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C L E P U L em Revista - SAPO Blogs · Iberian and Slavonic Cultures 3 Serbian prose of the nine-enth enturyc Majda Bo-ji¢, A crítica social e as e-r presentações negativas nas

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C L E P U L

em Revista

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Maio de 2015

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2 Iberian and Slavonic Cultures

9th International Conference of the Series: Iberian andSlavonic Cultures in Contact and Comparison : �Rethinking

Negativity�

Tuesday, 19th May

i. Rethinking negati-vityChair: Beata CieszynskaJosé Eduardo Franco,O Mito Negro do séculoXVII: A Idade de Ferroportuguesa e a problemá-tica da miti�cação dasidadesMargaret Tejerizo, From�anti� to �contra�: thecreative journey from Pe-chorin to Luis de Vargasexplored and explodedJoão Maurício Brás, A de-cadência e atraso comofaces do negativoPablo Javier Perez Lopez,Suicidio y contracultura:Émile Cioran y los poetassuicidas portugueses

ii. Religious and moraldimensions of negationChair: José EduardoFrancoMaªgorzata Lisecka, Musicat the service of religiousstruggle: composers of the�Jesuit Republic�Beata Cieszyñska, Dinâ-micas Próprio/Outro. Opapel do jesuitismo e an-tijesuitismo na culturasármata da República dasDuas NaçõesZuzana Polacková, Ibe-rian symbols and Ibe-rian personalities of theCounter-Reformation in

Slavic Central EuropeRui Gonçalo Maia Rego,Thomas Nagel contra orelativismo ético

Round table: faces ofnegation in Iberianand Slavonic cultures:overview and perspec-tivesChairs: Zlatka Timenova--Valtcheva and Beata Cies-zynskaParticipating: José Eduar-do Franco, João MaurícioBrás, Margaret Tejerizo,Renato Gonçalves, RuiSousa, So�a Santos

Wednesday, 20th May

iii. Antiheroes and an-ticanonsChair: Rui SousaMaria Pilar Garcia Negro,A tese e a antítese: doistextos contrapostos de Ca-milo Castelo Branco e deRosalia de CastroCarme Fernández Peréz--Sanjulián, A construçãocontra a norma: aproxi-mação a uma tipologia daspersonagens femininas naobra de Rosalia de CastroIsa Margarida Severino,Florbela Espanca � o an-timodelo do femininoAnamarija Marinovi¢, He-róis, personagens negati-vas e anti-heróis nos con-tos tradicionais portugue-ses e sérvios

iv. Voices of negation:language and formChair: Isa Margarida Se-verinoHanna Piêta, Polish anti-communist discourse inPortuguese translation:On politicized indirecttransfer of literary textsfrom Poland to PortugalNina Lanovi¢, O marcomo um outro espaço nasfraseologias portuguesa ecroataDejan Milutinovi¢, Dif-ferences in similarities:Borges's and Ki²'s (coun-ter)glossesSneºana Milinkovi¢, �Li-bero del Rado Stizuoso�and �Libero de le vendetteche fese i �oli de RadoStizuoso� in the labyrinthof a parodic plays

v. Social criticismthrough negationChair: Arijana MedvedecMichael Andrew Nichol-son, De-hermeticizing theGulag in Russian �ction ofthe 1990s: Evgenii Pavlovand Oleg PavlovBogdan Zeler, Social me-dia as a space for rebellionand rejectionAnnabela Rita, Pessoana-mente... anti e/ou talveznãoDragana Vuki¢evi¢, Nega-tion as a constituent of pa-rody: Don Quixote and

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Iberian and Slavonic Cultures 3

Serbian prose of the nine-teenth century Majda Bo-ji¢, A crítica social e as re-presentações negativas nasobras de Gil Vicente e Ma-rin Drºi¢

vi. Literary discoursesof negation � iChair: Aldinida MedeirosSouzaFernando de Moraes Ge-bra, As Rimas da Noitee da Tristeza: arquétiposdo negativo na poesia deAlfredo GuisadoMaria do Carmo Men-des, Repensar o antisse-mitismo: os romances deIlse LosaJelena Jovanovi¢, Narra-tive negations as a sub-group of virtual narrative:between the �light� and the�shadow�Sneºana Milosavljevi¢-Mili¢, Negation as a wayof virtualizing a storyworld

Thursday, 21th May

vii. Literary discour-ses of negation � iiChair: Paulo de AssunçãoRui Sousa, Anotações so-bre o Libertino enquantoconceito �utuante de pro-dução de alteridade nega-tivaJayanti Dutta, Tolstoy onShakespeareArijana Medvedec, Islandsstaging �antis� and �con-tras�: Croatian and Por-tuguese perspectives

Jakub Stanisªaw Jan-kowski, Escolhas tradu-tológicas em pleno mar:contra anticompensação.O caso da tradução po-laca do atividário infanto-juvenil MAR de RicardoHenriques e André Letria

viii. (De)Constructingidentity through nega-tionChair: Zlatka Timenova--ValtchevaRafal Riedel, Lower Sile-sian neglected past � con-temporary Identity cons-tructions at the Polish--German borderlandTadeusz Miczka, Timeof Negation. Formattingidentity in multiple risksituationsPaulo de Assunção, Anti--DitatorialismoGaudêncio Félix Yaku-leinge, A Filoso�a Nega-tiva na visão antropológicados Ovakwanyama. Pre-sença de in�uências ibéri-cas ou iberização?Irina Tchoubarova, From�what it is� to �what itought to be�: bringingPaul Ricoeur's narrativeidentity method to Kazi-mierz Dabrowsky's Theoryof Positive Disintegration

ix. Anti and contrathrough historyChair: Anamarija Marino-vi¢Manuel Curado, Identi�-cação da bruxa: A racio-nalidade do conhecimento

do Mal num manuscritosetecentista portuguêsAldinida Medeiros Souzae Ana Flávia da S. Oli-veira, História do Cercode Lisboa: desconstruçãoe reelaboração em negaçãoà historiogra�aEvelyn Blaut Fernandes,Uma teoria do plágio pararepensar o negativo na�cção luso-brasileira con-temporâneaPavel Szobi, Estudantesportugueses na Checoslo-váquia: encontros com aideologia comunista entre1974 e 1989Paulo Jorge RaimundoGuerreiro, Como os nave-gadores Portugueses con-tribuíram para a rejeiçãodo Modelo de Ptolomeu

x. national and inter-national promotion ofIberian and Slavonicresearch in negationstudiesChair: Beata CieszyñskaCompaRes, CLEPUL andCISCR�ICS Projects:BEICCCS � Bridging Ibe-rian and Slavonic Culturesthrough Cultural Contri-bution of SlavsAncelmo Schörner, UNI-CENTRO � Slavic Stu-dies Centre: Research andUniversity Outreach inSouthern Paraná, BrazilWork-in-progress: Dictio-nary/Encyclopaedia ofAntis in Iberian-SlavonicPerspective

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4 LICEU VIEIRA DIAS

LICEU VIEIRA DIAS, os ritmos e a luta

Carlos Aniceto VieiraDias nasceu em Luandae aprendeu piano e gui-tarra clássica, formandonos anos trinta do sé-culo passado uma bandaligada aos ritmos daAmérica Latina, espe-cialmente do Brasil. Aintrodução de ritmosangolanos e canções docancioneiro tradicionalcomeça a ocorrer nomesmo momento emque associações de ca-rácter recreativo e cul-tural começavam a terexistência reconhecida elegalizada e a publicarperiódicos numa cidadee restante colónia onde oPacto Colonial (1930) ea política indígena (Es-tatuto Indígena � 1926 e1929) deixavam de ladotodas as políticas in-tegradoras para de�nirnovos estatutos da di-ferença. Estas e outrasmedidas transformama urbe no espaço ondese projectava a perdade poder dos naturaisdo país nos diferentesserviços e nas zonas deresidência. Estabelecidaque está, hoje, a impor-tância da música para

os estudos da sociedade,muito há ainda a pes-quisar sobre as relaçõesentre a criação musicale a resistência ao podercolonial. Datam do sé-culo XIX as primeirastranscrições em pautade músicas popularese durante os primeirosanos do século XX eraprincipalmente a orali-dade o seu suporte.Nomes importantes co-mo Luís Gomes Sambode Cabinda (1847), Au-rélio de Oliveira Neves(Voto Neves, nascido em1880, em Luanda) ouAugusto Tadeu Bastos(nascido em Benguela,1879) fazem parte de umgrupo de �guras, �lhasdo país que ligaram oseu nome ao associati-vismo, republicanismoe recolha e adaptaçãoda música tradicional àsexigências da pauta enovas formas de divul-gação.Com o agravamentodas medidas de coacçãodo regime (deportaçõespara S. Tomé . . . ), amúsica (sobretudo, secantada em Kimbundu)torna-se um meio muito

e�caz de fazer passaras mensagens e as crí-ticas ao regime colo-nial ao mesmo tempoque se cultuavam géne-ros musicais e de dançaresultados de experiên-cias e misturas a queas memórias do trá�code escravos não foramalheias. A tendênciados modernos estudos écolocar um esteio crono-lógico por volta dos anosquarenta do século XX,quando uma geração,à qual pertence LiceuVieira Dias, tenta pelamúsica salvaguardar umlegado de ritmos, cadên-cias, instrumentos mu-sicais, que a sociedadecolonial rejeitava e eti-quetava como �músicade pretos�, que devia sertocada nos miseke. Ma-nifestações de tristeza,amores perdidos, ante-cedem o manifesto e arevolta que haveria decorporizar-se nos anosseguintes.Liceu e o Ngola Ritmos,que acaba por fundar,consegue (enquanto lheé possível) trazer o mu-seke ao centro da cidade,fazendo a transcrição e

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CLEPUL � BNP 5

ACORDO DE COOPERAÇÃOCLEPUL � BNP

O CLEPUL, represen-tado pelo seu Director,e a Biblioteca Nacionalde Portugal, represen-tada pela Directora--Geral, Doutora MariaInês Durão de Carva-lho Cordeiro, assina-ram em 19 de Maio, noAn�teatro III da Fa-culdade de Letras umAcordo de Cooperação,comprometendo-se a co-laborar, na medida dassuas disponibilidades e

recursos, em função decritérios e condições ade�nir conjuntamentepara cada projecto, naprossecução de acçõesde investigação que en-volvam o estudo de co-lecções patrimoniais daBNP, bem como em ini-ciativas conjuntas dedifusão, através de con-ferências e projectos ex-positivos e editoriais. ABNP compromete-se afacilitar às equipas do

CLEPUL, em condiçõespreferenciais, o acessoaos acervos de interessepara os seus projectosde investigação. Ainda,a facultar gratuitamenteao CLEPUL a utiliza-ção de espaços das suasinstalações para a rea-lização de iniciativas pú-blicas relacionadas comas actividades do âmbitodeste Acordo.

LICEU VIEIRA DIAS

adaptação da Kazukutaao violão, começandopor iniciar espectáculoscom canções portugue-sas para no calor da festaintroduzir o Kimbundu eas variações possíveis deacordes e passos. 1948trouxera o movimento�Vamos descobrir An-gola� que sem livro oumanifesto obrigou os an-golenses a olhar paradentro de si próprios.Preso e enviado para aprisão política do Tarra-fal, incompreendido de-

pois da IndependênciaNacional a Liceu VieiraDias e ao Ngola ritmosse pode com justiça atri-buir o começo de umanova era para a músicaangolana.

ReferênciasANTÓNIO, Jorge, An-gola, Histórias da Mú-sica Popular (�lme).____ O Lendário TioLiceu e os Ngola Ritmos(�lme).BIGAULT, Ariel de,Canta Angola (�lme).MOORMAN, Marissa

J. 2008. Intonations: asocial history of Musicand nation in Luanda,Angola from 1945 to re-cent times, Ohio, OhioUniversity Press.ROCHA, Edmundo.2001. Angola Contri-buição ao Estudo doNacionalismo Moderno,Luanda, Kilombelombe,2 vols.SILVA, Mário Rui. Es-tórias para a Históriada Música Angolana (noprelo). Ana Paula Ta-

vares

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6 António Ole

António Ole

Nasceu em Luanda, em1951, cidade onde sem-pre viveu e trabalhou.Bolseiro da Gulf Fon-dation, estudou culturaafro-americana e cinemana UCLA, Universidadeda Califórnia, EstadosUnidos da América. Es-pecializa-se depois emcinema no AmericanFilm Institute de LosAngeles. A Fotogra�a ea Pintura são activida-des principais desde osanos setenta do séculoXX.A ideia de fronteira,desde Margem da ZonaLimite (1994), é umconceito que AntónioOle persegue e recu-pera como espaço quese revela poroso a umatroca de informações en-tre passado, presente efuturo, na medida emque rostos, casas, lu-gares se transformame, quando aprisionadospelo olhar do artista,autorizam a exposiçãodas camadas do arquivoe a sua leitura para aqual nos convoca uma�arqueologia do saber�e dos saberes intima-mente ligada à resistên-

cia dos materiais e àssuas formas peculiaresde registar a contagemdo tempo. Um poucocomo os antigos �senho-res da palavra�, AntónioOle conta a história gra-vada na pele das cidadese deixa janelas abertaspor onde outras histó-rias se escapam ilesasalgumas vezes, ou comas inexoráveis marcasdas feridas do tempo eda memória. Atento àsfalas dos lugares que ha-bita, António Ole temconsciência de como associedades destroem osseus objetos e fórmu-las e, por isso, não sedetém a chorar sobre otempo perdido: �xa-o,recupera-o e deixa-o li-vre para signi�car quemqueira entender em to-das as línguas. Veja-seo projecto Na Pele daCidade, que recuperadeambulações muito an-tigas (velhas fotogra�as,viagens por perceber,espaços de exclusão e in-terdito) e lhe acrescentaleituras, materiais, or-ganiza uma gramática,expõe à luz, que é ondea verdade se revela.

A primeira exposição in-dividual é de 1970, noMuseu de Angola, emLuanda, e aí já se en-saiam novas formas degravar os rostos dos ha-bitantes das �cidadesinvisíveis�, os misekeseparados física e ideolo-gicamente da cidade doasfalto.�Tenho para mim que oAntónio Ole, com a suapintura, é quem vai àfrente�, diz Ruy Duartede Carvalho no catálogoda exposição de 1985,resumindo o percursode um artista e de umageração que procura ainformação, dentro efora do pequeno uni-verso colonial, e conhecee discute Andy Warhole também a extensão eos limites do �lme et-nográ�co que delineiapela imagem e pela pa-lavra a nação ainda porexistir. Menos conhe-cida que a sua pintura,a �lmogra�a de AntónioOle é prova disso, namedida em que resgatapara a história a vida ea face dos que não sãoeternos e que se podemrecompor como núcleo

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A Literatura Brasileira em Portugal 7

essencial de uma parti-cular teoria da História.Sem este �lme, Ao ritmodo Ngola Ritmos (queesteve dez anos sempoder ser exibido emAngola), saberíamospouco sobre a importân-cia da �música popularurbana� pela voz dosseus autores, actores ecúmplices. Felizmente, epara lá do �lme, os espe-cialistas aperceberam--se da importância damúsica como fenómenode perturbação política,luta de classes, contra-poder.

Filmogra�a:1975 � Resistência Po-pular em Benguela1975 � Os Ferroviários1976 � Aprender

1978 � Ao Ritmo doNgola Ritmos1978 � Carnaval da Vi-tória1980 � No Caminho dasEstrelas1982 � New Orleans,Mardi Gras1982 � Conceição Tchi-ambula1983 � Long is the eve-ning, quiet is the day1984 � Refrigeration1987 � 10 Anos maisForte

Sobre António Ole:ABRANTES, José Me-na. 1987. Cinema An-golano: um passadoa merecer melhor pre-sente, Luanda, Cinema-teca Nacional.Artafrica � www.artafrica.info/html/expovirtual

BUALA � www.buala.orgCARVALHO, RuyDuarte de. [1985] 1999.�Tenho para mim queo António Ole� In: ACâmara, A Escrita e aCoisa Dita, Lisboa, Ed.Cotovia___ [1994] 1999.�Margem da Zona Li-mite�. In A Câmara, AEscrita e a Coisa Dita,Lisboa, Ed. CotoviaDIAS, José António Fer-nandes. 2004. �AntónioOle, marcas de um per-curso, (1970-2004)�. In:Catálogo da Exposição,Lisboa, Grupo CaixaGeral de Depósitos, Cul-turgest.SIMÕES, Rui. AntónioOle (�lme) Ana Paula

Tavares

João Marques Lopes e a literatura brasileira em Portugal

Pesquisador da Funda-ção Biblioteca Nacional,em sistema de residênciapelo Programa Nacio-nal de Apoio a Pesquisa(PNAP-R), João Mar-ques Lopes desenvolveum trabalho acerca darecepção de Lima Bar-reto em Portugal. To-

mando como referênciafundamental o espóliodo escritor guardado naDivisão de Manuscritosda Fundação BibliotecaNacional, o trabalho tempor objectivo reconsti-tuir a história e as redesde sociabilidade literáriadessa recepção durante a

vida do autor carioca.Esta investigação vemna sequência de projec-tos anteriores do pesqui-sador sobre a recepçãoda literatura brasileiraem Portugal. Seu dou-torado se centrou na re-cepção do romance bra-sileiro do século XX na

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8 A Literatura Brasileira em Portugal

revista Colóquio-Letrasdurante o período de1971 a 1996. Em projetode pós-doutorado apre-sentado na Escola SãoPaulo de Estudos Avan-çados (2012), exploroua temática das �Mãosque se tocam, testemu-nham e escrevem: osescritores brasileiros dopré-modernismo nos es-pólios literários em Por-tugal (1900-1922)�. Nacuradoria da Exposição�Jorge Amado e o Neor-realismo Português�, queesteve patente no Mu-seu do Neo-Realismo(Vila Franca de Xira,Portugal), entre 20 deOutubro de 2012 e 10 deMarço de 2013, prosse-guiu o seu interesse naacolhida da literaturabrasileira em Portugal eem espólios literários.João Marques Lopes édoutorado em Litera-tura Brasileira pela Fa-culdade de Letras deLisboa, tendo sido ori-entado pela ProfessoraVania Pinheiro Chaves,da mesma Faculdade,e pelo Professor Paulode Medeiros, da Uni-versidade de Utrecht.

Leccionou LiteraturasLusófonas na Universi-dade de Oslo e está comopesquisador integradono CLEPUL. Publicouvários textos e artigosem revistas e outras pu-blicações académicas,bem como biogra�as deescritores portugueses,entre as quais a de JoséSaramago (editada emPortugal e no Brasil, em2010).Na Fundação BibliotecaNacional, João Mar-ques Lopes visa não sóidenti�car e interpre-tar materiais privados e(in)éditos do acervo deLima Barreto que pos-sam ajudar à compre-ensão do acolhimentopúblico e particular doautor carioca nos meiosliterários portugueses doprimeiro quartel do sé-culo XX, mas tambémchegar ao entendimentoda própria postura doescritor face a tal acolhi-mento no outro lado doAtlântico.Além disso, este traba-lho pretende contribuirpara o estudo das rela-ções luso-brasileiras doperíodo pré-modernista,

notadamente pela buscade um campo ou sis-tema de recepção, querpúblico, quer privado,da Literatura Brasileiraem Portugal duranteessa época.Esta pesquisa tem des-dobramentos no acervogeral da Fundação Bi-blioteca Nacional e com-plementaridades em ar-quivos literários em Por-tugal ou noutros acervoscariocas. Até agora,e dentro da lógica decomplementaridade doacervo da Fundação Bi-blioteca Nacional e demateriais existentes eminstituições portugue-sas, a pesquisa permitiuo conhecimento maisamplo e profundo dedocumentação que com-prova relações de LimaBarreto com Fidelino deFigueiredo, Carlos Ma-lheiros Dias e a revistaportuense A Águia.Para conhecer me-lhor o acervo de LimaBarreto à guardada Fundação Biblio-teca Nacional, acessehttp://www.bn.br/acer-vo/manuscritos.

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Recensão 9

M. Lourdes Cidraes, As Lendas Portuguesas. Temas.Motivos. Categorias, Lisboa, Apenas Livros, 2014

Algumas lendas associa-das a fenómenos na-turais extraordinários,como grandes penedos,abismos, grutas e nas-centes, têm raízes emcrenças pré-cristãs deque é exemplo a lendaem que uma enormerocha se abre paraproteger uma virgemcristã do seu persegui-dor (�lenda da Fraga deSanta Comba�) ou nu-merosíssimas narrativasem que fontes e nascen-tes jorram no local ondese deu a milagrosa apa-rição de Nossa Senhoraou de um santo. Me-mórias de antigos cul-tos ou rituais poderãoestar igualmente sub-jacentes às festas dossantos populares e aprodígios que lhes sãoatribuídos. Leite de Vas-concelos considera queo culto de S. Gonçalode Amarante, protectordas velhas casamentei-ras, celebrado em qua-dras licenciosas, poderáser herdeiro de antigoscultos fálicos. O ilustreetnólogo considera, tam-bém, que alguns santos

associados a tradiçõeslocais podem derivar dacristianização de ante-riores divindades pagãse dá, como exemplo,S. Torpes, que repre-sentaria uma divindademarítima e a cuja sepul-tura, uma antiga anta,eram levadas oferendasde peixe e pão, que cor-respondiam a antigos sa-crifícios, ou ainda SantaSenhorinha, a quem ár-vores, fontes, peixes erãs obedeciam e que te-ria a sua origem numadivindade das águas.Escrito por Maria deLourdes Cidraes As Len-das Portuguesas, recen-temente editado, dá no-tícia do longo e persis-tente trabalho de reu-nião de materiais para aconstrução do ArquivoDigital de LiteraturaOral Tradicional. Umaexaustiva lista de fon-tes e bibliogra�a reúneos passos dados na de-manda deste peculiargénero narrativo quetem como base a orali-dade e que nem sempreé devidamente valori-zado como importante

repositório da memó-ria colectiva de algu-mas comunidades. Porlenda entende-se umanarrativa fabulosa quasesempre envolvendo umapersonagem histórica,muitas vezes confundidacom outros géneros li-terários como o conto,a fábula ou a história.O facto de passar, pelatradição, de geração emgeração vai-lhe aumen-tando as características.Nos séculos XVIII e XIXda era cristã, o estudodestas formas literáriasmereceu atenção e �-xação por parte de an-tropólogos, �lólogos eestudiosos das religiões.A estudiosa faz um le-vantamento de um nú-mero incontável de len-das associadas a povoa-ções e castelos, montese penhascos, ribeiros epontes, suas variantes eo facto de a transmis-são oral as ter espalhadopor vastas regiões muitodiferentes das que lhesderam origens. Anotapara os leitores as di�-culdades que ainda hojetemos no estudo de um

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10 Recensão

género que facilmenteinvade as fronteiras doconto, da história ouhagiogra�a. A leiturado livro permite a com-preensão dos diferentestemas, motivos, origense categorias, ajudado

por vezes por represen-tações grá�cas que seinspiram na narrativa.Explicações simples oumais complexas são-nosoferecidas por este patri-mónio que urge conhecerum pouco melhor. APT

[RDP África, programa�Nossas Vozes�. Este li-vro é apresentado porJoão David Pinto-Correia, no dia 12 deJunho, às 18 horas, noAuditório da BibliotecaNacional de Portugal.]

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Recensão 11

Didier Ferreira, O Diário Poético de Um Empregado de

Balcão, Lisboa, Esfera do Caos, 2015

Sobre o erro em litera-tura é uma estranha ma-neira de começar um li-vro que ensaia uma teo-ria da leitura em con-tos curtos, onde pode-mos compreender a lutaantiga e nova entre tra-dição e modernidade, damesma forma que Cla-rice se apropriou da im-possibilidade das mãosdo David de Miguel Ân-gelo para re�ectir sobreuma teoria do erro, hu-mano: �Passei minhavida tentando corrigir oserros que cometi na mi-nha ânsia de acertar. Aotentar corrigir um erroeu cometia outro. Souuma culpada Inocente.�Assim, e de forma cer-teira, Clarice Lispectorde�nia a nossa in�nitacapacidade de errar so-bre o erro e Didier Fer-reira nos adverte so-bre as aparentes �for-mas simples� com queconstruirá o seu livro.São textos curtos ser-vidos por uma lingua-gem clara e a apresen-tação não pede desculpapara o erro, antes intro-duz o leitor num uni-

verso particular do autorque não dispensa o re-curso a uma leitura dateoria do texto e dos seuscultores, assim como dasvariações e intermitên-cias a que o processo deprodução de um textoestá sujeito. Apetecetrazer aqui E. M. Fos-ter e o seu Aspects ofthe Novel para colocaro erro numa teoria dasprobabilidades que, en-tre o jogo e o pacto, per-mite uma nova percep-ção da leitura. Uma teo-ria do gosto surge comosuporte para explicar acomplexidade do textoliterário em grande oupequena escala. A har-monia e a beleza da des-crição, o momento emque a narrativa se sus-pende para introduzir asimetria entre o corpo eos movimentos na águaimpõem uma outra aten-ção do leitor e tornam--no cúmplice de um uni-verso da beleza a fazerlembrar Umberto Eccono seu Kant e o Orni-torrinco, ou os limitesda arte na sua perpétuaimitação da vida e ca-

pacidade permanente deinsinuar e fazer propos-tas para serem lidas naexacta medida do contocurto, onde os pequenosmilagres do quotidianoganham uma dimensãopropiciatória e de efeitoque não se perde na ca-pacidade da compreen-são.A morte não é menosque nada, mas torna-seomnipresente na capaci-dade que o autor tem denos fazer rever esse jogode espelhos que nos de-volve a vida pela cinturasem �nais felizes, ondea ideia de morte é umter que acontecer (Ed-gar Morin, O Homeme a Morte, p. 279),uma caminhada para oabismo, onde se revela avida verdadeira o prin-cípio do amor, a ilusão.As personagens desem-penham função exem-plar nesse deixar aconte-cer que representa, nãoa vida verdadeira, mas odiscurso do autor sobre aidentidade do texto queimplica reconhecimento,suspensão e desfecho dapequena história que se

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12 Recensão

conta. Um inventá-rio de perguntas vai-sealinhando para respon-der à morte como desfe-cho e necessidade do ho-mem enquanto ser paraa morte, sem transgres-sões, apenas o homem sódiante do palco da vida.A enumeração dos ins-trumentos que se se-gue à dança da morte(veja-se a página 22) nassuas sequências directas,como se nada fosse, in-variavelmente de�nido, emesmo assim continuas-se nessa marcha semculpa apenas para cum-prir o perigo de ser e es-tar vivo: �Fez-se silêncioabsoluto. E eu esquecionde estava�, diz o au-tor, enquanto nos apre-senta a tela em branco(nudez insuportável dosuporte) e o retrato doautor enquanto jovem eo protocolo de leitura,entre estética e poé-tica que integra o leitor.Uma teoria �losó�ca é--nos fornecida por He-loísa (Nouvelle Heloïse)ou a exposição da tris-teza. A terra já está,por essa altura invadida,pelas chamas e o apoca-lipse chega enquanto ocriador escreve as últi-

mas páginas. Não hásalvação para os aman-tes e a história conta-sea partir de todos os ân-gulos. A um deus desco-nhecido Antero (p. 53--55) oferece o rosto ima-culado e sem malícia. Éno jardim que começa aperdição, nirvana de jar-dins pejados de �rosase de espinhos�, as mar-cas do sangue que o au-tor segue no tiro que es-tilhaça o vidro e acabacom a angústia de deus eda �loso�a e, �nalmente,lhe descobre todo o sen-tido.Verónica é nome de te-cido, véu sobre o pas-sado e história que per-mite uma digressão pelotempo, Historie, conhe-cimento e descoberta daverdade oculta sobre pó-lenes antigos e a in�-nita capacidade de pararo tempo num único mo-mento que é uma novarevelação entre tempo enarrativa: relógios para-dos, ampulhetas suspen-sas, ao contrário do rioonde se banham os mal-ditos e a Verónica cabefechar as cortinas com amesma mão com que ta-pou o rosto do �lho dedeus.

�Cada alma tem cente-nas de anos�, diz o au-tor na p. 75, e as-sim nos lembramos dasconversas dos antigos so-bre o chão habitado desábios que percebemospelo odor e consistên-cia da terra sobre os pésque a pisam. Assim nosdeixa o autor pistas parao conhecimento da poé-tica e do discurso.

Didier Ferreira nasceuem Luanda, em 1985.Podemos dizer que a suaescrita se enquadra nummovimento (com �lia-ção explícita ou não) demuitos jovens que escre-vem a liberdade e fazemgosto em se mover en-tre tradições literárias,�losó�cas e políticas quesão do mundo e delespróprios.A nós de acompanhar.Ana Paula Tavares

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FESTin 13

Festival de Cinema Itinerante em Língua Portuguesa, FESTin

O Festival de CinemaItinerante em LínguaPortuguesa, FESTin,iniciou-se em 2010, emLisboa, tendo comoprincipal objectivo a di-vulgação de expressõesfílmicas dos países delíngua portuguesa, fo-mentando, deste modo,o intercâmbio culturalentre os mesmos países.Com frequência anual,o FESTin tem vindo aincentivar a aparição denovos cineastas, a pos-sibilidade de projecçãode �lmes na sua maioriafora dos circuitos comer-ciais e, por consequên-cia, proporciona ao pú-blico, a que ele ocorreem cada vez maior nú-mero, a satisfação davisualização de �lmesem língua portuguesa,a realização de debatese mesas-redondas sobretemas ligados ao Ci-nema, encontros entrerealizadores, artistas epúblico.Sendo um festival iti-nerante, é possível aos

países ou comunida-des de língua portu-guesa espalhadas pelomundo candidatarem-sea sediar o FESTin, deacordo com os seus inte-resses e viabilidades derecursos disponíveis.As Mostras de 2015dividiram-se em: Com-petição Longa-Metra-gem; Competição Cur-ta-Metragem; MostraGlobo Filmes; Mara-tona de Documentários;Mostra do Cinema Bra-sileiro; País convidado:Argentina; Homenagema Timor-Leste; Mos-tra de Inclusão Social;Mostra Festinha (Filmesinfanto-juvenis); MostraFestin+.Ao longo de uma se-mana do mês de Abril(8 a 15), a 6a Ediçãodo FESTin ofereceu aopúblico espectador noCinema São Jorge cercade 90 �lmes, festejandoos melhores no últimodia do Festival.O CLEPUL é, a partirdeste ano, parceiro do

FESTin, tendo já mar-cado a sua presença emFestivais anteriores atra-vés das �lmagens, presi-dência de Júri e direcçãoda mesa-redonda Timor,janela aberta, de doisdos seus investigadores,Simion Doru Cristea eMaria João Coutinho.O CLEPUL projectaagendar para o iníciodo próximo ano lectivoda Faculdade de Letrasde Lisboa, junto coma direcção do FESTin,uma Semana de Cur-tas e Longas-Metragensde todos os Países deLíngua Portuguesa.

À organização, direc-ção (Victor Serra, LéaTeixeira, Adriana Nie-meyer) e demais mem-bros, desejamos os maio-res sucessos e uma longavida ao FESTin. O Ci-nema em Língua Por-tuguesa necessita deser visto, discutido eapreciado.Maria João Coutinho

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14 Conferência

Ordens e Congregações Religiosas e 25 de Abril

Conferência proferida por José Eduardo Francono Instituto de Justiça e Paz, em Coimbra

A Revolução dos Cra-vos e os anos de tran-sição, marcados por al-guma instabilidade, quepermitiram a assunçãode um novo regime re-publicano sob o signoda democracia, criaramexpectativas e apreen-são em relação ao tra-tamento que iria serdado às OCR ligadas àIgreja Católica. Con-soante a inscrição ideo-lógica dos protagonis-tas e correntes em jogono processo revolucioná-rio, houve quem dese-jasse a reedição das me-didas de expulsão des-tas instituições, à se-melhança do que tinha

acontecido em momen-tos históricos marcadospor reformas severas erevoluções no nosso país:reformas pombalinas ea expulsão dos Jesuítas(1759), Revolução Libe-ral (1820) e limitaçãocrítica da presença dasOCR, guerras liberais eextinção das Religiosas(1834), Revolução Repu-blicana (1910) e a ex-pulsão das OCR e sub-sequente Separação daIgreja do Estado.Não obstante as apreen-sões próprias deste pe-ríodo de incerteza, a de-riva do processo revolu-cionário acabou por en-veredar pela via mode-

rada de uma democra-cia pluralista que man-teve a Concordata coma Igreja Católica e acei-tou, à luz dos valoresda liberdade, da tole-rância e do respeito pe-las diferentes opções devida, manter as OCR emPortugal e contar comos religiosos como cons-trutores da nova socie-dade democrática, ondese mantiveram numa di-nâmica de renovação eadaptação, e até, nal-guns casos, reforçaram asua presença no campoda educação e da assis-tência social.

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Lançamentos 15

Henrique Manuel Pereira, Guerra Junqueiro: Fragmentos de

Unidade Polifónica

O mais recente livrode Henrique Manuel Pe-reira, Guerra Junqueiro:Fragmentos de UnidadePolifónica, foi lançado a24 de Abril, na Universi-dade Católica do Porto,com apresentação de A.Cândido Franco.Ao longo de mais de 500páginas, �muitas são asvozes que, em diálogo,se fazem ouvir nestenovo trabalho [. . . ]. Aolado de páginas de do-cumentação mal conhe-cida ou de todo igno-

rada e de luminosa her-menêutica textual, de-paramos � escreve LuísMachado de Abreu �com a muito conveni-ente demolição de ideiasfeitas�. Para AntónioCândido Franco, o �gi-gantesco trabalho queHenrique Manuel Pe-reira tem vindo a desen-volver em torno do au-tor de Pátria con�guraum ponto de viragemclaro, irrefutável e ines-timável no entendimentode Guerra Junqueiro�.

OUTROS LANÇAMENTOS

4 de Maio

FNAC Colombo � Comfranqueza . . .Crónicasnum tempo em mu-dança, de JoaquimFranco, apresentado porFelisbela Lopes, Antó-nio Sampaio da Nóvoa,Ângela Roque e AntónioJosé Teixeira

14 de Maio

Fundação Eng. Antóniode Almeida � Rui Rio.

Raízes de Aço, de CarlosMota Cardoso, apresen-tado por Paulo Rangel

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16 Lançamentos

14 de Maio

Centro Universitário Pa-dre António Vieira �A Força dos Dias, deHenrique Manuel Pe-reira e Vasco Pinto Ma-galhães, apresentado porJosé Eduardo Franco

20 de Maio

Biblioteca da ImprensaNacional � Joaquim deVasconcelos: historia-dor, crítico de arte emuseólogo, de SandraLeandro, apresentadopor Raquel Henriquesda Silva

21 de Maio

Biblioteca Prof. Dou-tor Amadeu Andrés �Penamacor Militar, daRestauração à Repú-blica 1640-1910, apre-sentado pelo Tenente--General Alexandre deSousa Pinto, Presidente

da Comissão Portuguesade História Militar � Mi-nistério da Defesa Nacio-nal, e por José EduardoFranco

23 de Maio

Casa-Museu Passos Ca-navarro � Estados Uni-dos da Europa � Ecosdo Ideal Republicano deVictor Hugo, de Isa-bel Baltazar, apresen-tado por Leonor Leitão--Cadete

27 de Maio

Palácio da Cruz Verme-lha Portuguesa � Paláciodos Condes d'Óbidos.História e Património,coordenado por AugustoMoutinho Borges, apre-sentado por ManuelaMendonça

12 de Junho

Auditório da BibliotecaNacional de Portugal �As Lendas de Portu-gal. Temas. Moti-vos. Categorias, de M.Lourdes Cidraes, apre-sentado por João DavidPinto-Correia

13 de Junho

Feira do Livro, Pavilhãoda Âncora Editora � pre-sença de Teresa MartinsMarques, Ernesto Ro-drigues e investigadoreseditados, ou apoiados,pelo CLEPUL

15 de Junho

Sala do Arquivo daCâmara Municipal deLisboa � Lisboa emBaptista-Bastos, de Er-nesto Rodrigues, com apresença de Baptista--Bastos

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Seminários, Conferências 17

SEMINÁRIOS [à Hora do Almoço]

6 de Maio

Sessão LXIII:Pablo Javier Pérez Lo-pez, �Três gerações deescritores suicidas�

13 de Maio

Sessão LXIV:Edvaldo Bergamo, �Pas-sados contestados: o ro-mance histórico pós-co-lonial�

27 de Maio

Sessão LXV: Tania Mar-tuscelli, �Intelectuaisportugueses e brasilei-ros: tópicos para umadiscussão de hibridismocultural�

CONFERÊNCIAS

9 de Maio

Centro Português de Fo-togra�a: Isabel Poncede Leão, ciclo de confe-rências �Mistérios de Ca-milo�

14 de Maio

Biblioteca da Escola Se-cundária Pedro Nunes:Fernando J. B. Marti-nho, �Cesário Verde e apoesia portuguesa con-temporânea�

15 de Maio

Biblioteca Municipal deAlmada: Isabel Ro-cheta, �A poesia deJorge de Sena: uma re-�ectida espontaneidade�

20 de Maio

Sala Pablo Neruda, Bi-blioteca Municipal deAlmada: Teresa No-bre de Carvalho, Co-lóquios dos Simples deGarcia de Orta. Sessão

do Ciclo de Conferên-cias sobre Literatura deViagens organizado porGlória de Brito

27 de Maio

Faculdade de Letras daUniversidade de Lisboa:Vicente Alves do Ó, �Ci-nema Português: umcaso de amor�, acti-vidade promovida noâmbito do GECAPATALKS

DEBATES E PALESTRAS

6 de Maio

Sala do Senado da Rei-toria da Universidade deAveiro: José EduardoFranco e Luís Machadode Abreu na Tertúlia�Ética e Heranças Inqui-sitoriais�

11 de Maio

Escola Secundária Fer-nando Lopes Graça (Pa-redes): Rui Costa Pinto,�Gago Coutinho: Ho-mem de Ciência e deCultura�

13 de Maio

Auditório da Univer-sidade Europeia: IIIMesa-Redonda �Portu-gal no Mundo�, subor-dinada à temática �ALíngua Portuguesa e osseus Embaixadores�

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18 Debates, Palestras

com a participação deFernando Luís Machado,Ana Paula Laborinho,Isabel Casanova e Mariado Carmo Vieira

19 de Maio

Centro Cultural da Ma-laposta: V Encontro deEscritores Lusófonos,participação de Bea-triz Weigert, juntamentecom João de Melo, TonyTcheca, Ungulani Ba KaKhosa e Zetho CunhaGonçalves, na mesa �Li-teratura(s) de LínguaPortuguesa: Um Ca-minho de Palavras VouAbrindo�

21 de Maio

Centro de Exposiçõesde Odivelas: V Encon-tro de Escritores Lusófo-nos, participação de AnaPaula Tavares, junta-mente com Adelino Ti-móteo, Iacyr AndersonFreitas e Maria Barroso,na mesa �No ofício daescrita: tudo isto é hu-mano e anda ligado aossentimentos�

22 de Maio

Auditório do Departa-mento de Letras daUniversidade Federal deSergipe: Romero Ve-nâncio, �Antiexistencia-lismo�, iniciativa inte-

grada no I Ciclo deDebates sobre Culturasem Negativo, promovidopelo Núcleo de Estudosde Cultura da Universi-dade Federal de Sergipe

22 de Maio

Bulhosa de Entrecam-pos: Miguel Real, JoséEduardo Franco, So�aA. Carvalho e HelenaCosta de Carvalho par-ticipam na sessão dedivulgação do SegundoCongresso Internacionaldo Triénio Pascoalinosubordinado à temática�A Arte de Ser Portu-guês�

Livros que falam

No dia 29 de Abril de2015, na Fundação Ca-louste Gulbenkian, foiapresentado o espectá-culo �Livros que falam�,com textos de José V.de Pina Martins, drama-turgia e direcção de Sil-vina Pereira e interpre-tação de Júlio Martín.Este espectáculo estáintegrado na exposição�Uma Biblioteca Huma-nista � Os objectos pro-curam aqueles que osama�, em exibição nomesmo local, de 27 deFevereiro a 26 de Maio

de 2015, na Galeriade Exposições Temporá-rias.

Sinopse:Fim de tarde. Um ho-mem sentado num ca-deirão, na sua biblio-teca, revive de memó-ria alguns episódios mar-cantes da sua deambula-ção pela vida misterio-sa dos livros. Conta-nos algumas histórias so-bre eles, mais precisa-mente, sobre alguns dosmais desejados e pro-curados exemplares que

ajudaram a completar asua biblioteca. Esse ho-mem é um sábio, um in-signe biblió�lo, e a suavida são os seus livros.Aos seus olhos, o mundoé um grande livro es-crito a várias mãos. Pe-rante tal riqueza de co-nhecimento, são muitasas histórias, os amigos,as cidades, as ruas, quenele habitam e que to-mam corpo e voz. Os li-vros ganham vida, quaseque têm voz. Queixam--se e falam de si.

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Curso de Formação 19

�A Educação Literária no Programa e Metas Curriculares dePortuguês do Ensino Básico � 2o e 3o ciclos�

1-8 de Julho de 2015 (15h00-16h30 e 16h45-20h15)

DESTINATÁRIOS: Pro-fessores dos Grupos 200,210, 220 e 300.APRESENTAÇÃO DOCURSO E SEU ENQUA-DRAMENTO: Prevendo--se para breve a homologa-ção do Programa e MetasCurriculares de Portu-guês do Ensino Básico,que entrarão em vigor noano lectivo de 2015/2016,pode perspectivar-se deum modo coerente o en-sino do Português nos trêsprimeiros ciclos de ensino.Uma consulta atenta dodocumento referido per-mite perceber que as exi-gências no domínio daEducação Literária impli-cam uma boa preparaçãodos professores, sendo fun-damental a existência decursos de formação queassegurem essa mesmapreparação.A Faculdade de Letras é aescola de Humanidades daULisboa, e tem vindo a as-segurar a formação inicialde professores desde 1987.Faz assim todo o sentidoque tenha de�nido comoestratégica a formaçãocontínua de professores,

apostando no desenvolvi-mento e aprofundamentodos seus conhecimentose capacidades, por formaa garantir um desempe-nho mais esclarecido, crí-tico e rigoroso, capaz deproporcionar às criançase jovens as ferramentasindispensáveis para ummundo complexo e em rá-pida transformação.OBJECTIVOS: Aprofun-dar conhecimentos sobre oPrograma e Metas Curri-culares de Português doEB; aperceber-se das re-lações de continuidade eprogressão no domínio daEducação Literária, no 2o

e 3o ciclos; abordar géne-ros e autores de 2o e 3o

ciclos; programar activida-des no âmbito da Educa-ção Literária.CREDITAÇÃO: 25h � 1crédito.ACREDITAÇÃO: Foi so-licitada a acreditação docurso ao CCPFC.AVALIAÇÃO: Assidui-dade e pontualidade 10%;participação oportuna econstrutiva 15%; relatório�nal individual (4-5 pági-nas, a entregar até 15 de

Setembro) 75%.

INSCRIÇÕES ATÉ 10 DEJUNHO DE 2015: Geral:25 Euros; Professores Co-operantes da ULisboa: 20Euros.

INSCRIÇÕES ENTRE 11E 25 DE JUNHO: Geral:35 Euros; Professores Co-operantes da ULisboa: 30Euros.

PAGAMENTO: a efetuar,de preferência, por transfe-rência bancária para o NIB� 0035 0824 0001145013014 (IBAN: PT50 00350824 00011450130 14; BICSWIFT � CGDIPTPL) ouna Tesouraria da Facul-dade de Letras da Univer-sidade de Lisboa (das 9horas às 17 horas).Os comprovativos dospagamentos efectuadospor transferência ban-cária deverão ser envia-dos para o email [email protected].

NÚMERO MÁXIMO DEINSCRITOS � 30 (inscri-ções aceites pela ordem dechegada).

SALA: 2.1, no rés-do-chãoda FLUL.

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20 Orpheu

Centenário da revista Orpheu assinalado em São Paulo

As comemorações doscem anos da revistaOrpheu, no Brasil, de-correram entre 25 e 28de Maio, em São Paulo.Além do Congresso 100Orpheu, contemplamainda uma exposiçãosobre a revista, a exi-bição de um �lme euma festa. O Con-gresso Luso-Brasileiro100 Orpheu realiza-se em São Paulo, atéquinta-feira, com a par-ticipação de investiga-dores de diversos paísesque se reunirão em cincoconferências, 18 mesasde debate e dez sessõesde comunicação, sobre aexperiência modernistaportuguesa e outros te-mas ligados à publicaçãosurgida em Março de1915 e aos seus autores.Dentro do congresso, emSão Paulo, haverá a exi-bição do �lme �ConversaAcabada� (1981), pri-meira longa-metragemdo realizador João Bote-lho, que trata do encon-

tro de Fernando Pessoae Mário de Sá-Carneiro,num panorama de crisepolítica e moral da socie-dade portuguesa, emvésperas de entradana Grande Guerra de1914/18 e do suicídio doautor de A con�ssão deLúcio. O investigadorFernando Cabral Mar-tins, que assumiu o pa-pel de Fernando Pessoano �lme, é um dos con-ferencistas do congressoe vai participar num de-bate sobre a obra.A presidente da comis-são organizadora do con-gresso no Brasil, LilianJacoto, disse à Lusa queo evento terá a mesmaestrutura do congressoque se realizou em Por-tugal, há dois meses:�Estamos procurandodar tempo para falar ediscutir, numa tentativade retomar uma con-versa mais alongada�.�A revista teve in�uên-cia sobre o modernismobrasileiro. No ensino da

literatura portuguesa,ela é abordada comouma das revoluções ar-tísticas importantes, porconta dos nomes queenvolve � todos auto-res de grande peso paraa modernidade e paraa contemporaneidade�,a�rmou Jacoto.A primeira etapa docongresso arrancou a19 de Março, no Porto,prosseguindo depois naFundação Calouste Gul-benkian, em Lisboa, de24 a 28 de Março.O Congresso Internacio-nal do Centenário deOrpheu é organizado emparceria pelo Centro deLiteraturas e CulturasLusófonas e Europeias,da Faculdade de Letrasda Universidade de Lis-boa, com o Laboratóriode Estudos de Poéticase Ética na Modernidade,da Universidade de SãoPaulo. No Brasil, contaainda com o apoio daEmbaixada de Portugale do Instituto Camões.

Edição: Ernesto Rodrigues, Luís Pinheiro

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