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CMYK FESTA DE CACHOEIRO Caderno Especial Cachoeiro de Itapemirim 27 e 28 de Junho de 2015 Município celebra seu padroeiro, São Pedro, em festa que reúne cultura, história, esportes, cidadania e muitas homenagens.

Caderno festa de cachoeiro 2015

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Festa de CaChoeiroCaderno especial Cachoeiro de itapemirim 27 e 28 de Junho de 2015

Município celebra seu padroeiro, São Pedro, em festa que reúne cultura, história, esportes, cidadania e muitas homenagens.

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27 e 28 de Junho de 2015 | Cachoeiro de Itapemirim Caderno especial Festa de Cachoeiro2

Nossa Festa ( )Era só descuidar, um se-

gundo, e pronto. “Cadê esse menino, meu Deus!” E mi-nha mãe convocava a família inteira pra me procurar. “Vai um pra cada lado!” - orde-nava, aos prantos, quase ar-rancando os cabelos. (Nessa época, não havia sequestros, de modo que era uma preo-cupação a menos). Não era fácil encontrar alguém, ainda mais tão pequeno - quatro ou cinco anos, quando muito -, no meio da multidão. Meia hora depois, ah! que alívio! Acaba o desespero. Lá es-tava eu, marchando, feliz da vida, atrás da Banda de Música. (Qualquer dia des-ses, num Dia de Cachoeiro, como aquele, viro criança, e saio atrás da Lira de Ouro ou da 26 de Julho, marchando, feliz da vida, pela rua afora... Nem que seja na minha ima-ginação).

Eu tinha a impressão de que Newton Braga tinha criado, em 39, esse dia só pra mim. Ignorava que ele pretendesse homenagear São Pedro, o padroeiro da cidade. Nem me passava pela cabeça que sua intenção era a de promover reencontros de cachoeirenses presentes e ausentes. E Newton marcou data pra isso: “Março é beira

de carnaval e as finanças andarão convalescentes. Em São Pedro já temos uma considerável afluência de pessoas e é tempo de férias colegiais e acadêmicas. Va-mos fazer, assim, o Dia de Cachoeiro em 29 de junho”. Copiei esse trecho do livro dele. (Tem gente que troca as bolas: acha que 25 de março é que é o Dia de Ca-choeiro. Nada disso. Nesse dia, no ano de 1867, houve, sim, a nossa emancipação política, quando Cachoeiro foi desmembrado da Vila de Itapemirim. Instalou-se, en-tão, nossa primeira Câmara Municipal. Logo, dia de aniversário da cidade é uma coisa; Dia de Cachoeiro, que é sinônimo de Dia da Festa, é outra muito diferente).

Na véspera, eu nem conse-guia dormir direito. Já levan-tava da cama me enfiando no uniforme de parada: calça curta azul-marinho (calça comprida só no ginásio), sapato preto e camisa branca (ninguém dizia que era feita de saco de trigo, alvejado). O emblema do colégio era bordado em ponto cheio, no bolso, com linha azul: “QA” - Quintiliano de Aze-vedo. Dessa mesma cor era o casquete - um boné, sem

aba, meio parecido com um barquinho de papel, com bordas bem altas, na parte da frente, que iam afinando na direção da nuca. Feita do mesmo pano era a gra-vata, que não passava de quinze, vinte centímetros de comprimento, por seis ou sete de largura. No casquete as listras brancas, fininhas, eram verticais; na gravata, horizontais: primeiro ano, uma listra; segundo ano, duas listras... Até quatro. (Aí a gente terminava o curso primário e fazia um exame de admissão ao ginásio).

Festa sem algodão doce não tinha graça. O carrinho dele ficava no final do calça-dão da Praça Jerônimo Mon-teiro, perto dos Correios. E a gente saía lambuzando a cara pela rua. Hoje, nossa Festa (essa palavra deve ser escrita sempre com a inicial maiús-cula) se concentra na nova Exposição. Com exceção do desfile escolar, praticamente tudo foi transferido para o Aeroporto. Uma pena! Se Papai do Céu permitisse que Newton Braga nos fizesse uma visita, assim de sur-presa, retornando, de corpo e alma, às ruas centrais da cidade, num dia 29 de junho, certamente que ele ficaria

muito triste. Não foi essa a sua intenção. Conseguiram desvirtuar o sentido do Dia de Cachoeiro.

Antes, a população inteira e mais os visitantes invadiam as calçadas, do Guandu à Baiminas; da Ilha da Luz ao Coronel Borges, durante todo o dia, num vaivém interminável. Vez por outra, a gente dava de cara com um ex-colega de colégio, um amigo de infância, que não via há muito tempo. Era gostoso aquele reencontro. E nossa memória funcionando como se fosse máquina fo-tográfica. Em segundos, as imagens, coloridas, se alter-navam, nítidas, como se os fatos ocorridos há dezenas de anos se passassem naquele exato momento.

Durante muitos anos, várias tradições foram mantidas. Como Newton planejou. Lá na Ilha da Luz, no dia 28, à noite, o marulhar das águas do Itapemirim se juntava ao som, meio surdo, de um tambor: era o Caxumbu. À frente, o mestre Zacarias, um catedrático na arte de fazer marcação de ritmos, de dan-ças e de cânticos de origem africana. Dia 29 de junho, à meia-noite em ponto, todas as luzes se apagavam. No

(Do livro “Eu e meu umbigo” (adaptado), Editora Gracal, 1997)

Solimar Soares da Silva (da ACL)(E-mail: [email protected])

pátio da Matriz Velha, o fogueteiro Escancalha, que Muqui nos emprestava, todo ano, riscava o fósforo que desencadeava uma série de explosões e de feixes de luz. Agora, luz, muita luz. No final, peque-na cortina se abria e, então, aparecia, resplandecente, a imagem de São Pedro, nos-so padroeiro. A multidão

aplaudia.Disso não tenho dúvida:

Dia de Cachoeiro sem fol-guedo popular, sem muita gente invadindo ruas e cal-çadas, sem algodão doce, sem folclore, sem encontros e reencontros, é a mesma coisa que criança sem sor-riso, que flor sem perfume, que céu sem estrelas. Não tem graça nenhuma.

A cada dia crescendo com você.

www.hifa.org.br

HIFA: HÁ 44 ANOS CUIDANDO DASAÚDE DE NOSSAS CRIANÇAS

Inaugurado no governo do Prefeito Sr. Hélio Carlos Manhães e do

Governador do estado Sr. Arthur Carlos Gerhardt dos Santos, o

HIFA deu início a sua longa e desafiadora luta para com a saúde da

infância enferma e necessitada de Cachoeiro de Itapemirim em 29

de junho de 1971.

Em 2015, a instituição completa 44 anos de fundação e um estimado trabalho em prol das crianças.

A cada dia crescendo com você.

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Museu da Ciência e Tecnologia Um antigo casarão, na rua

Moreira, bairro Coronel Borges, onde funcionava uma escola particular, é, hoje, a sede do Museu de Ciência e Tecnologia inau-gurado em 2012. O prédio, adquirido pela prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, em 2005, passou por uma ampla reforma para abri-gar um acervo permanente que relata sobre o início da exploração da indústria do mármore e granito.

A partir de 2013, o espaço passou a contar também com a Praça da Ciência que, com seus 28 equipamentos, pro-piciam aos cachoeirenses, principalmente, os estudan-tes da região Sul, e visitantes a oportunidade de conhecer aplicações de física e quími-ca, através de demonstrações práticas com equipamentos e experimentos criados especi-ficamente para este fim.

Segundo a coordenação da Casa, as visitas são feitas através de agendamento e

o museu já recebeu até o momento 2.875 visitantes.

O local também é um dos pontos da rota de visita do Projeto Descobrindo Cacho-eiro, um projeto que percorre diversos pontos turísticos de Cachoeiro de Itapemirim e conta com sala de videocon-ferência, além de oferecer cursos gratuitos a população.

EquipamEntosOs estudantes, mediante a

agendamento por parte da direção das escolas, apren-dem, na prática e de maneira divertida, questões relacio-nadas à Química e à Física.

Aparelhos como Fogão Solar, Atrito Zero, Sombra Congelada, Sombra Colo-rida, Poço Infinito, Buraco Negro, Elevador Humano, Imã Flutuante, Teste de Nervos, Pilha Humana e Gyrotec estão entre os atra-tivos que simulam conceitos científicos para tornar mais fácil o aprendizado dos alunos.

Construída em 25 de ju-lho de 1903, a estação ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim serviu, du-rante décadas, como um elo entre Vitória e Rio de Janeiro, no transporte de passageiros e cargas. Para a economia do município, a instalação do ramal foi ímpar para alavancar o desenvolvimento da cida-

de, principalmente com a ligação mais estreita com a então capital da República.

Localizada na área central da cidade, no bairro Guan-du, a estação mantém as principais características originais da construção. Foi desativada em 1995, com a retirada dos trilhos que cortavam a cidade.

Hoje, o prédio abriga um

acervo de fotografias, do-cumentos, móveis, além de material usado no trabalho diário dos funcionários.

Criado em 2007, o Museu Ferroviário funciona em duas salas de exposições: a primeira apresenta a ex-posição permanente sobre a história da ferrovia de Cachoeiro de Itapemirim, com fotos, peças e docu-

mentos. A segunda serve para exposições temporá-rias, de no mínimo duas por ano.

O espaço fica aberto a vi-sitação de segunda a sexta--feira, das 8 às 18 horas. Nos finais de semana e fe-riado, é necessário realizar agendamento prévio, pelo telefone (28) 3155-5221. A entrada é franca.

Cachoeiro de itapemirim e seus museusFotos: Ailton Weller

Museu Ferroviário

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Divulgação / PMCIA Linha Vermelha será mais uma vez o palco do desfile cívico-escolar do Dia de Cachoeiro, come-morado na próxima segun-da-feira (29). A partir das 8h00, escolas, instituições e membros da sociedade civil organizada participam do evento, um dos mais tradicionais programação da festa da cidade.

Primeiro, vão se apre-sentar Tiro de Guerra, ex--combatentes, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Apae, Guarda Mirim, Gru-po Escoteiro Baden Powell, Banda 26 de julho, Polícia Ambiental, Secretaria Mu-nicipal de Esporte e Lazer, além do grupo de oração “Desperta, Débora”.

Em seguida, entram em cena alunos de seis escolas municipais participantes: Professor Pedro Estellita Herkenhoff (BNH), Padre Gino Zatelli (Gilson Ca-roni), Jenny Guárdia (São Geraldo) Professora Gércia Ferreira Guimarães (Fé e

Raça), Maria Siloti (BNH) e Normília da Cunha dos Santos (Zumbi).

Eles vão caracterizados, para a Linha Vermelha, para promover uma re-flexão sobre o tema “As quatro estações”. Parte dos estudantes fará uma apre-sentação mostrando a im-portância delas para o ciclo natural da terra e a relação com o meio ambiente. Ao mesmo tempo, abordará o ciclo da vida, fazendo pa-ralelos com o crescimento, o cuidado, a celebração e a comunhão.

Cada estação do ano será representada por uma esco-la. Ao final, as duas unida-des de ensino de educação infantil – a Normília da Cunha dos Santos e a Maria Siloti – vão desfilar, juntas, mostrando a importância de valorizar e cuidar do ambiente para o ciclo de estações ser saudável.

novidadEsQuem for à Linha Ver-

desfile escolar aborda estações do ano

melha neste ano vai ver um desfile mais dinâmico e mais compacto, com pe-lotões únicos e coreografias

que já estão sendo ensaia-das. As escolas de educação infantil vão levar para a rua uma alegoria que vai

tornar a apresentação ainda mais atraente. Em seguida, deverão se apresentar prati-cantes de ciclismo, skatistas

e a banda da escola Liceu Muniz Freire, também co-nhecida como Fanfarra Wilson Rezende.

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Fotos: Divulgação /LiceuCriada no ano de 1952, pelo então diretor da es-cola, professor Wilson Rezende, a banda marcial do Liceu Muniz Freire fez história na cidade, em outros municípios capixa-bas e estados brasileiros em competições reunindo corporações musicais. Ao completar, neste ano, 63 anos de sua fundação, a instituição, que teve o lendário maestro cabo Taveira à sua frente, tem o privilégio de ser a primeira

banda marcial escolar do Espírito Santo.

Atualmente regida pelo maestro Lucas Alonso, a banda do Liceu, rebatizada de “Banda Wilson Rezen-de”, uma homenagem ao seu idealizador, se prepara para brilhar no tradicional desfile do dia 29, na festa do Dia de Cachoeiro.

Atualmente, a corpora-ção conta com 67 inte-grantes, divididos entre corpo musical (35 alu-nos), corpo coreográfico

(15), comissão de frente (12), balizas (3), regen-te mor (1). “Os alunos estão super empolgados com o desfile, pois a po-pulação sempre espera a banda Wilson Resende se apresentar. Esse ano, apresentaremos algumas músicas novas em nosso repertório. Estou à frente da corporação musical há um ano, em parceria com o projeto Fames/Sedu pro-jeto bandas nas escolas”, conta o maestro Lucas.

Liceu mantém a tradição na passarela27 e 28 de Junho de 2015 | Cachoeiro de ItapemirimCaderno especial Festa de Cachoeiro 5

Cachoeiro de Itapemirim está em festa, pelo dia de seu padroeiro, e a Samarco agradece a essa linda cidade pela parceria e acolhida. Compartilhar a riqueza cultural que aqui existe é também participar um pouco da história nacional e acompanhar o desenvolvimento da região é também participar de seu crescimento e da transformação da vida de sua gente. Com diálogo aberto e relações de confiança firmadas ao longo dos anos, seguimos juntos com Cachoeiro para construir o futuro. Porque é assim, juntos, que multiplicamos sorrisos que fazem a diferença.

Aqui a gente tem sempre boas razões para sorrir.

Mário Sérgio Delprete, empregado da Samarcoe morador de Cachoeiro de Itapemirim

www.samarco.com0800 031 2303

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Fotos: Divulgação / Caçadores

Os 115 anos do Caçadores Carnavalescos Clube serão comemorados em grande estilo com direito ao tradi-cional Baile de Gala, mar-ca registrada desde 1942, conforme o seu atual dire-tor Cláudio Guimarães, e marchinhas de carnaval já no amanhecer de domingo, véspera do Dia de Cacho-

eiro. A partir da instituição da homenagem ao Cacho-eirense Ausente do ano, idealizada pelo escritor ca-choeirense Newton Braga, irmão do cronista Rubem, e, 1939, o evento é reeditado todos os anos.

“Posso afirmar que é o único do gênero em todo o Espírito Santo e, para

ir mais longe, não temos notícia de algo parecido no Brasil. É uma reunião de famílias que marca en-contros e reencontros, no caso daqueles que moram fora de Cachoeiro. Nesses salões já aconteceram mui-tos inícios de namoros que culminaram em casamentos na sociedade cachoeirense”,

ressalta Guimarães.Completando 25 anos à

frente do clube, fundado em 22 de maio de 1900, Cláu-dio adiantou que a música ficará a cargo da banda Alto Astral, do Rio de Janeiro, uma das mais requisitadas em eventos no país e, para encerrar mais uma edição do baile, às 5h00, a banda

Lira de Ouro entra em ação com a execução do hino da cidade “Meu Pequeno Ca-choeiro”, de Raul Sampaio, e segue com um repertório de marchinhas de carnaval para dar um toque maior de descontração aos con-vidados. “É o momento de relaxamento total, com todos no clima, que estare-

mos revivendo os antigos carnavais que, inclusive, fizeram parte do clube no passado”, recorda.

“É uma noite para celebrar o bairrismo cachoeirense, esse sentimento tão particu-lar de apreço às “coisas” de Cachoeiro que, certamente, apenas nós sentimos”, fina-liza Cláudio Guimarães.

Caçadores celebra 115 anos com Gala e Carnaval

Reafirmamos o nosso orgulho de fazer parte da história do município que é referência para o Espírito Santo. Agradecemos e reforçamos o nosso compromisso de levar cada vez mais qualidade de vida para as comunidades, gerar valor humano e contribuir para o desenvolvimento econômico e social de Cachoeiro.

A Festa é de Cachoeiro. O agradecimento é nosso

0800-771-0001 | www.odebrechtambiental.com/cachoeiro-de-itapemirim

Odebrecht Ambiental: desenvolvimento com Inovação e Sustentabilidade

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27 e 28 de Junho de 2015 | Cachoeiro de ItapemirimCaderno especial Festa de Cachoeiro 7

Fotos: DivulgaçãoO médico Fernando Por-

tinho, o Cachoeirense Au-sente Número 1, e o Juiz Edmilson Souza Santos, o Cachoeirense Presente, são escolhidos para representar os nascidos na cidade, mas que residem longe dela ou se destacam na sociedade local, respectivamente.

Já a chamada “festa al-ternativa de Cachoeiro”, o Encontro dos Amigos da Praça Vermelha, que acontece na noite deste sábado (27), criada há 29 anos, também presta homenagens àqueles que representam o município em variados setores.

Neste ano, o comerciante aposentado, hoje radica-do em Marataízes, Fábio Magalhães, e a jornalista e escritora Célia Ferreira receberão os abraços dos amigos na confraterni-zação popular que corre paralelamente a programa-ção festiva pela passagem do Dia de Cachoeiro, uma criação do poeta Newton Braga, em 1939.

os personagens da festa do dia de Cachoeiro

Fábio Magalhaes Juiz Edmilson

Dr. Fernando Portinho

Célia Ferreira

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Com o repertório baseado no seu novo trabalho, “He-rança Popular”, o sambista de raiz, como faz questão de ressaltar, Arlindo Cruz será a grande atração da festa de Cachoeiro, na noite deste domingo (28), a partir das 22h00, na pra-ça Jerônimo Monteiro. A entrada é gratuita.

Talento precoce, logo aos sete anos o menino ganhou o primeiro cavaquinho.

Empolgado com o instru-mento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar.

Arlindo contou que car-rega “com propriedade e orgulho” o legado das religiões afro-brasileiras. “Sei muito bem da magia e da riqueza que há no som dos atabaques”, afirma.

Confira a entrevista, feita por e-mail, pelo FATO com o artista.

samba de raiz para embalar a FestaFato - quando começou

sua carreira e em qual (quais) artista (s) você se inspirou?

arlindo Cruz - Comecei como músico em 75/76 to-cando com o mestre Can-deia, talvez o maior compo-sitor que eu conheço, que me inspirou e ajudou a descobrir meus caminhos. Junto com ele, toquei em várias rodas de samba, com vários artistas.

Nos anos 80, ingressei no Fundo de Quintal. Aí come-cei a carreira como autor e como musico, tocando ban-jo. Logo em seguida, a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha e, depois, carreira solo.

o que você conhece de Cachoeiro de itapemirim e dos artistas da cidade que se destacaram na música?

Sem dúvida nenhuma, o grande ídolo e ícone Roberto Carlos, com quem tive o prazer de participar três anos atrás no show de final de ano dele. Me apresentou de uma

forma muito carinhosa.

É o seu primeiro show na cidade?

Sim. Es-pero que agrade aos cachoeiren-ses

Basica-m e n t e , qual será o repertório que o ca-choeirense vai curtir? tem can-ções inédi-tas?

Tem meus grandes suces-sos cantados por outros ar-tistas: o Zeca, Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Reinaldo, músicas de meus CDs DVDs e, é claro, do meu último CD “Herança Popular”. É um trabalho que me deu muitas alegrias, uma vendagem bem bacana e, recentemente, me deu o prêmio de melhor

cantor de samba no “Prêmio da Música Brasileira” mais uma vez.

qual sua avaliação da mpB nos dias d e h o j e com tan-tos novos ta l en tos surgindo?

Acho que a música está mui-to rica. A MPB em si tem muitos r i tmos e

gêneros surgindo. A música popular está cada vez mais sendo tocada nas rádios e, em especial, o samba, que é o meu gênero, está sempre se renovando com novos músicos.

Agora mesmo tem o Mos-quito, que chegou por aí. Tem o meu filho Arlindo Neto. Tem o filho do Péri-

cles, que é o Lucas Morato. Tem o Tiaguinho, que não deixa de ser de uma geração mais nova.

Enfim, muita gente nova chegando como autor, como músico, como maestro, têm como referência a gente, da geração Cacique de Ramos: eu o Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Jorge Aragão, Almir Guineto toda essa ga-lera, ‘tá bacana, tá chegando gente boa’.

É aquela história que o Nelson Sargento falou na letra do samba: “O samba agoniza, mas não morre”.

Como você se define ar-tisticamente?

Sou um compositor que faz outras coisas. Sou um compositor que toco. Sou um compositor que canto. Sou um compositor que verso. Sou um compositor que aju-do apresentar um programa com a Regina Casé.

Sou um compositor, em essência. Sou um compositor

Acho que a mu-sica está muito rica, a MPB em si tem muitos rit-mos e gêneros surgindo

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e autor, e, com esse ofício, tenho mais de 700 sambas gravados, graças aos meus parceiros que ajudam a exer-

cer a minha profis-são.

n o s s h o w s

você deixa

trans-pare-cer a força

d a s u a religiosi-dade. por quê?

Quem me c o n h e c e sabe que eu sou es-pírita, sou adepto do c a n d o m -blé, mas frequento igreja todo mês, vou no dia 26 à igreja de São Jorge. Tenho devoção com São

João Batista. Rezo para a Nossa Senhora e sou um cara que gosto de rezar.

Só o meu casamento foi oficiado em cinco religiões: o Budismo, a igreja Pres-biteriana, igreja Católica, Candomblé, igreja Mes-siânica. Só para você ver como sou um cara a favor

de várias r e l i g i -ões. Mas a minha r e l i g i ã o oficial é o Candom-blé. Sou a favor de que todas as religi-ões rezem juntas pela paz, pelas c u r a s e p o r u m m u n d o melhor. O importan-te é a paz.

Grande abraço a todos os

Cachoeirenses.

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Sou um com-positor e autor, e com esse ofi-cio tenho mais de 700 sambas gra-vados e graças aos meus parcei-ros que ajudam a exercer a minha profissão

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Mais uma vez, a Cor-rida de São Pedro atraiu competidores de outros estados. Dentre os 600 inscritos para a 37ª edição do evento esportivo, que será promovida pela pre-feitura neste sábado (27), em vias da área central de Cachoeiro de Itapemirim, há atletas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

Alguns desses parti-cipantes são nomes de alto nível, consagrados nacionalmente, como a maratonista carioca Sel-ma dos Reis, de 45 anos, 35 deles dedicados à mo-dalidade. Ela disputará no percurso de 10 km, em que já venceu três vezes.

Além dessas conquis-tas, a maratonista traz outros importantes tí-tulos em sua trajetória: primeira campeã brasi-leira da Meia Maratona Internacional do Rio, em 2001, e quinta colocada da Corrida Internacional de São Silvestre, ainda no mesmo ano.

“Percebo que, ano após ano, o nível da Corrida de São Pedro tem se elevado expressivamente, o que me deixa muito contente. A cada vez que participo dessa competição, noto também um aumento no número de jovens. Saber que ainda tenho fôlego para competir com eles é muito gratificante”, fri-sou Selma, cuja última vi-tória foi obtida na Corrida da Saúde, em Guarapari, no início deste mês.

supEraçãoMorador do municí-

pio de Niterói, na região metropolitana do Rio

de Janeiro, Domingos Lopes, de 35 anos, com-petirá pela primeira vez na Corrida de São Pedro. “Estou ansioso para co-nhecer Cachoeiro e seus pontos turísticos. Sou-be que o trajeto da pro-va contempla paisagens muito bonitas”, disse ele, que disputa, também, no percurso de 10 km.

Lopes revela, ainda, que passou a participar de disputas dessa mo-dalidade há apenas dois anos. “Descobri o prazer da corrida durante minha dieta, por meio da qual perdi, no total, 18 qui-los”, comenta.

Corrida tradicional atrai atletas de ponta

Sobre a competiçãoConsiderada uma das

mais tradicionais atrações da Festa de Cachoeiro, a Corrida de são pedro homenageará o centenário palácio Bernardino mon-teiro, um dos patrimônios históricos da cidade. a fachada do prédio estará retratada nas camisas dos competidores, nos troféus e nas medalhas.

a prova, que contará com percursos de 5 e 10 quilômetros, terá largada em bloco único às 16h00, na praça de Fátima, ave-nida Beira rio.

serão premiados com troféus e dinheiro os cin-

co melhores colocados em cada categoria e per-curso. somados, os prê-mios chegam a r$ 6,5 mil. Ganharão medalha de participação os atletas que completarem rigoro-samente o percurso e ter-minarem a prova em, no máximo, uma hora e trinta minutos após a chegada do primeiro colocado.

a 37ª Corrida de são pedro é promovida pela secretaria municipal de Esportes e Lazer e terá apoio do Corpo de Bom-beiros, Guarda Civil mu-nicipal, polícia militar e tiro de Guerra.

Confira o percurso5 km: avenida Beira rio;

rodovia Gumercindo mou-ra nunes; rua Gen. ozires de almeida Freitas; rua maurílio Coelho; ponte Guadalajara (da ilha da Luz); rua samuel Levy; ponte Carim tanure; rua sete de setembro e avenida Beira rio.

10 km: avenida Beira rio; rodovia Gumercindo

moura nunes; rua Gen. ozires de almeida Freitas; rua maurílio Coelho; ponte Guadalajara (da ilha da Luz); rua samuel Levy; avenida pinheiro Junior; rua moreira; rua Cel. Bor-ges, rua João valdino; pon-te do arco; rua amâncio silva; rua 25 de março; rua sete de setembro e avenida Beira rio.

Divulgação / PMCI

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Divulgação / PMCIO livro “O grupo escolar

Bernardino Monteiro: O projeto educativo e as práti-cas de escolarização do sé-culo XX”. Foi lançado nesta sexta-feira (26) na Casa da Memória, escrito pela pro-fessora Lidiane Picoli Lima e custeado com recursos da Lei Rubem Braga.

A obra conta a história do prédio criado para atender às demandas de organiza-ção do ensino primário do Espírito Santo no início do século XX, que tentava instalar uma educação po-pular e universal, visando o desenvolvimento sadio das crianças dentro de princí-pios de civilização, progres-so, igualdade, democracia e laicidade.

O prédio, que abrigou o grupo, foi projetado no ano de 1913 e hoje figura como um dos principais edifícios públicos históricos de Ca-choeiro. Por ele, passaram algumas das personalida-des mais importantes para o município no início do

século XX. Hoje, mais de 100 anos depois, ele é sede da prefeitura.

Para a secretária muni-cipal de Cultura de Ca-choeiro, Joana D’Arck Caetano, a iniciativa per-mite um exercício para a preservação da memória e da identidade do cidadão cachoeirense. “Ele resgata e ajuda a manter a memória da cidade, se configuran-do como um importante registro do nosso passado e fortalecendo o vínculo do cachoeirense e de sua identidade”.

GratuitoQuem gosta de pesquisar

sobre a história local pode-rá ter acesso a exemplares, gratuitamente. Parte da edição será doada, e a po-pulação poderá encontrá-la na Biblioteca Municipal Major Walter dos Santos Paiva, que funciona de segunda a sexta, das 8h00 às 18h00, no prédio da Câ-mara Municipal.

Prédio centenário tem história resgatada

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