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CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi
CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT
PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2012
Introdução:
O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto Terapêutico
Global 2012 que fora construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES-MT, uma
instituição que trata de crianças e adolescentes com situação de sofrimento psíquico
severo, onde a criança/adolescente esteja acometida por transtorno mental grave e
que a decorrência desta experiência esteja lhe inviabilizando o desenvolvimento e
exercício de sua vida psíquica, emocional, social e cidadã.
Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o espaço
de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada, reafirmando que a
lógica de um CAPSi não está na patologia de seu usuário e sim no seu estado
clínico, psíquico e social. Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e
por não haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi afirma
que uma vez desagudizada uma situação de sofrimento e de patologia mental da
criança/adolescente, esta, inclusive como forma de proteção a ela e como atitude
antimanicomial, no sentido de desinstitucionalização, não mais permanecerá neste
serviço, sendo conforme sua necessidade encaminhada e inserida nos demais
equipamentos da rede, como ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros
de saúde e programas de saúde da família, entre outros.
Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam formalmente
instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará o CAPSi/CIAPS
AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não implantado ou em
funcionamento, e, ao contrário, orientará as famílias a buscarem formas de obterem
os serviços a ela necessários, podendo através deste ato, alimentar e por em prática
o exercício cidadão que sócio-histórica e culturalmente devem ser potencializados.
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Justificativa:
Historicamente, no Brasil e em Cuiabá- MT, um CAPSi está em processo de
construção e solidificação de sua prática.
A prática e os exercícios de 2011, 2010, 2009, 2008, 2007, 2006, 2005, 2004,
2003, e 2002, ano de implantação deste CAPSi, nos ensinaram que o papel de um
CAPSi realmente está para além da atuação clínica-institucional, mas política e de
lutas de direitos, ainda em explanação, ainda em buscas de garantias, apesar dos
mais de 20 anos do ECA e dos 10 anos da Lei Federal nº 10.216 (06/04/2001).
Sendo a maioria das ações de um CAPSi, de habilitação e não de reabilitação
(como o de um CAPS adulto), cabe a seu exercício que esta habilitação seja plena,
seja bio-psíquica e social, conforme portaria GM 334 e que seja, inclusive, a partir de
um grave momento de dor e sofrimento, tal como são acolhidas e admitidas as
crianças, os adolescentes e seus familiares neste CAPSi.
Objetivos:
1. Objetivo Geral:
• Fortalecer e intensificar a proposta de abordagem psicossocial à criança
e ao adolescente do município de Cuiabá que seja portador de transtorno
mental severo, construindo recursos para uma assistência que alcance
além da remissão de sinais e sintomas.
2. Objetivos Específicos:
• Prosseguir e manter a articulação com demais setores de proteção e
assistência infanto-juvenil;
• Ampliar as condutas e encaminhamentos terapêuticos do tratamento
clínico proposto pelo serviço;
• Afirmar a coerência da identidade de um CAPSi enquanto serviço
substitutivo ao hospital psiquiátrico para a demanda infanto-juvenil,
proposta pela política nacional de saúde mental( em vigência);
• Investir amplamente na abertura de espaço para inserção social da
criança/adolescente com transtorno mental severo;
• Ofertar assistência em saúde mental de qualidade e excelência técnica,
visando o alívio do sofrimento psíquico, a superação do estado agudo da
patologia e a retomada do desenvolvimento, do crescimento e vida da
criança e adolescente.
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Proposta teórica e prática:
A prática clínica de saúde mental infanto-juvenil exige profissionais
disponíveis e flexíveis, mas que precisam receber e/ou se apoiar em
fundamentações teóricas e práticas de uma clínica em que prevalece a subjetividade
deste sujeito que sofre com um transtorno mental severo.
Nosso projeto está baseado em discussões teóricas apoiadas na leitura de
base psicanalítica, com ênfase no pensamento de Donald Winnicott, e também do
pensamento de Carl Rogers, alem da teoria sistêmica de abordagem familiar, e das
metodologias e fundamento de base humanista existenciais. Consideramos a
importância de proporcionarmos um ambiente acolhedor que funcione como
facilitador de todo processo e que, muitas vezes, agirá como suporte e segurança
tão necessários para o estabelecimento e seqüência do tratamento.
Sendo assim, construímos estratégias flexíveis e abertas à expressão de
quaisquer comportamentos, mas que transmitam a contenção, o cuidado e o
respeito ao momento em que nossos usuários se encontram. Nossos alicerces são:
Acolhimento
A proposta construída nos últimos anos será mantida. A continuidade da
exigência do encaminhamento de um serviço de saúde continuará contribuindo para
que a demanda seja reconhecida pelos serviços da rede e, consequentemente,
contribuirá para que o CAPSi seja consolidado como um serviço de assistência ao
portador de transtorno mental severo, com idade entre 0 e 18 anos. Sendo assim, o
agendamento torna-se necessário e foi comprovadamente viável, com ressalva de
que quadros agudos, ou seja de urgência, não estarão sujeitos a agendamento e
serão atendidos a qualquer dia e horário de funcionamento do CAPSi, conforme
necessidade da criança/adolescente.
Para o acolhimento o responsável pela criança deve apresentar uma cópia da
certidão de nascimento da criança/adolescente, fornecer o número do CPF do
responsável e do cartão do SUS da própria criança.
A abordagem prioritária para o primeiro acolhimento será a abordagem
individual da família com a criança/adolescente conforme dinâmica de agendamento
do período.
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Após a realização de coleta de informações, que se dará no acolhimento bem
como em atendimentos subseqüentes conforme a situação deste primeiro (queixas,
sintomas, comportamentos, peso, medida, história de vida e desenvolvimento, etc),
haverá definição do técnico quanto aos possíveis encaminhamentos: interno ou
externo. No caso de encaminhamento externo o técnico fará o encaminhamento de
maneira responsável e comprometida, com informações atualizadas sobre recursos
oferecidos pela rede de saúde, educação, justiça e assistência social.
Caso haja encaminhamento interno, o técnico de referência neste momento
sendo aquele que realizou o primeiro acolhimento, pode optar por propor a imediata
admissão para tratamento da criança/adolescente acolhido mediante PTI elaborado
em discussão/apresentação do caso à equipe ou mini equipe e conforme condição
tanto clínica psiquiátrica quanto psicossocial; ou ainda poderá o técnico admitir a
criança/adolescente para avaliação e investigação diagnóstica para futura definição
de PTI ou de encaminhamento externo, conforme requeira o quadro investigado,
através da análise situacional da criança ou adolescente. O técnico de referência é o
responsável pela condução, evolução, atualização e manutenção do tratamento com
base num olhar biopsicossocial e este poderá permanecer sendo aquele técnico que
realizou o primeiro acolhimento, ou outro técnico definido na elaboração do PTI da
criança/adolescente.
Momento prisma
O momento prisma caracteriza-se pelo estado clínico de agudização
extrema do sofrimento mental apresentado pela criança/adolescente.
A admissão do usuário ao CAPSi, após avaliação no acolhimento, manterá a
vertente de aquisição de informações, mas a intervenção da equipe será direcionada
também a fornecer informações a respeito das condutas, atitudes e comportamentos
que podem amenizar o sofrimento, principalmente em casos agudos (surto
psicótico), identificados em momento prisma de vivência da patologia e suas
conseqüências.
Nos casos agudos intensos que caracterizam um momento prisma, um
primeiro projeto terapêutico individual começará a ser construído a partir do
direcionamento imediato para avaliação psiquiátrica e pós consulta, considerando a
dimensão do quanto é nova esta condição para o usuário e para sua família. O
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usuário está afetado diretamente pelo sofrimento e/ou dor e, sua família vivendo a
perda de um membro saudável, mesmo que venha a ser momentânea (por se tratar
desta faixa etária).
Neste momento a família será orientada, apoiada e direcionada a participar de
dois procedimentos básicos: a administração da medicação e a oficina do lanche e
ou almoço. E, considerando o significado do vínculo para o tratamento da doença
mental, serão priorizadas as atividades internas.
Ainda no momento de sua intervenção haverá maior probabilidade da
necessidade de intervenções intensivas e a equipe dará o devido encaminhamento
quando julgar conveniente.
No momento Prisma, os casos com hipótese diagnóstica de transtorno
invasivo manterão a vertente de coleta de dados, inclusive através do médico
pediatra, aproximação e vinculação do usuário e responsável com o serviço e seus
técnicos. A médica psiquiatra, sendo um dos membros da equipe, será informada da
admissão deste usuário, mas a avaliação psiquiátrica acontecerá por indicação da
discussão do caso na medida em que a relação de vínculo for estabelecida e ou
segundo urgência do quadro clínico.
A coleta de dados junto à família da criança/adolescente recém admitido em
primeira vez ou mesmo subseqüente, será no modo individual, e a inclusão da
família em grupo (GAF: grupo de atendimento de famílias-
familiares/pais/responsáveis), se dará no momento que tecnicamente esta indicação
seja viabilizada, através do projeto terapêutico da família.
Momento Mosaico
O momento mosaico caracteriza-se pelo estado clínico agudo, porem já
com melhora clínica e menor intensidade de sofrimento e limitações
decorrentes da psicopatologia e que permite a elaboração de novo PTI (projeto
terapêutico individual), em face deste novo momento e demanda diferenciada
de cuidados.
Estabelecido o vínculo com o serviço e seus técnicos, será construído um
projeto terapêutico de assistência e tratamento ao usuário e seu responsável. Estes
deverão ser encaminhados para atividades que melhor atendam o propósito de
resgatar a saúde dos mesmos. As atividades serão específicas aos usuários e aos
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responsáveis, realizadas separadamente e em horário paralelo, mas com a ressalva
de possíveis alterações a partir de um julgamento técnico da equipe.
Considerando que, neste momento, o usuário já não apresentará um quadro
“tão” agudo, ele será encaminhado para avaliação do médico pediatra, caso isto já
não tenha ocorrido anteriormente no momento Prisma.
O desenvolvimento do tratamento e da relação de cuidado favorecerá a
inclusão em atividades externas e/ou abordagens com outras esferas que ajam
diretamente na saúde mental do usuário e sua família. Para tanto, ressaltamos a
importância do investimento em reforçar o caráter subjetivo das abordagens, assim
como a disponibilidade e flexibilidade da equipe clínica.
Tanto no período matutino quanto no vespertino caberá a equipe responsável
a construção de um quadro de atividades que alcancem o objetivo terapêutico. Para
tanto terão a autonomia de escolha de recursos e instrumentos para sua execução,
tais como: oficinas, grupos terapêuticos, terapias especializadas, AVAs (Atividades
de Vida Autônoma), oficinas externas, etc.
Construídas as atividades, todas deverão ter um técnico como responsável
pela sua condução, e o Responsável Técnico do CAPSi deverá ser informado,
acerca de cada nova construção, uma vez inclusive que deverão ser realizadas
mediante prévia discussão e apresentação à equipe ou mini equipe de assistência.
Programas de Atendimento
O CAPSi neste ano e através deste Projeto Terapêutico Global, contará com
treze grandes programas de atendimento, para a assistência de sua demanda e
conforme a caracterização de sua clientela*, sendo estes:
1- Oficina de Estimulação: destinada ao atendimento de crianças de 0 a 5 anos de
idade, que apresentem sinais e/ou sintomas de patologias mentais invasivas de seu
desenvolvimento e que estejam lhes trazendo prejuízos nas esferas do
desenvolvimento e utilização de seus equipamentos psicomotores em decorrência
do acometimento da psicopatologia instalada ou em processo de instalação. O
número de participantes da oficina estará condicionado ao número de técnicos
envolvidos na realização direta da oficina e poderá ser de duas a no máximo quatro
crianças por grupo. As crianças que apresentarem tal quadro ou prejuízo, poderão
ainda serem atendidas individualmente ( programa individual), conforme haja
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indicação técnica e segundo a esfera de desenvolvimento em prejuízo e portanto a
ser trabalhada e estimulada junto à criança.
2-Oficina Mosaico Infantil: destinada a crianças em fase escolar, de 06 a 11 anos
de idade e de preferência (e não exclusivamente pois crianças em momento prisma
do acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição e indicação
clínica participarem desta atividade de oficina ) em momento mosaico de
acometimento da patologia mental e independentemente da classificação desta, por
este fato caracteriza-se esta atividade de oficina um mosaico, de crianças com
quadros psicopatológicos variados e múltiplos, abordadas segundo sua fase de
desenvolvimento.
3-Oficina Mosaico Adolescentes: destinada a pré adolescentes e adolescentes, de
12 a 17 anos de idade e de preferência (e não exclusivamente pois pré
adolescentes e adolescentes em momento prisma do acometimento da
psicopatologia podem segundo sua condição e indicação clínica participarem desta
atividade de oficina) em momento mosaico de acometimento da patologia mental e
independentemente da classificação desta, por este fato caracteriza-se esta
atividade de oficina um mosaico, de pré adolescentes e de adolescentes com
quadros psicopatológicos variados e múltiplos, abordadas segundo sua fase de
desenvolvimento.
4 – Oficina do Lanche: a alimentação constitui importante atividade da vida
cotidiana da criança, e do adolescente, tanto no quesito nutricional para o pleno
desenvolvimento do corpo, como de sistemas refinados do sistema nervoso central,
que dará suporte para atividades subjetivas; alem destes fundamentais aspectos, a
alimentação, constitui espaço de experiência do crescimento emocional pois poderá
conter representantes afetivos. Desta forma, a atividade do lanche ofertado em cada
um dos períodos (matutino e vespertino), será espaço inequívoco de atividade
terapêutica, onde condições de hábitos familiares, possibilidade de estimulação de
autonomia, bem como de cuidado e atenção podem ser observados e trabalhados
também nesta prática vivida pela criança e seu cuidador (pai, mãe, ou responsável).
Portanto, pai, mãe e/ou cuidador são incluídos nesta assistência segundo definição
técnica, que ocorrerá através de convite feito pelo profissional de atendimento da
criança e/ou da família.
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5- Abordagem Familiar, na qual está contida:
- Grupos de Família(GAF) destinado ao atendimento de pais (pai e/ou mãe),
familiares (avós, avôs, tias, madrinhas ou cuidadores institucionais) e responsáveis
pelo acompanhamento do tratamento da criança/adolescente admitido para
tratamento. Tem caráter operativo, portanto coordenado por um técnico de nível
superior, contando sempre que possível com um observador, técnico de nível
superior ou não, e constituem condição sine qua nom para o tratamento destinado à
criança/adolescente, devendo ocorrer em horário paralelo a ao menos um
atendimento da criança/adolescente no CAPSi. Por ser operativo pode contemplar
segundo a técnica operacionalização de conteúdo previamente elencado pelos
técnicos como necessário para abordagem específica de cada grupo, ou ainda pode
contemplar a operacionalização de conteúdos demandados do próprio grupo ou de
algum de seus membros;
- Trabalho de Atendimento da Família (TAF), que constitui uma abordagem
terapêutica especificamente para criança/adolescente conjuntamente com seus
familiares, de natureza de suporte pontual ou continuada, conforme indicação
técnica para o quadro,
- Grupo Multifamiliar (GRUM), consiste em atividades terapêuticas realizadas, para
crianças/adolescentes conjuntamente com seus familiares,
- Orientação Parental: consiste em acompanhamento individual para orientações,
para pai, mãe, ou ambos juntos acerca de sua função e papel parental, aplicados
para pais que não alcançam desenvolvimento, através de abordagens grupais;
6-Atendimento Individual, destinado à abordagem individual de qualquer
especialidade constante na equipe de assistência do CAPSi, que poderá ter caráter
de consulta, de estimulação de habilidades, de desenvolvimento de AVA, de
estimulação de desenvolvimento, de apoio, de psicoterapia, de entrevistas de
anamnese e/ou de análise e aprofundamento de entendimento de situações,
circunstâncias, biografias e fatos, de aplicação de testes, de orientação
(medicamentosa, de tratamento, de desenvolvimento, de direitos, de saúde, de
trabalho, de educação, de formas de inserção), de acompanhamentos, e etc,
conforme o técnico a realizar a abordagem e sua especialidade e conforme a
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indicação técnica para a assistência a criança/adolescente, constituindo um dos
métodos dentre os programas de atendimento.
7- Programa Pandorga: constitui uma assistência elaborada para fins de propiciar
estimulação de desenvolvimento global, de crianças com diagnóstico de transtorno
de espectro autista (TEA), ou com atrasos de desenvolvimento decorrentes de
outras categorias nosológicas, de quadros psicopatológicos. Realizado por equipe
multiprofissional, através de abordagem individual e/ou grupal, conforme indicação
técnica para o quadro, e conforme técnicas, *métodos ou sistemas utilizados,
próprios do programa, que se focaliza sobre a demanda específica de cada criança
ou adolescente, nesta condição. O presente programa foi desenvolvido pela equipe
do CAPSi, e está em utilização há sete anos apresentando resultados satisfatórios
para os fins de retomada de desenvolvimento e inclusão psicossocial, considerando
o número de altas por conclusão efetivadas até o presente momento, concernente a
90% dos casos atendidos.
*MÉTODO DO PROGRAMA PANDORGA
Após o acolhimento realizado por um profissional da equipe multidisciplinar do
CAPSi, se identificado um possível quadro de TEA (Transtorno de Espectro Autista),
é agendado um atendimento individual da criança para ratificação e “mapeamento
de espectro”, este procedimento é realizado por um técnico da equipe
multidisciplinar do CAPSi, sendo este devidamente treinado para tal atividade, e em
seguida é agendado uma consulta de anamnese com a mãe, ou responsável pela
criança, esta anamnese é realizada por um profissional responsável pela família
considerando o “Programa de Abordagem Familiar” do CAPSi.
O mapeamento de espectro tem como objetivo central analisar e avaliar o
desenvolvimento global da criança identificando aspectos preservados e aspectos
em prejuízo, pelo acometimento do TEA, segundo sua idade cronológica em relação
às funções mentais e condições psicológicas, onde os aspectos preservados serão
de fundamental importância para a adequação de seu projeto terapêutico, a partir da
compreensão, não da existência de um ser autista, mas sim de uma criança, que em
determinada idade apresenta TEA, e para qual tecnicamente é possível utilizar de
seus recursos pessoais disponíveis para estimular, habilitar e/ou reabilitar, treinar e
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mesmo tratar a criança e seus aspectos que se encontrarem em atraso de
desenvolvimento.
O caso é discutido em equipe mínima, assim, se necessário, há o
agendamento no próprio CAPSi com um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional,
um psicólogo, ou ainda um pediatra, para avaliação do quadro atual da criança, além
disso, haverá o agendamento com o psiquiatra infantil do CAPSi, para consulta
médica e definição diagnóstica.Na discussão de caso, é realizada uma propositura
de PTI (Projeto Terapêutico Individual).
O PTI apresentará as definições fundamentais da assistência a ser ofertada à
criança (ou adolescente) e sua família, através do qual será estabelecido:
- o quê será realizado como terapêutica (que se estabelece segundo
demanda apresentada pela criança, definindo portanto, atividades personalíssimas
para cada uma, uma vez que embora com mesmo diagnóstico, cada criança terá
uma história pessoal e é única em sua necessidade e potencial;
- por quem, ou por quais profissionais será realizada a terapêutica, mais uma
vez segundo a demanda apresentada pela criança;
- como esta terapêutica será realizada, onde a atividade é apontada e
descrita em seu prontuário, sobre a qual se estabelece um plano de
acompanhamento e revisão segundo o benefício obtido pela criança através da
terapêutica proposta, incluem-se aqui técnicas, métodos e atividades, que vão
desde estimulação específica de funções, fortalecimento de condições psicológicas,
bem como de treinamento de habilidades,inclusão social e escolar, estabelecimento
de rotinas, ou ainda de desconstrução destas, caso haja tal indicação como
condição para obtenção de níveis de harmonia e bem estar na vida cotidiana da
criança/adolescente, além do próprio planejamento das mesmas;
- onde dentre os espaços físicos disponíveis no CAPSi, no seu entorno, e na
sua comunidade a terapêutica será realizada;
- e quando será realizada, estabelecendo a periodicidade e regularidade
da(s) mesma(s).
Será sequencialmente realizado um agendamento de feed back com a família
e apresentação da proposta de PTI para a criança e seu familiar, ou sua família
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conforme PTI, com o técnico de referência da criança no CAPSi (podendo ser este
aquele que realizou o Acolhimento, ou aquele designado no ato de discussão de
equipe para propositura de PTI).
O PTI contemplará invariavelmente assistência à criança, neste CAPSi,
individualmente, e/ou em grupo, conforme indicação técnica, assistência à sua
família na pessoa de seu responsável, ou responsáveis, através das atividades do
Programa de Abordagem Familiar, bem como assistência através da rede de
cuidados à criança e ao adolescente disponível na comunidade a que pertença a
criança, como serviços ambulatoriais de fonoaudiologia, terapia ocupacional,
psicologia, equoterapia, programas de inclusão social e escolar, entre outros,
conforme necessidade específica de cada criança, ou adolescente com diagnóstico
de TEA.
Desta forma, o método pandorga prevê ações sequenciais de investigação e
tratamento da criança/adolescente com diagnóstico de TEA, com a possibilidade de
utilização de técnicas variadas de estimulação, treino, habilitação e reabilitação de
funções, potencialidades e desenvolvimento. O entendimento de se tratar sempre e,
sobretudo de um ser, cuja existência contempla em si, uma abertura infinita de
possibilidades, e que tal fato promove que tanto a condição de instalação da
patologia seja peculiar ao indivíduo, quanto os meios para seu cuidado e tratamento,
garante a este método, a utilização não de uma técnica universal para todas as
crianças acometidas por TEA, mas, a possibilidade de uso daquelas que sejam
indicadas a partir da demanda específica apresentada por cada criança, quem é o
sujeito de sua própria história.
Portanto a criança/ adolescente com diagnóstico de TEA, e em tratamento no
CAPSi, receberá alta do tratamento tão logo clinica e psicossocialmente apresente
condições, que serão constantemente avaliadas e discutidas pelos técnicos que
realizam a assistência da criança e de sua família, através do procedimento de
discussão de casos, realizado semanalmente no CAPSi em sua reunião técnica
ordinária, bem como através das reuniões de mini equipe realizadas diariamente
após os atendimentos do período; na alta por conclusão receberá encaminhamento
para acompanhamento médico psiquiátrico ambulatorial, caso faça uso de
medicação psiquiátrica, e receberá encaminhamento para acompanhamento
ambulatorial de outras especialidades caso apresente necessidade.
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8- Aniversariante do Mês, que constitui atividade sistêmica de atendimento,
realizada em um dia da última semana de cada mês tanto no período matutino,
quanto no período vespertino, onde as crianças ou adolescentes, que fazem
aniversário no mês em andamento, participam acompanhadas de dois ou mais
técnicos de uma oficina de preparo de festividade/celebração, enfeitando e
decorando a sala de oficinas, enquanto as mães das crianças ou adolescentes
aniversariantes, acompanhadas por um técnico, participam do preparo do bolo e
salgados que serão servidos na festa do(s) aniversariante(s). Quando tudo está
pronto, a mesa é posta e servida, as mães são convidadas a realizarem ainda uma
homenagem verbal ao filho, após esta homenagem canta-se o parabéns e os
aniversariantes cortam o bolo, tiram fotos e servem os presentes. Nesta atividade,
cada aniversariante é autorizado a trazer três convidados para participarem.
9- Oficinas Comunitárias constituem atividades festivas uma no mês de julho, outra
no mês de dezembro, intituladas oficina Julina e oficina de Natal, respectivamente,
abertas à comunidade local e aos amigos e familiares dos usuários, com caráter de
inclusão social, e propiciando experiência de vida comunitária com a participação de
todos os técnicos, sendo, portanto, realizada em dia de sábado para viabilização da
presença de todos os pais, crianças, adolescentes, familiares, amigos e técnicos.
10- Oficinas Externas, que ocorrem segundo indicação técnica para atividades de
inserção social, através de acompanhamento terapêutico da criança/adolescente a
passeios em locais públicos como parques, shoppings, cinemas, teatros, compras
pessoais, no treino de exercício de cidadania, e etc.
11- Visitas Domiciliares/Institucionais, constituem um programa de atendimento,
através das quais se pode obter melhores dados da realidade sócio familiar de cada
cliente do CAPSi, podendo ainda elucidar psicodinâmicas familiares, componentes
de quadros em investigação diagnóstica, através das visitas ainda é oferecido e
realizado atendimentos que muitas vezes não são possíveis na unidade, tanto por
dificuldades de acesso do cliente e sua família ao serviço em função da gravidade
do quadro psicopatológico instalado, bem como por comportamentos de
preservação de imagem, comum à crianças que temem discriminação por
participarem de serviços de saúde mental, entre outros; outra modalidade do
atendimento ao cliente se dá através de visitas institucionais como escolas,
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ministério público, delegacias, defensorias, secretarias e toda rede de cuidados e
proteção à criança e ao adolescente, também intensamente comum na atenção
psicossocial.
12-Acompanhamento Terapêutico (AT) caracteriza-se por uma atividade de “estar
com” a criança ou o adolescente segundo a sua peculiar condição de estar naquele
momento, ou seja, uma criança ou adolescente quando submetidos a sintomas
invasivos de transtornos mentais severos como alucinação, delírios, agitação
psicomotora, confusão mental, desorientação tempo espacial entre outros, acaba
por apresentar significativas dificuldades para realização de atividades ou tarefas
tanto em grupo quanto individualmente devendo no entanto, apesar deste quadro, e
por este quadro, ser assistida dentro de um programa de AT, que constitui um
acompanhamento especializado dentro e a partir de suas possibilidades individuais
e momentâneas, até que consiga, a medida que alcance melhora clínica psíquica,
envolver-se em atividades mais elaboradas e estruturadas.
13- Formação Técnica Continuada, atividade de estudo interno realizado por e
entre os próprios técnicos do CAPSi, com a possibilidade de participação de instrutor
externo convidado e voluntário, todas as quartas feiras, no segundo quarto de hora
da reunião ordinária de equipe. (tabela de conteúdos e cronograma em anexo).
*A caracterização da clientela deste CAPSi, neste último ano de 2011, entre
outros dados, aponta o índice das patologias mais incidentes entre as
crianças/adolescentes admitidos, sendo em primeiro lugar os transtornos
invasivos do desenvolvimento, em segundo lugar os transtornos de humor
depressivos e em terceiro lugar os transtornos psicóticos.
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Profissionais/Responsabilidades
O quadro de servidores é composto por membros efetivos e contratados, sob
regência direta do CIAPS Adauto Botelho/SES-MT e, portanto, sujeito a alterações a
quaisquer momentos. Na elaboração do Projeto Global definimos as atribuições dos
profissionais:
1. Médico Psiquiatra Infantil:
Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros procedimentos
médicos necessários;
Atende sob agendamento máximo de oito pacientes por período, justificados
pelos encaixes de urgência, reavaliação e/ou manutenção de medicação;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Participa em reuniões de equipe e mini-equipes.
2. Médico Pediatra:
Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros procedimentos
necessários;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Atende sob agendamento máximo de oito pacientes por período, justificados
pelos encaixes de urgência, avaliação, reavaliação e/ou manutenção de
medicação;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Participação em reuniões de equipe e mini-equipes.
3. Psicólogo:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Faz aplicação de testes psicológicos;
Faz anamnese;
Realiza consultas individuais de avaliação ou psicoterapia;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
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É técnico de apoio para atividades em grupo;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
4. Assistente Social:
Realiza acolhimento;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Realiza anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
5. Enfermeiro:
Realiza acolhimento,
Realiza Pós Consulta,
Faz administração e orientação de medicamentos,
Faz manutenção e atualização da planilha sobre a quantidade e qualidade da
medicação utilizada,
Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis,
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
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Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário.
Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica.
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade.
Realiza visitas domiciliares e institucionais
6. Fonoaudiólogo:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
7. Terapeuta Ocupacional
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
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Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
8. Técnico em Educação Artística:
Realiza acolhimento;
Realiza terapias específicas;
Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;
Faz anamnese;
Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,
grupos de família e outros;
É técnico de apoio para atividades em grupos;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Realiza apoio e orientação à família e/ou usuário;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
9. Técnico em Enfermagem:
Realiza pós consulta;
Faz administração e orientação de medicamentos;
É técnico de apoio para atividades em grupos: grupos terapêuticos, grupos
operativos, oficinas, grupos de família e outros;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;
Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada
usuário;
Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;
Realiza informação acerca de medicamentos prescritos a usuários admitidos,
e usuários subseqüentes em circunstância de modificação de medicação;
Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;
Realiza visitas domiciliares e institucionais.
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10. Técnico Administrativo:
Faz manutenção e adequação do setor administrativo;
Realiza a obtenção e atualização de dados imprescindíveis para inserção e
permanência do usuário no serviço;
Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e
adolescente, em situações individuais ou de grupos;
Participa de reuniões de equipe e mini-equipe.
É responsável pelos pedidos, encaminhamentos e demais procedimentos
necessários para quando forem solicitados exames;
É responsável pela manutenção da alimentação de dados de caracterização
de clientela para registro no sistema.
É responsável pela reposição de materiais de escritório e papelaria gráfica
utilizados no CAPSi.
É responsável pela contagem mensal de refeições consumidas para relatório
a ser enviado à empresa de nutrição do CIAPS,
11. Motorista:
Realiza o transporte de técnicos, crianças e adolescentes acompanhados de
um técnico ou de ao menos um familiar responsável, para qualquer lugar
definido e determinado pela equipe técnica e segundo a autorização desta.
12. Auxiliar de Serviços Gerais:
Realiza a limpeza dos espaços físicos;
Organiza a mobília após utilização nos atendimentos;
Recolhe o lixo e o dispensa para coleta pública.
13. Auxiliar de Cozinha:
Responsável pelo preparo dos lanches ofertados nos horários dos
atendimentos;
Responsável pela aquisição de refeições de almoço, para técnicos, crianças,
adolescentes e familiares que tenham demanda e autorização da equipe
técnica para almoçar no CAPSi, segundo critérios de cuidado, proteção e
terapêutica;
Responsável pela limpeza e do espaço físico da cozinha e seus utensílios.
14. Vigilante
Responsável pela vigilância patrimonial dos ambientes internos e externos do
CAPSi: 24h/dia de segunda a domingo;
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É vinculado ao serviço através de treinamento e orientações acerca do
convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes, usuários da
casa.
15. Estagiários:
A presença de estagiários é valorizada pelo serviço e pela sua equipe,
mas somente após o cumprimento de todas as normas estabelecidas pelo
CIAPS Adauto Botelho.
Devidamente direcionado ao CAPSI, o estagiário será acolhido pela
equipe de determinado período e serão construídas suas responsabilidades e
atribuições em acordo com a sua graduação e necessidades do serviço.
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Protocolo da Unidade:
Normas e Rotinas Gerais
1. Aos sábados, domingos e feriados, só poderá entrar na unidade quem
possuir autorização, por escrito, do Responsável Técnico pela unidade, só
poderá permanecer na unidade após as 18:00 horas técnicos em serviço
de assistência.
2. Não é permitido que familiares/responsáveis recebam café, salvo como
procedimento terapêutico;
3. Todas as crianças, adolescentes e familiares que estiverem no serviço
poderão receber lanche e/ou refeição a qualquer momento que a equipe
julgar necessário;
4. No dia da consulta médica os pais são os responsáveis pelo cuidado do
usuário no ambiente do CAPSi;
5. Em dias de consultas médicas será avaliada a necessidade de oferecer
lanche aos usuários e seus responsáveis;
6. O lanche dos usuários inseridos em tratamento é uma atividade
terapêutica, sua dinâmica é definida pelos técnicos responsáveis;
7. O usuário não poderá fazer ligações telefônicas, salvo se for uma conduta
terapêutica;
8. O usuário poderá usar e circular pela casa toda, principalmente em casos
de assistência intensiva, e poderá usar o banheiro dos funcionários para
tomar banho;
9. O usuário só poderá usar o computador com a presença de um técnico;
10. Somente o número de telefone 3661-7226 deverá ser divulgado para os
usuários/familiares;
11. Não serão aceitas ligações a cobrar no número 3661-7226;
12. Todas as visitas domiciliares ou institucionais deverão ser registradas pelo
motorista, em livro específico;
13. A TV e demais equipamentos eletrônicos são para uso terapêutico;
14. Horário de funcionamento: das 7h às 18h.
Normas e Rotinas da Recepção/Acolhimento
1. O serviço trabalha com o sistema de agendamento prévio de usuários que
possuam encaminhamento de um serviço de saúde. Tal procedimento é
de responsabilidade dos técnicos da recepção, no período matutino, das
07:00 as 10:00 horas;
2. Os agendamentos serão feitos de acordo com as vagas existentes na data
mais próxima daquelas que partiu a solicitação;
3. Em casos de solicitações de agendamento para usuários do interior do
estado, a recepção deverá encaminhar a ligação para um dos membros da
equipe técnica, para orientação e esclarecimento da prática e dinâmica do
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serviço. Exceções de acolhimento sem agendamento para casos graves
que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias ou horários;
4. Usuários com procedência do município de Várzea Grande deverão ser
orientados a procurar pelo CAPSi do próprio município. Exceções para
casos graves que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias
ou horários;
5. Todos os usuários do município de Cuiabá devem ter prontuários abertos,
contendo: encaminhamento de um serviço de saúde, ficha de acolhimento
e ficha de cadastro preenchida;
6. O prontuário deve conter a cópia da Certidão de Nascimento, o número do
cadastro nacional do SUS, CPF do responsável, data de acolhimento,
hipótese diagnóstica, assinatura e carimbo do técnico que acolheu;
7. Para usuários do interior, incluindo o município de Várzea Grande que
estiverem em situação de urgência, será aberto número de prontuário com
a letra “i” na frente do mesmo (ex: 2103i);
8. No momento do agendamento o responsável informará que o acolhimento
é realizado de segunda a sexta-feira com horários matutino e vespertino,
exceto na quarta feira vespertino, dia de reunião ordinária de equipe;
9. Caso haja definição por um encaminhamento externo, este deverá ser feito
pelo técnico responsável em duas vias, protocolado pelo responsável
ficando a cópia arquivada em prontuário. Caberá a recepção auxiliar na
fiscalização do cumprimento desta norma;
10. Casos de reacolhimento não necessitam de encaminhamento. Serão
inseridos em modo documental e protocolar de acolhimento para nova
escuta e possível inserção, porém será mantido o mesmo prontuário e
número de registro;
11. Tratando-se ainda de reacolhimento, nova ficha de acolhimento deverá ser
preenchida para atualização de dados e deverá constar na sequência do
prontuário;
12. O usuário que não tiver o cartão do SUS receberá, obrigatoriamente, a
orientação sobre as conseqüências para o serviço, através do técnico da
recepção;
13. O livro de Cadastro dos Prontuários deve ser atualizado quanto ao registro
de dados com definição numérica ordinal, nome, data de acolhimento,
período do acolhimento, sexo e técnico que realizou o acolhimento, pelo
técnico administrativo da recepção;
14. A presença do usuário e/ou responsável deverá obrigatoriamente ser
registrada em formulário próprio da recepção (livro de movimento);
15. A caixa de recados/comunicação entre equipes deverá ser supervisionada
diariamente;
16. Ao atender qualquer solicitação vinda da equipe técnica, evoluir como foi o
contato com o responsável;
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17. Ao atender qualquer solicitação vinda do usuário/responsável, acolher e
orientar que receberá resposta após discussão com a equipe técnica
responsável, no período em que é assistido;
18. Fornecer e orientar o uso e importância do cartão amarelo: agendar
consultas, atividades, eventos, oficinas, etc.
19. Os documentos endereçados ao CAPSi que chegarem até a recepção
deverão ser datados, carimbados e repassados ao responsável técnico da
unidade.
Normas e Rotinas da Administração
1. Os ofícios e memorandos elaborados diretamente para a condução do
tratamento do usuário deverão receber numeração e registro em livro
destinado a este fim. Estes deverão ser enviados em 3 (três) vias: uma que
será enviada, uma cópia que ficará arquivada para o serviço e a terceira que
será colocada no prontuário do mesmo;
2. Ofícios e memorandos que digam respeito ao funcionamento ou manutenção
da unidade serão registrados e emitidos em duas vias. A cópia ficará
arquivada em pasta específica da administração;
3. Fixar e manter na administração um painel com os novos prazos de
vencimentos das APAC´s. Este deverá ser atualizado pela equipe em função
de novos usuários que foram inseridos;
4. O laudo de admissão e também os subseqüentes, serão de responsabilidade
da equipe do período de referência do usuário;
5. Os técnicos deverão encaminhar para a administração os laudos novos e os
laudos renovados no máximo até o dia 20 de cada mês;
6. O relatório mensal das APAC´s, BPA e caracterização da unidade serão
enviados até o dia 5 do mês subseqüente.
Normas e Rotinas da Equipe Técnica
1. O acolhimento será realizado individualmente, de segunda à sexta feira por
técnicos previamente escalados no decorrer da semana.
2. Para todo usuário que retornar ao serviço para nova escuta (após
atendimento inicial) deverá ser aberto laudo para admissão em APAC,
inclusive caso de readmissão, que ocorrerá através de discussão de equipe
para apresentação da criança/adolescente em seu quadro psicossocial atual;
3. O técnico também é responsável por reforçar a informação pela necessidade
de providenciar o número do cartão do SUS do usuário;
4. Todo caso admitido (mesmo que para avaliação), será realizada anamnese
simplificada com a presença dos pais ou outra figura significativa da história
do usuário;
5. A anamnese estruturada será realizada mediante decisão técnica de
indicação para o acompanhamento/ avaliação de caso.
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6. Definida a permanência para tratamento, o usuário terá um técnico de
referência no período e equipe que o assiste;
7. O técnico de referência é definido por critérios elaborados dentro do
funcionamento de cada equipe, levando-se em conta inclusive o fenômeno de
empatia da criança/adolescente por algum técnico;
8. A equipe de referência é a responsável pela elaboração, abertura e
renovação dos laudos, contatos com outras instituições e serviços, supervisão
de presença, marcação e presença a consultas médicas, discussão e
definição do Projeto Terapêutico Individual – PTI;
9. Todo prontuário deve conter o PTI, que deverá ser realizado
preferencialmente em conjunto equipe/usuário e familiar responsável, com os
procedimentos indicados pela equipe e a movimentação em suas evoluções e
condução do tratamento atualizado;
10. Havendo uma proposta de PTI, o técnico agendará consulta para
apresentação deste, através de devolutiva do caso para o usuário e seu
responsável,
11. Usuário e serviço farão um Termo de Compromisso (em duas vias
carbonadas, cópia carbonada fica no prontuário) no momento da devolutiva e
definição do PTI. Neste momento serão discutidos direitos e deveres de
ambas as partes;
12. A admissão do usuário implicará na inserção de seu responsável/família nas
atividades oferecidas pelo serviço, respeitando o caráter subjetivo e particular
previamente discutido na equipe e com os próprios interessados;
13. Todas as quartas-feiras serão realizadas reuniões de equipe técnica, no
período vespertino, com registro em ata e participação obrigatória de todos os
técnicos;
14. Todos os dados referentes a atendimentos de familiares, responsáveis,
escola ou outro representante, devem ser registrados em prontuário;
15. Todas as anotações do prontuário devem ser assinadas e carimbadas;
16. Toda interrupção de atendimento deve ser registrada e conter: data, motivo
da interrupção (alta por conclusão, intercorrência, encaminhamento,
abandono, etc, e deve ser informada à recepção para registro no livro de alta)
e observação sucinta sobre as condições de saída do usuário;
17. As APAC´s somente poderão ser abertas após consulta e ou discussão de
caso com o médico psiquiátrica;
18. Em caso de encaminhamento externo, a qualquer momento após a abertura
do prontuário, este será preenchido em duas vias. A primeira será entregue
ao responsável e a segunda anexada ao prontuário com a assinatura do
responsável;
19. No caso do responsável solicitar alta do tratamento, sem indicação e
concordância da equipe, o mesmo assinará o formulário de Alta a Pedido e
este será arquivado em prontuário;
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20. O usuário que vier com encaminhamento de outro serviço e não for inserido
nesta unidade, terá o formulário de encaminhamento preenchido em seu
campo de retorno, com especificações sobre a avaliação;
21. Em caso de permanência integral ou intensiva do usuário, a equipe de
referência será responsável por passar informações sobre as condutas e
discussões adotadas;
22. A equipe de referência é o responsável de comunicar a equipe do outro
período caso alguma norma/regra seja alterada, assim como evoluir as
mudanças em prontuário e colocar o mesmo na caixa amarela, em destaque.
Qualquer regra só poderá ser alterada por fundamentação técnica ou teórica;
23. Serão realizadas duas oficinas sociais abertas para a comunidade: Oficina
Julina (14/07) e Oficina de Natal (15/12), havendo um livro de registros dos
mesmos;
24. Será realizada a comemoração da Semana da Criança de 08 a 11/10/2012,
com atividades programadas e direcionadas apenas aos usuários em
tratamento;
25. Os passeios são considerados recursos para os grupos e oficinas. Fica
estabelecido um mínimo de dois passeios por ano;
26. Em cada mês haverá uma comemoração de aniversário envolvendo os
aniversariantes daquele mês e, preservando a relação de vínculo, serão
realizadas nos períodos em que os mesmos são assistidos ou permanecem
em tratamento, através da atividade terapêutica “Aniversariantes do mês” e
sua metodologia, havendo para tanto um livro de registros dos mesmos;
27. É proibido fotografar ou filmar as instalações, os técnicos e especialmente as
crianças/adolescentes usuárias do serviço, exceção apenas para os técnicos
que poderão registrar as atividades através de imagens para fins específicos
do serviço.
28. Considerando festivas e datas sociais, os temas serão introduzidos e
trabalhados, junto aos usuários e familiares, como forma de organização e
localização sócio-temporal, exercício cidadão, além de aspectos subjetivos
das relações implicadas nos temas.
Ressaltamos que toda a equipe, deste serviço, tem ciência e concorda que as
mudanças deste projeto poderão ocorrer a qualquer momento que ser fizerem
necessárias, após discussão responsável e comprometida.
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RELAÇÃO SEMANAL DE ATIVIDADES (BASE)
As atividades elencadas são mencionadas como base, pois podem sofrer
alterações de datas e horários conforme necessidade da assistência prestada e da
formação de novos grupos ou atividades. As atividades em andamento ficam
expostas no painel de recepção do CAPSi, e são elaboradas e atualizadas pela
equipe de referência do período de execução, com apresentação em reunião de
equipe para ciência de todos.
Cuiabá, 16 de fevereiro de 2012.