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8/16/2019 Caderno AVA - Serviço Social - Leituras e Produção de Textos
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Serviço Social
Caderno de Atividades
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Universidade Anhanguera - Uniderp
Centro de Educação a Distância
Caderno de Atividades
Serviço Social
Coordenação do Curso
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Autores
Ana Lucia Américo Antonio
Angela Cristina Dias do Rego CatonioEdilene Xavier Rocha Garcia
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Helenrose A. da S. Pedroso Coelho
Luciano Gamez (org.)
Ricardo Leite de Albuquerque
Yaeko Ozaki
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Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educação a Distância
ChancelerAna Maria Costa de Sousa
ReitorGuilherme Marback Neto
Vice-ReitoraHeloisa Helena Gianotti Pereira
Pró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Antonio Fonsecade CarvalhoPró-Reitor de Extensão, Cultura eDesporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato
Pró-Reitor de Graduação: Eduardo deOliveira EliasPró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIADiretor-GeralJosé Manuel Moran
Diretor-AdjuntoLuciano Sathler
Coordenação de Qualidade do MaterialDidáticoLuciano Gamez: Coordenador e organizadorda publicaçãoBarbara Monteiro Gomes de CamposBruno Tonhetti GalasseFernanda Bocchi BalthazarHelena OkadaLucia Helena Paula do CantoWaurie Rolão
IlustraçõesEdnei Marx
ANHANGUERA PUBLICAÇÕESGerente EditorialAdauto Damásio
C129 Caderno de atividades: serviço social / Ana Lucia Américo An-
tonio... [et. al.].; Organizador Luciano Gamez; Coordenaçãodo curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. – Valinhos :
Anhanguera Publicações, 2011.
288 p.
ISBN: 978-85-7969-053-2
1. Serviço social. I. Antonio, Ana Lucia Américo. II. Gamez,
Luciano. III. Nobre, Elisa Cléia Pinheiro.CDD - 20.ed. : 370.15
© 2011 AnhangueraPublicações - Proibidaa reprodução final ouparcial por qualquer meiode impressão, em formaidêntica, resumida oumodificada em línguaportuguesa ou qualqueroutro idioma. Impressono Brasil 2011
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Nossa Missão, Nossos Valores
Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do
seu crescimento.
Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é umaInstituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica eextensão, que oferecemos.
Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-tante transformação.
Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docentee de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-cionais, tais como:
• Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento depesquisa supervisionada pelos nossos professores.
• Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-
rem especialização, mestrado e doutorado.
• Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores
autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.
• Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos
alunos.
• Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos
o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.
A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegiao preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho.Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.
Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permitea integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma finalidade:aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cadavez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.
A todos, bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente - Anhanguera Educacional
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Sobre o Caderno de Atividades
Caro(a) Aluno(a),
Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que vocêestá matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveisnas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques,propostas de atividades individuais e em grupo e desafios de aprendizagem a serem realizados.
As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dosalunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seufuturo desempenho profissional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas forado âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.
Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso
permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar paraaproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.
Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.
José Manuel Moran e Luciano Sathler
Diretoria do Centro de Educação a DistânciaUniversidade Anhanguera - UNIDERP
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Autores
Ana Lúcia Américo Antonio
Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1999.Especialização: Trabalho Social com Famílias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do
Pantanal (UNIDERP) - 2001.
Angela Cristina Dias do Rego CatonioGraduação: Letras - Português/Inglês - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1996.
Especialização: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 1999.Mestrado: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 2000.
Edilene Xavier Rocha GarciaGraduação: Serviço Social - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988.
Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal(UNIDERP) - 2003.
Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Graduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.Especialização: Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal
(UNIDERP) - 2003.Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007.
Helenrose Aparecida da Silva Pedroso CoelhoGraduação: Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982.
Direito - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP) - 2004.
Especialização: Gestão Judiciária Estratégica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007.Mestrado: Psicologia Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.
Luciano Gamez - Organizador da publicaçãoGraduação: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992.
Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998.Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) - 2004.
Ricardo Leite de AlbuquerqueGraduação: Licenciatura em Educação Física e Técnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976.
Especialização: Aperfeiçoamento em Informática Aplicada à Educação - Universidade Estadual de Campinas(UNICAMP) - 1987.
Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999.
Yaeko OzakiGraduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF) - 1992.
Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT) - 1993.Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008.
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Família e Sociedade
Tema 1 - Mudanças Estruturais, Política Social e Papel da Família ............................... 15
Tema 2 - Novas Propostas e Dinâmica da Família ........................................................ 22
Tema 3 - Transformações Econômicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990e seu Impacto no Âmbito da Família ............................................................ 28
Tema 4 - A Família, a Criança e o Adolescente ........................................................... 34
Tema 5 - Família - e as Situações Vivenciadas por seus Membros ................................ 41
Tema 6 - Família e Trabalho ........................................................................................ 48
Tema 7 - Programas de Atendimento à Família........................................................... 55
Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famílias .............................................. 61
Serviço Social na Contemporaneidade
Tema 1 - Preleções sobre a Gênese do Serviço Social .................................................. 79
Tema 2 - A Especificidade do Serviço Social ................................................................ 86
Tema 3 - O Serviço Social e as Políticas Sociais ........................................................... 93Tema 4 - A Natureza Subalterna do Serviço Social .................................................... 100
Tema 5 - O Objeto do Serviço Social ........................................................................ 107
Tema 6 - Particularidades do Serviço Social .............................................................. 114
Tema 7 - Teoria e Prática no Serviço Social ............................................................... 120
Tema 8 - Demandas Profissionais do Serviço Social ................................................... 126
Sumário
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Tecnologias da Informação e da Comunicação
Tema 1 - A Relação entre a Tecnologia e a Comunicação ......................................... 142
Tema 2 - O Fenômeno Técnico e suas Particularidades no Âmbito da Comunicação
e da Cultura Contemporânea .................................................................... 148Tema 3 - A Tecnologia da Informação e a Utilização de suas Ferramentas
Computacionais no Apoio à Atuação Profissional do Assistente Social ....... 155
Tema 4 - Mídia e Questão Social: o Direito à Informação como Direito Humano ....... 162
Tema 5 - A Indústria Cultural e seus Produtos Midiáticos .......................................... 169
Tema 6 - Configurações Midiáticas da Globalização: Hegemonia e Monopólios ....... 176
Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas à Comunicação Hegemônica ...................... 182
Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicações ............................................ 189
Leitura e Produção de Textos
Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204
Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212
Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221
Tema 4 - Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade ................................ 231
Desenvolvimento Pessoal e Profissional
Tema 1 - Você no Mundo ........................................................................................ 253
Tema 2 - Você com os Outros .................................................................................. 259
Tema 3 - Você e a Empregabilidade.......................................................................... 267
Tema 4 - Você Conquistando Oportunidades ........................................................... 275
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Leitura e
Produção de Textos
Autora:Angela Cristina Dias do Rego Catonio
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Leitura eProdução de Textos
Orientações de estudo
Este Caderno de Atividades foi elaborado com baseno livro “Ler e compreender: os sentidos do texto”,das autoras Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias,da Editora Contexto, PLT 225.
Ele é composto de quatro temas:
Tema 1
Leitura, Texto e Sentido
Aborda os conteúdos situados no capítulo I,pp. 9-37. Nele, você perceberá que a leitura é re-sultado da construção de sentidos entre vários fatores que compõem um texto, os objetivos da leitura e conheci-mentos do leitor. Isso porque somos resultado de nossas experiências em sociedade.
Com isso, você entenderá que a leitura e a compreensão do que se lê implica sempre uma participação mútua de
quem escreve e de quem lê. Assim, toda vez que se lê qualquer texto, devem-se observar as circunstâncias em quefoi escrito e as circunstâncias em que foi lido para que ele adquira um sentido, fruto das experiências do leitor.
Tema 2
Texto e Contexto
Aborda os conteúdos situados no capítulo III, pp. 57-73. Nele, conceituam-se as concepções de contexto quederivam dos conhecimentos de mundo adquiridos pelo leitor, a partir de suas experiências de vida.
O contexto é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. Ele se constitui dedados comuns ao emissor e ao receptor, composto pelos saberes dos interlocutores, isto é, a junção de elementos
linguísticos e sociais e a troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos doambiente que favorecem seu entendimento e significado.
Tema 3
Texto e Intertextualidade
Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 75 -100. Nele, você poderá entender que intertextualidade é odiálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, diretamente ou não, assuntos afins, em que os conheci-mentos são reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo.
No conteúdo aqui apresentado, você observará que a intertextualidade envolve o conhecimento de mundo ecompreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir
múltiplos sentidos.
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Você verá também, neste tema, como a intertextualidade se constitui e como ela pode ajudar na construção de
sentidos.
Tema 4Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade
Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 183-214. Nele, você entenderá que em um bom texto as partesdevem-se ligar, formando uma harmonia interna, uma unidade; cada parte depende das outras com que se rela-cionam. As ideias contidas no texto devem formar um conjunto uno, coeso e coerente.
Tendo em vista os elementos que fazem a coerência de um texto, destaca-se que o raciocínio deve ter um direcio-namento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, ou seja, criar relações entre os elementose informações nele contidas.
Você verá, neste capítulo também, os diversos tipos de coerência que determinam a elaboração de umbom texto.
ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambientevirtual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informações.
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Tema 1Leitura, Texto e Sentido
Objetivos de aprendizagem
• Identificar as concepções de leitura.
• Compreender a importância da leitura como uma forma de interação social.
• Perceber as diversas possibilidades de leitura.
Para início de conversaAqui você terá uma visão ampla sobre o processo da lei-tura e sobre como ele se constrói. Perceberá que a leitu-ra implica sempre em uma interação entre quem produz otexto e quem o lê.Você terá a oportunidade de perceber que a leitura é carre-gada de significados pessoais e recebe influência das expe-
riências de vida do leitor.
Por dentro do tema
As concepções de leitura variam conforme a visão de sujeito, de língua, de texto ede sentido.
A concepção do foco no autor é aquela em que o texto é resultado da sua re-presentação mental. Cabe ao leitor “captar” os sentidos do que o autor pretendeinformar, isto é, o leitor tem função passiva, porque o sentido do texto está centrado
no autor.A segunda concepção de leitura é aquela com o foco no texto. Leva em contaa estrutura da língua como sistema, código, cabendo, então, ao leitor identificar,reconhecer, decodificar os sentidos expressos no texto. Nesse caso, não se leva emconta o conhecimento do leitor. Conforme as autoras, não há lugar para ele, parasua história de sujeito, para sua história de leituras, para suas experiências de vida. Basta somente ao leitor conhe-cer o código e decodificá-lo.
A última concepção é a interação entre autor-texto-leitor em que, diferentemente das concepções anteriores,há uma concepção interacional (dialógica) da língua.
Neste foco de concepção, para que haja produção de sentido, devem-se levar em conta as experiências e conhe-cimentos do leitor, os conhecimentos construídos socialmente. É a interação “texto-sujeitos”.
A linguagem é expressa em diversas formas do uso de uma língua, podendo variar em sua forma de manifestação.
Lev Vygotsky foi o pioneiro nos estudos que relacionam a linguagem, não somente como aquisição de habilidadescognitivas de características congênitas, mas como resultado das experiências adquiridas ao longo da vida socialdo indivíduo. Segundo ele, o conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.
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A teoria de Vygotsky (1991) tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-
histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento.Para ele (VYGOTSKY, 1991), a linguagem possui duas finalidades: a de intercâmbio social e a de pensamento ge-neralizante. A primeira serve para a comunicação entre os indivíduos. A segunda é a ordenação do real, processode inter-relações que desenvolve a consciência e a percepção de determinado objeto/situação, posteriormentetransmitido para outros conceitos e outras áreas do pensamento.
Vale observar que a língua foi o principal código desenvolvido pelo homem para expressar suas necessidades euma tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modificação da sociedade.
A leitura para o ser humano vai muito além da simples decodificação dos símbolos. Pode ser interpretada de ma-neiras diferentes, baseada nas experiências sensoriais, representações e lembranças do leitor.
Em termos de produção e recepção, a leitura é o veículo da interação entre o emissor e o receptor. Dessa forma éque se estabelecem os laços de inter-relação entre os sujeitos e serve, também, de instrumento de inserção social.
Logo, na leitura de um texto, deve-se ter em mente os conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo de suavida.
São as experiências individuais que determinam as diferentes formas de leitura e de sentidos compreendidos notexto, uma vez que os fatores que envolvem o entendimento de um texto dependem do conhecimento linguístico,dos esquemas cognitivos, da bagagem cultural e das circunstâncias em que o texto foi produzido e lido: contextosde produção e de uso.
Com relação aos fatores de compreensão da leitura, é importante salientar que, se todo texto apresenta elemen-tos de informação necessários para o seu entendimento, por outro lado também sempre há elementos implícitosque necessitam ser inferidos pelos leitores.
Em outras palavras, podemos afirmar que os conhecimentos ativados na leitura são fruto da bagagem pessoal de
cada leitor, armazenados em sua memória de forma a construir o sentido do texto.
Anotações
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Leitura e Produção de TextosTema 1 - Atividades
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Questão 2
Individual e sem consulta.
O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos,
retrata a dura vida do homem sertanejo emcondições subumanas. Mostra aspectos da de-sigualdade social, da seca, da fome e da misériahumana, em que o homem se assemelha a umanimal irracional buscando sua própria sobrevi-vência.
Leia o fragmento a seguir e responda à questãoque o segue.
FABIANO
Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se.Chegara naquele Estado, com a família morren-do de fome, comendo raízes. Caíra no fim dopátio, debaixo de um juazeiro, depois tomaraconta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhostinham-se habituado à cama rinha escura, pare-ciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos pas-sados esmorecera.
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou afaca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tiroudo aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um ci-garro com palha de milho, acendeu-o ao binga,pôs-se a fumar regalado.
– Fabiano, você é um homem, exclamou em vozalta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam per-to, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falarsó. E, pensando bem, ele não era homem: eraapenas um cabra ocupado em guardar coisas
Atividades
INSTRUÇÕES
A seguir, você encontrará algumas questõespara que verifique o seu entendimento sobre otema apresentado. A ideia é que você constate,como a sua história de vida interfere, orienta epropicia a interação com os textos.
Ponto de partida
Por que um mesmo texto suscita várias interpre-tações? Você já parou para pensar sobre isso?
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Agora é com você! Responda às questões aseguir para conferir o que aprendeu.
Questão 1
Individual e sem consulta.
Angela Kleiman (2007, p. 10) afirma que a leitu-ra “[...] é uma prática social que remete a outrostextos e outras leituras. Em outras palavras, aolermos um texto, qualquer texto, colocamos emação todo o nosso sistema de valores, crenças eatitudes que refletem o grupo social em que sedeu nossa sociabilização primária, isto é, o gru-po social em que fomos criados”.
Com base nessa afirmação, como os sistemas devalores pessoais se refletem na leitura? Sua res-posta deve ficar entre 10 e 15 linhas.
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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
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Questão 4
Em grupo e sem consulta.
Segundo Paulo Freire, a leitura de mundo pre-cede à leitura da palavra. Discuta com seus cole-gas essa afirmação e depois escreva o resultadodessa reflexão.
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Questão 5
Em grupo e com consulta.
Leia o texto a seguir, discuta com seus colegasde grupo e responda o que se pede.
O LEITOR IDEAL
Mário Quintana
O leitor ideal para o cronista seria aquele aquem bastasse uma frase.
Uma frase? Que digo? Uma palavra!
O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvo-re”, por exemplo, ou “Menina”.
Escreveria essa palavra bem no meio da pági-na, com espaço em branco para todos os lados,como um campo aberto aos devaneios do lei-tor.
dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos
azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vi-via em terra alheia, cuidava de animais alheios,descobria-se, encolhia-se na presença dos bran-cos e julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os me-ninos, alguém tivesse percebido a frase impru-dente. Corrigiu-a, murmurando:
– Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor,um bicho, capaz de vencer dificuldades.
Chegara naquela situação medonha - e ali esta-va forte, até gordo, fumando o seu cigarro de
palha.”Comente as duas colocações do autor: “Fabia-no, você é um homem, exclamou em voz alta” e“Você é um bicho, Fabiano”.
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Questão 3
Individual e com consulta.
Para realizar esta atividade, você deverá consul-
tar a internet. Acesse o site da Turma da Mônicae cumpra os seguintes passos:
a. Acesse o site .
b. Na parte superior da página “clique” em“Quadrinhos”.
c. Aberta a página, “clique” em “Histórias es-peciais”.
d. Aparecerão vários gibis com temas especiais.“Clique” no gibi “Acessibilidade”.
e. Leia toda a história.
f. Explique: de que forma a HQ constrói, du-rante a leitura, o sentido de “acessibilida-de”?
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Leitura e Produção de TextosTema 1 - Atividades
Imaginem só uma meninazinha solta no meio
da página.Sem mais nada.
Até sem nome.
Sem cor de vestido nem de olhos.
Sem se saber para onde ia...
Que mundo de sugestões e de poesia para o lei-tor!
E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeisque arte é sugestão...
E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente,
que a culpa não era do cronista.Mas nem tudo estaria perdido para esse hipoté-tico leitor fracassado, porque ele teria sempreà sua disposição, na página, um considerávelespaço em branco para tomar seus apontamen-tos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha...
Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, apalavra “Ventania”. Serve?
(QUINTANA, 1988)
O texto apresenta uma proposta diferente deescrita e leitura, que é justamente a participa-ção “ativa” do leitor no processo de construçãodo texto.
Discuta e responda:
Qual seria o tipo de participação do “leitorideal” na construção do texto? Faça a relaçãoentre essa crônica e o tema: Leitura, texto e sen-tido.
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Atenção! As questões de 6 a 10 deverão ser res-pondidas individualmente e sem consulta.
Questão 6(IBGE). Uma diferença de 3.000 quilômetros e32 anos de vida separa as margens do abismoentre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasilque vive pouco, e mal. Esses números, levanta-dos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco,de Pernambuco, se referem a duas cidades si-tuadas em polos opostos do quadro social brasi-leiro. Num dos extremos está a cidade de Vera-nópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas
que nascem ali têm grandes possibilidades deviver até os 70 anos de idade. Na outra pontafica Juripiranga, uma pequena cidade do sertãoda Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio depoucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripi-ranga tem a menor esperança de vida do País:apenas 38 anos.
A estatística revela o tamanho do abismo entrea cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaú-cha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todasusam água tratada e comem, em média, 2.800calorias por dia. Os moradores de Juripiranga
não têm a mesma sorte. Só a metade deles re-cebe água tratada, os analfabetos são 40% dapopulação e, no item alimentação, o consumomédio de calorias por dia não passa de 650.
O Brasil está no meio do trajeto que liga a dra-mática situação de Juripiranga à vida tranquilados veranenses. A média que aparece nas esta-tísticas internacionais dá conta de que o brasi-leiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.
Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, éformada por pequenas propriedades rurais emque se planta uva para a fabricação de vinhos.
Tem um cenário verdejante. Seus moradores -na maioria descendentes de imigrantes euro-peus - plantam e criam animais para o consumoda família. Na cidade paraibana, é óbvio, a rea-lidade é bem diferente. Os sertanejos vivem emcenário árido. Juripiranga não tem calçamentoe o esgoto corre entre as casas, a céu aberto.Não há hospitais. A economia gira em tornoda cana-de-açúcar. Em época de entressafra, amaioria das pessoas fica sem trabalho.
No censo de 1980, os entrevistadores do IBGEperguntaram às mulheres de Juripiranga quan-
tos de seus filhos nascidos vivos ainda sobre-viviam. O índice geral de sobreviventes foi de55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem di-ferente: a sobrevivência é de 93%.
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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
ultrapassou o número daquelas que viviam no
campo. No início deste século, em 2000, segun-do dados do IBGE, mais de 80% da populaçãobrasileira já era urbana.
Considerando essas informações, estabeleça arelação entre as charges:
PORQUE
BARALDI, Márcio. Disponível em: . Acesso em: 5 out. 2009.
Com base nas informações dadas e na relaçãoproposta entre essas charges, é CORRETO afir-mar que:
a) A primeira charge é falsa e a segunda é ver-dadeira.
b) A primeira charge é verdadeira e a segundaé falsa.
c) As duas charges são falsas.
d) As duas charges são verdadeiras e a segundaexplica a primeira.
e) As duas charges são verdadeiras, mas a se-gunda não explica a primeira.
Contrastes como esses são comuns no País. A
estrada entre o país rico e o miserável está se-dimentada por séculos de tradições e culturaseconômicas diferentes. Cobrir esse fosso custarámuito tempo e trabalho.
(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-87 - com adaptações)
Analise as afirmações abaixo e assinale V paraas que, de acordo com o texto, considerar ver-dadeiras e F para as falsas:
( ) A cidade paraibana não tem sequer a meta-de dos privilégios de que goza a cidade gaú-cha.
( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numaposição intermediária entre as duas cidades.
( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Ve-ranópolis e Juripiranga se unem pelas tradi-ções culturais.
( ) Embora com resultados diferentes, a base daeconomia das duas cidades é a agricultura.
( ) De seus ancestrais europeus os sertanejosadquiriram as técnicas rurais.
A sequência correta é:
a) V - V - V - F - F.
b) V - V - F - F - F.
c) V - V - F - V - F.
d) F - F - V - F - V.
e) F - F - V - V – V.
Questão 7
Ainda conforme o texto anterior: “Cobrir essefosso custará muito tempo e trabalho.” O fossomencionado no texto diz respeito ao(à):
a) Abismo entre as duas realidades.
b) Esgoto que corre a céu aberto.
c) Calçamento deficiente das estradas brasilei-ras.
d) Falta de trabalho durante a entressafra.
e) Distância geográfica entre os dois polos.
Questão 8
(ENADE, 2009). A urbanização no Brasil regis-trou marco histórico na década de 1970, quan-do o número de pessoas que viviam nas cidades
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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades
tem algum valor histórico e cultural. É preciso
fazer um documento escrito para provar suaimportância. Contudo, ninguém por lá sabe lerou escrever.
FINALIZANDO
Neste tema, você viu que a leitura é a constru-ção de sentidos decorrentes da interação emis-sor/receptor. Além disso, você pôde conhecer astrês concepções de leitura apresentadas pelasautoras do PLT, que se manifestam no ato de ler:foco no autor, foco no texto e foco no autor-
texto-leitor.Assim, lembre-se de que a bagagem cultural doleitor é fundamental para uma leitura eficaz epara melhor entendimento do texto.
Anotações ____________________________________________
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1. Enunciados ambíguos: tornam a mensagem equívoca, despertando dúvida, incerteza.
2. Os fatores contextuais podem alterar o que se diz: se o contexto não estiver claro levará a interpretaçõesdiversas e até contrárias ao que se quer dizer.
A capacidade de construir o sentido do texto se faz pela observância de vários aspectos que determinam a com-preensão da leitura. O primeiro deles é o “cotexto”, conhecimento da língua; o segundo, a situação mediata –fatores adjacentes às condições sociopolítico-culturais e, por último, o contexto cognitivo dos interlocutores,os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e que precisam ser ativados no momento da leitura.
No contexto cognitivo, destacam-se os seguintes conhecimentos: a. linguístico - uso da língua; b. adquirido - oque aprendemos intelectualmente e da convivência social; c. comunicativo - observância à situação comunica-tiva; d. superestrutural; e. estilístico – diz respeito aos gêneros e tipos textuais; f. intertextual – identificação deoutros textos naquele que é lido.
Contudo, se não levarmos em conta esses fatores de interpretação em um texto, podemos incorrer em equívocos
no entendimento global da leitura. Por isso, vale destacar que:
• O entendimento de contexto pode evitar a ambiguidade de uma asserção.
• Quando houver uma lacuna no texto, o contexto poderá elucidar o enunciado.
• Os fatores que compõem o contexto podem modificar o sentido do texto, conforme alguns elementos deexpressão como gestos, expressão facial, entonação da voz, entre outros.
• O contexto justifica por levar em consideração fatores externos à língua, por exemplo, a prática social esituação comunicativa.
O plano de significação e interpretação de um texto depende também da contextualização da escrita. Distingue-se, aqui, o contexto de produção e o contexto de uso. O primeiro é fruto das experiências de quem escreve so-madas às circunstâncias e intenções de produção. No segundo, o receptor ativa seus conhecimentos e estabelece
as relações com o texto.
Vale destacar, ainda, que, para o bom entendimento de um texto, os contextos sociocognitivos dos interlocutoresdevem ser em parte concordantes.
Por tudo isso, se tem certeza de que a leitura exerce papel fundamental na formação do sujeito social. A relaçãoentre quem produz o texto com quem o lê deve ser um processo dinâmico, levando-se em consideração as vivên-cias pessoais e o decurso das experiências de vida.
Anotações
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Leitura e Produção de Textos
Atividades
INSTRUÇÕES
Na sequência, você encontrará algumas ques-tões para fixação do conteúdo apresentado.Observe as orientações de resolução de cadaquestão, considerando as indicações com rela-ção ao trabalho individual ou em grupo. Nasquestões propostas, será importante perceberquais as relações de contexto que você fará nostextos apresentados.
Ponto de partida
Leia o trecho da letra da música a seguir, deautoria de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer eSérgio Brito. Comente quais conhecimentos decontexto se deve ter para entendê-la.
COMIDA
Bebida é água.
Comida é pasto. Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.____________________________________________
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Tema 2 - Atividades
Agora é com você! Responda às questões a
seguir para conferir o que aprendeu.
Questão 1
Individual e sem consulta. (ENADE 2008). Discur-siva.
DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO
“O caráter universalizante dos direitos do
homem (...) não é da ordem do saber teórico,
mas do operatório ou prático: eles são invoca-dos para agir, desde o princípio, em qualquersituação dada.”
François JULIEN, filósofo e sociólogo.
Neste ano, em que são comemorados os 60 anosda Declaração Universal dos Direitos Humanos,novas perspectivas e concepções incorporam-se à agenda pública brasileira. Uma das novasperspectivas em foco é a visão mais integradados direitos econômicos, sociais, civis, políticos.E, mais recentemente, ambientais, ou seja, tra-ta-se da integralidade ou indivisibilidade dos di-reitos humanos. Dentre as novas concepções dedireitos, destacam-se:
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Leitura e Produção de Textos
Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para
ele, Plutarco. Mas para o grego comum da épo-ca deviam ser a delícia e a tábua de salvação dasconversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar semesforço? O lugar-comum é a base da socieda-de, e sua política, a sua filosofia, a segurançadas instituições. Ninguém é levado a sério comideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que umfigurão qualquer declara em entrevista:
“O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”!
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe
dá a imprensa, é sempre infalível, embora o lei-tor semidesperto possa desconfiar que isso nãoquer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmoao seu destino histórico, seja um Império quedesaba ou uma barata esmagada.
(QUINTANA, 1989)
Poderíamos comparar o “leitor dorminhoco”que Mário Quintana apresenta no texto comaqueles leitores que não se interessam por com-preender uma mensagem em seu contexto? Ex-plique.
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• A habitação como moradia digna e não ape-
nas como necessidade de abrigo e proteção.• A segurança como bem-estar e não apenascomo necessidade de vigilância e punição.
• O trabalho como ação para a vida e não ape-nas como necessidade de emprego e renda.
Tendo em vista o exposto acima, selecione umadas concepções destacadas e esclareça por queela representa um avanço para o exercício ple-no da cidadania, na perspectiva da integralida-de dos direitos humanos.
Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas.
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Questão 2Individual e sem consulta.
Leia o fragmento a seguir e responda à questãoque o segue.
NÃO DESPERTEMOS O LEITOR
Os leitores são, por natureza, dorminhocos.Gostam de ler dormindo. Autor que os queiraconservar não deve ministrar-lhes o mínimo sus-to. Apenas as eternas frases feitas.
“A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode-
se repetir sempre. E acrescentar impunemente:“disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, comoaliás os outros seis sábios da Grécia, pois todosos sete, como há vinte séculos já se queixara
Tema 2 - Atividades
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Leitura e Produção de TextosTema 2 - Atividades
Questão 3Individual e com consulta.
Observe as pinturas a seguir, de Pedro Wein-gartner (1853-1929), importante pintor brasilei-ro do século XIX, que se preocupou em retrataro Brasil de sua época. Qual leitura de contextoseria necessária para compreender sua obra?
Ceifa, Anticoli, 1903.
Tempora Mutantur, 1889.
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Questão 4Em grupo e sem consulta.
“Se a compreensão emerge da relação texto-leitor, quanto mais ele souber do que será lido,mais possibilidade terá de interagir, de criar umarede de relações, de minimizar as dificuldades ede construir significados”. (BRAGA, 2002)
Discuta com os colegas essa afirmação e anoteas conclusões a que chegaram.
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Questão 5
Em grupo e com consulta.
Leia o poema abaixo e responda à questão a se-guir:
HERANÇA
- Vamos brincar de Brasil?
Mas sou eu quem manda
Quero morar numa casa grandeComeçou desse jeito a nossa história
Negro fez papel de sombra.
E foram chegando soldados e frades
Trouxeram as leis e os Dez Mandamentos
Jabuti perguntou:
“- Ora é só isso?”
Depois vieram as mulheres do próximoVieram imigrantes com alma a retalho
Brasil subiu até o 10º andar
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Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades
Litoral riu com os motores
Subúrbio confraternizou com a cidadeNegro coçou piano e fez música
Vira-bosta mudou de vida
Maitacas se instalaram no alto dos galhos
No interior do Brasil continua desconfiado
A serra morde as carretas
Povo puxa bendito pra vir chuva
Nas estradas vazias
cruzes sem nome marcam casos de morte
As vinganças continuamFamílias se entredevoram nas tocaias
Há noites de reza e cata-piolho
Nas bandas do cemitério
Cachorro magro sem dono uiva sozinho
De vez em quando
a mula sem cabeça sobe a serra
ver o Brasil como vai(BOPP, 1984).
Quais são os conhecimentos sobre o contextoque o poema “Herança” aborda e que precisa-mos saber para entendê-lo?
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As questões de 6 a 10 deverão ser respondidasindividualmente e sem consulta.
Questão 6(ENADE, 2009). Leia o gráfico a seguir, em que émostrada a evolução do número de trabalhado-res de 10 a 14 anos, em algumas regiões metro-politanas brasileiras, em dado período:
Fonte: Adaptado de Folha. Disponível em: . Acesso em: 2 out. 2009.
Leia a charge:
Fonte: Charges. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2009.
Há relação entre o que é mostrado no gráfico ena charge?
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Leitura e Produção de TextosTema 2 - Atividades
a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos
é aquela responsável pela disseminação daviolência urbana nas grandes cidades brasi-leiras.
b) Não, pois o crescimento do número de crian-ças e adolescentes que trabalham diminui orisco de sua exposição aos perigos da rua.
c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo con-texto de problemas socioeconômicos e cul-turais vigentes no País.
d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantilno Brasil faz crescer o número de criançasenvolvidas com o crime organizado.
e) Ambos abordam temas diferentes e não épossível se estabelecer relação mesmo queindireta entre eles.
Questão 7
(ENADE, 2007). Entre 1508 e 1512, Michelange-lo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano,um marco da civilização ocidental. Revolucioná-ria, a obra chocou os mais conservadores, pelaquantidade de corpos nus, possivelmente re-sultado de seus secretos estudos de anatomia,uma vez que, no seu tempo, era necessária aautorização da Igreja para a dissecação de ca-dáveres. Recentemente, perceberam-se algu-mas peças anatômicas camufladas entre as ce-nas que compõem o teto. Alguns pesquisadoresconseguiram identificar uma grande quantida-de de estruturas internas da anatomia humana,que teria sido a forma velada de como o artista“imortalizou a comunhão da arte com o conhe-cimento”. Uma das cenas mais conhecidas é “A
criação de Adão”. Para esses pesquisadores elarepresentaria o cérebro num corte sagital, comose pode observar nas figuras a seguir:
Fonte: BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de. A arte secreta de Michelangelo - Uma lição de anatomiana Capela Sistina. ARX.
Considerando essa hipótese, uma ampliação in-terpretativa dessa obra-prima de Michelangeloexpressaria:
a) O Criador dando a consciência ao ser huma-no, manifestada pela função do cérebro.
b) A separação entre o bem e o mal, apresenta-da em cada seção do cérebro.
c) A evolução do cérebro humano, apoiada nateoria darwinista.
d) A esperança no futuro da Humanidade, re-velada pelo conhecimento da mente.
e) A diversidade humana, representada pelocérebro e pela medula.
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Leitura e Produção de Textos
Questão 8(Eletrobrás).
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
Como entender a resistência da miséria noBrasil, uma chaga social que remonta aos pri-mórdios da colonização? No decorrer das últi-mas décadas, enquanto a miséria se mantinhamais ou menos do mesmo tamanho, todos osindicadores sociais brasileiros melhoraram. Hámais crianças em idade escolar frequentandoaulas atualmente do que em qualquer outroperíodo da nossa história. As taxas de analfa-betismo e mortalidade infantil também são asmenores desde que se passou a registrá-las na-cionalmente. O Brasil figura entre as dez naçõesde economia mais forte do mundo. No campodiplomático, começa a exercitar seus músculos.Vem firmando uma inconteste liderança políticaregional na América Latina, ao mesmo tempoem que atrai a simpatia do Terceiro Mundo porter se tornado um forte oponente das injustaspolíticas de comércio dos países ricos. Apesar detodos esses avanços, a miséria resiste.
Embora em algumas de suas ocorrências, es-pecialmente na zona rural, esteja confinada abolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros maisbem posicionados na escala social, a miséria éonipresente. Nas grandes cidades, com aterro-rizante frequência, ela atravessa o fosso socialprofundo e se manifesta de forma violenta. Amais assustadora dessas manifestações é a crimi-nalidade, que, se não tem na pobreza sua únicacausa, certamente em razão dela se tornou maisdisseminada e cruel. Explicar a resistência da po-breza extrema entre milhões de habitantes não
é uma empreitada simples.(Revista Veja, ed. 1735)
O título dado ao texto se justifica porque:
a) A miséria abrange grande parte de nossapopulação.
b) A miséria é culpa da classe dominante.
c) Todos os governantes colaboraram para amiséria comum.
d) A miséria deveria ser preocupação de todosnós.
e) Um mal tão intenso atinge indistintamentea todos.
(FCC, 2008). As questões 9 e 10 referem-se ao
texto abaixo.FIM DE FEIRA
Quando os feirantes já se dispõem a desarmaras barracas, começam a chegar os que querempagar pouco pelo que restou nas bancadas, oumesmo nada, pelo que ameaça estragar. Che-gam com suas sacolas cheias de esperança. Al-guns não perdem tempo e passam a recolher oque está pelo chão: um mamãozinho amoleci-do, umas folhas de couve amarelas, a metadede um abacaxi que serviu de chamariz para osfregueses compradores. Há uns que se aven-
turam até mesmo nas cercanias da barraca depescados, onde pode haver alguma suspeitasardinha oculta entre jornais, ou uma ponta decação obviamente desprezada.
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pes-soas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo,eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciu-mentos do teimoso aproveitamento dos refu-gos, e chegam a recolhê-los para não os veremcoletados. Agem para salvaguardar não o lucropossível, mas o princípio mesmo do comércio.Parecem temer que a fome seja debelada sem
que alguém pague por isso. E não admitem seracusados de egoístas: somos comerciantes, nãoassistentes sociais, alegam.
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhãoda limpeza e os funcionários da prefeitura var-rem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsitoé liberado, os carros atravancam a rua e, nãofosse o persistente cheiro de peixe, a ninguémocorreria que ali houve uma feira, frequentadapor tão diversas espécies de seres humanos.
(Joel Rubinato, inédito)
Questão 9
Nas frases “parecem ciumentos do teimosoaproveitamento dos refugos e não admitem seracusados de egoístas”, o narrador do texto:
a) Mostra-se imparcial diante de atitudes opos-tas dos feirantes.
b) Revela uma perspectiva crítica diante da ati-tude de certos feirantes.
c) Demonstra não reconhecer qualquer provei-to nesse tipo de coleta.
Tema 2 - Atividades
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Leitura e Produção de Textos
d) Assume-se como um cronista a quem não
cabe emitir julgamentos.e) Insinua sua indignação contra o lucro exces-sivo dos feirantes.
Questão 10
Considerando-se o contexto, traduz-se correta-mente o sentido de um segmento do texto em:
a) Serviu de chamariz = respondeu ao chama-do.
b) Alguma suspeita sardinha = possivelmenteuma sardinha.
c) Teimoso aproveitamento = persistente utili-zação.
d) O princípio mesmo do comércio = preâmbu-lo da operação comercial.
e) Agem para salvaguardar = relutam emadmitir.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Você quer saber mais sobre esse assunto? Então,consulte:
• O livro O corpo fala, de Pierre Weil e RonaldTampakow da editora Vozes. Você tambémpode encontrá-lo na internet como e-book paradownload.
• O artigo Sociedade, democracia e lingua-gem, de Carlos Vogt. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2010.
• O artigo Vygotsky e o papel das intera-
ções sociais na sala de aula: reconhecere desvendar o mundo de João Carlos Martins.Disponível em: . Acessoem: 20 ago. 2010. Refletir sobre a importânciadas trocas entre os parceiros como momentossignificativos no processo ensino-aprendizagemremete, necessariamente, à psicologia sócio-histórica como paradigma de nossas reflexões.
• O filme O baile, que faz um painel históricoda França, desde a ocupação nazista até adécada de 80.
• O filme Nenhum a menos, que apresenta
uma menina que se torna professora e tem amissão de não deixar nenhum aluno abandonara escola. As aventuras da pequena professoracomeçam quando um dos meninos vai para acidade grande em busca de emprego e ela vaiatrás para buscá-lo.
FINALIZANDO
Em resumo, a leitura se caracteriza pela parti-lha de experiências pessoais entre os indivíduosparticipantes no ato comunicativo, uma vez que
as trocas de experiências e conhecimentos entreo emissor e o receptor é que fazem a dinâmicado diálogo.
Anotações ____________________________________________
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Tema 2 - Atividades
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Tema 3Texto e Intertextualidade
Objetivos de aprendizagem
• Conhecer o que é intertextualidade.
• Entender que textos dialogam entre si.
• Compreender os diferentes tipos de intertextualidade.
• Identificar a intertextualidade em diferentes textos.
Para início de conversaAgora, você aprenderá o que é intertextualidade e como elase manifesta em textos variados. Além disso, terá a oportu-nidade de analisar textos e identificar como acontece o pro-cesso dialógico entre eles e avaliar se a referência é explícitaou implícita.
Por dentro do tema
Leia os textos no quadro da página seguinte. Você observará que a música da ban-da Legião Urbana retoma outras duas passagens já escritas anteriormente, uma naPrimeira Epístola de Paulo aos Coríntios, outra no soneto de Luís Vaz de Camões.
A composição “Monte Castelo” juntou outros conhecimentos e fez o intercâmbioentre os conceitos de amor apresentados pelo apóstolo Paulo e por Camões, ob- jetivando a compreensão da mensagem por meio da relação entre os conteúdos.
Dessa forma, realizou uma “intercomunicação” entre os textos desses autores,achando um tema que os liga.
Intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Significa inter-relacionar, dire-tamente ou não, assuntos afins, em que os conhecimentos são reunidos e voltadospara a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. Ela pode acontecer também em diferentes manifestaçõesartísticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura etc.
Para as autoras Koch e Elias (PLT), a intertextualidade envolve conhecimento de mundo e compreende o processode produção/recepção de um texto, processo no qual a decodificação pode adquirir múltiplos sentidos. Conformeas autoras, a intertextualidade pode ser:
a. Intertextualidade explícita: quando a fonte aparece claramente no intertexto.
b. Intertextualidade implícita: não há a citação expressa da fonte e o interlocutor deve relacionar os conteúdos
intertextuais.Devemos lembrar que a interdisciplinaridade não é uma mistura confusa de informações ou textos. Mas, umaforma de transformação e junção de outros vários, a partir de um inicial, de modo que o novo texto retome ossentidos dos outros originários.
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Vale destacar, também, a diferença entre plágio e intertextualidade. Plágio é a apresentação de uma obra como de
sua própria autoria, sendo originalmente produzida por outrem, ou seja, a dissimulação da produção intelectualou artística de outra pessoa.
Salienta-se, aqui, que a intertextualidade também pode servir como “voz” de uma época, do momento histórico-político-social de uma sociedade, ao realizar o diálogo com os acontecimentos e situações sociais contemporâ-neas.
Quando um texto incorpora elementos de outro, permite que se amplie o horizonte de quem lê. O intercâmbioentre as temáticas no diálogo intertextual aumenta a visão de mundo e privilegia o conhecimento de quem lê, istoporque, no esforço de dar sentido à leitura, busca-se identificar os assuntos nela envolvidos.
Por isso, a nossa compreensão de um texto depende do conhecimento de mundo adquirido pela experiência, pelaeducação, pelo estudo, por nossas leituras. Quanto maior o conhecimento do leitor, melhores possibilidades eleterá de perceber as ligações entre os textos, facilitando, assim, a sua compreensão.
MONTE CASTELOLegião Urbana
Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...É só o amor, é só o amorQue conhece o que é verdadeO amor é bom, não quer o malNão sente invejaOu se envaidece...O amor é o fogoQue arde sem se ver
É ferida que dóiE não se senteÉ um contentamentoDescontenteÉ dor que desatina sem doer...Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...É um não quererMais que bem quererÉ solitário andarPor entre a genteÉ um não contentar-seDe contente
É cuidar que se ganhaEm se perder...É um estar-se presoPor vontadeÉ servir a quem venceO vencedorÉ um ter com quem nos mataA lealdadeTão contrário a siÉ o mesmo amor...Estou acordadoE todos dormem, todos dormemTodos dormemAgora vejo em parteMas então veremos face a faceÉ só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...
I Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse aslínguas dos homens e dos anjos, e nãotivesse amor, seria como o metal que soaou como o címbalo que retine.
I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse odom de profecia, e conhecesse todosos mistérios e toda a ciência, e ainda
que tivesse toda fé, de maneira tal quetransportasse os montes, e não tivesseamor, nada seria.
I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, ébenigno; o amor não é invejoso; o amornão se vangloria não se ensoberbece...
Apóstolo Paulo
Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões
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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades
Atividades
INSTRUÇÕES
Vamos, agora, pôr em prática o conteúdo so-bre intertextualidade. Observe as orientaçõesde resolução de cada questão, considerando asindicações com relação ao trabalho individualou em grupo. Lembre-se de que é importanteperceber as relações dialógicas entre os textosapresentados.
Ponto de partida
Vamos criar um conteúdo intertextual?
Apresentamos uma pintura de Van Gogh intitu-lada “A Sesta” (1889-90). A partir dela, produ-za um texto escrito que poderá ser um poema,uma música, uma argumentação, uma matéria jornalística, um anúncio publicitário etc, utili-zando o diálogo entre a tela e o seu texto.
Lembre-se de que você deve deixar clara a refe-rência à obra de Van Gogh.
A sesta, 1889. Museu d’Orsay.
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Agora é com você! Responda às questões a
seguir para conferir o que aprendeu.
Questão 1
Individual e sem consulta.
Leia os dois textos a seguir e explique, em nomínimo 10 e no máximo 15 linhas, a relação in-tertextual entre eles.
Texto 1:
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADAManuel Bandeira
Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que nunca tiveE como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rioMando chamar a mãe-d’águaPra me contar as históriasQue no tempo de eu menino
Rosa vinha me contarVou-me embora pra PasárgadaEm Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorarE quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada.
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Leitura e Produção de Textos
Texto 2:
NÃO VOU PRA PASÁRGADALya Luft
“Achei que em Pasárgada eu correria menosrisco de me tornar descrente. Eu, que detesto oceticismo, agora tenho medo de me contagiar”
Eu já estava de malas prontas: ia pra Pasárgada(para quem não se recorda, é o reino feliz inven-tado por Manuel, o Bandeira; para quem nãosabe, ele foi um poeta maravilhoso). Queria es-capar deste reino das frases infelizes e atitudesgrotescas, dos reis feios e nus, das explicaçõescabotinas, da falta de providências e de auto-ridade, da euforia apoteótica de um lado e darealidade tão diferente de outro.Pasárgada podia ser um bom lugar, onde seacredita nas instituições e nos líderes, onde valea pena ser honrado e os malfeitores vão diretopara a cadeia, onde se tomam providências an-tes que tudo desabe. Lá, ao contrário daqui - emque a manada se divide entre os ingênuos, osque sabem das coisas, mas se conformam e osaproveitadores -, autoridade serve para cuidardo bem do povo, decoro é simplesmente decên-cia, seja em algum cargo, seja na vida cotidiana
de qualquer um.Na minha nova pátria eu tentaria não escrevermais sobre o que por estas bandas tem me an-gustiado ou ameaça transformar-se num tristís-simo tédio: sempre os mesmos assuntos? Man-daria só questionamentos sobre o que faz a vidavaler a pena: as coisas humanas, como família,educação, transformações, relacionamentos eseparação, responsabilidades e escolhas, alegria,vida e morte, incomunicabilidade e o mistériode tudo - até a dor (mas que seja uma dor de-cente).Nem problema de transporte eu teria: para Pa-sárgada se viaja com o coração e o pensamento.
Ainda bem, pois de avião seria loucura e risco.Desses meses todos me ficou inesquecível o tra-balhador humilde cochilando numa cadeira deaeroporto que, entrevistado sobre toda a confu-são, respondeu: “A casa já caiu, o brasileiro temde se conformar”. Ninguém faz nada? - pergun-tam-se as pessoas, no limite de sua capacidadede espanto. A impressão que estávamos tendo,nós, comuns mortais, era que resolver proble-mas e impor ordem importava bem menos doque distribuir ilusões como quem distribui piru-litos. É para rir ou para chorar? Ora rimos, orachoramos, esse é o novo jeito brasileiro de ser.Cresce a economia, encolhe a respeitabilidade;
pisca uma luzinha de esperança, mas a serieda-de extraviou-se. Poucos andam à sua procura.
continua...
continuação...
Aumenta o isolamento dos homens e mulherespúblicos respeitáveis, que mais parecem dinos-sauros sobreviventes de um tempo em que seriatotalmente impensável o que hoje é pão nossode cada dia. Eu ia embora porque enjoei dessarepetição obsessiva de fatos que provocam in-sônia no noticioso da noite e náusea no café damanhã. Ia partir sem endereço, sem telefone,sem e-mail . Levaria comigo pássaros, crianças eesta paisagem diante da minha janela (com ne-
voeiro, porque aí é de uma beleza pungente).Levaria família, amigos, livros, música e o ho-mem amado. Ah, e as minhas velhas crenças deque não somos totalmente omissos ou sem cará-ter, portanto este país ainda teria jeito, emboraneste momento eu não tenha muita fé nisso.Achei que em Pasárgada eu correria menos riscode me tornar descrente: eu, que detesto o ceti-cismo e não vivo bem com os pessimistas, agoratenho medo de me contagiar. Podia me livrarda suspeita de que por trás de tudo isso existealgo muito sério, gravíssimo, que nós, rebanhoalienado, desconhecemos. Quem sabe até ter-minasse o romance que venho escrevendo, num
compasso de desânimo que nada tem a ver comliteratura: nasce do meu amor por este país, aoqual dei meus filhos e meus netos para nele cres-cerem.Mas então, entre lideranças que negavam qual-quer problema, fazendo afirmações estapafúr-dias e divertindo-se talvez com nossa agonia,soprou um vento de lucidez e autoridade - pa-rece que as coisas se reorganizam. Botar a casaem ordem ao menos nos aeroportos não podiater levado tanto tempo, pobres de nós, mas hojenão precisarei ter medo se um de meus filhosviajar de avião. Amanhã é um enigma (sabe selá o que vai acontecer no breve intervalo entreescrever esta coluna e ela ser publicada).E assim, na última hora, decidi ficar. Acho que mesentiria como quem deserta de um grupo com oqual tem laços muito fortes: meus leitores. Osque me acompanham, os que pensam diferen-te e até os indignados - às vezes por terem lidoalgo, que nem estava ali. Todos são importantespara mim. Com eles tem sido imensamente esti-mulante partilhar alegrias e preocupações, des-cobertas ou receios. Afinal, somos irmãos, filhosdesta mãe, que, com decoro, firmeza e vontade,será melhor do que qualquer Pasárgada inven-tada.
Fonte: Veja. Disponível em: . Acessoem: 30 ago. 2010.
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Leitura e Produção de TextosTema 3 - Atividades
AQUARELA DO BRASILAry Barroso
QUERELAS DO BRASILMaurício Tapajós eAldir Blanc
Esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil BrasileiroTerra de samba e pandeiro...Brasil!Terra boa e gostosaDa morena sestrosaDe olhar indiferenteBrasil, samba que dáPara o mundo se admirarO Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor...Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o rei congo no congadoCanta de novo o trovadorA merencória à luz da luaToda canção do seu amorHuuum!Essa dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado...Esse coqueiro que dá côcoOnde amarro minha redeNas noites claras de luarPor essas fontesmurmurantes
Onde eu mato a minha sedeOnde a lua vem brincarHuuum!Esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil BrasileiroTerra de samba e pandeiro...Brasil!Meu Brasil BrasileiroMeu mulato inzoneiroVou cantar-te nos meusversosBrasil, samba que dáBamboleio, que faz gingáO Brasil do meu amorTerra de Nosso Senhor...
Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o rei congo no congadoCanta de novo o trovadorA merencória à luz da luaToda canção do seu amorQuero ver essa donacaminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado...Esse coqueiro que dá côcoOnde amarro minha redeNas noites claras de luarPor essas fontesmurmurantesOnde eu mato a minha sede
Aonde a lua vem brincarEsse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil Brasileiro
Cabucu CordovilCachambiMadureira Olaria eBanguCascadura Água SantaAcariIpanema e Nova Iguaçu
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Questão 4
Em grupo e sem consulta.
Os textos a seguir mantêm o diálogo intertex-tual. Explique como se dá a intertextualidadeentre eles e qual a crítica que o segundo faz àsociedade atual.
Poema 1:
QUADRILHA
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim queamava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa parao convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficoupara tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Fonte: Carlos Drummond de Andrade, Disponível em:. Acesso em:30 ago. 2010.
Continuação ...
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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades
Poema 2:
QUADRILHA DA SUJEIRARicardo Azevedo
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de
Joaquim que joga uma garrafinha
velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha
de não sei o quê na rua de Teresa que joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de
refrigerante na rua de Joaquim que joga
um papelzinho de bala na rua de J.Pinto
Fernandes que ainda nem tinha
entrado na história.
(AZEVEDO, 1999)
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Questão 5
Em grupo e com consulta.
Cada membro do grupo deverá buscar, em revis-tas ou jornais, anúncios que utilizam a intertex-tualidade como um recurso de mensagem.
Discuta com os colegas a presença da intertex-tualidade e qual a intenção do emissor ao usardesse recurso textual. Escreva as conclusões aque o grupo chegou e depois exponha paratoda a turma.
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As questões de 6 a 10 deverão ser respondidasindividualmente e sem consulta.
Questão 6
(ENADE, 2008).
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrin-do, não os olhos, mas uma infinidade de portas e janelasalinhadas. (...) Sentia-se naquela fermentação sanguínea,naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham opé na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal deexistir, a triunfante sensação de respirar sobre a terra. Daporta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como
formigas, fazendo compras. Aluísio Azevedo. O corti