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PORTO ALEGRE • ANO 23 • Nº 89 • OUT/NOV/DEZ/2013 Dermatologia Secção RS Boletim Trimestral da Sociedade Brasileira de Dermatologia Quase 2 mil pessoas atendidas Programa de Educação Continuada inicia-se com cosmiatria Página 7 Dermatologista Vicente Pacheco Oliveira analisa Programa Mais Médicos Página 7 Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele mobiliza dermatologistas em Canoas, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul e Santa Maria Página Central CONGRESSO DE CIRURGIA DERMATOLÓGICA Quatorze palestrantes estrangeiros confirmados Página 8 JORNADA GAÚCHA Dermatologistas aprovam evento em Porto Alegre Página 3 CASOS CLÍNICOS Reunião Ordinária do Ambulatório de Dermatologia Sanitária Apêndice Homenagem ao professor César Bernardi, grande nome da Dermatologia brasileira Páginas 8

Boletim Out / Nov / Dez 2013

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Page 1: Boletim Out / Nov / Dez 2013

PORTO ALEGRE • ANO 23 • Nº 89 • OUT/NOV/DEZ/2013

DermatologiaSecção RS

B o l e t i m T r i m e s t r a l d a

S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e D e r m a t o l o g i a

Quase 2 milpessoas atendidas

Programa de Educação Continuada inicia-se com cosmiatriaPágina 7

Dermatologista Vicente Pacheco Oliveira analisa Programa Mais MédicosPágina 7

Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele mobiliza dermatologistas em Canoas, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul e Santa Maria

Página Central

CONGRESSO DE CIRURGIA DERMATOLÓGICA

Quatorze palestrantes estrangeiros confi rmados Página 8

JORNADA GAÚCHA

Dermatologistas aprovam eventoem Porto AlegrePágina 3

CASOS CLÍNICOS

Reunião Ordinária do Ambulatório de Dermatologia SanitáriaApêndice

Homenagem ao professor César Bernardi, grande nome da Dermatologia brasileiraPáginas 8

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EDITORIAL

Diretoria 2013 -2014

PresidenteDr. Renato Marchiori Bakos

Vice-presidenteDra. Clarissa Prati

Secretário-geral Dr. Fabiano Siviero Pacheco

Primeira-secretáriaDra. Lizete Mariza Möller Meinhardt

Secretária científicaDra. Mariana Soirefmann

Tesoureira Dra. Raquel Fontoura Heidrich

DelegadosDr. Gustavo Gonçalves Costa Pinto Corrêa Dra. Tania Ferreira CestariDra. Célia Luiza Petersen Vitello KalilDra. Miriam Pargendler PeresDra. Inês Alencar de Castro Dra. Aída Schafranski LibisDra. Magda Blessmann Weber

SecretáriaGenecy Knevitz

BOLETIM TRIMESTRAL DE DERMATOLOGIA – Secção RS

Comissão editorialDra. Berenice do Valle Capra Dra. Letícia Pargendler PeresDra. Márcia Paczko BozkoDra. Miriam Pargendler Peres

Coordenação editorial: Formatexto Jornalistas AssociadosJornalista responsável: Elaine Lerner ([email protected])Designer gráfico: Rogério Grilho

SBD-RSAv. Ipiranga, 5311, sala 208, Porto Alegre – RS, CEP 90610 001Fone/fax (51) 3339.1811e-mail [email protected] www.sbdrs.org.brHorário de funcionamento: das 13h às 19h

As propagandas de produtos ou serviços anunciados são de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Prezados colegas,Chegamos ao final do primeiro ano de nossa gestão. Diversos desafios nos esperavam nesse período e muita dedicação foi colocada para manter o mesmo nível de gestão que a SBD-RS já possuía, agregando-se ações que fossem ao encontro das necessidades e dos desejos manifestados por nossos colegas. A SBD também sentiu este ano a dor de perder alguns de seus renomados mestres, como Rubem David Azulay, Luiz Henrique Paschoal e nosso querido professor Cesar Bernardi. Seus legados e suas memórias certamente permanecem, contribuindo para que a nossa sociedade mantenha seu rumo de destaque.

• • •As principais ações foram direcionadas para aqueles que consideramos os principais pontos de interesse de nossa sociedade. No âmbito científico, começamos com a organização da Jornada Sul-Brasileira em Gramado, levando para esse importante ponto turístico um evento da SBD depois de mais de uma década. Tivemos a Jornada Gaúcha em nova casa, nas instalações do Centro de Convenções do Hotel Sheraton. Ambos os eventos foram um grande sucesso principalmente pelo apoio e pela presença de todos os associados. As reuniões ordinárias contaram sempre com um grande público e com a dedicação de preceptores e residentes dos serviços credenciados que mostram como vale

atuar em nossa especialidade. Pudemos oferecer cursos de atualização em cosmiatria que, a partir da ótima aceitação que tiveram, pretende-se expandir em 2014.

• • •A defesa dos interesses de nossa especialidade

certamente foi e será uma prioridade que o momento exige. Contamos com o Comitê de Ética e com a assessoria jurídica, que têm sido sempre atentos e ativos com assuntos de interesse da Dermatologia, sendo em diversas oportunidades tidos como exemplo em reuniões com a diretoria nacional. Iniciamos, ainda, um profundo trabalho com nossa assessoria de imprensa a fim de disseminar ainda mais os

valores e conceitos que a SBD possui e sempre defendeu na coletividade gaúcha. Acreditamos que a dedicação de todos os dermatologistas é fundamental para que esses conceitos prosperem.

• • •Por fim, toda a diretoria e colaboradores da SBD-RS gostariam de desejar excelentes festas de final de ano e que todos possam encontrar momentos de paz junto aos seus. Para o próximo ano, esperamos novas ações e muito mais realizações para tornar a Dermatologia gaúcha e brasileira ainda mais forte. Contamos com o apoio de todos!Cordialmente,

Renato Marchiori Bakos

CONSELHO DELIBERATIVO

Reunião define cidades sedes de congressosA reunião anual do Conselho Deliberativo da SBD, realizada dia 6 de setembro, em Brasília, caracterizou--se pela extensa pauta analisada. Na abertura, a presidente Denise Steiner ressaltou o empenho da SBD em face dos polêmicos acontecimentos políticos que vêm abalando e repercutindo na Medicina brasileira. A atuação está sendo feita por meio da Comissão de Defesa Profissional em conjunto com as associações de classe e especialidades (CRM,CFM e AMB). ELEIÇÕES 2015/2016Duas chapas encabeçadas, respectivamente, pelos colegas Gabriel Gontijo, de Minas Gerais, e Sergio Palma, de Pernambuco, foram inscritas para as eleições da Diretoria Executiva da SBD biê nio 2015/2016.

CONGRESSOSDurante a reunião do Conselho Deliberativo foram escolhidas as cidades sedes e os presidentes dos congressos que serão realizados após o Congres-so Brasileiro de Dermatologia, em 2014, em Reci-fe, sob a presidência do dermatologista Emerson Vasconcelos de Andrade Lima.Em 2015: São Paulo será a cidade sede, com a presidência do colega Vitor Manoel Silva dos ReisEm 2016: a cidade sede será Porto Alegre, com a presidência da colega Tania Cestari, atual delega-da da SBD-RSEm 2017: Salvador foi a cidade escolhida, mas ainda falta a definição do nome do presidente

RESIDÊNCIAO Conselho Deliberativo autorizou a abertura de 24 novas vagas de residência em Dermatologia em vários Serviços no país para 2014. No Rio Grande do Sul foram autorizadas novas vagas nos Serviços do Hospital de Clínicas (2), da Santa Casa (2) e do Hospital São Lucas da PUCRS (1).

OUTRAS COMISSÕESVários assuntos foram analisados por outras co-missões. Entre as decisões, está a manutenção do formato atual do TED, apesar das propostas apre-sentadas visando a alterações.Também foi decidida a permanência da atual lo-gotipia da SBD após a consulta aos associados ter indicado ser esse o desejo da maioria.

DELEGADOS DA SBD-RS A SBD-RS esteve representada pelos delegados Aída Schafranski Libis, Célia Kalil, Gustavo Pinto Corrêa, Inês Alencar de Castro, Magda Blessmann Weber, Miriam Pargendler, Renato Bakos e Tania Cestari.

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

Atualização em curativos

EVENTO CIENTÍFICO

A XXXVIII Jornada Gaúcha de Dermatologia reuniu quase 300 dermatologistas associados e estu-dantes de Medicina no evento realizado nos dias 27 e 28 de setembro, no Shera-ton Hotel, em Porto Alegre. “Foi excelente a participação dos associados em todas as ativi-dades da Jornada”, explicou o presidente da SBD-RS, Renato Marchiori Bakos. Ressaltou, também, o crescimento da presença dos associados na Assembleia da SBD-RS, reali-

zada no encerramento da Jornada.Os dermatologistas gaúchos foram unânimes em aprovar o local escolhido para o evento. Na

avaliação, 95% considera-ram muito adequada a es-colha do hotel no coração do bairro Moinhos de Vento. Os participantes também des-

tacaram a conferência magistral do Dr. Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, primeiro vice-presi-dente do CFM, sobre “Ética na Prática Médica”.

Jornada gaúcha foi um sucessoDr. Carlos Vital falou

sobre ética

Dóris Baratz Menegon*O primeiro passo no tratamento de le-sões é a avaliação do leito da ferida e da pele adjacente. A partir daí, seleciona-se o tipo de curativo mais adequado para a fase da lesão.Segundo David G. Armstrong, os princí-pios básicos do cuidado de feridas e da realização de curativos são os que iremos descre-ver a seguir:

1) Livre de tecido desvitalizado Para que uma ferida cicatrize, as condições do lei-to devem ser adequadas, livre de qualquer corpo estranho, inclusive tecido desvitalizado. O primeiro objetivo é deixar o leito da ferida com tecido de granulação para as células epiteliais migrarem so-bre a lesão. O tipo de desbridamento é escolhido conforme as condições do paciente e o tipo de tecido existente.O desbridamento cirúrgico é sempre a primeira escolha, por apresentar um resultado mais rápido. Quando o tecido está muito aderido e o paciente não tolera a retirada dos tecidos desvitalizados com instrumentos cirúrgicos, utiliza-se desbrida-mentos enzimáticos ou autolíticos.O desbridamento enzimático pode ser realizado com papaína de 8% a 10% em creme de ureia a 10% ou colagenase. A troca do curativo é rea-lizada a cada 24 horas e pode ser associada ao desbridamento cirúrgico ou mecânico. Já no des-bridamento autolítico, utiliza-se hidrogel.Alguns pacientes referem dor intensa ou ardên-cia com desbridamento enzimático. Nesse caso, pode ser utilizado o desbridamento autolítico com hidrogel.

2) Controle da infecçãoNo controle de infecção, a limpeza da lesão é fun-damental. Deve ser realizada com soro fisiológico morno com uma pressão adequada para elimi-

nar os esfacelos que não estão muito aderidos.

3) Prevenção de invasão e a proliferação de bactérias Se as lesões apresentam sinais de infec-ção, demoram muito para cicatrizar ou têm risco grande de contaminação, os

curativos antimicrobianos estão indicados.O iodo cardoxomer reduz a carga bacteriana. Exis-te evidência de que esse iodo acelera a cicatri-zação se comparado com tratamento padrão. O curativo de prata diminui a carga bacteriana das feridas cutâneas de espessura parcial, áreas do-adoras e queimaduras, e não há diferença signifi-cativa no tempo de cicatrização entre os diversos tipos de curativos impregnados com prata.As queimaduras de espessura total são tratadas com curativos com prata, devido ao alto risco de infecção. O curativo de carvão ativado e o metro-nidazol a 0,8% têm um bom efeito nas feridas fé-tidas e/ou neoplásicas.

4) Controle de exsudatoO curativo tem como objetivo absorver o exsudato, manter a umidade e diminuir o edema. Deve-se levar em conta a quantidade de exsudato e a ca-pacidade de absorção do curativo, como também a umidade controlada no leito da lesão.O curativo oclusivo cicatriza 40% mais rápido do que o não oclusivo; o curativo aberto com gaze comum necessita trocas frequentes; o semiaberto, com gaze não aderente, requer cobertura secundária.Os curativos não aderentes (silicones, gaze com petrolato ou gaze com parafina) são utilizados em queimaduras de espessura parcial, áreas doado-ras, doenças bolhosas em geral.Curativos de espuma e alginatos são absorventes, sendo indicados quando a lesão é muito exsudati-va e ou sangrante.Os hidrocoloides têm uma absorção pequena a

moderada e aderem nos tecidos adjacentes, que devem estar íntegros para sua utilização.O hidrogel em placa tem pouca absorção do ex-sudato, mantém a umidade em lesões secas ou pouco exsudativas e auxilia no controle da dor.O uso do filme transparente como cobertura torna os curativos oclusivos.A compressão aumenta o índice de cicatrização das úlceras venosas. O sistema de multicama-das é mais efetivo que o de camada simples. O sistema multicamadas com compressão elástica é mais efetivo do que os compostos apenas por compressão inelástica.A bota de Unna é sistema de compressão inelásti-ca, que tem um menor custo, portanto é a primeira escolha no tratamento de úlceras de estase.

5) Eliminação de espaço mortoA ferida cavitária deve ser preenchida com curati-vo até a superfície, eliminando todo espaço morto e acelerando o processo de cicatrização. A terapia a vácuo acelera o processo normal de cicatrização da ferida, promove o fluxo de sangue, diminui a resposta inflamatória e altera a carga bacteriana e a bioquímica da ferida.

6) Custo-benefício Avaliar se o curativo é barato, disponível, pode per-manecer alguns dias na lesão, diminui o número de trocas, não macera o tecido ao redor e protege a ferida de outros danos.

7) De fácil manejo É importante que o profissional e o paciente não tenham dificuldades de manejar corretamente o curativo.

* Enfermeira coordenadora da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Tema de palestra apresentada na Jornada Gaúcha de Dermatologia

Dermatologistas prestigiaram evento Diretoria presidiu Assembleia

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Concluímos com sucesso mais uma edição da Campanha Nacional de Combate ao Câncer da Pele. A exemplo das 13 edições anteriores, agradecemos a adesão dos colegas voluntários e o apoio dos locais que se transformaram em postos de atendimento. Somente com essa participação foi possível atender, em apenas um dia, 1.991 pacientes.O mutirão dos dermatologistas, no sábado, 30 de novembro, alcançou o objetivo da SBD Nacional de não apenas orientar e fazer o diagnóstico, como também de tratar os casos confirmados. A incidência no Rio Grande do Sul chegou a 15,92%, o que demonstra, em números, a importância do trabalho dos dermatologistas no Dia Nacional de Combate ao Câncer da Pele.

Gustavo Pinto Corrêa, coordenador regional da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele

CAMPANHA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER DA PELE

Mutirão dos dermatologistas em defesa da saúde

Ambulatório de Dermatologia Sanitária

Universidade Federal de Santa Maria

Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Hospital Ana Nery (Santa Cruz do Sul)

Centro de Especialidades Municipal de Pelotas

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

SERVIÇO DE DERMATOLOGIA DO HOSPITAL SÃO LUCAS DA PUCRS

SERVIÇO DE DERMATOLOGIA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE

Trabalhos publicados pelo Serviço de Dermatologia da Santa Casa nos últimos meses:1. Guarienti, I; SEBASTIANI, V. R. Z.; G.M.Pinto; SOUZA, P. R. M.; ALMEI-DA JÚNIOR, Hiram Laranjeira de. Successful Treatment of Scleromyxe-dema with Oral Thalidomide. International Journal of Dermatology, v. 52, p. 631-632, 2013. 2. DUQUIA, Rodrigo Pereira; ALMEIDA JÚNIOR, Hiram Laranjeira de; SOUZA, P. R. M.; BREUNIG, Juliano de A; Goellner, C. Most Common Patterns of Acne in Male Adolescents: a Population Based Study. Inter-national Journal of Dermatology, v. 52, p. 550-553, 2013. 3. CORTE, L. D.; SILVA, M. S.; SOUZA, P. R. M. Simultaneous Larva Migrans and Larva Currens Caused By Strongyloides Stercoralis: Case Reports in Dermatological Medicine, v. 2013, p. ID 381583, 2013. 4. SOUZA, P. R. M.; DUQUIA, Rodrigo Pereira; GOTZE, F. M.; Boff, A.L.; MARTINS, M. B. Transient Lingual Papillitis Case Report. Scientia Medica (Porto Alegre. Online), v. 22, p. 208-210, 2013.

SERVIÇO DE DERMATOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

Prêmios recebidosO Serviço de Dermatologia da UFCSPA recebeu o prêmio Prof. João Gontijo pelo estudo realizado no mestrado do Dr. Giancarlo Bessa, durante o Con-gresso Brasileiro de Dermatologia, realizado em setembro, em Brasília. No estudo, que teve como orientadores os professores Renan Bonamigo, Magda Weber e Pedro D’Azevedo, foi possível ava-liar as suscetibilidades do estafilococo aos antibió-ticos tópicos em pacientes com dermatite atópica. Também em setembro, o Serviço da UFCSPA recebeu o primeiro prê-

mio na XXXVIII Jornada Gaúcha de Dermatologia, realizada em Porto Alegre, com o título “Estudo Comparativo entre o Uso Ácido Tri-cloroácetico e Ácido Fênico para Tratamento de Cicatrizes de Acne do Tipo Atrófica”. Os autores são Mariana Manfroi Dal Pizzol, Mag-da Blessmann Weber, Anna Paula Matiazzi e Ana Paula Dornelles Manzoni.

O Serviço de Dermatologia da PUCRS participou da Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase 2013 realizada dia 29 de outubro

Dra. Mariana Soirefmann (dir.) parabeniza dermatologista Mariana Dal Pizzol

Dr. Giancarlo

Mutirão dos dermatologistas em defesa da saúde

Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Hospital Universitário da Ulbra (Canoas)

Hospital São Lucas da PUCRS

Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr. (Rio Grande)

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ASSESSORIA JURÍDICA

Dr. Rafael Torres dos Santos

É frequente o recebimento de questionamen-tos jurídicos dos associados da SBD-RS acerca dos direitos e deveres do dermatologista diante da procura de atendimento por pacientes com complicações decorrentes de procedimentos/tratamentos realizados por profissionais não es-pecialistas na área dermatológica. Ou o que é gravíssimo: por profissionais não aptos ao exer-cício da Medicina.Assim, e a bem esclarecer e informar a catego-ria sobre os limites compreendidos no atendi-mento médico dito ‘especializado’ em Derma-tologia, cabe separar a questão em pelo menos dois diferentes aspectos: um ético-profissional, a envolver a relação com o paciente e com o médico regularmente graduado e registrado que prestou o atendimento inicial; outro jurídi-co, a envolver as obrigações legais afetas ao dermatologista, assim como a necessidade do resguardo da sua atuação.No campo ético-profissional, há de se ter pre-sente que a legislação brasileira vigente faculta a qualquer médico exercer a profissão de forma irrestrita, “em qualquer de seus ramos ou espe-cialidades”, conforme expressão adotada pela regra do art. 17, da Lei 3.268/57.Portanto, em se tratando de paciente que relatar atendimento médico anterior (mesmo que rea-lizado por não dermatologista), deve o médico especializado observar as regras éticas dispostas a respeito na Resolução CFM no. 1.931/2009, o chamado Código de Ética Médica (CEM), cujos deveres compreendem, entre outros, a proibição de “desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o pa-ciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável” (art. 52).Já no que tange ao atendimento do paciente, tenha ele sido atendido originalmente por um médico ou não, há que se dizer que não exis-te propriamente uma obrigação do médico em prestar o atendimento em consultório (menos ainda o particular), já que o art. 33, do CEM, es-tabelece como inadiável o atendimento médico somente “em casos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médi-

Atuação médica especializadaco em condições de fazê-lo”. Porém, é preciso lembrar que o mesmo Código de Ética elenca como princípio fundamental que “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissio-nal”, o que sempre deve ser levado em conta pelo dermatologista a bem definir se presta (ou não) o atendimento.Quanto ao aspecto dito ‘jurídico’, é preciso con-siderar que a sociedade contemporânea vive um reconhecido, crescente e intenso processo de busca pela imagem perfeita, campo fértil para o desejo (e a promessa) de benefícios es-téticos instantâneos. Não por acaso o paciente se depara com o oferecimento de uma gama cada vez maior de produtos e tratamentos que prometem (muitos deles sem comprovação) resultados imediatos e duradouros, o que cer-tamente não se comunica com os melhores princípios da Medicina.Ocorre que nessa busca desenfreada muitos dos procedimentos e tratamentos oferecidos à po-pulação têm sido levados a efeito de forma ina-dequada, por motivos equivocados e, sobretudo, por pessoas despreparadas. É notória, por exem-plo, a explosão de locais e profissionais que se dedicam a oferecer indistintamente tratamentos que vão desde a realização de peelings químicos, aplicação de toxina botulínica, e até mesmo tra-tamentos com laser, situação que bem reflete a generalização e banalização desses procedimen-tos, os quais requerem, por natureza, um mínimo conhecimento médico adequado.Nesse contexto, ao se defrontar com o relato clínico de um paciente atendido/tratado por profissionais não especialistas, ou (o que é gra-víssimo) por não médicos, deve o dermatologis-ta que decidir prestar o atendimento registrar desde logo essa informação no prontuário, tudo com a maior riqueza de detalhes possível. Ele-mentos tais como o histórico do paciente, com a correta identificação do quadro inicial sobre o qual passará a prestar atendimento médico, identificação dos profissionais que já atuaram sobre o caso, os sintomas apresentados, e os tratamentos/procedimentos até então realiza-dos, compõem acervo essencial e inestimável

à correta parametrização da atuação do espe-cialista, além de repercutirem de forma direta sobre sua responsabilidade, pois permitem que se estabeleça o correto início, sentido e término da atuação médica especializada, impedindo que possíveis erros possam ser a si atribuídos em qualquer instância, inclusive judicial.E vale lembrar que, por definição, entende-se o dermatologista como sendo o profissional médico especializado no ramo da Medicina que estuda a pele, sua estrutura, funções e doenças, atuando no diagnóstico, tratamento e prevenção clínico--cirúrgica das doenças pertinentes. Em decorrên-cia, sua atuação, especialmente em áreas que contenham insatisfação puramente estética, pode ser entendida pelo Poder Judiciário como sendo de resultado, e não simplesmente ‘de meios’, daí a relevância de bem estabelecer o momento em que o dermatologista passou a atuar naquele es-pecífico paciente/caso concreto, assim como a real proposta de êxito no tratamento.Outro importante instrumento a ser utilizado se traduz no perfeito esclarecimento ao paciente de sua condição atual e do resultado esperado a partir da atuação especializada. E aqui tem pertinência a formalização do chamado “Termo de Consentimento Informado”, documento pelo qual o dermatologista pode registrar que alertou o paciente sobre os riscos dos procedimentos/tratamentos já realizados, e os que, a partir daí, serão levados a efeito. É recomendável, ainda, registrar e informar a influência do quadro preté-rito sobre a efetividade do diagnóstico/tratamen-to dermatológico, tudo de modo a perfectibilizar a confiança na relação médico-paciente. A bem da verdade, tais desideratos configuram uma obrigação ética do médico, bem estampada nas regras dos artigos 34 e 35, do CEM, os quais são expressos em considerar vedado ao médico “Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do trata-mento, salvo quando a comunicação direta pos-sa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal” (art. 34) e “exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder--se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos” (art. 35).

O Dr. André Carvalho, responsável pelo Ambulatório de Psoríase da Santa Casa, coordena junto com o Dr. Marcelo Arnone, da Universidade de São Paulo, o Departamento de Psoríase da SBD Nacional. Neste ano, o departamento renovou o logotipo da campanha e o slogan, visando às atividades do Dia da Psoríase, 29 de outubro, quando foi realizada a Campanha Nacional de Conscientização. Cada Serviço de Dermatologia credenciado pela SBD, em todo o país, ficou livre para decidir como realizar a campanha. No Rio Grande do Sul, a SBD Nacional decidiu apoiar a associação de pacientes nacional, a Psoríase Brasil. O evento aconteceu no domingo, dia 27, entre 10h e 14h, no Parque Farroupilha, junto ao Monumento do Expedicionário.

Psoríase em Porto Alegre

Dr. André Carvalho

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

MAIS MÉDICOS

Programa Mais Médicos: em jogo, a saúde da população brasileiraDr. Vicente Pacheco Oliveira*A questão dos médicos do Programa Mais Médicos, instituído pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação, é extremamente complexa. A Medida Provisó-ria 621/2013 colocou por terra algumas leis existentes, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que previa que os profissionais mé-dicos somente poderiam exercer a Medicina em território nacional mediante exame de revalida-ção de diploma a ser realizado em faculdade de Medicina de universidade pública brasileira. Também determinava exame de suficiência da língua portuguesa com aprovação em nível in-termediário. Conforme Medida Provisória aprovada pelo Par-lamento, os chamados “intercambistas” ficaram dispensados dos referidos exames e passam a ser registrados diretamente pelo Ministério da Saúde.Em princípio, o Ministério da Saúde ficará in-cumbido de informar aos Conselhos de Medici-na os locais onde os “intercambistas” atuarão e, estes somente poderão atuar no programa Mais Médicos (brasileiros e estrangeiros). Não se tem ideia de como o Ministério da Saúde fará o con-trole da atuação desses profissionais.A população, sobretudo aquela menos favore-cida, ficará à mercê da capacidade profissional (não avaliada) dos médicos do programa. Nos 56 anos de existência dos Conselhos, jamais houve situação semelhante. A autoritária medi-da do atual governo enfraquece todo o sistema

Dr. Vicente: “Somos oriundos de uma profissão humanista e não podemos assistir calados”

de conselhos profissionais que nesse período exerceram com dignidade e responsabilidade a missão que lhes foi delegada pela sociedade, de registrar, normatizar e fiscalizar as profissões em nosso país.A validação de diplomas estrangeiros, medida adotada por todos os países no mundo, incluin-do Cuba, visa a avaliar as qualificações mínimas obtidas pelo médico na sua graduação para o exercício profissional em nosso país. Foram relatados casos de pessoas que apresenta-ram documentos e diplomas estrangeiros sem tradução juramentada e sem comprovação de veracidade de documentos.Os profissionais do programa ao exercerem a Medicina, mesmo não registrados pelos conse-lhos profissionais, ficam sujeitos às leis do país e podem ser denunciados à justiça por even-tuais falhas profissionais cometidas. Os conse-

A SBD-RS concluiu, no início de dezembro, os primeiros módulos do Programa de Educação Médica Conti-nuada em Cosmiatria 2013. A Direto-ria da SBD-RS estuda a possibilidade de novos módulos em 2014.O projeto piloto desenvolvido em Por-to Alegre pela SBD-RS foi criado a partir de experiências positivas de ou-tras regionais e da forte demanda por parte de dermatologistas gaúchos.“Temos um retorno muito positivo. Os colegas aprovaram o formato em módulos e a forma de acompanhar

os procedimentos aplicados nos pa-cientes unicamente pelo dermatolo-gista ministrante”, explica a secre-tária científica da SBD-RS, Mariana Soirefmann. Cada um dos quatro módulos, essencialmente prático – preenchimento de ácido hialurônico, luz intensa pulsada, toxina botulínica e preenchimento com hidroxiapatita de cálcio – teve as oito vagas ofere-cidas preenchidas em curto espaço de tempo. Os cursos foram realiza-dos na Clínica Lavinsky, no bairro Moinhos de Vento.

lhos poderão apenas denunciar as falhas come-tidas e denunciar às autoridades constituídas.A credibilidade das nossas instituições, sejam elas conselhos profissionais, justiça trabalhista, justiça comum e sobretudo o Parlamento bra-sileiro, deve ser cobrada do governo que, sem qualquer diálogo com as entidades médicas e por razões obviamente eleitoreiras, impingiu à sociedade brasileira esse programa.Muitos médicos brasileiros que trabalhavam re-gularmente nas prefeituras, nos programas de Estratégias de Saúde da Família, com salário, direitos sociais, etc., estão sendo dispensados porque os prefeitos, visando a diminuir custos, aguardam os “intercambistas” que são pagos pelo Ministério da Saúde.Fica a dúvida de como estará sendo conduzida a saúde das populações de municípios distan-tes e sem estrutura e das periferias das cidades, quando após três anos encerrar este programa. Sem os “intercambistas”, sem os médicos que foram dispensados...Somos oriundos de uma profissão humanista e não podemos assistir calados que em nosso país tenhamos Medicina de qualidade para uma parte da população e Medicina não avaliada para os pobres das periferias e cidades onde não se oferecem condições dignas para o pro-fissional da saúde trabalhar.

*Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia há 32 anos,

ex-presidente do CRM-SC

Vagas esgotadas nos módulos de cosmiatria

Sucesso nos primeiros módulos do Programa de Educação Continuada

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

26º CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA DERMATOLÓGICA

Mais de 2,5 mil con-gressistas são espe-rados para o 26º Con-gresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológi-ca, que será realizado de 9 a 12 de abril de 2014, no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. O tema central será “Cirurgia Dermatológica com Sustentabilidade e Consciência Social”, sendo que a palestra de abertura será feita pela presidente da ONG gaúcha “Parceiros Voluntários”, Maria Elena Johannpeter Gerdau. Ela falará sobre “Como o Voluntariado Organizado Pode Fazer a Diferen-ça no Nosso País”. Neste simpósio, também serão abordados temas como “As Expectativas Ambientais do Paciente no Século 21: o Que o Médico Consciente Pode Fazer”.“A programação científica está altamente em-basada em evidências da literatura médica”, ex-plica a coordenadora da Comissão Científica do evento, dermatologista Taciana Dal’Forno Dini. Entre os destaques, estão oito conferências ma-

gistrais com alguns dos 14 palestrantes inter-nacionais confirmados. O Dr. Leonard Goldberg apresentará “O Que Aprendi ao Longo de uma Vida na Cirurgia Dermatológica” e o Dr. Henry Lim – ambos dos Estados Unidos – palestra-rá sobre “Hiperpigmentação Pós-Inflamatória: Prevenção e Tratamento”.Estão programados também 14 simpósios com participação de palestrantes internacionais e dermatologistas nacionais renomados, quatro simpósios paralelos e cinco patrocinados. O simpósio de encerramento “Três Pérolas em Três Minutos” terá a participação de oito pales-trantes internacionais. Eles contarão quais fo-ram as três principais dicas nas suas vidas em relação à cirurgia dermatológica. O 26º CBCD oferecerá também 18 cursos práticos

Dr. César Duílio Vare-jão Bernardi, falecido em 8 de setembro de 2013, possuía uma personalidade serena e de inúmeras atribui-ções científicas que o faziam um líder nas Dermatologias brasi-leira e internacional. Nascido em Porto Alegre, em 27 de de-zembro de 1934, era filho de Duílio Bernardi e Rafaela Varejão Bernardi.

Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFRGS, em 1961, sendo médico dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, com vários anos dedicados ao atendimento dermatológico.

Dentre suas titulações, ao longo de sua carreira, destacaram-se as seguintes:

• Professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFRGS

• Chefe do Serviço de Dermatologia da UFRGS

Recorde de conferencistas internacionais

Professor César Bernardi, um mestre em Dermatologiano Complexo Hospital da Santa Casa de Mi-sericórdia de Porto Alegre

• Presidente da Sociedade Brasileira de Der-matologia-RS (1981/1982)

• Presidente da Sociedade Brasileira de Der-matologia (1987/1988), tendo sido presi-dente do 44º Congresso de Dermatologia da SBD, em Porto Alegre

• Presidente da Radla (1993/1994), tendo sido organizador e presidente em 1994 desta reu-nião em Porto Alegre

• Membro fundador da Academia Sul-Rio--Grandense de Medicina, demonstrando, assim, o reconhecimento por todas as suas contribuições, não somente para a Dermato-logia, como também para a Medicina.

Por muitos anos, durante as décadas de 1960 e parte da de 1970, dedicou-se ao ensino no Ser-viço de Dermatologia da Santa Casa de Miseri-córdia de Porto Alegre, atuando junto com o Prof. Clóvis Bopp, além de outros dermatologistas, e orientando residentes da área. Na Dermatologia Sanitária, muito auxiliou o seu desenvolvimento, contando com o apoio e o reconhecimento de diversos colegas dermatologistas.

Em meados dos anos 1970 até os anos 1980, exerceu suas atividades como chefe do Servi-ço de Dermatologia Sanitária da Secretaria da Saúde do RS, dando especial atenção à hanse-níase e a outras doenças dermatológicas infec-tocontagiosas. Atuou tanto no ambulatório de Dermatologia Sanitária (ADS) como na Unidade de Internação em Dermatologia Sanitária (UIDS), localizada no Hospital Sanatório Partenon (POA/RS), que recebia diversos pacientes oriundos do interior de nosso Estado, como os vindos do ADS.Em meados dos anos 1980, retornou ao Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Porto Alegre, assumindo sua chefia até, aproximadamente, o início dos anos 2000. Diversos residentes tive-ram oportunidade de conviver com sua pessoa e seu imenso conhecimento intelectual e cientí-fico. Autor de diversos artigos e publicações na-cionais e internacionais foi, por vezes, homena-geado em trabalhos de dissertação de mestrado e teses de doutorado.

* Sócia titular da SBD, delegada da SBD/RS 2013/2014, coordenadora da Educação

Médica Continuada em Dermatologia da SBD 2013/2014

ARTIGO

Dra. Célia Kalil*

Professor César Bernardi

Dra. Taciana: “Programação é embasada em evidências da literatura médica”

CONVIDADOS INTERNACIONAIS CONFIRMADOS Alemanha: Carola Berking, Eckard Haneke, Gerhard Sattler, Marc Heckman e Thomas Proebstle; Áustria: Mathias Sandhofer e Patrick Schauer; Estados Unidos: Camile Hexsel, Gary Monheit, Henry Lim, Leonard Goldberg e Susan Weinkle; Portugal: Osvaldo Correia; Suíça: Alice Antunes

INSCRIÇÕESPodem ser feitas pelo site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica(http://sbcd.org.br/portoalegre2014/)

cirúrgicos (realizados em centro cirúrgico), destacan-do assuntos atuais, como microagulhamento de face e corpo, e temas especia-lizados, como cirurgia de Mohs. Estão previstos 32

cursos práticos, entre os quais correção de cica-trizes de acne com tecnologias e especializados como transplante de pelos em pequenas áreas.

Haverá ainda 20 cursos teóricos sobre temas atuais, como tratamento de gordura localizada (ultrassom de alta intensidade, laser lipólise, criolipose), e especializados, como rejuvenes-cimento da genitália feminina. Estão previstos cinco fóruns de discussões sobre temas gerais da Cirurgia Dermatológica.

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DermatologiaBoletim Trimestral da Dermatologia Sociedade Brasileira de Dermatologia • Secção RS

I

AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA SANITÁRIAReunião Ordinária de Casos Clínicos – 11/10/2013

SÍNDROME STIFF SKINAutores: Cristiane Cattani, Vera Bauer e Laura Netto Hagemann.

Identificação: paciente feminina, sete anos de idade, natural e proce-dente de Capão da Canoa.

QP: endurecimento da pele das co-xas, simetricamente desde os dois anos de idade.

HDA: aparecimento de áreas endu-recidas na pele na face lateral das coxas e quadris aos dois anos, com aumento progressivo. Negava outros sintomas (dor, prurido, eritema local, alteração de sensibilidade). Apresen-tava desenvolvimento neuropsicomo-tor adequado para a idade. Negava casos semelhantes na família.

Exame clínico: apresentava áreas de pele de consistência fibrosa, en-durecida, pouco macia ao toque do quadril até metade das coxas, sem limites precisos entre a pele acome-tida e a saudável. Não havia restrição nos movimentos, alteração no cres-cimento das pernas ou alteração dos anexos cutâneos. Sem outras lesões no corpo.

Exames complementares:

- exames laboratoriais (sangue e uri-na) dentro da normalidade, incluindo anticorpos antiSCL70, anticentrôme-ro, FAN, FR, antiDNA e sorologias, que eram negativos. - ecografia abdominal sem altera-ções. - ecografia da perna mostrando es-pessamento da pele (derme e epider-me) sem alteração do tecido subcutâ-neo ou músculos. - possuía duas biópsias prévias do ano anterior respectivamente com as seguintes descrições: escasso hipo-derma, pele com inflamação crônica discreta; pele sem evidência de es-clerose dérmica inequívoca.

- realizada nova biópsia que eviden-ciou homogeneização do colágeno na derme profunda, sem acometimento dos anexos cutâneos.

HEMANGIOMAS ELASTÓTICOS MÚLTIPLOSAutores: Renan Bonamigo e Gabriela Hertz Soares.

Identificação: paciente masculino, 66 anos, casado.

QP: ”manchas” nos antebraços.

HDA: lesões assintomáticas em am-bos os antebraços, que apresentavam cerca de dois anos de evolução. Le-sões apresentaram crescimento pro-gressivo e lento.

HMP: dislipidemia; HAS; diabetes; exérese de CBC na região frontal em 2008; doença de Bowen retroauricu-lar direita em 2013. Em uso crônico de: sinvastatina, ciprofibrato, enalapril, anlodipino, metoprolol e metformina.

Exame clínico: apresentava fotodano evidente, lesões papulosas, angioma-tosas e infiltradas em ambos os bra-ços, antebraços e na mão direita.

Exames complementares: exames laboratoriais (sangue e urina) dentro da normalidade e sorologias (anti-HIV, anti-HCV, HbsAg e VDRL) negativas.

Realizadas duas biópsias que eviden-ciaram proliferação vascular benigna, com vasos ectásicos na derme supe-rior em meio a estroma edemaciado e com proeminente elastose. Ausência de vasos atípicos. Ausência de he-mossiderina.

LÍQUEN ESCLEROATRÓFICO EXTRAGENITALAutores: Letícia Crestana e Gabriela Hertz Soares.

Identificação: paciente feminina, 55 anos de idade, procedente de Char-queadas.

QP: manchas e prurido no dorso.

HDA: aparecimento de manchas no dorso, membros inferiores e abdome há cerca de quatro anos, associadas a prurido significativo. Negava trata-mentos prévios. Negava casos seme-lhantes na família.

HMP: HAS; dislipidemia; ansiedade/depressão. Acompanhava com gine-cologista devido à líquen escleroatró-fico genital (sic). Em uso crônico de: propanolol, hidroclorotiazida, AAS, sinvastatina, clonazepan, imipramina, diazepan e carbamazepina.

Exame físico: placas atróficas com áreas centrais hipocrômicas, algu-mas com hipercromia periférica e com descamação superficial, no dor-so, membros superiores, abdome e membros inferiores.

Exames complementares: exames laboratoriais dentro da normalidade, incluindo FAN e antiTPO. Realizada biópsia que evidenciou dermatite de interface com dano vacuolar, edema e esclerose do colágeno da derme su-perior, associado a infiltrado liquenói-de subjacente.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO NECROTIZANTEAutores: Letícia Eidt, Cristiane Catta-ni e Taciana Trevisan.

Identificação: masculino, 62 anos, solteiro, procedente de Cachoeira do Sul, aposentado (trabalhava anterior-mente como agricultor).

HDA: diagnóstico de hanseníase vir-chowiana, feito em 2008, com his-tórico de dois tratamentos irregula-res (2008 e 2010). Encaminhado à

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II

Dermatologia Sanitária em fevereiro de 2011, devido a quadro de reação tipo 2. Realizado manejo com talido-mida e poliquimioterapia de forma regular, tendo completado tratamento com 12 doses. Após término do trata-mento, persistiu com lesões de erite-ma nodoso hansênico leve, necessi-tando manutenção da talidomida para controle das mesmas, permanecendo estável até julho de 2013. Nesta épo-ca, apresentou quadro de resfriado comum e, somado a isso, suspendeu o uso da talidomida por falta da medi-cação devido ao não comparecimento à consulta prévia. Desenvolveu, en-tão, quadro de astenia, febre e piora importante das lesões cutâneas, com algumas evoluindo, inclusive, com áreas de necrose.

Exame físico: nódulos eritemato-sos, dolorosos, confluindo forman-do placas com necrose central em membros superiores e tórax anterior à esquerda. Nódulos eritemasos, do-lorosos à palpação, de consistência elástica em dorso. Garra rígida de 3º, 4º e 5º quirodáctilos E. PI com grau 2 de incapacidade física.

HISTOPLASMOSE MUCOCUTÂNEAAutores: Renan Bonamigo e Taciana Trevisan.

Identificação: 34 anos, vigilante, na-tural de Canoas, procedente de Porto Alegre (bairro Rubem Berta).

HDA: paciente refere lesões erosadas em ambas as asas nasais, com evo-lução de um ano. Relata que inicial-mente as lesões eram dolorosas, po-rém atualmente são indolores. Nega viagens para outros estados. Nega presença de outras lesões cutâneas.

HMP: SIDA com diagnóstico há cer-ca de cinco anos em uso regular de TARV desde abril/2013 (último CD4 de julho/2013: 59). Histórico de in-ternação por problemas pulmonares quando do diagnóstico do HIV.

Exame físico: lesões erosadas, friá-veis, infiltradas e recobertas por crostas, em ambas asas nasais. Des-truição do septo nasal, porém sem desabamento.

Ausência de linfonodomegalias pal-páveis em cadeias cervicais, axilares e inguinais. Ausência de hepatoesple-nomegalia.

TELANGIECTASIA MACULARIS ERUPTIVA PERSTANSAutores: Renan Bonamigo e Roberta Castilhos da Silva.

Identificação: homem, 34 anos, pro-cedente de Porto Alegre.

HDA: há cerca de dois anos com le-sões pruriginosas no tronco, inicial-mente papulosas, que evoluíram para manchas algumas escurecidas outras avermelhadas. Chegou a fazer diver-sos tratamentos, incluindo ciclos de prednisona com pouca resposta.

RS: queixa de dor abdominal em flan-co esquerdo.

HMP: nega comorbidades

Exame clínico: numerosas telan-giectasias e micromáculas eritema-tosas pruriginosas na região torácica anterior e posterior.

Exames complementares: anato-mopatológico: infiltrado linfocítico e mastocitário (ressaltado pela colora-ção de Giemsa), circundando vasos telangiectásicos e hiperpigmentação da basal.

AMILOIDOSE BIFÁSICAAutores: Eloísa Unfer Schmitt e Re-nan Rangel Bonamigo.

Identificação: paciente masculino, 59 anos, branco, eletricista, natural e procedente de Butiá.

HDA: paciente referia surgimento de

lesões escurecidas e pruriginosas no dorso à esquerda e nas pernas há cerca de 15 anos com aumento progressivo do tamanho das lesões neste período. Relatava trauma com areia e cimento como fator de piora do quadro.

HMP: cirrose criptogênica, pólipos in-testinais, hipotireoidismo. Em uso de levotiroxina sódica 25 mcg/dia HF: pai falecido por neoplasia de prósta-ta, mãe falecida por complicações de DM.

Negava acometimento cutâneo fami-liar semelhante.

Perfil psicossocial: ex-tabagista (parou há 20 anos). Ingestão de álcool nos finais de semana (duas garrafas de cerveja)

EF: máculas hiperpigmentadas con-fluentes na região escapular esquer-da; placas formadas por pápulas hi-percrômicas e queratósicas na região dos tornozelos e pernas, bilateral-mente.

Exames complementares: altera-ção de provas de função hepática; colonoscopia (07/2010): adenomas vilotubulares com displasia de bai-xo grau; ecografia abdominal total (05/2011): nódulo 2,1 no seguimento IV e heterogeneidade hepática; tomo-grafia computadorizada (08/2011) para avaliação de nódulo hepático não evidenciou a presença do mes-mo. Fígado aumentado de tama-nho. Biópsia de linfonodo na região cervical direita e tecido subcutâneo abdominal (08/2011): pesquisa de substância amilóide negativa. Biópsia hepática (08/2011): tecido hepático com marcada alteração estrutural podendo corresponder a cirrose. EDA (02/2011): sem alterações; Anticor-pos e sorologias negativas. AP per-na direita (02/2011): ortoceratose, paraceratose, hiperplasia epidérmica e hipergranulose. Derme papilar rica em pequenos capilares evidenciando acúmulo de material basofílico, com-patível com líquen amiloidótico.