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1 Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo 32 32 32 32 32 Paulo Eduardo C. Zantut Alberto M. Lott Caldeira Tatiana Tourinho Tournieux Fernando Henrique Longo Torsoplastia orsoplastia orsoplastia orsoplastia orsoplastia Introdução Na sociedade contemporânea o contorno corporal recebe um papel de destaque. O perfil magro passou a ser o ideal. Os paci- entes procuram o cirurgião plástico, na expectati- va de recuperar o que tinham ou alcançar algo que nunca tiveram e que desejam intensamente. O acúmulo de tecido adiposo é uma das principais queixas dos pacientes. A distribuição de gordura varia com a idade, sexo, genética, grupos étnicos, fatores mentais, nutricionais, varia com a própria fisiologia do envelhecimen- to e principalmente com a ingestão alimentar aumentada e baixa atividade física. Outros fa- tores influem nas deformidades, como grande perda ponderal ou flutuação de peso, gravide- zes consecutivas ou até seqüelas seja de trau- ma ou cirúrgica. Por definição torsoplastia significa toda in- tervenção cirúrgica plástica realizada no tronco, com objetivo cosmético ou restaurador. Atual- mente na Cirurgia Plástica este termo é muito amplo. Segundo alguns autores, o termo torso- plastia pode abranger todo o tronco até porção proximal dos membros superiores e porção pro- ximal dos membros inferiores. Com advento da lipoaspiração, a cirurgia de contorno corporal tomou um novo rumo. Mui- tos casos podem ser satisfatoriamente tratados com a lipoaspiração, isoladamente, ou associada a outros procedimentos cirúrgicos para refina- mento da técnica. Nos últimos anos a cirurgia do contorno corporal tem tido ainda maior importância pela alta freqüência de cirurgia bariátrica, conse- qüentemente, as cirurgias pós-obesidade ga- nharam grande importância com aumento sen- sível de freqüência, inclusive retomando técni- cas, que estavam em desuso, trazendo nova conotação aos especialistas. Tornou-se ainda mais relevante avaliar o paciente como um todo já que as cirurgias usualmente realizadas, isoladamente, não alcançariam a total satisfa- ção do paciente. As cirurgias do contorno do corpo podem ser realizadas de maneira isolada ou combinada, em um único tempo ou em tempos cirúrgicos diferidos. Respeitando o desejo do paciente e principalmente o bom senso do cirurgião. Pro- curando sempre minimizar os riscos. Alertando o paciente da possibilidade de não completar o plano cirúrgico caso implique em qualquer au- mento de risco per si. Retoques e refinamentos

Capítulo 32:XPR1BHE3... · Conduta: toraco-braquiomamaplastia com ou sem lipoaspiração ... cutânea acentuada da região abdominal, com ou sem flacidez músculo aponeurótica

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Ritidoplastia util izando o round - Ritidoplastia util izando o round - Ritidoplastia util izando o round - Ritidoplastia util izando o round - Ritidoplastia util izando o round - Block Smas TBlock Smas TBlock Smas TBlock Smas TBlock Smas Treatmentreatmentreatmentreatmentreatment 1

C a p í t u l o C a p í t u l o C a p í t u l o C a p í t u l o C a p í t u l o 3232323232

Paulo Eduardo C. ZantutAlberto M. Lott Caldeira

Tatiana Tourinho TournieuxFernando Henrique Longo

TTTTTorsoplastiaorsoplastiaorsoplastiaorsoplastiaorsoplastia

Introdução

Na sociedade contemporânea o contornocorporal recebe um papel de destaque.

O perfil magro passou a ser o ideal. Os paci-entes procuram o cirurgião plástico, na expectati-va de recuperar o que tinham ou alcançar algoque nunca tiveram e que desejam intensamente.

O acúmulo de tecido adiposo é uma dasprincipais queixas dos pacientes. A distribuiçãode gordura varia com a idade, sexo, genética,grupos étnicos, fatores mentais, nutricionais,varia com a própria fisiologia do envelhecimen-to e principalmente com a ingestão alimentaraumentada e baixa atividade física. Outros fa-tores influem nas deformidades, como grandeperda ponderal ou flutuação de peso, gravide-zes consecutivas ou até seqüelas seja de trau-ma ou cirúrgica.

Por definição torsoplastia significa toda in-tervenção cirúrgica plástica realizada no tronco,com objetivo cosmético ou restaurador. Atual-mente na Cirurgia Plástica este termo é muitoamplo. Segundo alguns autores, o termo torso-plastia pode abranger todo o tronco até porçãoproximal dos membros superiores e porção pro-ximal dos membros inferiores.

Com advento da lipoaspiração, a cirurgia decontorno corporal tomou um novo rumo. Mui-tos casos podem ser satisfatoriamente tratadoscom a lipoaspiração, isoladamente, ou associadaa outros procedimentos cirúrgicos para refina-mento da técnica.

Nos últimos anos a cirurgia do contornocorporal tem tido ainda maior importância pelaalta freqüência de cirurgia bariátrica, conse-qüentemente, as cirurgias pós-obesidade ga-nharam grande importância com aumento sen-sível de freqüência, inclusive retomando técni-cas, que estavam em desuso, trazendo novaconotação aos especialistas. Tornou-se aindamais relevante avaliar o paciente como umtodo já que as cirurgias usualmente realizadas,isoladamente, não alcançariam a total satisfa-ção do paciente.

As cirurgias do contorno do corpo podemser realizadas de maneira isolada ou combinada,em um único tempo ou em tempos cirúrgicosdiferidos. Respeitando o desejo do paciente eprincipalmente o bom senso do cirurgião. Pro-curando sempre minimizar os riscos. Alertandoo paciente da possibilidade de não completar oplano cirúrgico caso implique em qualquer au-mento de risco per si. Retoques e refinamentos

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integrados ou não nesse programa cirúrgico, comrepetição de mais alguma cirurgia, anos depois,devem ser considerados normais e até esperadoem alguns casos, portanto, uma intercorrência enão uma complicação.

A correta avaliação das deformidades, deabdome, dorso, tórax, áreas do quadril, mem-bros inferiores e superiores, permitem melhorabordagem das mesmas, possibilitando resulta-dos mais aceitáveis. As avaliações forneceramuma tentativa de classificação das deformidades,estabelecendo uma correlação destas com a umavariedade de procedimentos que podem ser em-pregados para sua correção. Algumas ficaramconsagradas como a classificação de Bozolla oude Caldeira, para deformidades abdominais.Outras para classificar isoladamente a cirurgiados flancos, as cruroplastias ou a região proxi-mal dos membros inferiores como a descrita porGrazer. Com o contexto atual de gastroplastiasredutoras e perdas ponderais acentuadas, faz-senecessário uma classificação tentando uniformi-zar os termos utilizados para determinar os di-versos procedimentos possíveis, facilitar a avali-ação, compreensão, planejamento cirúrgico econsequentemente minimização de riscos.

O objetivo da cirurgia plástica neste con-texto é fazer com que a paciente sinta-se bemdentro de suas individualidades. O sucesso de-pende da adequada seleção do paciente, avalian-do-o como um todo, entendendo suas expectati-vas, respeitando os limites do paciente e do pro-cedimento.

Gordura corporal e sua distribuição

Existem três categorias maiores de distri-buição de gordura que influem no contorno cor-poral:

A) EFEITOS DA PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA

Dois tipos básicos caracterizam o contornodo tronco: ginecóide e andróide. Entre estes doisaspectos encontramos inúmeros intermediários.No tipo ginecóide o quadril é volumoso, cinturafina, ombros estreitos, mamas pequenas, mem-

bros inferiores volumosos e a presença de depósi-to de gordura variável em flancos. Mulheres detronco andróide aproximam-se ao aspecto mascu-lino: quadril estreito, cintura e ombros largos,mamas e braços volumosos e membros inferioresfinos, com pouco depósito de gordura em flancos.Indivíduos que apresentam excesso de gorduraem flancos e fêmoro-lateral podem apresentarum afundamento entre eles ou uma continuidade,resultando em aspecto de quadril quadrado.

Algumas deformidades localizadas como oacúmulo de gordura sobre área dos flancos e tro-canterianas, sofrem grande influência genética,na maioria das vezes, resistente a qualquer tipode dieta ou atividade física.

B) EFEITOS DO AMBIENTE

Determinado principalmente pela dieta eexercícios físicos, representa um aspecto contro-lável nas proporções individuais. A obesidadetem se tornado uma entidade patológica emmuitos países.

C) O PROCESSO NATURAL DO ENVELHECIMENTO

O envelhecimento natural associado à pre-disposição genética ditam as mudanças no volu-me de gordura localizada e excesso de pele emdiversas maneiras: 1-redistribuição da gordura;2-perda de massa muscular, que muitas vezesacaba sendo substituído por gordura; 3-perda daelasticidade dos tecidos. Cada uma dessas cate-gorias tem uma distinta relação com a quantida-de de tecido adiposo e área de acúmulo.

Obesidade

Obesidade é definida como excesso de gorduracorporal. Com bases histológicas, a células adiposasse desenvolvem baseado em dois princípios: 1) Hi-pertrofia, mantém-se o numero de células, porémcom aumento progressivo do tamanho; 2) Hiperpla-sia, aumento progressivo de cada célula, associadoao aumento do número de células adiposas.

Mantém-se a teoria de que a partir da infância,o tecido adiposo desenvolve-se principalmentecom o aumento em número de células até aproxi-

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madamente a puberdade quando então, o númerofinal mantém-se constante, porém com progressi-vo aumento do tamanho, caracterizando a hiper-trofia, alguns autores acreditam que a hiperplasiaapresenta-se somente em graus avançados de obe-sidade.

Esgotadas as mais diversas tentativas de ema-grecimento, um número expressivo de pacienteestá recorrendo à cirurgia bariátrica, intervençãode grande eficiência que possibilita a redução depeso duradoura em curto espaço de tempo. A per-da de grande volume de gordura ocasiona perdade peso acentuada nas mais diversas áreas do cor-po. Notadamente: tronco, coxas e braços. Os paci-entes inconformados com o aspecto físico apósemagrecimento, não se importam com cicatrizesresultantes do amplo tratamento cirúrgico que ne-cessitam. Confiantes em conseguir o retorno a umarazoável estética corporal.

Os procedimentos cirúrgico-plásticos nos pós-obesos merecem uma atenção especial. Deve-seaguardar no mínimo seis meses para estabilizaçãodo peso, e em casos de cirurgias bariátricas, 19meses a dois anos. Má absorção e desnutrição po-dem se apresentar nos diversos graus, por muitasvezes acompanhar o pós-operatório de cirurgias deby-pass para redução de peso. Perda sanguíneaabundante no per operatório, por apresentaremainda uma rede vascular extensa; nestes casos, atransfusão sanguínea autóloga deve ser considera-da. Estes pacientes, na maioria das vezes, se apre-sentam com comorbidades, algumas melhoram eaté curam com a perda ponderal acentuada. Aindaassim devem ser investigadas e controladas, aindano pré-operatório. Comprovadamente, alguns paci-entes com intolerância a glicose, ou mesmo Diabe-tes Mellitus, retomam níveis normais de glicoseapós redução de grandes quantidades de gordurapor dieta, por procedimentos cirúrgicos e até aspi-ração.

Avaliação Diagnóstica

São quatro os elementos mais importantesna determinação direta ou indireta na formaabdominal e no contorno corporal:

A) ESTRUTURA ÓSSEA

A coluna vertebral e a conformação da ba-cia delineiam a silhueta e determinam a postura.A hiperlordose lombar pode originar o abaula-mento abdominal, que é de difícil correção mes-mo com a plicatura músculo aponeurótica.

B) CONJUNTO MÚSCULO APONEURÓTICA

No abdome, o músculo reto abdominal,obliquo externo, obliquo interno, transverso esuas aponeuroses determinam a competênciaabdominal anterior, dependendo do equilíbrioentre a pressão intra-abdominal (vísceras e mo-vimentos diafragmáticos) e as tensões: musculare aponeurótica. Diversas condições clínicas,notadamente a obesidade e a gravidez rompemeste equilíbrio com conseqüente flacidez mús-culo aponeurótica, diástase dos retos e aindahérnias como as inguinais, umbilicais, epigástri-cas e outras.

C) PANÍCULO ADIPOSO SUBCUTÂNEO

O tecido conjuntivo é composto de célulasadiposas com função de revestimento corpóreoe com função de depósito de gordura, importan-te fonte energética. Como qualquer área de de-pósito este panículo não é regular. Varia ampla-mente de espessura em ambos os sexos, distri-buição pelo corpo, idade e atividade física. Nasmulheres geralmente o acúmulo maior é no ab-dome infra-umbilical, flanco, dorso lombar e re-giões trocanterianas. No homem o acúmulo éprincipalmente no abdome supra-umbilical,flancos e dorso-lombar.

O tecido celular subcutâneo apresenta umacamada denominada lamelar (Scarpa), profunda,com células adiposas estáveis, permanentes quesão responsáveis pela hipertrofia e acúmulo gor-duroso localizado. Preferencialmente a lipoaspi-ração deve atingir esta camada, poupando a su-perficial (areolar ou Camper), onde se localizauma rica rede vascular que nutre o tecido subcu-tâneo e a derme.

D) PELE

A pele possui espessura e características di-ferentes, nas diversas regiões corporais. A elasti-

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cidade e turgor dependem de fatores genéticos,idade, fatores ambientais, como exposição solare umidade. Sabe-se que uma importante disten-são, mesmo gradual como na gravidez, leva aoadelgaçamento da epiderme e atrofia das fibraselásticas da derme. Há ruptura das camadassubjacentes ao estrato epitelial, com separaçãodos feixes conjuntivos e elásticos, determinandoa flacidez cutânea e as estrias ou víbices.

Classificação e Condutas

DEFORMIDADES DO SEGMENTO SUPERIOR DO CORPO:

Grupo 1- Lipodistrofia braquial, axilar e/ouregião tóraco-lateral com nenhuma, leve oumoderada flacidez de pele. Conduta: Lipoaspira-ção de cada área isoladamente ou combinadas.

Grupo 2- Flacidez de pele acentuada em regiãobraquial com ou sem lipodistrofia braquial, axilarou tóraco-lateral. Conduta: Braquioplastia comou sem lipoaspiração.

Grupo 3- Flacidez de pele acentuada emregião braquial e flacidez de pele acentuada em regiãotóraco-lateral. Conduta: Tóracobraquioplastia comou sem lipoaspiração

Grupo 4- Flacidez de pele acentuada emregião braquial e flacidez de pele acentuada emregião tóraco-lateral associado a qualquer alteraçãobenigna da glândula mamária. Conduta: toraco-braquiomamaplastia com ou sem lipoaspiração

DEFORMIDADES DO SEGMENTO INFERIOR DO CORPO:

Grupo1: Lipodistrofia leve a moderada, sem oucom leve flacidez cutânea, das seguintes áreasisoladas ou combinadas: abdome, flancos, regiãosacral, região trocanteriana e face interna dacoxa. Sem flacidez músculo aponeurótica deabdome. Conduta: Lipoaspiração. Este grupopode encontrar-se associado aos demais que seseguem.

Grupo2: Lipodistrofia leve a moderada, fla-cidez cutânea leve a moderada delimitada em regiãoinfra-umbilical, com cicatriz umbilical mais alta ou emaltura normal. Com ou sem flacidez músculo apo-

neurótica. Conduta: mini-abdiminoplastia oulipo-mini-abdominoplastia com ou sem desin-serção umbilical com ou sem plicatura infra eaté supra-umbilical.

Grupo3: Lipodistrofia moderada, flacidezcutânea leve a moderada, principalmente em região su-pra-umbilical, com ou sem flacidez músculo apo-neurótica. Conduta: mid-abdominoplastia oulipo-mid-abdominoplastia, com plicatura infra eaté supra-umbilical e onfaloplastia.

Grupo4: Lipodistrofia moderada, flacidezcutânea acentuada da região abdominal, com ou semflacidez músculo aponeurótica. Com diástasedos músculos retos abdominais. Conduta: Ab-dominoplastia completa, ou seja, com plicaturado músculo reto abdominal na sua totalidade eonfaloplastia.

4A. Flacidez moderada a acentuada de flan-cos. Conduta: Abdominoplastia completa +flancoplastia unindo ou não posteriormente.

4B. Flacidez moderada a acentuada de faceinterna da coxa. Conduta: Abdominoplastiacompleta + Cruroplastia.

4C. Flacidez moderada a acentuada de flan-cos e face interna da coxa. Conduta: Abdomino-plastia completa + Cruroplastia+ flancoplastia.

4D. Flacidez moderada a acentuada de flan-cos e face interna da coxa, sem associação com defor-midade abdominal. Conduta: Cruroplastia+ flan-coplastia

Grupo5: Lipodistrofia moderada a acentua-da e flacidez cutânea acentuada circunferencial compredominância de abdome inferior, com flacidezmúsculo aponeurótica acentuada. Conduta:Torsoplastia circunferencial ou “Belt lipectomy”

5A. Flacidez moderada a acentuada de faceinterna da coxa. Conduta: Torsoplastia circunfe-rencial + Cruroplastia.

Grupo6: Lipodistrofia moderada a acentua-da, flacidez cutânea acentuada com cicatrizes media-nas ou paramediana, com flacidez músculo apo-neurótica acentuada. Conduta: Abdominoplas-tia vertical.

6A. Flacidez moderada a acentuada de flan-cos. Conduta: Abdominoplastia vertical + flan-coplastia unindo ou não posteriormente.

6B. Flacidez moderada a acentuada de face

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interna da coxa. Conduta: Abdominoplastia ver-tical + Cruroplastia.

Grupo7: Lipodistrofia moderada a acentua-da, flacidez cutânea acentuada circunferencial detoda extensão do abdome, com cicatrizes medianasou paramediana, com flacidez músculo aponeu-rótica acentuada. Conduta: Abdominoplastiaem flor de liz.

7A. Flacidez moderada a acentuada de faceinterna da coxa. Conduta: Abdome em flor deliz + Cruroplastia.

Grupo8: Lipodistrofia variável e flacidezcutânea acentuada supra-umbilical, com cicatrizestranversas de mamaplastia em T. Conduta: Abdo-minoplastia reversa.

8A. Flacidez moderada a acentuada de abdo-me inferior. Conduta: Abdominoplastia reversa+miniabdominoplastia.

8B. Flacidez moderada a acentuada de flan-cos. Conduta: Abdominoplastia reversa + flan-coplastia unindo ou não posteriormente.

8C. Flacidez moderada a acentuada de faceinterna da coxa. Conduta: Abdominoplastia re-versa + Cruroplastia.

Técnicas Cirúrgicas

LIPOASPIRAÇÃO

Cada cirurgião possui sua rotina. Utilizamos ométodo tradicional, na lipoaspiração do tronco:cânulas de 3 ou 4mm com 2, 3 ou 4 orifícios naquase totalidade dos casos. Já é consenso o méto-do de “criss-crossing” formando túneis que entre-cruzam em profundidades diferentes, possibilitan-do maior retração cutânea e menor irregularidade.É preferível deixar uma margem de segurança (parauma segunda abordagem) a retirar em excesso eprovocar depressões. Aguardamos geralmente 6meses para um novo procedimento de lipoaspira-ção (fig.1 e 2). O turgor da pele auxilia nesta indi-cação, quando a flacidez está no limite aceitável,efetivamente haverá uma flacidez secundária acen-tuada, tornando imperativa a ressecção de pele.Em lipoaspiração de membros superiores (braqui-al) utiliza-se cânulas mais finas: 2- 3 mm. Atuando

Figura 1. Paciente com 19 anos apresentando lipo-distrofia corporal generalizada e ginecomastia bila-teral sem flacidez cutânea. Submetido a Lipoaspira-ção corporal em dois tempos operatórios. (a), (b),(c) pré operatório; (d), (e), (f) pós operatório (3 anos).

Figura 2. Paciente com 24 anos apresentando lipo-distrofia corporal moderada, sem flacidez cutânea.Submetida à lipoaspiração de abdome, flancos e faceinterna da coxa. (a) pré operatório; (b) pós operatório5 anos; (c) pós operatório 10 anos após duas gravi-dezes. Observe a manutenção da integridade tônicoe elástica do tecido cutâneo, mesmo após o inter-curso de gravidez.

sobre a camada superficial e em plano subdérmico,por 2 orifícios um axilar e outro em cotovelo (fig.3).Nas lipoaspirações do quadril e membros inferiores(face interna da coxa e trocanteriana) Utilizam-secânulas de 3 e 4 mm em camadas profundas, de 2

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mm em camadas superficiais, quando necessário, ecom cuidado para prevenir irregularidades. Comincisões em prega inguinal, face medial da pregapoplítea ou face interna da coxa, podendo aindaassociar outra incisão na prega infraglutea paracomplementar a aspiração da região crural e definiro contorno glúteo. A lipoaspiração dos flancos pos-teriores auxilia esta modelagem, principalmentequando ainda associada à lipoaspiração em regiãosacral, simulando a depressão de “biquíni fio den-tal”. Pode-se ainda complementar com lipoenxertiapara aumentar a projeção glútea e melhorar o as-pecto final desta região.

BRAQUIOPLASTIA

O planejamento pré-operatório é essencial,desenha-se uma linha de incisão que pode sersinuosa ao longo da face medial do braço, inci-são linear ou em W plastia. (fig.4, 5 e 6)

Quando a paciente apresenta flacidez depele e lipodistrofia na parede lateral do tórax,

Figura 3. Paciente com 38 anos apresentando lipo-distrofia braquial e discreta flacidez cutânea. Sub-metida à lipoaspiração braquial. (a), (b) pré opera-tório; (c), (d) pós operatório (1 ano).

Figura 4. Paciente com 58 anos apresentando lipo-distrofia braquial e flacidez cutânea significativas.Submetida à lipoaspiração braquial + Braquioplas-tia. (a) pré operatório; (b) pós operatório (2 anos).

Figura 6. Paciente com 65 anos, apresentando lipo-distrofia braquial e flacidez cutânea significativas.Submetida à Braquioplastia com incisão em W. (a),(b) demonstração da marcação; (c) pós operatórioimediato; (d) pós operatório tardio.

Figura 5. Paciente com 62 anos, apresentando lipo-distrofia braquial e flacidez cutânea significativas.Submetida à braquioplastia com incisão linear. (a)pré operatório; . (b) per operatório; (c) pós operató-rio.

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pode-se estender proximalmente pela axila ondeé interrompida (“quebrada”) para evitar retraçãocicatricial e continua pela linha axilar posterior,terminando no sulco sub-mamário. A sutura fi-nal é feita sem qualquer tensão para evitar as-pecto final cosmeticamente indesejado. Pode-seainda associar mamaplastia, emendando a inci-são submamária à toracobraquioplastia.

ABDOMINOPLASTIA COM INCISÃO REDUZIDA OU MINI-ABDOMINOPLASTIA

Cirurgia que deve ser indicada com extremacautela, uma vez que a tentação de uma cicatrizmenor leva com freqüência a queixa das pacien-tes de permanecerem com flacidez na regiãoepigástrica. A Paciente ideal se apresenta comflacidez delimitada na região supra-pubiana,umbigo alto e região supra-umbilical com pouca

ou nenhuma flacidez de pele e lipodistrofia vari-ável na qual podemos associar a lipoaspiração.

Complementando a mini-abdominoplastia,as seguintes combinações são possíveis: 1- Li-poaspiração (abdomen superior, inferior e/ouflancos); 2 -plicatura do reto infra e até supraumbilical; 3 - desinserção umbilical com reinser-ção no mesmo local ou deslocado inferiormente.(fig.7)

Pode-se associar a este e demais procedi-mentos de abdominoplastia, a lipoaspiração doretalho previamente a ressecção cirúrgica domesmo. Como descrito por Juarez Avelar em1999 Nestes casos o procedimento passa entãoa ser denominado mini- abdominolipoplastia,mid-abdominolipoplastia ou abdominolipoplas-tia completa. (fig. 8)

Figura 7. Paciente com 54 anos apresentando lipo-distrofia e flacidez cutânea moderada infra-umbili-cal. Submetida à lipoaspiração corporal e mini-abo-minolipoplastia, com reaproveitamento da gorduraem região glútea (640ml). Observe a persistênciado resultado no pós-operatório tardio. (a) (b) pré ope-ratório; (c) (d) pós operatório 3 anos; (e) (f) pós ope-ratório 14 anos.

O desenho é semelhante à abdominoplastiaclássica, porém em menor proporção, ocupaaproximadamente o terço inferior da área entreo umbigo e púbis. Inicia-se sempre pela lipoaspi-ração procurando locar os orifícios para inserçãoda cânula dentro da provável área a ser resseca-da. Segue-se a incisão e o descolamento do reta-lho dermogorduroso sobre a aponeurose. Esten-

Figura 8. Paciente com 45 anos apresentando pre-dominância de lipodistrofia com flacidez cutânea leveinfra-umbilical, com umbigo alto. Submetida à lipo-aspiração para contorno corporal e mini-abominoplas-tia. (a) pré operatório; (b) pós operatório (2 anos).

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dendo-o superiormente somente em casos deplicatura supra-umbilical, conduta um poucolaboriosa pela dificuldade de acesso. Quandoindicada, a mobilização do umbigo deve ser feitainternamente, sem alteração estética deste.

MID-ABDOMINOPLASTIA

Este termo foi primeiramente utilizado porJohn Lewis em 1979, descrevendo uma incisãotransversal na linha umbilical, ressecando umaelipse supra ou infra-umbilical conforme a ne-cessidade. Por apresentar uma cicatriz em áreaevidente este procedimento foi abandonado.Posteriormente considerou-se a mid-abdomino-plastia como o intermediário entre abdomino-plastia completa e a mini-abdominoplastia. Indi-cada principalmente para pacientes com flacidezacentuada supra-umbilical. Na mid-abdomino-plastia o comprimento da incisão horizontal va-ria entre a incisão reduzida à incisão de uma cris-ta ilíaca a outra, típica da abdominoplastia com-pleta. O desenho também é semelhante à abdo-minoplastia clássica em menor proporção, ocu-pando aproximadamente a metade inferior daárea entre o umbigo e púbis. (fig.9 e 10)

ABDOMINOPLASTIA COMPLETA

Indicado quando paciente apresenta peleflácida, com ou sem adiposidade e diástase dosretos abdominais. Dissecção do retalho cutâneo,seguindo um túnel ate o vértice do apêndice xi-fóide. Plicatura do reto abdominal. Fixamossempre do umbigo para encurtar o pedículoumbilical. Geralmente a ressecção final do reta-lho dermo-adiposo é guiado pelo orifício umbi-lical prévio. Flexão leve do tronco e membrosauxilia este processo. Este orifício pode ultra-passar, encostar ou não comunicar com a bordainferior. A incisão final no abdome é uma inci-são horizontal. Pode comunicar-se com uma in-cisão vertical curta, denominando incisão em T,ou sem comunicação, em casos onde a pele peri-umbilical não alcança a margem inferior da inci-são. Na confecção da onfoloplastia, as inúmerasincisões do retalho e desenho do umbigo permi-tem que a experiência e preferência do cirurgiãojuntamente com o paciente determinem à técni-

ca ideal. O dreno é opcional, geralmente utiliza-do. Algumas vezes opta-se por pontos de Barou-di, fixando o retalho a aponeurose internamente,com intenção de diminuir o espaço morto, esuas complicações como seroma, hematoma,dispensando assim a drenagem. Medidas profi-láticas mecânicas anti-trombóticas, são instituí-das para todos os pacientes. A profilaxia medica-mentosa conforme fatores de risco. (fig.11 e 12)

ABDOMINOPLASTIA COM COLOCAÇÃO DE TELA DEMARLEX

A operação é realizada segundo a técnicade Rives (1973) que preconiza o uso da tela a

Figura 9. Paciente com 49 anos apresentando pre-dominância de flacidez cutânea em região supra-um-bilical e lipodistrofia infra-umbilical, com umbigo alto.Submetida à lipoaspiração para contorno corporal emid-abdominolipoplastia e reposicionamento dosegmento cutâneo supra-umbilical. . (a) per opera-tório; (b) (c) (d) pré operatório; (e) (f) (g) pós operató-rio.

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nível submúsculo-aponeurótico para correção degrandes eventrações. A tração músculo-aponeu-rótica até a linha média seguida de sua fixaçãona tela de material aloplástico resulta numa di-minuição mais acentuada da circunferência ab-dominal, tanto do diâmetro antero-posteriorcomo do transverso.

Incisão curva de concavidade superior. Dis-secção do retalho dermo-adiposo pouco acimada inserção umbilical. Após divulsão do múscu-

Figura 10. Paciente com 38 anos apresentando li-podistrofia acentuada e flacidez cutânea moderadaabdominal. Submetida à lipoaspiração em 4 tem-pos diferidos e mid-abdominoplastia no 5º tempo,para corrigir flacidez resultante supra-umbilical. (a),(b), (c) pré operatório; (d), (e), (f) pós operatório (13anos).Paciente já com 51 anos.Figura 9. Paciente com 49 anos apresentando pre-

dominância de flacidez cutânea em região supra-um-bilical e lipodistrofia infra-umbilical, com umbigo alto.Submetida à lipoaspiração para contorno corporal emid-abdominolipoplastia e reposicionamento dosegmento cutâneo supra-umbilical. . (a) per opera-tório; (b) (c) (d) pré operatório; (e) (f) (g) pós operató-rio.

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lo, a tela é colocada em contato direto com alâmina aponeurótica profunda e com a fasciatransversalis. Seguindo, sutura do músculo retona linha média e fechamento de sua bainha. Senecessário, a cicatriz umbilical é fixada à apo-neurose e o eventual excesso de pele é resseca-do. (fig.13)

ABDOMINOPLASTIA VERTICAL

Indicada na existência de cicatriz vertical su-pra-umbilical e em casos que o custo-benefíciofavoreça a existência pouco disfarçável de umacicatriz vertical. Esta técnica permite uma melho-ra considerável na silhueta atingindo até a regiãodorsal do tronco. O diâmetro horizontal é demar-cado por sensibilidade. Pode ser necessário umapequena compensação suprapubiana e na junçãodos retalhos com cicatriz de mamaplastia se porventura existirem. Nenhum descolamento lateralé necessário. Com a plicatura do músculo reto-abdominal, diminui-se a área cruenta.

ABDOMINOPLASTIA REVERSA

Técnica primeiramente descrita pó Rebelloe Franco em 1972. Indicada na flacidez isoladada região epigástrica. Adequada quando a paci-ente já apresenta uma cicatriz baixa de abdomi-noplastia e cicatriz submamária pós mastoplas-tia em T com queixa de flacidez em abdome su-perior. A paciente pode ainda apresentar sinmas-tia, e/ou ser desejosa de mamaplastia no mes-mo tempo cirúrgico. Pacientes ex-obesos, comcerta freqüência, apresentam flacidez com lipo-distrofia variável, em região supra-umbilical,mesmo após procedimento de abdominoplastia.Nestes casos a abdominoplastia reversa torna-seuma indicação considerável. Em qualquer situ-ação o paciente deve ser alertado para a incisãoresultante.

Descola-se o retalho em plano supra-apo-neurótico. O retalho é tracionado cranialmentefixando-o a fáscia peitoral para evitar o descola-mento das mamas.

Quando associa-se uma incisão supra-púbi-ca como a da mini-abdominoplastia, com des-

Figura 12. Paciente com 45 anos apresentando lipo-distrofia e flacidez cutânea abdominal infra-umbili-cal moderadas a acentuada.. Submetida à abdomi-noplastia completa. Incisão preferida por Zantut. Im-portante que extremidades sejam mais alta que ocentro. (a), (b) pré operatório; (c), (d) (e) per operató-rio; (f) pós operatório.

Figura 11. Paciente com 47 anos apresentando lipo-distrofia e flacidez cutânea abdominal, infra-umbili-cal moderadas. Submetida à abdominoplastia com-pleta. Incisão proposta por Caldeira, mantendo a dis-tância entre a implantação dos pêlos ao umbigo,entre 14-16 cm em indivíduos normolíneos. (a), (b)pré operatório; (c), (d) pós operatório.

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colamento limitado, deve-se garantir que nãohaverá descolamento de uma larga faixa na re-gião umbilical, já que implica em risco de déficitde vascularização.

ABDOMINOPLASTIA EM “FLOR DE LIS”

Procedimento também denominado em “ân-cora”, que tem aumentado consideravelmentede freqüência com as situações pós obesidade,já que em muitos casos a abdominoplastia clás-sica completa ou a abdominoplastia vertical iso-ladamente, não alcançam o resultado estéticofinal desejado. Este procedimento respeita ostempos cirúrgicos de ambas as técnica. A mar-cação inicial é realizada com pinçamento digitalpara avaliar a quantidade de tecido a ser resse-cada. Tenta-se aproximar o vértice da incisãovertical com a incisão horizontal, ao ponto mé-dio da incisão inferior. Evitando qualquer desco-lamento posterior, para diminuir risco de sofri-mento vascular. Cuidados como a profilaxiaanti-trombóticas, nestes pacientes devem sermuito bem instituídas, conforme o grupo de ris-co. (fig.14 e 15)

FLANCOPLASTIA: RESSECÇÃO DE PELE BILATERAL OURESSECÇÃO DE PELE EM AMBOS OS FLANCOS UNIDOS

POSTERIORMENTE

Geralmente são pacientes magros ou quepassaram por grande perda ponderal, a pele doflanco é flácida e redundante ao pinçamentomanual. Marca-se a pele delimitando um fuso. Aressecção estende-se geralmente da espinha ilía-ca ântero-superior a póstero-superior, podendoainda estender-se alem destes limites conformea necessidade. As incisões podem unir-se poste-riormente sem dissecção extra de pele. Não des-colar além do limite da ressecção. Em casos deptose das nádegas e flacidez da coxa associado,amplia-se a incisão posteriormente, unindo-asem V englobando ressecção de pele desta por-ção sacrococcígea. Nestes casos a dissecçãopode atingir o sulco da nádega ao longo do pla-no aponeurótico do músculo glúteo maior, es-tendendo-se lateralmente por sobre a raiz da

Figura 13. Paciente com 49 anos apresentando lipo-distrofia e flacidez cutânea abdominal acentuada,com abaulamento importante antero-posterior eviden-ciando flacidez músculo aponeurótico de grandeporte. Submetida à abdominoplastia com inserçãode tela de marlex. (a), (b), (c) pré operatório; (d), (e),(f) pós operatório (3 anos).

coxa bilateralmente. Os retalhos são traciona-dos cranialmente, sobrepondo a incisão superiorpara ressecar o excesso de pele. Sutura profundatransfixando as fascias superficiais de ambos osretalhos e a aponeurose do glúteo maior e fascia-lata. É fundamental não permitir espaço morto.

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Figura 15. Paciente de 37 anos no pós operatóriotardio de cirurgia bariátrica (1 ano) com perda pon-deral de 100 kgs. Apresentando flacidez cutânea ab-dominal acentuada. Submetida à abdominoplastiaem flor de liz. Retalho de 1,7 kgs.

Figura 16. Paciente com 42 anos apresentando lipo-distrofia de flancos acentuada com discreta flacidezcutânea. Submetida à Flancoplastia (ressecção depele bilateral) com resultado satisfatório, porém como advento da lipoaspiração nos dias atuais, podería-mos tê-la realizado, com provável resultado seme-lhante e incisões mínimas. (a), (b) pré operatório;(c), (d) per operatório (e) pós operatório.

Existem casos descritos em que se aproveita ocoxim dermo-adiposo disepitelizado para au-mentar o volume de nádegas atróficas. (fig.16) Aflancoplastia pode emendar na abdominoplastiaquando houver indicação. (fig.17)

BELT SURGERY – TORSOPLASTIA CIRCUNFERENCIAL

Cirurgia descrita em 1979 por Gonzáles-Ulloa. Durante muitos anos em desuso, voltaagora com aumento importante na indicação.Incisão é feita sobre a margem superior da ressec-ção planejada e aprofunda diretamente até a fasciamuscular. Sem dissecção superior. Inferiormentedisseca-se ultrapassando 5 a 10 cm da área marca-da com intensão de elevar a face lateral do quadrile região glútea. A quantidade de pele a ser resseca-da será confirmada tracionando o retalho inferior,superiormente. Incisão vertical no retalho auxiliama avaliação. A marcação poderá ser alterada con-

Figura 14. Paciente de 36 anos no pós operatóriotardio de cirurgia bariátrica (8 meses) com perdaponderal de 50 kgs. Apresentando flacidez cutâneaabdominal acentuada e persistência de lipodistrofia.Submetida à abdominoplastia em flor de liz. Reta-lho de 7,3 kgs. Complementando com lipoaspiraçãode flancos, toraco-lateral e dorso lombar.

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Figura 17. Paciente com 45 anos apresentando lipo-distrofia de abdome e flancos acentuada com dis-creta flacidez cutânea. Submetida à abdominoplas-tia com flancoplastia (prolongamento da cicatriz atécrista ilíaca posterior). (a), (b) pré operatório; (c), (d)pós operatório (1ano e 6meses).

CRUROPLASTIA SUPERO INTERNA

Nestas áreas as alterações cutâneas são pre-coces, na maioria das vezes a flacidez é a maiorqueixa, associada ou não a depósitos de gordu-ra. Dadas as características anatômicas e tecidu-ais da pele e dos tecidos profundos da raiz dascoxas, períneo e sulco glúteo, dificilmente a ci-catriz mantém-se no local desejado. Na maioriadas vezes a cicatriz acaba alargada e abaixo daposição deixada ao final da cirurgia (3 cm oumais), tornando a indicação cirúrgica limitada.A cicatriz acaba posicionando-se fora dos trajesde banho ou roupa íntima, além de ocorrer dis-torções da genitália externa com o apagamentodos grandes lábios. Aplica-se, portanto, estastécnicas em casos específicos de expressiva pro-blemática estética, as quais justificam a qualida-de do resultado.

A cirurgia segue os princípios de Lockwood.A incisão inicia-se sob o sulco glúteo entre terçoexterno e o terço médio, acompanha o linha in-fra-glútea sobe paralelamente a região perinealterminando na prega inguinal, de comprimentovariável. Disseca-se até a fascia muscular (fas-cia de Colles) no limite estimado de ressecção.Após a ressecção desepiteliza-se aproximada-mente 1cm ao longo de toda borda para ancoraro retalho, na tentativa de evitar a descida da in-cisão. Alguns autores relatam resultados maisfavoráveis quando o retalho dérmico é fixadoao periósteo do osso ísquio.

Figura 18. Paciente de 54 anos com flacidez cutâ-nea e lipodistrofia acentuada em abdome , flancos eface interna da coxa. Submetida à abdominoplastiacom prolongamento da cicatriz à crista ilíaca e cru-roplastia. ). (a), pré operatório; (b) pós operatórioimediato.

forme a necessidade. O fechamento é meticuloso,o plano mais profundo inclui a fáscia superficial,para aliviar a tensão da pele. Altera o decúbito dapaciente para posição supina, e a porção anterior érealizada como uma abdominoplastia clássica comincisão estendida até flancos. Com o cuidado denão fletir demasiadamente a mesa operatório, paranão tracionar a cicatriz da região dorsal. Como amaioria destes pacientes estão no pós-operatóriosde gastroplastias redutora, é comum apresentaremainda uma cicatriz mediana supra umbilical. Nestescasos uma ressecção cicatricial pode complemen-tar o procedimento para melhorar a estética corpo-ral final.

Estes pacientes são manejadosno pós operatório com profilaxia mecânica emedicamentosa para trombose, independentedos demais fatores de risco.

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Nos casos em que há maior flacidez de ma-neira a formar dobras cutâneas, associa-se alémda lipoaspiração, uma resseção de um triângulode pele e subcutâneo na face interna da coxa. Abase e a altura do triangulo variam de acordocom os excessos a serem ressecados. A cicatrizresultante, portanto, é vertical ao longo da faceinterna da coxa, emendando na região inguinalem forma de T.

Nos casos de deformidade de flancos associ-ada a flacidez de face interna da coxa, as incisõespodem ser emendadas, como uma incisão única,obedecendo aos mandamentos de cada uma de-las. A incisão segue desde a crista ilíaca posteriorpassa pela crista ilíaca anterior, acompanha todaprega inguinal e sulco glúteo, podendo ainda, serunidas posteriormente no flanco. (fig.18)

Pode-se ainda associar todo o procedimen-to descrito a abdominoplastia: cruroplastia supe-ro interna + abdominoplastia + com ou semflancoplastia incisão que acaba por delimitar umtriangulo invertido na região puberal. Superior-mente (base do triangulo) cruza a incisão daabdominoplastia que se prolonga lateralmentena flancoplastia. As incisões da cruroplastia queterminam sob o sulco glúteo formam as paredeslaterais do triangulo. (fig.19)

DERMOLIPECTOMIA TROCANTERIANA OU CIRURGIAEM “CALCA E CULOTE”

A cirurgia de dermolipectomia da regiãotrocanteriana descrita primeiramente por Pi-tanguy, abrange principalmente a região de li-

Figura 19. Paciente de 49 anos Queixando-se de flacidez cutânea e lipodistrofia discreta em região proximalda coxa e flanco posterior e região sacral. Submetida à cruroplastia com flancoplastia. (a), (b), (c), (d) préoperatório; (e) per operatório; (f), (g), (h) pós operatório tardio; (i), (j) pós operatório imediato.

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podistrofia da face látero-superior das coxas(“culotes”), muitas vezes associada à depres-são na porção póstero-lateral das nádegas. Comadvento da lipoaspiração melhorando o con-torno destas áreas, a cirurgia ficou reservadapara casos muito especiais. A incisão é fusifor-me, lateralmente estende-se até a proeminênciada espinha ilíaca súpero-anterior. A margem

superior deve incluir a depressão póstero-late-ral. Posteriormente segue no sulco sub-glúteopodendo ainda seguir até prega inguinal quan-do a lipodistrofia e flacidez da face interna dacoxa se encontram associadas. Ancora-se o re-talho em porção profunda (fáscia muscular) natentativa de fixá-lo nesta posição e evitar des-locamento.

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