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sistemas de distribuição
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR
Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Curitiba Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Disciplina de Instalações Prediais Professor Paulo Sérgio Walenia
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2. Sistemas de Distribuição
2.1 Definições:
Conforme definido pela Norma Brasileira Sistema Elétrico é:
“Um circuito ou conjunto definido de circuitos interligados, destinados a levar energia elétrica gerada no sistema, ou a recebida de outros sistemas até os pontos de utilização e/ou até os pontos em que essa energia é transferida para outros sistemas e incluindo os circuitos e equipamentos auxiliares necessários ao seu funcionamento.”
Já Linha Elétrica é o conjunto de condutores, inclusive com seus elementos
de fixação, suporte e proteção mecânica que transportam energia ou transmitem
sinais elétricos entre a fonte e a carga. Exemplos de linhas elétricas são: Cabos
unipolares instalados em eletroduto enterrado, condutores isolados instalados em
eletroduto embutido em alvenaria, etc.
Quando da elaboração de um Projeto Elétrico os Sistemas de Distribuição
que são tratados neste capítulo referem-se a uma combinação dos dois conceitos
definidos acima.
Ou seja, o Sistema de Distribuição adotado em um projeto deve levar em
conta as características necessárias para se levar a energia (ou o sinal) entre dois
pontos da instalação. As principais características a serem definidas são:
• A configuração da instalação;
• A natureza da corrente elétrica;
• A(s) tensão(ões) utilizada(s);
• O número de fases;
• O número de condutores carregados;
• O esquema de aterramento;
• A efetividade do aterramento;
• O esquema de ligação do transformador;
• O tipo de condutor;
• O tipo de conduto utilizado; e
• A maneira de instalar a linha elétrica.
O Sistema de distribuição, com todas as suas características, deverá ser
determinado pelo projetista levando em conta principalmente os seguintes fatores:
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a) A natureza do(s) aparelho(s) de utilização que serão previstos no projeto.
Verificando se mono ou trifásico, com ou sem neutro, etc;
b) As limitações e disponibilidades da Concessionária local;
c) As recomendações e limitações impostas pelas normas técnicas
pertinentes à instalação;
d) Os custos envolvidos em cada uma das soluções disponíveis, sempre
procurando a melhor relação custo x benefício.
A seguir discutiremos cada uma destas características e a forma que elas
influenciam na definição do projeto.
2.2 Características dos Sistemas de Distribuição
2.2.1 Quanto a Configuração
Sistema independente ou isolado – aquele onde a geração é independente e
não possui qualquer tipo de interligação elétrica da Concessionária.
Sistema interligado – é aquele que comumente temos em nossas residências,
empresas e indústrias. Neste sistema diversas fontes geradoras são interligadas,
garantindo maior confiabilidade de fornecimento.
2.2.2 Quanto a Natureza da Corrente Elétrica
Corrente Alternada
• Monofásica
• Polifásica
Corrente Contínua
• A dois condutores (positivo – negativo)
• A três condutores (positivo, negativo, massa)
2.2.3 Quanto ao Número de Fases
Sistema Monofásico:
o 1 fase – (fase)+(neutro) – monofásico a 2 condutores
o 2 fases – (fase)+(fase) – bifásico
o 2 fases – (fase)+(fase)+(neutro) – monofásico a 3 condutores
Sistema Trifásico:
o Trifásico a 3 fios – (fase)+(fase)+(fase) – Trifásico não aterrado
ou isolado;
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o Trifásico a 4 fios – (fase)+(fase)+(fase)+(neutro) – Trifásico
aterrado.
2.2.4 Quanto ao Nível de Tensão
Categoria Tensões Padronizadas
Outras Tensões Existentes
Utilização
1000kV EAT 800kV
Extra Alta Tensão 750kV Vn≥500Kv 600kV
550kV 500kV Transmissão 440kV 345kV
AT 330kV Alta Tensão 230kV
69kV≤Vn<500kV 138kV 130kV 88kV Subtransmissão 69kV 34,5kV 31,5kV 24kV 23kV 14,4kV
MT 13,8kV Média Tensão 13,2kV 1kV<Vn<69kV 12,6kV
11,5kV Distribuição 11kV Primária 7,2kV 6,9kV 6,6kV 6,3kV 4,16kV 2,4kV 2,3kV 660V 600V 550V 500V 480V 460V
BT 440V Baixa Tensão 380V Distribuição
Vn≤1kV (CA) ou 254V Secundária Vn≤1,5kV (CC) 230V
220V 130V 127V 120V 115V 110V
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2.2.5 Quanto a número de Condutores Carregados
Define-se condutor carregado como aquele que efetivamente conduz a
corrente de carga quando da operação do circuito.
Em função do exposto podemos ter as seguintes situações:
o 2 condutores carregados
� (Fase) + (Neutro)
� (Fase) + (Neutro) + (Proteção)
� (Fase) + (Fase)
� (Fase) + (Fase) + (Proteção)
� (Positivo) + (Negativo) em Corrente Contínua
o 3 condutores carregados
� (Fase) + (Fase) + (Neutro)
� (Fase) + (Fase) + (Neutro) + (Proteção)
� (Fase) + (Fase) + (Fase)
� (Fase) + (Fase) + (Fase) + (Proteção)
� (Fase) + (Fase) + (Fase) + (Neutro) – circuito equilibrado
� (Fase) + (Fase) + (Fase) + (Neutro) + (Proteção) –
circuito equilibrado
� (Positivo) + (Negativo) + (Massa) em Corrente Contínua
o 4 condutores carregados
� (Fase) + (Fase) + (Fase) + (Neutro) – circuito
desequilibrado
� (Fase) + (Fase) + (Fase) + (Neutro) + (Proteção) –
circuito desequilibrado
2.2.6 Quanto ao Esquema de Aterramento
A Norma Brasileira (NBR 5410) estabelece os sistemas de distribuição
com relação à forma que o condutor de alimentação e as massas são
aterradas.
Para tanto é adotada é adotada a seguinte codificação:
A primeira letra indica a situação da alimentação em relação à terra:
• T – Para ponto diretamente aterrado
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• I – Isolação das partes vivas em relação à terra ou emprego
de resistência de aterramento
A segunda letra indica a situação das massas em relação à terra:
• T – para massas diretamente aterradas independente do
aterramento do ponto de alimentação
• N – massa ligadas diretamente ao ponto de alimentação
aterrado
Outras letras, se houverem, para indicar a relação entre condutores
neutro e terra:
• S – quando separados (com condutores distintos)
• C – quando combinados em único condutor (PEN)
Quando a alimentação provier de uma rede de distribuição pública em
baixa tensão, o condutor neutro deve ser sempre aterrado na origem.
Sistema T-N
O sistema T-N-S é recomendado para maioria das instalações devido a
equipotencialização.
O sistema T-N-C é o mais comumente encontrado nas residências pois
normalmente o condutor de proteção não é instalado, sendo o aterramento da
carcaça executado através do neutro.
O sistema T-N-C-S é pode ser utilizado em locais onde o condutor de
proteção não é acessível, mas é necessária a equipotencialização entre a carcaça
de diversos equipamentos, com isto a partir de um determinado ponto é criado um
condutor de proteção derivado do condutor PEN (proteção + neutro).
Sistema T-T
O sistema T-T é principalmente aplicável em locais aonde a distância entre o
ponto de aterramento e a massa do equipamento seja muito longa. Com isto o
condutor possui uma alta impedância em altas freqüências tornando o aterramento
não efetivo.
Sistema I-T
O sistema I-T é aplicável em locais aonde é necessária à garantia de
continuidade de serviço, pois em casos de curto-circuito a terra (fuga a terra) a
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proteção não atuará. Só haverá a atuação da proteção em caso de novo curto fase-
terra (em outra fase) o que acarretará em um curto fase-fase sensibilizando a
proteção e desligando o circuito.
Deve-se tomar o cuidado que o sistema de proteção sinalize quando da
existência do primeiro curto-circuito fase-terra alertando a equipe de manutenção da
necessidade de conserto ou substituição do equipamento.
2.2.7 Quanto a Efetividade do Aterramento
Aqui é analisada a forma como o ponto de neutro da rede de alimentação
(transformador) será interligado a malha de terra.
Com isto podemos ter um sistema solidamente aterrado ou um sistema
aterrado através de impedância.
2.2.8 Quanto as Maneiras de Instalar (ou métodos de instalação)
A NBR5410 apresenta uma extensa lista de variações nos métodos de
instalação, quando do dimensionamento caberá ao projetista identificar qual foi o
método de instalação (ou maneira de instalar) que mais se aproxima dos disponíveis
na norma brasileira e com isso escolher o método de referência que permita o
correto dimensionamento da fiação.
Também vale destacar que o tipo de condutor deverá ser posteriormente
escolhido em função das características do local e da maneira de instalar escolhida.
Neste capítulo são apresentadas resumidamente maneiras de instalar e suas
principais características permitindo ao projetista conhecer algumas opções
disponíveis:
1. Eletroduto embutido
Forma mais comum de instalação em edificações residenciais e comerciais.
Possui pouca flexibilidade mas é esteticamente adequado.
A NBR apresenta duas situações, sendo uma o eletroduto embutido em
alvenaria, situação mais comum, e a outra o eletroduto embutido em parede
termicamente isolante.
2. Eletroduto aparente
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Utilizado em instalações industriais e eventualmente em instalações
comerciais. Possui maior flexibilidade, pois pode ser adequado sem a necessidade
de quebras na alvenaria, mas dependendo do local ficará esteticamente inadequado.
3. Eletroduto enterrado
Utilizado para interligações externas. Deve-se tomar especial cuidado com
relação aos cabos utilizados e a qualidade e local para execução de emendas, pois
devido a presença de água a isolação do cabo poderá ser prejudicada acarretando
curto-circuitos.
Além disso, deve-se tomar cuidado com a proteção mecânica desta linha
elétrica pois devido a escavações ou ao afundamento do solo devido a passagem de
veículos o eletroduto e os cabos poderão ser danificados.
4. Condutores diretamente enterrados
Também utilizado para interligações externas. Deve-se tomar especial
cuidado com relação aos cabos utilizados e a qualidade e local para execução de
emendas, pois devido à presença de água a isolação do cabo poderá ser
prejudicada acarretando curto-circuitos.
Além disso, deve-se tomar cuidado com a proteção dos cabos devido a
escavações que podem romper os cabos podendo inclusive causar risco de vida aos
operários. Especial atenção deverá ser dada a proteção mecânica destes cabos.
5. Eletrocalhas
Utilizadas principalmente em instalações industriais, podendo ser do tipo
perfuradas ou lisas. As eletrocalhas devem ser obrigatoriamente possuir tampa e
podem ser fixadas nas paredes (através de mão-francesa) ou no teto (através de
tirantes).
É adequada para passagem de grande número de condutores com bitola
pequena ou média.
Deve-se tomar especial cuidado com relação a propagação do fogo
principalmente em trajetos verticais.
Outro cuidado que deve ser tomado em todas as maneiras de instalar que
sejam fixadas no teto (forro, laje, etc) é em relação ao peso que deverá ser
suportado, pois em alguns casos devido a grande quantidade de cabos instalados
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poderá haver um comprometimento da estrutura causando até desabamentos de
forros e estruturas de telhados que se encontram comprometidos.
6. Bandejas
Uma bandeja é um “eletrocalha sem tampa”, sendo que inclusive existe muita
confusão com relação a estes nomes, pois comercialmente pode-se comprar uma
calha com ou sem tampa.
7. Perfilados
Utilizados para distribuição de cabos de pequena bitola, sendo principalmente
útil no caso de distribuição de fiação para circuitos de iluminação em edificações
comerciais e industriais. Os perfilados são eletrocalhas ou bandejas, dependo se
possuem ou não tampa, com dimensões reduzidas e padronizadas, sendo
geralmente 38x38mm.
8. Leito e escada para cabos
Utilizados em instalações industriais para distribuição de circuitos de grande
capacidade. O leito possui instalação horizontal e a escada no sentido vertical.
9. Canaleta enterrada
Utilizada em instalações industriais para distribuição de grande quantidade de
circuitos com pequenas ou grandes bitolas.
O maior problema da utilização da canaleta é que esta maneira de instalar
está sujeita a inundação por água ou outros componentes existentes no processo
produtivo. Em alguns casos pode ser não recomendado a sua instalação pois
resíduos podem ser levados pela chuva ou por lavagem até a canaleta e por meio
de uma reação química destruir os cabos.
As canaletas são construídas na obra e podem ter tampa de concreto ou
metálica, devendo-se verificar os esforços a que estas tampas serão submetidas
devido a passagem de veículos.
10. Canaleta plástica
Também conhecida comercialmente como “canaleta” as canaletas plásticas
são elementos pré-fabricados. São instalados principalmente em obras comerciais
ou em locais onde é necessária grande flexibilidade devido a facilidade de ampliação
e alteração dos pontos.
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Também estão disponíveis no mercado canaletas metálicas (principalmente
em alumínio) que possuem a mesma função das canaletas plásticas.
11. Instalação ao ar livre
Os condutores instalados ao ar livre são fixados através de isoladores não
possuindo nenhum tipo de proteção mecânica ou contra as intempéries.
A rede de distribuição em baixa tensão das concessionárias possui
condutores instalados ao ar-livre. Também era bastante comum encontrarmos em
residências a “linha mestra” onde uma linha instalada ao ar-livre derivava para todos
os pontos da residência.
Tal solução deve ser evitada no projeto.
Vale destacar que as maneiras de instalar aqui apresentadas não esgotam as
variações possíveis das formas de instalação de condutores em um projeto elétrico.
São destacados apenas os mais utilizados em instalações residenciais, comerciais e
industriais visando uma familiarização a estes tipos de instalação. Obrigatoriamente
o projetista deverá conhecer as tabelas da norma NBR5410 e as opções disponíveis
no mercado.
Em todos os casos a escolha da maneira de instalar deverá levar em conta o
local da instalação, o padrão de acabamento desejado, as influências externas
(conforme definido pela norma brasileira) e a quantidade e bitola dos circuitos que
serão instalados.
Também devem ser verificadas as recomendações com relação a combate de
incêndio e propagação de chamas e fumaça e as recomendações relativas a locais
com afluência de público que limitam as maneiras de instalar e os cabos utilizados.