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Interbio v.10 n.1, Jan-Jun, 2016 - ISSN 1981-3775
LUZ, Bárbara Dutra da Silva; BICAS, Juliano Lemos; SARROUH, Boutros; LOFRANO, Renata Carolina
Zanetti
BIOPROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS PRODUTORES DE ENZIMAS DE
INTERESSE INDUSTRIAL REALIZADA NO PARQUE ESTADUAL SERRA DO
OURO BRANCO, BRASIL
BIOPROSPECTING MICROORGANISMS ENZYMES PRODUCERS OF INDUSTRIAL
INTEREST HELD ON SERRA DO OURO BRANCO STATE PARK, BRAZIL
LUZ, Bárbara Dutra da Silva 1; BICAS, Juliano Lemos 2; SARROUH, Boutros
3; LOFRANO,
Renata Carolina Zanetti 4
Resumo
As enzimas se apresentam como um alvo da pesquisa biotecnológica, devido principalmente a sua grande
aplicabilidade nos processos industriais. Dessa forma, a bioprospecção de bactérias produtoras de enzimas se
mostra como uma tarefa essencial para descoberta de potenciais produtores. Assim, 36 bactérias isoladas de
amostras do Parque Estadual Serra do Ouro Branco Ouro Branco, Minas Gerais, Brasil, foram analisadas para
avaliar seus potenciais quanto à produção de celulases, amilases, proteases e tanase. Foi utilizado o método de
difusão em Ágar suplementado com substratos específicos para cada enzima. Das bactérias estudadas, 44%
apresentaram atividade celulolítica, 53% atividade amilásica, 50% atividade proteolítica e nenhuma apresentou
atividade da enzima tanase.
Palavras-chave: biodiversidade microbiana, Cadeia do Espinhaço, amilases, tanases, proteases, biotechnologia.
Abstract
Enzymes present themselves as a target of biotechnology research, mainly due to its wide applicability in
industrial processes. Thus, the bioprospection of new microrganisms has proved to be an essential task for
finding potential industrial enzymes producers. Thus, 36 bacteria were isolated from the Serra do Ouro Branco
State Park, Minas Gerais, Brazil, were analyzed to assess its potential for the production of cellulase, amylase,
protease and tannase. The method of diffusion in agar supplemented with substrates specific for each enzyme
was used. Obtained results have shown that 44% of the bacteria isolated expressed cellulolytic activity, whereas,
53% presented amylase activity and 50% proteolytic activity. On the other hand, tannase enzyme activity was
not detected in the isolated bacteria.
Key-words: microbial biodiversity, Espinhaço Range, amylase, tannases, proteases, biotechnologia.
1 Universidade Federal de São João Del-Rei/UFSJ
2 Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP
3 Universidade Federal de São João Del-Rei/UFSJ
4 Universidade Federal de São João Del-Rei/UFSJ. e-mail: [email protected]
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LUZ, Bárbara Dutra da Silva; BICAS, Juliano Lemos; SARROUH, Boutros; LOFRANO, Renata Carolina
Zanetti
Introdução
O termo “bioprospecção” é
frequentemente utilizado para descrever a
coleta e triagem de materiais biológicos para
fins comerciais. Devido ao uso da
biodiversidade ser de suma importância para
atender demandas nas áreas de alimentação,
saúde e outras necessidades da crescente
população mundial, essa se tornou uma
atividade bastante comum na atualidade
(ARTUSO, 2002). Segundo Azevedo (2003)
um consiste na pesquisa de material
biológico com a finalidade de explorar os
recursos genéticos garantindo seu uso de
forma sustentável, com a utilização de
estratégias de conservação, garantindo a
distribuição justa e equitativa dos benefícios
advindos de sua utilização e a promoção e
regulamentação de novas tecnologias, uma
vez que este material biológico tornou-se
um recurso e a informação genética tem
valor de mercado.
O desenvolvimento sustentável é
aquele capaz de suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das
futuras gerações. É o desenvolvimento que
não esgota os recursos para o futuro. Assim,
sendo atividades de bioprospecção podem
teoricamente, contribuir para o
desenvolvimento sustentável fornecendo
incentivos para a conservação da
biodiversidade enquanto melhoram o
desenvolvimento das capacidades
tecnológicas promovendo oportunidades de
longo prazo em termos de crescimento
econômico (SYNNES, 2007).
O conhecimento da biodiversidade e
a bioprospecção de novos organismos
tornaram-se uns dos focos principais da era
biotecnológica, visto que a utilização de
microrganismos pode apresentar soluções
nas áreas de alimento, saúde, meio ambiente
e indústria, e vem crescendo de forma
acelerada cenário mundial (OLIVEIRA et
al., 2006).
De proporções continentais que
atingem diferentes zonas climáticas, o Brasil
apresenta uma imensa diversidade de
paisagens e ecossistemas. A diversidade de
pastagens reflete a grande riqueza de
espécies, o que confere destaque ao Brasil
no conjunto de 17 países megabiodiversos,
que juntos detêm mais de 70 % da
biodiversidade do planeta (SPINHA, 2015).
Desta forma, apresenta grande
potencial para a descoberta de produtos
naturais, visto que sua biodiversidade
microbiana é uma das maiores do planeta.
Nesse contexto, o país vem passando por um
período de expansão do seu setor
biotecnológico, onde estão sendo criadas
novas empresas em busca de
competitividade internacional. Assim, a
comunidade científica se revela com grande
importância na busca de novas fontes para
produção e exportação de enzimas
(ZIMMER et al., 2009).
A Cadeia do Espinhaço é
considerada uma das regiões mais
importantes para a conservação da
biodiversidade brasileira, isso se deve ao
bom estado de conservação de grande parte
da biota original, a alta riqueza de espécies
endêmicas e a inserção em áreas de três
biomas brasileiros (Caatinga, Cerrado e
Mata Atlântica) (LEITE et al., 2008).
Reconhecida como uma das regiões com
maior diversidade florística na América do
Sul, com mais de 30% de espécies
endêmicas, a Cadeia do Espinhaço recebeu
o status de Reserva da Biosfera pela
Organização das Nações Unidades para a
Educação, a Ciência e a Cultura. Sua alta
diversidade contrasta com as graves
condições edafoclimáticas típicas de
afloramentos em geral, tais como elevada
intensidade de raios ultravioleta, variações
térmicas diárias do substrato que podem
atingir 45ºC, a perda de água acelerada e a
cobertura do solo pouco desenvolvida, o
qual, no caso de pedras de ferro são ainda
agravados por um elevado teor de metais
pesados (JACOBI E CARMO, 2008;
ALVES et al., 2007). Devido a essas
características peculiares dos locais como
condições edafoclimáticas típicas de
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afloramentos em geral, a Serra de Ouro
Branco constitui um excelente local para
estudos ecológicos, evolutivos e
biogeográficos (ESGARIO et al., 2008).
Parque Estadual Serra do Ouro Branco
O Parque Estadual Serra do Ouro
Branco, localizado no município de Ouro
Branco/ Minas Gerais representa o marco
inicial sul da Cadeia do Espinhaço, sua
vegetação é classificada, em sua maior
parte, como Campos Rupestres, sendo
considerada de extrema importância
biológica, apresentando um dos maiores
endemismos de toda a Cadeia do Espinhaço
(ARAÚJO et al., 2005; IEF, 2009;
RODRIGUES, 2010).
Enzimas Industriais
Enzimas são catalisadores
biológicos, em sua maioria de origem
proteica que catalisam a maioria das reações
em organismos vivos (MONTEIRO e
SILVA, 2009; SAYALI et al., 2013). A
vantagem da utilização de enzimas como
catalisadoras em processos é que estas
geralmente tornam os processos mais
rápidos, eficientes e ambientalmente
sustentáveis (MONTEIRO e SILVA, 2009).
Os microrganismos se mostram atualmente
como as principais fontes de produção de
enzimas usadas industrialmente, devido a
algumas características interessantes para
produção de enzimas como a grande
quantidade de produto em tempo
relativamente curto, a não dependência de
condições ambientais e geográficas
apropriadas e gasto reduzido no uso de
matérias primas (ZIMMER et al., 2009).
Dentre as enzimas de importância
industrial, produzidas por microrganismos,
foram abordadas neste estudo as celulases,
amilases, tanases e proteases.
Celulase é o nome dado a um
complexo de enzimas capaz de formar
glicose a partir da hidrólise de celulose.
Dessa forma, são classificadas de acordo
com o local de atuação da enzima no
substrato celulósico, sendo estas: as
endoglucanases, as que clivam ligações
glicosídicas β-1,4 internas da fibra
celulósica; as exoglucanases, as que atuam
na região externa da celulose; e as β-
glicosidases, que hidrolisam celo-
oligossacarídeos solúveis em glicose
(CASTRO e PEREIRA, 2010). Possuindo
uma ampla faixa de aplicações, as celulases
são utilizadas nas indústrias de alimentos em
processos de extração de suco de frutas,
óleos de sementes e clarificação de sucos;
na produção de rações animais, aumentando
assim sua digestibilidade; em indústrias
têxteis para desfribilação de tecidos e
desbotamento de brim; e nas indústrias de
papel e celulose (BHAT, 2000).
As amilases, ou enzimas amilolíticas,
são capazes de degradar o amido. Segundo
Gupta et al., (2003), estas enzimas são
divididas em dois grupos: i) as
endoamilases, que catalisam a hidrólise de
ligações glicosídicas α-1,4 de forma
aleatória no interior da molécula de amido,
ii) as exoamilases, que hidrolisam
exclusivamente ligações glicosídicas α-1,4
das extremidades não-redutoras, como a β-
amilase, ou ambas as ligações α-1,4 e α-1,6
terminais, como amiloglicosidase e
glicosidase. Há ainda as chamadas enzimas
desramificantes (isoamilase e pululanase),
que atuam apenas sobre as ligações
glicosídicas α-1,6 do interior da cadeia. Essa
classe de enzimas é bastante utilizada nas
indústrias de têxteis, papel e celulose, de
couro, detergentes, cervejas, bebidas
destiladas, panificação, cereais para
alimentação infantil, liquefação e
sacarificação do amido, ração animal,
indústria química e farmacêutica.
Enzimas proteolíticas catalisam a
clivagem de ligações peptídicas de outras
proteínas, hidrolisando-as totalmente.
Constituem um dos grupos mais importantes
de enzimas industriais visto que são a única
classe de enzimas que ocupam uma posição
central no que diz respeito às suas
aplicações em ambos os campos fisiológicos
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e comerciais, representando aproximada-
mente 60 % do mercado total de enzimas
(KUMAR et al., 2005; RAO, 1998).
Comumente conhecida como tanase,
a tanino acil hidrolase (EC 3.1.1.20) é uma
enzima que hidrolisa ligações ésteres e
ligações laterais de taninos hidrolisáveis,
produzindo glicose e ácido gálico. A tanase
tem sua produção induzida na presença de
ácido tânico por fungos, bactérias e
leveduras. Essa enzima possui grande
potencial de aplicação industrial, como no
processamento de chá instantâneo,
fabricação de vinhos, clarificação de sucos,
tratamento de efluentes, produção de ácido
gálico, detanificação de ração animal, entre
outros. No entanto, na literatura são poucos
os casos comerciais evidenciados destas
aplicações, devido essencialmente ao seu
elevado custo de produção (BATESTIN et
al., 2004; LEKHA e LONSANE, 1997).
Em virtude do elevado potencial
microbiológico da Cadeia do Espinhaço, à
crescente aplicabilidade de enzimas na área
biotecnológica e a inexistência de estudos na
literatura, torna-se viável selecionar e
identificar bactérias produtoras de enzimas.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi
investigar a potencialidade de bactérias
isoladas de diferentes substratos do Parque
Estadual Serra do Ouro Branco para a
produção de enzimas de aplicação industrial.
Mercado global de enzimas
Enzima é um produto muito bem
estabelecido na área de biotecnologia em
que as vendas foram de US$ 1,3 bilhão em
2002, US$ 5,1 bilhões em 2009 para 7
bilhões em 2013 (WALTON et al. 2010,
SAHA, 2004).
A demanda por enzimas industriais
em economias amadurecidas, como os EUA,
Europa Ocidental, Japão e Canadá foi
relativamente estável durante os últimos
tempos, enquanto que as regiões com
economia em desenvolvimento como
Oriente Médio, Ásia-Pacífico, Europa
Oriental e África, emergiram como
mercados que mais crescem para indústrias
de enzimas. O aumento da procura de várias
enzimas especiais, polimerases e nucleases,
juntamente com o crescimento robusto nos
mercados de alimentos para animais, são
susceptíveis de orientar o crescimento no
mercado de enzimas industriais. Estados
Unidos e Europa comandam coletivamente
uma parte importante do mercado mundial
de enzimas industriais. Por outro lado, a
Ásia-Pacífico está pronta para registrar a
taxa anual de crescimento composta de mais
de 8,0 % durante o período analisado
(GUIMARÃES, 2014).
Em relação ao mercado mundial de
enzimas industriais, um relatório recente
publicado pela BBC Research (BBC
RESEARCH, 2014) afirma que o mercado
mundial de enzimas industriais alcançou um
valor de US$ 3,3 bilhões em 2010. A
expectativa é que este mercado atinja 4,4
bilhões de dólares em 2015, uma taxa de
crescimento anual composta (CAGR) de 6%
em relação ao período de previsão de 5
anos.
Enzimas técnicas foram avaliadas em
mais de US$ 1 bilhão em 2010. Esse setor
irá crescer a uma taxa composta de
crescimento anual de 6,6 % (CAGR) para
chegar a US$ 1,5 bilhão em 2015. As
maiores vendas de enzimas técnicas
ocorrem no mercado de couro, seguido do
mercado de bioetanol. Por outro lado, os
segmentos de enzimas alimentares e de
bebidas devem chegar a aproximadamente
1,3 bilhão de dólares até 2015, de um valor
de 975.000 mil dólares em 2010, crescendo
a uma taxa composta de crescimento anual
(CAGR) de 5,1%. Dentro do segmento de
enzimas alimentares e de bebidas, o
mercado de leite e produtos lácteos teve as
maiores vendas, com 401.800 mil dólares
em 2009 (BBC RESEARCH, 2014).
Os principais produtores de enzimas
estão localizados na Europa, EUA e Japão.
Dinamarca está dominando com
empreendedores como Novozymes (45 %) e
Danisco (17 %), seguida por Genencor
(EUA), a DSM (Holanda) e BASF
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Zanetti
(Alemanha) (Saha, 2004). O ritmo de
desenvolvimento em mercados emergentes
sugere que as empresas da Índia e da China
participem deste grupo restrito em um futuro
muito próximo (SAHA, 2004; PANDEY et
al., 2008).
Outro relatório de pesquisa
publicado recentemente no mercado de
enzimas (WALTON et al., 2009) destacou o
fato de que as proteases constituem o maior
segmento do produto no mercado mundial
de enzimas industriais e o mercado de
carboidrases é projetada para ser o segmento
de produtos que mais cresce, com uma taxa
de mais de 7,0 % em relação ao período de
análise
Setores como a indústria
farmacêutica e de bioetanol conseguiram
chamar a atenção significativa dos
investidores e são auto-suficientes na
realização de novas atividades de
desenvolvimento de produtos e no
lançamento de produtos inovadores no
mercado, oferecendo assim novas
oportunidades para os fabricantes de
enzimas industriais. No entanto, segmentos
como produtos químicos de tratamento de
águas residuais e de papel e celulose não
têm recursos suficientes para a realização de
novos desenvolvimentos de produtos
(WALTON et al., 2009).
De acordo com Pitman (2011), um
relatório recente sobre o uso de enzimas na
indústria de cosméticos aponta que para este
segmento é estimado um crescimento de 5
% a cada ano até 2015. Pesquisadores deste
mercado destacam o fato de que as
demandas industriais para enzimas estão
sendo impulsionadas pelas novas
tecnologias e pelo aumento de uso de
compostos orgânicos no lugar de
ingredientes à base de petroquímicos.
Material e Métodos
Coleta das amostras
Foram coletadas dez amostras, sendo
estas: água, briófitas, solo, terra de
cupinzeiro, folhas e caule de árvores e
bromélias, em nove diferentes pontos,
identificados via Sistema de Posicionamento
Global (GPS), de um local no Parque
Estadual Serra do Ouro Branco onde a
vegetação é caracterizada como Mata de
Galeria.
Isolamento das bactérias
Para o isolamento da população de
microrganismos presentes nas briófitas,
folha, caule de árvore e bromélias, foram
retirados pequenos fragmentos das amostras
que foram colocadas em contato direto com
o meio de cultura em dois tempos de
contato: 0h (adicionar a amostra e remover
imediatamente) e 24 h (de contato da
amostra com o meio) (FUENTEFRIA e
VALENTE, 2005). Para a incubação da
água foi retirada um alíquota de 1 mL da
amostra e esta foi colocada diretamente no
meio sólido; já as amostras de solo e de terra
de cupinzeiro foram inoculadas colocando-
se uma pequena quantidade das mesmas nas
placas contendo o meio. O meio de cultura
utilizado foi o Yest Malt Ágar (YMA) (g/L-
1): extrato de malte, 3; extrato de levedura,
3; peptona, 5; glicose, 10; Ágar, 17. Logo
em seguida as placas foram incubadas a
28ºC até o crescimento das colônias
Após o aparecimento das colônias
fez-se a purificação no mesmo meio, através
da técnica de esgotamento por estrias, para a
obtenção de um único tipo de bactéria. As
bactérias isoladas foram mantidas a 4 ºC, em
tubos de ensaio com Ágar inclinado
contendo o meio YMA, sendo repicados a
cada 30 dias.
Caracterização morfológica dos
microrganismos
Para caracterização morfológica
foram preparadas lâminas a fresco aliadas à
técnica de coloração Gram, identificando as
bactérias mediante suas características
morfológicas e da coloração das células
(MARTINS et al., 1997).
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Teste qualitativo para a produção de
enzimas em mio sólido
As bactérias isoladas foram testadas
quanto à habilidade de produção das
enzimas pela realização do método de
difusão em Ágar. Neste procedimento, cada
micro-organismo isolado foi inoculado com
alça em forma de agulha em meios de
culturas específicos para detecção das
atividades enzimáticas, distribuídos em
placas de Petri. Logo após a inoculação as
placas foram incubadas por 96 horas a 28
ºC. Os resultados positivos foram detectados
pela formação de halos ao redor das
colônias. Foi calculado para cada micro-
organismo o índice enzimático (IE)
considerado como a razão entre os
diâmetros médios dos halos de degradação
dos substratos e os diâmetros médios das
respectivas colônias (HANKIN e
ANAGNOSTAKIS, 1975). Os testes foram
feitos em triplicata.
Atividade Celulolítica
O meio descrito por Nogueira e
Cavalcanti (1996) foi usado para determinar
a atividade celulolítica, sendo este composto
por (g.L-1
): NaNO3, 3,0; (NH4)2SO4, 1,0;
MgSO4, 0,5; KCl, 0,5; FeSO4.7H2O, 10;
Carboximetilcelulose (CMC), 10,0; Ágar,
20,0. Atividade enzimática evidenciada por
halo claro ao redor da colônia após a placa
ser revelada com solução de iodo.
Atividade Amilolítica
A habilidade de degradar amido foi
usada como critério para determinação da
produção de enzimas amilolíticas. Assim o
meio Ágar Nutritivo foi suplementado com
0,2% de amido solúvel e vertido em placas
de Petri. Atividade enzimática evidenciada
da mesma forma que a atividade celulolítica
(HANKIN e ANAGNOSTAKIS, 1975).
Atividade Proteolítica
Para detecção da atividade
proteolítica foi utilizado o meio Ágar-
gelatina-leite (g.L-1
): Ágar, 18,0; Leite em
pó desnatado, 10,0; Gelatina em pó, 10,0
(ORLANDELLI, et al., 2011). A produção
de proteases é observada nas placas de
Ágar-gelatina-leite sem a necessidade de um
revelador, onde o resultado positivo
identificado pela formação de halos claros
ao redor da colônia (SOUSA et al., 2008).
Atividade Tanásica
Para seleção de microrganismos
produtores de tanase foi utilizado um meio
constituído de (g.L-1
): ácido tânico, 10;
NaNO3, 3; KH2PO4, 1; MgSO4, 0,5; KCl,
0,5; FeSO4, 0,1; Ágar, 25 (NADAF e
GHOSH, 2011). A presença de atividade
tanásica é revelada com a formação de um
halo acastanhado ao redor da colônia.
Resultados e Discussão
As dez amostras coletadas (Tabela 1)
tiveram sua localização definida por um
aparelho de localização no Sistema de
Posicionamento Global, esta localização é
importante para continuação de novas
pesquisas na área, visto que isso permite que
outros pesquisadores tenham acesso ao local
no qual as amostras foram coletadas.
Destas dez amostras foram isoladas
36 bactérias. Sendo que destas apenas 28 %
são Gram positivas. Os variados tipos
morfológicos e as cores das colônias são
apresentados na tabela 2. Na maioria das
amostras observou-se a predominância de
bactérias Gram negativas, somente a
amostra de solo apresentou bactérias
exclusivamente Gram positivas.
A utilização de meios sólidos
suplementados com reagentes específicos é
uma metodologia padrão para a seleção de
microrganismos produtores de enzimas.
Assim, as 36 bactérias isoladas inicialmente
em meio YMA foram inoculadas em meios
específicos que continham
carboximetilcelulose, amido solúvel, leite
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em pó desnatado e ácido tânico para seleção
dos produtores respectivamente, das
enzimas celulase, amilase, protease e tanase.
A tabela 3 apresenta os dados da produção
enzimática das bactérias ensaiadas. Destas
86% foram capazes de produzir pelo menos
uma das enzimas estudadas. Diversas
indústrias são favoráveis à seleção de
microrganismos de ocorrência natural pelo
fato destes serem mais facilmente aprovados
para a comercialização do que os
geneticamente modificados (STEELE e
STOWERS, 1991).
Tabela 1 - Amostras coletadas no Parque Estadual Serra do Ouro Branco e
suas respectivas localizações no Sistema de Posicionamento Global (GPS).
Amostras Localizações georreferenciadas
Água 20°28'51,7'' S e 43°43'00,8'' W
Briófita preta 20°28'49,4'' S e 43°43'04,3'' W
Briófita verde 20°28'50'' S e 43°43'03,8'' W
Solo 20°28'49'' S e 43°13'04,4'' W
Terra de cupinzeiro 20°28'48,7'' S e 43°43'04,7'' W
Folha de árvore 1 20°28'50,6'' S e 43°43'04,8'' W
Folha de árvore 2 20°28'49,8'' S e 43°43'04,0'' W
Caule de árvore 20°28'50,6'' S e 43°43'04,8'' W
Bromélia 1 520°28'51,7'' S e 43°43'00,3''W
Bromélia 2 520°28'52'' S e 43°43'00,3'' W
Lealem e Gashe (1994) consideram
um micro-organismo como produtor
potencial de enzimas em meio sólido,
quando este apresenta um índice enzimático
≥ 2,0. Neste contexto, todas as bactérias
testadas produtoras de celulase podem ser
consideradas como produtoras potenciais da
enzima visto que apresentaram índice
enzimático variando de 2,3 a 12,7 cm. Já
para a produção de amilase o índice
enzimático variou de 1,6 a 16,7 cm, com
apenas uma com índice abaixo de 2,0 cm e
para a produção de protease pode observar
que o índice enzimático variou de 1,7 a 4,9
cm com quatro bactérias com índice abaixo
de 2,0 cm. A diferença de intensidade
observada entre os halos dos
microrganismos possivelmente se deve a
quantidade de enzima extracelular excretada
pelos microrganismos (Figura 1).
(a) (b)
Figura 1 - Exemplos de produção de halo de hidrólise para a quantificação de
enzimas (a) com atividade celulolítica e (b) com atividade proteolítica (Fonte:
Original do autor).
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Tabela 2 - Caracterização fenotípica dos microrganismos isolados na bioprospecção. Microrganimos
Isolados Amostras Cores das colônias
Morfologia celular
Coloração de Gram
1 Bromélia 1 Branco Cocos Gram -
2 Bromélia 1 Amarelo Bastonetes Gram+ 3 Bromélia 1 Laranja Bastonetes Gram+
4 Bromélia 2 Marrom claro Cocos Gram - 5 Bromélia 2 Bege claro Cocos Gram -
6 Bromélia 2 Branco Cocos Gram -
7 Bromélia 2 Laranja Cocos Gram -
8 Bromélia 2 Bege/claro Cocos Gram -
9 Bromélia 2 Laranja Bastonetes Gram+
10 Bromélia 2 Amarelo Cocos Gram -
11 Bromélia 2 Bege/claro Cocos Gram -
12 Bromélia 2 Bege Cocos Gram -
13 Bromélia 2 Laranja/claro Cocos Gram -
14 Bromélia 2 Bege Bastonetes Gram -
15 Briófita verde Bege Cocos Gram -
16 Briófita verde Branco Cocos Gram -
17 Briófita verde Branco Cocos Gram -
18 Briófita verde Bege/claro Batonetes Gram -
19 Folha de árvore 1 Laranja Bastonetes Gram -
20 Folha de árvore 1 Laranja/forte Cocos Gram +
21 Folha de árvore 1 Laranja/forte Cocos Gram -
22 Caule de árvore Branco Cocos Gram -
23 Caule de árvore Amarelo/forte Bastonetes Gram -
24 Terra de cupinzeiro Branco Bastonetes Gram+
25 Terra de cupinzeiro Branco Cocos Gram -
26 Folha de árvore 2 Amarelo Cocos Gram +
27 Água Rosa Cocos Gram -
28 Água Roxo Bastonetes Gram -
29 Água Amarelo Cocos Gram -
30 Água Branco Bastonetes Gram -
31 Água Bege Cocos Gram -
33 Briófita preta Branco Bastonetes Gram+
34 Briófita preta Branco Bastonetes Gram -
35 Solo Branco Bastonetes Gram+
36 Solo Branco Bastonetes Gram+
Após revelar as placas de Ágar
suplementado com CMC e amido com
solução de iodo, a zona clara ao redor das
colônias, correspondente ao halo de
degradação, foi observada, respectivamente
em 44 % e 53 % das bactérias isoladas. Foi
observado que as bactérias que
apresentaram maiores halos de degradação
em meio para seleção de produtores de
celulase foram as bactérias 3 (bromélia 1), 9
(bromélia 2) e 19 (folha de árvore 1)
apresentando índices enzimáticos de 12,7 ±
1,0, 11,8 ± 2,3 e 9,3 ± 0,6 cm,
respectivamente. Quanto às bactérias
produtoras de amilase, as que apresentaram
os maiores halos foram as 3 (bromélia 1), 9
(bromélia 2), e 14 (bromélia 2), com halos
de, respectivamente, 9,6 ± 0,3, 8,0 ± 0,5 e
16,7 ± 1,2 cm (Tabela 3).
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Tabela 3 - Relação de índices enzimáticos da produção das enzimas
pelos microrganismos isolados na bioprospecção.
Microrganimos
Isolados
Índices Enzimáticos (IE)
Celulase** Amilase** Protease**
1 6,0 ± 0,8 1,6 ± 0,2 -
2 - - 4,7±0,2
3 12,7 ± 1,0 9,6 ± 0,3
-
4 2,5 ± 0,3 - 1,7 ± 0,1
5 -
4,0 ± 0,4 -
6 - 4,4 ± 0,1 -
7 - - 1,8 ± 0,2
8 - 3,3 ± 0,1 -
9 11,8 ± 2,3 8,0 ± 0,5 -
10 6,9 ± 0,6 3,9 ± 0,1 -
11 6,8 ± 0,7 4,2 ± 0,2 -
12 7,8 ± 0,4 3,4 ± 0,1 -
13 6,3 ± 0,2 - 1,8 ± 0,1
14 - 16,7 ± 1,2 -
15 - - 2,50 ± 0,02
16 - - 1,9 ± 0,4
17 - - 3,8 ± 0,3
18 - - 4,9 ± 1,1
19 9,3 ± 0,6 7,7 ± 0,2 -
20 7,2 ± 0,2 4,9 ± 1,1 2,7 ± 0,1
21 - 4,0 ± 0,3 4,0 ± 0,8
22 3,8 ± 0,4 3,0 ± 0,2 -
23 - - -
24 3,5 ± 0,1 2,2 ± 0,3 2,2 ± 0,4 25 7,8 ± 0,3 4,4 ± 0,2 -
26 - 3,1 ± 0,5 2,7 ± 0,5
27 - - 2,1 ± 0,2
28 7,6 ± 1,5 - 2,4 ± 0,4
29 - - -
30 - - -
31 - - -
33 - - 2,7 ± 0,3
34 - - -
35 2,3 ± 0,2 2,9 ± 0,7 3,3 ± 0,7
36 4,8 ± 0,4 2,3 ± 0,3 2,1 ± 0,2 * Índice enzimático: razão entre os diâmetros médios dos halos de degradação dos
substratos e os diâmetros médios das respectivas colônias.
** Média dos testes em triplicata.
A produção da enzima tanase não foi
detectada em nenhuma das bactérias
isoladas. Em geral as bactérias são muito
sensíveis à presença de ácido tânico, sendo
os fungos filamentosos os microrganismos
mais estudados quanto à produção de tanase
e degradação do ácido tânico (LEKHA e
LONSANE, 1997). Dessa forma, uma forma
mais eficiente de isolar bactérias produtoras
de tanase é a bioprospecção em áreas onde é
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rica a presença de taninos, como no estudo
feito por Peter et al. (2009) no qual foram
isolados 6 bactérias produtores de tanase de
ambientes próximos a efluentes de curtume.
Quanto à atividade proteolítica, foi
observada em 50 % dos isolados. Resultado
este superior ao percebido por Sanomiya e
Nahas (2003) que obtiveram 38 % de
bactérias produtoras de proteases,
selecionadas de solo cultivado com
braquiária. As bactérias que apresentaram
maiores halos quanto à produção de protease
foram 2 (bromélia 1), 18 (briófita verde) e a
21 (folha de árvore 1), apresentando halos
de 4,7 ± 0,2, 4,9 ± 1,1 e 4,0 ± 0,8,
respectivamente (Tabela 3).
A riqueza de bactérias isoladas
produtoras de enzimas possivelmente se
deve ao fato de a Serra de Ouro Branco ser
caracterizada por abrigar um tipo de
ecossistema bastante variado e peculiar,
onde os microrganismos ali inseridos muitas
vezes apresentam diversidade relacionada às
necessidades adaptativas em relação ao
ambiente (RODRIGUES, 2010).
Conclusões
As pesquisas em áreas naturais são
necessárias para se mapear novas fontes de
biodiversidade. Na bioprospecção realizada
no Parque Estadual Serra de Ouro
Branco/MG das 10 amostras coletadas,
foram obtidos 46 diferentes micro-
organismos. Assim sendo, consideramos que
essa localidade é altamente promissora em
termos de bioprospecção de novos
microrganismos.
As técnicas de isolamento adotadas,
bem como, as fontes das amostras de
microrganismos mostraram-se eficientes
para a obtenção de bactérias produtoras das
enzimas celulase, amilase e protease. Sendo
que 86 % das bactérias testadas
apresentaram atividade em relação a um dos
substratos testados, confirmando o potencial
das bactérias de origem natural do Parque
Estadual Serra do Ouro Branco como
secretoras de enzimas de aplicabilidade
industrial.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Instituto
Estadual de Florestas da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável do Governo
do Estado de Minas Gerais pela autorização
para a coleta e transporte de material
botânico para fins científicos no Estado de
Minas Gerais. Autorização COL: 006/13 e
Processo SIGED – IEF/DPBIO/GPROP:
0000003821012013-15; e à Universidade
Federal de São João Del Rei/UFSJ pela
bolsa concedida.
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