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1 suplemento especial | diário do aço | abril 2015 PERD Nossa maior riqueza pag. 14 Ipaba, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo celebram mais um ano de suas histórias, alinhadas com um presente de conquistas e realizações. Bazar Cida Tradição e sucesso pag. 19 Ipatinga Coração do Vale do Aço pag. 8 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

Caderno especial

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Suplemento do jornal Diário do Aço em homenagem ao aniversário das cidades de Ipatinga, Ipaba, Santana do Paraíso e Timóteo.

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1suplemento especial | diário do aço | abril 2015

PERDN

ossa maior riqueza

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Ipaba, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo celebram mais um ano de suas histórias, alinhadas com um presente de conquistas e realizações.

Bazar CidaTradição e sucessop

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IpatingaCoração do Vale do Açop

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2 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

Atradicional publicação do

Caderno Especial do Diário

do Aço tem por objetivo

homenagear as cidades de

Ipatinga, Timóteo, Ipaba e Santana do

Paraíso no mês de aniversário. Além de

rememorar a rica história dos municí-

pios, resgatando informações sobre a

criação e consolidação dos mesmos, o

suplemento procurou abordar as po-

tencialidades atuais da região.

O caderno destaca o grande potencial

de Santana do Paraíso e Timóteo para o

turismo. A primeira é rica em cachoei-

ras, que se espalham em torno de suas

montanhas. A segunda abriga uma das

unidades de conservação da natureza

mais importantes do país, o Parque Es-

tadual do Rio Doce.

Também ressaltamos um dos seto-

res mais importantes de Ipatinga, o

comércio. Antigamente concentradas

apenas no centro, atualmente as lojas

se espalham por quase todos os bair-

ros, levando desenvolvimento e gera-

ção de emprego para todos os cantos

da cidade.

Nascidos do aço, os municípios apre-

sentam capacidades variadas de de-

senvolvimento. As riquezas da região

aliadas à força de trabalho e versatili-

dade de seu povo dão ao Vale do Aço

todas as ferramentas necessárias para

construir um patrimônio ainda maior

do que tem hoje.

/ expediente

Suplemento do Jornal Diário do Aço / Abril de 2015

Edição e Redação: Débora AnícioFotografia:Acervo Aciapi, Parque Estadual do Rio Doce e prefeituras de Ipatinga, Santana do Paraíso, Timóteo e Ipaba. Débora Anício, Elvira Nascimento, Martim Garcia, Richard Hatakeyama, Mirlaine Soares, Marcus Paiva e Nilmar Lage.Direção de Arte/Design: Gustavo FerrazFontes:Câmaras municipais e prefeituras de Ipatinga, Santana do Paraíso, Timóteo e Ipaba. Instituto Estadual de Florestas (IEF) e www.euamoipatinga.com.br.Comercial: Diário do Aço

Moldadas pela versatilidade

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Parabéns, timotenses.51 anos de Timóteo

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Tv Cult

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Ipaba comemora 23 anos de emancipaçãoEmbora seja uma das mais jovens da região, cidade tem uma história de raízes profundas

História da cidade começou em 1849 com o povoamento da região de Caratinga. - Crédito: Arquivo

IPABA

C om cerca de 16 mil habitantes, uma das mais jo-vens cidades da região completou 23 anos neste 27 de abril. Ipaba está localizada no Leste de Minas

Gerais e faz parte do colar metropolitano da região do Vale do Aço, a 248 km de Belo Horizonte e 22 km de Ipa-tinga. Emancipado em 1992, a história de Ipaba começou em 1849, com o povoamento da região de Caratinga. Hoje o município conta com diversos povoados na zona rural e tem como distrito sede Vale Verde de Minas.

Os índios foram os mais antigos habitantes da região do Vale do Rio Doce dentro do Estado de Minas Gerais. Eram conhecidos como Botocudos e ocupavam a densa mata Atlântica que se encontra uma parte atualmente protegi-da no Parque estadual do Rio do Doce. Guerreiros ferozes, atacavam até outras tribos indígenas caso tentassem in-vadir sua área de domínio, sendo justamente esta, a causa de seu extermínio. Os desbravadores brancos, a soldo da Coroa Portuguesa, chegaram ao Brasil influenciados pelo potencial do ouro da região. No entanto, encontraram dificuldades para penetrarem nas florestas habitadas pe-los Botocudos. Declararam, então, em 13 de maio de 1808, guerra aos índios através de uma Carta Régia, enviada pelo príncipe Dom João VI ao Governador e Capitão General da Capitania de Minas Gerais, pois os mesmos estavam cau-sando prejuízo aos interesses do Império.

No ano de 1849, vindos de pontos diferentes, João Antô-nio de Oliveira, João Caetano do Nascimento, João da Cruz e João Tomás iniciaram o povoamento da região de Cara-tinga. Desenvolvido o povoado, este daria, posteriormente, origem a vários outros da região.

Por volta de 1890, Regino Cândido iniciou o povoamento da Penha. Uma extensa área de terra foi doada por ele as margens da BR 458, onde foi criado o distrito de Vale Verde. Em virtude de uma epidemia de febre amarela, os fazen-deiros aproveitaram a situação e transferiram o arraial para as margens do rio Doce. Regino Cândido também ajudou a abrir trilhas entre as matas, dando sequência à rota que liga Entre Folhas a Inhapim e demais lugarejos a margem do rio Doce.

No mês de março de 1903 começou a construção da estrada de ferro Vitória a Mi-nas. Depois de ter inaugurado diversas estações, somente em 31 de dezembro de 1912 a ferrovia chegou à Cachoeira Escura, no km 443, sendo liberada para o transporte de passageiro. Em 1914, a construção da ferrovia foi prejudicada pela I Guerra Mundial, e todos os trabalhos foram paralisados entre Cachoeira Escura e Ipatinga. O ponto final da obra foi no km 457, próximo ao porto de Inhapim, sendo obrigatória a manobra das locomotivas para voltar rumo ao Estado do Espirito Santo. A estação recebeu o nome de Parada de Inhapim. Era essa a cidade mais próxima. Na segunda fase, a partir de 1919, prossegue a construção da EFVM. Somente em 1922, foram inauguradas as esta-ções do porto de Inhapim e Ipatinga.

Os irmãos Mafra e os Abrantes estavam entre os primeiros da EFVM. Foram res-ponsáveis pela abertura de trilhas no meio das matas por onde iria passar a ferrovia do aço. Com a paralisação da obra 1914, eles se estabeleceram no porto de Inhapim. Montaram a primeira maquina de limpar café na região. A indústria ficava onde hoje

se encontra a rua Gessi de Assis Pena, no município de Ipaba. Os Mafra e os Abrantes são históricos desbravadores de Ipaba.

Anos depois, os moradores exigiram que o nome porto de Inhapim fosse mudado sob o argumento de que a cidade de Inhapim estava muito distante da estação. As lideranças se reuniram chegando-se à conclusão que deveriam formar o nome com as silabas: IPA, de Ipatinga, e BA, da bacia do rio Doce. Juntando-se as sílabas fizeram desaparecer o porto de Inhapim e nascer o povoado de Ipaba. A origem do nome Ipaba é a mesma para as duas localidades divididas pelo rio Doce. Para diferenciá-las um dos povoados ficou conhecido como Ipaba de Caratinga e o outro, Ipaba de Mesquita.

Em 1936, com o crescimento populacional do povoado de Ipaba, o então prefeito de Caratinga, Sr. Omar Coutinho, mandou demarcar os 33 alqueires de terra oficializando assim a existência de mais um povoado em seu município. A medição foi feita pelo agrimensor Paulo Franklin. No dia 8 de outubro de 1982 Ipaba foi elevado a categoria de distrito. E em 1992 ocorreu a emancipação do local.

Abrindo caminhos

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Coração do Vale do AçoIpatinga comemora 51 anos reverenciando suas origens

Avenida João Valentim Pascoal é uma das vias mais antigas da cidade - Crédito: Arquivo/PMI

IPATINGA

Entre os séculos XVI e XVII, entradistas se-guiam pela região à procura de ouro e ma-teriais de valor, mas a descoberta de ouro

na região central de Minas Gerais fez com que vilas e povoados crescessem nesta região que até então era habitada apenas pelos índios Botocudos. Pouco tempo depois, a Coroa portuguesa proibiu o povo-amento da região do Vale do Rio Doce, para evitar o contrabando de materiais preciosos. Na segunda metade do século XVIII, Antônio Noronha ordenou a construção de uma estrada ao leste da capitania, justificando-se de que havia ouro nessa região. A estrada foi concluída pouco tempo depois.

Os primeiros civilizados a chegarem até a região

de Ipatinga e do atual Vale do Aço, vieram em 1752 de Sant”Ana do Alfié pela Serra da Vista Alegre. Atraves-sando o Rio Piracicaba, abrindo na margem esquerda desse rio uma posse no lugar hoje conhecido por Sítio Velho.

No início do século XX, as principais atividades econômicas eram a agricultura de subsistência e a pecuária. Em 1901, com a criação da Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFVM, o engenheiro Pedro Nolasco foi contratado para planejar uma estrada marge-ando o Rio Doce, que fosse desde o Porto de Vitória até a cidade de Diamantina. Sete anos mais tarde, um estudo comprova o alto teor de ferro nas jazidas de minério de Itabira. O interesse internacional dos

ingleses muda o projeto original da ferrovia, para facilitar o escoamento da produção para o Porto de Vitória, pelo qual seria levado em direção à Europa.

Com a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas, começaram a vir os primeiros habitantes da primitiva cidade de Ipatinga e da Região Metropo-litana do Vale do Aço. Através dos trilhos da estrada de ferro, fixaram-se na região além dos operários, e viajantes de várias partes de Minas Gerais e até de diferentes lugares do Brasil que vieram tentar a sorte na cidade. Em 22 de agosto de 1922, foi inaugurada a Estação Pedra Mole, a primeira da cidade. O primei-ro a fixar pouso foi José Fabrício Gomes, explorador de matas, que se apossou de uma área onde hoje

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O boom populacional começou com a chegada da Usiminas, em 1956 - Crédito: Arquivo

abrange o município de Ipatinga, com a intenção de explorar madeira. Pouco tempo depois, as terras fo-ram repassadas a José Cândido de Meira, tendo este aumentado a atividade de extração de madeira. Logo após, Alberto Giovannini transformou o local numa

fazenda de gado, tendo construído ainda no terre-no uma boa casa e, nos terrenos férteis, o cultivo de lavoura, atraindo colonos para o trabalho na fazenda. Em 1930, o trajeto da EFVM foi alterado. A Estação de Ipatinga (atualmente Estação Memória) foi constru-

ída para substituir a de Pedra Mole, que desabou em virtude da instabilidade do terreno.

Com o crescimento resultante da instalação da Usiminas na cidade em 1956, se tornou fundamental que Ipatinga tivesse autonomia administrativa. A pequena vila dependia diretamente dos interesses da sede, que era o atual município de Coronel Fabriciano, e os moradores acusavam políticos fabricia-nenses de descaso administrativo para com o distrito. A Assembleia Legislati-va do Estado de Minas Gerais aprovou, em redação final, o projeto de revisão administrativa, que criou 237 novos municípios, entre eles estava Ipatinga - criada pela Lei estadual n° 2764, de 30 de dezembro de 1962, juntamente com o distrito de Barra Alegre - e Timóteo, tendo sido vetada pelo Governador José Magalhães Pinto a instalação dos municípios de Ipatinga e Timóteo, que en-viou uma mensagem às comissões Pró-Emancipação dos dois municípios do Vale do Aço, informando o veto à emancipação e os seus motivos: afirmava que pretendia manter uma unidade política, administrativa, econômica e financei-ra desse polo siderúrgico.

Em 29 de abril de 1964 é que ocorre a emancipação de Ipatinga juntamente com a de Timóteo, sendo decretada por José de Magalhães Pinto. A partir daí, o distrito de Barra Alegre, passa oficialmente a pertencer a Ipatinga. No mesmo ano (1964), é eleito Délio Baeta Costa como intendente e um ano depois Fer-nando Santos Coura se torna prefeito. Anos mais tarde, em 8 de dezembro de 1975, é criada a Comarca de Ipatinga, sendo instalada em 2 de fevereiro de 1977.

Emancipação

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“Caçula” de história secularSantana do Paraíso celebra 23 anos de emancipação preservando uma história que teve início há mais de dois séculos

A Igreja da Matriz sempre ocupou lugar de destaque na paisagem urbana do município - Crédito: Arquivo

SANTANA DO PARAÍSO

No dia 28 de abril a cidade mais nova do Vale do Aço completou 23 de eman-cipação. Embora seja a “caçula” da região, a história de Santana do Paraíso começou na época dos tropeiros e boteiros. No reinado de Dom João VI, a

atual Santana do Paraíso era uma região inóspita, que foi entregue às autoridades portuguesas no projeto de “civilização” dos índios bravios descendentes dos Aimo-rés, do grupo Tapuia e do tronco linguístico Macro-Jê. Em 1809, Dom João VI determi-nou a ocupação dessa região por tropas nacionais e, na divisão, as terras do municí-pio passaram a pertencer à 1ª Divisão Militar do Rio Doce.

Essa Região foi entregue a Antônio Rodrigues Taborda, que comandava ações de ocupação de terra e combatia a resistência dos índios, apelidados de botocudos devi-do aos ornamentos que utilizavam, principalmente nos lábios. A administração das Regiões Militares, porém, revelou-se um grande fracasso. A maior dificuldade na épo-ca era encontrar homens para adentrar a densa mata, enfrentar os índios e a febre, o que fez com que o rei de Portugal reestruturasse as Divisões Militares, nomeando o francês Guido Marliére como administrador geral do Rio Doce, a partir de 1819.

Alguns historiadores acreditam que o processo de ocupação de Santana do Paraíso é mais antigo que os demais municípios do Vale do Aço. O território da margem esquerda do rio Doce esteve ligado diretamente à fase áurea da mineração em Minas Gerais, e tinha no município de Ferros – ao qual o então distrito pertencia, entre 1892 e 1923 – uma referência para os moradores da região. No final do século XIX, o local onde se construiu a cidade era um ponto de tropeiros que faziam a rota ligan-do a região do Calado, atual Coronel Fabriciano, ao município de Ferros. As tropas, vindas geralmente de Antônio Dias, passavam pelo Calado e por Barra Alegre (atual distrito de Ipatinga) e, para seguir até o Achado, tinham que passar pelo então povoado de Taquaraçu, subindo a Serra do Chico Lucas e seguindo viagem em direção a Ferros. A Cachoeira do Engelho Velho, ou Taquaraçu, no centro da cidade, próximo ao local onde hoje se situa o prédio da Prefeitura Municipal, era a preferida pelos tro-peiros para o seu descanso. Ao longo dos anos as tropas foram aumentando e a margem da cachoeira acabou se transformando num importante centro comercial.

Passado distante

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“Caçula” de história secular

Para alguns historiadores, o processo de ocupação de Santana do Paraíso é o mais antigo da região- Crédito: Arquivo

As cachoeiras que encantaram os tropeiros continuam atraindo muita gente- Crédito: Arquivo

A história do Vale do Aço está ligada a um certo capitão francês, que ajudou a desbravar áreas inóspitas e a “pacificar” os índios que ocupavam a região e que, por sua importância histórica, acabou inspirando nomes de cidades, ruas e avenidas. Trata-se Guido Marlière, que chegou ao Brasil em 1808, acompanhando a corte de Dom João VI, que então fugia de Napoleão Bonaparte e acabou, onze anos depois, nomeado comandante geral das Divisões Militares na região do Rio Doce, no leste de Minas Gerais.

Foram inúmeras as incursões de Marlière pela região, que, entre outros feitos, foi o responsável, no ano de 1827, da chegada do maquinário para a primeira indústria da região, pelas águas do rio Doce, fundada pelo também francês Jean de Monlevade. Ele foi também importante fonte de informações para os alemães Spix (zoólogo) e Martius (médico e botânico), autores de “Viagem pelo Brasil”, um dos principais relatos do início da colonização do Brasil.

Guido Marlière chegou à região do Rio Doce em 1818, como inspetor da Divisão Militar, estabelecendo seu quartel numa fazenda da região da Mata, na cidade atual de Guidoval (Guidowald, ou “Floresta do Guido”). Na região, ele construiu um presídio, onde hoje localiza-se a cidade de Visconde do Rio Branco, para onde eram levados, de barco e a cavalo, os degredados, índios e desordeiros aprisiona-dos na região hoje conhecida como Vale do Aço. Até o seu falecimento, no dia 5 de junho de 1836, Guido Marlière teve um papel importante no processo de catequi-zação dos indígenas que ocupavam a região.

No início do Século XX, com a chegada da Estrada de Ferro Vitória Minas, a região passou a experimentar um grande crescimento demográfico, com o aumento consi-derável de fazendeiros e produtores rurais que sonhavam escoar a produção agrícola pelo caminho de ferro em direção a Itabira e a Figueira do Rio Doce (atual Governador Valadares).

A linha férrea passava pelo “Porto do Sal”, atual bairro de Ipaba do Paraíso, que se transformou num grande entreposto comercial no final do século XIX. Nessa época, em vez dos tropeiros, destacavam-se os boteiros, responsáveis pelo transporte de mercadorias que atendiam, ainda, todo o extenso município de Caratinga.

Depois de construída a ferrovia, o atual bairro conhecido como Ipabinha ganhou mais importância comercial. Foi dali que partiram os homens que construiriam a Estação de Pedra Mole, que daria origem ao município de Ipatinga.

Em 1923, Minas Gerais sofreu uma nova subdivisão territorial, e o então distrito de Conceição de Mato Dentro foi anexado ao município de Mesquita. Nesse período, o local viveu uma fase de estagnação, até a chegada da siderur-gia à região, primeiro com a construção da Acesita, em meados dos anos 40, e depois da Usiminas, no final dos anos 50. No território de Santana do Paraíso foi construído o aeroporto da Usiminas, juntamente com o Distrito Industrial, que hoje abriga um grande número de empresas às margens da BR-381.

A partir da sua emancipação, no dia 28 de abril de 1992, a cidade começou a viver mais um ciclo econômico, com aumento do número de indústrias e um grande crescimento da sua área urbana, através da formação de novos bairros e loteamentos feitos por empresas do setor imobiliário.

Apesar de ser considerado o mais antigo núcleo habitacional do Vale do Aço, somente nos últimos anos é que Santana do Paraíso começou a se preocupar com a preservação de sua história e suas tradições. Foi nesse ano que a Prefeitura iniciou um levantamento detalhado do patrimônio histórico e cultural do muni-cípio, que, entre outros objetivos, busca definir uma política que ajude a resgatar a riqueza da história da “caçula” da Região Metropolitana do Vale do Aço.

Dos três bens tombados pelo Patrimônio Cultural de Santana do Paraíso no dia 20 de abril de 1999, o que está em melhor situação é a Igreja Matriz de Santana, no centro da cidade. O imóvel é mantido com muito zelo pela Paróquia de Santa-na, responsável por reparos e pela manutenção de suas características originais. Símbolo da religiosidade local, a Igreja da Matriz ocupa lugar de destaque na pai-sagem urbana do município, por estar localizada na Praça da Matriz, no Centro, que neste ano foi revitalizada e ganhou novo visual.

O “pacificador”

Começo do desenvolvimento

Siderurgia

Memória preservada

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Terra de desbravadores

TIMÓTEO

Emancipada há 51 anos, história de Timóteo teve origem no século XIX

O desenvolvimento da cidade foi acelerado com a chegada da Acesita - Crédito: Arquivo

Por volta de 1800, a região onde está estabelecido o município de Timóteo era densamente

habitada pelos índios Borun do Watu, conhecidos pelos portugueses como bo-tocudos. Os europeus chegaram ao local pelos rios Doce e Piracicaba em busca de escravos e riquezas minerais. O mas-sacre sistemático dos índios começou cerca de oito anos mais tarde, quando D. João VI separou a região em divisões mi-litares. O município passou a pertencer a 4.ª divisão, denominada Onça Grande (atualmente Jaguaraçu), comandada pelo francês Guido Marlière.

Em 1831 já não havia muitos nativos, dando início à colonização pelos euro-peus. Naquele ano o fazendeiro Francis-

co de Paula e Silva instalou-se na região. Em 9 de abril de 1832 recebeu uma carta de sesmaria referente ao local então de-nominado Ribeirão de Timóteo. Sua fa-zenda ficava na região na qual hoje está o bairro Alegre, onde o referido ribeirão deságua no Rio Piracicaba. Silva dedica-va-se às roças e criação de gado. Com o decorrer do tempo, a Fazenda do Alegre passou a servir de apoio às embarcações que se dirigiam à Vila Rica (atualmente Ouro Preto) e cidades vizinhas. A partir deste núcleo original se formou a Vila de Timóteo, que pertenceu à freguesia de Sant’Ana de Alfié (atualmente muni-cípio de Dionísio) juntamente com São Domingos do Prata e Jaguaraçu.

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Em 1901, com a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas começaram a chegar os primeiros habitantes de Timó-teo. Em 1922, após ser instalado o distrito de São José do Grama, pertencente a São Domingos do Prata, uma das providências tomadas por Edelberto de Lelles Ferreira (agente executivo do município) foi a criação de uma escola primária munici-pal no povoado sob a direção de Maria Quintão de Miranda, que exerceu o cargo por pouco tempo, sendo substituída por Maria Chaves, que alfabetizou várias gerações de timotenses. Em 1932 o arraial de São Sebastião do Alegre, já conhecido por Timóteo, foi elevado a distrito e, em 1º de novembro de 1938, desmembrou-se do município de São Domingos do Prata, anexando-se a Antônio Dias como distrito autônomo, cuja instalação realizou-se em 1º de janeiro de 1939.

Na década de 1940, o distrito sofreu um surto de desenvolvimento impulsionado pela implantação da empresa Acesita (atual Aperam South America). Isto levou, em 1947, a uma tentativa frustrada de emancipação. Naquela época a usina se tornara uma empresa-mãe, responsável pelos empregos, moradia e saúde de todo o município.

Em 27 de dezembro de 1948, pela Lei estadual n.º 336, Timóteo deixou de ser distrito de Antônio Dias, passando a per-tencer a Coronel Fabriciano, emancipado nesse mesmo dia. Mais tarde foi elevado à categoria de município com a denomi-nação de Timóteo pela Lei estadual n.º 2764, de 30 de dezembro de 1962, des-membrando-se de Coronel Fabriciano e constituindo-se apenas na Sede da cidade. Em 29 de abril de 1964 ocorreu oficialmen-te a emancipação de Timóteo juntamente com a de Ipatinga sendo decretada por José de Magalhães Pinto e tendo como seu primeiro prefeito José Antônio de Araújo.

A partir da década de 1970 começou uma inversão hegemônica de crescimento econômico e demográfico de todo o Vale do Rio Doce. O aglomerado urbano da região concentrou todas as aspirações ex-ternas e as tensões internas ocasionadas pelo crescimento populacional. Devido a esse crescimento populacional, pela Lei estadual n.º 6769, de 13 de maio de 1976 foi criado o distrito de Cachoeirinha (atualmente Cachoeira do Vale). Então, em divisão territorial datada de 1º de janeiro de 1979, o município passou oficialmente a ser constituído de 2 distritos.

Desenvolvimento urbano

Vista parcial da Matriz de São José no bairro Timirim em 1977 - Crédito: Arquivo

O rio Piracicaba foi um dos caminhos pelo quais os europeus chegaram à região - Crédito: Arquivo

14 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

PERD

A grande riqueza do Vale do AçoCom a maior floresta tropical de Minas Gerais, Parque Estadual do Rio Doce, localizado em Timóteo,é o principal patrimônio ecológico da região

PERD está situado em Timóteo e também nas cidades de Dionísio e Marliéria - Crédito: Martim Garcia

Além de um povo acolhedor, um clima agradável, uma história rica e diversas opor-

tunidades para os cidadãos, Timóteo abriga também a primeira unidade de conservação criada em Minas Gerais: o Parque Estadual do Rio Doce (PERD). Criado oficialmente em 14 de julho de 1944 por meio do decreto Lei nº 1.119, e inserido também nos municípios de Dionísio e Marliéria, o Parque abriga a maior floresta tropical do Estado.

Com uma área total de 36,970 hec-tares, o PERD é um dos três maiores

sistemas de lagos brasileiro, juntamen-te com o pantanal mato-grossense e o sistema Amazônico. Com um notável sistema lacustre, composto por qua-renta lagoas naturais, dentre as quais destaca-se a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km2 e profundidade de até 32,5 metros. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes, que servem de importante instrumento para estudos e pesquisas da fauna aquática nativa, com espécies tais como bagre, cará, lambari, cumbaca, manjuba, piabinha, traíra, tucunaré, dentre outras.

No Rio Doce é possível encontrar espécies da avifauna como o beija--flor besourinho, chauá, jacu-açu, saíra, anumará, entre outros. Animais conhe-cidos da fauna brasileira também são frequentes no Parque. A capivara, anta, macacos-prego, sauá, paca e cotia, bem como espécies ameaçadas de extin-ção como a onça pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.

Com uma diversidade imensa da fau-na e flora, o PERD se transformou num dos principais pontos turísticos do Vale

do Aço, recebendo, anualmente, 22 mil visitantes. Hoje o Parque é Reserva da Biosfera pela UNESCO, Patrimônio da Humanidade pela ONU e SÍTIO RAM-SAR, título internacional que reconhece os lagos naturais que ele protege como de importância fundamental para a proteção de biodiversidade no mundo.

Apesar de toda a riqueza disponível, o PERD não é muito conhecido por moradores da região. “A máxima de que santo de casa não faz milagre se aplica no caso da unidade de conser-vação. O Parque atrai pessoas e pes-

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Hoje em dia existem diversos projetos no PERD na tentativa de aproximar a comunidade, como o “Contos e Causos do Parque Esta-dual do Rio Doce”, realizado anual-mente na semana florestal com o objetivo de resgatar toda a história, curiosidades e fatos que marcaram a gestão e consolidação do Parque na estrutura social. T odo ano tam-bém é promovido o Natal Solidário, que arrecada presentes para serem

doados a crianças do entorno. Além do cinema verde que per-

corre as comunidades locais e o dia das crianças no Parque, há também a tradicional Romaria Ecológica Diocesana. A Romaria comemora o aniversário de criação da unidade, que resgata a visão de futuro do Bispo Dom Helvécio que, na década de 30, empreendeu de Marliéria, junto com os munícipes de lá, uma romaria que mais tarde culminou

com a sensibilização do governo para se criar o Parque.

Vinícius de Assis contou que tem havido um esforço para promover o PERD junto à comunidade. “T odo mês divulgamos o boletim ‘Muri-qui’, falando das ações e eventos que promovemos com os parceiros do Parque. Ele é enviado a segmen-tos da sociedade regional que tem mesmo que timidamente percebi-do alguns resultados do Parque”.

Além de estar aberto ao públi-co, o PERD mantém convênios com instituições para trabalhos incisivos de preservação do meio ambiente. “O Parque estimula pes-quisas científicas que é condição fundamental para a compreensão da biodiversidade nele ocorrente. Universidades e instituições de pesquisa têm protocolos de pes-quisas aprovados no Parque que garantem o sucesso de seu mane-jo”, contou Vinícius. Atualmente existem protocolos de pesquisa nas áreas de ecologia, gestão de áreas protegidas, aquática, bo-tânica, fauna, genética, geologia,

fungos e educação ambiental.“Implantamos no Parque o

Centro Integrado de Prevenção, Controle e Combate a Incêndios Florestais do PERD. Desde 2012 esse é responsável pelas atividades de monitoramento, prevenção e combate a incêndios na região de Timóteo, área mais crítica e susce-tível a incêndios no Parque. O Cen-tro conta com o apoio da Polícia Ambiental, Prefeitura de Timóteo, Aperam South America e Corpo de Bombeiros Militar”.

A presença de um complexo ecológico tão rico no Vale do Aço é importante para levar o povo da região a pensar sobre a necessidade da pre-servação. “Passou da hora de realizarmos uma importante reflexão. Temos que perguntar a nós mesmos qual o valor da água? Qual o valor do ar que respiramos? Qual o valor da manutenção de paisagens ainda pouco alteradas pela ação huma-na? Respondendo a estas perguntas certamente a sociedade perceberá a importância de uma área tão nobre e rica em biodiversidade e que presta gratuitamente importantes serviços ambien-tais a todos da região metropolitana do Vale do Aço”, afirmou o gerente do Parque, ressaltando o importante valor turístico do local. “O PERD é capaz de receber turistas nacionais e internacio-nais, como já vem ocorrendo, gerando emprego e renda no seu entorno, se consolidando como uma alternativa de desenvolvimento econômico limpo e igualitário”.

Trabalho de aproximação

Preservação ambiental

Conscientização

Para o gerente do PERD, Vinícius de Assis Moreira, os moradores da região precisam se aproximar mais do Parque - Crédito: Elvira Nascimento

Parque ajuda a preservar algumas espécies da fauna brasileira - Crédito: Martim Garcia/ Richard Hatakeyama

quisadores de todo o país e do exterior, mas ainda recebe poucos visitantes do Vale do Aço”, apontou Vinícius de Assis Moreira, gerente do Parque Estadu-al do Rio Doce. “Devemos promover mais o Parque com ações integradas de propagada e marketing, contudo, queremos catalisar e receber pessoas que entendam a dinâmica e especificidade de se visitar uma unidade de conservação, que é protegida por lei e que tem um regime diferenciado de visitação, com

normas e regras estabelecidas com a finalidade de garantir a sustentabilidade dos atributos naturais nele protegidos a fim de que se gere menos impacto na natureza”.

O alerta de Vinícius é importante, já que tradicio-nalmente o público do Vale do Aço tem o hábito de visitar clubes de lazer que possuem menos restrições no tocante às questões ambientais. “Por conta disso o Parque acaba não sendo a principal opção de lazer”,

disse o gerente, indicando que a atual crise hídrica pode reacender na população a percepção da impor-tância do PERD. “Acredito que com a crise ambiental cada vez mais instalada na sociedade, unidades de conservação ganharão destaque, pois estes lugares podem se configurar como uma das últimas estraté-gias de existência da humanidade”.

“Passou da hora de realizarmos uma importante reflexão. Temos que perguntar a nós mesmos qual o valor da água?”

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Historicamente, o Parque Estadual do Rio Doce possui parcerias fundamentais para sua proteção e conservação. “Sem dúvida uma das maiores e de maior longevidade é com a Polícia Militar Ambien-tal, através de 12ª Cia Independente de Meio Ambiente e Trânsito que instalou e gere o 3º Pelotão de Policiamento Ambiental do PERD”, apontou o gerente do PERD, acrescentando que empresas da região como a Cenibra, Usiminas, ArcelorMittal Bioflorestas e Aperam South America apoiam o Parque em atividades de monitoramento e com-bate a incêndios florestais.

As prefeituras de Marliéria e Timóteo também apoiam todas as iniciativas do Parque que variam desde ações de prevenção a incêndios florestais até apoio a eventos de educação ambiental e sustentabilidade.

Uma parceria importante com a prefeitura de Timóteo começa neste ano, o “Nós temos um Parque”. A iniciativa conjunta fará com que todos os alunos da rede municipal de ensino visitem o PERD, com o objetivo de compreender os aspectos relacionados à biodiversidade, história regional, geografia, etc.

Outra parceria interessante foi firmada com a Associação dos Ami-gos do Parque Estadual do Rio Doce, na realização do projeto “Doce Loja”, em que se comercializa os produtos manufaturados produzidos por artesãos e artistas do entorno. O projeto contribui para a geração de emprego e renda por meio do fluxo de turistas do Parque.

“Por toda a rica biodiversidade do Parque, sua importância para a natureza e também pelo fato de estar perto de nossas casas, ele é um ponto turístico imperdível para qualquer pessoa. O visitante que vir ao PERD é bem recebido e encontrará um clima amistoso e familiar onde poderá desfrutar de momentos importantes que oportunizará um resgate antropológico de homem e natureza”, convidou Vinícius.

Parcerias importantes

A Lagoa Dom Helvécio também é usada para o lazer dos visitantes - Crédito: Mirlaine Soares

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DESENVOLVIMENTO

Ciclo natural de toda grande cidadeCom o passar dos anos, o comércio de Ipatinga deixou de se concentrar apenas no centro e se alastrou por todo o município

Imagem da Avenida 28 de Abril em 1968 - Crédito: Arquivo

A força motriz do Vale do Aço sempre foi a siderurgia. O setor contribuiu não ape-

nas para dar nome à região, mas para seu nascimento e desenvolvimento. A chegada da Acesita (Companhia de Aços Especiais Itabira) a Timóteo em 1944 e a inauguração da Usimi-nas em Ipatinga em 1956 foram os fatores decisivos para a formação do Vale do Aço.

As empresas trouxeram progresso, emprego e renda à região, que logo começou a receber pessoas de todas as partes do Estado e também do País. A chama econômica que acendia aqui, brilhou não apenas dentro das em-presas, mas por toda a extensão dos municípios vizinhos. Necessidades como habitação, saúde e educação foram surgindo ao longo dos anos e as cidades foram crescendo, assim como um dos setores essenciais em qualquer comunidade: o comércio.

Origem e expansãoO Centro de Ipatinga nasceu no pequeno povoado

criado no entorno da antiga Estação Ferroviária. Pos-teriormente, a unidade definida como “centro” ficou constituída pelos bairros Novo Cruzeiro e Vila Ipanema, devido à forte dependência dos mesmos em relação à área central, e pelo Veneza I, devido ao seu potencial de crescimento e por representar, de certa forma, a conti-nuidade do Centro. Foi no atual centro de Ipatinga que se iniciou a história da cidade. Quando ainda era uma vila, existia uma pequena rua que os moradores apeli-daram de “Rua do Comércio”.

Em 8 de julho de 1954, a rua teve o nome mudado para Rua Dr. Luiz Ensh, pela Lei Nº 248, aprovada pela Câmara Municipal de Coronel Fabriciano, cidade da qual Ipatinga passou a ser distrito em 1953. Com o

advento do início da construção da Usiminas, o Centro foi crescendo desordenadamente e foi palco de várias passagens da história da cidade. Foi ali que funcionou por muito tempo o “Juá”, zona boêmia localizada ao lado da “Rua do Buraco” (atual Novo Centro).

Com a emancipação da cidade em 28 de abril de 1964, a via principal do Centro foi apelidada de Avenida Vinte e Oito de Abril. Suas ruas receberam nomes de cida-des mineiras e nomes de pioneiros homenageados, de acordo com o Decreto Nº 528, de 22 de março de 1974.

A atividade comercial do município nasceu no Centro e ainda hoje é o local mais forte quando se fala nesse setor. Porém, ao longo dos anos, as lojas foram migran-do para outros bairros. A evolução das outras regiões da cidade, o maior número de moradores dos bairros e

o alto custo de se manter um estabelecimento comer-cial no Centro foram alguns dos fatores que contribuí-ram para a propagação comercial da cidade.

Antigamente, para fazer qualquer tipo de compra era preciso se deslocar para o Centro, mas hoje é possível realizar as mais variadas compras em todos os bairros de Ipatinga. Entre os locais que se destacam quando o assunto é comércio estão os bairros Canaã (com 1.139 empresas), Cidade Nobre (1.595), Horto (743) e Iguaçu (1.520). O Centro ainda é líder em abrigar estabelecimentos comerciais, com 2.109 pontos, mas se somarmos os números apenas dos bairros citados, veremos o quanto todo o município tem um franco potencial para o comércio.

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Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi), Luís Henrique Alves, o desenvolvimen-to comercial dos bairros da cidade começou há cerca de 15 anos. “Foi uma mudança natural, à medida que uma cidade vai crescendo e o desenvolvimento vai chegando. Isso é normal, o comércio sair de um centro comercial e avançar para os bairros”, explicou Luís, lembrando que além dessa mudança, as dificuldades encontradas nos centros comerciais já estabelecidos também con-tribuíram para a expansão do comércio pela cidade. “O centro, por exemplo, não tem para onde crescer, as vagas de estacionamento permaneceram as mesmas e a quantidade de veículos foi só aumentando. Diante disso, alguns segmentos acabam indo para outros luga-res. É um processo que ocorreu em Ipatinga e em todas grandes cidades”.

O custo mais baixo de criar e manter uma loja fora do centro foi um grande incentivo para os comerciantes. “A tendência é que os valores dos aluguéis no centro sejam mais altos, principalmente se você comparar com a ave-nida 28 de abril ou o shopping, por exemplo”, apontou o presidente.

Embora a diferença de valores tenha sido um atrativo no passado, hoje, com o sucesso comercial espalhado por toda a cidade, é possível enxergar uma equiparação de custos entre os bairros e o centro. “Por incrível que pareça, diante desse momento que estamos passando, existem algumas lojas com aluguéis mais caros em al-guns bairros do que no centro. É preciso levar em conta a localização e o tamanho da loja, isso tudo influencia no preço do aluguel”.

O custo e lucro do comerciante podem variar de bairro para bairro, mas quem certamente sai ganhando com a

propagação comercial em Ipatinga são os consumido-res. “À medida que a pessoa pode comprar mais perto de onde ela mora ou trabalha, o deslocamento é menor, vai ficar menos tempo no trânsito, terá alguma econo-mia e facilidade, porque hoje o cliente busca a comodi-dade, o bom atendimento”. Além da mobilidade facilita-da e do conforto para o cliente, a expansão comercial é importante para a economia de Ipatinga. “Se a pessoa precisar sair de onde está, morando ou trabalhando, às vezes por falta de tempo ela deixa de comprar. Mas se tem próximo a ela o local para isso, ela vai lá faz as com-pras e acaba consumindo. Ter mais empresas na cidade é uma garantia de geração de mais emprego e renda”.

O cenário comercial que se formou ao longo dos anos no município é visto com bons olhos por todos. “Prati-camente todos os bairros de Ipatinga têm um comércio pujante. Temos o bairro Veneza com o setor de móveis, Cidade Nobre com boutiques, Horto com setor bancá-rio, Cariru com confecções e vestuário forte, Canaã com comércio bem diversificado e o Bom Jardim, com um co-mércio forte e que atende mais a própria comunidade”.

Originado de um loteamento feito em parte das terras que pertenciam à “Fazenda Barra Grande”, adquirida em 1950 por Selim José de

Salles, o Canaã é atualmente um dos bairros mais popu-losos e importantes de Ipatinga. Onde antigamente havia apenas terra e manilhas, hoje existe uma extensa avenida ladeada por dezenas de residências e comércios.

Fora o crescimento populacional e o fato de ter uma das avenidas mais movimentadas da cidade, o Canaã desponta quando o assunto é comércio. Hoje em dia os moradores do bairro não precisam de grande desloca-mento para fazer as compras do mês, renovar o guarda roupa ou realizar serviços bancários. O fervor econômico vivido pelo bairro começou há muitos anos, e teve como uma das principais pioneiras Aparecida Andrade Pereira, proprietária do Bazar Cida, loja de tecidos e aviamentos para moda. Dona Cida inaugurou seu comércio em 1986 e hoje ele não é apenas uma loja no Canaã, mas uma rede que se espalhou por oito cidades brasileiras.

O tradicional comércio de confecções de Ipatinga, que também está em cidades como Montes Claros, Salvador (BA) e Aracaju (SE), nasceu em um pequeno cômodo comercial na avenida Selim José de Salles. “Minha família é de Ferros e se mudou para cá em 1962. Naquela época Ipatinga com a Usiminas era praticamente a capital para as cidades vizinhas”, relembrou Cida. Caçula de nove

irmãos, ela tinha cinco anos quando se mudou para a região onde faria sucesso no futuro. “T odas as minhas irmãs se formaram como professoras e se aposentaram nessa profissão. Com 16 anos eu até tentei dar aulas, mas depois de seis meses vi que esse não era meu caminho”.

Pouco depois de desistir da área de educação, Cida viajou para São Paulo com o marido, onde fez um curso de confecção de lingeries. “Sou muito curiosa e quero aprender tudo que vejo. Fiquei encantada com esse curso e resolvi trazer para Ipatinga”, contou ela. “Usei o cômodo comercial que meu pai tinha (onde hoje está localizado o Bazar Cida) para montar a lojinha e dar o curso”. A ideia de Cida foi muito bem recebida e a sala de aula ficou lotada. “Dei oportunidade às donas de casa de terem a chance de trabalhar, de se tornarem vendedoras e terem uma fonte de renda”, explicou ela, ressaltando que o curso foi um boom por conta das propagandas que fazia na rádio. “Sempre valorizei a propaganda, tanto que sou cliente da rádio até hoje”.

Apesar do sucesso com o público-alvo, a iniciativa de Cida não foi bem vista pela sociedade na época. “Antiga-mente havia muito preconceito com as mulheres que trabalhavam com algo diferente de dar aulas. Era como se ser professora fosse a única profissão possível”, criticou. “Mas meu pais e meu marido sempre me apoiaram, o que me ajudou a seguir em frente”.

Inaugurado há quase 30 anos no Canaã, o Bazar

Cida passou por todas as fases de desenvolvi-

mento do bairro e ainda hoje se mantém como

uma das principais lojas de Ipatinga

Dona Cida é uma das principais pioneiras do bairro Canaã - Crédito: Débora Anício

Para o presidente da Aciapi, Luís Henrique Alves, a expansão comercial é boa não apenas para comerciantes e clientes, mas para a economia de Ipatinga - Crédito: Assessoria Aciapi

Desenvolvimento esperado

Sucesso mais que estabelecido

“O centro não tem mais para onde crescer, então é natural que a atividade comercial se espalhe pelos bairros”

20 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

Talento de família

O bairro

Futuro

Conquistando clientes

O exemplo dos pais foi fundamental para a carreira de Cida dar certo. “Minha mãe era costureira e fazia roupas para vender. Tudo era confeccio-nado na máquina manual e todo o processo era feito com equipamentos que existiam na época, como o ferro à brasa. Cresci dentro desse ambien-te, ajudando minha mãe, e criei gosto pela costura”.

Além do talento com a máquina, a matriarca da família também era uma boa cozinheira. “Ela fazia quitutes e levava para vender na frente da escola. Minha mãe era dona de casa, mas sempre teve cartas na manga para ganhar seu próprio dinheiro”, apontou Cida, que também teve o pai como exemplo. “Ele sempre trabalhou com comércio. Já teve de tudo, des-de bar a armazém. E eu sempre o ajudei em todos os empreendimentos”.

Hoje quem passa pelo Canaã ouve as buzinas dos carros, o barulho dos motores, o som de propagandas das lojas e o burburinho de dezenas de pessoas circulando pela avenida, mas quando a família de Dona Cida chegou a Ipatinga o cenário era bem diferente. “O Canaã era cheio de terra. Havia toras de madeira e manilhas espalhadas pelas ruas, e muitas galinhas soltas por aí”, recordou. “No início do desenvolvimento havia apenas a minha loja, a padaria Pão T otal, a Escola Estadual Nacif Selim de Sales e o supermercado Garcia. Inclusive o Garcia foi meu inquilino, a primeira loja dele foi no meu terreno”.

Dona Cida contou que percebeu a expansão do bairro quando os clien-tes não conseguiam vagas para estacionar seus carros. “À medida que as necessidades iam surgindo, os lojistas do bairro iam se adequando. Foi nessa época que nós brigamos por mais vagas de estacionamento, pedindo que parte do gramado da ciclovia fosse usada para esse fim”, re-latou a empresária. “Em toda construção no Canaã havia uma pequena loja. Era um desenvolvimento incontrolável”.

Apesar do talento na confecção, para erguer qualquer empreendimen-to é necessário conhecimento em outras áreas. “Quando comecei tive uma formação muito boa que conquistei na escola Polivalente. T odas as bases que eu precisava estavam lá. Fiz um curso de técnico de admi-nistração que contribuiu muito para minha carreira. É uma pena para a cidade que a escola não exista mais”, queixou-se a empresária. “Para iniciar qualquer comércio hoje é preciso ter um aparato muito grande, além de ter um mínimo de conhecimento sobre tudo o que é necessá-rio para criar e estabelecer uma loja. Esse provavelmente é o diferencial para que um empreendimento dê certo”.

Com dedicação, talento, persistência e investimento, o Bazar Cida foi dando certo e angariando cada vez mais clientes. “Quan-do estávamos crescendo muito comprei o imóvel do meu pai e construí o prédio para abrigar a loja”, relatou a empresária. “Fomos audaciosos e fizemos uma loja muito bo-nita. Na época fui até criticada por isso, já que o bairro abrigava pessoas mais simples. Muitos diziam que eu não deveria investir no Canaã”. Apesar das críticas, ela não abriu mão de apostar suas fichas no bairro em que cresceu. “A realidade do Centro não era muito diferente da de hoje. Imóveis caros e poucas vagas de estacionamento. Por isso não via sentido em ir para outro lugar”.

Além da comodidade de estar no bairro onde cresceu, a possibilidade de trabalhar ao lado de casa também foi importante para a permanência no Canaã. “Dessa maneira eu fiquei mais perto dos meus filhos”, falou. “Além disso tinha o privilégio do cliente vir atrás do meu produto. As pessoas já conhe-ciam o trabalho que eu vinha fazendo e a loja já era uma referência quando o assun-to era confecção”, explicou a empresária. “Acredito que com esse investimento no Canaã nós impulsionamos outras pessoas a

apostar no bairro. Os pioneiros mostravam que não era preciso sair daqui para atingir o sucesso profissional”.

Um dos fundamentos mais trabalhados pelo empreendimento e que Cida acredita ter sido vital para o sucesso da loja foi a propaganda. “Sempre investi em marketing por acreditar que esse era o melhor método de chegar às pessoas. Isso aliado ao diferen-cial da loja, que oferecia todos os aviamentos necessários para a confecção de qualquer tipo de roupa, foi crucial para nosso suces-so”. A propaganda do Bazar Cida era tão forte, que antigamente a loja funcionava aos sábados para receber clientes que vinham de João Monlevade, Belo Horizonte e Vitória da Conquista (BA).

O tradicional empreendimento alcançou não apenas o sucesso comercial, mas uma espécie de relacionamento com o cliente difícil de encontrar nos dias de hoje. “Muitas mulheres trazem o filho na hora de fazer as compras, por isso hoje temos clientes que um dia vieram aqui quando eram crianças. O Bazar Cida faz parte da história deles”, apon-tou ela. “Hoje quase todos os moradores do bairro me conhecem e sabem da história da minha família. É uma relação mais próxima”.

O tradicional Bazar Cida nasceu de um curso de confecção de lingeries - Crédito: Débora Anício

Cida ao lado do filho e gerente administrativo da loja, Devand Andrade -Crédito: Débora Anício

“Segredo do sucesso é muita persistência, fé em Deus e não ter medo do trabalho”

21suplemento especial | diário do aço | abril 2015

Evoluindo junto com o bairroProprietários de casa de carnes no Cidade Nobre viram de perto o desenvolvimento do local ao longo de 17 anos de atividade

O casal diz que o movimento no bairro ajudou nos negócios - Crédito: vmPEREIRACriado em 1973, o Cidade Nobre

ganhou esse nome de seu lote-ador, Pedro Linhares, por ser um

local circulado pelos principais bairros da cidade. Durante muitos anos o local foi puramente residencial e abrigava moradores de classe média alta. Hoje em dia o bairro mantém esse status, mas viu suas avenidas serão inundadas por lojas dos mais diferentes tipos. Entre os comerciantes que conseguiram sucesso profissional por lá está José de Paula Sil-va, o Paulinho, proprietário da “Carne & Cia”, que funciona há quase duas déca-das na avenida Carlos Chagas.

Nascido em Vargem Alegre, Paulinho se mudou para o Vale do Aço no fim da década de 70 com os pais e quatro irmãos e começou a trabalhar cedo, aos 15 anos. “Ele vendia verdura pela cidade”, contou a esposa do comerciante, Veril-da Nazaré Pereira. A família de Verilda é de Iapu e também veio para a região em busca de melhores oportunidades.

“Viemos para Ipatinga porque meu pai fichou na Usiminas. Moramos no Bom Jardim e depois no Industrial, onde conheci meu marido”, contou. Na época em que se conheceram, Paulinho traba-lhava numa casa de carnes no Centro, enquanto Verilda era secretária num escritório de dentista.

Pouco tempo depois de iniciar o trabalho no estabelecimento, o chefe de Paulinho resolveu abrir uma filial da casa de carnes no Cidade Nobre. As duas lojas coexistiram por poucos anos, até que os donos encerraram a sociedade e cada unidade passou a caminhar de for-ma independente. “Nessa época a loja funcionava na avenida Monteiro Lobato. Mas como o negócio estava crescendo, o dono do cômodo de comércio decidiu dobrar o aluguel”, recordou ele. O então proprietário da casa de carnes encon-trou um ponto mais barato na avenida Carlos Chagas, onde o estabelecimento funciona até hoje.

Depois de dois anos funcionando nesse endereço – numa época em que Paulinho e Verilda já estavam casados – o dono resolveu vender a loja do Cidade Nobre. Foi quando o casal adquiriu o comércio.

Eles contam que no ano em que oficia-lizaram a compra do estabelecimento,

em 1998, o bairro era muito tranquilo. “Não tinha quase nenhum movimen-to de carro. Dias de domingo e feriado não passava ninguém na rua”, lembrou Paulinho. “O movimento maior era na Monteiro Lobato, até pela proximidade com o bairro Esperança. Mas o restante do Cidade Nobre era bem vazio”.

Trabalhando há quase 20 anos no mesmo ponto, o casal acredita que o sucesso está relacionado à força de trabalho e ao diferencial da loja. “Nossa vantagem sempre foi nosso produto. Tínhamos um cupim com tempero especial que sempre atraiu muita gente. Esse era o corte de carne mais comum

na época, e a gente vendia com o dife-rencial que era o nosso tempero”, ex-plicou Verilda. “Muitas pessoas de fora compravam nosso cupim e sempre que voltavam para Ipatinga faziam questão de voltar aqui para comprar mais”, falou Paulinho. O cupim que foi o carro-chefe da casa de carnes é vendido ainda hoje.

Os comerciantes acreditam que a alteração de perfil dos bairros contri-bui para a mudança de percepção dos clientes. “Os moradores de Ipatinga sempre tiveram a cultura de sair de casa e ir até o Centro fazer compras, com a garantia de que tudo se podia encontrar lá. Mas hoje isso está sen-do quebrado com a força comercial

de bairros como Cidade Nobre, Bom Retiro e Canaã”, afirmou Verilda. “Hoje os bairros estão se preparando para que os consumidores não precisem ir tão longe de casa para fazer compras. Com bom atendimento e diversidade de produtos oferecidos, as lojas atraem clientes de todos os bairros que antes viam apenas o Centro como opção”.

Negócio próprio

Atrativo

Nobre e comercial

22 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

ENTREVISTAS

Muitos motivos para celebrarApesar do momento economicamente complicado do Brasil e das dificuldades enfrentadas por uma cidade pequena, o prefeito Edimarques Gonçalves Teixeira vê o futuro de Ipaba com otimismo

Para o prefeito, o foco do município hoje é saúde e segurança - Crédito: Ascom-Ipaba

No 23º ano de emancipação político-admi-nistrativa do município de Ipaba, cele-brado no último dia 27 de abril, o prefeito

Edimarques Gonçalves Teixeira (PDT), o Marquinhos do Odilon, falou sobre as conquistas dos últimos anos, dos projetos para a cidade e da necessidade de focar na saúde para melhorar a qualidade de vida dos moradores.

Entre as dificuldades enfrentadas pelo município, o prefeito citou a crise econômica que afeta o Brasil atualmente. “Ipaba é uma cidade pequena, onde to-dos conhecem todos. Durante sua curta história, já passaram dois grupos políticos pela administração municipal e agora, mesmo vivendo na difícil situ-ação em que o país se encontra, lutamos para que haja um marco político correspondendo às deman-das de que a cidade necessita”, afirmou o prefeito.

“O município está sofrendo as consequências da crise. O primeiro passo tomado para sobreviver a esse momento conturbado foi fazer um choque de

gestão. Cortando gastos onde houvesse possibilida-de sem prejudicar o atendimento, conscientizando toda a população que os repasses diminuíram, po-rém a administração está desenvolvendo diversos mecanismos para suportar tal situação”, assegurou.

O fato de não haver grandes indústrias instaladas na cidade faz com que seu ritmo de crescimento seja diferente de municípios como Timóteo e Ipatin-ga, por exemplo. “Ipaba não conta com essa con-tribuição para seu fortalecimento financeiro. Com isso, a administração atual vem trabalhando com os recursos adquiridos através de convênios com o Governo Estadual e Federal, repasses do Governo Federal e o comércio local”, explicou Marquinhos do Odilon. “Com muita luta, estamos conseguindo garantir o bom desenvolvimento da cidade e pro-porcionando à população melhor qualidade de vida e garantindo o desenvolvimento de nosso municí-pio, com investimentos em saneamento básico do distrito Vale Verde, por exemplo”.

Conquistas

Desafios

Para o prefeito, os 23 anos de Ipaba devem ser celebrados. “Temos várias conquistas ao longo desses anos. Em nossa administração podemos citar a pavimentação de todas as ruas do bairro Paraíso e bairro Nossa Senhora das Graças, instalação de antena de telefonia móvel no Distrito Vale Verde, reformas das escolas municipais, reformas nos pos-tos de saúde, construção da quadra Poliesportiva da Escola Municipal João Anísio de Brito e cobertura da quadra da Escola Municipal Padre João Geraldo Rodrigues, aquisição de ônibus escolares, ambulâncias e veículos para a área de saúde”, listou o prefeito. “Até o final do mandato temos di-versas obras a serem concluídas, como rede de esgotamento sanitário e tratamento (ETE) no Distrito Vale Verde, calça-mento da avenida do Contorno da Lagoa, construção da (UBS) Unidade de Básica de Saúde Tipo II no bairro Paraíso e iluminação do bairro Novo Horizonte”.

Diante de tantos projetos concluídos, e outros encaminha-dos, o prefeito acredita que há bons motivos para celebrar o aniversário. “No dia 27 de abril comemoramos a liberdade de uma cidade que tem seus poderes vinculados à autono-mia. Ter condições de obter mais sucesso em suas conquis-tas, podendo assim decidir por ela o melhor, tendo respeito e dignidade. Por tudo isso, acredito que os cidadãos de Ipaba tem muito o que celebrar nesse dia”.

Segundo o prefeito, o crescimento da cidade é o foco de sua administração, e para isso é essencial zelar pela quali-dade de vida dos cidadãos. “Por se tratar de um município com poucos recursos, a administração vem realizando esforços para que todos os setores tenham um desenvol-vimento que forneça aos habitantes melhores condições de atendimento em suas necessidades”, avaliou. “No mo-mento a prioridade é saúde e segurança, sem perder o foco nas demais áreas, sabendo que cada secretaria tem a sua importância para contribuir com o desenvolvimento do município”.

Apesar das dificuldades cotidianas, o prefeito vê com oti-mismo o futuro do município. “Agradeço a Deus pela opor-tunidade de estar na direção de uma cidade onde nasci, cresci e me tornei prefeito. Mesmo lidando com problemas financeiros e com a atual situação econômica do País, estou procurando desempenhar meu papel de administrador da forma mais transparente e profissional possível. Trazendo para todos os habitantes de nosso município melhores condições de vida e dando a eles a garantia do meu esforço, juntamente com o Legislativo, para uma cidade cada dia melhor, para ser vivida”, declarou. “Que nossos cidadãos tenham orgulho de dizer: sou filho de Ipaba”.

23suplemento especial | diário do aço | abril 2015

DESEJAR VIDA LONGA A UM LUGAR CHAMADO VALE DO AÇO NÃO É APENAS UMA HOMENAGEM,

É UMA CERTEZA.

Homenagem do Shopping do Vale ao aniversário deIPATINGA, TIMÓTEO, SANTANA DO PARAÍSO

e IPABA. Vale do Aço: um lugar que se completa.

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24 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

ENTREVISTAS

Franco crescimentoSantana do Paraíso trabalha com seus recursos naturais, sua extensa área, seu povo e sua localização estratégica para se desenvolver economicamente

Segundo o prefeito Zizinho, a administração municipal trabalha para aproveitar ao máximo todos os recursos de que a cidade dispõe - Crédito: Ascom- Santana do Paraíso

Além de ser uma das cidades mais jo-vens do Vale do Aço, Santana do Paraíso também é uma das principais quando

o assunto é potencial para o crescimento. Com extensão territorial de 276 Km2 e formado por dez comunidades rurais (povoados), 12 comunidades urbanas (bairros) e um Distrito Industrial, o muni-cípio mostra uma forte vocação para o desenvol-vimento. Em entrevista, o prefeito Antônio Afonso Duarte (PT), o Zizinho, contou que a administração não mede esforços para explorar todo o potencial econômico da cidade.

“Nosso município vem sendo administrado pelo PT há uma década e, mais precisamente, nos últimos dois anos pela nossa administração. Nesse tempo temos conseguido avanços consideráveis em todas as áreas”, pontuou o prefeito. “Sobre o relacionamento com a Câmara, embora não tenha-mos maioria, temos conseguido aprovar os proje-tos de interesse do município, devido ao diálogo que mantemos constantemente com a Casa”.

Em relação às possiblidades de crescimento, Zizinho contou que seu governo tem procurado apoiar as empresas, com o intuito de melhorar a arrecadação e a geração de emprego e renda. “Te-mos conseguido encaminhar algumas ações nesse sentido, como a viabilização de uma área junto à Cenibra para a expansão da Laminação Paraíso. Estamos em contato com Brasília, em relação à administração do aeroporto que hoje pertence à Usiminas, mas que passará à administração do Go-verno do Estado. Recentemente, a Emalto adquiriu uma área no Distrito Industrial e vai se implantar no município. Acabamos de aprovar na Câmara uma liberação para conseguirmos um empréstimo junto ao BDMG, para a modernização administrati-va e tributária – PMAT, que vai ser importante para uma melhor prestação de serviços ao contribuinte, isso sem contar que melhoraremos nossa receita, sem aumentar impostos”.

Além do trabalho de articulação política para garantir a vinda de importantes empresas e em-preendimentos para a cidade, o prefeito ressaltou ainda a importância de sempre estar atento ao bem estar dos cidadãos. “Nossa prioridade é inter-vir junto ao Governo do Estado para melhorarmos o atendimento de segurança pública à população, ampliar ainda mais o atendimento à saúde, garan-tir o atendimento de 100% das crianças que neces-sitam de educação infantil e continuar as obras de infraestrutura, onde for necessário, para atender todas as comunidades”.

O crescimento de Santana do Paraíso também se dá em sua população, que tem aumentado subs-tancialmente. “Além de outros fatores, isso acarreta procura de serviços públicos em todas as áreas e, por mais que a administração faça, ainda há muita demanda reprimida”.

Obstáculos do dia a dia

Futuro

Apesar do foco no crescimento, o município também sofre, assim como praticamente todo o país, com o atual momento da economia. “Temos que nos lembrar que vivemos em um mundo globalizado, e sofremos constantemente influência externas, mas temos que estar preparados para a competição de mercado”, salientou Zizinho. “Em relação à crise hídrica, que tem onerado os gastos com energia elétrica e água, antes de economizarmos para diminuir nossos custos, é pre-ciso que o cidadão se conscientize de que temos que mudar de postura quanto à economia de água, para

preservarmos esse bem tão precioso”, alertou.O prefeito ainda lembrou que embora Santana do

Paraíso tenha uma grande população, segundo da-dos do último Censo do IBGE, ainda não conseguiu o número necessário para melhorar os recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). “Com isso, temos que atender a um grande número de pessoas com poucos recursos. Mas temos nos esforçado para garantir os direitos dos servidores e realizar as obras de que a cidade precisa”.

Trabalhando de olho nos próximos anos e cuidando dos problemas atuais, a administração aponta os mo-tivos para celebrar o 23º ano de emancipação do mu-nicípio. “Entre as muitas conquistas de nosso governo destacamos as obras de infraestrutura de drenagem e pavimentação em todos os bairros, a construção de uni-dades de saúde e de escolas, a melhoria do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a ampliação de Estratégias de Saúde da Família (ESF), a implemen-tação do Orçamento Participativo (OP), a ampliação de nossa frota de veículos para atender melhor os pacien-tes da saúde, a implantação de uma casa de apoio em Belo Horizonte, para acolher os pacientes que fazem tratamento fora do domicílio e o apoio que temos dado ao turismo”.

O prefeito também listou outra série de motivos para o cidadão de Santana do Paraíso festejar a data de aniversário. “Além dos grandes avanços já conquistados, temos que comemorar o grande potencial que nossa cidade tem em relação aos recursos naturais, à nossa lo-gística, já que temos em nosso território duas rodovias, as BR´s 381 e 458, uma linha férrea e um aeroporto. Sem contar que somos um povo trabalhador e ordeiro que ama essa cidade e quer vê-la cada dia mais próxima de um paraíso”, declarou ele, que finalizou a entrevista ressaltando a força do povo. “Gostaria de agradecer pela participação ativa da população nas ações que a prefeitura vem desenvolvendo e ressaltar que devemos acreditar em nossa cidade, e nos esforçar para torná-la um lugar melhor para se viver”.

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ENTREVISTAS

Nos trilhos do desenvolvimentoCom ótimos índices em educação, Timóteo foca suas energias para manter as conquistas e alcançar o sucesso em todas as áreas

Prefeito Keisson Drumond disse que a administração municipal está recheada de projetos para o município - Crédito: Marcus Paiva

Uma das cidades mais importantes do Vale do Aço, Timóteo chega aos 51 anos com o amadurecimento necessário para compreender sua histó-ria, aprender com o passado, manter suas conquistas e seguir firme em

busca de melhorias em todos os setores. Em entrevista concedida ao suplemento especial do Diário do Aço, o prefeito Keisson Drumond (PT) apontou as vitórias alcançadas por seu governo e os desafios que aguardam o município.

Um dos pontos positivos conquistado pela cidade ao longo de sua história é a estabilidade política. “Isso trouxe grandes benefícios para a governabilidade de Timóteo. Temos aproximadamente 39 projetos em andamento e uma organiza-ção administrativa que estamos modernizando a cada dia, possibilitando en-xergar a cidade em sua extensão territorial, sonhando, discutindo e executando projetos necessários para o desenvolvimento administrativo do nosso municí-pio”, ressaltou o prefeito.

Nascida da siderurgia, Timóteo, assim como as demais cidades da região, vem buscando desenvolver outras áreas da economia. “Sempre acreditamos no poten-cial do município e na capacidade da nossa população de superar desafios. Bus-camos transformar as dificuldades em oportunidades, promovendo ou apoiando projetos que visem o desenvolvimento do comércio e indústria da cidade, além de estimular o turismo cultural, religioso e ambiental”, declarou Keisson, aproveitan-do para listar algumas ações de seu governo, como: investimento previsto de R$ 78 milhões para o tratamento de esgoto na cidade; redução do índice de mortalidade infantil; reforma do ginásio coberto Iorque José Martins em parceria com o gover-no federal; investimento de R$ 10,5 milhões para o Cefet, entre outros projetos.

“Nestes 51 anos de história, Timóteo se consolidou como referência na área edu-cacional, de saúde, infraestrutura; enfim em qualidade de vida. Temos orgulho da rede pública municipal ostentar a melhor educação básica do Leste de Minas.

Desafios Economia

Próximos passos

> Mensagem do prefeito <

Sobre o futuro da cidade, Keisson Drumond afirma que o foco é a construção do distrito industrial. “Há necessidade de investimentos em todas as áreas, entretanto, o novo distrito industrial, com ênfase no beneficiamento e produção de insumos para o setor de fabri-cação do aço inox, merece especial atenção”, salientou ele, lembrando que a melhoria das principais vias de acesso ao município tam-bém é muito aguardada. “Não resta dúvida quanto ao impacto positivo no desenvolvi-mento local e regional com a duplicação da Rodovia BR 381, cuja finalização nós aguarda-mos ansiosamente. Assim, como o início da pavimentação da Rodovia de Ligação LMG 760, interligando o município de Timóteo à rodovia BR 262, que possibilitará novas pers-pectivas de desenvolvimento”.

Além da atenção para a indústria, Timóteo olha com zelo para a educação. “O avanço na área de oferta de novos cursos superio-res, tanto na educação pública como na educação privada é também um desafio. Já contamos com um curso de Engenharia de Computação, oferecido pelo Cefet e aguarda-mos a vinda de outros na área tecnológica”.

Problemas anteriores e reflexos da crise econômica também respingam nos municípios da região. “Ao assumir-mos em janeiro de 2013, só do governo que nos antecedeu, herdamos uma dívida de aproximadamente R$ 35,5 mi-lhões, incluindo salário e consignações atrasados. E a dívida total encontrada, advinda de vários governos passados somou mais de 170 milhões de reais”, apontou Keisson. “Acresce ainda a esse quadro caótico que a receita não arre-cadou o tanto necessário para atender ao aumento das demandas sociais e de infraestrutura. Tanto o setor público quanto o privado ficaram numa situ-ação muito fragilizada. Para assegurar a prestação de serviços à população somos obrigados a promover cortes de custos e maior habilidade para otimi-zar os recursos disponíveis”, explicou o prefeito, ressaltando que o município precisa ampliar seu setor econômico, para arrecadar mais e conseguir arcar com seus compromissos

Para manter a engrenagem de uma cidade em pleno funcionamento e aten-der às demandas da população é preciso atuar com firmeza em todas as áreas, mas para a administração, três pontos precisam de mais atenção no momento: educação, saúde e tratamento de esgoto. “Precisamos continuar o bom trabalho que estamos desenvolvendo na educação”, citou o pre-feito, apontando que Timóteo ocupa hoje o primeiro lugar do IDEB (Índice de Desen-volvimento da Educação Básica do Leste de Minas Gerais), e está em 2º lugar, em Minas, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), na área da Educação. “A administração vem investindo de forma significativa nessa área, prova disso é a implantação da Edu-cação em Tempo Integral em 11 escolas, em parceria com o governo federal através do Programa Mais Educação, sendo que duas destas são custeadas pelo próprio municí-pio”. Atualmente 1.100 alunos são assistidos pelo programa.

Em relação ao tratamento de esgoto, o prefeito afirma que esse é um desejo

antigo do município. “Estamos prestes a realizar esse sonho. A Ordem de Serviços já foi expedida com um cronograma para ser executado entre 18 a 24 meses. Com certeza, a sua conclusão servirá para melhorar a nossa posição no IDH e a qualidade de vida da população”.

A saúde é prioridade na maioria dos mu-nicípios brasileiros, e não seria diferente em Timóteo. “Com a conclusão da UPA Tipo 2, que está sendo construída no bairro Prima-vera, certamente nossa cidade estará dando mais um passo rumo ao pleno atendimen-to”, garantiu Keisson. “Com políticas públicas adequadas, conquistamos uma significativa melhoria no índice de mortalidade infantil. A nossa posição já é a melhor do Vale do Aço e vamos avançar ainda mais. Nossa rede de atenção básica está presente em toda a cidade com Unidades Básicas de Saúde, Farmácias e Laboratório, além de convê-nios, que garantem uma cobertura para a população de todos os setores da cidade e o cumprimento do nosso papel no que diz respeito à atenção básica na área da saúde”.

“Encontramos o município, em Janeiro de 2013, em estado lastimável do ponto de vista financeiro. Hoje todas as cidades sofrem os reflexos negativos de uma conjuntura econômica desfavorável em nível nacional e internacional. Timóteo não é exceção. Timóteo não é uma ilha. Contudo, temos trabalhado arduamente para arrumar a casa e colocar a cidade outra vez nos trilhos do desenvolvimento.

Minha mensagem é de otimismo e de esperança. Com seriedade, austeridade, dedicação e muito trabalho estamos conseguindo alcançar nossos objetivos. Tenho certeza de que, com o esforço de todos, construiremos uma cidade de

Timóteo melhor, justa e cidadã”, finalizou o prefeito.

26 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

ENTREVISTAS

Criatividade para seguir em frenteEm entrevista, prefeita Cecília Ferramenta aponta o potencial de Ipatinga em setores como comércio, turismo e cultura

Para a prefeita, saúde e educação são as prioridades da administração municipal - Crédito: Secom-PMI

No aniversário de 51 anos de eman-cipação política-administrativa, Ipatinga olha com orgulho para

sua história, festeja as conquistas e cami-nha rumo ao futuro com passos firmes. Em entrevista concedida ao suplemento espe-cial do Diário do Aço, a prefeita Cecília Fer-ramenta (PT) apontou que a criatividade é a ferramenta fundamental para seguir em frente. “Assumimos o governo num cenário muito adverso, pois herdamos dos governos anteriores, além de uma enorme dívida, um quadro de completa desorgani-zação administrativa. Conseguimos neste curto período, recuperar muito da capacida-de da Prefeitura na prestação de serviços e da credibilidade da administração nos âm-bitos federal e estadual”, afirmou a prefeita, contando que apesar da crise financeira que o Brasil sofre, há motivos para ser otimista. “A crise econômica trouxe consequências desastrosas para os municípios e requer ainda mais esforços e faz com que tenha-mos de adiar muitos de nossos sonhos e refazer nossos planejamentos. Ainda assim, conseguimos avançar nas políticas públicas nos mais diversos setores, especialmente na saúde e na educação”.

O conturbado momento econômico do país levou a cidade a uma situação delica-da, assim como a maior parte dos muni-cípios brasileiros. “Nos últimos dois anos foi preciso aumentar as despesas para recuperar a capacidade administrativa na gestão dos serviços públicos. Somente com a manutenção da UPA 24 Horas, a Prefei-tura investiu cerca de R$ 15 milhões em 2014, quando deveria ter gasto R$ 4 mi-

lhões, pois o Estado e a União deixaram de pagar a sua parte no custeio da unidade. Em contrapartida a essas despesas extras, as receitas transferidas para o município estão em queda neste início de ano, o que aponta para a necessidade de medidas de ajustes. Já estamos adotando algumas des-sas medidas emergentes, mas sem causar prejuízos à comunidade. Com fé em Deus, vamos continuar apostando no trabalho e na criatividade para vencermos os desafios que se apresentam”.

Apesar dos problemas, a prefeita con-tou que os rumos do município são pen-sados e prezados todos os dias. “Vamos buscar estreitar muito mais as relações políticas e técnicas que já mantemos com os governos Estadual e Federal, além da iniciativa privada. Queremos atrair novos investimentos para aproveitar o potencial econômico de Ipatinga, nos seus diversos setores: industrial, comercial e de servi-ços, turístico, cultural, esportivo e de lazer. Temos projetos já encaminhados em várias frentes, por exemplo: a expansão do nosso Distrito Industrial, a revitalização do Está-dio Ipatingão, a implantação do campus da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e outras iniciativas que pretendem ampliar o leque de opções, para investidores e, e especial, para a nossa juventude”, listou Ce-cília. “Além disso, incentivamos o turismo rural do município e a diversidade econô-mica. Exemplo disso foi a recuperação das estradas rurais, especialmente a do Ipane-minha, que já recebeu as primeiras obras de asfaltamento, melhorando a segurança e as condições de tráfego no local”.

Futuro

Motivos para celebrar

Um dos focos da atual adminis-tração é com a educação, único meio pelo qual um povo pode de fato se desenvolver. “Ipatinga foi um dos destaques no 3º Encontro de Municípios com o Desenvolvi-mento Sustentável, que aconteceu em Brasília no início do mês. Pude-mos apresentar todos os avanços já conquistados na rede municipal de ensino em pouco mais de dois anos, que chamaram a atenção de outras cidades do país. A expansão da Edu-cação em Tempo Integral, que tinha 900 alunos matriculados em 2012 e agora em abril de 2015 já são mais de 7.000, a melhoria balanceada da merenda escolar e o Orçamen-to Participativo da Educação são programas criados em Ipatinga que já servem de modelo para outros municípios”, informou Cecília, sem esquecer outra área fundamental para qualquer município, a saú-

de. “Priorizamos a saúde desde o primeiro dia do nosso governo. Já fizemos muita coisa, como a UPA 24 Horas, as unidades do Caravelas e do Parque das Águas, a construção do Bloco E do Hospital Municipal, as Academias de Saúde e muito mais. O importante é que, em momento algum, deixamos de olhar a cidade como um todo e nas suas carências pontuais. Temos muito a avançar pela frente, e vamos em busca des-ses avanços”.

Para Cecília, o importante agora é manter o equilíbrio das finanças municipais. “Neste momento de crise econômica, passa a ser um compromisso primordial da Admi-nistração com o presente e o futuro de Ipatinga. Precisamos agir com responsabilidade e respeito aos cidadãos, assegurando serviços de qualidade para todos”.

Indiferente do cenário econômico e dos contratempos vividos por qualquer municí-pio brasileiro, a prefeita lembra que hoje é um dia que todos os cidadãos ipatinguen-ses têm o que comemorar. “O aniversário de Ipatinga sempre é um momento de comemoração, de satisfação e de alegria para todos nós, que moramos e vivemos

nesta cidade progressista, pacífica e de gente acolhedora”, declarou Cecília Ferra-menta. “Queremos renovar os nossos votos de felicidade para toda população. Ipatinga é o nosso lar e o nosso orgulho, por isso estaremos sempre prontos para trabalhar por esta cidade e o seu povo”.

27suplemento especial | diário do aço | abril 2015

HOJE NOSSOS CORAÇÕES BATEM TRÊS VEZES MAIS FORTE!PARABÉNS PARA NOSSAS QUERIDAS CIDADES,IPATINGA, SANTANA DO PARAÍSO E TIMÓTEO!

CRECI: PJ-8.365

Parabéns, Ipatinga, Timóteo, Ipaba e Santana do Paraíso.

PUBLICAR TÃO BELAS HISTÓRIAS TAMBÉM NOS DEIXAM CHEIOS

DE FELICIDADES.

(31) 3822 3191 [email protected]

28 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

PROJETOS

Estação Memória é palco para o resgate histórico de Ipatinga

Educa Ipatinga

Antiga estação ferroviária abriga documentos e imagens sobre a origem do município, além de receber o trabalho de artistas locais

Plano Municipal de Educação de Qualidade incentiva pais e professores a serem mais ativos no processo educacional

A Estação Ipatinga, construída em 1930 para substituir a Estação de Pedra Mole, reme-

te ao pequeno vilarejo situado à região Leste de Minas Gerais e que até início de 1960 contava com pouco mais de 60 casas e 200 habitantes entre carvoeiros, fazendeiros, pequenos agricultores e comerciantes. Foi desativada em 1951, e suas dependências foram utilizadas, no período de 1963 a 1964, como sala de aula para os filhos de trabalhadores locais.

Em 1968 serviu de abrigo para as víti-mas da enchente do Ribeirão Ipanema. Em 30 de dezembro de 1981, a Estação Ipatinga foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Municipal, através do Decreto 1.422. A partir de 1986, inicia-ram-se intervenções para recuperar o prédio. Em dezembro de 1992, as obras de restauração da Estação foram conclu-ídas, sendo que os recursos foram viabi-lizados a partir de negociações firmadas entre a Prefeitura Municipal de Ipatinga e Companhia Vale do Rio Doce. A antiga

estação ferroviária passou então a ser um centro cultural ou espaço cultural.

A inauguração deste espaço foi oficia-lizada em 28 de dezembro de 1992 com o nome Estação Memória T om Jobim e representou o marco inicial no processo de resgate da memória da cidade.

A estreia da Estação Memória se deu em 1993, passando a desenvolver tam-bém projetos voltados para a divulgação de trabalhos de artes, tornando-se local de visitação pública para exposições de pinturas, fotografias, vídeos, documentos históricos, além do espaço para peque-nos shows musicais, com abertura para artistas regionais. A partir daí, foram implementados pela Coordenadoria de Cultura da Prefeitura projetos voltados para pesquisa, aquisição e divulgação de documentos que visam fornecer dados sobre a criação e transformação sócio--econômica do município de Ipatinga.

Em 2006 a Câmara Municipal de Ipa-tinga aprovou projeto alterando o nome da Estação que passou a se chamar Estação Memória Zeza Souto.

No último mês a Estação Memória Zeza Souto começou um novo projeto de resgate da história de Ipatinga e região. Com o slogan “Para ficar na memória e entrar pra his-tória”, a iniciativa tem o objetivo de enriquecer o acervo de fotografias históricas, a partir da doação espontânea de moradores e famílias que deram a sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social da cidade.

O projeto consiste na reprodução de imagens de arquivos particulares, que são copiadas, identificadas e catalogadas para fazer parte do acervo permanente da Estação Memória. T odos os anos, essas fotografias são expostas aos moradores e turistas da região, numa programação especial de valorização da história de Ipatinga e do Vale do Aço, promovida pela Prefeitura. A Estação Memória Zeza Souto fica na rua Belo Horizonte, nº 272, no Centro. Mais informações pelo telefone (31) 3829-8349.

A partir de 2013, a Prefeitura de Ipatinga retomou uma de suas principais marcas: o amplo

processo de participação popular nas tomadas de decisão do governo municipal. Na Educação, a participação se estende em dezenas de encontros: nos Conselhos da Educação, nos fóruns, congressos e espaços de formação profissional, no diálogo com as universidades, em plenárias regionais e, principalmente, nas escolas, onde o debate sobre processos educacionais envolve pais, professores, gestores e alunos.

A educação em tempo integral, a quali-ficação e valorização dos profissionais e a

educação inclusiva são algumas das ações que já apresentam resultados positivos. Essas ações e políticas estão consolidadas no Educa Ipatinga – Plano Municipal de Educação de Qualidade, que engloba as ini-ciativas da Administração Municipal para qualificar o trabalho realizado nas escolas da rede, até o momento.

O Educa Ipatinga é o fio condutor para o trabalho que está sendo desenvolvido na rede municipal e visa a impulsionar os pais, professores, equipes diretivas e demais profissionais a participarem desta grande caminhada por uma educação com qualidade social.

Novo projetoEstação Memória “Zeza Souto” foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Municipal em 1981 - Crédito: PMISECOM

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A qualificação da educação no muni-cípio conta com a participação popular em seus projetos. Uma das iniciativas de maior sucesso, implantada em 2014, é o OP Educa - Orçamento Participativo da Educação, que envolveu alunos, pais, gestores e profissionais da educação no exercício da cidadania nos ambientes escolares e assegurou cerca de R$ 5 mi-lhões de investimentos para a Educação neste ano.

Por meio desse projeto, os estudantes discutiram conceitos de democracia, prioridades orçamentárias e eleição. Além disso, foi criado um novo espaço de debate que conta com a participação dos pais, dos estudantes, dos professores e gestores municipais de educação na definição de onde e como serão apli-

cados os recursos destinados a inves-timentos na melhoria das escolas e da cidade.

Assim, a Prefeitura estreita os laços com a comunidade escolar e promove a participação para transformar tanto a estrutura, quanto o funcionamento do ensino municipal para oferecer a todos os alunos do município, uma formação cidadã.

Dentre os objetivos do OP Educa estão: Fortalecer e valorizar o processo de participação popular no ambiente escolar; oportunizar o envolvimento dos alunos na gestão democrática da escola; e promover um processo de educação popular, pautada em metas e ações que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida em nossa cidade.

Foram realizadas plenárias em todas as regionais do município, no zoneamento urbano e rural. As 37 escolas municipais indicaram quatro prioridades para a própria unidade de ensino e duas para o entorno da escola, totalizando 148 priori-dades indicadas para as escolas e 74 para o entorno delas. Na plenária final foram eleitas as prioridades de cada escola e a

prefeita anunciou cerca de R$5 milhões de investimentos para as obras do OP Educa, que já estão sendo desenvolvidas ao longo de 2015.

Atualmente, cerca de 20 mil crianças e adolescentes estão matriculadas na rede municipal de ensino. T odos os alunos participaram do processo, desde a primei-ra etapa.

OP Educa

Balanço da primeira edição:

Cerca de 20 mil crianças e adolescentes estão matriculadas na rede municipal de ensino- Crédito: PMISECOM

Parabéns Ipaba, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo por mais um ano de vida e muito trabalho. Por fazerem do Vale do Aço um ótimo lugar para as empresas e, principalmente, para as pessoas.

H OJ E É D I A D E H O M E N AG E A R Q UAT RO C I DA D E S Q U E FA Z E M D O AÇO A SUA MAIOR RIQUEZA E DAS PESSOAS O SEU MAIOR PATRIMÔNIO.

30 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

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31suplemento especial | diário do aço | abril 2015

_briefing: parabenizar as cidades de maneira simples, lúdica e criativa.

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32 suplemento especial | diário do aço | abril 2015

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Púb

lica

Presença no desenvolvimento da cidade, no incentivo à cultura e ao esporte e também na saúde e

educação. Dessa forma, o nosso aço se transforma em mais qualidade de vida para a comunidade.

Esta é a nossa maneira de homenagear Ipatinga: construindo parcerias, trilhando o futuro.

NO ANIVERSÁRIO DE 51 ANOS DE IPATINGA, A USIMINAS É A PRIMEIRA A CONFIRMAR PRESENÇA.

Edirlando Ferreira, empregado Usiminas, com sua esposa Rosilene e

seus filhos Larissa e Edirlando.