Upload
arglefoo4213
View
229
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Análise de mercados financeiros
Citation preview
ESTUDOS ECONMICOSE FINANCEIROS
Anlise Mensal06 de Junho de 2014
Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho
Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira FelinoNuno Andr CoelhoTeresa Gil Pinheiro
EM BUSCA DE UMA NOVA NORMAL (IDADE)
A informao econmica continua a apontar para crescimento moderado nos principaisblocos mundiais, aceitando-se que a economia chinesa dever abrandar para uma fasquiade crescimento entre 7%-7.5%, com alicerces mais saudveis mas tambm comimplicaes no despiciendas na dinmica global. A informao revista relativa aosprimeiros trs meses do ano desapontou - o PIB norte-americano recuou 1%; a UEMcresceu 0.2%, metade do que era previsto - mas os factores climatricos, sazonais e,no caso europeu, o pior desempenho da economia gaulesa e italiana, justificaram estaevoluo, que se acredita seja temporria, antecedendo um segundo trimestre maisrobusto. Entretanto, continuam a procurar-se sinais de retoma do investimento pelosector empresarial, quer na Europa quer nos EUA, perante nveis de utilizao dacapacidade instalada prximo de valores mximos. Refira-se que, no caso Europeu, asmedidas anunciadas em Junho pelo BCE, pela sua abrangncia, podero revelar-serelevantes neste captulo.
A comunicao dos bancos centrais tem sido o principal factor justificativo das maioresoscilaes e movimentos do cmbio do euro face ao dlar. E ao longo do ms de Maio,a perda de terreno do euro evidenciou o impacto das palavras do Presidente do BCE,que antecipou novas medidas s agora implementadas. A curto prazo, a ultrapassagemda fasquia de 1.35 pelo cmbio EUR/USD seria indicativa de uma alterao estrutural emais forte da tendncia, a favor do dlar.
As medidas recentemente anunciadas pelo BCE devero assegurar a manuteno deum ambiente financeiro acomodatcio para famlias e empresas na UEM, sendoimportantes para acomodar os actuais nveis de expanso e evitar (ou minorar asprobabilidades de) um cenrio de estagflao ou mesmo deflao. Procuram tambmreavivar o mercado de crdito, sobretudo nos mercados mais afectados pelafragmentao financeira. No certo quais sero os resultados, dado que em parte asquedas do crdito concedido, quer a particulares quer a empresas, reflectem ausnciade procura por financiamento e desequilbrios estruturais no balano das empresas empases e sectores especficos. Trata-se de um ciclo vicioso que importa quebrar, nosendo certo que estas medidas sejam suficientes para tal.
As taxas de juro implcitas nos ttulos de dvida pblica benchmark continuam a alcanarpatamares mnimos histricos, contrariando as previses feitas no incio do ano. Areconstituio de carteiras por investidores institucionais, que beneficiando dasvalorizaes registadas no passado recente no mercado bolsista procuram agoradiversificar a sua carteira para activos mais consistentes com as suas responsabilidadesde longo prazo, justifica parcialmente a quebra consistente de nveis de referncia. Poroutro lado, a conjugao dos esforos dos bancos centrais na prtica de polticasacomodatcias e a envolvente econmica conferem tambm suporte situao de yieldshistoricamente baixas. Nos mercados da periferia do euro, as medidas anunciadas peloBCE devero estimular uma envolvente financeira mais favorvel e contribuir paraancorar os prmios de risco em nveis baixos. Todavia, estes tornar-se-o gradualmentemais sensveis a factores polticos internos, especficos de cada pas.
A melhoria das condies de financiamento nos pases de regio do euro, com destaquepara os pases sob alvo de recentes processos de ajustamento, dever impulsionar asvalorizaes nos mercados accionistas, evoluo que poderia ser reforada por umatendncia mais vincada de reposicionamento do euro, no sentido da sua desvalorizao.Todavia, a eventual ascenso destes mercados ter que estar assente numa tendnciaglobal tambm positiva, tendo os factores polticos e econmicos internos capacidadede impor diferenciao das tendncias.
Nesta publicao disponibilizamos dois artigos de opinio, nomeadamente uma anliseactualizada sob o sector agrcola em Portugal, e um breve olhar sob o mercado deenergia, atendendo crescente opo pelo recurso a produtos no convencionais,designadamente o gs e petrleo de xisto.
BPIBPIBPIBPIBPI
EM BUSCA DE UMA NOVA NORMAL (IDADE)
A trajectria de crescimento econmico teima denovo em desiludir. Seja por questes climatricas,por ajustamentos nos mercados emergentes ou porfactores polticos, 2014 est de novo a revelar-seum ano em que o crescimento no brilha, poucorobusto, sem convico. No obstante existemprogressos a reportar. Efectivamente, trata-seapenas de trilhar o caminho que se antecipou apsa ecloso da crise financeira internacional de 2007-2008 e que terminar na presena de balanos maissaudveis e mais equilibrados. Atente-se que j foipercorr ido algum caminho, penoso, masdeterminante: por exemplo, nos EUA, pioneiro nesteprocesso, o endividamento das famlias desceu de137% do rendimento disponvel em 2007 para 111%em 2012 (OCDE); em Portugal, a dvida financeirados particulares passou de 130% em 2009 para116.8% em 2013 (Banco de Portugal). incertoquando terminar este perodo, se ser apenas umajustamento ou se se trata de uma novanormalidade, com razes possveis em alteraesestruturais na distribuio do rendimento. Certo que o retorno de intenes de investimento pelosector empresarial nos blocos desenvolvidosreduziria certamente as maiores incertezas.
Nos mercados financeiros, os nveis confortveisde liquidez, crescimento baixo mas positivo eausncia de inflao, continuam a favorecer todasas c lasses de act ivos, com excepo dascommodities, mais afectadas pela desacelerao daeconomia da China. Entretanto, as medidasavanadas pelo BCE devero contribuir parafortalecer esta tendncia, na medida em queconferem fulgor adicional ao ambiente financeiroglobal. De facto, a abrangncia de medidassurpreendeu, podendo ser o elementoimpulsionador de uma recuperao mais vigorosa.
DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROS
Paula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroNuno Andr CoelhoLusa Teixeira FelinoPedro Miguel Mendes
ANLISE TCNICAAgostinho Leal Alves
Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research
NDICEPg.
Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04
Principais Mercados: Recomendaes 05
TEMAS EM DESTAQUE
AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRIL 07BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA 09
ECONOMIAS
GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTE 11PORTUGAL - INDICADORES PERMANECEM MISTOS 13ESPANHA - MAIOR DINAMISMO NA ACTIVIDADE DOMSTICA 14BRASIL - ECONOMIA VOLTA A DAR SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO 15MXICO - CRESCIMENTO DESPONTA NO PRIMEIRO TRIMESTRE 16ANGOLA - INFLAO ATINGE NOVO MNIMO HISTRICO 17MOAMBIQUE - TAXAS DE JURO INALTERADAS PERANTE ACELERAODA INFLAO 18
MERCADOS
MERCADO CAMBIALEURO MAIS FRACO 19CENRIO MAIS TRANQUILO 20
MERCADO MONETRIOFED E BCE POR CAMINHOS OPOSTOS 21
MERCADO DE DVIDA PBLICAYIELDS SEM TRACO ASCENDENTE 22
MERCADO DE DVIDA DIVERSACONTINUA A PROCURA POR RENTABILIDADES E AUMENTAM OS RISCOS 23
MERCADOS ACCIONISTASNDICES ALCANAM NOVOS RECORDES 24
MERCADO DE COMMODITIESMOVIMENTOS NO MERCADO ENERGTICO 25
PREVISES
Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 27
Taxas de CmbioTaxas de Juro 28
Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 29
Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro dos Mercados Emergentes 30
OPINIO
RECENTE EVOLUO DO SECTOR AGRCOLA 31
O SHALE NO MERCADO EUROPEU 46
BASES DE DADOS 51
4E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014Pe
rspe
ctiv
as G
obai
s e
Prin
cipa
is F
acto
res
de R
isco
Pers
pect
ivas
Glo
bais
Fact
ores
de
Risc
o
Glob
al
EUA
Jap
o
Z. E
uro
R. U
nido
Port
ugal
Amr
ica
Lati
na
fri
caSu
bsar
iana
. Con
firm
a-se
cen
rio
de
cres
cimen
to m
oder
ado
da a
ctiv
idad
e m
undi
al, t
radu
zindo
em
par
te a
con
stru
o
deum
a te
ndn
cia p
ositi
va, m
as p
ouco
vig
oros
a, n
as e
cono
mia
s des
envo
lvid
as, s
upor
tada
por
pol
tica
s mon
etr
ias
expa
nsio
nist
as e
con
di
es f
inan
ceira
s fa
vor
veis,
em
par
te o
abr
anda
men
to n
o rit
mo
de e
xpan
so
das
econ
omia
s em
erge
ntes
, co
m d
esta
que
para
o c
aso
chin
s.
Gene
ricam
ente
, os
indi
cado
res
de s
entim
ento
apre
sent
am-s
e co
nsist
ente
men
te m
ais
posit
ivos
, mas
os
de a
ctiv
idad
e re
vela
m d
esem
penh
o m
isto,
fica
ndo,
por v
ezes
, aqu
m d
as e
xpec
tativ
as. P
elo
seu
elev
ado
grau
de
corr
ela
o c
om a
exp
ans
o do
pro
duto
, des
taca
-se
a e
volu
o
rece
nte
dos
indi
cado
res
PMI.
Nas
econ
omia
s de
senv
olvi
das,
est
es in
dica
dore
s ap
onta
m p
ara
aex
pans
o d
a ac
tivid
ade
tant
o no
sec
tor
das
man
ufac
tura
s co
mo
dos
serv
ios.
. A e
cono
mia
con
traiu
1%
no
1T14
, mai
s do
que
o e
sper
ado,
mas
d
sinai
s de
que
o c
resc
imen
to n
o se
gund
otri
mes
tre p
oder
se
r fo
rte.
Com
efe
ito,
os d
ados
rev
elam
que
a q
ueda
res
ulto
u do
con
tribu
to n
egat
ivo
dapr
ocur
a ex
tern
a e
da r
evis
o em
bai
xa d
a ac
umul
ao
de
stoc
ks,
que
retir
ou 1
.62
p.p.
ao
cres
cimen
totri
mes
tral.
A in
form
ao
rel
ativ
a ao
2T1
4 in
dica
for
tale
cimen
to d
a ac
tivid
ade
tant
o no
s se
rvi
s co
mo
nain
dst
ria;
o m
erca
do d
e tra
balh
o ap
rese
nta
mel
horia
s pa
ulat
inas
.
. O P
IB c
resc
eu 1
,5%
hom
log
os n
o 1T
14, b
enef
ician
do d
a ac
eler
ao
do
cons
umo
em a
tecip
ao
ao
aum
ento
da t
axa
do I
VA. A
ssim
, as
pers
pect
ivas
apo
ntam
par
a ar
refe
cimen
to n
o 2T
14. T
odav
ia, e
ste
pode
r s
er u
mm
ovim
ento
tem
por
rio,
j q
ue n
egoc
ia
es s
alar
iais
que
se
refle
ctira
m e
m a
umen
to s
alar
iais
pod
ero
com
pens
ar o
efe
ito I
VA.
. A
expa
nso
do
PIB
no p
rimei
ro t
rimes
tre d
esap
onto
u, t
endo
-se
regi
stad
o um
cre
scim
ento
de
0.2%
em
cade
ia e
0.9
% fa
ce a
o m
esm
o pe
rodo
de
2013
. Est
e co
mpo
rtam
ento
ref
lect
iu o
s m
aus
dese
mpe
nhos
, ent
reou
tros,
de
Fran
a, I
tlia
, Hol
anda
e P
ortu
gal,
apen
as c
ompe
nsad
o po
r sin
ais
de m
aior
robu
stez
na
Alem
anha
e Es
panh
a.
. Os
indi
cado
res
de a
ctiv
idad
e m
ensa
l na
ind
stria
e n
os s
ervi
os,
bem
com
o os
indi
cado
res
de c
onfia
na
eex
pect
ativa
s do
s co
nsum
idor
es e
par
ticul
ares
, con
tinua
m a
evo
luir
favo
rave
lmen
te e
man
tm
-se
em m
xim
osde
vr
ios
anos
. O P
IB c
resc
eu 3
.3%
no
prim
eiro
trim
estre
do
ano
(face
ao
pero
do h
oml
ogo)
, o r
itmo
mai
sel
evad
o de
sde
2007
, sup
orta
do e
m p
arte
por
um
a fo
rte a
cele
ra
o do
inve
stim
ento
em
pres
aria
l. Po
r sua
vez
,a
taxa
de
infla
o
volto
u a
dim
inui
r e
enco
ntra
-se
em li
nha
com
o o
bjec
tivo
do b
anco
cen
tral
.
. O P
IB re
cuou
0.7
% e
m c
adei
a, n
o 1T
14, s
urpr
eend
endo
neg
ativa
men
te e
exc
eden
do a
md
ia d
as p
revi
ses
,qu
e ap
onta
vam
par
a um
a qu
eda
trim
estra
l na
orde
m d
e 0.
1% a
0.2
%. E
m t
erm
os h
oml
ogos
, a a
ctiv
idad
ere
gist
ou u
ma
taxa
de
expa
nso
de
1.2%
que
com
para
com
1.5
% n
o fin
al d
e 20
13.
. Ate
nden
do a
os fa
ctor
es s
ubja
cent
es a
o co
mpo
rtam
ento
da
activ
idad
e ec
onm
ica n
os p
rimei
ros
trs
mes
esdo
ano
, re
lacio
nado
s co
m p
arag
ens
de p
rodu
o
em a
lgun
s do
s m
aior
es e
xpor
tado
res
nacio
nais,
par
ece
plau
svel
acr
edita
r qu
e oc
orre
r u
m m
ovim
ento
de
corr
ec
o em
alta
no
segu
ndo
trim
estre
do
ano,
sen
dom
esm
o po
ssve
l a o
corr
ncia
de
revi
ses
aos
dad
os d
ivul
gado
s na
est
imat
iva
rpi
da.
Mant
emos
a p
revi
so
de u
m c
resc
imen
to d
e 1%
no
conj
unto
do
ano.
. O cr
escim
ento
eco
nm
ico d
a re
gio
dev
er
man
ter-s
e m
oder
ado,
fixa
ndo-
se n
os 2
.5%
em
201
4. A
recu
pera
o
da a
ctiv
idad
e na
s ec
onom
ias
avan
ada
s de
ver
sup
orta
r o
cres
cimen
to d
as e
xpor
ta
es,
mas
est
e ef
eito
pode
r s
er m
itiga
do p
ela
desa
cele
ra
o do
cre
scim
ento
da
Chin
a, p
elo
impa
cto
da q
ueda
dos
pre
os
das
com
mod
ities
, co
ndi
es d
e fin
ancia
men
to e
xter
no m
ais
rest
ritiv
as e
con
stra
ngim
ento
s do
lado
da
ofer
ta.
. To
davi
a, a
per
form
ance
dep
ende
r d
as c
arac
ters
ticas
de
cada
eco
nom
ia,
pode
ndo
as e
cono
mia
s m
ais
fragi
lizad
as (
Bras
il, A
rgen
tina
e Ve
nezu
ela)
dep
arar
-se
com
um
am
bien
te m
ais
adve
rso.
Por
out
ro la
do,
asec
onom
ias
da A
lian
a do
Pac
fico
(Chi
le, C
olm
bia,
Mx
ico e
Per
u)
mai
s ab
erta
s ao
com
rcio
ext
erno
e c
omm
odel
o ec
onm
ico o
rient
ado
para
o in
vest
imen
to
con
tinua
ro
a ex
ibir
taxa
s de
cre
scim
ento
mai
s el
evad
ase
a au
men
tar
o se
u co
ntrib
uto
para
o c
resc
imen
to r
egio
nal.
. O cr
escim
ento
eco
nm
ico m
ant
m-s
e el
evad
o, su
porta
do e
m p
arte
por
flux
os d
e ca
pita
l est
rang
eiro
orie
ntad
ospa
ra s
ecto
res
de e
xplo
ra
o de
rec
urso
s m
iner
ais
e pa
ra o
des
envo
lvim
ento
de
infra
-est
rutu
ras.
Em
201
4, o
cres
cimen
to d
a ec
onom
ia d
ever
ta
mb
m b
enef
iciar
de
um m
elho
r co
ntex
to e
xter
no p
ara
as e
xpor
ta
es,
nom
eada
men
te d
a re
cupe
ra
o da
s ec
onom
ias
da Z
ona
Euro
. Ex
istem
tam
bm
ref
orm
as e
stru
tura
is em
curs
o qu
e de
ver
o se
r res
pons
vei
s pel
o au
men
to d
o cr
escim
ento
pot
encia
l em
det
erm
inad
os p
ase
s. A
figur
am-
se m
elho
res
pers
pect
ivas
nos
pa
ses
expo
rtad
ores
de
petr
leo
e n
os p
ase
s m
ais
pobr
es,
o qu
e de
ver
impu
lsion
ar o
cre
scim
ento
da
regi
o.
. O ri
tmo
e o
proc
esso
de
expa
nso
con
tinua
ain
da v
acila
nte,
dep
ende
nte
dos
EUA;
ass
ente
no
dese
mpe
nho
dos
mer
cado
s fin
ance
iros;
vul
ner
vel
inst
abili
dade
em
alg
uns
emer
gent
es;
depe
nden
te d
o an
dam
ento
da
econ
omia
da
Chin
a. B
aixo
s n
veis
de in
fla
o po
r um
per
odo
pro
long
ado
de te
mpo
, pod
em tr
aduz
ir-se
num
are
du
o da
s ex
pect
ativa
s, c
om im
pact
o na
act
ivid
ade
e no
pes
o da
dv
ida.
. Nos
pr
xim
os d
ois a
nos,
o p
roce
sso
de re
tirad
a de
est
mul
os p
ela
Rese
rva
Fede
ral p
oder
or
igin
ar p
ertu
rba
es
nos m
erca
dos f
inan
ceiro
s, co
m im
pact
o na
eco
nom
ia re
al e
na
conf
ian
a do
s age
ntes
eco
nm
icos.
Act
ualm
ente
as e
xpec
tativ
as d
e au
men
to d
os ju
ros
pelo
ban
co c
entr
al d
os E
UA e
sto
de
acor
do c
om o
cal
end
rio s
uger
ido
pela
Res
erva
Fed
eral
(a
parti
r de
mea
dos
de 2
015)
.
. Ri
scos
par
a o
cres
cimen
to e
sto
lige
iram
ento
env
iesa
dos
no s
entid
o de
scen
dent
es,
pren
dend
o-se
com
oef
eito
no
cons
umo
priv
ado
da s
ubid
a do
IVA
; ar
refe
cimen
to c
hin
s po
der
afe
ctar
exp
orta
es
. M
as h
ta
mb
m fa
ctor
es q
ue p
oder
o r
efle
ctir-
se e
m c
resc
imen
to m
ais
forte
: ta
xas
de ju
ro r
eias
neg
ativ
as p
odem
impu
lsion
ar o
inve
stim
ento
; po
ssib
ilida
de d
e re
form
a do
impo
sto
sobr
e os
lucr
os e
mer
cado
de
traba
lho
pode
ro
supo
rtar
cres
cimen
to.
. In
fla
o re
duzid
a, e
uro
forte
e q
uest
es
de o
rdem
pol
tica
s su
rgem
com
o os
prin
cipai
s fa
ctor
es d
e ris
copa
ra o
cre
scim
ento
.
. Est
j
inco
rpor
ada
no m
erca
do a
exp
ecta
tiva
de a
ltera
o
de t
axas
de
juro
no
inci
o pr
xim
o an
o, o
que
pode
r c
ompr
omet
er a
rec
uper
ao
da
econ
omia
atra
vs
de c
usto
s de
fina
ncia
men
to m
ais
elev
ados
..
Aind
a ex
iste
um e
xces
so d
e ca
pacid
ade
inst
alad
a fa
ce a
os n
vei
s de
pro
du
o ac
tuai
s ap
esar
da
rpi
dare
cupe
ra
o do
mer
cado
de
trab
alho
. O
inve
stim
ento
em
pres
aria
l con
tinua
dep
rimid
o e
cont
inua
m a
ser
nece
ssr
ias
med
idas
de
aust
erid
ade
para
con
solid
ar a
s co
ntas
pb
licas
.
. Par
ece
esta
r as
segu
rado
o r
egre
sso
no
rmal
iza
o na
form
a de
fina
ncia
men
to d
o se
ctor
pb
lico.
Ass
im a
curto
pra
zo, o
s pr
incip
ais
fact
ores
de
risco
est
o r
elac
iona
dos
com
o a
ndam
ento
das
eco
nom
ias
exte
rnas
efa
ctor
es d
e na
ture
za p
olti
ca.
.Tod
avia
, a m
dio
pra
zo, s
ubsis
tem
impo
rtant
es co
nstra
ngim
ento
s e d
esaf
ios,
rela
ciona
dos c
om a
nec
essid
ade
de r
efor
ar
o po
tenc
ial d
e cr
escim
ento
eco
nm
ico n
um c
onte
xto
de p
rolo
ngad
o es
for
o de
con
solid
ao
ora
men
tal,
a qu
e se
alia
um
cal
end
rio p
olti
co p
oten
cialm
ente
per
turb
ador
des
te e
quil
brio
.
. Num
cen
rio
mai
s op
timist
a, u
m c
resc
imen
to d
os E
UA a
cima
do e
sper
ado
pode
ria fa
vore
cer
a pe
rform
ance
da r
egi
o, a
inda
que
atra
vs
das
mel
horia
s de
cre
scim
ento
no
Mxi
co e
na
Amr
ica C
entra
l.. O
s pr
incip
ais
risco
s de
scen
dent
es re
lacio
nam
-se
com
o im
pact
o da
sub
ida
das
taxa
s de
juro
nas
eco
nom
ias
avan
ada
s no
s m
erca
dos
finan
ceiro
s, e
spec
ialm
ente
se
a re
tirad
a de
cap
itais
for
feita
de
form
a tu
rbul
enta
.. O
com
porta
men
to s
er
dife
renc
iado
, dep
ende
ndo
das
cara
cter
stica
s in
trns
ecas
de
cada
eco
nom
ia:
pase
sco
m p
olti
cas
fisca
is m
ais
cont
idas
e r
egim
es d
e in
fla
o an
cora
da m
ais
cred
vei
s te
ro
mai
or c
apac
idad
e de
impl
emen
tar
polt
icas
cont
ra c
clica
s pa
ra d
ar r
espo
sta
a um
a sit
ua
o de
mai
or v
olat
ilida
de n
os m
erca
dos
finan
ceiro
s.
. Os
risc
os p
rend
em-s
e pr
incip
alm
ente
com
o a
grav
amen
to d
as c
ondi
es
de
finan
ciam
ento
a n
vel
glo
bal,
deco
rren
te d
a re
du
o do
s est
mul
os m
onet
rio
s da
Rese
rva
Fede
ral d
os E
UA, q
ue p
oder
af
ecta
r neg
ativ
amen
teas
eco
nom
ias
mai
s vu
lner
vei
s a
choq
ues
exte
rnos
(pr
incip
alm
ente
a
frica
do
Sul).
. O
cres
cimen
to p
oten
cial p
erm
anec
e em
mui
tos
pase
s lim
itado
pel
a au
snc
ia d
e re
form
as e
stru
tura
is qu
ere
solv
am n
eces
sidad
es b
sica
s, p
rincip
alm
ente
a n
vel d
e in
fra-e
stru
tura
s, e
pel
a ba
ixa
qual
ifica
o
e el
evad
apo
brez
a da
s po
pula
es
..
Por
ltim
o, o
cre
scim
ento
das
eco
nom
ias
emer
gent
es (
prin
cipal
men
te d
a Ch
ina)
dev
er
desa
cele
rar
eco
ntrib
uir
men
os p
ositi
vam
ente
par
a o
cres
cimen
to d
a re
gio
.
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
5
Prin
cipa
is R
ecom
enda
es
e F
acto
res
de R
isco
Reco
men
da
esFa
ctor
es d
e Ri
sco
M. C
ambi
al
M.
Mon
etr
io
Div.
Pb
.
Dv.
Div
.
Ac
es
Com
mod
ities
.Est
amos
con
vict
os q
ue s
e v
o ac
umul
ando
con
di
es p
ara
o d
lar
se a
prec
iar
a cu
rto/
md
io p
razo
,no
mea
dam
ente
em
rela
o
ao e
uro,
faze
ndo
com
que
o E
UR/U
SD d
eixe
zon
as d
e re
sist
ncia
(nv
eis
mx
imos
dos
ltim
os m
eses
) pa
ra v
ir te
star
pon
tos
de s
upor
te.
Depo
is de
tes
tado
com
suc
esso
o p
onto
de
supo
rte1.
3671
(te
ndo
sido
dado
o p
rimei
ro s
inal
de
inve
rso
da
tend
ncia
de
alta
ant
erio
r),
o se
guin
te,
1.34
75,
reve
ste-
se d
e gr
ande
impo
rtnc
ia (c
onfir
mar
a
alte
ra
o de
tend
ncia
). Pa
ra q
ue ta
l aco
nte
a se
r n
eces
srio
que
pros
siga
a re
tom
a ec
onm
ica d
os E
UA e
o a
funi
lam
ento
da
liqui
dez n
o sis
tem
a m
onet
rio
nor
te-a
mer
icano
,a
par d
a in
trodu
o
de m
edid
as m
onet
ria
s ad
icion
ais
pelo
BCE
que
ala
vanq
uem
o n
ovo
ciclo
de
cres
cimen
toe
faa
des
apar
ecer
o s
urgi
men
to d
e um
cen
rio
de
defla
o.
No
caso
do
EUR/
GBP,
o p
roce
sso
de a
prec
ia
oda
libr
a co
ntra
o e
uro
surg
iu h
m
ais
tem
po (d
esde
Ago
sto
do a
no p
assa
do),
acom
panh
ando
um
Rei
no U
nido
mai
s pu
jant
e ec
onom
icam
ente
e q
uase
imun
e
crise
eur
opei
a. A
cons
elha
mos
a m
anut
en
o de
pos
ies
long
as e
m d
lar
es e
libr
as e
pos
svei
s re
for
os n
o fu
turo
.
. A
decis
o d
o BC
E em
red
uzir
as t
axas
de
juro
dire
ctor
as,
traze
ndo
para
neg
ativ
o a
taxa
apl
icve
l aos
dep
sitos
, con
stitu
i um
nov
o m
arco
na
polt
ica m
onet
ria
, pel
o qu
e as
tax
as d
e cu
rto p
razo
dev
ero
rea
gir
inco
rpor
ando
est
a qu
eda.
Esp
era-
se q
ue a
s ta
xas
cont
inue
m p
rxi
mas
de
zero
por
um
long
o pe
rodo
, sen
dore
com
enda
do o
fin
ancia
men
to a
pra
zos
mai
s cu
rtos
. Do
pon
to d
e vi
sta
da a
plica
o
de p
oupa
nas
, se
rpr
efer
vel
o in
vest
imen
to e
m a
ctiv
os c
om m
atur
idad
es m
ais
alar
gada
s de
for
ma
a ca
ptur
ar o
pr
mio
de
mat
urid
ade
(term
pre
miu
m).
. No
mer
cado
nor
te-a
mer
icano
, as
tax
as t
amb
m d
ever
o c
ontin
uar
prx
imas
de
zero
, n
o se
esp
eran
doum
a in
vers
o d
o cic
lo d
a po
ltica
mon
etr
ia n
os p
rxi
mos
mes
es.
. As
yiel
ds d
os t
tulo
s de
dv
ida
pbl
ica n
os p
rincip
ais
mer
cado
s de
senv
olvi
dos
atin
gira
m m
nim
os e
m M
aio.
O de
sem
penh
o ob
serv
ado
refle
cte
expe
ctat
ivas
de
que
a a
polt
ica m
onet
ria
se m
ante
nha
mui
to a
com
odat
cia,
a in
fla
o em
nve
is re
duzid
os e
per
spec
tivas
de
que
os n
vei
s ne
utra
is da
s ta
xas
juro
sej
am m
ais
baix
osne
ste
ciclo
face
a a
nter
iore
s, r
efle
ctin
do t
amb
m m
ovim
ento
s de
rea
loca
o
de c
arte
iras
por
inst
itucio
nais.
No c
urto
pra
zo a
s yi
elds
man
ter-
se-
o re
duzid
as,
mas
no
md
io e
long
o pr
azo,
a in
form
ao
fun
dam
enta
lco
ntin
ua a
apo
ntar
par
a a
sua
subi
da.
. As
con
di
es n
o m
erca
do d
e d
vida
div
ersa
dev
ero
man
ter-
se f
avor
vei
s pa
ra o
s em
itent
es d
e d
vida
,en
quan
to a
s ta
xas
de ju
ro p
erm
anec
erem
bai
xas.
Ent
reta
nto
a pr
ocur
a do
s in
vest
idor
es p
or m
aior
es y
ield
s,no
con
text
o da
fuga
dos
mer
cado
s em
erge
ntes
, dev
er
cont
inua
r a
sust
enta
r a
proc
ura
por
activ
os ta
nto
nom
erca
do d
os E
UA c
omo
Euro
peu,
con
duzin
do o
s sp
read
s a
atin
gire
m n
vei
s m
nim
os e
m p
artic
ular
nas
obrig
ae
s hi
gh-y
ield
. Nom
eada
men
te, n
o m
erca
do e
urop
eu d
ever
co
ntin
uar-
se a
ass
istir
a um
aum
ento
da
proc
ura
por
activ
os d
os p
ase
s da
per
iferia
, qu
e es
to
nest
e m
omen
to a
ser
neg
ocia
dos
com
yie
lds
mui
topr
xim
as d
as d
os p
ase
s co
re d
a Eu
ropa
.
. Tem
-se
vind
o a
conf
irmar
e a
refo
rar
as
valo
riza
es
bolsi
stas
de
2013
e d
os p
rimei
ros
mes
es d
e 20
14, t
alco
mo
tnha
mos
pre
vist
o, n
um c
onte
xto
de a
bund
ante
liqu
idez
e r
isco
redu
zido.
O a
mbi
ente
eco
nm
ico-
finan
ceiro
mos
tra-s
e ag
ora
reno
vado
com
boa
s ex
pect
ativ
as f
utur
as.
A Eu
ropa
, em
par
ticul
ar,
tem
for
tepo
tenc
ial d
e cr
escim
ento
dev
ido
ao fa
cto
de a
mai
oria
dos
seu
s n
dice
s ai
nda
esta
r lon
ge d
e an
ular
as
crise
sbo
lsist
as d
e 20
08 e
de
2000
, em
bora
as
bolsa
s no
rte-a
mer
icana
s co
ntin
uem
a s
er a
s ge
rado
ras
de te
ndn
cias.
Deve
m-s
e pr
ivile
giar
sec
tore
s qu
e so
frera
m s
igni
ficat
ivas
ree
stru
tura
es
nos
lti
mos
doi
s an
os e
/ou
que
apre
sent
am p
rese
ntem
ente
um
impo
rtan
te p
lano
de
inve
stim
ento
par
a 20
14 e
ano
s vi
ndou
ros,
abr
indo
pers
pect
ivas
de m
ais
cres
cimen
to:
tecn
olg
icas,
ind
stria
s, f
inan
ceira
s, s
ade
, m
ater
iais
e ut
ilitie
s.
Vrio
s asp
ecto
s con
corr
em p
ara
uma
rela
tiva
esta
bilid
ade
dos p
reo
s em
201
4: o
mun
do te
r u
ma
perfo
rman
ceec
onm
ica m
elho
r, m
as n
o t
o c
ateg
rica
com
o se
pre
via
h a
lgun
s m
eses
atr
s, n
omea
dam
ente
ao
nve
lda
s ec
onom
ias
emer
gent
es;
a n
o ex
istn
cia d
e sig
nific
ativ
os c
onst
rang
imen
tos
do la
do d
a of
erta
, hav
endo
mes
mo
uma
pers
pect
iva
de a
bund
ncia
, ret
iram
pre
sso
de
subi
da d
e pr
eos
. Nes
te
mbi
to, a
con
stitu
io
de s
tock
s m
nim
os n
eces
srio
s
activ
idad
e
a at
itude
mai
s ad
equa
da.
.Des
ilus
o re
lativ
amen
te a
atit
udes
e a
ce
s es
pera
das
pelo
s pr
incip
ais
banc
os c
entra
is..Q
uest
es
geop
olti
cas
pode
m e
nvie
sar d
eter
min
adas
tend
ncia
s ca
mbi
ais.
. As
taxa
s de
cur
to p
razo
nos
prin
cipai
s m
erca
dos
inte
rnac
iona
is co
ntin
uam
pr
xim
as d
e ze
ro, a
limen
tada
s pe
lasin
aliza
o
do p
ercu
rso
futu
ro (f
orwa
rd g
uida
nce)
das
prin
cipai
s tax
as d
e ju
ro d
irect
oras
. O ri
sco
de u
m a
umen
tosu
bsta
ncia
l no
esp
erad
o da
s ta
xas
de m
erca
do
redu
zido
e es
tar
rela
ciona
do c
om o
s ef
eito
s de
con
tgi
o da
redu
o
do Q
E pe
la F
ed e
com
a re
du
o do
exc
esso
de
liqui
dez
na z
ona
euro
.. A
tens
o e
ntre
a R
ssia
e o
s pa
ses
do O
ciden
te n
o d
ever
co
ntag
iar o
mer
cado
mon
etr
io, m
as e
ste
risco
no
deve
r s
er c
ompl
etam
ente
exc
lud
o.
. Alte
ra
o na
s ex
pect
ativ
as d
e ev
olu
o d
a in
fla
o po
der
o re
flect
ir-se
num
mov
imen
to m
ais
pena
lizad
or d
ad
vida
pb
lica.
Nos
mer
cado
s da
per
iferia
eur
opei
a, o
est
reita
men
to d
os p
rm
ios
risco
s po
der
est
ar a
atin
gir u
mpo
nto
de e
stab
iliza
o.
. Num
cont
exto
de
elev
ado
endi
vida
men
to e
taxa
s de
infla
o
baix
as, a
redu
o
dos i
nves
timen
tos e
m o
brig
ae
sap
s a
retir
ada
dos e
stm
ulos
mon
etr
ios p
ela
Fed
pode
r ca
usar
alg
uma
pres
so
sobr
e a ca
pacid
ade d
as em
pres
asde
reno
vare
m a
sua
dv
ida.
Nos
mer
cado
s em
erge
ntes
, a p
ress
o d
ever
at
ingi
r em
par
ticul
ar a
s em
pres
as d
ospa
ses
com
fund
amen
tos
mac
roec
onm
icos
mai
s fr
geis
e m
ais
endi
vida
das
em m
oeda
est
rang
eira
.
. O p
roce
sso
de ta
perin
g da
Fed
e a
per
cep
o d
e qu
e os
prin
cipai
s n
dice
s no
rte-a
mer
icano
s es
to
a ca
min
har
para
terri
trio
que
pod
e se
r con
sider
ado
de "b
olha
" pod
e ge
rar p
ero
dos
de m
aior
ave
rso
ao
risco
.. N
a Eu
ropa
, em
bora
o s
entim
ento
ger
al s
eja
posit
ivo, f
acto
s in
espe
rado
s co
mo
a te
nso
pol
tico
-milit
ar e
ntre
Rss
ia e
Ucr
nia
pod
em tr
azer
pre
ocup
ae
s e fu
ga d
e ca
pita
is; o
sect
or te
cnol
gico
pod
er
mos
trar-
se d
emas
iado
valo
rizad
o pa
ra o
s re
sulta
dos
apre
sent
ados
.
. H
risco
s do
lado
do
cres
cimen
to, n
omea
dam
ente
no
que
resp
eita
s
econ
omia
s em
erge
ntes
. Por
out
ro la
do, o
sfa
ctor
es g
eopo
ltico
s est
o se
mpr
e la
tent
es, n
omea
dam
ente
com
o co
ndici
onan
tes n
a r
ea d
a en
ergi
a, d
esta
cand
o-se
a a
ctua
l ins
tabi
lidad
e qu
e op
e R
ssia
e U
crn
ia.
. A
pers
pect
iva d
e ab
und
ncia
no
que
resp
eita
aos
ben
s al
imen
tare
s
efm
era,
per
ante
a d
epen
dnc
ia d
asco
ndi
es c
limat
rica
s gl
obai
s..M
aior
vol
atilid
ade
do d
lar
pod
er
traze
r ins
tabi
lidad
e ao
s pr
eos
.
6E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
7
-10,000
-8,000
-6,000
-4,000
-2,000
0
2,000Jan Feb M ar Apr M ay Jun Jul Aug Sept Oct Nov Dec
Observado em 2014 Aplicando mdias historicas execuo
A trajectria de 2014 evo lui em linha com mdia hist rica
Fonte: M in.Fin., BPI
AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRILTEMAS EM DESTAQUE
O Ministrio das Finanas publicou informao relativamente execuo oramental, em sede de contabilidade pblica,referente aos quatro primeiros meses do ano. De uma forma global, a execuo est em linha com o perfil mdio deevoluo histrica, em particular aos anos desde 2011, quando se verificou um pendor mais restritivo da poltica oramental.A manter-se, esta trajectria contribuir para o alcance do saldo objectivo, -4% do PIB no final do ano. Refira-se que estaanlise no incorpora os efeitos da deciso anunciada pelo Tribunal Constitucional no final de Maio, relativa a quatromedidas do OE 2014. Todavia, observando a trajectria implcita s taxas de execuo mdias histricas, no parecehaver espao para acomodao de mais despesa.
Saldo Oramental 2009-2014(contabilidade pblica)(milhes de euros)
Saldo Oramental(contabilidade pblica)(milhes de euros)
-16,000
-14,000-12,000
-10,000
-8,000-6,000
-4,000
-2,0000
2,000
Jan-Abr saldo cumulativo
2009 2010 2011 2012
Saldo objectivo segundo OE 2014
2013
Fonte: M inistrio das Finanas
2014
De acordo com a informao conhecida relativamente execuo oramental at Abril, as contas do Estado tmevoludo com uma trajectria semelhante que seria implcita utilizando as taxas mdias de execuo histricas,englobando dados desde 2009, como visvel no grfico da direita. O saldo acumulado da Administrao Pblica (AP) nosquatro primeiros meses do ano situou-se em cerca de -2.2 mil milhes de euros, excedendo em cerca de 250 milhes deeuros o que seria resultante da aplicao das taxas mdias de execuo histrica ao saldo objectivo em contabilidade pblicano final do ano, designadamente 7 430 milhes de euros.
Observando o comportamento mensal acumulado do saldo da AP, no grfico da esquerda, conclui-se que a execuo de2014 est prxima dos valores registados em 2012 e 2013: este ano o dfice melhorou cerca de 298 milhes de eurosface a 2013 e piorou 98 milhes de euros relativamente a 2012; em contrapartida, a execuo nitidamente melhor face aoregisto de 2009 e 2010, quando em Abril se observavam j dfices superiores a 3 mil milhes de euros.
Refira-se ainda que, de acordo com o padro mdio histrico e tendo em conta o saldo pblico objectivo (que funcionacomo um limiar mximo), o dfice das contas pblicas acumulado at Maio no dever exceder 1380 milhes deeuros. Repare-se que tipicamente o ms de Maio regista uma execuo favorvel, levando ao encolhimento do dficeconjunto da AP.
Analisando as contas consolidadas da Administrao Central e da Segurana Social (deixando de fora a AdministraoRegional e Local), regista-se um encolhimento do dfice em EUR 296.9 milhes de euros em comparao com osvalores observados h um ano atrs (ver tabela). Esta melhoria reflectiu sobretudo uma boa performance da receita, queaumentou 2.4% em termos homlogos, por comparao a uma menor expanso da despesa, mais 0.8%. Refira-se, todavia,que enquanto a receita evolui acima da tendncia implcita no OE2014 (+1.7%), a despesa regista uma trajectria acima datendncia desejada: no OE2014 est inscrita uma reduo de 0.9%.
Receitas do Estado
Jan-Abr 2014 vs 2014 vs2013 2014 OER 2010-12 2013 2014 2010-12 2013
Impostos Directos 16,501.8 17,141.7 3,414.6 4,504.7 4,881.3 1,466.7 376.6IRS 12,011.1 12,436.8 2,750.3 3,947.7 4,339.2 1,588.8 391.4IRC 4,480.6 4,524.7 641.9 554.8 540.6 -101.3 -14.2Impostos Indirectos 18,401.2 18,679.0 6,173.2 5,998.4 6,145.5 -27.7 147.1IVA 12,937.6 12,915.8 4,164.0 4,332.7 4,435.2 271.2 102.5Outros 5,463.6 5,763.3 2,009.2 1,665.7 1,710.3 -298.9 44.6Fonte: DGO.
8E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
Paula Gonalves Carvalho
TEMAS EM DESTAQUE
AS CONTAS PBLICAS ENTRE JANEIRO E ABRIL
O aumento da receita ficou a dever-se sobretudo expanso da colecta fiscal em 5.3% e das contribuies paraa Segurana Social, mais 4.2%. Entre os principais impostos, destaca-se a colecta de IRS, que aumentou 8.4% nos quatroprimeiros meses do ano relativamente ao perodo homlogo devido melhoria das condies no mercado de trabalho etambm em resultado do combate fraude e evaso fiscal, segundo a Direco Geral do Oramento (aumento do controlosob os impostos retidos pelas empresas em sede de IRS). A colecta de impostos indirectos aumentou 2.1%, reflexo damelhoria da actividade econmica bem como das reformas implementadas nos documentos de transporte e na facturaodas empresas, ainda de acordo com a DGO. Na tabela anterior incluem-se dados comparativos relativos s colectas dosvrios impostos, registada no subsector Estado, desde 2010. Em termos agregados verifica-se que a colecta de impostosdirectos significativamente superior aos valores mdios registados em 2010 a 2012, cerca de 1.5 mil milhes de euros,facto que reflecte essencialmente a colecta de IRS. Relativamente aos impostos indirectos, verifica-se que a colecta de IVAse situa tambm acima dos valores mdios observados desde 2010, ainda que por uma menor margem, sendo nos outrosimpostos indirectos que a comparao indica uma pior performance.
No que diz respeito s rbricas da despesa, de destacar a reduo em 0.6% da despesa primria, isto , excluindojuros da dvida pblica. Este comportamento ficou a dever-se sobretudo contraco das remuneraes certas e permanentesdos funcionrios pblicos, menos 244 milhes de euros; queda das outras despesas correntes em 166 milhes de euros;e ao encolhimento da despesa de capital em 13 mil milhes de euros. Em contrapartida, a aquisio de bens e servios, astransferncias correntes e os juros e outros encargos contriburam para a expanso da despesa. No que diz respeito aoacrscimo verificado na rbrica de juros, refira-se que o aumento de cerca de 160 milhes de euros se fica a dever aopagamento do primeiro cupo da OT Fev 2014 bem como s operaes de recompra de dvida pblica.
Contas consolidadas da Administrao Central e Segurana SocialPerodo: Janeiro a Abril
Execuo acumulada Variao y/y Contributo para VHA VH implcita ao OEMilhes EUR Milhes de EUR % (em p.p.) (%)
Receita corrente 20,000.3 467.3 2.4 2.3 2.3Receita fiscal 11,449.1 573.0 5.3 2.9 2.7
Impostos diretos 4,881.3 376.4 8.4 1.9 3.9Impostos indiretos 6,567.8 196.6 3.1 1.0 1.7
Contribuies de Segurana Social 6,034.2 242.1 4.2 1.2 2.7Transferncias Correntes 339.8 -410.0 -54.7 -2.1 5.3Outras receitas correntes 2,136.3 383.9 21.9 1.9 2.5
Receita de capital 463.9 18.8 4.2 0.1 -16.6
Receita efetiva 20,464.2 486.1 2.4 0.0 1.7
Despesa corrente 21,562.2 202.5 0.9 0.9 -1.3Despesas com o pessoal 3,864.9 -162.0 -4.0 -0.7 -7.5
Remuneraes Certas e Permanentes 2,809.4 -244.1 -8.0 -1.1 -13.6Abonos Variveis ou Eventuais 207.7 56.8 37.7 0.3 23.9Segurana social 847.9 25.2 3.1 0.1 10.1
Aquisio de bens e servios 2,932.0 49.8 1.7 0.2 -9.0Juros e outros encargos 1,773.4 315.8 21.7 1.4 0.8Transferncias correntes 12,141.4 121.2 1.0 0.5 0.9Subsdios 639.9 18.8 3.0 0.1 -0.3Outras despesas correntes 185.3 -166.3 -47.3 -0.7 48.9
Despesa de capital 1,062.5 -13.4 -1.2 -0.1 7.5Investimento 543.9 62.9 13.1 0.3 48.2Transferncias de capital 501.8 -83.2 -14.2 -0.4 -27.3
Despesa efetiva 22,624.7 189.1 0.8 0.0 -0.9
Saldo global -2,160.5 296.9 0.0 0.0 0.0Despesa primria 20,851.3 -126.7 -0.6 0.0 0.0Saldo corrente -1,561.9 264.8 0.0 0.0 0.0Saldo de capital -598.6 32.1 0.0 0.0 0.0Saldo primrio -387.1 612.7 0.0 0.0 0.0
Fonte: Ministrio das Finanas.Notas: Maiores contributos desfavorveis Maiores contributos favorveis
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
9
BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA
O Banco Central Europeu surpreendeu pela positiva ao anunciar vrias medidas de poltica monetria numa tentativa detrazer a inflao para nveis mais prximos do objectivo de 2% e de reanimar o mecanismo de transmisso da polticamonetria para a economia real. Para alm de reduzir as principais taxas de juro, foram tambm anunciadas operaes derefinanciamento de longo prazo direccionadas para aumentar os emprstimos s empresas, foi anunciada a intensificaodos trabalhos preparatrios para a compra de ttulos ao sector privado, foi alargado o prazo no qual os bancos podemaceder a financiamento ilimitado junto do banco central e foram suspensas as operaes de esterilizao da liquidezcedida com a compra de dvida pblica ao abrigo do programa SMP iniciado em 2010.
TEMAS EM DESTAQUE
As taxas principais da regio foram reduzidas, com a taxadirectora a descer para 0.15% (-10 pontos base), a taxacobrada nos emprstimos overnight a ser reduzida para 0.40%(-35 pb) e a taxa aplicvel aos depsitos no banco central aser colocada em -0.10% (-10 pb). A reduo destas taxas eraj esperada pelo mercado, embora o consenso em torno dareduo da taxa dos depsitos para valor negativo no tenhasido to alargado devido incerteza e aplicao prticaassociadas. Desta forma, o BCE est efectivamente a cobrarpelos depsitos que os bancos tenham em excesso das reservasobrigatrias (a taxa negativa ser aplicvel facilidade dedepsito e s reservas excedentrias na conta corrente com obanco central). A reduo da refi ser provavelmente a medidacom menor impacto nas taxas de curto prazo, uma vez que jse encontrava bastante prxima de zero e a alterao apenasresidual. Por outro lado, a reduo da taxa dos depsitos poderdesincentivar a aplicao de recursos excedentrios no BCE e
Principais taxas de juro da Zona Euro
(%)
Amortizaes de emprstimos de BCE continuam
(EUR mil milhes)
com recurso s reservas excedentrias
(mdia mvel de 30 dias em EUR mil milhes)
canalizar o excesso de reservas para a economia real ou resultar numa transferncia de capitais dos pases centrais (commaiores reservas excedentrias) para os pases perifricos (com maiores necessidades de liquidez). No entanto, pode dar-seum efeito perverso de que o custo de manter as reservas no banco central seja transferido para particulares e empresas soba forma de taxas de juro mais elevadas no crdito ou taxas de depsito mais reduzidas (principalmente nos pases comreservas em excesso no banco central), da mesma forma que poder verificar-se uma sada expressiva de capitais da regiopara outras zonas, nomeadamente Reino Unido e EUA, onde se prepara o retorno normalizao da poltica monetria.
Paralelamente, as novas operaes de refinanciamento direccionadas de prazo alargado (TLTRO), com maturidade mximade 4 anos (com opo de amortizao antecipada ao final de 2 anos) condicionam os montantes que o sector bancrio podeobter ao saldo de emprstimos ao sector privado no financeiro. Em particular, os bancos podem obter 7% dos seus stocksde emprstimos ao sector privado no financeiro (no considerando emprstimos habitao) data de 30 de Abril de 2014,atravs de dois leiles que decorrero em Setembro e Dezembro deste ano (desde que o valor total dos emprstimos obtidosno ultrapasse os EUR 400 mil milhes). Entre Maro e Junho de 2016, os bancos podero obter financiamento nesteprograma numa base trimestral, num montante at 3 vezes os emprstimos lquidos ao sector no financeiro (novosemprstimos - amortizaes). Esta medida procura desbloquear o mecanismo de transmisso da poltica monetria, porforma a que o excesso de liquidez seja canalizado para emprstimos ao sector real. A eficcia desta medida poder, noentanto, ficar comprometida por factores relacionados com a solvncia do sector privado, na medida em que os nveis de
10
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
BCE ANUNCIA MEDIDAS EXTREMAS PARA COMBATER INFLAO REDUZIDA
TEMAS EM DESTAQUE
Nuno Andr Coelho
Taxas de inflao
(taxa de variao homloga do IPC harmonizado)
-1
0
1
2
3
4
Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14Zona Euro AlemanhaItlia Espanha Fonte: Eurostat
Objectivo BCE
endividamento ainda permanecem elevados. Ainda assim, estes emprstimos podero ajudar a canalizar os recursos dabanca para sectores actividade que apresentem mais dinamismo e que podero constituir o take-off de uma recuperaomais robusta da economia, como o sector exportador.
A compra de ABS (asset-backed securities) constitui uma forma de o BCE conseguir influenciar directamente os custos definanciamento do sector privado. No entanto, dado o reduzido desenvolvimento deste mercado na regio, necessrio todoum trabalho de preparao que o BCE agora decidiu intensificar, com o objectivo de conseguir aumentar a eficcia desteinstrumento.
Por ltimo, foi anunciada a extenso da actual lista de activos elegveis como garantia em emprstimos do BCE ao sectorbancrio at Setembro de 2018, foi alargado o perodo em que os bancos podem obter financiamento ilimitado a taxa fixanos leiles regulares efectuados pelo banco central at Dezembro de 2016 e foi suspensa a absoro de liquidez relacionadacom a compra de ttulos de dvida pblica ao abrigo do programa SMP, iniciado em 2010 e terminado em 2012 com o annciodo mais abrangente OMT (que nunca chegou a ser activado).
A interveno do BCE poder ser suficiente para reanimar a transmisso da poltica monetria, impulsionar o crescimentodo nvel de preos e contribuir para relanar o crescimento da economia da regio. No entanto, vrios riscos persistem,nomeadamente relacionados com o elevado endividamento do sector no financeiro nos pases mais afectados pela crise dadvida soberana e com as expectativas de recuperao ainda deprimidas, que no limite podero limitar a eficcia da interveno.Por outro lado, nunca o BCE tinha adoptado uma postura to activa, com este novo pacote de medidas a aproximar-se dasmedidas apresentadas pelo Banco do Japo e pela Reserva Federal. Enquanto o ltimo j est a preparar o regresso normalizao da poltica monetria, o primeiro comea a dar sinais de estar a sair da esperiral deflacionria em que temestado mergulhado nas ltimas duas dcadas. Desta forma, a actuao do BCE constitui um bom sinal e poder ser um alviopara a procura interna europeia.
Massa monetria na Zona Euro
(taxa de variao homloga)
-2
0
2
4
6
8
10
12
Abr-08 Abr-09 Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14Crescimento M 3 Fonte: BCE
Valor de referncia
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
11
GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTEECONOMIAS
Global: A informao econmica publicada ao longo do ltimo ms confirma um cenrio de crescimento moderado daactividade mundial, traduzindo em parte a construo de uma tendncia positiva mas sem fulgor nas economias desenvolvidas(suportada por polticas monetrias expansionistas e condies financeiras favorveis), em parte o abrandamento no ritmode expanso das economias emergentes, com destaque para o caso chins. Genericamente, os indicadores de sentimentoapresentam-se consistentemente mais positivos, mas os de actividade revelam desempenho misto, ficando, por vezes,aqum das expectativas. Pelo seu elevado grau de correlao com a expanso do produto, destaca-se a evoluo recente dosindicadores de actividade PMI. Nas economias desenvolvidas, estes indicadores apontam para a expanso da actividadetanto no sector das manufacturas como dos servios. Nos EUA, os indicadores sugerem acelerao da actividade em ambosos sectores durante o ms de Maio, sendo que as componentes com cariz mais prospectivo apresentam dinmicas positivas,principalmente nos servios. Na indstria, a avaliao das novas encomendas e das encomendas para exportao continuamem terreno positivo, mas abrandaram ligeiramente. Na zona euro, o PMI compsito manteve-se praticamente inalterado facea Abril, indicando acelerao do ritmo de crescimento no sector dos servios e abrandamento no das manufacturas. Noentanto, este movimento resulta da evoluo desfavorvel do indicador francs, continuando as restantes economias, comdestaque para a alem, a apresentarem evolues indicativas de acelerao da actividade. Por fim, o PMI chins relativo aosector manufactureiro recuperou em Maio, aproximando-se da barreira que divide contraco de expanso da actividade.Mais, o comportamento das componentes relacionadas com a produo evoluam favoravelmente, situando-se em nveisindicativos de crescimento. Esta evoluo poder reflectir os efeitos positivos na procura interna resultantes da implementaode alguns estmulos, contudo importa ter presente que tambm a componente que avalia as encomendas recebidas doexterior apresentou melhorias, possivelmente relacionadas com a consolidao do cenrio de retoma nas economiasdesenvolvidas. No campo dos estmulos econmicos na China, refere-se que estes cobrem diversos sectores da economia,com destaque para o sector financeiro, mercado de capitais, poltica fiscal, sector da construo, principalmente direccionadopara a rea das infra-estruturas, sector exportador e servios.
EUA: A economia contraiu mais do que o esperado no primeiro trimestre do ano, mas d sinais de que o crescimento nosegundo trimestre poder ser forte. A segunda estimativa para o PIB, apresentou uma contraco de 1% para o primeirotrimestre (taxa anualizada). Com efeito, os dados revelam que a queda resultou do contributo negativo da procura externae da reviso em baixa da acumulao de stocks, que retirou 1.62 p.p. ao crescimento trimestral. Este ltimo aspecto sugerea necessidade de reposio de stocks no segundo trimestre, o que se traduzir no fortalecimento do ritmo de expanso doPIB. Por outro lado, o crescimento do consumo privado foi revisto em alta para 3.1% face anterior estimativa de 3%,indicando que a economia est dinmica, tendo em considerao que esta componente representa cerca de 70% da economianorte americana. Assim, a reviso em baixa do crescimento do PIB, que em parte reflectiu uma correco significativa novalor dos stocks, associado ao bom desempenho dos indicadores PMI, indicador avanado e mercado de trabalho, reforama expectativa de que a economia dever recuperar no segundo trimestre do ano.
Zona euro: A expanso do PIB no primeiro trimestre desapontou, tendo-se registado um crescimento de 0.2% emcadeia e 0.9% face ao mesmo perodo de 2013. Este comportamento reflectiu os maus desempenhos, entre outros, deFrana, Itlia, Holanda e Portugal, apenas compensado por sinais de maior robustez na Alemanha e Espanha. Nestes doispases o crescimento foi impulsionado por acelerao da procura interna. A Alemanha cresceu 0.8% nos primeiros trs mesesde 2014, o ritmo mais forte dos ltimos trs anos, em resultado da acelerao da procura interna. Em parte a melhoria daactividade domstica reflecte o bom desempenho do sector da construo (3.6% em cadeia) resultante do Inverno ameno,mas tambm o crescimento de 3.3% do investimento em maquinaria e equipamentos. Por seu turno, o consumo privadoaumentou 0.7%, tambm em cadeia.
PMI compsito
(pontos)
PIB zona euro - primeiro trimestre
Variao trimestral Variao homlogaUEM 0.2 0.9Alemanha 0.8 2.3Frana 0.0 0.8Itlia -0.1 -0.5Espanha 0.4 0.5Holanda -1.4 -0.5Portugal -0.7 1.2Fonte: Eurostat.
35
40
45
50
55
60
M ai-07 Set-08 Jan-10 M ai-11 Set-12 Jan-14
Fonte: BloombergChina EUA UEM
12
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
GLOBAL - RETOMA SEM FULGOR MAS CONSISTENTE
ECONOMIAS
Emprego
(tvh)
Indicador avanado OCDE
-6-5
-4-3-2-1
0123
Dez-06 M ar-08 Jun-09 Set-10 Dez-11 M ar-13
Fonte: EcowinUEM RU Japo EUA
Teresa Gil Pinheiro
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
M ar-04 Jun-05 Set-06 Dez-07 M ar-09 Jun-10 Set-11 Dez-12 M ar-14
Fonte: EcowinEUA RU OCDE Japo UEM
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
13
PORTUGAL - INDICADORES PERMANECEM MISTOSECONOMIAS
PIB no 1T14 sofre queda significativa: O Produto Interno Bruto recuou 0.7% em cadeia, nos primeiros trs meses doano, surpreendendo negativamente e excedendo a mdia das previses, que apontavam para uma queda trimestral naordem de 0.1% a 0.2%. Em termos homlogos, a actividade registou uma taxa de expanso de 1.2% que compara com1.5% no final de 2013. Segundo o Instituto Nacional de Estatstica, para o abrandamento do crescimento homlogo terocontribudo a procura externa lquida, que pesou desfavoravelmente, reflexo do abrandamento das exportaes de bens eservios e do crescimento significativo das importaes. Em contrapartida, a Formao Bruta de Capital parece ter evoludopositivamente, facto que suporta um cenrio mais favorvel no futuro. A lenta reanimao do investimento , alis, suportadapelo andamento dos indicadores de confiana dos empresrios, pela evoluo dos ndices de capacidade instalada e peloandamento das importaes de bens de capital.
No obstante, mantemos a nossa previso de crescimento anual em 2014 de 1%: De facto, atendendo aosfactores que estiveram subjacentes ao comportamento da actividade econmica nos primeiros trs meses do ano, relacionadoscom paragens de produo em alguns dos maiores exportadores nacionais, parece plausvel acreditar que ocorrer ummovimento de correco em alta no segundo trimestre do ano, sendo mesmo possvel a ocorrncia de revises aos dadosdivulgados na estimativa rpida. Refira-se que apesar da desacelerao de alguns indicadores (vendas a retalho em Abril),o comportamento dos ndices agregados de confiana e de actividade (o ndice de sentimento econmico da ComissoEuropeia est em mximos desde 2008; o indicador coincidente de actividade calculado pelo Banco de Portugal continua aapontar em sentido ascendente) sugere a retoma a uma trajectria de acelerao.
Indicadores do lado da oferta melhoram em Abril, aps desacelerao no 1T, em linha com o ciclo de comrciointernacional: O ndice de produo industrial alisado continua a apontar para crescimento significativo - o mais acentuadodesde 2011 - com a informao mais recente (ltimo reporte ao ms de Abril) apontando para crescimento significativo apsalguns meses de desacelerao. Esta uma tendncia que ter que ser confirmada, e que dever reflectir tambm asoscilaes do comrcio internacional.
Paula Gonalves Carvalho
PIB em volume - variao homloga e contributospor componente(Taxa de variao homloga, mdia mvel de 3 meses (%))
Produo industrial sugere abrandamento
(Taxa de variao homloga, mdia mvel de 3 meses (%))
Balana Corrente e de Capital
(% do PIB)
Indicadores de confiana e de actividade
(ndice; ndice)
14
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
ECONOMIAS
ESPANHA - MAIOR DINAMISMO NA ACTIVIDADE DOMSTICA
Detalhe do PIB no primeiro trimestre: A estimativa final para o crescimento no primeiro trimestre confirmou umcrescimento em cadeia de 0.4% e homlogo de 0.5%. Em termos homlogos, este foi o primeiro trimestre positivo, depoisde nove de contraco. A procura interna contribuiu com 0.7 pontos percentuais (p.p.) para a variao homloga, enquantoque a procura externa retirou 0.2 p.p. ao crescimento. Como se pode verificar na anlise da balana comercial a preoscorrentes, o comportamento da procura externa reflecte o maior dinamismo da procura interna que se traduziu num avanomais acentuado das importaes (9.3%, tvh) do que das exportaes (8.1%). Na procura interna, destaca-se o avano de1.6% homlogos do consumo e o abrandamento do ritmo de queda do investimento para 1.1%. Relativamente ao investimento,chama-se a ateno para o facto da sua contraco continuar a reflectir ajustamentos na construo/imobilirio, observando-se, contudo, uma dinmica muito favorvel no investimento em bens de equipamento, +11.1% homlogos, depois de teravanado 9.5% no trimestre anterior. Os indicadores de sentimento e de actividade (PMI's) para o segundo trimestre,apontam para a consolidao do novo ciclo de crescimento da economia espanhola.
Balana comercial: O dfice da balana comercial deteriorou-se no primeiro trimestre, reflectindo um crescimento maisforte das importaes (7% em termos homlogos) do que das exportaes (3.2%). Esta evoluo traduz a reduo do saldoda balana energtica em cerca de 3 mil milhes de euros (mme). Excluindo os bens energticos, a balana comercialmelhorou cerca de 14.5% em termos homlogos, reduzindo-se o respectivo dfice para 10.9 mme, menos 2 mme do que nomesmo perodo de 2013. Em termos globais, a evoluo das exportaes reflecte uma contraco das exportaes parapases extracomunitrios (-4.3%), o que estar associado apreciao do euro e ao abrandamento do ritmo de crescimentoem algumas economias emergentes. De facto, as exportaes para a Amrica Latina, que representam 5.8% do total, e paraa sia, que representa 8.9%, estagnaram e contraram 0.3%, respectivamente. Contrariamente, as vendas dentro da UEaumentaram 7.9% e para a zona euro 13.8%. O comportamento das importaes por tipo de produto mostra maior dinamismoda procura interna, tanto nas componente consumo como investimento. De facto, as importaes de bens de equipamentocontriburam com 2 p.p. para o crescimento total das importaes e as do sector automvel com 2.7 p.p.. Os produtosqumicos contriburam com 1.1 p.p..
Contributos para o crescimento homlogo
(%, %)
Sentimento econmico e PIB
(%, ndice)
Indicadores de Sentimento
(ndice, ndice)
Balana comercial
mil milhes de euros
Export. tvh Import. tvh Saldo tvh2013 234.2 5.2% 250.2 -1.3% -16.0 48.1%12 meses 236.1 5.0% 254.4 2.2% -18.4 23.8%1T08 48.5 3.3% 74.7 6.9% -26.2 14.3%1T09 38.5 -20.8% 50.4 -32.6% -11.9 -54.4%1T10 43.9 14.3% 56.7 12.5% -12.8 7.0%1T11 54.8 24.7% 68.0 19.9% -13.2 3.0%1T12 56.4 2.9% 67.4 -0.8% -11.0 -16.3%1T13 56.6 3.9% 60.6 -6.9% -4.0 62.0%
No energia 53.2 - 44.4 - 8.8 -Energia 3.4 - 16.2 - -12.8 -
1T14 58.4 3.2% 64.9 7.0% -6.5 -60.4%No energia 54.7 2.9% 50.3 13.3% 4.4 -49.8%Energia 3.7 7.5% 14.6 -9.9% -10.9 14.6%
Fonte: Ministrio Economia Espanha, calc. BPI.
Teresa Gil Pinheiro
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
15
BRASIL - ECONOMIA VOLTA A DAR SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO
ECONOMIAS
A economia brasileira voltou a apresentar sinais de enfraquecimento da actividade, reflectindo polticas econmicas maisrestritivas, fraca confiana dos agentes econmicos e o impacto da desacelerao do crescimento na China e na Argentina.O crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2014 caiu para +0.2% q/q, face a 0.4% q/q no trimestre anterior e em termoshomlogos desacelerou para 1.9% y/y face a 2.2% y/y no quarto trimestre de 2013. Do lado da procura, o crescimento foitravado por uma contraco do consumo privado (-0.1% q/q), do investimento (-2.1% q/q) e das exportaes (-3.3% q/q),tendo sido o crescimento do consumo publico (+0.7% q/q) a nica componente a suportar o crescimento. Do lado da oferta,os sectores da agricultura e dos servios cresceram 3.6% q/q e 0.4% q/q, respectivamente, mas o sector da indstriacontraiu 0.8% q/q. Por outro lado, o PIB de 2013 foi revisto em alta para 2.5% (vs. 2.3%), como resultado da incorporaoda nova srie de ndices de produo industrial nas contas nacionais que teve efeitos retroactivos para 2013. Ainda assim, osdados do primeiro trimestre, sugerem que o crescimento de 2014 dificilmente ultrapassar os 2%.
A inflao desacelerou em Abril para 0.67% m/m, face ao crescimento de 0.92% m/m em Maro, mas em termos anuaiscontinuou a subir (6.28% y/y em Abril, comparado com 6.15%y/y em Maro), aproximando-se novamente do limite superiordefinido pelo Banco Central de 6.5% (o BCB tem como objectivo uma taxa de inflao de 4.5% +/-2%). Desta vez, foram ospreos regulados que colocaram maior presso sobre o aumento do nvel geral dos preos, dada a menor margem demanobra do governo para controlar preos (nomeadamente da gasolina e das tarifas energticas). Na reunio de Maio, ocomit de poltica monetria do BCB decidiu manter a taxa Selic nos 11%, depois de um aumento gradual de 375 pontos basedesde Maro de 2013. Todavia, no comunicado, o BCB deixou implcito que esta interrupo poder ter sido temporria,sugerindo que depois das eleies estes aumentos podem ser retomados, especialmente se a inflao continuar a pressionar.
A balana comercial recuperou marginalmente em Abril e Maio, registando um saldo de USD 0.5 mil milhes em Abril eUSD 0.7 mil milhes em Maio, que compara com uma dfice mdio de USD 2 mil milhes nos 3 primeiros meses do ano. Asexportaes cresceram 5% face ao ms anterior, mas em termos homlogos continuaram a contrair (-5% y/y em Maio vs. -4% y/y em Abril), reflectindo uma forte queda das exportaes para a Argentina (-25.8% y/y). Entretanto a performancenos mercados tem sido positiva mesmo depois do corte de rating pela S&P: o ndice bolsista (Ibovespa) valorizou cerca de13% desde Maro, e desde o incio do ano, o real valorizou 5.7% e as taxas de juro das obrigaes do tesouro a 10 anoscaram 81 pontos base desde o incio do ano.
Luisa Teixeira Felino
Crescimento das componentes do PIB
(variao anual)
Balana comercial
(variao anual; mdia mvel 3 meses em milhes de dlares)
Inflao
(percentagem)
IBOVESPA e Taxa genricas das obrigaes dotesouro a 10 anos(indice; percentagem)
16
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
MXICO - CRESCIMENTO DESPONTA NO PRIMEIRO TRIMESTRE
ECONOMIAS
O PIB avanou no primeiro trimestre +0.3% q/q e 1.8% em termos homlogos, apresentando uma pequena recuperaoface ao fraco crescimento de 2013, que todavia ter ficado aqum das expectativas do mercado. A fraca recuperao daactividade econmica est contudo relacionada, antes de mais, com o fraco crescimento da economia dos EUA, durante omesmo perodo, que se reflectiu nas exportaes da indstria transformadora. Para alm disso, verificou-se uma queda dasexportaes de petrleo, enquanto no mercado interno, o consumo e o investimento devero ter feito sido afectados peloaumento dos impostos no incio do ano. Assim, a recuperao na indstria transformadora (+4.3% y/y) foi moderada e osector da construo (-2.8% y/y) continuou a pesar na retoma do crescimento do sector secundrio que apresentou umcrescimento de 1.6% y/y. O sector primrio exibiu uma taxa de crescimento mais robusta (+4.9% y/y), embora com umcontributo reduzido para o crescimento do PIB (o sector primrio representa apenas 3.5% do VAB); e o sector terciriocontinuou a crescer mas a um ritmo ainda lento face s variaes histricas.
Os resultados do PIB do primeiro trimestre conduziram, tanto o Banco Central do Mxico como o governo, a reverem embaixa as suas estimativas para o crescimento do PIB de 2014. O Banco do Mxico baixou as projeces para 2.3%-3.3%(comparado com as previses anteriores de 3%-4%), e o governo aponta agora para um crescimento da economia de 2.7%.Ainda assim, as expectativas so de que no segundo trimestre a economia recupere consideravelmente, acompanhando atendncia que se antev para a economia dos EUA. Para alm disso, o aumento da despesa pblica atravs do programa deinvestimento dever comear a produzir efeitos, enquanto os efeitos das reformas estruturais s devero ter resultados nomdio prazo.
A inflao desacelerou em Abril para 3.5% y/y (face a +3.8% y/y em Maro) e registou uma variao de -0.19% m/mface a +0.27% m/m em Maro. Estes dados confirmam que a tendncia de acelerao dos preos que se ter sentido noincio do ano (como resultado da introduo de medidas tributrias) ter sido temporria. Neste sentido, o Banco do Mxicona ltima reunio de Abril reviu em baixa as expectativas de inflao (prevendo que esta se dever manter abaixo dos 4%),e decidiu manter a taxa directora de poltica monetria nos 3.5%.
A conta corrente no primeiro trimestre registou um dfice moderado de USD 4.5 mil milhes, que compara com USD 7.5mil milhes no ltimo trimestre de 2013. Entretanto em Abril, as exportaes cresceram 3.7% y/y (com uma melhorperformance no sector no-petrolfero, um sinal encorajador de que a indstria transformadora est a recuperar), e asimportaes recuaram 1.5%y/y, conduzindo a balana comercial a registar um saldo positivo de USD 510 milhes.
Luisa Teixeira Felino
Crescimento do PIB
(Variao percentual anual)
Inflao
(variao anual)
Balana de conta corrente
(milhes de dlares)
Exportaes
(variao homloga)
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
17
ANGOLA - INFLAO ATINGE NOVO MNIMO HISTRICO
ECONOMIAS
O crescimento anual do nvel de preos voltou a diminuir em Abril, colocando a taxa de inflao num novomnimo histrico. Na provncia de Luanda, os preos cresceram 0.51% entre Maro e Abril, mas a variao anual do IPCdiminuiu para 7.22%, inferior ao crescimento de 7.32% em Maro e menos 1.78 pontos percentuais do que o observado emigual perodo do ano anterior. O crescimento do nvel de preos global foi principalmente influenciado pela inflao nos bensalimentares e bebidas alcolicas, que contriburam com 0.47 pontos percentuais para a inflao mensal. Nas restantesprovncias, o comportamento dos preos foi semelhante. Estes dados continuam a sugerir que a introduo da pauta aduaneirateve um impacto muito limitado sobre o nvel de preos local, embora a poltica monetria seguida pelo banco central devatambm ter contribudo para a desacelerao da inflao. A estabilidade cambial, apesar do perodo de volatilidade decorrentedo ajustamento alterao da lei cambial, tambm tem contribudo para o controlo eficaz do nvel de preos.
Na ltima reunio de Maio, o Comit de Poltica Monetria do BNA decidiu aumentar a taxa de juro aplicvel Facilidade Permanente de Absoro de Liquidez em 25 pontos base para 1.75%. Ao manter as outras duas taxasinalteradas na reunio de poltica monetria - a taxa BNA mantm-se em 9.25% e taxa de juro aplicvel FacilidadePermanente de Cedncia de Liquidez permanece nos 10% -, esta deciso procura incentivar os bancos a depositar as suasreservas excedentrias no BNA e aumenta o valor mnimo da taxa qual os bancos esto dispostos a emprestar os fundos emexcesso a outros bancos no mercado interbancrio. As taxas LUIBOR continuam a diminuir, principalmente no prazo overnight,numa tendncia iniciada desde Julho de 2013, quando o coeficiente de reservas obrigatrias (aplicvel aos depsitos dosbancos comerciais em moeda nacional) foi reduzido de 20% para 15%. Desde que foi introduzida pela primeira vez, no finalde 2012, a taxa BNA j foi reduzida em 100 pontos base, encontrando-se actualmente nos 9.25%.
A OCDE reviu em alta o crescimento econmico de Angola para 7.9% este ano, mais 0.1 pontos percentuaisdo que a anterior estimativa indicava. Embora inferior estimativa de 8.8% apresentada pelo Ministrio das Finanas noOramento do Estado para 2014, esta perspectiva muito optimista quando comparada com a nossa previso de 5.3% (emlinha com as previses do FMI). O crescimento da economia dever acelerar para 8.8% em 2015, segundo a instituio.Ainda seguindo o relatrio da OCDE, o crescimento da economia no ano passado ter sido de 5.1% (a nossa estimativaaponta para um crescimento de 4.5%), inferior aos 7.1% previstos inicialmente pelo governo.
Nuno Andr Coelho
Taxas do mercado monetrio interbancrio(LUIBOR)(percentagem anual)
Inflao
(Variao do IPC da cidade de Luanda)
Taxa de cmbio
(x kwanzas por dlar americano)
Previses de crescimento da economia
(var. do PIB real, %)
18
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
ECONOMIAS
MOAMBIQUE - TAXAS DE JURO INALTERADAS PERANTE ACELERAO DA INFLAO
Nuno Andr Coelho
O Banco de Moambique voltou a deixar inalteradas as principais taxas de juro da economia local, mantendo-se prudente face aos riscos de inflao. Na reunio de poltica monetria, decorrida no ms passado, o CPMO (Comit dePoltica Monetria do Banco de Moambique) decidiu manter as taxas de juro das facilidades permanentes de depsito ecedncia (taxas cobradas/garantidas em emprstimos/depsitos pelo prazo overnight efectuados entre as instituies decrdito e o banco central) em 1.50% e 8.25%, respectivamente, mantendo uma postura de poltica prudente perante aperspectiva de acelerao do nvel de preos. Apesar da progressiva reduo das taxas de juro desde 2011 (quando a taxade cedncia atingiu um mximo de 16.5% para combater o crescimento rpido dos preos), as taxas de juro praticadas nosemprstimos interbancrios continuam virtualmente inalteradas e as taxas dos emprstimos economia (quer nominais,quer reais, depois de descontada a inflao) mantm-se em nveis muito elevados, reflectindo a dificuldade em concedercrdito de baixo risco.
O ndice geral de preos no consumidor na cidade de Maputo - o indicador de referncia para a polticamonetria - aumentou 0.63% em Abril (por comparao com o ms anterior) e colocou a taxa de inflao homlogaem 3.6%, representando uma estabilizao face a Maro e uma diminuio de 1.5 pontos percentuais face a Abril de 2013.Por outro lado, o indicador geral de Moambique, que agrega informao referente s cidades de Maputo, Beira e Nampula,avanou apenas 0.12%, deixando a inflao anual em 2.87%, inferior aos 3.0% de Maro. O comportamento da inflaodesde o incio do ano continua a reflectir o efeito das cheias que afectaram a produo e a circulao de produtos agrcolase o crescimento do nvel de preos na frica do Sul, o principal fornecedor de bens alimentares. Por sua vez, a ligeiradesacelerao do crescimento dos preos em Abril em parte um efeito sazonal relacionado com o incio da poca frescapropcia produo agrcola, mas tambm justificada pela estabilizao cambial face ao dlar americano e ao rand sul-africano.
Ainda assim, os riscos de inflao no curto prazo so reduzidos, o que poder permitir ao banco centralmanter o ciclo de reduo das taxas de juro. A continuao da recente apreciao do metical contra o USD e o Randindica que o crescimento dos preos poder estar limitado no curto prazo, desde que o efeito cambial seja incorporado nospreos locais. Por sua vez, o crescimento lento do crdito concedido economia no por agora uma fonte de pressoinflacionista, o que, associado estabilizao dos preos internacionais das commodities, poder contribuir para uma reduodas taxas de juro fixadas pelo Banco de Moambique nos prximos meses.
Taxa de inflao
(taxa de variao homloga no ndice de preos do consumidor, %)
Taxas de juro
(%)
Crdito economia
(taxa de variao homloga, %)
Forex
(x meticais por rand; x meticais por dlar americano)
0%
3%
6%
9%
12%
15%
18%
Abr-10 Abr-11 Abr-12 Abr-13 Abr-14
M oambique M aputo frica do SulFonte: INE, Statistics South Africa
0%
5%
10%
15%
20%
25%
M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14BT 91 dias Emprstimos 1 anoFac. cedncia M AIBOR overnightFac. depsito Fonte: Banco de M oambique
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14
Total M oeda nacional M oeda estrangeira
Fonte: Banco de M oambique
2.5
2.7
2.9
3.1
3.3
3.5
3.7
M ai-12 Jul-12 Out-12 Dez-12 M ar-13 Jun-13 Ago-13 Nov-13 Fev-14 M ai-1426
27
28
29
30
31
32
33
ZAR/M ZN USD/M ZN (ELD)Fonte: Bloomberg
E.E.F. Mercados Financeiros Junho 2014
19
MERCADOS MERCADO CAMBIAL
EURO MAIS FRACO
No foi surpresa para analistas e operadores de mercado o surgimento de medidas de poltica monetriaintroduzidas pelo Banco Central Europeu na reunio de Junho, aps anteriores sinalizaes deixadas por MarioDraghi. De forma antecipada (como caracterstica dos mercados), o EUR/USD foi testando nveis de suporte(o mais importante, 1.3671) e rapidamente deixou o patamar 1.39 para 1.35 (-3.0%). De lembrar que globalmenteo mercado ainda se encontra longo em euros, sendo necessrio o cmbio vir mais abaixo para se iniciarem alteraes decenrio. Acreditamos que existem inmeros stop-losses abaixo de outro importante ponto de suporte, 1.3475 que, casovenha a ser testado e quebrado, confirmar a inverso da tendncia anterior (que era bullish) e levar execuo dessasordens e a um movimento mais expressivo de queda do cmbio ncora. As medidas do BCE em si e a sua repercusso aonvel de liquidez no sistema sero avaliados (podem ficar aqum do esperado pelo mercado) e criaro invariavelmentevolatilidade.
Perante a libra e o iene, o euro tem vindo igualmente a perder valor. No 1 caso, no EUR/GBP, a tendncia de quedatem sido uma constante desde meados do ano passado, chegando recentemente perto de 0.80 (de 0.8770 em Agosto,chegou-se a 0.8070 em finais de Maio, -8.0%); no EUR/JPY, assiste-se a uma paragem na c