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Bruno Vieira de Carvalho. Avaliação de sistemas de gestão ambiental em granjas de suínos do Estado de São Paulo
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São
Paulo – IFSP campus São Roque
Avaliação de sistemas de gestão ambiental em granjas de suínos
do Estado de São Paulo
São Roque – SP
2014
Bruno Vieira de Carvalho
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo –
IFSP campus São Roque
Avaliação de sistemas de gestão ambiental em
granjas de suínos do Estado de São Paulo
Trabalho apresentado para a Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso como requisito básico para a Conclusão de Curso de Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental
Orientador: Prof. Dr. Francisco Rafael Martins Soto
São Roque – SP
2014
C253
Carvalho, Bruno Vieira de
Avaliação de sistemas de gestão ambiental em granjas de suínos
do Estado de São Paulo / Bruno Vieira de Carvalho. – 2014.
25 f.: il.; 30 cm
Orientador: Prof. Dr. Francisco Rafael Martins Soto
TCC (Graduação) apresentada ao curso de Graduação em
Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de São Paulo –
Campus São Roque, 2014.
1. Gestão Ambiental 2. Suinocultura 3. Estado de São Paulo I.
Carvalho, Bruno Vieira II. Título
CDU: 550
Resumo
O histórico da falta de cuidado com os impactos ambientais gerados pela
atividade suinícola justificam a necessidade do desenvolvimento de um trabalho
que apresente um diagnóstico do que vem sendo feito pelos produtores em
relação ao sistema de gestão ambiental em suinocultura (SGAS) em granjas do
Estado de São Paulo. Tendo em vista o potencial poluidor da suinocultura, o seu
crescimento e a sua importância econômica, este trabalho teve por objetivo
avaliar o SGAS em granjas de suínos do Estado de São Paulo. O trabalho foi
efetuado em 37 granjas de suínos de forma aleatória. Para a colheita de
informações a respeito do SGAS nas granjas avaliadas e seu armazenamento, foi
elaborado um banco de dados eletrônico com a inserção de um questionário a fim
de obter informações a respeito do SGAS, com dez questões, para que as
mesmas pudessem abranger todos os itens possíveis de estarem presentes em
um SGAS. Foram atribuídos pesos distintos de dois a 10, de acordo com a
importância e o impacto ambiental de cada processo realizado ou não pela granja.
As granjas foram classificadas em três categorias: insatisfatórias com pontuação
abaixo de 50 pontos, satisfatórias com restrição, entre 51 e 70 pontos e
satisfatórias com pontuação acima ou igual a 70 pontos. O questionário foi
aplicado por meio de entrevistas. Foram classificadas como insatisfatórias 62,16%
das granjas avaliadas, com valor médio de 43,61 pontos, e satisfatórias com
restrição, 10,81%, com valor médio de 59,50 pontos. Das granjas consideradas
como satisfatórias, obteve-se o resultado de 27,02% do total avaliado, com valor
médio de 84,40 pontos. Em relação aos itens considerados importantes em um
SGAS, 51,35% das granjas avaliadas não dispunham da tecnologia de
biodigestor, 67,55% e 62,15 % respectivamente, não praticavam a compostagem
de resíduos sólidos e de carcaças ou faziam de forma insatisfatória.
Palavras-chave: gestão ambiental, suinocultura, Estado de São Paulo.
Abstract
The historical lack of attention to the environmental impacts generated by swine
farm activity justifies the need for the development of a study which makes a
diagnosis of what is being made by producers about the environmental
management system for swine (EMSS) in farms in the State of São Paulo. Due the
pollution potential of swine, its growth and economic importance, this study aimed
to evaluate the EMSS on swine farms in the State of Sao Paulo.
The study was performed on 37 swine farms randomly. Chosen to collect
information about the EMSS of the evaluated farms and storage, an electronic
database and a questionnaire containing 10 questions were designed to obtain
information about the EMSSs from the farms, in a way that they could cover all
possible items to be present in an EMSS. Weights from two to were assigned
according to the importance and the environmental impact of each process made
by the farm or not. The farms were classified into three categories: unsatisfactory,
with scores below 50 points; satisfactory with restriction, between 51 and70 points;
and satisfactory, with scores equal or above to 70 points.
The questionnaire was applied by interview. Were classified as unsatisfactory
62.16% of the evaluated farms, with an average of 43.61points, while 10.81%
were classified as satisfactory with restriction, with an average of 59.50points.
27.02% were considered as satisfactory, showing an average value of 84.40
points. About the items considered important in a EMSS, 51.35% of the evaluated
farms lacked the biodigester technology, 67.55% and 62.15% respectively, did not
practice composting of solid waste and carcasses or made it in a unsatisfactorily
way.
Key words: environmental management system, swine farm, State of São Paulo.
Bruno Vieira de Carvalho
Avaliação de sistemas de gestão ambiental em granjas de suínos
do Estado de São Paulo
Avaliação de sistemas de gestão ambiental em granjas de suínos do Estado de São Paulo. Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental sob orientação do Prof. Dr. Francisco Rafael Martins Soto.
Aprovado em: / / 2014
Banca Examinadora
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
Prof. Dr. Instituição:
Julgamento: Assinatura:
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a minha família, aos meus tios, meus pais, e
especialmente minha vó, que muito me ajudou pra que eu pudesse concluir esse
curso, sempre me apoiando e fornecendo o que eu precisasse.; assim com a
minha namorada Barbara e toda sua família. Agradeço também a alguns dos
vários professores que tive, por sempre acreditarem em mim, são eles: Prof.
Francisco, Profs. Ivete e Maria de Fátima. E mais recentemente a professores que
me ajudaram muito além do que condiziam suas obrigações, como os professores
Fernando Santiago, Ricardo Coelho, Valdinei Trombini, Priscila Santos, Sandro
Conde e especialmente o Prof. Francisco Soto, meu orientador, que muito me
ajudou em todo o processo de elaboração do trabalho.
Agradeço também a todos os produtores que gentilmente me atenderam e
colaboraram com valiosas informações para o trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedico o trabalho a todos aqueles que me ajudaram, já que o trabalho não teria
sido finalizado sem a ajuda de cada um, o mesmo deve ser dedicado,
primeiramente, a eles.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO E OBJETIVO .......................................................................................... 1
2. MATERIAL E MÉTODO .................................................................................................. 4
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 6
4. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 11
5. REFERÊNCIAS............................................................................................................ 12
APÊNDICE 1.................................................................................................................... 14
APÊNDICE 2.................................................................................................................... 16
1
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO
A história da suinocultura se encontra com a própria história da raça
humana, e seu surgimento foi um fator chave para a transição dos homens do
leste europeu do nomadismo para o sedentarismo, há pelo menos 12.000
anos, ocasião em que a carne suína teria sido a principal fonte nutricional
para os seres humanos da época. Além dessa região, evidências encontradas
na China apontam à domesticação do suíno em aproximadamente 4.200 a.C.
(NELSON, 1998).
A partir da criação dos suínos, o homem começou a pesquisar e
desenvolver novas técnicas a fim de aprimorar a sua produção de carne. No
auge do império Grego, a carne suína já era consumida, mesmo que em
baixa quantidade, e, no Império Romano, era a carne mais consumida, o que
fez com que os métodos desenvolvidos se tornassem mais eficientes,
formando a base da suinocultura moderna, com produção intensiva na
atualidade, o que também começou a gerar problemas ambientais
(TOUSSAINT-SAMAT, 2009).
O suíno foi trazido para as Américas por Cristovão Colombo em 1494,
ocasião em que o mesmo os deixou soltos na floresta, tendo estes se
multiplicado rapidamente, tornando-se uma ameaça para as plantações anos
depois. No Brasil, os suínos foram trazidos em 1532 por Martim Afonso de
Souza (GADE, 2000).
Nestes quase 500 anos, a criação de suínos no Brasil tomou
características próprias, com o desenvolvimento de raças, linhagens e novas
2
técnicas. Isto fez do país o 4º maior produtor a nível mundial, e incorporou-se
à cultura do brasileiro, tornando o Brasil o 5º maior consumidor de carne suína
do mundo e o 4º maior exportador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA
INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA, 2014).
A expectativa do mercado suinícola brasileiro para os anos vindouros é de
crescimento, principalmente da exportação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
CRIADORES DE SUÍNOS, 2014), o que demandará maior investimento, por
exemplo, em sistema de gestão ambiental em suinocultura (SGAS), requisito
fundamental para a conquista de mercados internacionais.
Um suíno produz em média 2,35 kg de efluente por dia, e quando se
considera o dejeto sólido associado à urina, esse total se eleva para 5,80 kg,
fazendo de sistemas intensivos de produção com alta densidade de animais
por metro quadrado, uma atividade altamente poluidora (OLIVEIRA, NUNES,
2013).
A maior parte do impacto ambiental gerado pela suinocultura provém da
falta do manejo adequado dos resíduos sólidos e líquidos gerados pela
atividade, como a produção de efluentes com alta carga orgânica em corpos
d'água e em lençóis freáticos, o que causa a poluição dos recursos hídricos
da região em torno da granja; a poluição do ar e a destruição da camada de
ozônio majoritariamente pela emissão de gás metano e óxido nitroso (LIMA,
2013). Apesar disso, há medidas que podem ser tomadas em um SGAS a fim
de mitigar os impactos gerados pela atividade, como a implantação de
biodigestores, compostagem e politica de recursos hídricos com economia de
água de consumo e consequente redução de produção de efluentes (BERTO,
MIRANDA, 2007). Entretanto, o conceito de SGAS ainda é novo na produção
3
de suínos, e os componentes que o constituem pouco aplicados na
suinocultura tecnificada de forma satisfatória, o que faz com a crescente
exigência tanto do consumidor interno como externo da qualidade de como a
carne suína brasileira está sendo produzida, uma mudança de paradigma por
parte dos produtores.
O Estado de São Paulo é o 7º maior produtor de carne suína do país, com
85.406 matrizes alojadas (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE SUINOCULTORES,
2014). Tais números, juntamente com o histórico nacional da falta de cuidado
com os impactos ambientais gerados pela atividade suinícola acabam por
justificar a necessidade do desenvolvimento de um trabalho que apresente
um diagnóstico do que vem sendo feito pelos produtores em relação ao SGAS
em granjas do Estado de São Paulo.
Tendo em vista o potencial poluidor da atividade suinícola, o seu
crescimento e a sua importância econômica, este trabalho teve por objetivo
avaliar o SGAS em granjas de suínos do Estado de São Paulo.
4
2. MATERIAL E MÉTODO
O trabalho foi efetuado em 37 granjas de suínos tecnificadas de ciclo
completo do Estado de São Paulo escolhidas de forma aleatória (Apêndice 1).
A pesquisa foi realizada durante os meses de outubro de 2013 a maio de 2014,
com 51.030 matrizes investigadas, que representou 60% do total de matrizes
alojadas no Estado de São Paulo (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE
SUINOCULTORES, 2014). Para a coleta de informações a respeito do SGAS
nas granjas avaliadas e seu armazenamento foi elaborado um banco de dados
eletrônico com a utilização do programa Google drive®, (2013). Neste banco de
dados foi inserido um questionário (Apêndice 2) desenvolvido conforme
metodologia proposta por Soto et al. (2006) e adaptada para esta investigação
a fim de obter informações a respeito do SGAS nas respectivas granjas. Foram
elaboradas dez questões abertas e fechadas para que as mesmas pudessem
abranger todos os itens possíveis de estarem presentes em um SGAS e assim
classificar os respectivos quesitos. As perguntas versavam sobre a existência
ou não de compostagem de dejetos sólidos e carcaças, biodigestor, gestão de
recursos hídricos com economia de água, planejamento de compras eco
eficientes, gestão de resíduos sólidos de serviços de saúde animal,
licenciamento e certificação ambiental, outorga de uso e lançamento de
efluentes e geração ou não de produtos de valor agregado a partir dos
diferentes sistemas de tratamento de efluentes nas granjas investigadas.
Para cada questão foram atribuídos pesos distintos de dois a 10, de
acordo com a importância e o impacto ambiental de cada item realizado ou não
5
pela granja, e variando de dois (para a presença de produto com valor
agregado resultante de algum processo) a 10 (atribuído aos itens considerados
fundamentais para um eficiente SGAS). Neste trabalho as granjas foram
classificadas em três categorias, tanto na somatória de todos os itens
avaliados, como também de forma individual de cada quesito presente ou não
no SGAS em: insatisfatórias com pontuação abaixo de 50 pontos, satisfatórias
com restrição, entre 51 e 70 pontos e satisfatórias com pontuação acima ou
igual a 70 pontos.
O questionário foi aplicado por meio de entrevistas diretamente com o
gerente e ou proprietário das granjas investigadas e os resultados analisados
com a utilização do software Microsoft Office Excel ®( 2014).
6
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1, estão apresentados os resultados totais obtidos em relação a
pontuação nos SGAS das 37 granjas investigadas.
Tabela 1- Classificação das granjas em relação ao sistema de gestão ambiental
empregado e as respectivas pontuações totais obtidas.
Classificação N° de
granjas
MEP MAP PM
Insatisfatórias
23 23 49 43,61
Satisfatórias com
restrição
04 56 62 59,50
Satisfatórias 10 73 97 84,40
Total 37 - - 62,50
N° - número;MEP- menor pontuação; MAP- maior pontuação, PM- pontuação
média.
Foram classificadas como insatisfatórias 62,16% das granjas avaliadas,
com valor médio de 43,61 pontos, e satisfatórias com restrição, 10,81%, com
valor médio de 59,50 pontos. Este resultado representou 72,97% de granjas
potencialmente geradoras de riscos ambientais, relacionados principalmente a
disposição e destino inadequado de efluentes e resíduos sólidos no meio
ambiente. Considerando as menores (23) e maiores (49) pontuações obtidas
nas granjas classificadas como insatisfatórias, foram encontrados valores
aquém do mínimo necessário para um SGAS que ofereça minimização de
7
riscos ao meio ambiente. Das granjas consideradas como satisfatórias, obteve-
se o resultado de 27,02%, valor considerado baixo, quando considera-se que
nas 37 unidades investigadas o nível de tecnologia de produção zootécnica
de suínos foi alto. Observa-se com estes resultados, que ainda persiste na
maioria das unidades de produção de suínos do Estado de São Paulo
avaliadas, uma maior preocupação com resultados zootécnicos e a gestão
ambiental ficou em segundo plano na lista de prioridades da administração do
empreendimento. Em relação a licença e certificação ambiental, somente as 10
(27,02%) granjas classificadas como satisfatórias eram licenciadas e
certificadas e geravam no SGAS pelo menos um produto de valor agregado
como: biofertilizante, energia elétrica e ou térmica e créditos de carbono. Para
a outorga de uso e captação de água e lançamento de efluentes, 11 (29,72%)
granjas possuíam o documento. Estes resultados reforçam a necessidade por
parte dos órgãos governamentais do Estado de São Paulo, o desenvolvimento
de legislação mais rigorosa e especifica para a atividade suinícola, bem como
uma estrutura que ofereça maior poder fiscalizatório e abrangência.
Na tabela 2 estão apresentados os resultados obtidos em relação ás 37
granjas investigadas e a respectiva classificação por questão relacionada ao
SGAS.
8
Tabela 2- Resultados obtidos em relação às 37 granjas investigadas e a
respectiva classificação por questão relacionada ao sistema de gestão
ambiental em suinocultura. Valores expressos numericamente e em
porcentagem (%).
Questão AS IN SR SA
Compostagem de carcaças e
placentas
18
(48,64%)
05
(13,51%)
04
(10,81%)
10
(27,02%)
Compostagem de dejetos sólidos 11
(29,72%)
14
(37,83%)
02
(5,40%)
10
(27,02%)
Biodigestor 19
(51,35%)
07
(18,91%)
01
(2,70%)
10
(27,02%)
Gestão de resíduos sólidos de
serviços de saúdeanimal
13
(35,13%)
13
(35,13%)
03
(8,10%)
08
(21,62%)
Planejamento de compras
ecoeficientes
25
(67,56%)
01
(2,70%)
03
( 8,10%)
08
(21,62%)
Gestão de recursos hídricos
como economia de água de
consumo
18
(48,64%)
11
(29,72%)
01
(2,70%)
07
(18,91%)
AS-Ausência,IS- Insatisfatória, SR- Satisfatória com restrição, SA- Satisfatória
Para o item compostagem de carcaças, 72,96% das granjas avaliadas
como satisfatórias com restrição foram classificadas com ausência do sistema.
Evidenciou-se neste quesito, que apesar de poder ser facilmente cumprido de
forma satisfatória pelo seu baixo custo de implantação e simplicidade
operacional com a geração de resultados positivos tanto no aspecto ambiental
9
como sanitário (SOTO et al. 2010), ainda não é uma prática realizada pela
maioria das granjas.
Em relação à compostagem de resíduos sólidos, 29,72% das granjas
avaliadas apresentaram ausência do sistema e 37,83%, foram classificadas
como insatisfatórias, somando 67,55%. Estes resultados são preocupantes,
devido ao fato do alto risco de contaminação ambiental que a ausência desta
pratica ou a sua utilização de forma insatisfatória pode representar para o meio
ambiente (HENN et al. 2009). Ademais, a compostagem de resíduos sólidos
pode gerar biofertilizante, produto de valor agregado para a suinocultura
(SARDÁ et al. 2010).
Para o quesito biodigestor, 51,35% das granjas avaliadas ainda não
dispunham desta tecnologia para o SGAS, considerada como protagonista para
o tratamento de efluentes, sequestro de gás metano e produção de
biocombustível para a geração de produtos de valor agregado como energia
elétrica e térmica (CERVI et al., 2010).
Em relação à gestão de resíduos sólidos de serviços de saúde animal,
70,26% das granjas foram classificadas de não terem o sistema a
insatisfatórias, o que demonstrou que a prática de gerenciamento deste tipo de
resíduo ainda é incipiente nos sistemas intensivos de produção animal (REIS,
et al., 2013).
No item planejamento de compras ecoeficientes, observou-se que
70,26% das granjas ainda não realizavam esta prática ou a faziam de forma
insatisfatória, o que reforça a necessidade de todos os setores envolvidos em
gestão ambiental em suinocultura, implantarem esta filosofia de trabalho.
10
Para o quesito gestão de recursos hídricos como economia de água de
consumo, quase metade das granjas avaliadas (48,64%) não tinham esta ação
contemplada no SGAS e 29,72% realizavam de forma insatisfatória. Este fato
gera preocupação ambiental pelo fato da água ser um recurso natural escasso
(MCKEON, 2008) e quanto maior o seu consumo no sistema produtivo de
suínos, maior será o volume de efluentes produzido diariamente, com aumento
de custos operacionais para o seu tratamento adequado (PALHARES,
CALIJURI, 2007).
11
4. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos e nas condições que foi efetuado o
trabalho, conclui-se que:
Das granjas de suínos avaliadas em relação ao SGAS, 62,16% foram
consideradas insatisfatórias com pontuação média de 43,61 pontos e 72,97%
foram definidas como potencialmente geradoras de riscos ambientais;
Dos itens considerados importantes em um SGAS, 51,35% das granjas não
dispunham da tecnologia de biodigestor, 67,55% e 62,15 % respectivamente,
não praticavam a compostagem de resíduos sólidos e de carcaças ou faziam
de forma insatisfatória;
A preocupação com a gestão do uso eficiente da água de consumo, ainda é
incipiente, sendo que 78,36 % das granjas não tinham esta ação contemplada
no SGAS ou realizavam de forma insatisfatória.
12
5. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUÍNOS, 2014. Estatísticas, acesso em 12 de junho de 2014. Disponível em:< http://www.abcs.org.br/>.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA, 2014. Estatísticas, acesso em 12 de junho de 2014. Disponível em:<http://www.abipecs.com.br/ >
ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CRIADORES DE SUÍNOS, 2014. Estatísticas, acesso em 12 de junho de 2014. Disponível em:<http://www.apcs.com.br/portal/>.
BERTO, J.L., MIRANDA, C.R. Sustentabilidade ambiental das propriedades suinícolas da microrregião do Meio Oeste Catarinense: uma avaliação com base no balanço de nutrientes.Revista Brasileira de Agroecologia, p.1589-1592,v.2, n.1. 2007.
CERVI, R. G.; ESPERANCINI, M. S. T.; BUENO, O. C. Viabilidade econômica da utilização do biogás produzido em granja suinícola para geração de energia elétrica. Engenharia Agrícola Jaboticabal, v.30, n.5, p.831-844, 2010.
GADE, D.W. Hogs. Cambridge, Inglaterra. 2000. Disponível em:<http://www.cambridge.org/us/books/kiple/hogs.htm> Acessado em: 09/06/2014.
HENN, A.; BELHI FILHO, P., PHILIPPI, L.S. Gestão ambiental através do manejo e do tratamento de dejetos em uma pequena propriedade suinícola. Florianópolis, SC.I Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos de Animais. 2009.
LIMA, G.J.M.M. A poluição ambiental por dejetos de suínos e o papel dos técnicos e nutricionistas. EMBRAPA. Ano de publicação não disponível. Disponível em: <http://www.bichoonline.com.br/artigos/embrapave0001.htm>. Acessadoem: 05/07/2013.
MCKEON, M. Cut your slurry costs: new calculations show the difference in menure handling water economies reduce the volume for disposal. Pig International, v. 5, p. 22-24, 2008.
NELSON, S.M. Ancestors of Pigs: Pigs in Prehistory. Research Papers in Science and Archaelogy, v. 15, p. 55-64, 1998.
OLIVEIRA,P.A.V.; NUNES, M.L.A. Sustentabilidade ambiental da suinocultura. FECRA. Ano de publicação não disponível. Disponível em:
http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/anais0205_oliveira.pdf>. Acesso em: 05/07/2013.
PALHARES, J.C.P.; CALIJURI, M.C. Caracterização dos afluentes e efluentes suinícolas em sistemas de crescimento/terminação e qualificação do seu impacto ambiental. Ciência Rural, v. 37, n. 2, p. 502-509, 2007.
PROGRAMA BR OFFICE CALC, 2014.
PROGRAMA GOOGLE DRIVE, 2013.
13
REIS, M. A.; RANGEL, M. L.; MATTOS, C. M.; FRANKE, C.R. Conhecimento, prática e percepção sobre o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde em estabelecimentos médicos veterinários de Salvador, Bahia. Revista. Brasileira deSaúde e Produção Animal, v. 14, n.2 p. 287-298, 2013.
SARDÁ, L. G.; HIGARASHI, M. M.; MULLER, S.; OLIVEIRA, P. A.; COMIN, J. J. Redução de emissão de CO2,CH4 e H2S através da compostagem de dejetos de suínos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, p.1008-1013. Campina Grande, 2010.
SOTO, F.R.M.; RISSETO, M. R.; CAZZOLA, C.P.B. Proposta e análise crítica de um protocolo de inspeção e de condições sanitárias em supermercados do município de Ibiúna- SP.RevistaBrasileira de Epidemiologia, v. 9, n. 2, p. 235-241, 2006.
SOTO, F. R. M.; COELHO, C. P.; BENITES, N. R.; BONAMIN, L.V.; MELVILLE, P. A.Elimination of E. coli from piglet carcases using an on-farm composting system.Veterinary Records, v.166, p. 564-565, 2010.
TOUSSAINT-SAMAT, M.A History of Food.John Wiley & Sons/Blackwell.pg. 93.2009. Chichester, Inglaterra.
14
APÊNDICE 1
Ficha de avaliação de sistema de gestão ambiental em
suinocultura
As informações obtidas nesta ficha de avaliação serão de caráter
totalmentesigiloso com função exclusiva de pesquisa acadêmicae em hipótese
alguma serão divulgados os nomes e endereços das granjas investigadas.
1. Possui sistema de tratamento de efluentes?
( ) sim ( ) não
Em caso positivo, como funciona?
Em caso negativo, qual é o destino dos mesmos?
1.1 Ele gera produto de valor agregado?
( ) sim ( ) não
2. Possui sistema de compostagem de carcaças e placentas?
( ) sim ( ) não
2.1 Ele gera produtos de valor agregado?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, qual é o produto ?
Em caso negativo, qual o destino das mesmas?
3. Possui sistema de compostagem de dejetos sólidos?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, qual é o sistema ?
3.1 Ele gera produtos de valor agregado?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, qual é o produto ?
15
Em caso negativo, qual o destino de tais dejetos?
4. Possui biodigestor?
( ) sim ( ) não
4.1 Em caso afirmativo, é utilizado como fonte de energia ? Para
que?
5. Possui sistema de gestão de resíduos sólidos de serviços de
saúde animal?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, como o mesmo funciona?
Em caso negativo, qual é o destino dos resíduos?
6. Possui planejamento de compras ecoeficientes?
( ) sim ( )não
7. Possui sistema de gestão de recursos hídricos como economia de
água de consumo, manutenção de bebedouros e chupetas, utilização de água
de reuso?
( ) sim ( ) não
Em caso afirmativo, quais são as medidas utilizadas na granja?
8. Possui licença ambiental?
( ) sim ( ) não
9. Possui Outorga deUso de Água e lançamento de efluentes?
( ) sim ( ) não
10. Possui algumacertificação ambiental ou a granja é submetida há
algum processo de auditoria que prevê ações de sustentabilidade ambiental?
( ) sim ( ) não
16
APÊNDICE 2
Mapa geopolítico do Estado de São Paulo e os respectivos municípios onde
estavam as granjas que foram submetidas ao estudo.