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Diretor: Hermínio Santos n Mensal n Ano IV n N.º 44 n Abril de 2013 n 8 euros www.briefing.pt Pág. 30 Carlos Gutierres, diretor dos negócios comerciais não aviação da ANA As marcas aceleram no aeroporto PUB Filipe Novais, presidente da Markinfar Comunicação objetiva 06 23 Raio-x às produtoras “Estamos a falar sobretudo da classe médica, mas também dos profissionais de saúde em geral. São pessoas alta- mente formadas e altamente informadas. Daí que a nossa comunicação procure ser sempre muito objetiva”. Esta é uma das ideias de Filipe Novais, presidente da Markinfar, Associação Portuguesa do Marketing Farmacêutico. Cinco produtoras de filmes para o sector da publicidade dão a sua opinião sobre o estado atual do mercado em Portugal e a sua evolu- ção. Há um dado garantido: é preci- so partir à descoberta de novos ter- ritórios. Mais trabalho e seriedade são outras das receitas apontadas pelos seus responsáveis.

Briefing 44

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Briefing nº 44

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Diretor: Hermínio Santos n Mensal n Ano IV n N.º 44 n Abril de 2013 n 8 euros

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Pág. 30

Carlos Gutierres, diretor dos negócios comerciais não aviação da ANA

As marcas aceleram no aeroporto

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Filipe Novais, presidente da Markinfar

Comunicação objetiva06 23Raio-x às produtoras

“Estamos a falar sobretudo da classe médica, mas também dos profissionais de saúde em geral. São pessoas alta-mente formadas e altamente informadas. Daí que a nossa comunicação procure ser sempre muito objetiva”. Esta é uma das ideias de Filipe Novais, presidente da Markinfar, Associação Portuguesa do Marketing Farmacêutico.

Cinco produtoras de filmes para o sector da publicidade dão a sua opinião sobre o estado atual do mercado em Portugal e a sua evolu-ção. Há um dado garantido: é preci-so partir à descoberta de novos ter-ritórios. Mais trabalho e seriedade são outras das receitas apontadas pelos seus responsáveis.

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Abril de 2013 3www.briefing.pt

Destaques

ComuniCAção, DesiGne multiméDiA

Av. Marquês de Tomar, 44-71050-156 Lisboa Tel: 217 957 030

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PRoDutoRA De AuDioVisuAisRua Luis Simões, 14 | 2745-033 Queluz

Tel: 214 348 010www.comsom.tv

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Diretor-geralJoão David Nunes

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DiretorHermínio [email protected]

editora executivaFátima de Sousa

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Diretora de marketingMaria Luís

Telf. 961 571 [email protected]

Rua Luz Soriano, 67-1º E Bairro Alto1200-246 Lisboa - PORTUGALwww.who.pt// [email protected]

RAmonDEmeloPHOTOGRAPHY

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HAPPY ConFeRenCe

PAsseio PúbliCo

Há 40 anos, um dos locais mais mágicos da cidade de Lisboa era a varanda do aeroporto. Dali avistavam-se as partidas e chegadas daquelas máquinas que não pararam de evoluir em termos de conforto e rapidez e também na sua beleza. Razões de segurança levaram a Europa a fechar as varandas e a magia acabou. Era preciso, então, encontrar outra magia. A solução chamou-se consumo. Surgiu primeiro a magia do duty-free – que ainda se mantém nos aeroportos fora da Europa – e depois a dos grandes espaços comerciais, com as principais marcas a perceberem que aquela era uma nova oportunidade para expandirem o seu negócio. As marcas começaram então a fazer o seu check-in nos aeroportos. Como explica Carlos Gutierres, diretor dos negócios comerciais não aviação da ANA, Aeroportos de Portugal, nesta edição do Briefing, o aeroporto “representa uma experiência única para os passageiros que o posicionam como um local de descoberta e lazer – mas também de desfrute do prazer das compras”. Na ANA, por exemplo, os negócios de não aviação representaram, em 2012, 111 milhões de euros, o que correspondeu a 30 por cento do volume total de negócios do grupo. O segmento de negócios com mais relevância é o do retalho, que representou 49 por cento do total das receitas não aviação. Trocado por miúdos: os aeroportos serão, cada vez mais, uma plataforma privilegiada para as marcas.

Hermínio [email protected]

eDitoRiAlCheck-in para as marcas

PubliCiDADe

outDooR

EDP “chega” a Espanha

A responsabilidade do líder

O designer português da adidas

A estratégia das operadoras

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A EDP é, finalmente, uma marca única em todo o mundo. Faltava chegar a Espanha e isso aconteceu em março. Lançou uma campanha no país vizinho para comunicar essa chegada e que foi explicada ao Briefing por Paulo Campos Costa, diretor de marca e comunicação do grupo.

Chris McChesney, o orador deste ano da Happy Conference, deu uma entrevista ao Briefing onde explica o que são e para que servem as quatro disciplinas da execução.

Chama-se Afonso Rebelo de Sousa, concebeu e liderou o trabalho de design feito para o Mundial de futebol que vai decorrer no Brasil, em 2014, e tem um percurso que vai desde São Paulo à Alemanha, onde agora trabalha. É o senior designer for brand da adidas.

Responsáveis da MOP, JC Decaux e Cemusa explicam qual é o poder do outdoor e como continua a ser um meio estratégico para as marcas.

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4 Abril de 2013 www.briefing.pt

Quadro de Honra

ContinuidadeO consumo já conheceu dias mais positivos. Mesmo os grupos e as empresas melhor preparados estão a sentir as consequências da profunda crise económica nacional. Talvez por isso a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição decidiu reeleger o consensual Luís Reis para a sua presidência. Na agenda do novo mandato inscrevem--se, para além do contexto económico (ou em consequência do mesmo), alguns dossiês difíceis no âmbito legislativo. A estas novas situações, a APED responde ainda com uma maior profissionalização, sendo evidente o crescente protagonismo da sua diretora-geral, Isabel Trigo de Morais.

A Associação Portuguesa de Empresas de Conselho em

Comunicação e Relações Públicas viveu um discreto

processo eleitoral e parece ter partido para uma vida nova

com a eleição de José Quintela e de uma equipa rejuvenescida de corpos sociais. As primeiras

declarações testemunham prudência e realismo.

José Quintela, presidente da APECOM

Depois de ter “virado frangos” na RTP2 e na RTP Informação,

Cristina Esteves conquistou o especial estatuto de ser a única mulher a apresentar o

Telejornal. Agora, foi escolhida para a difícil missão de

apresentar o novo programa de comentários de José Sócrates.

Para já ganha em visibilidade.

Cristina esteves, jornalista da RTP

luís Reis, presidente da APED

É a mais recente nomeação de um quadro português para um relevante posto internacional. O criativo

Luís Silva Dias assumiu as funções de diretor-geral criativo europeu de uma

das redes globais do Grupo Interpublic (IPG).

luís silva Dias, presidente da Draftfcb

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6 Abril de 2013 www.briefing.pt

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Comunicação com público devia ser possível

A Internet veio mudar o paradigma do marketing farmacêutico, nomeadamente no que respeita à comunicação com os profissionais de saúde. A mesma Internet veio alterar a relação dos cidadãos com a informação sobre medicamentos e doenças, abrindo a porta a que absorvam informação sem qualidade e até errada. Daí que Filipe Novais, diretor de marketing e vendas da Astellas Portugal e presidente da Markinfar – Associação Portuguesa do Marketing Farmacêutico, defenda que a comunicação direta da indústria com o público devia ser possível, ainda que regulamentada.

Filipe novais, presidente da Markinfar

Entrevista

briefing | esta entrevista aconte-ce no dia em que a Astellas co-memora o lançamento no mer-cado de um novo medicamento. A partir daqui, de que estratégias dispõe o laboratório para o pro-mover?Filipe novais | A grande diferença entre o marketing farmacêutico e o marketing de grande consumo é que o marketing farmacêutico comunica com um público-alvo que é altamente diferenciado. Es-

tamos a falar sobretudo da classe médica, mas também dos profis-sionais de saúde em geral. São pessoas altamente formadas e altamente informadas. Daí que a nossa comunicação procure ser sempre muito objetiva, aliás tem de ser obrigatoriamente basea-da em evidência. Ao contrário do mercado de grande consumo, os claims têm de ser suportados por evidência científica, a partir de ensaios clínicos.

briefing | os delegados de in-formação médica (Dim) ainda são o veículo privilegiado dessa comunicação?Fn | Constituíram um modo de levar a informação aos profissio-nais de saúde muito utilizado até ao início desta década, mas hoje em dia menos porque o acesso à informação através dos meios digitais está muito alargado, mais ainda nesta classe profissional. Daí que grande parte da informa-

ção que é disponibilizada se faça através de meios digitais próprios, com acesso exclusivo para profis-sionais de saúde.

briefing | isso significa que os Dim são uma profissão em vias de extinção?Fn | O desemprego entre os pro-fissionais da indústria farmacêutica cresceu enormemente nos últimos dois, três anos e os delegados de informação médica foram a área

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“O desemprego entre os profissionais da indústria farmacêutica cresceu enormemente nos últimos dois, três anos e os delegados de informação médica foram a área mais afetada”

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mais afetada. Estima-se que te-nham saído cerca de 4000 traba-lhadores e que atualmente os DIM sejam metade do que eram há três anos. Além disso, o marketing farmacêutico, tal como o restante marketing, está em evolução e tem de se adaptar aos novos meios. E, de facto, hoje a comunicação é feita sobretudo através de meios digitais e os profissionais preferem este acesso livre e independente, em vez de contactos durante o dia de trabalho.

briefing | o marketing farmacêu-tico, tal como o restante mar- keting, visa resultados. Como é que se promovem esses resulta-dos, que, em relação a medica-mentos, passa por influenciar a prescrição e a dispensa?Fn | É muito importante distinguir o marketing farmacêutico e a comu-nicação das vendas. Aqui falamos de transações comerciais entre os laboratórios e os grossistas ou en-tre os laboratórios e os hospitais.O objetivo do marketing farma-cêutico é levar a informação aos profissionais de saúde sobre os últimos desenvolvimentos que te-nha havido com o medicamento, por exemplo novos ensaios clíni-cos, novos efeitos adversos para os quais seja importante alertar. A função é só essa – exclusivamente informar, salientando as vantagens do medicamento. Obviamente que o prescritor, conhecendo os di-versos medicamentos que possui para tratar determinada patologia, vai escolher o mais adequado para tratar essa patologia num determi-nado doente.

briefing | mas os laboratórios não visam o lucro como empre-sas que são?Fn | Os laboratórios da indústria farmacêutica, como empresas que são, obviamente que procuram o lucro. Contudo, na indústria farma-cêutica, apenas se consegue isso optando por dois caminhos – um é o da indústria de inovação e outro o da de genéricos. Ambas têm lugar no mercado e coexistem em todos os mercados. A opção da indús-tria de genéricos é ter economias de escala através da produção de moléculas antigas, não há nenhum investimento em inovação e na

“A função (do marketing farmacêutico) é só essa –

exclusivamente informar, salientando as vantagens do medicamento”

briefing | os medicamentos su-jeitos a receita médica não po-dem ser alvo de comunicação comercial dirigida ao público. Concorda?Fn | Concordo. É com essas pre-missas que tenho de trabalhar ne-cessariamente. Contudo, acho que o paradigma deve mudar. Ou seja, voltamos à questão que, de facto, mudou a vida de todos e que é a comunicação digital: hoje em dia, qualquer pessoa, com maior ou menor formação, tem acesso à Internet. É cada vez mais comum que um cidadão, tendo uma pato-logia que já lhe foi diagnosticada ou tendo um sintoma e não sa-bendo de que patologia é, procure informação na Internet e há uma probabilidade muito grande de ir parar a blogues em que a informa-ção é completamente desprovida de rigor científico. A realidade é que as pessoas já têm acesso di-reto a informação sobre patologias, sintomatologia e medicamentos, o que não acontecia há dez anos ou até menos. E o facto de não ser permitida uma comunicação dire-ta da indústria com o público priva o doente de informação rigorosa. Se fosse legislada, pelo menos tal como existe nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, a sociedade em geral tinha a garantia de acesso a informação correta e ficava efeti-vamente informada. Teria de ser obviamente regulamentada e de ser diferente da que é dirigida aos profissionais de saúde. Sem essa comunicação, o que acontece que é deixamos as pessoas a absor-ver informação que está, na maior parte das vezes, errada. Na melhor das hipóteses, procuram informa-ção em sites com qualidade, por exemplo de sociedades médicas ou de associações de doentes e até da indústria. Ou então em si-tes alojados nos Estados Unidos, quando deviam ter informação em português sobre medicamentos que são utilizados em Portugal.

briefing | Para os medicamentos não sujeitos a receita médica é permitida a publicidade. neste caso, é como promover outro produto qualquer…Fn | Ao contrário dos medica-mentos sujeitos a receita médica, que só podem ser comunicados

procura de novos tratamentos. A indústria de inovação, ao contrário, apenas consegue sobreviver se desenvolver novos medicamen-tos que sejam melhores do que os que existem. A distinção que eu queria fazer é que, na indústria farmacêutica e por oposição a ou-tros sectores, a comunicação é ex-tremamente regulamentada e nem pode ser de outra maneira. Daí que a comunicação que é feita com os profissionais de saúde seja ape-nas essa – salientar as diferenças e benefícios obtidos nos ensaios clínicos realizados e que levaram à aprovação do medicamento pelas autoridades.

briefing | Diz que a regulamenta-ção é bem vinda. mas não é ex-cessiva e não dificulta a vida aos laboratórios?Fn | Estamos a falar de medica-mentos, de substâncias químicas que, tomadas de maneira errada, podem ter efeitos adversos. Aliás, qualquer medicamento, mesmo bem administrado, pode ter efei-tos adversos, pelo que a informa-ção que vai para o doente tem de ser muito específica sobre tudo o que é esperado, dos efeitos mais frequentes aos mais raros. Daí que a regulamentação determine que não se pode comunicar nada para além do que foram os resultados clínicos e a sua aplicação seja, ali-ás, muito controlada pelas autori-dades.

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8 Abril de 2013 www.briefing.pt

Entrevista

A reputação do marketing farmacêutico “ainda tem uma margem larga para progredir”: “Por ser uma área tão sensível carece de uma preocupação com a reputação da nossa comunicação”.

a profissionais de saúde e publici-tados em meios de comunicação exclusivos para profissionais de saúde, os não sujeitos a receita médica podem ser comunicados nos mass media. Aqui o objetivo é alertar para sintomas ou patolo-gias e informar de que existe um determinado medicamento: num spot de segundos é impossível o total esclarecimento do doente. De qualquer forma, a comunicação é regulamentada, porque, apesar de serem sem receita médica, estes medicamentos também têm de passar por todas as aprovações das autoridades.

briefing | mas o objetivo não é vender? Afinal, é publicidade…Fn | O objetivo é informar. É natural que as pessoas, identificando-se com os sintomas ou com a pato-logia, vão à farmácia e comprem o medicamento.

briefing | Voltando à relação en-tre a indústria e os profissionais de saúde. A regulamentação é cada vez maior, quer ao nível dos eventos, quer das ofertas, por exemplo. Havia um cenário que precisava de ser alterado?Fn | As relações entre a indústria e os profissionais de saúde têm vin-do a ser regulamentadas ao longo de vários anos, não é uma ques-tão propriamente recente. É um processo evolutivo e digamos que normal e necessário. Penso que tem um benefício geral para todos os intervenientes no sector. Em ge-ral, é positiva.

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“Na indústria farmacêutica e por oposição a outros sectores, a comunicação é extremamente regulamentada e nem pode ser de outra maneira”

briefing | mas não deixa a indús-tria sem algumas das suas ferra-mentas de marketing?Fn | De modo algum. O objetivo do marketing farmacêutico é informar os profissionais de saúde sobre os medicamentos que a indústria desenvolveu. A regulamentação, deve ser cumprida por todos, não pode ser vista como um obstáculo.

briefing | Que novos desafios se colocam à atividade?Fn | O desafio das novas tecnolo-gias ainda está largamente por ser ultrapassado. É muito atual. Ainda estamos numa fase de adaptação porque, durante muitos e muitos anos, o veículo normal de comu-nicação com os profissionais de saúde eram os delegados de infor-mação médica e hoje é cada vez menos. O desafio é o de adaptar o marketing farmacêutico à comuni-cação do século XXI, isto é, como comunicar de forma correta atra-vés dos meios digitais.

briefing | em que medida é que o marketing é determinante na estratégia da indústria farma-cêutica?Fn | O que é determinante é uma realidade tão óbvia que, às vezes, parece difícil de aceitar: o deter-minante é a capacidade ou não de investigar e desenvolver medi-camentos inovadores que tragam mais-valia para o doente – maior eficácia, maior adesão à terapêu-tica ou menores efeitos adversos. As companhias só conseguem sobreviver trazendo inovação. Como os medicamentos perdem a patente grosso modo ao fim de dez anos de estarem comer-cializados, ou o laboratório se transforma numa companhia de genéricos ou continua a apostar na alocação dos seus recursos à investigação e ao desenvol-vimento. Não são só dez anos para rentabilizar a investigação do medicamento, mas todo o in-vestimento que falhou em inúme-ras outras potenciais moléculas que não chegaram ao mercado e que são a maioria. É um período limitado de tempo para obter o retorno da investigação e em que o marketing é fundamental para levar a informação aos profissio-nais de saúde.

Filipe Novais é o atual presidente da Markinfar - Associação Portu-guesa do Marketing Farmacêuti-co. Uma associação que existe há cerca de 20 anos e que pretende agregar os profissionais do sec-tor, bem como comunicar e me-lhorar a reputação da atividade. Diz Filipe Novais que a reputação do marketing farmacêutico “ain-da tem uma margem larga para progredir” e que este é um dos aspetos que os órgãos sociais

gostariam de mudar no mandato em curso: “Por ser uma área tão sensível carece de uma preocu-pação com a reputação da nossa comunicação”. É – acrescenta - “necessário explicar à sociedade o propósito da profissão e da ati-vidade”.Licenciado em Marketing pelo IADE e com um mestrado em Gestão pela Universidade Lusía-da, há 16 anos que Filipe Novais trabalha na indústria farmacêuti-

ca. Tudo começou com a respos-ta a um anúncio: foi selecionado e iniciou-se como delegado de informação médica, tarefa que desempenhou por quatro anos até ser promovido a gestor de produto. Daí passou a marketing manager, depois a diretor de ma-rketing e atualmente é diretor de marketing e vendas. Sempre na Astellas, laboratório resultante da fusão, em 2005, das empresas ja-ponesas Yamanouchi e Fujisawa.

elevar a reputação

mARKinFAR

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10 Abril de 2013 www.briefing.pt

Making of

Vermelho, de Red

É uma campanha emotiva, que visa celebrar as pequenas coisas e momentos do quotidiano. Pintou de vermelho as capas dos jornais (e muito mais) e apela às emoções num filme de televisão com “The top of the World” como banda sonora. É provavelmente o maior investimento publicitário que a Vodafone fará este ano. Em nome do Red.

Ainda se estava no primeiro tri-mestre de 2013 quando a Voda-fone anunciou aquele que será, provavelmente, o seu maior in-vestimento publicitário em todo o ano: 14 milhões de euros, para promover Red, que justifi-ca a alocação de uma fatia tão substancial do orçamento para comunicação comercial pelo facto de se tratar de uma oferta “extremamente vantajosa para os clientes Vodafone”, porque lhes garante “mais valor, a me-lhor rede, os melhores telefones aos melhores preços, mais sim-

plicidade e mais serviços”. Por tudo isto, Red materializa “ain-da mais” a assinatura Power to You.Criada pela JWT, esta é uma campanha emotiva, que coloca em evidência a simplicidade e a felicidade que podem advir das pequenas coisas e dos peque-nos momentos do quotidiano. Mesmo – diz a Vodafone – num contexto de adversidade como o atual. O que a marca procura é aproximar-se das pessoas e dos seus momentos. Daí que os filmes pudessem – ou melhor,

aparentem poder ser feitos por qualquer um. “Vodafone Red é todas as coi-sas boas” é o mote da campa-nha, reforçado com os sons e as palavras de “On the top of the World”, dos Imagine Dragons. Uma banda sonora escolhida porque “reforça a mensagem de alegria, felicidade e emoções” que a marca pretende transmitir, mas também porque “facilita a associação à Vodafone, tendo--se revelado um elemento im-portante no reconhecimento imediato da marca”.

“Vodafone Red é todas as coisas boas” é o mote da campanha

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Foram cerca de 500 as pessoas envolvidas nas filmagens, a cargo da produtora Take it Easy. A realização tem assinatura de Tiago Guedes e o som foi finalizado pela Ameba. Red não se confinou à televisão. Espalhou ver-melho pelas bancas de jornais, ao pintar to-das as capas da imprensa diária generalista e desportivos, e pelas homepages de diversos websites noticiosos. Do valor global investi-do, uma “fatia significativa” foi reservada para esta ação que, diz a Vodafone, foi “inédita em Portugal”. E que resultou da necessidade de conciliar o desafio de encontrar novas formas de comunicar com o público, tendo em con-ta as mudanças nos hábitos de consumo de media, com a relevância que os meios ditos tradicionais continuam a ter.De vermelho foram também “pintadas” muitas artérias de Lisboa e Porto, numa mancha de cor potenciada elos 185 mupis e 36 abrigos decorados com Red. Para não falar nas lojas e na sede da Vodafone, que se vestiram a rigor para receber o novo produto da marca.

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12 Abril de 2013 www.briefing.pt

Publicidade

Vive nuestra energía

Desde o início de março que a EDP é uma marca única na Península Ibérica para a comercialização do gás, eletricidade e serviços, tanto para clientes industriais como residenciais. Imprensa local, imprensa nacional-económica, rádio, publicidade exterior e também meios digitais foram os meios usados para o novo logotipo e o slogan “Vive nuestra energía”.

Uma mudança transparente e clara que transmitisse uma ima-gem de continuidade para os clientes. Esta foi uma das men-sagens principais do briefing que esteve por trás da campanha de publicidade feita pela EDP para Espanha onde comunicou a marca única. A ideia era que os clientes percebessem que o grupo continua a ser “a mesma empresa de fornecimento de gás e eletricidade, que continuamos

com a preocupação de estarmos próximos dos nossos clientes”. O objetivo da campanha é refor-çar o posicionamento e os valores de marca, humano, sustentável e inovadora. Com a duração de dois meses, está presente em diferen-tes meios de imprensa local, im-prensa nacional-económica, rá- dio, publicidade exterior e tam-bém meios digitais. A campanha está presente, principalmente, nas zonas de atuação da EDP no país

vizinho: Astúrias, País Basco, Cantábria, Região de Múrcia, Mé-rida e Figueres. Além de um novo logotipo, foi também utilizado o slogan “Vive nuestra energía”. A nova marca e os seus valores também foram comunicados através da inserção de um folheto na fatura de todos os clientes e foi criado um novo site, comum para toda a Espanha (www.edpenergia.es). A empresa afirma que a mudança

reforça a presença no mercado ibérico, até porque a EDP tem um avultado número de clien-tes duais (gás e eletricidade) em Espanha. Além do mais, permite cumprir o estabelecido pelas leis do sector elétrico espanhol dife-renciando, em termos de marca, as atividades de comercialização e distribuição de eletricidade e gás natural. Possibilita ainda uma simplificação, bem como um ga-nho de eficiência nas operações.

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O objetivo da campanha é reforçar o posicionamento e os valores de marca, humano, sustentável e inovadora. Com a duração de dois meses, está presente em diferentes meios de imprensa local, imprensa nacional- -económica, rádio, publicidade exterior e também meios digitais

“uma única marca em todo o mundo”

DisCuRso DiReCto

“Termos uma única marca em todo o mundo, nas 13 geogra-fias onde a empresa está pre-sente, com o mesmo conceito, os mesmos valores e expressa visualmente da mesma forma, é uma grande mais valia para qualquer marca”, diz Paulo Campos Costa, diretor de Mar-ca e Comunicação da EDP.

briefing | Porque é que a eDP decidiu agora avançar com a marca única, a nível de oferta comercial, na Península ibé-rica? Paulo Campos Costa | O re-branding da marca edp foi feito, em Portugal, em julho de 2011. O objetivo deste rebranding foi a curto prazo unificar a marca edp em todas as geografias onde está presente. Em Espa-nha, por motivos de acordos parassociais não foi possível fazer na mesma altura. O ob-jetivo era ter a marca edp em Espanha logo que fosse possí-vel, o que aconteceu agora. As marcas edp hc energía e edp naturgas energía pertencentes a empresas reguladas continu-am a manter-se. A marca que será comunicada de aqui em diante e que serve o mercado comercializador é a marca edp.

briefing | Quais as mais-valias desta unificação da marca? PCC | As mais-valias são mui-tas. Termos uma única marca em todo o mundo, nas 13 ge-ografias onde a empresa está presente, com o mesmo con-ceito, os mesmos valores e ex-pressa visualmente da mesma forma, é uma grande mais-valia para qualquer marca. O facto de uma marca passar de uma marca local para uma marca global é de extrema importân-cia para a valorização da marca edp e contribui para a constru-

Paulo Campos Costa diretor de Marca e Comunicação da EDP

ção de uma marca consistente e de qualidade.

briefing | Como é que a marca vai comunicar estas alterações em espanha e qual o investimen-to previsto? PCC | Espanha tem um mercado muito diferente do mercado em Portugal. Será um rebranding ligei-ro com uma campanha mais ligei-ra. Encontram-se num estágio que não é comparável ao do mercado português onde até há alguns anos atrás, a edp era a única empresa fornecedora de eletricidade. Em Espanha, a mudança de marca será feita de acordo com a presen-ça da edp no mercado espanhol: consistente e com uma pressão publicitária de acordo com a pre-sença da marca edp neste país.

briefing | Há grandes diferen-ças entre Portugal e espanha ao nível desta comunicação? é necessário, por exemplo, fazer publicidade em basco e catalão? PCC | Como referi, anteriormente, a grande diferença dá-se sobre-tudo ao nível da força da marca comercializadora no país onde se

encontra. A campanha de co-municação vai ser centrada em 5 grandes zonas: Asturias e País Vasco, Cantabria e Região de Murcia, Madrid, Castilla e León (León, Zamora, Salamanca, Valladolid, Palencia e Burgos), Navarra, La Rioja, Merida, Fi-gueres, Elche, Alicante, Sagun-to, Zaragoza. A campanha será feita em basco e catalão, con-soante a zona de atuação.

briefing | De que a forma é que a marca única poderá au-mentar o número de clientes eDP em espanha? PCC | Uma marca global con-tribui sempre para enriquecer a sua presença em todos os países onde está presente. Quando viajamos e encontra-mos uma marca presente nesse país, esta presença traduz-se num fortalecimento a nível de conhecimento/notoriedade. Não é um caminho que se faça rapidamente e só de uma vez, mas é o início de uma constru-ção sólida para uma marca que vale, hoje, 2.4 mil milhões de euros.

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14 Abril de 2013 www.briefing.pt

Comunicação

colher a Escola quando o objetivo é alcançar o sucesso profissional. O mais recente desa-fio foi o lançamento de uma aplicação para iPad. Conscientes do valor que estas aplica-ções podem trazer às marcas, contribuindo para o branding e para o aumento da visibili-dade dos seus produtos e serviços em mais plataformas de distribuição, desenvolvemos uma aplicação para iPad para a divulgação dos cursos do Portfolio de Formação para Executivos 2013. A aplicação está disponível, gratuitamente, para download na AppStore em https://itunes.apple.com/pt/app/pbs--portfolio/id596857606?mt=8. Através desta aplicação, o utilizador pode agora consultar e conhecer na íntegra todos os 30 Cursos de Curta e Média Duração, que compreendem formações de 16 a 225 horas, e os 11 Se-minários de Alta Direção, com a duração de um dia.O balanço não podia ser mais positivo. A adesão das pessoas à página de Facebook foi imediata, o que lhe permite, hoje em dia, ser um complemento de comunicação ao site da Escola e nunca um veículo de sobreposi-ção de informação. O LinkedIn, tem sido tam-bém uma ferramenta muito útil não só em ter-mos de divulgação das iniciativas da Escola mas também como canal de (re)encontro dos membros da nossa comunidade, permitin-do reforçar a componente de networking, à semelhança do que acontece nas melhores escolas de negócio do mundo. No entanto, é importante destacar que, cada vez mais, se verifica que a proliferação de “redes sociais” torna a gestão da informação muito mais desafiante. Se, em 2007, era rela-tivamente fácil captar a atenção das pesso-as e mantê-las envolvidas neste tipo de fer-ramentas de comunicação, hoje em dia há, de facto, muita informação para gerir, o que constitui um desafio maior na forma como se comunica. Ainda assim, a Porto Business School sem-pre adotou um estilo de comunicação muito próprio o que, aliado à diversidade de ativida-des que a Escola oferece, lhe permite atingir, continuamente, níveis elevados de notorieda-de e reconhecimento.

mafalda Ferreiraresponsável pela área de Comunicação

e Imagem da Porto Business School

Entre followers e influenciadores

Pretendemos reforçar ainda mais a nossa presença nas redes sociais e no espaço online, partilhando este desafio com a consolidação da área multimédia, que também tem vindo a crescer de forma integrada, dando origem à produção e divulgação de vídeos promocionais de programas lançados pela Porto Business School.

Se o site da sua empresa desaparecesse hoje, alguém sentiria a falta dele? No contex-to digital e face à descentralização/dissemi-nação de conteúdos a que assistimos, para o cliente/consumidor não importa (apenas) o que o site diz sobre a empresa. Sob ponto de vista do cliente importa também, e talvez aquilo que os outros dizem sobre si/sua em-presa tenha mais impacto, do que aquilo que a empresa diz sobre si mesma.Nos últimos 10 anos, a proliferação de blogs, canais de partilha, rede sociais,… foram os catalisadores de uma mudança do perfil do cliente - os utilizadores transformam-se em followers; o database é, agora, fanbase e os consumidores são, agora, os influenciadores. Não houve redução ou perda de importância do owned media (eCRM, website, intranet, rss) mas há, no entanto, um crescente au-mento do Paid Media e do Earned Media. E é este o desafio das direções de marketing e das direções de comunicação das empre-sas atualmente. Descentralizar/disseminar conteúdo, otimizando a presença da sua em-presa nos social media. Conscientes desta evolução, na Porto Bu-siness School a comunicação tem vindo a tornar-se cada vez mais digital, dando lugar a uma estratégia de implementação de novas formas de comunicação assentes em new media.A Porto Business School está presente desde 2007 no LinkedIn, desde 2008 no Youtube, no Facebook desde 2010 e, mais recentemen-te, de há um ano a esta parte, na plataforma TheTalentCity, sendo uma das poucas esco-las com presença na “cidade do talento”. E pretendemos reforçar ainda mais a nossa presença nas redes sociais e no espaço on-line, partilhando este desafio com a consoli-dação da área multimédia, que também tem vindo a crescer de forma integrada, dando origem à produção e divulgação de vídeos promocionais de programas lançados pela escola. Exemplo desta aposta é o vídeo “Rea- sons to Go to Porto Business School”, que atingiu um elevado grau de viralidade e que, usando a ilustração, retrata o porquê de es-

“Na Porto BusiNess school a comuNicação tem viNdo a torNar-se cada vez mais digital, daNdo seguimeNto à estratégia de imPlemeNtação de Novas formas de comuNicação asseNtes em new media”.

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Televisão

atuação exclusiva e inovadora e o mindset inerente à criação de novos hábitos de tra-balho, é sempre exigente.Tornar este canal mais eficiente em todas as suas fases, desde o recrutamento ao acompanhamento e follow-up das equi-pas comerciais era o objetivo. Depois de acompanhar as equipas no terreno, feito o benchmarking da concorrência e realizados workshops de diagnóstico, definimos qua-tro vertentes de atuação neste processo de upgrade da eficácia para a eficiência.• Recrutamento e seleção: como atrair as

melhores equipas; • Plano de carreira: desenvolver compe-

tências e oportunidades de progressão profissional retendo os melhores talen-tos;

• Metodologia de trabalho: regras funcio-nais e modelos de venda uniformes;

• Acompanhamento e follow up: coaching para melhorar a qualidade da venda e feed- back comerciais;

Formámos todos os coordenadores e che-fes de equipa e realizamos auditoras tri-mestrais em todas as operações para aferir a adesão ao programa e avaliar o cum-primento da metodologia desenvolvida. O modelo de auditorias foi desenvolvido, também ele, numa vertente de avaliar para desenvolver.Dois anos depois o balanço é o melhor: a qualidade das vendas do canal melhorou cinco pontos percentuais, o índice de sa-tisfação das equipas foi de 96%, e a ca-pacidade de retenção e progressão interna aumentou em larga escala.Assim, este canal tem hoje um processo automatizado para recrutar os melhores vendedores, proporcionando-lhes oportu-nidades de crescimento e acompanhamen-to no terreno.Durante este ano o programa vai ter conti-nuidade, com a extensão a todos os ven-dedores e com a criação de novos desafios e programas de desenvolvimento para as funções de liderança.Também na área comercial há uma linha que separa a eficácia da eficiência!

Gabriel morimdiretor do canal Vendas Porta

a Porta da ZON

Competências comerciais: mais do que fazer certo, fazer bem!

Dois anos depois o balanço é o melhor: a qualidade das vendas do canal melhorou cinco pontos percentuais, o índice de satisfação das equipas foi de 96%, e a capacidade de retenção e progressão interna aumentou em larga escala.

A ZON é operador líder no pay TV em Por-tugal, com cerca de 1,6 milhões de clien-tes. São diversos os canais de venda que contribuem para esta liderança mas, na era digital, o canal de Vendas Porta e Por-ta continua a ser uma fonte privilegiada e estratégica. Na ZON, é o principal angaria-dor de novos clientes. Com uma estrutura comercial de cerca de 1000 vendedores a nível nacional, o canal de Vendas Porta e Porta foi alvo de um projeto alicerçado nos valores da competência, conhecimento e qualidade.Há dois anos, com a economia nacional já em forte queda, constatámos que a equipa de Vendas Diretas se apresentava como um canal eficaz, garantindo performances aci-ma das expetativas, com enorme capacida-de de atração de comerciais e de superação de todos os desafios. Contudo, e à medida que o poder de compra vai diminuindo mais importante se torna vender bem. Não bas-ta ser eficaz mas é essencial ser eficiente. Fazer as coisas certas mas acima de tudo fazer as coisas bem.Em períodos de recessão é imprescindível investir na formação e competências. Tra-dicionalmente, as organizações fazem o inverso, ou seja, apostam forte no desen-volvimento em períodos de maior expan-são quando a apetência para a compra é maior e o vendedor assume mais o papel de alguém que “responde a necessidades” e não vende verdadeiramente.“Puxa as tuas Vendas com Eficiência!” foi o nome dado a este programa de formação que redesenhou o modelo de Vendas Porta a Porta em parceria com a consultora SDO, especializada em capital humano.Os desafios eram enormes. Por um lado, trata-se de um canal de vendas com gran-de rotatividade nas equipas comerciais que enfrenta diariamente uma resistência natu-ral do cliente em abrir a porta a um des-conhecido, facto agravado em contexto de maior recessão.Por outro, as equipas de venda são regra geral muito jovens, ambiciosas e focadas nos resultados. Adotar uma metodologia de

““Puxa as tuas veNdas com EfiCiênCia!” foi o Nome dado a este Programa de formação que redeseNhou o modelo de veNdas Porta a Porta em Parceria com a coNsultora sdo, esPecializada em caPital humaNo”.

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Passeio Público

O português que “assina” o Mundial

Há uma “assinatura” portuguesa no Mundial de Futebol do Brasil, que se realiza em 2014. O responsável é Afonso Rebelo de sousa, senior designer for brand da adidas, que concebeu e liderou o trabalho de design feito para aquela competição. Este é apenas um dos muitos exemplos da “obra” de um criativo que nasceu no Brasil, tem pais portugueses, foi alfabetizado em inglês e costumava discutir anúncios com a mãe.

Sala de arquivo do jornal Auto Hoje, aos 14 anos. Ordenado: um almoço. Este foi o primeiro em-prego “mais a sério” de Afonso Rebelo de Sousa. Os seus pais obrigaram-no sempre a trabalhar no verão mas o primeiro emprego que recorda é naquele jornal de desporto automóvel. Depois, já na

sua área profissional, o brand de-sign, passou por um estágio não remunerado na DM9 DDB São Paulo e esteve em full-time na Strat Design, em Lisboa. O seu percurso pessoal e profissional passou por São Paulo, Nova Iorque, Barcelo-na, Londres e Lisboa. Hoje, está na Alemanha, onde é senior design

manager for brand para a adidas. É nesta qualidade que tem tratado do campeonato do mundo de fute-bol de 2014, que decorrerá no Bra-sil. Neste projeto, que terminou na primeira semana de abril, ele a sua equipa foram responsáveis pela criação de todo o grafismo para o campeonato, desde as placas de

perímetro do campo ao packaging, passando pelos grafismos para as federações patrocinadas pela adi-das e suas aplicações comerciais. Na adidas colidera a área do fute-bol e Leonel Messi, jogador patro-cinado pela marca alemã, na mes-ma perspetiva em que trabalhou para o Mundial de 2014, “redefi-

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Abril de 2013 19www.briefing.pt

nindo os seus dispositivos visuais, nomeadamente toda a fotografia, desde comunicação de produtos a clubes”, afirma. Em termos globais, como senior designer / senior design manager, trabalha na tradução de produ-to para marketing, “isto é criar a história, estratégia visual e comu-nicação visual da marca”. Os pro-dutos são criados e produzidos dois anos antes da sua entrada no mercado, enquanto o marketing só lida com esses mesmos produtos seis meses antes da sua entrada no mercado. A área de Afonso tem de estar presente desde o design de produto à comunicação para o consumidor, “enquanto já defi-nimos o que vem aí daqui a dois anos. É uma roda viva que desco-nhecia e que me fascina”.Afonso Rebelo de Sousa é um “produto” feito de várias experiên-cias, cidades e percursos. Há al-gumas recordações bizarras. Esta, por exemplo: “o constante fascínio pelo supermercado e a variedade de cereais desnecessários que provei”. Mais uma: “uma pergun-ta de uma colega quando tinha 15 anos no balcão do bar da escola: gostas tanto de arte, o que queres fazer com isso? — Tinha na mão

uma lata de Sprite, apontei para o logo e respondi: isto”. Nasceu em São Paulo, onde vi-veu até aos cinco anos de idade. Seguiu-se Nova Iorque, onde ficou até aos 10. Depois, foi Lisboa onde recorda um “verão intensivo de au-las de português com a minha avó Rosa Lobato de Faria”. Frequentou um colégio português mas aos 15 anos disse aos pais que queria voltar ao ensino em inglês. O ob-jetivo era sair de Portugal para a universidade. Aos 17 foi fazer o seu curso entre Inglaterra (University for the Creative Arts) e Barcelona (Universidad Ramon Llull). Depois, seguiram-se estágios em São Pau-lo e Lisboa.“If you don´t say anything don´t bo-ther coming” é o seu lema de vida. Explica porquê: “O meu avô Balta-sar sempre me disse: seja o primei-ro a chegar e último a sair, pode ser uma besta mas alguém reparará. Pois bem, eu adotei isto na minha vida pessoal e até o uso com os designers e comerciais com quem hoje trabalho. Acredito que interes-sa-nos ser notados ou por estar in-teressado ou por ser interessante. Aquilo que está no meio é morno”.Dos sete países onde já viveu – diz que secretamente caminha para o

os principais marcos da sua vida profissional

Como é que foi ser júri do D&AD

CARReiRA

JúRi

tiger Woods: proposta vence-dora do concurso internacional para a criação de marca do seu primeiro campo de golfe. Foi o primeiro trabalho no Dubai, “um bom cartão de visita e confir-mação que poderia fazer o que faço em qualquer parte do mun-do”.

the brand union (ex-enterpri-se iG) em londres: na altura a maior agência de branding de Londres onde, entre vários pro-jetos e clientes, se tornou um dos brand guardians da marca Vodafone parte do Team Voda-fone WPP.

Glenn tutssel: Executive Crea-tive Director da TBU (The Brand Union) um mentor e amigo que “acreditou na minha paixão por resolver problemas e passava--me trabalhos de casa que me levou a desenvolver uma tipo-grafia para o Sir John Hegar-ty (BBH) e posters para Mike Dempsey e Storm Thorgerson”.

D&AD: um reconhecimento e uma participação privilegiada.

Adidas: “o convite que me mos-trou uma nova faceta de criação e gestão de marcas. Divido-me entre criação e o papel de clien-te, aprendendo sobre o sector de desporto e lazer”.

ieD Roma (istituto europeo di Design): “Um desafio e exposi-ção séria na área de docência, desde inspirar jovens designers a avaliar design”.

Curioso: “Do primeiro dia até hoje quero aprender. Vou mu-dando as temáticas ou focos daquilo que quero aprender, mas sei que só sendo humilde e aber-to a ouvir irei encontrar as res-postas para os meus desafios.

Afonso Rebelo de Sousa foi membro do júri dos pré-mios D&AD 2012. O criativo integrou o painel de jura-dos na categoria de Branding. Eis o relato, na primeira pessoas, dessa experiência:“Em primeiro lugar foi o reconhecimento. No ano an-terior a ser júri tinha sido orador para o New Blood (recém-graduados e novos talentos) e saber que o D&AD se interessou pelo meu trabalho, encheu-me de alegria. Em segundo lugar foi o acesso a ver o melhor trabalho que se faz no mundo, entender onde vai de-sign, mais especificamente, onde vai branding e ser uma voz que contribui para esse debate. Em terceiro foi o nosso painel com a nossa líder Marina Willer, uma designer que há muito admiro, e criativos cheios de talento como Steve Edge ou Garry Blackburn. Por fim, é saber que a minha network mais próxima e natu-ral está em Londres, além de guardar uma relação de membro e amizade muito ativa com o D&AD”.

Elege o CR, de Cristiano Ronaldo, como a marca portuguesa mais forte que existe: “Claro que temos o vinho do Porto e uma indústria de calçado relevante em B2B. Mas pensando naqueles que definem o grande consumo, os jovens, que vão atravessar fronteiras e moldar as novas formas de conversar, conectar e pensar, o CR é a única marca que sinto ser portuguesa, presente, forte e global”

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Passeio Público

oitavo até ao final do ano - a Ale-manha é o mais difícil. Tem razões para isso: demorou três meses a receber o seu cartão bancário e quatro meses para ter internet em casa. No trabalho, a aver-são ao risco entre os locais é uma constante e a eficiência “é uma gargalhada, encontro mais barreiras do que soluções”. Em suma, “é difícil ser-se um cria-tivo num país de engenheiros, especialmente quando ao do-mingo é proibida a abertura de estabelecimentos comerciais ou entrar no trabalho”.Nas marcas, o que mais o atrai é o mesmo que numa mulher: forma e feitio (ou caráter). “For-ma é o design e pessoalmente adoro tipografia. Não necessa-riamente da letra «o». Feitio (ou caráter) é o mais determinante e tal como numa mulher, atrai-me as marcas rebeldes, as aventu-reiras, no sentido que não são aquelas que querem ser as mais populares da escola mas aque-las que mais se divertiram na escola. Isto cria uma aura de exclusividade”, diz.Confessa que faz marcas para amigos que residem em Portu-gal mas não tem atualmente ne-nhuma relação específica com marcas portuguesas. “Gosto de muitas, há um cuidado grande com design em Portugal e mui-

tas histórias com humor. Ao mes-mo tempo ainda usamos imen-sos slogans...”, afirma. Elege o CR, de Cristiano Ronaldo, como a marca portuguesa mais forte que existe: “Claro que temos o vinho do Porto e uma indústria de calçado relevante em B2B. Mas pensando naqueles que definem o grande consumo, os jovens, que vão atravessar fron-teiras e moldar as novas formas de conversar, conectar e pensar, o CR é a única marca que sinto ser portuguesa, presente, forte e global”.Quanto à forma, como disposi-tivo gráfico identifica a Cruz de Cristo das caravelas portuguesa se não tem problemas em agra-decer à Nike, a maior concor-rente da adidas, o facto de as ter colocado no equipamento da seleção de futebol de Portugal. Da sua carreira na adidas, aonde chegou através do Linkedin, do portefólio e de saber o que que-ria, diz que espera ter uma “fun-ção central”. “A adidas é uma empresa grande, multifacetada, tal como a Alemanha medieval com seus vários reinos. A minha missão é uni-los para um obje-tivo comum para ser o número um no mercado, para ter algo in-teressante para contar que con-tribua para nossa perceção de marca, uníssona”, afirma.

Afonso Rebelo de Sousa é um “produto” feito de várias experiências, cidades e percursos. Há algumas recordações bizarras. Esta, por exemplo: “o constante fascínio pelo supermercado e a variedade de cereais desnecessários que provei”

Qual o papel das marcas

bRAnDinG

Na era do “sempre ligado a qualquer hora” qual o papel das marcas? Afonso Rebelo de Sousa afir-ma que a parte que mais gosta no branding é a de não ter fórmulas: “Não há uma resposta certa. Há teorias de nega-choice, zig zag, etc. Eu acre-dito em histórias relevantes, que souberam ouvir, aprender e olhar para o futuro”. Quanto ao papel das marcas, eis alguns conselhos, em discurso direto:1) 2 segundos: eu só quero saber o que tem

esta marca para me dizer que me faça parar dois segundos. Parece fácil, mas não é.

2) Yadda yadda yadda: por favor não usem a palavra inovação. Ou dinâmica. Usem pala-

vras honestas, humanas, normais, sem gran-des terminologias de livros de branding.

3) É o trabalho: usem as agências — e aqui apelo ao facto de ter vindo de agência para cliente — para vos dar trabalho criativo. Trabalho que vai para a rua hoje, criativo e relevante a longo prazo que faça parar dois segundos (1).

4) Maiores amigos não: admita erros. Não pre-ciso que as marcas sejam meus maiores amigos, nem quero. Nesta corrente de cons-tante diálogo que as marcas tanto querem ter, não esqueçam quem vos escolhe sou eu.

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Uma conferência para inspirar

Produtividade e resultados: estes foram os eixos da quarta edição da Happy Conference, programa de «formação e inspiração» para pessoas e organizações focadas em «vencer com mais e melhor impacto». Chris McChesney, coautor do best-seller «The 4 Disciplines of Execution – Achieving your wildly important goal», conduziu a sessão realizada a 21 de março, em Lisboa, num teatro Tivoli a abarrotar de gente à procura de pistas para as suas equipas.

Jet Marketing

mcChesney explicou as quatro disciplinas de execução Tivoli cheio para ouvir Chris mcChesney

Frederico Fezas Vital, Principal dream maker at Terra dos Sonhos Chris mcChesney, o orador

Uma audiência atenta Carlota Ribeiro Ferreira, CeO win world

À espera do inicio da conferência no Tivoli À entrada na Happy Conference

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Produtoras: dos novos territórios à seriedade

DOssiER

briefing | Como definiria o esta-do atual do sector da produção de filmes em Portugal?Francisco saafeld | A produção de filmes não escapa às conse-quências da crise que afeta o País. O trabalho das produtoras está dependente das iniciativas do ma-rketing e, com o mercado retraído, há uma natural tendência à restri-ção no investimento publicitário. Encaramos este abrandamento como uma consequência natural e respondemos com uma atitude de pro-atividade, oferecendo so-luções que viabilizem os projetos dentro das restrições que o merca-do impõe. É fundamental sermos cada vez mais parceiros de negó-cio, sobretudo quando há know how para tal, como é o caso da Stopline.

briefing | Quais as principais de-bilidades do mercado e como as estão a enfrentar?Fs | Estamos inseridos um merca-do que sofreu uma grande contra-ção e como tal, não consideramos como tendo “debilidades”, mas

Ser parceiro do negócioantes, uma dimensão diferente – mais reduzido, com verbas mais modestas, mas com a mesma exigência em termos de qualida-de. Realizamos ideias, produzindo emoções - É este o nosso traba-lho. E sendo as ideias o fator de sucesso de uma campanha, não as podemos sujeitar à contração do mercado – desenvolvemos uma maior interação entre criativos, rea-lizador e produção, na procura das soluções mais adequadas a cada projeto.

briefing | A produtora tem mais ou menos trabalho do que há um ano? Fs | A Stopline reflete naturalmen-te a situação do mercado em que está inserida. Todavia e até à data, o nosso esforço de parceria na via-bilização dos projetos, tem levado a uma quebra muito inferior à que o mercado sofreu. Em todo o caso, é cedo para fazermos extrapolações comparativas, porquanto a publici-dade tem uma sazonalidade muito acentuada, em que o primeiro tri-mestre é claramente um período de balanço e implementação de estratégias.

briefing | Quais os projetos de in-ternacionalização da empresa?Fs | A internacionalização é um projeto que a Stopline tem vindo a implementar, em especial com coproduções na área da ficção e séries para televisão. Um exemplo mais recente, a série “Vermelho Brasil” que recentemente acabou a sua exibição na RTP 1. Abrimos o primeiro escritório no Brasil, a CCFBR – Produções, em S. Paulo,

associados a um conceituado pro-dutor na área da publicidade, área esta que tencionamos desenvol-ver numa segunda fase. Em 2012, constituímos uma sociedade em Espanha, a “Roleta Media”, sedia-da em Madrid e que está a rodar o seu primeiro filme em Nova Iorque. Uma comédia com elenco espa-nhol e americano. Temos ainda um projeto em estado muito avança-do de negociação para iniciarmos produção na China. briefing | Como vê o futuro do sector?Fs | O sector vive em função das flutuações do poder de compra e da dinamização que este imprime ao mercado. É natural que esta contração influencie o volume de trabalho, assim como a rentabili-dade das produtoras. Todavia, a importância da comunicação au-diovisual, incontornável em qual-quer processo de recuperação,

leva-nos a considerar que o mer-cado recuperará muito em breve, cabendo às produtoras flexibilizar as estruturas e meios técnicos às variantes a que o mercado entre-tanto obrigará.

briefing | Considera que lisboa se pode tornar num destino mundial para se fazerem filmes (comerciais e cinema)?Fs | Não só Lisboa, como o País em si, constituem uma excelente oferta em todas as disciplinas da produção de filmes, sejam eles comerciais ou longas metragens. Da multiplicidade geográfica e ar-quitetónica, à população cada vez mais multirracial, ao clima que nos oferece o maior número de horas de sol da Europa e acabando na grande qualidade dos recursos técnicos, Portugal constitui-se sem dúvida como um destino a privile-giar. Pensamos, assim, que o futu-ro se perfilha nesse sentido.

Cinco produtoras dão a conhecer no Briefing a sua visão sobre como vai evoluir o mercado de produção de filmes em Portugal.

Francisco saafeldstopline

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24 Abril de 2013 www.briefing.pt

Dossier

24 Abril de 2013 www.briefing.pt

briefing | Como definiria o es-tado atual do sector da produ-ção de filmes em Portugal?João Correia Pereira | Paralisa-do pelo pânico. Parece um coe-lho à frente dos faróis. A maior parte das empresas do sector estão paradas à espera de serem atropeladas pela crise. Não rea-gem, não oferecem alternativas, não se assumem como parceiros criativos das marcas na criação de conteúdos.

Encontrar territórios alternativos

Da esquerda para a direita: José Digo Quintela, João miller Guerra, Filipa Reis e João Correia Pereira, a equipa da Vende-se Filmes

briefing | Quais as principais debilidades do mercado e como as estão a enfrentar?JCP | A incapacidade de olhar para a sua oferta de forma criati-va. A incapacidade de olhar para os seus próprios problemas de forma criativa. Com honrosas exceções, como por exemplo a Take it Easy, as empresas neste sector recusam-se a sair do seu quintal para tentar encontrar ter-ritórios alternativos. Não estão

briefing | Como definiria o es-tado atual do sector da produ-ção de filmes em Portugal?Alberto Rodrigues | Difícil, mas obviamente não poderia estar

em contraciclo com a situação económica, existe menos inves-timento de uma maneira geral e isso obviamente traz conse-quências. Acredito que até ao momento 30 a 40 por cento das pessoas passam por grandes dificulda-des e algumas estão a procurar soluções profissionais fora da indústria.

briefing | Quais as principais debilidades do mercado e como as estão a enfrentar?AR | Falta de regulamentação,

concorrência desleal e uma total impunidade a práticas de ausên-cia total de pagamento aos pro-fissionais envolvidos, não exis-tem que eu tenha conhecimento anunciantes devedores, existem agências e produtoras que não cumprem os compromissos de uma maneira vergonhosa e com total desrespeito pelo trabalho que lhes foi entregue. Em muitos casos são casos de polícia. Creio que existem alguns agen-tes que já não deveriam estar em atividade, sejam eles produtoras ou agências ou outros, são con-

taminadores de uma forma muito negativa das boas práticas e do bom trabalho.

briefing | A produtora tem mais ou menos trabalho do que há um ano?AR | No primeiro trimestre menos 40 por cento, mas creio que cor-responde aos cortes anunciados pelos anunciantes de uma forma geral. Estamos a tentar encon-trar dentro da Ministério formas de ajudar a viabilizar projetos de uma forma racional e realista para o período que atravessamos.

Alberto Rodriguesministério dos Filmes

ideias surpreendentes e produções criativas

dispostas a cruzar universos. A única alternativa que parecem ter à sua oferta é a mesma oferta, mas mais barata. Pela nossa parte estamos a utilizar o conhecimento que adquirimos na televisão e prin-cipalmente no cinema documental para oferecer às marcas novos conteúdos. Formatos que as aju-dem a enfrentar os novos desafios que surgem. Formatos mais efi-cientes que consigam apresentar as marcas de forma mais relevan-te na vida das pessoas. Trabalhar com marcas que são parte ativa de uma sociedade, de uma cultura, que têm um papel marcante e que deve ser apresentado. Queremos contar histórias que inspirem as pessoas e outras marcas a segui-rem estes exemplos. briefing | A produtora tem mais ou menos trabalho do que há um ano?JCP | Felizmente até este momen-to estamos acima do ano ante-rior, tanto em número de projetos, como em faturação. briefing | Quais os projetos de in-ternacionalização da empresa?JCP | Através do nosso trabalho na área de cinema temos conse-guido desenvolver alguns projetos noutros países de língua portu-guesa, como o Brasil ou Angola. Temos também mostrado os nos-

sos filmes um pouco por todo o mundo, em diversos festivais e em mostras internacionais. O cinema português está num bom momen-to que pode e deve ser aprovei-tado internacionalmente. Há uma grande curiosidade e interesse em países onde éramos totalmente desconhecidos. No mês passado, por exemplo, mostramos um dos nossos filmes - Cama de Gato - na Eslovénia, em três dias totalmente dedicados ao cinema português. Hoje em dia faz todo o sentido olhar para o mundo como o nosso mercado.

briefing | Como vê o futuro do sector?JCP | Segundo um estudo da Niel-sen, em 2016, 1/3 do planeta vai utilizar o vídeo no móvel. Cerca de 2,5 mil milhões de pessoas. Este é apenas mais um dado que mostra o crescimento exponencial que o vídeo tem na vida das pessoas. Com uma procura destas o futuro tem de ser bom. briefing | Considera que lisboa se pode tornar num destino mundial para se fazerem filmes (comerciais e cinema)?JCP | Temos boas condições para nos tornarmos um destino apetecí-vel. Mas se o caminho for diferen-ciar pelos custos mais baixos, irá ser um destino temporário.

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Mais trabalho, mais seriedade

briefing | Como definiria o es-tado atual do sector da produ-ção de filmes em Portugal?Alexandre montenegro | Acho que a melhor definição é mes-mo a indefinição que o merca-do atravessa e que nada mais é que o reflexo da atualidade do nosso País.

briefing | Quais as principais debilidades do mercado e como as estão a enfrentar?Alexandre montenegro | A queda brusca de orçamentos, falta de seriedade e concorrên-cia desleal são na minha opi-nião o que de muito mal a crise gerou nesse momento no nos-so mercado. A única maneira que encontramos para enfren-

tar essas dificuldades é com ainda mais trabalho, ainda mais seriedade, ainda mais esforço e, se possível, com um sorriso nos lábios, porque, já dizia o ditado, tristezas não pagam dívidas.

briefing | A produtora tem mais ou menos trabalho do que há um ano? Am | A Show Off é felizmente uma produtora séria, organiza-da, estável e cumpridora das suas obrigações, o que faz com que tenhamos agências e clientes igualmente sérios, que continuam a prestigiar-nos com os seus filmes e sobretudo a sua confiança. O haver mais ou menos produções acom-panha o ritmo de investimento dos nossos clientes.

briefing | Quais os projetos de internacionalização da empre-sa?Am | Nesse momento estuda-mos duas parcerias sérias para a internacionalização. Uma em África, outra na América do Sul.

briefing | Como vê o futuro do sector?Am | Tenho por esse período uma dualidade de opinião e ex-

pectativas. O meu copo meio vazio vê com a óbvia preocupa-ção de quem tem respeito por toda uma indústria que, nesse momento de crise, vê o desabro-char do pior no sector. Falta de compromisso, falta de serieda-de, a prática de não pagar como “sistema”, o oportunismo desen-freado que gera quebra de qua-lidade e investimento. Porém, o meu copo meio cheio vê um mo-mento de regulamentação e lim-peza no sector. O eminente fim de empresas devedoras e pouco sérias, o desaparecer de produ-toras de vão de escada que têm na premissa de não honrar seus compromissos como forma de gestão e até a eventual organi-zação de todo um sector que, após um grande sismo como esse, possa se reconstruir sobre

bases muito mais sólidas do que as atuais.

briefing | Considera que lisboa se pode tornar num destino mundial para se fazerem filmes (comerciais e cinema)?Am | Lisboa tem tudo para ser um grande destino de produção, e de carta maneira já o é, mas ainda com grande potencial a ser explorado. Boas locações, ex-celentes técnicos e atores, além da tão afamada e maravilhosa luz. Agora com a Film Comission espero que o grande e histórico entrave para a produção de fil-mes publicitários deixe de existir, ou seja, que nossas autoridades camarárias se tornem menos bu-rocráticas e mais ágeis nas au-torizações e cedências que esse sector necessita.

Alexandre montenegroshow off

briefing | Quais os projetos de internacionalização da empre-sa?AR | Estamos a pensar como nos podemos posicionar para respon-der de uma forma consistente, tal como o fazemos no mercado interno.

briefing | Como vê o futuro do sector?AR | Com alguma preocupação. Acredito que as marcas terão que continuar a comunicar sob pena de cair no esquecimento, creio que estarão a rever formas de o

fazer e a lidar com os cortes nos orçamentos que é transversal a todos os sectores da sociedade. Quero continuar otimista e a lu-tar para que o trabalho que a Mi-nistério entrega aos clientes se destaque por resultados práticos acima das expectativas e surpre-endentes na forma. Sempre que me dão oportunidade de falar so-bre o futuro desta indústria, acredi-to que tem que se relacionar mais de perto com as pessoas, ser mais observadora da sociedade e fa-lar com os consumidores de uma forma mais próxima, acredito que

existem duas formas e as duas por experiência dão resultados - ideias surpreendentes e produções criati-vas; quando as duas se conjugam o resultado só pode ser positivo.

briefing | Considera que lisboa se pode tornar num destino mundial para se fazerem filmes (comerciais e cinema)?AR | Sem dúvida, tanto em co-merciais como no cinema, existem provas dadas. Depois de bastan-tes experiências por esse mun-do fora nunca senti que não seria possível executar o que quer que

fosse, tanto a nível material como humano, em Portugal, porque ob-viamente não se filma só em Lis-boa. É fundamental que as entidades percebam o potencial financeiro que a indústria pode trazer a Portu-gal, baixar a fasquia da burocracia e aligeirar os prazos das autoriza-ções é urgente, penso que a Lis-bon Film Comission é um passo e deveria ser alargada ao território nacional. De qualquer forma é ho-nesto registar que existe um esfor-ço nos últimos tempos para que tudo seja mais ágil.

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26 Abril de 2013 www.briefing.pt

DossierDossier

briefing | Como definiria o esta-do atual do sector da produção de filmes em Portugal?João Vilela | Sem dúvida que em Portugal as marcas continuam a apostar fortemente na produção publicitária, sabendo que essa continua a ser uma maneira efi-caz de chegar aos seus públicos. Sentimos por isso que há menos atenção aos telediscos, vídeos institucionais ou mesmo grandes produções (cinema, curtas). A cri-se económica e as novas ferra-mentas de comunicação obrigam a uma viragem e adaptação dos conteúdos e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar. A histó-ria da Krypton tem acompanhado esta evolução: iniciou a sua ati-vidade produzindo e realizando telediscos e vídeos institucionais, mas rapidamente esta tendência foi combatida com a necessidade de produzir e realizar spots publi-citários. Com o passar dos anos a área das produções publicitárias foi ganhando peso.

briefing | Quais as principais de-bilidades do mercado e como as estão a enfrentar?JV | A verdade é que já não há anos sem dificuldades, mas estas difi-culdades têm de servir para nos tornar, a todos, mais fortes e têm de constituir um estímulo para encontrar soluções e outro tipo de respostas mais ajustadas às necessidades e condicionan-tes dos dias de hoje. Em 2011, a Krypton produziu para todas as principais agências e anun-ciantes, tendo consolidado este objetivo em 2012. Não quisemos fazer previsões para o ano de 2013, uma vez que fazer previ-sões num contexto económico destes, quer em Portugal, quer na Europa, é algo muito arrisca-do. Em 2013, a Krypton comple-ta 25 anos de existência. Não há nenhuma produtora a operar no mercado com tanto tempo de existência. Iremos manter o espírito que nos caracteriza, a aposta em inovação e o trabalho de excelência a que habituámos os nossos parceiros e que sem o qual não teríamos sobrevivido.

briefing | A produtora tem mais ou menos trabalho do que há um ano?JV | A Krypton tem de reconhe-cer que atualmente a competi-ção entre as produtoras é maior. Todas lutam para conseguir as melhores contas, os maiores anunciantes. No entanto, temos

conseguido consolidar o traba-lho que realizámos até então. No-meadamente estamos a alargar o negócio a nível internacional, por isso consideramos que estamos dentro daquilo que eram os nos-sos objetivos. briefing | Quais os projetos de internacionalização da em-presa?JV | A Krypton tem vindo a apostar na exportação, facto que consoli-dou a nossa posição nos merca-dos emergentes. A presença da Krypton no mercado africano tem vindo a aumentar – Angola repre-senta 25 por cento da faturação da empresa e Moçambique é um mercado que tem vindo a ganhar importância. O mercado africano tem crescido, quer do ponto de vista quantitativo como qualita-tivo. As marcas têm procurado comunicar cada vez mais e de forma mais sofisticada. Há uma vontade cada vez maior de con-tacto com o target e de formas cada vez mais inovadoras. E tudo isto representa uma oportunida-de para Krypton. Criámos, ainda, parcerias com diversos estúdios de pós-produção em Espanha, Inglaterra e Polónia e com um es-túdio de som na Alemanha.

briefing | Como vê o futuro do sector?JV | As marcas terão sempre ne-cessidade de comunicar e nós é que temos a obrigação de acom-

panhar as tendências. Como res-ponsável pela Krypton, acredi-to que nesta área é necessário continuar a inovar todos os dias, uma vez que o mundo não para e são as novas tecnologias que se encarregam disto. É preciso, por esta razão, acompanhar o ritmo e estar constantemente a procurar novas soluções. O mais impor-tante, neste sector, é estar atento às tendências e estar sempre um passo à frente. Não parar no tem-po é o mais importante para que o futuro do sector seja positivo!

briefing | Considera que lisboa se pode tornar num destino mundial para se fazerem filmes (comerciais e cinema)?JV | No mês de maio ficámos a saber que já este mês chegava a Portugal uma delegação de pro-dutores e agentes de Bollywood para estudar potenciais locais de filmagem no país. Bollywood é a maior indústria cinematográfica do mundo, ao contrário do que se pensa. A verdade é que a in-dústria portuguesa depende mui-to da produção estrangeira que é realizada em Portugal. E isto são boas notícias para o nosso país. Lisboa é considerada uma das capitais europeias mais bonitas e ricas em paisagem, por isso penso que tanto Lisboa como as restan-tes cidades portuguesas se podem tornar num destino mundial para a realização de filmes, tanto comer-ciais como de cinema.

João VilelaKrypton

acompanhar as tendências

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Abril de 2013 27www.briefing.pt

Medir o pulso a Portugal

Um painel de decisores que dá a sua opinião qualificada sobre diversos temas da atualidade portuguesa. Este é o bilhete de identidade do Think Tank, que reúne um conjunto de personalidades que todos os meses responderá aos desafios colocados pelo Briefing e pela Ipsos Apeme, que organizam esta iniciativa. O que se pretende é um olhar de vanguarda, um ponto de vista de referência, um diagnóstico preciso e um rumo eficaz.O Think Tank é o grande barómetro de atitudes e tendências.

luís marinhoDiretor-Geral da RTP

Fernando searaPresidente da CM Sintra

sandra Vera-CruzSenior Consumer Insights Manager

EEMEA, Coca-Cola

Pedro CasquinhaExecutive director, Chief

Marketing Officer da ANF

luís Pereira santos McCann, CEO World

Group Portugal

Jorge seguro sanches, Membro

do SecretariadoNacional do PS

Ricardo monteiroCEO da Havas

Worldwide Portugal

Rui AlmeidaDirector Intelligence

& Research HAVAS MEDIA

Rita sambadoDiretora de Marketingda Fidelidade Mundial

Paulo Campos CostaDiretor de Marca e

Comunicação da EDP

Joana Queiroz RibeiroDiretora de Pessoas

e Comunicação da Unicer

Ana PortelaDiretora de

Comunicação da CP

tim solomonCEO da Ogilvy

Rui Dias AlvesCEO da Return On Ideas

João searaDiretor de Marketing da

Sonae MC

Catarina FernandesDiretora de Comunicação,

Marca e Resp. Corporativa da Sonae

Reinaldo CamposDireção Marketing

Estratégia & Business Devolopment da CIN

luís Paixão martinsAdministrador da LPM

miguel VelhinhoCEO/Owner

Projeto Manhatan

mónica ChavesAdmnistradora da

Brandkey

manuel maltezCountry Manager da WPP

tiago sigorelhoDiretor Estratégia Marca

Grupo PT

manuela botelhoSecretária-Geral da APAN

John Alves, Diretor de Marketing e Comunicação

da McDonald’s

Rodrigo moitade Deus, CEO da

NextPower Comunicação

enrique Jimenez, Administrador-delegado,

Tabaqueira, subsidiária da Philip Morris International

isabel RodriguesDiretora Marketing da Cofina (Área Jornais)

luís mergulhãoCEO do Omnicom Media

Group

nathalie ballanPartner da

Sair da Casca

miguel de sá da bandeira, Diretor de

Marketing da Citroen, SA

Pedro GonzalezDiretor Executivo da Mola Ativism

António Carriço Diretor de Comunicação

da Vodafone

Paulo PadrãoDiretor de Comunicação

do BES

António CostaDiretor do Diário

Económico

Anthony GibsonCEO da Publicis

Portugal

Vanessa da trindadeDiretora-Geral da

Trendalert.me

Rui CalafateDiretor-Geral

da Special One

miguel Horta e CostaVice-Presidente da

Havas Worldwide Portugal

Ana miranda Diretora Marketing

da Ibersol

Think Tank

UMA INICIATIVA:

&

Page 28: Briefing 44

28 Abril de 2013 www.briefing.pt

mooD

Think Tank

FiCHA téCniCAmooD – Termómetro das atitudes que se vivem nos negócios em Portugal | tRenDs – Identificação de tendências com implicações no consumo e cuja pertinência pretendemos avaliar junto dos participantes do painel. NOTA - O Think Tank deste mês é temático: Analisam-se as principais prioridades das marcas em tempos de crise.

A diferenciação deve ser a principal prioridade das marcas no momento atual, consideram os membros do painel Think Tank. Redução de custos, foco no preço, reforço da marca, inovação e diferenciação foram as prioridades colocadas a “votação”. A diferenciação ficou em primeiro, segundo e terceiro lugares na ordem de preferência dos membros do painel. O foco no preço também reuniu um grande número de respostas, tendo ficado no quarto e quinto lugar em termos de importância. O Think Tank optou nesta edição por abordar uma questão concreta, neste caso os desafios das marcas. Esta abordagem temática passará a alternar com a edição generalista das edições anteriores. No caso das marcas, 48 por cento dos membros do painel considerou que elas têm sido tão proactivas quanto possível neste tempos de crise e 52 por cento diz que ajudaram alguma coisa os seus clientes a superar este período de crise.Sobre a existência de um movimento de limitação do uso de marcas por via de fatores como a legislação, códigos de conduta setoriais, regras internas da empresa ou outras, 65 por cento afirma que não existem. Quando estes membros que responderam negativamente são questionados sobre se essas limitações têm contribuído para ajudar o consumidor no seu processo de decisão ou informação, 45 por cento afirma que são indiferentes. A esmagadora maioria dos 35 por cento que reconheceram que há um movimento de limitação do uso de marcas afirma que estas limitações afetam bastante o seu trabalho.

DIFERENCIAÇÃO DEVE SER A PRIORIDADE DAS MARCAS

P1 - Numa perspetiva empresarial, dentro da sua área de negócio ou nas relações que estabelece em âmbito profissional, como acha que as marcas se têm comportado em tempos de crise?

Excecionalmente proativas 0%

Afetam totalmente 0%

Tão proativas quanto possível

São indiferentes

Bastante proativas

Afetam bastante

Pouco proativas

Afetam um pouco

Muito pouco proativas 0%

não afetam nada 0%

Não Sim

COMPORTAMENTO DAS MARCAS

PRIORIDADES DAS MARCAS

48%

23%29%

P2 - Pensando agora enquanto consumidor, até que ponto considera que as marcas têm ajudado os seus clientes a superar este período de crise?

Ajudaram muito

Nem muito nem pouco

Ajudaram alguma coisa

Ajudaram um pouco

Não ajudaram nada

52%

16%

19%

10%3%

P3- No momento atual, quais devem ser as prioridades das marcas? (ordene por ordem de importância) Indique qual colocaria em 1º, 2º,3º, 4º e 5º lugar.

35%

65%

27%

9%

64%

P4- Para além das restrições atuais à visibilidade das marcas, por força das reduções de budgets na comunicação, reconhece um movimento de limitação do uso de marcas, por via de outros fatores, como sejam a legislação, códigos de conduta setoriais, regras internas da empresa ou outras?

P5- Até que ponto é que essas limitações afetam o seu trabalho ou o dessas empresas(onde essas limitações são sentidas)?

n=20

n=11

Ajundam totalmente

São indeferentes

Ajudam bastante

Ajudam um pouco

não ajudam nada

29%

45%23%

3%

P6- Considera que essas limitações têm contribuído para ajudar o consumidor no seu processo de decisão ou informação?

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Abril de 2013 29www.briefing.pt

HotAVALIAÇÃO DA CAMPANHA DO MêSEMBALAGENS

“NEUTRAS”

A limitação legal à utilização das marcas é um tema quente em alguns países. A obrigatoriedade de utilizar embalagens ditas “neutras” para alguns produtos é já uma realidade na Austrália, onde alguns fabricantes são proibidos de utilizar logotipos, imagens, cores ou outros símbolos que permitam reconhecer a marca. Este tipo de politicas está também em discussão em países como a Nova Zelândia, Reino Unido e França. Na prática, a implementação desta regra provocará uma mancha no linear semelhante à que apresentamos na foto. (Junto ao gráfico)

PeRsonAlmarina Petrucci, managing

director da ipsos Apeme

A DENISE JÁ PERCEBEU qUE AS PESSOAS TAMBéM SÃO MARCAS!

Para quem não se lembra, ou não teve contato com a notícia, a De-nise Sequeira é uma jovem que, no Dia dos Namorados, entregou cartas de apresentação em forma-to de carta de amor, à entrada dos escritórios da Jerónimo Martins. Construiu também um site e uma página de Facebook, tudo porque queria trabalhar na empresa.Passados dois meses e um pro-cesso de recrutamento, a Denise vai mesmo integrar o Departamen-to de Marketing da JM. Se tivesse enviado um CV padronizado, igual aos milhares que provavelmente a empresa recebe todos os meses, teria sucesso? Se tivesse oferecido o seu trabalho sem exigir remune-ração, como infelizmente fazem milhares de recém-licenciados, a sua candidatura mereceria desta-que?Talvez não. A Denise percebeu que as pessoas também são marcas e encontrou um meio e um conteúdo criativo para se destacar. Como a própria diz:”: “No mundo atual não podemos ser mais um, é preciso diferenciarmo-nos”.

Meio fundamental de diferencia-ção, as marcas permitem ao con-sumidor identificar claramente as características do produto, a sua origem e a qualidade que lhe está associada. Mas não só. Represen-tam igualmente um valor econó-mico para qualquer economia e seguramente um valor emocional para quem as escolhe (ou não).Para nós, profissionais de MKT, é impossível imaginar um mundo sem marcas – seria como se todas as pessoas se vestissem de igual, apresentassem o mesmo curri-culum ou tivessem as mesmas preferências ou traços de perso-nalidade. E para os consumidores, que mundo chato, com produtos comoditizados e desprovidos de atributos subjetivos e intangíveis. Com benefícios unicamente instru-mentais e imediatos, numa diferen-ciação baseada essencialmente no fator preço, quanto muito, pro-moção. Será esse o caminho para a tão desejada fidelização, para o aperfeiçoamento das propostas de valor, para a inovação? Muito pro-vavelmente não.

UMA INICIATIVA:

&

VoiCesCONSUMIDOR PERGUNTA MARCA RESPONDE

Wanda

Pimentel

44 anos

mem-martins

norma na indústria, a informação nutricional bem visível em todas as nossas embalagens. Especifi-camente em relação às crianças e jovens, temos políticas claras e mais restritivas do que as generi-camente praticadas na indústria, especificamente não fazemos pu-blicidade direccionada a crianças com menos de 12 anos, seja pelo tom das campanhas publicitárias seja ao não as colocar em horários específicos de crianças. Adicional-mente, não fazemos venda proac-tiva em escolas, apenas vendendo em escolas que nos contactam a nós, o que legalmente não pode-mos negar. Por fim, e por forma a minorar a questão da obesidade que actualmente afecta as nossas crianças e jovens, a Coca-Cola promove também um estilo de vida activo, através de actividades como a Taça Coca-Cola, além de, como já mencionado, proporcio-nar um sortido alargado de bebi-das, onde existe sempre uma ver-são sem calorias ou com calorias reduzidas, para que cada pessoa possa escolher o que melhor se adequa ao seu estilo de vida. Para mais informações sobre to-dos os programas que temos, por favor visite www.coca-cola.com.

“o que é que marcas que sabe-mos são uma tentação para crian-ças e jovens, como a Coca-Cola ou a mars, fazem para proteger as crianças de um consumo ex-cessivo? Como é que os seus objectivos de venderem mais se cruzam com a responsabilidade que devem ter num consumo con-trolado?”R: Sandra Vera-Cruz, senior consumer insights manager EEMEA, Coca-ColaNa Coca-Cola pretendemos que os nossos consumidores, inde-pendentemente da sua idade, consumam as nossas bebidas tendo toda a informação possí-vel para tomarem a decisão mais adequada ao seu estilo de vida. Por isso, não só oferecemos um portfólio de produtos abrangente, desde a Coca-Cola, Coca-Cola Zero e Light, Coca-Cola sem ca-feína, passando por Fanta, Fanta Zero, Sumos e inclusive Águas, como também introduzimos, há mais de 5 anos e antes de ser a

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30 Abril de 2013 www.briefing.pt

Entrevista

Aeroporto “acelera” marcas

“O meio aeroporto é um acelerador da estratégia de comunicação das marcas e um local inigualável para inovação”, afirma Carlos Gutierres, diretor dos negócios comerciais não aviação da ANA - Aeroportos de Portugal, empresa que tem vindo a fazer uma aposta consistente neste segmento. Os números dão-lhe razão: em 2012, estes negócios geraram 111 milhões de euros de receitas, mais 80 por cento do que o registado em 2002, quando o valor das receitas era de 62 milhões.

Carlos Gutierres, diretor dos negócios comerciais não aviação da ANA

briefing | o que são os negócios não aviação na AnA?Carlos Gutierres | O contexto da indústria aeroportuária tem muda-do consideravelmente na última década, com maior enfoque na maximização do retorno para o investimento feito em infraestru-turas: não só permite reduzir as taxas aeroportuárias aumentando a competitividade externa de cada aeroporto, mas permite também

desenvolver novos negócios, de cariz comercial, que permitem me-lhores taxas de rentabilidade aos acionistas. Assim, a par do negó-cio central de movimentação de aeronaves, serviço a passageiros e carga, compreendido na desig-nada “Área Aviação”, o portfólio de negócios da empresa, compreen-de também a componente destes negócios comerciais (vulgo Não Aviação), que vem assumindo im-

portância crescente, enquanto ge-radora de diversificação e de ga-nhos relevantes para a empresa. A área de Negócio Não Aviação compreende a gestão das áreas de retalho nos aeroportos (lojas, restauração e serviços), o investi-mento e desenvolvimento imobili-ário, a gestão e exploração de par-ques de estacionamento, a gestão do negócio de rent-a-car, teleco-municações e a dinamização dos

meios e suportes publicitários.

briefing | Quais os seus obje-tivos e os principais desafios desta área?CG | Os aeroportos são confron-tados com dois desafios cha-ve – capacidade e qualidade de serviço - que impõem um natural aprofundamento da eficiência e competitividade do sistema. Este simples facto, associado à pres-

Ed

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Abril de 2013 31www.briefing.pt

Aeroporto “acelera” marcas

são de uma concorrência crescen-te, dita que as entidades gestoras destas infraestruturas necessitam de implementar posicionamentos diferenciados nas diversas etapas que constituem a respetiva cadeia de valor. Assim e em função das suas próprias experiências e en-volventes e com o fim último de responderem aos objetivos princi-pais de orientação para o cliente e para o aumento de rendibilidade, o aeroporto procura gerar ganhos de eficiência e aproveitamento de oportunidades para aumentar as receitas por passageiro.É esta a razão pela qual, com cres-cente notoriedade, os aeroportos se procuram adaptar às necessi-dades dos passageiros, desenvol-vendo uma oferta e serviços dirigi-dos a cada um dos segmentos por que estes se distribuem. E este é o caminho e a mudança cultural que a ANA Aeroportos tem vindo a fa-zer ao nível dos negócios não avia-ção, assente na clara perceção de que é necessário ter uma perspeti-va holística sobre toda a cadeia de valor aeroportuária, até porque é assim que os nossos clientes nos veem: como uma infraestrutura in-tegrada.Integração, racionalização e de-senvolvimento de sinergias, entre as diversas áreas de negócio não aviação, são alicerces claros para a nossa missão, consubstanciada em: gerir de forma eficiente as in-fraestruturas e negócios a nosso cargo, contribuindo para o alto desenvolvimento económico da Empresa e da comunidade envol-vente; oferecer aos nossos clien-tes um serviço de elevado valor acrescentado, contribuindo para a criação de valor para o acionista; contribuir para o papel dos aero-portos como verdadeiros polos de desenvolvimento, gerando rique-za, emprego e inovação tecnoló-gica. Na atual conjuntura económica, a promoção do desenvolvimento dos negócios não aviação é outro desafio com que nos deparamos, e que merece ser também desta-cado, não só pelas dificuldades que, naturalmente, nos coloca, mas também pelos resultados que lográmos obter. De facto, apesar da forte contração da economia portuguesa e europeia verificada

em 2012, verificamos, com natural satisfação, que as apostas feitas parecem estar a dar frutos, com os negócios não aviação a termi-narem 2012 com um crescimento de 4% ao nível das receitas, sendo que, dentro destes, o retalho al-cançou um crescimento de cerca 9%.

briefing | em termos de volume de negócios, qual o segmento da não aviação que tem mais importância? CG | Do conjunto, destaca-se o re-talho, que representou, em 2012, 49% do total de receitas não avia-ção, mantendo-se como compo-nente de maior expressão. O peso das restantes áreas, distribui-se da seguinte forma: 18% imobiliário, 15% parques de estacionamento, 12% rent-a-car, 4% publicidade e 2% outros.

briefing | Quais são os segmen-tos que se pretendem desenvol-ver nos próximos tempos?CG | Continuar a estratégia de desenvolvimento do negócio do retalho, através da otimização, explorando modelos de negócio alternativos e novas áreas de in-tervenção. No que ao negócio do imobiliário diz respeito, está em curso uma importante aposta no desenvolvimento do negócio as-sociado à carga, através da divul-gação dos espaços de escritórios existentes no denominado edifício 134 (localizado no Novo Comple-xo de Carga do Aeroporto de Lis-boa). Neste âmbito, o nosso target são tanto companhias aéreas, como transitários, despachantes alfandegários, operadores de car-ga, bem como outras empresas ligadas ao setor da carga.No que respeita ao segmento de escritórios, importa adequar a oferta existente em termos de condições e preço, à concorrência que cada vez mais vai existindo nas áreas circundantes dos aero-portos, especialmente em Lisboa, tirando partido de uma localização de excelência, junto ao aeroporto.Quanto ao negócio do rent-a-car, encontra-se em fase de estudo a possibilidade de prorrogação ou abertura de concurso público para os espaços licenciados nos aero-portos do continente, cujo prazo

“Integração, racionalização e desenvolvimento de sinergias, entre

as diversas áreas de negócio não aviação, são alicerces claros para a

nossa missão”

“A área de Negócio Não Aviação compreende a gestão das áreas de retalho nos aeroportos (lojas, restauração e serviços), o investimento e desenvolvimento imobiliário, a gestão e exploração de parques de estacionamento, a gestão do negócio de rent-a-car, telecomunicações e a dinamização dos meios e suportes publicitários”

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32 Abril de 2013 www.briefing.pt

EntrevistaEntrevista

“Queremos fortalecer a comunicação bidirecional com os clientes, desenvolvendo uma oferta e serviços integrados, que contribuirão para facilitar e tornar mais cómodo o processo de compra e de reserva de serviços”.

“Em termos do nosso negócio de concessão de atividades hoteleiras, contamos abrir o hotel no Aeroporto de Lisboa no segundo semestre deste ano, após a abertura em Março de 2012 do hotel no Aeroporto do Porto. Este é uma nova área de desenvolvimento de negócio na ANA que segue as pisadas de outros aeroportos internacionais”

termina em 31 de janeiro de 2014. Alguns dos principais desafios são a reformulação do atual modelo de negócio e a promoção das em-presas licenciadas, que enfrentam a concorrência de empresas low--cost não licenciadas, cuja atua-ção se tem generalizado na zona das chegadas dos aeroportos sob gestão da ANA. Em termos do nosso negócio de concessão de atividades hote-leiras, contamos abrir o hotel no Aeroporto de Lisboa no segundo semestre deste ano, após a aber-tura em Março de 2012 do hotel no Aeroporto do Porto. Este é uma nova área de desenvolvimento de negócio na ANA que segue as pi-sadas de outros aeroportos inter-nacionais.O estacionamento automóvel face à conjuntura de mercado e à concorrência existente, está tam-bém a desenvolver campanhas e produtos específicos destinados aos principais segmentos; curta duração (para Meeters & Greeters) média e longa duração para pas-sageiros e ainda o segmento staff.Finalmente, o negócio da publi-

cidade enfrenta as atuais dificul-dades de mercado, pelo que é fundamental a coordenação com o nosso parceiro na identificação de posições-chave e de novas tecnologias e formatos com maior impacto. O Aeroporto continua a ser um local premium para co-municar marcas, razão pela qual temos conseguido negociar a cri-se verificada no mercado sem de-terioração significativa das nossas receitas.

briefing | Qual a estratégia de comunicação da área de não aviação junto dos consumido-res?CG | Queremos fortalecer a comu-nicação bidirecional com os clien-tes, desenvolvendo uma oferta e serviços integrados, que contribui-rão para facilitar e tornar mais có-modo o processo de compra e de reserva de serviços. Um outro eixo de atuação será trabalharmos, em conjunto com os nossos parceiros de negócio, para a definição e im-plementação de uma nova estra-tégia de diversificação de preço e produto, aliada à facilitação de compra e à fidelização. Todas es-tas nossas apostas, para além de constituírem contributos significa-tivos para a melhoria da satisfação global dos passageiros, têm como objetivo tornar os Aeroportos mais competitivos, promovendo assim o desenvolvimento da região e do país. É verdade que, para quem chega e para quem parte, os Ae-roportos são a primeira e a última imagem que se guarda de um país, mas não é menos certo que, sobreposta a estas, está também a sua própria imagem que nos im-porta defender, para que, cada vez mais, a experiência de viajar seja memorável e positiva.

briefing | e junto dos anuncian-tes?CG | O meio aeroporto é um ace-lerador da estratégia de comuni-cação das marcas e um local ini-gualável para inovação. Estudos desenvolvidos demonstram que o aeroporto representa uma expe-riência única para os passageiros que o posicionam como local de descoberta e lazer - mas também de desfrute do prazer das com-pras - promotores de valores de

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Abril de 2013 33www.briefing.pt

“Estudos desenvolvidos demonstram que o aeroporto representa uma experiência única para os passageiros que o posicionam como local de descoberta e lazer - mas também de desfrute do prazer das compras - promotores de valores de modernidade e inovação e facilitadores de relações de proximidade universal”

modernidade e inovação e facilita-dores de relações de proximidade universal.É nosso objetivo, em conjunto com o nosso parceiro de negó-cio, continuarmos a investir em soluções pensadas e adaptadas à medida e objetivos dos clientes, apostando no desenvolvimento de suportes publicitários inovadores, impactantes, dinâmicos, audio-visuais e interativos, pensados à medida dos objetivos dos clientes e de acordo com as novas solu-ções tecnológicas que atualmente o mercado disponibiliza.

briefing | o que é que os negó-cios não aviação representam na atividade global da empresa?CG | No ano de 2012, o conjunto das receitas não aviação atingiu o montante de 111 milhões, repre-sentando aproximadamente 30% do volume total de negócios da ANA (aviação e não aviação).

briefing | Como pode esta área contribuir para a inovação tec-nológica nos aeroportos portu-gueses?CG | Esta contribuição pode e deve ser feita de duas formas: por um lado, temos capacidade de disponibilizar, a todas as entidades parceiras, um pacote de serviços integrado no que diz respeito à aplicação de soluções tecnoló-gicas, quer nos pontos de venda que operam, quer nas instalações ou escritórios localizadas nos perí-metros dos Aeroportos.Como exemplo, poder-se-á referir a disponibilização de conetividade de comunicação de voz e o aces-so à Internet de alta velocidade, ou ainda a disponibilização de solu-ções de IPTV. Através desta abor-dagem agregada, a ANA Aeropor-tos consegue apresentar ofertas mais competitivas e acrescentar valor aos serviços prestados pelos nossos parceiros e clientes, com suporte H24 adaptado à realidade aeroportuária.Por outro lado, estando os aero-portos integrados na cadeia de valor do turismo e tirando partido do facto da maior parte dos pas-sageiros e clientes estar já fami-liarizada com transações online (para comprar bilhetes de avião ou reservar hotéis, por exemplo),

torna-se inevitável que os aeropor-tos apostem, cada vez mais, na proximidade com os passageiros nos canais digitais – inclusive no próprio processo de preparação de viagem.A aplicação mobile que a empresa lançou o ano passado, vocaciona-da para passageiros, ou a dispo-nibilização de acesso Wi-Fi, em regime gratuito, por meia hora, são exemplos de serviços e iniciativas que foram feitas neste domínio e que irão ser desenvolvidas, no sentido de potenciarmos mais os nossos negócios e melhorarmos o serviço ao cliente.

briefing | Como pode evoluir o negócio comercial das áreas “não retalho” na AnA?CG | O negócio do rent-a-car deve-rá evoluir no sentido da adaptação à nova realidade que representa o negócio online. Efetivamente, tal como sucede com outros negó-cios, nesta atividade, tem cresci-do cada vez mais a componente online, existindo mesmo algumas empresas a operarem nos aero-portos ANA, cujas reservas feitas pela internet já representam cerca de 80% do total. Esta realidade, tem levado ao aparecimento de novas empresas de aluguer de via-turas, assentes nas vendas online, com estruturas de custos bastante menos pesadas que as empresas ditas tradicionais e oferecendo um serviço de qualidade inferior, base-ado em preços reduzidos. Quanto ao negócio imobiliário, de-verá evoluir no sentido de disponi-bilizar aos seus clientes serviços de valor acrescentado, comple-mentarmente às instalações licen-ciadas e promovendo a mais-valia que representa a sua localização. O negócio de publicidade vai continuar a inovar em termos de formatos e tecnologia, para atrair novos clientes. Em relação ao estacionamen-to automóvel vamos continuar a desenvolver a nossa plataforma de e-commerce que já contribui com 20% das nossas receitas, através de programas de fideliza-ção e disponibilização de serviços acessórios ao estacionamento e complementares à atividade ae-roportuária. Acreditamos ir assim na direção certa para responder

“A ANA Aeroportos fez nestes últimos anos um caminho cada vez

mais reconhecido pela indústria, mesmo internacional. A ANA tem

apresentado consistentemente produtos / soluções inovadoras,

o que a coloca numa posição interessante para processos de

internacionalização”

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34 Abril de 2013 www.briefing.pt

Entrevista

efetivamente às necessidades dos nossos clientes, abrindo novas fronteiras comerciais através de associação de serviços – chama-dos bundles.Finalmente de referir uma nova área de atuação da ANA: serviços de informação e comunicações. Nos últimos anos temos desenvol-vido propostas de valor B2B para os nossos parceiros aeroportuá-rios, nomeadamente através da disponibilização de componentes de common use para check-in, portas de embarque e gestão de bagagens. Beneficiando de efeitos de escala na rede ANA, conse-guimos posicionar ofertas que os clientes reconhecem e têm vindo a aderir. Na componente B2C lan-çamos em Junho de 2012 a nossa App móvel para plataformas iOS, Android e Windows 8 que será a porta futura para posicionar outros serviços comerciais.

briefing | A internacionalização está nos horizontes desta área? se sim, quais os mercados onde isso seria possível?CG | Tem-se falado muito da ne-cessidade imperiosa do país em se expandir para novos merca-dos e incrementar as suas expor-tações. Julgo que os aeroportos podem ser um canal muito eficaz e rentável para contribuir para este novo desígnio nacional. A ANA fez

nestes últimos anos um caminho cada vez mais reconhecido pela indústria, mesmo internacional. A ANA tem apresentado consis-tentemente produtos / soluções inovadoras, o que a coloca numa posição interessante para proces-sos de internacionalização. Depois de consolidada a estratégia de desenvolvimento no mercado na-cional e com a recente aquisição da empresa pelo grupo VINCI, é provável que a internacionalização e externalização do nosso know--how seja um objetivo a alcan-çar a curto prazo. Devido a esse mesmo know-how e à experiência acumulada no desenvolvimento das áreas de negócio em que nos especializámos, estamos em per-feitas condições para assessorar outras empresas e entidades ges-toras de plataformas de processa-mento de passageiros, incluindo, naturalmente, outros aeroportos internacionais, no desenvolvimen-to dos respetivos negócios nesses domínios.A ANA foi, recentemente, parceira da entidade gestora do metro da cidade do Porto na elaboração do seu plano operacional para os negócios comerciais (retalho, imobiliário, estacionamento e pu-blicidade) com o objetivo de maxi-mizar as contribuições dos ativos existentes para a rentabilização da empresa.

“Estando os aeroportos integrados na cadeia de valor do turismo e tirando partido do facto da maior parte dos passageiros e clientes estar já familiarizada com transações online (para comprar bilhetes de avião ou reservar hotéis, por exemplo), torna-se inevitável que os aeroportos apostem, cada vez mais, na proximidade com os passageiros nos canais digitais”

“De referir uma nova área de atuação da ANA: serviços de informação e comunicações. Nos últimos anos temos desenvolvido propostas de valor B2B para os nossos parceiros aeroportuários”

os números do negócio

número de espaços geridos nos aeroportos nacionais no negócio do retalho (em que se incluem lojas, unidades de restauração, bancos e outros serviços).

passageiros que passaram pelos Aeroportos de Portugal Continental e Açores.

área sob gestão do negócio rent-a-car.

posições publicitárias em rede.

os milhões de euros que os negócios Não Avia-ção geraram em 2012.

lugares de estacionamento nos 26 parques geridos pela ANA em Lisboa, Porto e Faro.

área aproximada que está sob gestão do negócio imobiliário.

área onde se encontram implantados os ho-téis de Lisboa, Porto e Faro (este ainda em fase de projeto).

224

493

191

111

28 milhões

75.000 m2

11.346

260.000 m2

17.300 m2

posições especiais e de caixas de luz

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Abril de 2013 35www.briefing.pt

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36 Abril de 2013 www.briefing.pt

Motivação

briefing | esteve em Portugal para participar na Happy Confe-rence. Qual é o seu conceito de felicidade?Chris mcChesney | Penso que há diferentes formas de felici-dade. Temos felicidade com a família e nas relações pessoais, por exemplo, mas considero que um dos ingredientes que tem de estar presente é a realização. Se falar com as pessoas e lhes per-guntar quando é que elas ficam mais satisfeitas profissionalmen-te a resposta tem mais a ver com realizção do que com dinheiro ou benefits. Perguntamos regu-larmente às pessoas qual o mo-mento que elas recordam com mais agrado na sua carreira pro-

o líder é determinante

“O líder é determinante. É ele que tem de construir a estrutura, dinamizar, organizar um scoreboard , ser o responsável”. Este é um dos princípios que assegura o sucesso das quatro disciplinas da execução que o norte- -americano Chris McChesney, veio explicar a Lisboa, à Happy Conference.

fissional e elas falam nos tempos em que alcançaram o sucesso ou uma vitória.

briefing | Quais são as quatro disciplinas da execução?CC | A ideia é ensinar disciplina a uma equipa para atingir os seus objectivos, não se distraindo com o que está à sua volta. Fazer com que os seus trabalhadores este-jam focados no que fazem é um dos grandes desafios das empre-sas. Portanto, a primeira é como conseguir focar as pessoas numa organização. Quando a equipa sabe o que tem de alcançar, surge a segunda disciplina: vantagem. Tem a ver com tudo aquilo que podemos medir e influenciar. Mui-

tas vezes é aquilo que a equipa já sabe que tem de fazer mas não está disciplinada para o fazer. Por exemplo, as crianças sabem que têm de fazer os seus trabalhos de casa e de estudarem mas saber realmente fazê-los é uma coisa completamente diferente. A ter-ceira é saber como se motiva as pessoas e tem a ver com a rea-lização de scoreboards. Depois de se definir um um objetivo e a forma como se chega lá, com a terceira disciplina temos de sa-ber como se capta a atenção das pessoas, como elas entram no jogo. A quarta tem a ver com se joga esse jogo – ou sejam evitar as distrações e transmitir objeti-vos bem precisos à equipa. É tão

simples mas cada um deles é difícil de atingir por diferentes razões.

briefing | Pode dar um exemplo?CC | Quando é preciso que as equipas se foquem, temos de dizer não a boas ideias e as pessoas não gostam nada de dizer não a boas ideias.

briefing | Como é que “desco-briu” estas quatro disciplinas e como é que se interessou por estas temáticas?CC | Gostava de ter o mérito de as ter descoberto mas foi o resultado de um trabalho de grupo e ninguém pode reivindicar a sua autoria. As primeiras investigações come-çaram em 2001/2002. Avaliámos

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Abril de 2013 37www.briefing.pt

o líder é determinante

500 mil pessoas e centenas de organizações em todo o mundo. Reunimos uma grande quantida-de de informação e chegámos a várias conclusões, tendo depois alcançado as quatro disciplinas que, no início eram diferentes do que são hoje. Passaram por todo um lento processo de me-tamorfose até chegarem ao que são hoje.

briefing | Como é que as qua-tro disciplinas podem ajudar os gestores a melhorarem as competências dos membros das suas equipas e os com-promissos para com a empre-sa? CC | Penso que disse a palavra--chave quando falou em com-promisso. Quando pensam em executar uma estratégia muitas pessoas começam a “visualizar” a melhor forma de “empurrar” a organização para atingir esse objectivo. Mas as quatro disci-plina são sobre “puxar” e não “empurrar”. Os gestores ajudam as pessoas a entrarem no jogo, a realizarem os seus compromis-sos. Na realidade, em vez de lhe chamarmos as quatro disciplinas da execução poderíamos cha-mar-lhes as quatro disciplinas do compromisso.

briefing | são aplicáveis a to-dos os modelos de negócio e sectores?CC | Sim, quer para o sector público quer para o privado. As quatro disciplinas têm mais a ver com o ser humano do que com os modelos de negócio. Se o negócio não tem pessoas, eu não posso ajudar…Chegar à conclusão de que era tudo so-bre pessoas foi um importante marco para nós pois tínhamos começado por pensar que era uma questão de modelo de ne-gócio. As pessoas são tudo e o que é preciso é estudar a forma como as atraímos, como as “pu-xamos” e não como as “empur-ramos”.

briefing | Qual é a sua principal mensagem para os gestores e Ceo portugueses sobre estas quatro disciplinas?CC | Tenho pensado nisso não

apenas em relação a gestores e CEO mas também em relação aos líderes – esta é a primeira vez que estou em Portugal e estou encantado com o país. A prin-cipal mensagem é esta: se você é um líder a coisa mais impor-tante que pode fazer é criar um jogo que possa ser ganho pela sua equipa. Escolhi estas pala-vras com cuidado pois o líder é determinante. É ele que tem de construir a estrutura, dinamizar, organizar um scoreboard, ser o responsável. Mas se as pessoas não sentirem que estão a fazer parte de um jogo que pode ser vencido não o podem executar. Isso também se aplica ao Go-verno pois as empresas também têm de sentir que estão perante um desafio que podem vencer. Se o Governo não criar um jogo que possa ser ganho, as em-presas vão para outro sítio, para onde podem vencer.

briefing | Como é que desen-volveu o seu interesse por estas matérias?CC | O Dr. Steven Covey escre-veu um livro há 23 anos, “The 7 habits of highly effective pe-ople”, e fiquei com uma vonta-de de trabalhar com ele e até trabalhei durante cinco meses de borla, até que, finalmente, me contrataram. É um tema muito interessante e a execu-ção tornou-se particularmente interessante porque repará-mos que algumas companhias eram muito boas a terem ideias e tinham boas estratégias mas desagregavam-se porque nin-guém aderia a elas. Concluímos que se fosse encontrada um so-lução para ajudar as empresas a lidar com este assunto, isso seria um bom negócio.

briefing | Como é que se põe a equipa a sentir que pode ga-nhar o jogo?CC | Quando começámos o nosso trabalho nós ensinámos os consultores da Franklin Co-vey a treinar as equipas mas não resultou muito bem. Mudámos de estratégia e começámos a trabalhar apenas com o líder. É ele que fica com todas as ferra-mentas para ensinar a equipa.

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38 Abril de 2013 www.briefing.pt

Responsabilidade social

É sabido que as condições de habitabilidade e conforto são crí-ticas para a qualidade de vida dos cidadãos mais idosos. Mas é igualmente sabido que há muitos idosos confinados a habitações degradadas, idosos que não pos-suem rede familiar de suporte e que apresentam condicionantes de mobilidade e dependência fí-sica, vivendo sozinhos e, mais do que isso, isolados.Este é o cenário que está na ori-gem da ação REPARAR da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), uma ação de voluntaria-

Reparações solidárias

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recorre ao voluntariado empresarial para proporcionar mais conforto e qualidade de vida a idosos da cidade. Como? Através da ação REPARAR, que há dois anos melhorou 26 habitações e que este ano quer beneficiar outras tantas.

do de reparações solidárias que se propõe proporcionar a algumas pessoas idosas condições de vida mais signas por via de melhorias nas respetivas residências. O pro-grama – alerta Teresa Grácio, dire-tora do Departamento de Qualida-de e Inovação da instituição – “não pode obviamente solucionar todos os problemas”. Mas pode solucio-nar alguns e, igualmente importan-te, “sensibilizar ainda mais a so-ciedade portuguesa, levando-a a procurar novas formas de pensar a qualidade de vida dos mais idosos e, fundamentalmente, a intervir”.

Do que se trata é precisamente de intervir. E não apenas no esta-do de degradação do edifício ou de conservação da habitação. Diz a experiência da SCML que a or-ganização e a acessibilidade dos espaços interiores, e até a dispo-sição do mobiliário, também con-dicionam o bem-estar, a qualidade de vida e a autonomia dos idosos.E o que o programa se propõe é, como o nome indica, proceder a pequenas reparações que con-tribuam para a melhoria das con-dições de habitabilidade assim entendidas. E fá-lo com recurso à

figura do voluntariado corporativo, incentivando empresas a apadri-nharem as intervenções no âmbito da responsabilidade social e me-diante o envolvimento de colabora-dores em regime de voluntariado. Uma forma de – sublinha Teresa Grácio – as empresas intervirem positivamente na comunidade, “favorecendo a melhoria da quali-dade de vida e o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva e solidária, ao mesmo tempo que trabalham para se tornarem em-presas melhores”. “O exercício do voluntariado corporativo promove,

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Abril de 2013 39www.briefing.pt

Reparações solidárias

assim, benefícios múltiplos com mais-valias para a sociedade em geral, para os voluntários, para as organizações sociais que inter-vêm localmente e para as próprias empresas. Em suma, estabelece--se uma relação win-win entre todos os envolvidos”, sustenta, adiantando que esta é uma pers-petiva que a própria Santa Casa tem vindo a incorporar, de um modo mais sistemático, no de-senvolvimento da sua atividade. As intervenções são, assim, apa-drinhadas por empresas, que suportam os respetivos custos, nomeadamente os que decorrem da execução de trabalhos pre-paratórios ou do fornecimento de materiais, pequenos eletrodo-mésticos ou objetos de decora-ção que ajudam a dar um maior conforto às habitações. E dispo-nibilizam o tempo dos seus co-laboradores, voluntários por um dia em tarefas como pintura de paredes, renovação de mobiliário, pequenas reparações elétricas ou de canalização ou tão só lim-peza e organização dos espaços. À SCML compete, através do De-partamento da Qualidade e Inova-ção, a coordenação da REPARAR, identificando e caracterizando as casas beneficiárias. E, com os Ar-quitetos sem Fronteiras e outros dois parceiros – Grace e Sair da Casca –, procura empresas que apadrinhem o projeto, apadrinhan-do ela própria algumas reparações. Na primeira edição – em 2011 – foram intervencionadas 26 habi-tações de pessoas idosas, todas elas apoiadas pelo Serviço de

Apoio Domiciliário e pelos centros de dia da SCML. O mesmo núme-ro de casas deverá ser abrangido pela edição este ano. Mas, Teresa Grácio não tem dúvidas de que “mais importante do que os resul-tados quantitativos, foi o impacto que esta iniciativa teve na vida das pessoas”: “Além da melhoria das condições de habitabilidade con-seguidas nas casas intervencio-nadas, estes utentes sentiram-se mais acompanhados durante todo o programa, devido à preocupação

À espera da RePARAR

ViDAs

Vive no rés-do-chão de um pequeno prémio de Alfama desde 1975, ano em que regressou de Luanda com a família, num apartamento onde já tinham residido os seus sogros e nascido o seu marido. Tem três filhos, todos fora de Lis-boa. Costureira na vida activa, dedica-se hoje aos trabalhos manuais num dos centros de dia da SCML de que é utente. E é da Santa Casa que espera apoio para ver reabilitada a sua casa que há muito que aguarda por obras de manu-

tenção que a sua condição económica não tem permitido. Paredes com fissuras, pintura enve-lhecida ou desaparecida, manchas de humidade são algumas das marcas que o tempo deixou e que a REPARAR pode minimizar ou eliminar. Esta é apenas uma das muitas histórias de vida de quem anseia por ver a sua casa apadrinha-da. Há muitas mais. Na primeira edição da ação foram 26 as habitações que beneficiaram das 2.200 horas de trabalho dos 267 voluntários.

teresa GrácioCoordenadora do Departamento de

Qualidade e Inovação da SCML

“Mais importante do que os resultados quantitativos, foi o

impacto que esta iniciativa teve na vida das pessoas”: “Além

da melhoria das condições de habitabilidade conseguidas

nas casas intervencionadas, estes utentes sentiram-se mais acompanhados durante todo o

programa, devido à preocupação demonstrada pelos voluntários”

demonstrada pelos voluntários”. Auchan, Delta Cafés, EDP, Eu-rest, Galp Energia, Grupo Bro-dheim, H-Tecnic, Montepio, SCML e Servilusa foram os pa-drinhos das reparações solidá-rias de 2011, que envolveram um custo global de 105 mil euros. Para a coordenadora do Departa-mento de Qualidade e Inovação da SCML, “é este o caminho – das empresas e organizações exem-plares em sustentabilidade e res-ponsabilidade social”.

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40 Abril de 2013 www.briefing.pt

Outdoors

O outdoor não morrerá. Podia ser o claim de uma campanha de defesa da publicidade exte-rior, mas não é: a frase resume o pensamento de Rui Nunes, diretor comercial da MOP – Multimedia Outdoors de Portugal à data da re-colha da informação para este tra-balho, quando sustenta que este é e será sempre um meio estratégi-co para as marcas. Porquê? Por-

Vamos sempre andar na rua

O que têm em comum Times Square, em Nova Iorque, e Picaddily Circus, em Londres? São, provavelmente, os locais onde a publicidade exterior assume a sua expressão mais visível e impactante e também os mais cobiçados pelas marcas. Foi precisamente sobre o poder do outdoor que o Briefing falou com os três principais operadores nacional – Cemusa, JC Decaux e MOP.

que as pessoas nunca deixarão de circular as ruas; a pé, de carro ou transportes, haverá sempre uma marca a falar com elas. “É através deste meio que os anunciantes, de uma forma rápida e eficaz, conse-guem difundir a mensagem da sua campanha com elevados índices de cobertura e frequência”.Antoine Blanchys Ferreira, country manager da Cemusa para Por-

tugal, corrobora, ao afirmar que “o outdoor é fundamental porque atinge com enorme probabilidade quem anda na rua”, atingindo de forma transversal todos aqueles que têm um menor contacto com a televisão e que estão ativos na deslocação trabalho/casa.A diretora-geral da JC Decaux, Anita Martins, sublinha precisa-mente este aspeto da relação com

Rui nunesMOP

“A grande vantagem da MOP, pela forte pre-

sença em transportes públicos, é ter uma

noção real do número de passageiros que os frequentam diariamen-te e do seu perfil. Esta

informação dá um con-forto aos anunciantes aquando da utilização dos nossos suportes”.

os media: “O outdoor é essencial-mente um meio estratégico para as marcas porque é o único que consegue alcançar o consumi-dor independentemente da forma como este se relaciona com os media. Está sempre presente nas rotinas diárias dos consumidores”.Mas é assim tão estratégico ao ponto de constituir o segundo meio em investimento publicitário

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Abril de 2013 41www.briefing.pt

em Portugal? Anita Martins jus-tifica que assim seja na medida em que – diz - outdoor é o meio com maior probabilidade de con-tacto com o consumidor, indepen-dentemente da sua localização e predisposição para receber uma mensagem publicitária. E dá um exemplo concreto que valida esta ideia: é que nos últimos 40 anos o tempo que o consumidor dedica a atividades fora de casa duplicou, o que multiplica as possibilidades de ser impactado pela publicidade exterior.Rui Nunes mostra outra face da questão, ao recordar que o outdo-or, ao contrário de outros meios, como a televisão e a imprensa, esteve, até 2010, a salvo daquilo a que designa como “o tsunami económico” que assolou o mundo desde outubro de 2008. Na sua

opinião, o facto de as oscilações no investimento em publicidade exterior não terem sido muito vin-cadas permite aferir a importância que tem para as marcas. Contudo, nos últimos dois, três anos, a cri-se deixou de poupar o outdoor, a braços com o desinvestimento pu-blicitário. O que – para o porta-voz da MOP – obrigou a uma postura mais proactiva na criação e no de-senvolvimento de soluções mais inovadoras, criativas e de maior flexibilidade. Afinal, nos últimos 20 anos, fora “dos poucos meios que não evoluiu”. Não porque não te-nha capacidade – ressalva – mas porque o próprio mercado não o exigia. Todavia, a evolução tecnológica e o desinvestimento publicitário generalizado vieram alterar este paradigma. “Hoje em dia, com

Antoine blanchysCemusa

“A Cemusa orgulha--se de ter estimulado a criatividade com ações

especiais em oppis e abrigos com interação

Facebook, ecrãs touch, volumétricos e ativação

de rua. Estas ações são muito importan-tes porque permitem

soluções visuais, des-pertam a curiosidade e o interesse e dão mais relevo às campanhas”.

facilidade encontramos outro tipo de abordagem aos mupis tradi-cionais, em que as pessoas po-dem interagir e envolver-se com as marcas”, reconhece Rui Nunes. Também Antoine Blanchys identi-fica com mais frequência “ações especiais”, muito embora se man-tenha a predominância do formato Oppi. E a interação é precisamente uma das vertentes que Anita Martins destaca na inovação aplicada ao outdoor:“ “Hoje em dia é necessá-rio fazer coisas novas e de novas maneiras: impactar, entreter e inte-ragir com o consumidor, tendo em conta que, quanto mais transver-sal e integrado o conceito de co-municação de uma campanha for, maior a sua eficácia”. Afinal, o con-sumidor não quer apenas receber mensagens, mas sim participar na

construção das mesmas e parti-lhá-las”. As marcas sabem disso e procuram cada vez mais soluções costumizadas para comunicar a sua identidade e oferta de forma criativa e disruptiva, criando rela-ção com o consumidor. Mas com que consumidor? Como se segmenta o público-alvo numa campanha exterior? O country manager da Cemusa sustenta que a segmentação é feita através da escolha e personalização das re-des, ou seja, com base na geo-localização das redes, tendo por base os hábitos da população alvo e os objetivos da campanha. A diretora-geral da JC Decaux rejeita a ideia de que não é possível seg-mentar os destinatários da ação, argumentando que, na era do con-sumidor 3.0, a segmentação em comunicação é cada vez mais feita

Page 42: Briefing 44

42 Abril de 2013 www.briefing.pt

tendo em conta estilos de vida e tribos: “O consumidor, indepen-dentemente da idade, classe so-cial ou género, tem comportamen-tos e rotinas que o identificam. O que é importante para aumentar a eficácia da mensagem é que esta seja recebida pelo consumidor no momento certo”.Na MOP também se acredita que “haverá sempre maneira de afuni-lar a comunicação dos anuncian-tes quando pretendem comunicar para um determinado target”. Não obstante ter sido e continuar a ser um meio dirigido a massas, sou-be adaptar-se, nomeadamente à necessidade dos anunciantes de obterem cada vez mais eficiên-cia na sua comunicação. Diz Rui

Nunes que não se chega ao nível da internet, que “consegue obter níveis de segmentação altamente cirúrgicos”, mas é possível reduzir o desperdício de contactos nas campanhas.Não obstante a predominância entre os meios publicitários, ao outdoor é atribuído o pecado da ausência de métricas fiáveis. O country manager da Cemusa reco-nhece que, “não existindo estudos de audiências, não se pode dizer que a eficácia é medida cientifica-mente”, mas sublinha que existem estudos de avaliação pós-campa-nha em que se verifica o impacto do outdoor comparado com os outros meios. Rui Nunes corrobora: é verdade

que não beneficia de métricas que o coloquem o nível de outros meios, mas os anunciantes, so-bretudo as marcas multinacionais, têm uma noção real da força deste meio através de estudos de ben-chmark. E afirma-se convicto de que, assim que o mercado voltar a mostrar sinais de recuperação, os operadores conseguirão, em conjunto, apresentar um estudo de métricas que será a confirmação da força do outdoor. O mesmo sustenta a diretora-geral da JC Decaux, afirmando-se em-penhada em que se desenvolva o projeto de estudos de audiências para o outdoor: “Os restantes inter-venientes no mercado consideram que na atual conjuntura económica

não existem condições financeiras para avançar com o estudo. O tra-balho de base de georreferencia-ção do parque está terminado por parte dos operadores e agora falta apenas disponibilizar o investimen-to para o trabalho de campo”.Mas – adverte – não basta dizer que se tem um estudo de audiên-cias, é necessário que seja credí-vel, útil e passível de ser utilizado de uma forma correta, de modo a garantir os resultados pretendidos. Isto é, deverá garantir elevados padrões de qualidade.Até lá, as marcas continuarão a investir dinheiro e criatividade em publicidade exterior. Porque, afi-nal, os consumidores vão continu-ar a andar na rua…

Outdoors

Anita martinsJC Decaux

“Temos apostado na área de Innovate por-que acreditamos que

‘nobody counts the number os ads you

run, they just remenber the impressions you

make.’”

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Abril de 2013 43www.briefing.pt

www.briefing.pt

Like Portugal: uma plataforma para atrair investimento (com vídeo)

José Quintela é o novo presidente da APECOM

Sócrates bateu telejornais da SIC e TVI mas perdeu para a novela

Welcome to Comporta: descobrir o segredo da costa alentejana (com vídeo)

Portugal Open, o novo nome do Estoril Open

Vodafone lança maior campanha publicitária do ano (com vídeo)

“Bairro do Panda” transforma-se em parque temático

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Português lidera centro de competência de multinacional do retalho

José Quintela é o novo presidente da APECOM

Os mais partilhados

Os mais lidos

O siTE DO BRiEfing EM MARçO

A EQUIPA é o novo projeto profissional de Má-rio Mandacaru, o ex-diretor criativo da Bran-dia Central que agora se junta a Cristina Pereira Gonçalves.”Um é pouco, dois é bom” é a ideia que preside a este duo criativo. O novo player da criatividade nacional apresenta-se como “uma

mandacaru forma eQuiPA com Cristina Pereira

Cannes lions: cinco portugueses no júriO júri da 60ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions vai contar com o con-tributo de cinco portugueses na escolha dos tra-balhos a concurso. Susana Albuquerque, Manuel Roque, Miguel Moreira Rato, Pedro Albuquerque e Tomas Gonzalez foram os escolhidos para partici-par nesta edição do festival.

Manuel Roque, diretor da Pepper, integra o júri em Direct, Miguel Moreira Rato, diretor-geral da MPu-blic Relations, será jurado em PR. Pedro Albuquer-que, diretor da Albuquerque Design, avaliará os candidatos em Design e Tomas Gonzalez, diretor--geral da Mindshare, participa no júri de Media. Su-sana Albuquerque dará o seu contributo em Press.

proposta diferenciadora estruturada por dois profissionais da comunicação com um vasto conhecimento do mercado e uma longa experi-ência na liderança de equipas multidisciplinares”. “It’s all about people” é o conceito subjacente, porque, diz Mário Mandacaru, A EQUIPA sabe que “a chave está nas pessoas, no seu talento e na sua capacidade de, juntas, criarem valor”. O resultado é uma estrutura modular “capaz de oferecer um serviço completo de comunicação para o mercado nacional e internacional”. Do mesmo modo, reforça Cristina Pereira Gonçal-ves, as marcas são feitas pelas pessoas: cliente + estratega + criativo + consumidor. E é o valor de todas estas pessoas que A EQUIPA se pro-põe agregar e potenciar.

PEDRO MACHADO é o novo di-retor comer-cial da MOP – Multimedia Outdoor Portugal, substituindo assim Rui Nunes. Uma contratação que acontece no ano em que a em-presa pretende dar início ao proces-so de internacionalização.

MiguEl ViAnA é o novo Brand Design Mas-ter da Bran-dia Central, assumindo a direção do atelier da empresa onde se en-contra desde 1997. Era até agora Brand Design Creative Director. Formado em De-sign Gráfico no IADE está há 16 anos no grupo Brandia Central.

MiguEl PATé é o novo reforço da equipa da Winicio, juntando--se a Pedro Magalhães na direção criativa da agência. O profissional passou por agências como a Novo-Design ou a Wunderman Cato Jo-hnson, onde foi copywriter, e ainda a Proximity, a OgilvyOne, a Touch-Me_RedCell e a Wunderman, onde foi Diretor Criativo.

PEssOAs

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44 Abril de 2013 www.briefing.pt

manuel Falcão

director-geral da Nova Expressão

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AuDiÊnCiAs

Ana mendesdiretora-geral da OMG Consulting

Geração net tV…

O consumo de TV nas crianças, designadamente no target 4-12 anos, parece indiciar uma maior preferência pelos canais free-to-air vs canais Cabo. Não obstante, o período de férias cor-responda, tipicamente, a níveis superiores de audiências televisivas deste público, o mês de dezembro viu ainda potenciada esta tendên-cia, possivelmente pela forte aposta dos canais FTA em filmes de animação, os quais passaram a ocupar as posições cimeiras do ranking de programas mais vistos (para todo o período em análise). Curiosamente, o consumo diário deste

público juvenil estende-se (com valores expres-sivos) até às 23h30, inclusive mais acentuados nos dias de semana, que nos fins-de-semana. Contudo, como seria expectável o padrão de consumo aos fins-de- semana é mais constan-te ao longo de todo o dia, aproximando-se em média das 5h10m (enquanto, aos dia de sema-na fica aquém das 4h). Todavia, e muito prova-velmente não estamos a falar de um consumo exclusivo. Pois, no comparativo com o perfil diário de acesso à internet, identificam-se picos de consumo totalmente coincidentes (TV + In-ternet) para este grupo alvo. Muitas vezes iden-

tificada como geração net, os mais jovens tende a possuir um modelo de vida “em rede”, sendo condição primária para a sua sobrevivência estar sempre conetáveis e contactáveis, independen-temente da atividade em curso. Esta “necessi-dade”, acrescida de todas as facilidades propor-cionadas pelo desenvolvimento tecnológico, em muito tem contribuído para o aparecimento de novos hábitos/ modelos de consumo. Às marcas resta a árdua missão de mais do que acompanhar atentamente estas tendências, conseguir antecipar ou, no limite, cocriar novas necessidades …

Consumo tv ao longo do dia (4-12anos)

Fonte: MMW/Marktest (gfk database)Período de Análise: Ano móvel – Março 2012 a Fevereiro 2013target: 4-14 anos (1 147 950 indivíduos, 12.14% do Universo)universo: Indivíduos com +4 anos residentes em Portugal Continental ( 9 459 100 indivíduos)

Page 45: Briefing 44

Abril de 2013 45www.briefing.pt

Lisboa dificilmente se encontram peixinhos da horta e pataniscas de bacalhau mais perfeitas do que as que se podem provar no Guarda-Mor. Os peixinhos da horta são fora de série, estala-diços, leves, a fazerem uma entrada perfeita, a combinarem bem com o paté de fígado de pato que faz parte do couvert. E não mentirei se, além das pataniscas já referidas, recomendar os file-tes de peixe galo com arroz de grelos, ou a bela alheira de caça, ou as iscas à portuguesa, impe-cáveis, ou ainda o arroz de cabidela ou o coelho à vilão. A casa gaba-se de ter um bom bife do lombo e de, nas sobremesas, se destacar com o leite creme queimado na hora, o bolo de cacau de S.Tomé e Príncipe, e a Pêra da Ìndia, uma pêra cozida com temperos bem aromáticos e exóticos, servida bem fria, e que é um grande e invulgar remate para qualquer refeição.A decoração é clara, a sala, que leva cerca de cinco dezenas pessoas, é confortável. Os nichos na parede têm agora cores vivas, que contras-tam com as boas fotografias a preto e branco da zona de Lisboa onde o restaurante está.A garrafeira não é muito extensa, mas é bem es-colhida e tem preços sensatos. O serviço é muito acolhedor e o facto de os donos da casa estarem sempre por lá garante o bom funcionamento. De 3ª a 6ª abre ao almoço e jantar, quartas à noite tem os fados, ao sábado e Domingo serve só jan-tares e encerra à segunda-feira. Se não tiver des-varios vínicos pode contar com 25 euros por pes-soa. E vai chegar ao fim a bendizer a hora em que se lembrou de passear pelas ruas da Madragoa.

manuel Falcão

director-geral da Nova Expressão

Tradição e QualidadeDesta vez o conselho para um petisquinho fica numa das zonas históricas de Lisboa, entre a Madragoa e a Lapa, bem perto do início da Rua das Trinas e da Calçada do Marquês de Abran-tes. Apontemos pois à Travessa do Guarda Mor, que deve o seu nome ao funcionário do que ti-nha por missão controlar o desembarque de mercadorias nos cais da cidade, ali bem perto, e cobrar os respetivos direitos de entrada para os cofres do reino. No nº 8, logo no início fica en-tão o Guarda-Mor, um restaurante com algumas décadas de existência e que consegue manter--se fiel à qualidade e tradição, ao mesmo tempo que se vai renovando e nos vai surpreendendo. O exercício não é fácil mas tem sido consegui-do - primeiro com Sofia Carvalho, que há uns 20 anos está ao leme e que, mais recentemente, conta com a ajuda de Pedro Bugarim.No meio de umas zonas fadistas da cidade, o Guarda Mor, nesta sua encarnação mais recen-te, propõe fados nas noites das quarta-feiras e as tertúlias que ali se têm juntado já criaram fama para o exterior e proveito para quem lá tem estado. Fadistices à parte, que no entanto são sempre bem-vindas, passemos aos petiscos, anunciando que na página do restaurante no Fa-cebook existem informações atualizadas sobre os fadistas convidados. Esta casa é de cozinha portuguesa, feita com recurso a boa matéria pri-ma e com um cuidado extremo na confeção - so-bretudo nas frituras, absolutamente primorosas e que ainda por cima se processam sem lançar cheiros na sala. Não exagero se disser que em

Helder moutinho - 1987

bAnDA sonoRA

Já que no Guarda-Mor se canta o fado, nada melhor que um belíssimo fadista para rematar esta página. Hélder Moutinho é um fadista invulgar, na forma de encarar a música, no sentimen-to que coloca no seu cantar, no trabalho de conceção dos seus trabalhos e da maneira de os fazer. “1987”, agora editado, teve um processo criativo invulgar. Não foi gravado num estúdio tra-dicional, mas sim em salas de boa acústica de um antigo palácio da zona do Castelo, com vista sobre a cidade, a Sé, o Bairro Alto e a Mouraria, que hoje acolhe a sede da EGEAC, a empresa mu-nicipal de cultura. Uma das coisas que impressiona neste disco é o cuidado posto nos arranjos e na execução instrumental, fruto do trabalho de produção e direção musical de Frederico Pereira. Hélder Mouti-nho fez quase um disco conceptual, dividido em quatro partes:

Os Dias da Liberdade com poemas da sua autoria, Luto De Uma Relação com letras de José Fialho Gouveia (filho), História de Um Desencontro com as palavras de João Monge, e Maria da Mouraria, escrita por Pedro Campos. Cada um destes quatro cantos tem quatro fados e tudo remata com um Post-Scriptum inespe-rado que é o magnífico “Fado da Bia”, um original de Fernando Tordo e que remata o disco em jeito de homenagem a Beatriz da Conceição. A voz de Hélder Moutinho é rara nos dias que correm, e a sua forma solta - simples, mas sentida - de cantar o fado soa a sinceridade e naturalidade, coisa rara nos fados da moda destes dias que correm. CD HM Música/ Valentim de Carvalho.

o Guarda-morTravessa do Guarda Mor nº8

Telefone 213 978 663

Restaurante

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46 Abril de 2013 www.briefing.pt

Montra

Gentleman sempre“Gentlemen Only” é a proposta Givenchy para o homem elegante, desen-

volto, refinado, atencioso e fiel aos seus códigos e valores. A fragrância, uma reinterpretação clássica usando as mais requintadas essências e ingre-dientes naturais, encontra no ator Simon Baker a personificação máxima do

gentleman moderno.

Forma e função Para a primavera de 2013, a Cavalier é a linha contemporânea da Longchamp que melhor celebra esta estação. A aparência usada da pele, um pop vibrante de cor num mix de mocha e preto e um otimista laranja compõem a nova tendência que caracteriza uma coleção jovem e fashion-forward.

Riscas, riscas e mais riscasNuma homenagem às tradicionais cores da Sicília, a Dolce & Gabanna pre-

parou uma nova coleção de óculos inspirada num património icónico evoca-tivo dos verões da ilha. Os novos modelos destacam-se pela ampla armação

e pela forma arredondada. As hastes apresentam um movimento suave e o design inédito quer realçar o contorno do rosto. Os modelos oferecem com-

binações de riscas irregulares em várias tonalidades.

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Z10, o novo blackberry da oferta Vodafone

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cartão de memória até 64GB. Além de câmara de 8MP com flash LED e gravação de vídeo em Full HD (1080p), A-GPS, Wi-Fi e Bluetooth. Está já disponível na Vodafone.

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