development of analternative effective treatment for cases in which total surgicalresection is not possible. With the advent of molecular biologicaltechniques in studying brain tumors, researchers are beginning toidentify important biochemical mechanisms that will be able toanswer many questions related to tumorigenesis.

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas

Biologia molecular dos meningiomas: muitasincógnitas a serem esclarecidasPedro Augustto de Santana Júnior*Suely K. Nagahashi Marie**Paulo Henrique Pires de Aguiar***

KeywordsKeywordsKeywordsKeywordsKeywordsMeningioma, tumorigenesis, molecular biology, brain tumors.

Aspectos geraisAspectos geraisAspectos geraisAspectos geraisAspectos geraisMeningiomas são neoplasias benignas de crescimento

lento que, embora freqüentemente possuam íntimo contatocom a dura-máter, têm a sua origem voltada às célulasmeningoteliais que constituem a aracnóide. Dessa forma,podem ser encontrados em qualquer região onde estaleptomeninge esteja presente, enfatizando-se a ocorrêncianos ventrículos laterais, em virtude da presença de célulasde aracnóide no estroma do plexo coróide.

Epidemiologicamente são raros na faixa etária pediá-trica, sendo com maior freqüência diagnosticados empacientes entre 20 e 60 anos de idade, em uma relação de2:1 entre os indivíduos do sexo feminino e masculino11.

Do ponto de vista clínico, a depender principalmenteda localização, o volume tumoral e a presença ou não deedema perilesional podem ser assintomáticos ou sinto-máticos, enquadrando-se, nessa categoria, déficits motores,afasia, perda visual, convulsões, síndrome de hipertensãointracraniana, entre outros.

O diagnóstico pode ser feito com base em estudos deimagem, em que são mostrados, pela tomografia computa-dorizada (TC), tumores isodensos na fase não contrastada,multilobulados, adjacentes a estruturas durais em que seimplantam, apresentando realce homogêneo após injeçãodo meio de contraste. A TC também permite a visualizaçãode calcificações, cistos, áreas de necrose e hemorragia. Aressonância magnética (RM) evidencia processos expan-

JORNALBRASILEIRO DENEUROCIRURGIA

Page 2: Biologia Molecular Dos Meningiomas

82

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

sivos hipo ou isointensos em T1, hiper ou isointensos emT2, com captação uniforme de contraste, visualizando-se orastro dural correspondente à freqüente infiltração da dura-máter adjacente2.

Esses tumores são passíveis de tratamento cirúrgico(curativo), estimando-se uma sobrevida em 10 anos de 43a 77% após remoção total20,34.

A evolução clínica dos meningiomas é complexa evariável. Pesquisas diversas têm sido feitas no âmbito dese encontrar características da neoplasia que possam secorrelacionar com o comportamento agressivo e a recor-rência. A Organização Mundial da Saúde (OMS), levandoem conta aspectos tais como atipia nuclear, presença defiguras de mitose, aumento da celularidade, necrose einvasão cerebral (achados bem estabelecidos relacionadosà “agressividade” tumoral), propôs uma classificação dosmeningiomas em três graus39: a) grau 1 (benignos, 90% a95% dos casos) – variantes meningotelial (sincicial),transicional, fibroso, secretor, microcístico, linfoplasmo-cítico, cordóide, metaplásico, de células claras, angioma-toso, psamomatoso; b) grau 2 (atípicos, 5% a 7% dos casos,identificando-se mitoses freqüentes, celularidade aumen-tada, necrose, nucléolos proeminentes, etc.) – variantepapilar; c) grau 3 (malignos ou anaplásicos, 1% a 2% doscasos, em que são encontrados em excesso os achados dograu 2, incluindo-se citologia maligna, alto índice mitóticoe necrose evidente) – hemangiopericitoma, por exemplo.Curiosamente, meningiomas benignos podem recidivarcom freqüência e se comportar de modo agressivo. Dessaforma, apesar dos vários padrões histopatológicos estarembem definidos, eles não se relacionam per si com oprognóstico. Por outro lado, o potencial proliferativo tu-moral tem sido estudado25,36 com o mesmo objetivo,levando-se em conta a presença de marcadores (MIB-1,BrdU, Ki67) identificados por análise imunohistoquímica,sendo pouco satisfatórios os resultados alcançados até omomento (Figura 1).

Nos últimos anos, a “tumorigênese” tem sido o enfoquede muitos grupos de pesquisa, levando-se em conta aspectosgenéticos e de biologia molecular, em uma tentativa deresponder a uma série de questionamentos em aberto,permitindo, quem sabe em um futuro próximo, o desenvol-vimento de opções terapêuticas aplicáveis na prática clínica.

TTTTTumorigênese: um rico campo deumorigênese: um rico campo deumorigênese: um rico campo deumorigênese: um rico campo deumorigênese: um rico campo dedúvidas e esclarecimentosdúvidas e esclarecimentosdúvidas e esclarecimentosdúvidas e esclarecimentosdúvidas e esclarecimentos

Fatores exógenos e endógenos estão relacionados àgênese dos meningiomas. Entre os primeiros, podem sercitados a radioterapia [meningiomas radioinduzidos – fre-qüentemente malignos do ponto de vista histológico, alémde mais agressivos17], o trauma e as infecções virais – semplausibilidade científica, até o momento. Fatores hormonaise predisposição genética se encaixam entre os segundos,justificando-se a maior prevalência em mulheres como jácitado, crescimento proporcional ao nível sérico de proges-terona e a maior freqüência em indivíduos portadores deneurofibromatose do tipo 29.

Alterações molecularesAlterações molecularesAlterações molecularesAlterações molecularesAlterações moleculares

Do ponto de vista genético, duas situações podem serencontradas: inativação de genes a priori supressores docrescimento tumoral, ou expressão aumentada de oncogenes(facilitadores da proliferação e do crescimento das célulasneoplásicas).

a) A inativação do gene NF2, localizado no braço longodo cromossomo 22, é encontrada em 50% a 60% dosmeningiomas (destaque aos fibrosos e transicionais)e nos schwannomas, justificando-se a maior ocor-rência de ambos os tumores em indivíduos comneurofibromatose do tipo 2 – doença autossômicadominante. Por sua vez, o gene NF2 é responsávelpela transcrição da proteína schwannomina ou mer-lina8 – localizada na borda interna da membrana plas-mática, interagindo com a actina (constituinte docitoesqueleto) e com a beta II – espectrina (proteínada membrana) – parecendo exercer uma funçãoregulatória negativa sobre a proliferação e a adesãocelular. De forma interessante, não apenas meca-nismos genéticos (deleções/mutações) podem serresponsabilizados diante da não-detecção deschwannomina em meningiomas, mas tambémprocessos alternativos que interfiram na traduçãoprotéica. Neste ínterim, a merlina pode ser inativadapor proteólise mediada pela calpaína, protease cis-teína cálcio-dependente, ativada em diversas circuns-tâncias fisiológicas ou patológicas13.

Entre outros loci envolvidos na iniciação e na progressãotumoral (os meningoteliais preferencialmente não apre-sentam alterações do gene NF2), destaque tem sido dado adeleções distais ao gene NF2 do cromossomo 22, identi-

FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1FIGURA 1Exame anatomopatológico com técnica imunohistoquímica:

meningioma meningotelial com índice de proliferaçãopelo MIB-1 de 1% (200X).

Page 3: Biologia Molecular Dos Meningiomas

83

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

ficando-se dois genes que podem estar associados à tumori-gênese: o MN1, localizado no cromossomo 22q11, e outropertencente à família da beta-adaptina, situado no 22q1216,24.A perda dos cromossomos 10q, 14q e 1p também tem sidodescrita de modo freqüente nos meningiomas graus 2 e 3(classificação da OMS). De forma semelhante, a perda doscromossomos 6p, 9q e 18q também se encaixa nestecontexto19,21,26,33,38.

Sanson e Cornu30 propuseram um modelo referente àprogressão tumoral dos meningiomas, levando-se em contaos dados acima citados, sendo propostas duas vias detumorigênese: a inativação do gene NF2 e outra que envolvemecanismos ainda não conhecidos (vide tabela abaixo). Porsua vez, a perda adicional de genes supressores docrescimento tumoral dos cromossomos 1p, 10q e 14q poderesultar em meningiomas mais agressivos (graus 2 e 3):

Célula meningotelialCélula meningotelialCélula meningotelialCélula meningotelialCélula meningotelial

Outros fatores? Inativação do NF2

Meningioma grau 1 Meningioma grau 1

*Meningioma grau 2

*Meningioma grau 3

* = Inativação de outros genes supressores* = Inativação de outros genes supressores* = Inativação de outros genes supressores* = Inativação de outros genes supressores* = Inativação de outros genes supressoresdos cromossomos 1p, 10q e 14qdos cromossomos 1p, 10q e 14qdos cromossomos 1p, 10q e 14qdos cromossomos 1p, 10q e 14qdos cromossomos 1p, 10q e 14q

b) Aumento da expressão de oncogenes já foi bem do-cumentado em glioblastomas, exemplificando-se ogene EGFR (receptor do fator de crescimento epi-telial). No entanto, nenhum achado semelhante sefez com relação aos meningiomas, detectando-se,outrossim, um estado de “upregulation” de váriosfatores de crescimento codificados por oncogenes eseus respectivos receptores, havendo co-expressãoentre eles, inclusive. Tal achado pode sugerir umaalça de regulação autócrina ou parácrina. As co-expressões do PDGFB (fator B de crescimentoderivado das plaquetas) com o PDGF – beta R, doEGF e o TGF-alfa (fator de crescimento transfor-mador alfa) com o EGFR (um receptor tirosino-quinase) e do IGF II (fator II de crescimento deri-vado da insulina) com o seu receptor são algunsexemplos. A comprovação da existência dessas alçasde regulação autócrinas e parácrinas tem sido feitagraças ao uso de seus inibidores, em que a suraminaé conhecida em evitar a ligação de uma série defatores de crescimento com seus respectivos recep-

tores, sendo usada em diversos estudos, inibindo aproliferação celular de meningiomas em meios decultura31. De modo semelhante, destaca-se o trapidil,antagonista do PDGF37.

c) Por fim, a reativação da telomerase é um outro alvode estudo no campo da tumorigênese. Em tecidosnormais, com o avanço das divisões celularessucessivas, há redução gradual dos telômeros(porções distais dos cromossomos que apresentamseqüências repetidas de DNA, responsáveis pormanter a sua estabilidade). Conseqüentemente,quando estes atingem um tamanho crítico, as célulasentram em um estágio de velhice e morrem. Atelomerase é responsável pela estabilização dotamanho dos telômeros, bloqueando, quando ematividade, o mecanismo citado. Em meningiomas, aatividade da telomerase está intimamente relacionadaaos fenótipos mais malignos, sendo pouco freqüentenaqueles de grau 1, estando presente em 95% dosmeningiomas classificados como grau 2 e 3, podendovir a ser uma forte candidata a fator de agressividade/recorrência15,30.

Papel hormonalPapel hormonalPapel hormonalPapel hormonalPapel hormonal

Observações na prática clínica têm sugerido a influênciade determinados hormônios no crescimento dos menin-giomas. Partindo-se das considerações que esses tumoressão mais freqüentes em mulheres, têm seu crescimentoacelerado durante a gravidez e a fase lútea do ciclo mens-trual [aumento reversível dos componentes extracelular evascular27], hipóteses têm sido aventadas quanto ao papeldos hormônios esteróides, já tendo sido identificados, pormeio de anticorpos monoclonais, receptores para estrógeno(ER) em cerca de 10% dos meningiomas e para progesterona(PgR) e andrógenos (AR) em dois terços dos casos30.

a) Os PgR, uma vez locados no núcleo celular namaioria das vezes, parecem, quando ativados, sercapazes de induzir a transcrição de genes controladospor um promotor que responde à progesterona4).Pesquisas atuais10 sugerem que tais receptores estãoenvolvidos no crescimento de meningiomas benignos(são encontrados em cerca de 89% dos meningo-teliais) e não no dos mais agressivos (identificadosem apenas um quarto dos anaplásicos), contrariandopublicações do passado, defensoras de um papel maisativo desses nos tumores recorrentes28. Contrastandocom outros tecidos em que a expressão do PgR écontrolada por estrógenos (útero e mama, por exem-plo), em meningiomas essa se faz por um caminhoindependente, defendendo-se a idéia da existênciade uma forma mutante de ER (presente na regiãopromotora do PgR) incapaz de se ligar a estrógenos,sendo apta, entretanto, a agir como fator de trans-crição3. Curiosamente, há uma tendência in vitro de

▼▼

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas

Page 4: Biologia Molecular Dos Meningiomas

84

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

as células tumorais não expressarem o PgR,havendo, no entanto, inibição do crescimento tu-moral de meningiomas humanos in vivo (estudadosem ratos) com o uso da mifepristona (antagonistado PgR), sugerindo-se ação dessa por meio deoutros receptores, particularmente de corticoste-róides e/ou andrógenos18.

b) Ativação dos ER não demonstrou qualquer efeito invitro sobre o crescimento dos meningiomas, sendocontroversos os resultados obtidos com o antagonistaestrogênico tamoxifen7. Dessa forma, parece que talhormônio não exerce papel significativo na proli-feração tumoral23,30.

c) Por sua vez, andrógenos têm demonstrado in vitropropriedades estimuladoras do crescimento neo-plásico, havendo efeito contrário com a adminis-tração de antiandrógenos1. De forma semelhante aosPgR, têm maior expressão em meningiomas quandose leva em conta a detecção desses em meningesnormais.

A somatostatina tem expressão aumentada de seusreceptores, principalmente do sst2, parecendo estimular aproliferação celular in vitro, sendo defendida idéia contráriapor outros autores, uma vez que o octreotide (seu análogo)demonstrou exercer efeito antiproliferativo em alguns tra-balhos14, tendo até o seu uso sido proposto quando háirressecabilidade30.

A administração de 60H – dopamina, um antagonistadopaminérgico, demonstrou uma agenesia de meninges emembriões de ratos, sugerindo que receptores desses hor-mônios podem estar envolvidos no desenvolvimento dasmeninges e, conseqüentemente, de neoplasias oriundasdelas. Trabalhos demonstram redução do crescimento deculturas de células de meningiomas após administração debromocriptina1, agonista D2, tendo sido apenas encontradosreceptores D1 por meio do uso de radioligandos, ques-tionando-se a relevância do papel desse hormônio30.

Meningioma invasivo: um grande desafioMeningioma invasivo: um grande desafioMeningioma invasivo: um grande desafioMeningioma invasivo: um grande desafioMeningioma invasivo: um grande desafioneurooncológiconeurooncológiconeurooncológiconeurooncológiconeurooncológico

Ao se falar em invasividade tumoral, a premissa básicaé a capacidade que alguns processos expansivos têm emultrapassar determinadas barreiras anatômicas, alcançandosítios a distância. Para que esse fim seja alcançado, trêsfatores são essenciais: alta mobilidade, perda da adesãocelular e proteólise.

Particularmente, os meningiomas podem invadir desdea dura-máter adjacente ao seu sítio primário como tambémdar origem a múltiplos tumores secundários (meningio-matose), ressaltando-se a invasão de estruturas ósseas e/oua sua capacidade em induzir hiperostose – achado comum,correlacionado com alta taxa de recorrência, correspondentena grande maioria dos casos à invasão tumoral direta,

podendo ser também decorrente da ação de enzimasneoplásicas (destacando-se a fosfatase alcalina), ou defatores humorais pró-osteoblásticos, citando-se o PDGF,IGF-1 e 2, TGF beta 1 e beta 2 (ação parácrina).

Muito se tem estudado acerca do papel das moléculasde adesão no processo de invasão dos meningiomas. Umavez alteradas as ligações célula–matrix/célula–célula, háuma queda da aderência celular e, conseqüentemente,aumento da capacidade invasora6. Destaque tem sido dadoatualmente ao papel das integrinas e caderinas, relatando-serespectivamente maior e menor expressão de uma isoformadas integrinas e de E-caderina em meningiomas malignos32.Comentários também já foram feitos sobre o papel daschwannomina na adesão celular8.

A proteólise da matriz extracelular é desempenhadaprincipalmente por metaloproteinases (enzimas essenciaisem promover a remodelação da matriz extracelular) eproteases da serina e cisteína. Parece que estas últimas estãorelacionadas à “passagem” de um perfil pré-maligno a umestado de malignidade, sendo reguladas por inibidoresespecíficos (CPI), já tendo sido demonstrado menor ativi-dade dos mesmos em meningiomas malignos quando com-parados aos benignos e atípicos35, acrescentando-se, por suavez, maior expressão da metaloproteinase MMP-9 naquelesde comportamento mais agressivo22.

Angiogênese, edema peritumoral e alterações císticasAngiogênese, edema peritumoral e alterações císticasAngiogênese, edema peritumoral e alterações císticasAngiogênese, edema peritumoral e alterações císticasAngiogênese, edema peritumoral e alterações císticas

Sendo o meningioma um tumor altamente vascularizado,a angiogênese é um outro foco de atenção. Parece que háum estímulo na formação de novos vasos por um mecanismoparácrino que envolve a participação de moléculas tais comoo fator de crescimento vascular endotelial e seu receptor(VEGF e VEGFR)29, já sendo conhecida, por sua vez, apropriedade da primeira em aumentar a permeabilidadevascular, podendo estar envolvida na gênese do edemaperitumoral que, por sua vez, não guarda relação com otamanho do tumor12 (Figura 2). Outras moléculas são asendotelinas em três isoformas (ET1, ET2 e ET3), e a pri-meira é um potente vasoconstrictor, havendo descrição desítios de ligação para a mesma na microvasculatura dosmeningiomas, atuando também no controle do fluxo san-güíneo e da barreira sangue–tumor40. O uso de antagonistasespecíficos das endotelinas pode vir a constituir importantearma terapêutica.

Apesar de se apresentarem na maioria das vezes comoneoplasias sólidas, alterações císticas podem estar presentes,permitindo uma classificação morfológica dos meningio-mas30: do tipo 1 (presença de cistos intratumorais), do tipo 2(cistos peritumorais com células tumorais) e do tipo 3(tecido gliótico circunjacente às paredes dos cistos). Dege-nerações císticas secundárias à necrose isquêmica e/ou ahemorragia intratumoral podem explicar os dos tipos 1 e 2,enquanto a atividade secretora das células gliais e/ou evo-lução de edema peritumoral para cisto peritumoral poderiam

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas

Page 5: Biologia Molecular Dos Meningiomas

85

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

justificar as alterações encontradas nos meningiomascísticos do tipo 3. De modo interessante, a proporção demicrocistos está relacionada com a expressão de VEGF,podendo existir um elo entre angiogênese, edema peritu-moral e formação de cistos5.

5. CHRISTOV C, LECHAPT-ZALCMAN E, ADLE-BIASSETTEH, NACHEV S, GHERARDI RK: Vascular permeability factor/vascular endothelial growth factor (VPF/VEGF) and its receptorflt – 1 in microcystic meningiomas. Acta NeuropatholActa NeuropatholActa NeuropatholActa NeuropatholActa Neuropathol, 98:414-20, 1999.

6. FIGARELA-BRANGER D, ROCHE PH, DANIEL L,DUFOUR H, BIANCO N: Cell-adhesion molecules in humanmeningiomas correlation with clinical and morphological data.Neuropathol Neuropathol Neuropathol Neuropathol Neuropathol Appl NeurobiolAppl NeurobiolAppl NeurobiolAppl NeurobiolAppl Neurobiol, 23: 113-22, 1997.

7. GOODWIN JW, CROWLWY J, EYRE HJ, STAFFORDJAECKLE KA, TOWNSEND JJ: A phase 2 evaluation oftamoxifen in unresectable of refractory meningiomas: aSouthwest Oncology Group Study. J NeurooncolJ NeurooncolJ NeurooncolJ NeurooncolJ Neurooncol, 15: 75-7,1993.

8. GUSELLA JF, RAMASH V, McCOLLIN M, JACOBY LB:Neurofibromatosis 2: loss of merlin's protective spell. Curr OpCurr OpCurr OpCurr OpCurr OpGen DevGen DevGen DevGen DevGen Dev, 6: 87-92, 1994.

9. HO-KEUNG NG, LAM, PYP: The molecular genetics of centralnervous system tumors. PathologyPathologyPathologyPathologyPathology, 30: 196-202, 1998.

10. HSU DW, EFIRD JT, HEDLEY-WHYTE ET: Progesterone andoestrogen receptors in meningiomas: prognostic considerations.J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 86: 113-20, 1997.

11. JAN M, BAZÉZÉ V, SADEAU D, AUTRET A, BERTRANDP, GOUAZÉ A: Devenir des meningiomes intracrâniens chezl'adulte. Etude rétrospective d'une série médico – chirurgicalede 161 méningiomes. NeurochirurNeurochirurNeurochirurNeurochirurNeurochirurgiegiegiegiegie, 32: 129-34, 1986.

12. KALKANIS SN, CARROLL RS, ZHANG J, ZAMANI AA,BLACK PM: Correlation of vascular endothelial growth factormessenger RNA expression with peritumoral vasogenic cerebraledema in meningiomas. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 85: 1095-101, 1996.

13. KIMURA Y, KOGA H, ARAKI N, MUGITA N, FUJITA N,TAKESHIMA H, NISHI T, YAMASHIMA T, SAÍDO TC,YAMASAKI T, MORITAKE K, SAYA H, NAKAO M: Theinvolvement of calpain-dependent proteolysis of the tumorsupressor NF2 (merlín) in schwannomas and meningiomas. NatNatNatNatNatMedMedMedMedMed, 4: 915-22, 1998.

14. KOPER JW, MARKSTEIN R, KOHLER C, KWEKKEBOOMDJ, AVEZAAT CJ, LAMBERTS SW, REUBI JC: Somatostatininhibits the activity of adenylate cyclase in cultured humanmeningioma cells and stimulates their growth. J Clin EndocJ Clin EndocJ Clin EndocJ Clin EndocJ Clin EndocMetabMetabMetabMetabMetab, 74: 543-7, 1992.

15. LANGFORD LA, PIATYSZEK MA, XU R, SCHOLD Jr SC,WRIGHT WE, SHAY JW: Telomerase activity in ordinarymeningiomas predicts poor outcome. Human PatholHuman PatholHuman PatholHuman PatholHuman Pathol, 28:416-20, 1997.

16. LEKANNE DEPREZ RH, RIEGMAN PH, GROEN NA,WARRINGA UL, VAN BIEZEN NA, MOLIJN AC, BOOTSMAD, DE JONG PJ, MENON AG, KLEY NA: Cloning andcharacterization of MN1, a gene from chromosome 22q11, whichis disrupted by a balanced translocation in a meningioma.OncogeneOncogeneOncogeneOncogeneOncogene, 10: 1521-8, 1995.

17. MACK EE, WILSON CB: Meningiomas induced by high-dosecranial irradiation. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 79: 28-31,1993.

18. MATSUDA Y, KAWAMOTO K, KIYA K, KURISU K,SUGIYAMA K, UOZOMI T: Antitumor effect of antopro-gesterones on human meningioma cells in vitro and in vivo.J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 80: 527-34, 1991.

19. MENON AG, RUTTER JL, VON SATTEL JP, SYNDER H,MURDOCH C, BLUMENFELD A, MARTUZA RL, VONDEIMLING A, GUSELLA JF, HOUSEAL TW: Frequent lossof chromosome 14 in atypical and malignant meningioma:identification of a putative 'tumor progression' locus. OncogeneOncogeneOncogeneOncogeneOncogene,14: 611-6, 1997.

FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2FIGURA 2RM de encéfalo: imagem com hipersinal em T2,

correspondente à área extensa e irregular de edema.

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão

Nas últimas décadas, graças ao desenvolvimento e apri-moramento de técnicas relacionadas à biologia molecular,muito tem sido estudado no campo da neurooncologia, per-mitindo o entendimento de eventos celulares importantes àgênese e à evolução dos meningiomas. Por outro lado,muitas perguntas ainda permeiam este fértil campo do saber,principalmente no que diz respeito ao comportamento agres-sivo e/ou recorrente presente em alguns casos, tornandopossível, com a resolução das mesmas, a aplicabilidadeclínica do que vier a ser descoberto.

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas1. ADAMS EF, SCHRELL UM, FAHLBUSCH R, THIERAUF P:

Hormonal dependency of cerebral meningiomas. Part 2: in vitroeffect of steroids, bromocriptine, and epidermal growth factoron growth of meningiomas. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 73: 750-5, 1990.

2. AOKI S, SASAKI Y, MACHIDA T, TANIOKA H: Contrast-enhanced MR images in patients with meningioma: importanceof enhancement of the dura adjacent to the tumor. AJNRAJNRAJNRAJNRAJNR, 11:935-8, 1990.

3. BLANKENSTEIN MA, KOEHORST SGA, VAN DERKALLEN CJH, JACOBS HM, VAN SPRIEL AB, DONKERGH, VAN'T VERLAAT JW, BLAAUW G, THIJSSEN JHH:Oestrogen receptor independent expression of progestinreceptors in human meningioma – a review. J SJ SJ SJ SJ Steroid Biochemteroid Biochemteroid Biochemteroid Biochemteroid BiochemMol BiolMol BiolMol BiolMol BiolMol Biol, 33: 361-5, 1995.

4. CARROLL RS, ZHANG J, DASHNER K, BLACK PM:Progesterone and glucocorticoid receptor activation inmeningiomas. NeurosurNeurosurNeurosurNeurosurNeurosurgerygerygerygerygery, 37: 92-7, 1995.

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas

Page 6: Biologia Molecular Dos Meningiomas

86

J Bras Neurocirurg 13(3), 81-86, 2002

20. MIRIMANOFF RO, DOSORETZ DE, LINGGOOD RM,OJEMANN R, MARTUZA R: Meningioma: Analysis ofrecurrence and progression following neurosurgical resection.J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 62: 18-24, 1985.

21. NIEDERMAYER I, FEIDEN W, HENN W, STEILEN-GIMBELH, STEUDEL WI, ZANG KD: Loss of alkaline phosphataseactivity in meningiomas: a rapid histochemical techniqueindicating progression-associated deletion of a putative tumorsuppressor gene on the distal part of the short arm ofchromosome 1. J Neuropathol Exp NeurolJ Neuropathol Exp NeurolJ Neuropathol Exp NeurolJ Neuropathol Exp NeurolJ Neuropathol Exp Neurol, 56: 879-86, 1997.

22. NORDQVIST AC, SMURAWA H, MATHIESEN T: Expressionof matrix metalloproteinases 2 and 9 in meningiomas associatedwith different degrees of brain invasiveness and edema.J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 95: 839-44, 2001.

23. OLSON JJ, BECK DW, SCHLECHTE J, LOH PM: Hormonalmanipulation of meningiomas in vitro. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 65: 99-107,1986.

24. PEYRARD M, FRANSSON I, XIE YG, HAN FY, RUTTLEDGEMH, SWAHN S, COLLINS JE, DUNHAM I, COLLINS VP,DUMANSKI JP: Characterization of a new member of the humanB – adaptine gene family from chromosome 22q12, a candidatemeningioma gene. Hum Molec GenetHum Molec GenetHum Molec GenetHum Molec GenetHum Molec Genet, 3: 1393-9, 1994.

25. PIRES DE AGUIAR PH: Meningiomas: Estudo do Índice deProliferação Celular por meio do anticorpo monoclonal MIB-1.Correlação com características clínico-radiológicas e histo-lógicas. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo (FMUSP), 1998.

26. REMPEL SA, SCHWECHHEIMER K, DAVIS RL, CAVENEEWK, ROSENBLUM ML: Loss of heterozygosity for loci onchromosome 10 is associated with morphologically malignantmeningioma progression. Cancer ResCancer ResCancer ResCancer ResCancer Res, 53: 2386-92, 1993.

27. ROELVINK NCA, KAMPHORST W, VAN ALPHEN HAM,RAO R: Pregnancy – related primary brain and spinal tumors.Arch NeurolArch NeurolArch NeurolArch NeurolArch Neurol, 44: 209-215, 1987.

28. RUBINSTEIN AB, LOVEN D, GEIER A, REICHENTHAL E,GADOTH N: Hormone receptors in initially excised versusrecurrent intracranial meningiomas. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 81: 184-7, 1994.

29. SAMOTO K, IKEZAKI K, ONO M, SHONO T, KOHNO K,KUWANO M, FUKUI M: Expression of vascular endothelialgrowth factor and its possible relation with neovascularizationin human brain tumors. Cancer ResCancer ResCancer ResCancer ResCancer Res, 55: 1189-93, 1995.

30. SANSON M, CORNU P: Biology of Meningiomas. ActaActaActaActaActaNeurochirNeurochirNeurochirNeurochirNeurochir, 142: 493-505, 2000.

31. SCHRELL UM, GAUER S, KIESEWETTER F, BICKEL A,HREN J, ADAMS EF, FAHLBUSCH R: Inhibition of

proliferation of human cerebral meningioma cells by suramine:effects on cell growth, cell cycle phases, extracellular growthfactors, and PDGF – BB autocrine growth loop. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg,82: 600-7, 1995.

32. SCHWECHHEIMER K, ZHOU L, BIRCHMEIER W:E-Cadherin in human brain tumours: loss of immunoreactivityin malignant meningiomas. VVVVVirch irch irch irch irch ArchArchArchArchArch, 432: 163-7, 1998.

33. SIMON M, VON DIEIMLING A, LARSON JJ,WELLENREUTHER R, KASKEL P, WAHA A, WARNICK RE,TEW Jr JM, MENON AG: Allelic losses on chromosomes 14,10 and 1 in atypical and malignant meningiomas: a genetic modelof meningioma progression. Cancer ResCancer ResCancer ResCancer ResCancer Res, 55: 4656-70, 1995.

34. SIMPSON D: The recurrence of intracranial meningiomas aftersurgical treatment. J Neurol NeurosurJ Neurol NeurosurJ Neurol NeurosurJ Neurol NeurosurJ Neurol Neurosurg Psychiatryg Psychiatryg Psychiatryg Psychiatryg Psychiatry, 20:22-39, 1957.

35. SIVAPARVATHI M, McCUTCHEON I, SAWAYA R, NICOLSONGL, RAO JS: Expression of cysteine protease inhibitors in humangliomas and meningiomas. Clin Exp MetastasisClin Exp MetastasisClin Exp MetastasisClin Exp MetastasisClin Exp Metastasis, 14: 344-50, 1996.

36. TAKEUCHI H, KUBOTA T, KABUTO M, KITAI R, NOZAKIJ, YAMASHITA J: Prediction of recurrence in histologicallybenign meningiomas: proliferating cell nuclear antigen and Ki-67 imunohistochemical study. SurSurSurSurSurg Neurolg Neurolg Neurolg Neurolg Neurol, 48: 501-6, 1997.

37. TODO T, ADAMS EF, FAHLBUSCH R: Inhibitory effect oftrapidil on human meningioma cell proliferation via interruptionof autocrine growth stimulation. J NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ NeurosurJ Neurosurggggg, 78: 463-9, 1993.

38. WEBER RG, BOSTROM J, WOLTER M, BAUDIS M,COLLINS VP, REIFENBERGER G, LICHTER P: Analysis ofgenomic alterations in benign, atypical and anaplasticmeningiomas: toward a genetic model of meningiomaprogression. Proc Natl Proc Natl Proc Natl Proc Natl Proc Natl Acad Sci USAAcad Sci USAAcad Sci USAAcad Sci USAAcad Sci USA, 94: 14719-24, 1997.

39. WHO international histological classification of CNS tumors.Springer, Berlin, Heidelberg, New York, Tokyo, 1993.

40. YAMAGA S, TSUTSUMI K, NIWA M, KITAGAWA N, ANDAT, HIMENO A, KHALID H, TANIYAMA K, SHIBATA S:Endothelin receptor in microvessels isolated from humanmeningiomas: quantification with radioluminography. Cell MolCell MolCell MolCell MolCell MolNeurobiolNeurobiolNeurobiolNeurobiolNeurobiol, 15: 327-40, 1995.

Endereço para correspondência:Endereço para correspondência:Endereço para correspondência:Endereço para correspondência:Endereço para correspondência:Pedro Augustto de Santana JúniorRua Dr. Ovídio Pires de Campos, 171 – ap. 101CEP 05403-010 – Cerqueira César, São Paulo, SPE-mail: [email protected]

SANTANA JÚNIOR PA, MARIE SKN, AGUIAR PHP –Biologia molecular dos meningiomas: muitas incógnitas a serem esclarecidas