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Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Mar. 2020
Tuberculose | 2020
Boletim Epidemiológico
Boletim EpidemiológicoSecretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde
Número Especial | Mar. 2020
Tuberculose | 2020
©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Boletim Epidemiológico de Tuberculose
Tiragem: 1ª edição – 2020 – 100 exemplares
Elaboração, distribuição e informaçõesMINISTÉRIO DA SAÚDESecretaria de Vigilância em SaúdeDepartamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCISRTVN, Quadra 701, lote D, Edifício PO700, 50 andarCEP: 70719-040 – Brasília/DFDisque Saúde – 136e-mail: [email protected]: www.saude.gov.br/svs
Coordenação-GeralWanderson Kleber de Oliveira – SVS/MSGerson Fernando Mendes Pereira – DCCI/SVS/MSDenise Arakaki-Sanchez – CGDR/DCCI/SVS/MS
Organização e colaboraçãoDaniele Maria Pelissari – CGDR/DCCI/SVS/MS Daniele Gomes Dell’ Orti– CGDR/DCCI/SVS/MSDaiane Alves da Silva – CGDR/DCCI/SVS/MSFernanda Dockhorn Costa Johansen – CGDR/DCCI/SVS/MSGabriela Tavares Magnabosco – CGDR/DCCI/SVS/MSKleydson Bonfim Andrade Alves – CGDR/DCCI/SVS/MSMarli Souza Rocha – CGDR/DCCI/SVS/MSNicole Menezes de Souza – CGDR/DCCI/SVS/MSPatricia Bartholomay – CGDR/DCCI/SVS/MSTiemi Arakawa – CGDR/DCCI/SVS/MS Walter Ataalpa de Freitas Neto – CGDR/DCCI/SVS/MS
Revisão ortográficaAngela Gasperin Martinazzo – DCCI/SVS/MS
Projeto gráfico/Diagramação Fred Lobo, Sabrina Lopes – GAB/SVS/MSMarcos Cleuton de Oliveira – DCCI/SVS/MS
NormalizaçãoEditora MS/CGDI
1.Tuberculose 2.Epidemiologia. 3.Vigilância
Títulos para indexação: Epidemiological Report - Tuberculosis 2020
ISSN 0000-0000
Número Especial | Mar. 2020
Boletim Epidemiológico EspecialSecretaria de Vigilância em SaúdeMinistério da Saúde
Figura 1 – Coeficiente de incidência de tuberculose geral e por faixa etária (por 100 mil hab.). Brasil, 2010 a 2019 .....................................................................................................................................................11Figura 2 – Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2019 ................... 12Figura 3 – Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2009 a 2018 ........................ 12Figura 4 – Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2018 ............ 13Figura 5 – Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Brasil, 2010 a 2019 ......................................................................................................................... 14Figura 6 – Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção -TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Unidade Federada, 2019 ............................................................................................................. 14Figura 7 – Proporção de casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratorial. Brasil, 2010 a 2019 .................................................................................................................................................... 15Figura 8 – Situação de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose sensível e de tuberculose multidrogarresistente e resistente à rifampicina. Brasil, 2017 e 2018 .......................... 16Figura 9 – Proporção de casos novos de tuberculose diagnosticados na população privada de liberdade. Brasil, 2010 a 2019 ..............................................................................................................................17Figura 10 – Proporção de casos novos de tuberculose notificados e acompanhados por serviços de Atenção Primária à Saúde. Brasil, 2001 a 2019 ............................................................................................ 18Figura 11 – Proporção de casos novos de tuberculose notificados e acompanhados por serviços de Atenção Primária à Saúde por Unidade Federada. Brasil, 2019 ............................................................. 18
Lista de figuras
Tabela 1 – Indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de tuberculose por UF,
regiões e Brasil, 2019 .........................................................................................................................................................21
Tabela 2 – Indicadores de mortalidade por tuberculose por UF, regiões e Brasil, 2018 ..................................................... 22
Tabela 3 – Indicadores laboratoriais e de investigação de contatos dos casos de tuberculose por UF,
regiões e Brasil, 2019 ......................................................................................................................................................... 23
Tabela 4 – Indicadores de coinfecção TB-HIV por UF, regiões e Brasil, 2019 ......................................................................... 24
Tabela 5 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose
por UF, regiões e Brasil, 2018 .......................................................................................................................................... 25
Tabela 6 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos de retratamento da
tuberculose por UF, regiões e Brasil, 2018 ..................................................................................................................26
Tabela 7 – Indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de tuberculose em menores de dez
anos por UF, regiões e Brasil, 2018 e 2019 ....................................................................................................................... 27
Tabela 8 – Indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de tuberculose por capitais.
Brasil, 2019 ...........................................................................................................................................................................28
Tabela 9 – Indicadores de mortalidade por tuberculose por capitais. Brasil, 2018 ............................................................ 29
Tabela 10 – Indicadores laboratoriais e de investigação de contatos dos casos de tuberculose por capitais.
Brasil, 2019 .........................................................................................................................................................................30
Tabela 11 – Indicadores de coinfecção TB-HIV por capitais. Brasil, 2019 .................................................................................31
Tabela 12 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose
por capitais. Brasil, 2018 ................................................................................................................................................. 32
Tabela 13 – Indicadores operacionais de encerramento do tratamento dos casos de retratamento de
tuberculose por capitais. Brasil, 2018 ......................................................................................................................... 33
Lista de tabelas
Sumário
Introdução .......................................................................................................................................................................... 9
Panorama epidemiológico e operacional da tuberculose ....................................................................................11
Coinfecção TB-HIV ...........................................................................................................................................................13
Confirmação laboratorial da tuberculose .................................................................................................................15
Desfechos dos tratamentos da tuberculose ........................................................................................................... 16
Tuberculose na população privada de liberdade ....................................................................................................17
Tuberculose em menores de dez anos .......................................................................................................................17
Descentralização da tuberculose para a Atenção Primária à Saúde .................................................................17
Referências ..................................................................................................................................................................... 19
Tabelas ............................................................................................................................................................................. 20
Indicadores ...................................................................................................................................................................... 34
8
9
Introdução
A tuberculose (TB) ainda é um sério e desafiador problema de saúde pública global. No mundo, em 2018, cerca de dez milhões de pessoas adoeceram por tuberculose e 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência dela, sendo a TB a principal causa de morte por um único agente infeccioso. A doença afeta desproporcionalmente pessoas do sexo masculino, adultos jovens e países de baixa renda, apontando para a associação entre a ocorrência de TB e fatores socioeconômicos1.
Nesse cenário, o Brasil vem desenvolvendo diversas ações que visam reduzir a morbimortalidade por TB. Dentre elas, com o objetivo de intensificar as ações de prevenção e reduzir o adoecimento por TB, destaca-se a manutenção das altas coberturas vacinais por BCG e a ampliação da vigilância e das recomendações de investigação e tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis. Investimentos na incorporação de novas tecnologias para o enfrentamento da TB no Sistema Único de Saúde (SUS) têm favorecido a obtenção da
qualidade e eficácia do diagnóstico e tratamento da doença. Quanto ao alcance de desfechos favoráveis, há recomendações para implementação de estratégias assistenciais que favoreçam o estabelecimento do vínculo e a adesão visando o alcance de um diagnóstico precoce e tratamento oportuno, e consequentemente, prevenção da TB drogarresistente (TB DR). Ainda, o país tem reforçado as recomendações voltadas à oferta de proteção social à pessoa acometida pela doença.
O presente boletim apresenta os principais indicadores epidemiológicos e operacionais da TB no Brasil, estratificados por regiões, Unidades da Federação (UF) e capitais, e inclui um recorte para os casos de TB DR e para os casos de TB em menores de dez anos, na população privada de liberdade (PPL) e em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Esses indicadores são os propostos para o monitoramento do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública2 e das ações de enfrentamento da TB no país.
Tuberculose
11
Panorama epidemiológico e operacional da tuberculoseNo Brasil, em 2019, foram diagnosticados 73.864 casos novos de TB, o que correspondeu a um coeficiente de incidência de 35,0 casos/100 mil habitantes. Embora tenha sido observada uma constante tendência de queda entre os anos de 2010 e 2016, o coeficiente de
incidência da TB no país aumentou nos anos de 2017 e 2018 em relação ao período anterior (Figura 1). Nesses dois anos, houve uma tendência de queda na incidência entre os maiores de 65 anos, e de aumento na incidência nos menores de 10 anos e nos de 10 a 64 anos (Figura 1).
FIGURA 1 Coeficiente de incidência de tuberculose geral e por faixa etária (por 100 mil hab.). Brasil, 2010 a 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
37,535,0
4,2 5,7
42,2 39,7
48,7
39,2
0
10
20
30
40
50
60
Por 1
00 m
il ha
bita
ntes
Ano de diagnóstico
Brasil Menores de 10 anos De 10 a 64 anos 65 anos e mais
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
Na estratificação por UF, evidencia-se uma importante heterogeneidade no país, com os maiores coeficientes
de incidência acima de 51 casos/100 hab. nos estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Pará, Roraima e Acre (Figura 2).
FIGURA 2 Coeficiente de incidência de tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
por TB no Brasil variou de 4.400 a 4.600, e o coeficiente de mortalidade, de 2,2 a 2,3 óbitos por 100 mil hab. na série histórica (Figura 3).
FIGURA 3 Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2009 a 2018a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Em 2018, foram registrados 4.490 óbitos em decorrência da doença, o que equivale a um coeficiente de mortalidade de 2,2 óbitos/100 mil hab. Desde 2010, o número de óbitos
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
2,51 2,44 2,37 2,28 2,30 2,20 2,25 2,18 2,22 2,15
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Por 1
00 m
il ha
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Ano do óbito
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
Em 2018, nove UF apresentaram coeficiente de mortalidade por TB próximo ou superior ao coeficiente do país: Amazonas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará e Acre.
As capitais desses estados também apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade quando comparadas às demais capitais do país (Tabela 9).
No Brasil, em 2019, 487 casos de TB foram notificados após o óbito. Cerca de metade desses casos (230 casos) foram notificados em apenas duas UF: Pernambuco, com 126 notificações, e São Paulo, com 104 (Tabela 1).
Coinfecção TB-HIV
De 2010 a 2018, a proporção de casos novos de TB testados para HIV cresceu vertiginosamente. Em 2019, dados preliminares mostram que 76,1% dos casos novos de TB
conheciam seu status para a infecção pelo HIV, sendo que 8,4% dos casos novos foram positivos (Figura 5). A região Sul apresentou os maiores percentuais de testagem para o HIV e, corroborando o perfil epidemiológico do HIV no país3, também mostrou as maiores proporções de coinfecção TB-HIV, juntamente com Amazonas e Distrito Federal. Dentre as pessoas com coinfecção TB-HIV, em 2019, apenas 47,5% realizaram terapia antirretroviral (TARV) durante o tratamento da TB (Figura 6; Tabela 4).
FIGURA 4 Coeficiente de mortalidade por tuberculose (por 100 mil hab.). Unidade Federada, 2018a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
FIGURA 5 Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Brasil, 2010 a 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
FIGURA 6 Proporção de testagem para o HIV e de coinfecção TB-HIV entre os casos novos de tuberculose. Unidade Federada, 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde.
62,1 65,3 67,371,7 75,1
79,1 80,4 81,4 82,576,1
9,8 9,8 9,9 10,0 10,2 10,0 9,5 9,4 8,8 8,4
0
20
40
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100
Ano de diagnóstico
Testagem Coinfecção
%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
0
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100
Unidade Federada
Testagem Coinfecção
%
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
FIGURA 7 Proporção de casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratoriala. Brasil, 2010 a 2019b
a Confirmados por critério laboratorial: pessoas com tuberculose que apresentaram pelo menos um resultado positivo nos exames laboratoriais (baciloscopia de escarro, teste rápido molecular para tuberculose – TRM-TB ou cultura de escarro). b Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Confirmação laboratorial da tuberculoseDe 2010 a 2018, observa-se uma importante ampliação na proporção de casos novos pulmonares confirmados por critério laboratorial, ou seja, com pelo menos um resultado positivo nos exames de baciloscopia de escarro, teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou cultura (Figura 7). A Rede de Teste Rápido para Tuberculose foi implantada em 2014, ano em que se observou aumento na confirmação laboratorial dos casos – o que sugere qualificação no critério de confirmação dos casos de TB em decorrência da incorporação do TRM-TB. Em 2019, 72,2% dos casos novos de TB foram diagnosticados laboratorialmente (Figura 7) e 37,7% dos casos novos foram diagnosticados pelo TRM-TB (Tabela 3).
Dos casos pulmonares de retratamento de TB (n = 13.610), em 2019, 70,5% foram diagnosticados por critério laboratorial, sendo que 30,4% tiveram acesso ao exame de cultura. Dentre aqueles com resultado positivo na cultura, metade (50,1%) completaram o fluxograma conforme recomendado4 e tiveram acesso ao teste de sensibilidade às drogas anti-TB (Tabela 3).
Os dados por UF, capital e região estão apresentados nas Tabelas 3 e 10.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde.
67,8 68,2 68,4 67,7 68,673,5 72,8 72,9 73,8 72,2
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10
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30
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Ano de diagnóstico
%
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Desfechos dos tratamentos da tuberculoseA proporção de cura entre os casos novos de TB pulmonar com confirmação laboratorial no Brasil, em 2018, foi de 71,9% (Figura 8). Exceto pelo Pará e Rio de Janeiro, todas as UF do Norte e Sudeste apresentaram percentuais de cura de TB pulmonar acima do percentual nacional (Tabela 5). Por outro lado, Paraíba e Distrito Federal mostraram percentuais de cura da TB pulmonar inferiores a 60% (Tabela 5).
Entre os casos pulmonares de retratamento de TB confirmados por critério laboratorial, em 2018, o percentual de cura do país foi de 51,9%, bastante abaixo
do observado para os casos novos e do recomendado pela OMS para esse indicador (90%) (Tabela 6). Já entre os casos de TB multidrogarresistente e de resistência à rifampicina (MDR/RR), a proporção de cura/tratamentos completos em 2017 foi de 55,7% (Figura 8).
De forma geral, na maioria das UF, há uma tendência de melhora no percentual de cura quando se comparam casos novos de TB, casos novos de TB pulmonar e casos novos de TB pulmonar confirmados por critério laboratorial, sendo que este último indicador apresenta os maiores percentuais para esse desfecho (Tabela 5).
FIGURA 8 Situação de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose sensívela e de tuberculose multidrogarresistente e resistente à rifampicina. Brasil, 2017b e 2018c
a Pulmonares com confirmação laboratorial, excluídos os encerramentos por TB drogarresistente, mudança de diagnóstico, mudança de esquema e falência. b Dados referentes à TB resistente. Dados preliminares, sujeitos a alteração. c Dados referentes à TB sensível. Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Quanto ao abandono do tratamento da TB, em 2018, 11,6% dos casos novos pulmonares confirmados por critério laboratorial abandonaram o tratamento – proporção mais que duas vezes superior ao máximo de 5% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para abandono do tratamento da TB. Os maiores percentuais de abandono no país foram observados nas capitais Porto Alegre (25,3%), Porto Velho (24,6%), Florianópolis (23,4%) e Goiânia (21,3) (Tabela 13).
Ainda no âmbito do abandono do tratamento, em 2018, 475 casos novos abandonaram o tratamento da TB antes de 30 dias completos, sendo que aproximadamente metade (48,4%) desses casos ocorreram na região Sudeste (Tabela 5).
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde; Sistema de Informação de tratamentos especiais da tuberculose/Ministério da Saúde.
71,955,7
11,6
21,9
5,70,0
5,6
8,9
5,3
0,35,73,73,9
0
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40
60
80
100
TB sensível MDR/RR
Cura Abandono Não avaliados Óbitos Transferências Falência Mudança de esquema Em tratamento
%
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FIGURA 9 Proporção de casos novos de tuberculose diagnosticados na população privada de liberdade. Brasil, 2010 a 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Tuberculose na população privada de liberdadeNo período de 2010 a 2019, observou-se um aumento na proporção de casos novos de TB diagnosticados na PPL (Figura 9). No último ano da série, 2019, 8.154 (11,1%) casos novos foram notificados entre os privados de liberdade.
Dessa forma, os casos na PPL superam os casos de coinfecção TB-HIV, representando a maior proporção de casos novos dentre as populações mais vulneráveis ao adoecimento por TB.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde.
Tuberculose em menores de dez anos
Em 2019, 1.646 casos novos de tuberculose foram notificados em menores de dez anos de idade; dentre esses, 39 casos de TB miliar ou TB meníngea aconteceram em menores de cinco anos de idade. Para o ano de 2018, dos casos notificados em menores de dez anos de idade (n = 1.493), 71,4% foram encerrados como cura e 6,8% como abandono do tratamento (Tabela 7).
Os dados por UF e região estão apresentados na Tabela 7.
Descentralização da tuberculose para a Atenção Primária à SaúdeNo período de 2001 a 2019, houve um aumento na proporção de casos diagnosticados e acompanhados por serviços de Atenção Primária a Saúde (APS), sendo que, em 2019, 54,0% dos casos novos de TB foram notificados por unidades de saúde classificadas como APS, e 61,4% foram acompanhados em unidades nesse mesmo nível assistencial de atenção (Figura 10).
6,4 6,7 7,3 7,7 8,1 8,4 9,2 10,5 10,5 11,1
0
10
20
30
40
50
Ano de Diagnóstico
%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
Dentre as regiões, o Norte e o Nordeste apresentaram os maiores percentuais de casos novos de TB notificados e acompanhados na APS. Acre, Ceará e Pará tiveram mais de 70% dos casos novos de TB notificados na APS, e no Pará, mais de 80% deles foram acompanhados nesse mesmo
nível assistencial. Por outro lado, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, menos de 40% dos casos foram notificados e acompanhados na APS, refletindo uma concentração de casos novos de TB nos demais níveis de atenção (Figura 11).
FIGURA 10 Proporção de casos novos de tuberculose notificados e acompanhados por serviços de Atenção Primária à Saúde. Brasil, 2001 a 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
FIGURA 11 Proporção de casos novos de tuberculose notificados e acompanhados por serviços de Atenção Primária à Saúde por Unidade Federada. Brasil, 2019a
a Dados preliminares, sujeitos a alteração.
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (atualização: junho 2019).
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Secretarias Estaduais de Saúde/Ministério da Saúde e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (atualização: junho 2019).
43,6
54,044,8
61,4
0
20
40
60
80
100
Unidade de notificação Unidade de acompanhamentoAno do diagnóstico
%
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
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Unidade Federada
Unidade de notificação Unidade de acompanhamento
Brasil 54,0%
Brasil 61,4%
%
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
Referências
1. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2019. Geneva: WHO; 2019 [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/329368/9789241565714-eng.pdf?ua=1.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado em: 15 fev. 2020]. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B0CE2wqdEaR-eVc5V3cyMVFPcTA/view.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2019. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2019 [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
5. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação de Agravos de Notificação [Internet] [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose [Internet] [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://sitetb.saude.gov.br/.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informação sobre Mortalidade [Internet] [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/ eventos-v/sim-sistema-de-informacoes-de-mortalidade.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Informações de saúde (TABNET) - Demográficas e socioeconômicas [Internet] [citado em: 15 fev 2020]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/projpopuf.def.
Tabelas
21
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
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Cálculo dos indicadoresAs informações sobre morbidade por TB foram extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)5 e do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB)6, e as de mortalidade, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)7. Para as estimativas populacionais, foram utilizados os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)8 e, para a classificação dos serviços de saúde segundo nível de atenção à saúde, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Os dados deste boletim foram extraídos em fevereiro de 2020.
Os indicadores epidemiológicos e operacionais estão descritos no Quadro 1 e, no Quadro 2, os indicadores dos casos de TB em menores de dez anos de idade.
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Boletim Epidemiológico | Tuberculose Número Especial | Mar. 2020
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