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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DE
ATLETAS DE MODALIDADES COLETIVAS
Campinas
2017
MARINA BELIZARIO DE PAIVA VIDUAL
CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DE
ATLETAS DE MODALIDADES COLETIVAS
Dissertação apresentada à Faculdade de
Educação Física da Universidade Estadual de
Campinas como parte dos requisitos exigidos
para a obtenção do título de Mestra em
Educação Física, na área de Atividade Física
Adaptada.
Orientadora: Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO
FINAL DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA
ALUNA MARINA BELIZARIO DE PAIVA
VIDUAL, E ORIENTADA PELA PROFA. DRA.
PAULA TEIXEIRA FERNANDES.
Campinas
2017
MARINA BELIZARIO DE PAIVA VIDUAL
FICHA CATALOGRÁFICA
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 130452/2015-7
Ficha catalográfica Universidade Estadual de
Campinas Biblioteca da Faculdade de
Educação Física
Dulce Inês Leocádio dos Santos Augusto - CRB 8/4991
Vidual, Marina Belizario de Paiva, 1991-
V669c Características psicológicas de atletas de modalidades coletivas / Marina
Belizario de Paiva Vidual. – Campinas, SP : [s.n.], 2017.
Orientador: Paula Teixeira Fernandes.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Educação Física.
1. Aspectos psicológicos. 2. Avaliação. 3. Esportes coletivos. 4. Psicologia
do esporte. I. Fernandes, Paula Teixeira. II. Universidade Estadual de
Campinas. Faculdade de Educação Física. III. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Psychological characteristics of athletes in collective sports
Palavras-chave em inglês:
Psychological aspects
Assessment
Collective sports
Sport's Psychology
Área de concentração: Atividade Física Adaptada
Titulação: Mestra em Educação Física
Banca examinadora:
Paula Teixeira Fernandes [Orientador]
Daniel Bartholomeu
Larissa Rafaela Galatti
Data de defesa: 31-01-2017
Programa de Pós-Graduação: Educação Física
COMISSÃO EXAMINADORA:
__________________________
Prof. Dr. Daniel Bartholomeu
_________________________
Profa. Dra. Larissa Rafaela Galatti
__________________________
Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes
Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.
DEDICATÓRIA
“Algo me diz que tudo vai dar certo. Tem que dar. De um jeito ou de outro. Vou
cair, vou levantar e vou seguir até cair de novo, e levantar, e cair, até não cair mais, e cair
outra vez. Vai ter dor, vai ter decepção, vai ter sorriso e vai ter suor. Pessoas vão chegar e
vão partir. Algumas deixarão saudade, outras nunca mais se vão, seja fisicamente, ou só
no coração. Para as cargas mais pesadas terei os ombros mais fortes e nas
grandes provações tirarei as melhores lições. Me permito errar e ser triste, mas que dure
apenas o intervalo de dois sorrisos. O coração calejado suporta mais. Hoje foi melhor que
ontem, mas ainda não é nem sombra do amanhã. Vou dar o melhor de mim. Sempre. E
quando não for suficiente terei uma carta na manga, ou duas. Eu tenho um plano. Na minha
vida não existem objetivos não alcançados, apenas momentaneamente incompletos. Um
sorriso no rosto, e uma saudade no peito. Sem medo de errar.”
Rafael Magalhães
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Profa. Dra. Paula Fernandes, cuja orientação foi muito
além desta pesquisa. Obrigada pela receptividade naquela reunião em 2014 e no GEPEN
(grupo de estudos que coordena), por ensinar e defender a Psicologia do Esporte com tanto
amor. Agradeço imensamente todo o carinho, atenção e preocupação nesse tempo de
mestrado.
À Profa. Dra. Larissa Galatti e ao Prof. Dr. Daniel Bartholomeu por todas as
contribuições realizadas no exame de qualificação para a execução deste trabalho.
Aos meus pais, Antonio Carlos e Roseli, pelo exemplo, dedicação, por muitas
vezes terem me colocado como prioridade na vida de vocês. Vocês são e sempre serão meu
porto seguro e exemplo de vida.
Ao Lucas, pelo companheirismo, incentivo, paciência, dedicação, amor.
À minha avó, Dona Cila, minha segunda mãe, que sempre esteve tão presente em
tudo. Por sempre lembrar de mim em pensamento e orações.
Ao Hélio, João, Gabriela, Vinícius, Valéria, Simone por todo companheirismo,
por acreditar neste projeto e por todas as contribuições, discussões e propostas de melhorias.
À Julia por toda sua prontidão, ajuda e paciência, compartilhando seu saber de
muitos números e gráficos.
Aos integrantes do GEPEN, pela troca de experiências, força nos momentos de
apresentações e principalmente pela parceria.
Às amigas Helida, Gabriela, Adriana, Luisa, Livia, que estão presentes sempre em
pensamento e no coração.
À Associação Atlética Ponte Preta, dirigentes e gestores pela oportunidade nesse
meio tão difícil que é o futebol. À todas as comissões técnicas e profissionais envolvidos com
o departamento de formação de atletas que tive o prazer de trabalhar e aprender a cada dia.
Aos meninos atletas de diferentes lugares, com diferentes histórias e bagagens que
se unem e se fortalecem na busca do mesmo sonho. Vocês me ensinam tanto sobre a vida...
VIDUAL, Marina Belizario de Paiva. Características psicológicas de atletas de
modalidades coletivas. 2017. 131f. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Educação
Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017.
RESUMO Introdução: O rendimento dos atletas está pautado nos aspectos técnicos, táticos, físicos e
psicológicos, de acordo com a exigência da modalidade esportiva. Do ponto de vista
psicológico, muitas vezes o atleta suporta uma sobrecarga psicofísica, assim o preparo
emocional pode auxiliar os atletas antes, durante e após a competição. A avaliação psicológica
no esporte tem a finalidade de identificar os aspectos particulares do atleta ou da equipe
esportiva em determinada modalidade. Assim, o objetivo do presente estudo foi caracterizar
aspectos emocionais e cognitivos de atletas de modalidades esportivas coletivas.
Metodologia: Foram avaliados 94 atletas com idade média de 19,4 (±4,8) anos (47 do sexo
feminino), praticantes de futebol, futsal e vôlei. Os instrumentos utilizados foram: Ficha de
Identificação, Profile of Mood States (POMS), Sport Competition Anxiety Test (SCAT),
Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), Escala Beck de Ansiedade (BAI),
Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-76 SPORT), Escala de
Autoestima de Rosenberg, Escala de Resiliência, Inventário de Motivação à Prática Regular
de Atividade Física (IMPRAFE - 54), Trait Sport-Confidence Inventory (TSCI), Escala de
Medida da Imagem Corporal, Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (BAAGI), The
World Health Organization Quality of Life (WHOQL-Bref), Teste de Atenção Concentrada
(Teste AC), Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M), Subteste Códigos e Raciocínio Matricial
do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS), Teste de Trilhas Coloridas (TTC). Resultados:
Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos níveis de ansiedade
cognitiva (p=0,022; maiores escores nos atletas de vôlei, em comparação ao futebol). Os
atletas do vôlei também apresentaram maiores escores de qualidade de vida geral (p=0,0023),
quando comparados futebol e futsal e no domínio meio ambiente (p=0,003), quando
comparados ao futebol. Nos aspectos cognitivos, atletas do vôlei apresentaram diferenças
estaticamente significativas em processamento de informação (p=0,004), memória (p<0,001)
e funções executivas (p<0,001). Discussão/Conclusões: Nos aspectos emocionais,
observamos diferenças marcantes quanto aos níveis de ansiedade cognitiva, sendo mais
elevado no perfil do voleibol quando comparados as outras modalidades. A modalidade futsal
apresentou maiores níveis de autoconfiança e resiliência em seu perfil, assim como os
domínios de sociabilidade e competitividade, pertencentes a motivação. A modalidade futebol
apresentou maiores níveis de autoestima e melhor percepção da imagem corporal. Com
relação aos aspectos cognitivos de velocidade e processamento de informação, funções
executivas e memória, a modalidade vôlei apresentou melhores índices. A partir destes
resultados, foi possível definir um protocolo de avaliação psicológica para atletas de
modalidades coletivas que é funcional e prático para mensurar as características emocionais e
cognitivas, podendo ser utilizado como norteador para uma intervenção e preparação
psicológica.
Palavras-chave: Aspectos psicológicos; Avaliação; Esportes coletivos; Psicologia do
Esporte.
VIDUAL, Marina Belizario de Paiva. Psychological characteristics of athletes in collective
sports. 2017. 131f. Masters Dissertation – Physical Education Faculty. University of
Campinas, 2017.
ABSTRACT
Introduction: Athlete´s performance is based on technical, tactical, physical and
psychological aspects according to the requirement of the sporting modality practiced. From
the psychological point of view, the athlete often supports a psychophysical overload in his
sports practice. Whereas this context, emotional preparation can assist and prepare athletes
before, during and after the competition. Psychological assessment in sports has the purpose
of identifying the particular aspects of the athlete or the team in a particular modality. Thus,
the aim of the present study was to characterize the emotional and cognitive athlete’s aspects
of collective sports modalities. Methods: Were evaluated 94 athletes with a mean age of 19.4
(± 4.8) years (47 female), who practice soccer, futsal and volleyball. The following
instruments were used: Identification Card, Profile of Mood States (POMS), Sport
Competition Anxiety Test (SCAT), Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), Beck
Anxiety Scale BAI), Stress and Recovery Questionnaire for Athletes (RESTQ-76 SPORT),
Rosenberg Self-esteem Scale, Resilience Scale, Physical Activity Practice Motivation
Inventory (IMPRAFE-54), Trait Sport-Confidence Inventory , Body Image Measurement
Scale, Bredemeier Athletic Aggression Inventory (BAAGI), The World Health Organization
Quality of Life (WHOQL-Bref), Concentrated Attention Test (ACT), Pictorial Memory Test
(TEPIC-M), Subtest Codes and Matrix Reasoning from the Wechsler Adult Intelligence Scale
(WAIS), Colored Track Testing (TTC). Results: showed statistically significant differences
in levels of cognitive anxiety (p=0.0224), with higher averages in volleyball when compared
to soccer. The volleyball modality presented higher levels of general quality of life
(p=0.0023) when compared to soccer and futsal averages and in the environment of quality of
life (p=0.0027) when compared to soccer. Considering cognitive aspects, the volleyball
modality presented statistically significant differences in information processing (p = 0.004),
memory (p<0.001) and executive functions (p<0.001). Discussion / Conclusion: Considering
the emotional aspects, we observed differences in levels of cognitive anxiety, being higher in
the profile of volleyball when compared to other modalities. The futsal modality presented
higher levels of self-confidence and resilience in its profile, as well as the domains of
sociability and competitiveness, pertaining to motivation. The soccer modality presented
higher levels of self-esteem and better perception of the body image. Volleyball’s athletes
showed better aspects of speed and information processing, executive functions and memory.
From these results, it was possible to define a protocol of psychological evaluation for athletes
of collective modalities that is functional and practical to measure the emotional and cognitive
characteristics, being able to be used as a guide for an intervention and psychological
preparation.
Keywords: Psychological aspects; Evaluation; Collective sports; Sport’s Psychology.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Médias dos sintomas de ansiedade apresentados por atletas de
modalidades coletivas em cada instrumento .........................................
59
Figura 2. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades
coletivas ................................................................................................
60
Figura 3. Características apresentadas por atletas de modalidades coletivas em
cada subescala do instrumento RESTQ- 76 SPORT ............................
62
Figura 4. Médias de escore para cada domínio pertencente a motivação das
modalidades coletivas ...........................................................................
63
Figura 5. Médias de escore das modalidades coletivas nos domínios
pertencentes à Qualidade de Vida .........................................................
64
Figura 6. Perfil de estados de humor dos atletas de modalidades coletivas
segundo o instrumento POMS ..............................................................
65
Figura 7. Gráfico radar com as características cognitivas dos atletas de
modalidades coletivas ...........................................................................
66
Figura 8. Níveis de sintomas de ansiedade cognitiva apresentados pelos atletas
das modalidades futebol, futsal e vôlei no questionário CSAI-2 ..........
70
Figura 9. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e
vôlei para os domínios Qualidade de Vida e Meio Ambiente no
questionário WHOQOL.........................................................................
70
Figura 10. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e
vôlei para os domínios Sociabilidade e Competitividade do
IMPRAFE-54.........................................................................................
71
Figura 11. Perfil dos estados de humor dos atletas das modalidades futebol,
futsal e vôlei, de acordo com as médias apresentadas no questionário
POMS, comparados com resultados encontrados por Morgan (1980)..
72
Figura 12. Características emocionais apresentadas pelos atletas das
modalidades vôlei, futebol e futsal no questionário REST-76 SPORT.
73
Figura 13. Níveis de agressividade, imagem corporal e autoconfiança
caracterizados pelos atletas do gênero masculino e
feminino.................................................................................................
76
Figura 14. Níveis de sintomas de ansiedade de acordo com o instrumento SCAT
e níveis de sintomas de ansiedade cognitiva e somática de acordo
com o instrumento CSAI-2 caracterizados pelos atletas do gênero
masculino e feminino.............................................................................
77
Figura 15. Médias apresentadas pelos atletas do gênero masculino e feminino
para os domínios Qualidade de Vida, Domínio Psicológico e Meio
Ambiente no questionário WHOQOL...................................................
77
Figura 16. Perfil dos estados de humor dos atletas homens e mulheres de acordo
com as médias apresentadas no questionário POMS, comparados com
resultados encontrados por Morgan (1980) ..........................................
78
Figura 17. Características emocionais apresentadas pelos atletas do gênero
masculino e feminino no questionário REST-76 SPORT......................
79
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Número de participantes de acordo com o gênero e modalidade
esportiva praticada.................................................................................
43
Tabela 2. Instrumentos utilizados no protocolo de avaliação dos atletas,
aspectos mensurados e autores dos instrumentos..................................
44
Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto à modalidade, gênero, média
de idade e tempo médio de prática.........................................................
58
Tabela 4. Classificação dos sintomas de ansiedade mensurada por cada
instrumento nas modalidades coletivas..................................................
59
Tabela 5. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades
esportivas coletivas................................................................................
68
Tabela 6. Características emocionais apresentadas por atletas das modalidades
Futebol, Futsal e Vôlei no questionário RESTQ-76 SPORT.................
72
Tabela 7. Características cognitivas apresentadas por atletas das modalidades
futebol, futsal e vôlei..............................................................................
74
Tabela 8. Características emocionais apresentadas por atletas do gênero
masculino e feminino.............................................................................
75
Tabela 9. Características emocionais apresentadas por atletas dos gêneros
masculino e feminino no questionário RESTQ-76 SPORT...................
79
Tabela 10. Características cognitivas apresentadas por atletas do gênero
masculino e feminino.............................................................................
80
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BAAGI = Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier
BAI = Escala Beck de Ansiedade
CFP = Conselho Federal de Psicologia
CSAI-2 = Competitive State Anxiety Inventory-2
FEF = Faculdade de Educação Física
IMPRAF - 54 = Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física
ISSL = Inventário de Sintomas de Stress de Lipp
NADA = North American Diagnosis Association
POMS = Profile of Mood States
RESTQ-76 SPORT = Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas
SCAT = Sport Competition Anxiety Test
TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TEPIC-M = Teste Pictórico de Memória
Teste AC = Teste de Atenção Concentrada
TSCI = Trait Sport - Confidence Inventory
TTC = Teste de Trilhas Coloridas
UNICAMP = Universidade Estadual de Campinas
WAIS = Wechsler Adult Intelligence Scale
WHOQOL-Bref = The World Health Organization Quality of Life Questionnaire
Sumário
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 15
2 ESTRUTURAÇÃO E ROTEIRO ................................................................................... 17
3 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18
3.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO ESPORTE ............................................................ 22
3.2 ASPECTOS EMOCIONAIS .......................................................................................... 27
3.2.1 Estados de Humor ............................................................................ 27
3.2.2 Ansiedade ......................................................................................... 28
3.2.3 Estresse ............................................................................................. 29
3.2.4 Autoestima ....................................................................................... 30
3.2.5 Resiliência ........................................................................................ 31
3.2.6 Motivação ......................................................................................... 32
3.2.7 Autoconfiança .................................................................................. 33
3.2.8 Imagem Corporal ............................................................................. 34
3.2.9 Agressividade ................................................................................... 35
2.2.10 Qualidade de Vida ............................................................................. 36
3.3 ASPECTOS COGNITIVOS ........................................................................................... 37
3.3.1 Atenção e Concentração ................................................................... 37
3.3.2 Memória ........................................................................................... 38
3.3.3 Velocidade de Processamento de Informação .................................. 39
3.3.4 Funções Executivas .......................................................................... 39
3.3.5 Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão ...................................... 40
4 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 42
4.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 42
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................... 42
5 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 43
5.1 PARTICIPANTES .......................................................................................................... 43
5.2 LOCAL ........................................................................................................................... 43
5.3 INSTRUMENTOS .......................................................................................................... 44
5.4 PROCEDIMENTO ......................................................................................................... 55
5.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................ 56
6 RESULTADOS ................................................................................................................ 57
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES .......................................................... 57
6.2 ASPECTOS EMOCIONAIS .......................................................................................... 58
6.3 ASPECTOS COGNITIVOS ........................................................................................... 65
6.4 RESULTADOS COM ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................... 68
6.4.1 Comparação entre as modalidades ................................................... 68
6.4.2 Comparação entre os gêneros dos atletas ......................................... 74
7 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 81
8 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 91
9 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA ............................................................................ 93
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 94
11 ANEXOS ......................................................................................................................... 112
Anexo 1 – Ficha de Identificação ............................................................................. 113
Anexo 2 – Profile of Mood States ........................................................................... 114
Anexo 3 – Sport Competitive Anxiety Test .............................................................. 115
Anexo 4 – Competitive Sport Anxiety Inventory - 2 ................................................ 116
Anexo 5 – Escala de Autoestima de Rosenberg ....................................................... 117
Anexo 6 – Escala de Resiliência .............................................................................. 118
Anexo 7 – Inventário de Motivação a Prática Regular de Atividades Físicas ........ 119
Anexo 8 – Vealey’s Trait Sport-Confidence Inventory ............................................ 120
Anexo 9 – Escala de Medida de Imagem Corporal .................................................. 122
Anexo 10 – Bredemeier Athletic Agression Inventory ............................................. 123
Anexo 11 – World Health Organization Quality of Life - BREF ............................. 125
Anexo 12 – Comitê de Ética .................................................................................... 127
-
15
1. APRESENTAÇÃO
A presente dissertação é fruto de alguns anos de trabalho. Seu início aconteceu no
final do ano de 2013, meu último ano de graduação em Psicologia, quando entrei em contato
com a professora Paula Teixeira Fernandes, por e-mail, dizendo que tinha muito interesse em
fazer um mestrado na área de Psicologia do Esporte.
Desde que entrei na graduação, sempre tive muito interesse na área de Psicologia
do Esporte. É importante salientar que alguns cursos de Psicologia não têm tanta ênfase para
esta área, sendo que muitas pesquisas e estudos encontram-se nos cursos de graduação e pós-
graduação de Educação Física.
Pelo meu interesse, durante a graduação, participei de algumas atividades
relacionadas ao esporte. Minha monografia foi na área de Psicologia Geral, porém aplicada ao
contexto esportivo. Tive a oportunidade de estudar a percepção temporal de judocas após uma
competição, buscando investigar se o fato de ganhar ou perder a competição poderia produzir
alguma influência na percepção do tempo por parte desses atletas. Concluímos que os atletas
que haviam perdido a luta superestimavam os estímulos temporais menores, ou seja, quando o
tempo era curto havia uma influência e esses atletas percebiam o tempo passar mais
lentamente.
Neste ano de 2013, tive algumas reuniões com a professora Paula e pude conhecer
o seu Grupo de Estudos na Faculdade de Educação Física da UNICAMP (GEPEN – Grupo de
Estudos em Psicologia do Esporte e Neurociências). Neste mesmo ano, prestei o processo
seletivo do mestrado e ingressei na pós-graduação da FEF em 2014.
No meu primeiro ano de mestrado, participei de alguns congressos científicos.
Nosso estudo com atletas de futebol feminino - apresentado no III Congresso Nacional de
Psicologia da Motricidade Humana, Esporte, Recreação e Dança, realizado pelo Laboratório
de Estudos em Psicologia do Esporte (LEPESP) da UNESP Rio Claro - recebeu o prêmio de
melhor trabalho apresentado.
Este fato me deu muito incentivo para continuar a pesquisa voltada para a
avaliação psicológica no esporte. Pesquisas e estudos sobre os aspectos psicológicos, tanto
emocionais como cognitivos, que influenciam no rendimento dos atletas vêm ganhando
destaque nos últimos anos. O principal foco do presente trabalho é caracterizar aspectos
psicológicos de atletas de diferentes modalidades coletivas. As descobertas da presente
pesquisa podem ter importante contribuição acadêmica, pois podemos observar como algumas
16
modalidades podem contribuir para o desenvolvimento de algumas habilidades psicológicas.
Ao mesmo tempo em que determinadas modalidades podem exigir alguns aspectos
psicológicos mais específicos.
Hoje, finalizando esta importante etapa da minha vida acadêmica, estou ainda
mais próxima do mundo esportivo, pois sou psicóloga do esporte em um time de futebol,
atuando em categorias de base.
17
2. ESTRUTURAÇÃO E ROTEIRO
A introdução a seguir segue a apresentação do tema abordado na dissertação e
seus assuntos pertinentes. Em um primeiro momento da introdução foi abordado o esporte e
seu contexto sociocultural, assim como as diferentes formas de prática que vão desde as
práticas de lazer até o alto rendimento, que possui um caráter profissional e de comparação de
resultados e oposição de atletas/resultados. As modalidades que possuem suas próprias
normas, classificações e definições também foram abordadas.
Posteriormente abordamos o atleta que é a figura central do esporte, seu
rendimento esportivo garante o sucesso e resultados, principalmente no esporte de alto
rendimento. É necessário entender que o rendimento do atleta está pautado nos aspectos
físicos, técnicos, táticos e psicológicos. A respeito dos aspectos psicológicos, nos referimos
aos processos cognitivos e emocionais que estão intimamente relacionados com o
desempenho do atleta, sendo importante o conhecimento desses aspectos e o seu preparo em
momentos pré competitivos, competitivos e pós competitivos.
Na segunda parte, abordamos o assunto da avaliação psicológica no esporte, que
pode ser considerado o psicodiagnóstico esportivo. Neste ponto exemplificamos os diferentes
métodos que compõe a avaliação psicológica no esporte.
A partir de então ocorre a explicação de cada um dos aspectos emocionais e
cognitivos que compõe este protocolo de avaliação. Justifica-se a elaboração deste protocolo
de testes que tem como principal objetivo mensurar as características emocionais e cognitivas
de modo a unificar os dados obtidos, favorecendo programas de investigação psicológica no
esporte que busquem o cruzamento de informações de diferentes atletas e diferentes
modalidades, criando assim um padrão de procedimentos para comparação.
Conhecer o atleta ou equipe com a qual se trabalha é primordial para qualquer
intervenção ou planejamento a ser realizado. Conhecer as emoções, reações, comportamentos
e atitudes dos atletas é o primeiro passo para auxiliá-los a traçar planos e objetivos.
Possibilitando, também, a clareza dos efeitos do esporte no desenvolvimento de determinadas
habilidades cognitivas e emocionais. A partir dessas informações e dados, pode-se tomar
decisões importantes visando o desenvolvimento adequado dos atletas.
18
3. INTRODUÇÃO
O esporte tem se constituído como um dos fenômenos socioculturais mais
importantes desde o século XX (VISSOCI et al., 2008). Por esse motivo, mobiliza um grande
número de praticantes, espectadores, materiais, instalações, mídias e recursos financeiros.
Proni (1998) afirma que as competições esportivas organizadas por ligas ou federações
reúnem atletas profissionais submetidos a intensos esquemas de treinamento e que essas
competições tornam-se espetáculos veiculados pelos meios de comunicação e apreciados nas
horas livres e de lazer dos espectadores.
Para Marques, Gutierrez e Almeida (2006), o esporte de alto rendimento pode ser
considerado como uma prática influenciada por normas de um ambiente profissional e está
pautado na interpretação das regras e nas normas de ação do atleta. O esporte engloba
diversas práticas humanas que vão desde atividade de lazer, caracterizada pelo esporte amador
e heterogêneo, até esporte de alto rendimento, caracterizado por seu caráter profissional.
Assim, o esporte como fenômeno sociocultural engloba diversas práticas humanas que são
guiadas por regras de ação próprias, regulamentadas e institucionalizadas, direcionadas para o
aspecto competitivo. A competição pode caracterizar-se pela oposição entre sujeitos ou até
mesmo pela comparação entre as realizações do próprio indivíduo (MARQUES; ALMEIDA;
GUTIERREZ, 2007).
No ambiente esportivo de alto rendimento, essas práticas geralmente se expressam
através dos confrontos diretos entre atletas individuais ou equipes, da mensuração do
rendimento, da nomeação de vencedores ou destaques individuais e coletivos, sempre com a
finalidade de obter resultados.
O esporte passa por diversas classificações que tem por objetivo identificar
elementos em comum e entender a lógica interna da modalidade. Para isso, utilizam critérios
que buscam destacar aspectos diferentes da sua própria estrutura e dinâmica (GONZALES,
2004).
As modalidades são atividades realizadas sob um caráter esportivo, que possui as
próprias regras e normas, geralmente controladas por órgãos reguladores (MARQUES;
ALMEIDA; GUTIERREZ, 2007).
Existem algumas classificações baseadas em critérios específicos para as
modalidades, como por exemplo, se existe ou não relação com os companheiros e se existe ou
não interação direta com o adversário, tratando-se das relações de cooperação e oposição
19
envolvidas nos esportes. Assim, os esportes podem ser classificados como individuais,
quando o atleta participa sozinho durante a ação esportiva total, sem a colaboração ou
participação de um companheiro. E esportes coletivos, que dependem da coordenação de ação
de duas ou mais pessoas para o desenvolvimento da atuação esportiva, exigido pela
modalidade, sua estrutura e dinâmica a participação de mais de uma pessoa (GONZALES,
2004).
Os esportes coletivos são atividades que requerem a colaboração de dois ou mais
atletas, onde há o envolvimento de mais de um participante em um mesmo time ou equipe,
sendo que o objetivo é comum a todos (SILVA et al., 2009). Nessas modalidades, a
responsabilidade pela vitória ou derrota é compartilhada por todos os atletas, desenvolvendo
um senso de colaboração e equipe (DIUANA, 2005).
O atleta é a figura central do esporte e o sucesso esportivo de qualquer
modalidade está fundamentado no seu comportamento. No alto rendimento, o atleta tem como
objetivo alcançar os melhores níveis de desempenho, através de bons resultados, seja
coletivamente ou individualmente (DE ROSE; DESCHAMPS; KORSAKAS, 1999).
Van Rossum (2004) afirma que existem condições ambientais que favorecem o
desenvolvimento do esporte de alto rendimento: relacionadas ao treinamento desportivo
(qualidade do treinamento, tempo de treinamento, qualidade do técnico e materiais
disponíveis), às condições psicossociais e econômicas (apoio de pais e amigos, relação com o
técnico, condições financeiras para treinar) e ao sistema organizacional da modalidade
(clubes, entidades esportivas, ligas, federações).
O rendimento esportivo é resultante da interação dos fatores fisiológicos,
biomecânicos e psicológicos. Os fatores fisiológicos relacionam-se com o estado físico e
funcional do atleta, desenvolvidos através do processo de condicionamento físico específico
para determinada modalidade. Os fatores biomecânicos estão relacionados aos gestos básicos
de cada esporte, exaustivamente repetidos em sessões de treinamento, com a finalidade da
técnica perfeita. Já os aspectos emocionais são de extrema importância para a manutenção do
equilíbrio emocional necessário para o bom desempenho (DE ROSE; DESCHAMPS;
KORSAKAS, 1999) e os aspectos cognitivos têm grande influência sobre a performance
esportiva, sendo responsáveis pela aquisição e manutenção das habilidades necessárias para o
desempenho do atleta (SILVA et al., 2013).
20
Para trazer resultados positivos para a equipe, o atleta precisa estar bem
preparado. Esse preparo envolve aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos, de acordo
com cada modalidade esportiva.
Os aspectos físicos se constituem por métodos e processos de treinamento,
utilizados de forma sequencial e de acordo com os princípios da periodização. Esse
treinamento tem como objetivo levar o atleta ao ápice da sua forma física, específica para
determinada modalidade (DANTAS, 2003). Contribui para o aumento do potencial motor e a
capacidade deste atleta utilizar este potencial da forma mais eficaz, tanto em condições de
treinamento quanto competição. Sendo a base do treinamento físico o estímulo e a adaptação
do corpo a este estímulo, o que permite ao atleta mais força, agilidade e rapidez
(MATVEIEV, 1997).
Djackov (1973) define a técnica desportiva como o domínio total das estruturas
motoras econômicas de exercícios esportivos, diante das condições mais difíceis da
competição é o resultado máximo a ser atingido. A técnica é uma particularidade do esporte,
trata-se de uma ação motora perfeita que proporciona o maior nível de desempenho do atleta
da forma mais objetiva e econômica possível. É comum a todos os atletas e formada pelos
fundamentos específicos da modalidade (SALES; GUIMARÃES; PAOLI, 2014).
Os aspectos táticos estão relacionados ao ensino e desenvolvimento da tática e da
técnica e requerem uma grande capacidade cognitiva do atleta. A eficácia da tática,
especificamente, depende da capacidade de percepção, antecipação e tomada de decisão, que
reflete a capacidade tática e experiência motora do atleta (FILGUEIRA, 2006). Weineck
(1999) afirma que a tática esportiva está baseada na capacidade cognitiva (percepção,
antecipação e tomada de decisão), técnica adquirida e capacidade psicofísica direcionada a um
comportamento ideal em competições, mobilizando todo o potencial do indivíduo. Ainda
falando sobre tática, Greco e Benda (2001) a caracterizam como o sistema de planos de ação
(contextualizados por espaço, tempo e situação) que acarretam em tomadas de decisão, que
tem como objetivo estruturar as ações motoras direcionadas a alcançar uma meta.
O rendimento esportivo também está relacionado aos processos cognitivos e
emocionais. Existem habilidades mentais (como autoconfiança, motivação, controle
emocional, comunicação e concentração) que ajudam os atletas a atingir bem-estar e melhor
performance. Atletas que dominam essas habilidades, além de melhor bem-estar, possuem
melhor desempenho durante as competições e treinamentos.
21
Do ponto de vista psicológico, durante a prática esportiva, muitas vezes o atleta
suporta uma sobrecarga psicofísica (MIRANDA; BARA FILHO, 2008). Assim, o processo de
treinamento deve ser otimizado através de medidas específicas que favoreçam a recuperação
após tal sobrecarga esportiva. Neste sentido, é de extrema importância o conhecimento e o
preparo emocional nos momentos pré-competitivos e competitivos.
Muitos estudos (PUJALS; VIEIRA, 2008; DE ROSE JÚNIOR et al., 1996)
mostram a influência dos aspectos emocionais e cognitivos no rendimento esportivo, podendo
ser positiva ou negativa. É evidente que o atleta precisa ter um preparo emocional e cognitivo
para encarar todas as demandas do ambiente esportivo.
Competir pode ser considerado enfrentar os desafios e demandas que o esporte
propõe (DE ROSE JUNIOR, 2002). A competição esportiva pode ser considerada como a
expressão máxima do esporte como fenômeno social e cultural (CAILLOIS, 1988).
Torna-se relevante aqui entender que a preparação do atleta é composta por
fatores físicos, técnicos, táticos e psicológicos. A metodologia de treinamento físico-técnico-
tático é muito difundida e avançada se comparada com o treinamento de habilidades
psicológicas. Embora essas quatro áreas sejam reconhecidas como importantes para aumentar
o rendimento esportivo, existem poucas publicações a respeito do tema, especialmente da área
psicológica (VISSOCI et al., 2008).
Segundo Weinberg e Gould (2001), em certas situações esportivas, alguns atletas
se sobressaem em relação aos outros, devido às habilidades físicas, especialmente no alto
rendimento. Porém, na maioria das competições esportivas, os atletas ganham ou perdem
dependendo de como eles (e seus adversários) atuam naquele determinado dia. Com a
capacidade física sendo razoavelmente igual, os vencedores são geralmente aqueles que tem
habilidades psicológicas diferenciadas. Vários estudos que compararam atletas bem-sucedidos
e menos bem-sucedidos em termos de habilidades psicológicas revelaram consistentemente
que atletas mais bem-sucedidos tinham melhor concentração, níveis mais elevados de
autoconfiança, mais pensamentos orientados à tarefa (em vez de orientados ao resultado) e
níveis mais controlados de ansiedade (GOULD; EKLUND; JACKSON, 1992).
A preparação psicológica voltada para o atleta trabalha o desenvolvimento
emocional do mesmo, proporcionando estratégias cognitivas e emocionais específicas,
ajudando-o a estabelecer metas, enfrentar situações de estresse e pressão (relação com torcida,
dirigentes, técnicos, patrocinadores, adversários, situações próprias de jogo, mídia e imprensa,
materiais e instalações), tendo como objetivo a otimização de seu rendimento e desempenho
22
esportivo. Diante da busca do melhor rendimento, é necessário que o atleta desenvolva e
mantenha atributos psicológicos que têm influência direta em seu rendimento como a
autoconfiança, liderança, adaptação, controle emocional (DESCHAMPS; DE ROSE, 2008).
3.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO ESPORTE
A avaliação psicológica é um processo técnico e científico de construção de
conhecimentos acerca de aspectos psicológicos, com a finalidade de produzir, orientar,
monitorar e encaminhar ações e intervenções sobre a pessoa avaliada (CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010). Trata-se de um procedimento que visa avaliar, através
de instrumentos previamente validados para determinada função, os diversos processos
psicológicos que compõem o indivíduo, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por
lei para exercer esta função.
A avaliação e descrição da realidade psicológica de alguém fornece ao psicólogo
um conjunto de informações relevantes, as quais este profissional deve saber interpretar,
selecionar e sobretudo transmitir e devolver essas informações ao paciente. Ela é dinâmica e
se constitui em fonte de informações que explicam fenômenos psicológicos, com o objetivo
de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo (CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010).
O processo de avaliação psicológica é complexo e realizado pela busca
sistemática do conhecimento a respeito do funcionamento psicológico dos indivíduos para
poder orientar ações e decisões futuras. Os instrumentos de avaliação constituem-se de
procedimentos sistemáticos de coleta de informações úteis e confiáveis que possam orientar o
processo mais amplo e complexo da avaliação psicológica. Assim, os instrumentos estão
contidos no processo da avaliação psicológica (PRIMI; NASCIMENTO; SOUZA, 2004).
Geralmente os instrumentos são meios padronizados de se obter amostras ou indicadores de
comportamento que revelam diferenças individuais nos construtos ou processos mentais
(PRIMI, 2010).
No esporte, entende-se por avaliação psicológica o processo de psicodiagnóstico
esportivo, que tem como objetivo o levantamento de aspectos particulares do atleta, ou equipe
esportiva, na relação com a modalidade escolhida ou praticada. A avaliação psicológica no
esporte é composta por um conjunto de procedimentos que envolvem entrevistas, testes e
23
observação, cuja meta é determinar o nível de desenvolvimento das funções e capacidades
para a prática esportiva ou atividades físicas e de lazer (RÚBIO, 2007).
Angelo e Rúbio (2007) destacam que a avaliação psicológica, no esporte de alto
rendimento, está orientada na busca de qualificação e quantificação de estados emocionais e
cognitivos em situações de treinamento e competição, níveis de processos psíquicos e relações
interpessoais na otimização dos trabalhos em equipe.
O psicodiagnóstico esportivo tem alguns objetivos específicos: identificar,
estabelecer objetivos, orientar a seleção de técnicas de intervenção e avaliar os resultados da
intervenção (COZAC, 2004). O processo de identificar leva em consideração as variáveis
psicológicas que interferem no rendimento de atletas, a partir do esporte que pratica, e assim
identificar o grau de habilidade e as variáveis controladoras. Uma vez identificado o grau de
habilidade para cada variável envolvida, deve-se estabelecer os objetivos que se deseja
alcançar através da intervenção adequada. A partir de então, ocorre a seleção das técnicas
psicológicas mais efetivas em função das informações e características do atleta para uma
intervenção apropriada. E assim, a intervenção deve ser avaliada, antes, durante e depois de
implementada (COZAC, 2004).
Durante o processo de psicodiagnóstico esportivo, algumas informações acerca do
atleta são de extrema importância para o psicólogo. Entre estas, elencamos: características
pessoais (idade, nível competitivo, história pessoal esportiva, motivação, aspirações, pressões
percebidas, recursos, apoio social e familiar, características socioculturais), requisitos técnicos
do esporte (detalhes da competição, calendário, adversários e requisitos físicos e psicológicos
para competir em determinada modalidade) e também os objetivos específicos do treinamento
(que são diferentes no início, meio e final da temporada). Em todo o processo, é importante
considerar as diferenças e desenvolver estratégias adequadas para cada etapa.
Contendo algumas finalidades específicas, os métodos de avaliação em Psicologia
do Esporte basicamente seguem as particularidades das diversas especialidades da Psicologia
e está pautada nos seguintes procedimentos: observação, entrevistas, anamnese, experimentos
em laboratório, experimentos pedagógicos e testes (RUDIK, 1990).
O método da observação é constituído da explicação científica da subjetividade do
sujeito, que se manifesta através de atitudes e comportamentos e caracteriza as
particularidades daquilo que se pode designar como personalidade. Por meio desta
observação, é possível acumular dados que caracterizam a manifestação das funções e
qualidades psíquicas da personalidade do atleta durante o período de treinamento e
24
competições. A observação também é um procedimento importante em programas de lazer e
de atividade física para a qualidade de vida (RÚBIO, 2007).
Durante o treinamento esportivo, algumas áreas merecem destaque durante a
observação (VISSOCI et al., 2008). A comunicação é uma importante fonte de informação em
suas três dimensões (conteúdo, direção e quantidade). Almeida (2004) afirma que é
importante recorrer a todas as formas de observação de comportamentos dos atletas, sendo
necessária uma observação sistemática de comportamentos relacionados ao rendimento
esportivo. Ou seja, com quem o atleta se comunica durante os treinamentos, qual é a
qualidade da comunicação com o treinador e os companheiros de equipe, quem inicia a
comunicação, qual o conteúdo e significado (positiva, negativa, neutra). Identificam-se,
também durante a observação, as áreas de conflito, podendo-se observar as situações que
provocam conflito ou podem ser fontes estressoras ao desportista (críticas, diferenças de
opinião sobre aspectos técnicos, situações características a cada modalidade esportiva como a
situação de ficar no “banco” para atletas de futebol). As emoções também devem ser
observadas de maneira rigorosa, em especial as expressadas pelos atletas, como eles as
expressam e quais as respostas do esportista diante de fracasso, críticas e mais precisamente
seu nível de estabilidade emocional. A intensidade com que o atleta treina e compete também
é uma informação relevante, assim como as atitudes e os comportamentos dos atletas em
diferentes momentos. Convém ressaltar que a observação se dê durante os treinamentos e as
competições, acontecendo da forma menos intrusa possível por parte do psicólogo.
As entrevistas oferecem a possibilidade de investigar as particularidades
psicológicas específicas da modalidade esportiva, e também as diferentes nuances de
personalidade que surgem no processo da atividade e que possuem influência direta sobre o
comportamento do atleta. Por meio das entrevistas, é possível a descrição exata do ambiente
que envolve o atleta e as influências sobre o seu comportamento (RUBIO, 2007).
A anamnese faz parte das entrevistas e também se trata de um instrumento de
avaliação, tendo sua origem na área médica. Não só a psicologia clínica usou o modelo e foi
transformando-o de acordo com as demandas emergentes, como também a psicologia do
esporte fez uso de modelos adaptados, tendo como objetivo principal compreender o
indivíduo em um primeiro momento, na sua relação com os problemas, e possivelmente
planejamento de ações e ou intervenções (CARRETONI; PREBIANCHI, 1999).
Tanto no momento da anamnese quanto da prática profissional do psicólogo do
esporte, o contexto esportivo precisa ser considerado, pois muitas vezes o local indicado para
25
desenvolver o atendimento não dá as chances de se ter as condições ideais de conforto,
tranquilidade e privacidade. Muitas vezes não há uma sala ou espaço delimitado para a
psicologia, e o atendimento pode ocorrer em vestiários anexos a quadras, campos, piscinas, ao
ar livre, exigindo adaptação a barulhos e interferências de vários tipos. É possível dar total
atenção ao atleta e concentra-se naquele momento, porém o psicólogo deve estar ciente das
limitações, empenhando-se ainda mais nas estratégias possíveis para assim atingir seu
objetivo.
Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de
características psicológicas, considerados procedimentos sistemáticos de observação e registro
de amostras de comportamento e respostas do indivíduo (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2013). Representam uma tarefa de curta duração, cujos resultados são
submetidos a avaliações de ordem qualitativa e quantitativa e oferecem a caracterização de
sintomas de certas manifestações de uma ou várias particularidades daqueles que responderam
ao instrumento (RÚBIO, 2007). Tem como principal objetivo descrever ou mensurar
características e processos psicológicos nas mais diversas formas de expressão, podendo
compreender as áreas de emoção, cognição e inteligência, motivação, personalidade,
psicomotricidade, atenção, memória, percepção, entre outras. Os psicólogos do esporte
costumam empregar diferentes tipos de instrumentos de avaliação, podendo ser questionários,
inventários, testes projetivos e psicomotores.
Assim, nestes casos, a avaliação psicológica está direcionada na busca de
qualificação e quantificação de estados emocionais, níveis de processos psíquicos e relações
interpessoais na otimização de resultados e desempenho. Saber quem é o atleta ou praticante
de atividade física é fundamental para a psicologia do esporte, pois com base nesses dados
que o trabalho será desenvolvido (RÚBIO, 2007).
Conhecer emoções, reações, comportamentos, aspectos cognitivos e atitudes nos
levam a um conhecimento inicial interessante e facilitam na ação, nos deixando mais seguros
na busca da melhor forma de auxiliar o indivíduo a traçar planos e atingir objetivos
(BRANDÃO, 1993).
A incorporação da avaliação psicológica nos processos de treinamento esportivo e
nas questões relacionadas à saúde populacional, entre outros, otimiza o conhecimento sobre as
capacidades e limitações de cada um, contribuindo para a clareza dos efeitos do esporte e do
exercício na vida dos desportistas.
26
Rodiónov (1990) afirma a importância de se considerar a avaliação psicológica
nas decisões do processo de treinamento, individualizando a preparação técnico-tática,
escolhendo a estratégia e a tática de conduta em competições e otimizando estados psíquicos.
Para tanto, são utilizados métodos que consideram as particularidades psicológicas do atleta,
buscando revelar e explicar a sua dinâmica. Observa-se, assim, que os aspectos físicos,
técnicos, táticos e psicológicos fazem parte da preparação esportiva global do atleta.
Rudik (1990) indica que algumas investigações que avaliam atletas vêm ganhado
destaque, com o objetivo de obter dados comparativos que caracterizem as exigências
especiais que são apresentadas pelos praticantes nas diferentes modalidades esportivas ou
formas de atividade física; ou ainda estudos com caráter diagnóstico que tem como objetivo a
determinação do nível de desenvolvimento de habilidades, favorecendo o prognóstico de
resultados relacionados a prática esportiva. O autor destaca também a importância da
unificação dos programas de investigação psicológica no esporte, tanto para a análise
psicológica de praticantes de modalidades esportivas, quanto das especificidades das diversas
modalidades, para um cruzamento uniforme dessas informações. Tendo como objetivo um
mesmo padrão de procedimentos para a comparação de todas as informações coletadas.
Percebe-se que grande parte da vida do atleta é dedicada ao esporte que pratica.
Costa (2007) considera que para se tornar um atleta de alto rendimento é necessária muita
disciplina, comprometimento com muitos anos de treinamento e dedicação praticamente
exclusiva ao esporte, já que o início da carreira esportiva geralmente ocorre em idades muito
precoces.
A prática de treinamento e a competição no esporte competitivo, considerado de
alto rendimento, tem características próprias. Devido ao grande volume, intensidade de carga
e a tensão de funções psíquicas e físicas o atleta é levado ao extremo de sua capacidade de
tolerância, ainda na fase de treinamento. Não é a estrutura da atividade em si, que se altera em
diferentes momentos da preparação pré-competitiva, mas a maneira como o atleta enfrenta
cada situação que lhe é proposta.
O conceito da influência dos fatores psicológicos no rendimento esportivo é
antigo. Griffith, apontado como o primeiro psicólogo do esporte (WEINBERG; GOULD,
2001) desenvolveu algumas pesquisas buscando justificar o desempenho esportivo mediante a
influência de alguns fatores psicológicos dos atletas.
27
Algumas variáveis psicológicas importantes que conduzem e complementam a
atividade esportiva, serão explicadas a seguir, sendo dividas em aspectos emocionais e
aspectos cognitivos:
3.2 ASPECTOS EMOCIONAIS
Vários fatores emocionais podem afetar o rendimento esportivo, dentre eles,
Pujals e Vieira (2008) apontam motivação, autoestima, autoconfiança, ansiedade e
agressividade como os que mais se destacam.
3.2.1 Estados de Humor
O humor foi definido por Lane e Terry (2000) como uma série de sentimentos,
variando em intensidade e duração e, normalmente, envolvendo mais do que uma emoção. Ou
seja, trata-se de um estado emocional ou afetivo de duração variável e não permanente.
Os estados emocionais, que podem ser chamados de estados de humor,
apresentam duração variável, de algumas horas a alguns dias, podendo refletir sentimentos de
exaltação ou felicidade, tristeza, angústia, entre outros (BRANDT et al., 2010).
A partir da década de 70, buscou-se identificar os estados de humor relacionados à
prática esportiva, mensurados através do instrumento Profile of Mood States (POMS)
(MCNAIR et al., 1971). O perfil de estados de humor é composto por seis variáveis: tensão,
depressão, raiva, fadiga, confusão mental e vigor, sendo que vigor é variável positiva e as
demais, negativas.
O instrumento tem sido utilizado no ambiente esportivo para medir as variações
emocionais associadas ao bem-estar psicológico e também as diferenças entre os momentos
pré e pós-competição (GAUVIN; SPENCE, 1998; LEUNES; HAYWARD, 1989).
Um estudo comparativo entre praticantes e não praticantes de atividades
esportivas (MORGAN; POLLOCK, 1977) permitiu identificar um padrão de diferenças no
perfil de humor que se tornou conhecido como o Perfil Iceberg (BELL; HOWE, 1986;
MORGAN, 1980). Os indivíduos que praticavam alguma modalidade esportiva apresentavam
resultados significativamente mais elevados na escala de vigor e resultados significativamente
mais baixos nas escalas de tensão, depressão, fadiga, confusão mental e raiva, quando
comparados com a amostra não praticante de atividade física.
28
O monitoramento dos estados de humor é comum entre atletas de alto rendimento,
nos diferentes momentos de treinamento e competição, já que esses indivíduos estão expostos
à pressão do contexto esportivo, a exigência constante pelo resultado, recuperação
insuficiente, calendário de competições, excedendo os limites de suas capacidades
psicofísicas (MURPHY et al., 1990; MORGAN et al., 1988; MORGAN, 1980).
Atletas que apresentam alterações no perfil de estados de humor podem ter seu
rendimento prejudicado durante treinos ou competição, influenciando na cognição, tomada de
decisão, e também na execução das habilidades motoras (WERNECK et al., 2006;
DEVENPORT et al., 2005). Algumas teorias surgem na tentativa de compreender como os
estados de humor podem influenciar no rendimento competitivo (CROCKER; GRAHAM,
1995). Silva e Angelo (2007) sugerem que altos níveis de confusão e depressão resultam em
dificuldades de manter e controlar os níveis de atenção. A tensão poderia prejudicar o controle
e a precisão muscular, enquanto a fadiga reduziria a capacidade física e disposição mental. A
raiva poderia desviar o foco de atenção durante a performance e o vigor aumentaria tanto a
percepção das capacidades físicas como a confiança.
3.2.2 Ansiedade
Dos aspectos emocionais relacionados ao rendimento esportivo, a ansiedade é um
dos temas mais estudados, principalmente quando envolve situações esportivas críticas.
Moraes (1990) afirma que a ansiedade tem forte relação com o rendimento esportivo e que
isso pode variar de acordo com o tipo de esporte, dificuldade da tarefa, ambiente esportivo,
torcida, traço de personalidade do atleta, importância do jogo ou competição.
Segundo Martin (2001), ansiedade é o rótulo dado à experiência emocional que os
indivíduos apresentam ao se depararem com eventos desconhecidos. Trata-se de um estado
emocional, caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão. A ansiedade tem um
componente cognitivo (preocupação e apreensão) e um componente somático (grau de
ativação física percebida).
A ansiedade pode ainda ser dividida em ansiedade traço e ansiedade estado. A
ansiedade traço está relacionada com as diferenças relativamente estáveis e permanentes
(relacionadas à personalidade) que levam a percepção de certas situações ameaçadoras de
acordo com as experiências individuais adquiridas (SPIELBERGUER et al., 1979),
contribuindo para a manifestação de ansiedade. A ansiedade estado pode ser considerada
29
como uma reação episódica ou situacional, caracterizando-se como um estado emocional
transitório, que depende da situação do momento (MARTIN, 2001).
Weinberg e Gould (2001) afirmam que um atleta com altos níveis de ansiedade
tem reações observáveis nos níveis cognitivo e somático. No nível somático, a ansiedade
exagerada provoca um maior gasto de energia, pois aumenta sua tensão muscular, fazendo
com que o atleta apresente dificuldades de coordenação de seus movimentos e músculos mais
tensos e "pesados". No nível cognitivo, ocorrem mudanças no grau de concentração, o campo
de atenção torna-se mais estreito e o atleta é incapaz de observar todo o contexto de
jogo/competição.
Becker Junior (1989) afirma que é comum o atleta apresentar rendimentos
melhores em treinos do que em competições, pois os níveis de ansiedade são muito diferentes
nesses dois contextos, sendo baixos nos treinamentos e altos nas competições. O mesmo autor
ainda afirma que o modo como o atleta interpreta a ansiedade pode ser um diferencial
importante: alguns consideram que a ansiedade é positiva e útil para o desempenho, e outros
consideram como um algo negativo e prejudicial.
Hanin (1997) considera que cada atleta possui um nível de ansiedade que pode ser
considerado ideal para o seu desempenho esportivo, associado com níveis altos de
performance.
3.2.3 Estresse
Weinberg e Gould (2001) definem o estresse como um desequilíbrio substancial
entre a demanda (física e/ou psicológica) e a capacidade de respostas para aquela condição.
Verardi et al. (2012) ressaltam que não é a situação em si que é estressora, mas sim a
percepção que o indivíduo tem sobre esta. Para Lipp (1996), o estresse é uma reação do
organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causados por mudanças
psicofisiológicas que podem ocorrer em algumas situações: quando a pessoa passa por um
momento de grande irritação, medo, excitação, confusão ou intensa felicidade.
Lipp (1996) propõe o modelo quadrifásico do estresse. O desenvolvimento do
estresse envolve um quadro de sintomas que varia dependendo da sua fase. A primeira fase,
chamada de "Fase de Alerta" é considerada positiva, a pessoa necessita de mais força para
enfrentar a situação ou demanda. Existe a produção de adrenalina e noradrenalina que
impulsionam o aumento de produtividade. A segunda fase é a de "Resistência", em que o
organismo gasta muita energia buscando a homeostase, caracterizando como uma sensação de
30
desgaste sem motivo aparente (LIPP, 2003). A fase de "Quase Exaustão" o organismo começa
a ceder e não resistir as tensões para restabelecimento da homeostase, é muito característico as
oscilações de bem estar e desconforto. Já na fase de "Exaustão" o organismo não possui mais
forças para resistir ao evento estressor.
Altos níveis de estresse podem comprometer o rendimento esportivo, pois
interferem em outros fatores, principalmente cognitivos, como atenção, concentração e
tomada de decisão (SEGATO et al., 2010). Níveis elevados de estresse também estão
associados à insegurança, falta de tranquilidade, aumento da ansiedade estado e depressão
(BARA FILHO et al., 2002; DE ROSE JUNIOR et al., 1996). Os movimentos do atleta
também são afetados, pois ocorre aumento da tensão muscular, reduzindo assim a
flexibilidade, a coordenação motora e a eficiência do movimento, repercutindo em seu
rendimento (STEFANELLO, 2007).
Ao mesmo tempo, níveis muito baixos de estresse também podem afetar o
rendimento atlético, comprometendo a ativação adequada para a prática esportiva (DOSIL,
2004). Níveis moderados de estresse podem melhorar o desempenho porque há estímulo para
manter o atleta em estado de vigilância, mas não há excesso de estímulo para distraí-lo de seu
objetivo. Apresentando baixos níveis de estresse, o indivíduo pode não estar suficientemente
alerta para ter um desempenho adequado, por outro lado, quando apresenta níveis elevados, a
excitação excessiva pode ser prejudicial ao seu desempenho (VERARDI et al., 2012).
Um estudo de revisão bibliográfica aponta que a competição esportiva pode ser
fonte geradora de estresse, independentemente do nível de habilidade do atleta ou da
modalidade esportiva praticada (DE ROSE JUNIOR, 2002). O estudo identifica como causas
de estresse competitivo os fatores individuais (relacionados à capacidade física, habilidade
técnica, lesões, medo de decepcionar pessoas e falta de repouso) e fatores situacionais
(relacionados aos aspectos específicos do jogo: técnicos, arbitragem, companheiros de equipe,
treinamento inadequado, torcida).
3.2.4 Autoestima
Rosenberg (1965) conceituou a autoestima como um conjunto complexo de
sentimentos e pensamentos que o indivíduo tem sobre o seu próprio valor, competência e
adequação, podendo refletir em uma atitude positiva ou negativa a respeito de si mesmo.
A autoestima é considerada fundamental para resultados favoráveis tanto na
adolescência quanto na vida adulta, refletindo sucesso em importantes áreas de
31
desenvolvimento pessoal: ocupacional, relacionamentos interpessoais e desempenho
acadêmico (TRZESNIEWSKI; DONNELLAN; ROBINS, 2003).
Guilhardi (2002) considera que a autoestima é um sentimento desenvolvido ao
longo da vida do indivíduo, produto de contingências de reforçamento positivo de origem
social. O fundamental para o desenvolvimento da autoestima, no caso de atletas, é o
reconhecimento social, muitas vezes expresso pelo técnico, pela torcida, pela família, pelos
profissionais envolvidos com o esporte e está vinculado à satisfação pessoal e bem estar.
A autoestima pode ser influenciada positivamente através da prática de atividade
física (COELHO; VASCONCELOS-RAPOSO, 2002). Os atletas de elite possuem níveis
superiores de autoestima quando comparados a atletas amadores ou com praticantes sem
participação ativa em competições.
Os resultados de uma pesquisa com atletas de karatê apontam que atletas de níveis
inferiores apresentavam níveis mais baixos de autoestima quando comparados com atletas de
níveis superiores, sendo que a autoestima era significativamente mais alta em indivíduos
vencedores (RICHMAN; REHBERG, 1986). O mesmo estudo comprovou que atletas mais
experientes possuíam níveis mais elevados de autoestima. Um estudo de 1995 comparou
atletas de elite de diversas modalidades com indivíduos sedentários, afirmando que os atletas
apresentavam maiores níveis de autoestima do que os não atletas (MARSH et al., 1995).
3.2.5 Resiliência
A resiliência pode ser definida como a capacidade do indivíduo para enfrentar,
sobrepor-se e sair fortalecido ou transformado em situações em que passa por adversidade
(GROTBERG, 2005). Pode ser entendida como a forma com que o indivíduo lida com os
eventos aversivos, ou seja, está intimamente relacionada com a sua capacidade de tolerar e
suportar os eventos adversos do cotidiano (GUILHARDI, 2002). O indivíduo apresenta um
desenvolvimento saudável mesmo vivenciando experiências muito adversas (RUTTER,
1999).
Os atletas, quando estão competindo, enfrentam constante pressão e estresse.
Quando a capacidade de resiliência é reforçada, os atletas tornam-se mais preparados para
enfrentar os desafios inerentes à prática esportiva, e ao mesmo tempo estão mais preparados
para superar eventuais fracassos ou derrotas (VALLE, 2007). O atleta pode apresentar a
resiliência dentro do esporte ou mesmo através dele.
32
Sanches e Rubio (2010) afirmam que no contexto esportivo é possível encontrar
situações consideradas como risco em potencial, pois dificultam o desenvolvimento saudável
do praticante, quando o mesmo não possui recursos capazes de lidar com as adversidades,
podendo também estimular o atleta a criar estratégias para enfrentar os obstáculos,
fortalecendo assim sua resiliência.
A competição esportiva, a rigorosidade e intensidade dos treinamentos, as longas
viagens, a vida social prejudicada, são algumas situações adversas geradoras de estresse ou
ansiedade para esportistas. A resiliência no esporte é capaz de diminuir os efeitos das pressões
sentidas pelo atleta, promovendo o aumento da autoconfiança e da autoestima (VALLE,
2007). Portanto, apesar das adversidades do ambiente esportivo, existe a possibilidade de o
atleta desenvolver a capacidade de resiliência e estratégias que podem auxiliá-lo.
Hernandez (2010) busca relacionar a resiliência com o ambiente esportivo,
ressaltando que a resiliência faz parte do conjunto de habilidades psicológicas e das
estratégias de enfrentamento que o atleta utiliza para se controlar cognitiva e emocionalmente
diante das situações estressantes da competição.
3.2.6 Motivação
A motivação é definida por Samulski (2002) como um processo ativo e
intencional, o qual é dirigido a uma meta, influenciada por fatores pessoais (considerados
intrínsecos) e ambientais (considerados extrínsecos).
A motivação intrínseca está relacionada com uma tendência natural para buscar
novidades e desafios, assim como obter e exercitar as capacidades individuais (WEINBERG;
GOULD, 2001). Os comportamentos intrinsecamente motivados têm como principal
consequência o divertimento, prazer e satisfação pessoal. Transpondo ao esporte, a motivação
intrínseca está intimamente relacionada com o prazer pela atividade, sendo muito evidente
quando o indivíduo realiza uma determinada atividade simplesmente pelo prazer em realizá-
la. Assim, observa-se o prazer de atingir uma meta pelo simples fato da obtenção de sucesso e
êxito (DECI; RYAN, 2002).
A motivação extrínseca refere-se à realização de uma atividade para alcançar
algum resultado externo como a obtenção de recompensas materiais ou sociais, por exemplo,
o reconhecimento, medalhas, ganhos financeiros, entre outros (WEINBERG; GOULD, 2001).
Trata-se da realização de uma atividade com o objetivo de alcançar algum resultado esperado.
33
O fato de executar a tarefa não é o único objetivo, neste caso, existem fatores externos que
influenciam e direcionam a ação.
A motivação para a prática esportiva depende de aspectos da personalidade do
indivíduo somado a fatores externos: meio ambiente, relações sociais, influências externas
(SAMULSKI, 2002). Quando se relaciona a motivação com a prática de atividade física ou
exercício, Balbinotti e Barbosa (2006) afirmam que existem seis diferentes dimensões:
Controle do Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer.
A dimensão de Saúde está relacionada com a sua preocupação e manutenção
através dos benefícios proporcionados pela prática de atividade física regular, mantendo a
saúde geral e prevenindo doenças associadas ao sedentarismo. A dimensão Sociabilidade
avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física como forma de pertencer a um
grupo, clube ou ainda relacionar-se com outras pessoas. A dimensão de Competitividade
avalia a atividade física como meio para manifestação de aspectos relacionados ao vencer e ao
resultado, enfrentando situações desafiadoras. Algumas pessoas podem ter como motivo para
a prática a busca pelo corpo perfeito, muito relacionado com a imagem corporal,
caracterizando a dimensão Estética. A dimensão de Controle do Estresse está relacionada em
como as pessoas utilizam a atividade física como forma de controlar a ansiedade e estresse do
cotidiano. Já a dimensão prazer está muito relacionada com a motivação intrínseca, ligada
com a busca de sensações de bem-estar e prazer e divertimento.
3.2.7 Autoconfiança
Vealey (1986) considera que autoconfiança está baseada na crença que os
indivíduos possuem em relação à própria capacidade de serem bem sucedidos no que fazem.
Pode ser caracterizada com uma alta expectativa de sucesso, quando o grau de certeza de que
suas próprias habilidades estão de acordo com as demandas exigidas para o sucesso
(WEINBERG; GOULD, 2001; VEALEY, 1986; BANDURA, 1977) e baixa expectativa de
sucesso, quando existe a crença de que as próprias capacidades e habilidades não são
adequadas para atingir o sucesso em uma situação. Machado (2006) conceitua a autoconfiança
como uma crença geral do atleta, que acredita poder realizar com sucesso uma atividade.
Atletas com altos níveis de autoconfiança acreditam em si mesmo e
principalmente em suas capacidades de adquirir as habilidades e competências necessárias
para atingir seu potencial (WEINBERG; GOULD, 2001).
34
Weinberg e Gould (2001) ressaltam a relação da autoconfiança com o
desenvolvimento de emoções positivas, concentração, estabelecimento metas, aumento do
esforço e foco nas estratégias de jogo, no sentido de jogar/treinar pensando nos acertos ao
invés da evitação do erro.
Martin (2001) investigou sensações corporais e sentimentos que eram vivenciados
por atletas no momento do seu melhor rendimento. O autor identificou algumas sensações
específicas como “confiança”, “capacidade de executar habilidades perfeitamente” e
“ausência de medo de falha ou erro”. Atletas considerados autoconfiantes tendem a se sentir
mais à vontade diante dos contextos competitivos, concentrando-se nos pontos fortes e nas
tarefas que os levam a atingir os desempenhos mais eficientes (MARTIN, 2001; VEALEY,
1986).
3.2.8 Imagem Corporal
Slade (1988) afirma que a imagem corporal é uma ilustração do tamanho, da
forma e da imagem do corpo, podendo expressar também os sentimentos relacionados a essas
características.
Cash e Pruzinsky (1990) relatam que a definição de imagem corporal é bastante
complexa e abrange algumas características importantes. Refere-se à percepções,
pensamentos e sentimentos a respeito do corpo e suas experiências. Podem ser determinadas
socialmente, não sendo fixas ou estáticas. A maneira como a pessoa pensa e sente seu corpo
influencia seu modo de perceber o mundo.
A imagem corporal trata-se da figura do nosso próprio corpo que é formulada em
nossa mente (SCHILDER; WERTMAN, 1994). A utilização do termo imagem corporal é
uma maneira de padronizar as diversas facetas que o compõe: satisfação com o peso e corpo,
avaliação da aparência, estima corporal, corpo ideal, padrão de corpo, esquema corporal,
percepção do corpo, distorção corporal, dentre outras (THOMPSON et al., 1999).
O processo de constituição da imagem corporal, que não é fixa e estática, pode
sofrer influência de alguns fatores como sexo, idade, mídia e meios de comunicação, relação
do corpo com crenças e processos cognitivos, além de alguns aspectos culturais como valores,
atitudes e valorização de um corpo considerado como ideal (FISHER, 1990).
O ambiente esportivo pode influenciar e ampliar as pressões socioculturais
referentes ao ideal de corpo magro. Vieira et al. (2008) afirmam que as demandas pelo corpo
e pelo peso ideais dos atletas aumentam o risco de desenvolverem comportamentos
35
prejudiciais à saúde. Alguns esportes, como ginástica artística, nado sincronizado, corrida,
lutas, preconizam o baixo peso corporal e supervalorizam a estética, sendo inclusive estes
critérios para bons resultados e desempenhos em competições. Pesquisas (SUNDGOT-
BORGEN, 1994; WILSON; ELDREDGE, 1992) sobre o tema indicam que estes esportes
possuem indicativos de maiores incidências de sintomas de transtornos de comportamento
alimentar ou comportamentos considerados como precursores desses transtornos.
A maioria das pesquisas (PERINI et al., 2009; VIEIRA et al., 2008; OLIVEIRA et
al., 2003) sobre imagem corporal discute as mudanças corporais que os praticantes de
atividade física experimentam. A maior preocupação destes estudos têm sido medir a
satisfação/insatisfação com o próprio corpo focando principalmente sobre o índice de massa
corporal, tamanho, forma e peso corporal (CAETANO et al., 2012), buscando entender como
o praticante de atividade física enxerga o próprio corpo.
3.2.9 Agressividade
Baron e Richardson (1994) conceituam a agressividade como qualquer
comportamento dirigido a uma pessoa, com o objetivo de causar prejuízos ou danos a esta.
Gill (1986) afirma que para um comportamento ser considerado agressivo ele precisa ter
como característica a intencionalidade.
O comportamento agressivo pode ser físico ou verbal, envolvendo danos ou
ferimentos. A agressividade pode ser caracterizada como hostil ou instrumental. O principal
objetivo da agressão hostil ou reativa é causar danos físicos ou psicológicos a uma outra
pessoa, mesmo que este ato não traga nenhuma vantagem para o agressor, é um tipo de
comportamento impulsivo. Já a agressão instrumental trata-se do comportamento planeado
que ocorre na busca de um objetivo, busca conseguir algo independentemente do dano que
isso possa causar (WEINBERG; GOULD, 2001).
A agressividade no esporte está associada a diversos fatores. Samulski (2002)
afirma que a situação de mandante ou visitante, a importância do jogo, o nível de rendimento
os atletas, a posição e tarefa tática, o comportamento de treinadores e dirigentes, as regras da
modalidade, entre outros fatores, estão intimamente relacionados com os comportamentos
agressivos.
Os psicólogos do esporte ainda não encontraram resultados consistentes que
comprovem qualquer tipo de relação entre agressão e desempenho. Observa-se na prática que
em alguns casos a agressividade parece facilitar o desempenho esportivo enquanto em outros,
36
não. No esporte coletivo, a agressividade de um atleta pode ser mais facilmente aceita quando
está relacionada com alguma função útil ao grupo (BIDUTTE et al., 2005). Neste caso, o
ponto principal é que os técnicos não incentivem o desempenho ou busca do objetivo a
qualquer custo e principalmente conscientizar os atletas e praticantes que a agressão não é útil
nem adequada ao contexto esportivo.
3.2.10 Qualidade de Vida
A qualidade de vida foi definida pelo Grupo de Qualidade de Vida da
Organização Mundial da Saúde como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações” (THE WHOQOL GROUP, 1997). Envolve o bem estar
físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais, saúde, educação e outras
circunstâncias da vida.
Bullinger et al. (1993) consideram que o termo qualidade de vida inclui uma
variedade de condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e
comportamentos relacionados ao seu funcionamento diário.
Dados de estudos têm apresentado que a prática de exercício físico agudo e
crônico produz benefícios físicos e cognitivos, e consequentemente, elevando a qualidade de
vida do praticante (WARBURTON; NICOL; BREDIN, 2006; CASPERSEN; POWELL;
CHRISTENSON, 1985). A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1999) afirma que a
prática regular de atividade física e esportiva pode preservar e aprimorar a saúde e qualidade
de vida (NÓBREGA et al., 1999). Dantas (1999) considera que programas de atividade física,
quando bem estruturados e organizados, proporcionam oportunidades de prazer e otimização
da qualidade de vida.
Modolo et al. (2009) concluíram que atletas profissionais de modalidades
coletivas apresentam melhores níveis de qualidade de vida, quando comparados com
profissionais de modalidades individuais e com atletas amadores praticantes de modalidades
coletivas ou individuais.
37
3.3 ASPECTOS COGNITIVOS
As habilidades cognitivas estão relacionadas às fases do processo de informação,
percepção, memória, atenção, aprendizagem, raciocínio e solução de problemas (ANTUNES
et al., 2001). Alguns autores (SUUTUAMA; RUOPPILA, 1996; CHODZKO-ZAJKO;
MOORE, 1994) incluem o conceito de funcionamento psicomotor às funções cognitivas, ou
seja, o tempo de reação, tempo de movimento e velocidade de desempenho.
Existem alguns fatores associados à lentidão ou diminuição das funções
cognitivas: idade, gênero, histórico familiar, trauma craniano, tabagismo, estresse mental,
sedentarismo. Dentre os maiores prejuízos, estão: diminuição da velocidade no processamento
de informações, déficit de atenção e sensorial e redução da capacidade de memória de
trabalho (ANTUNES et al., 2001).
Estudos recentes demonstram que indivíduos praticantes de exercícios físicos
apresentam consequentes benefícios em aspectos físicos e psicológicos e provavelmente
apresentem um processamento cognitivo mais eficiente (CHODZKO-ZAJKO; MOORE,
1994; CHODZKO-ZAJKO, 1991; ELSAYED; ISMAIL; YOUNG, 1980). Matias e Greco
(2010) afirmam que o atleta precisa conhecer a modalidade esportiva para se utilizar dos
processos cognitivos e assim resolver os problemas presentes no contexto esportivo, sendo
que essa solução será efetivada na execução de uma habilidade motora.
3.3.1 Atenção e Concentração
A atenção é um processo cognitivo através do qual o indivíduo seleciona e
focaliza estímulos presentes no ambiente, funcionando como um filtro da percepção
selecionando os estímulos mais importantes em um determinado momento (ALLPORT, 1993;
POSNER, 1993). Cambraia (2002) afirma que é um processo de selecionar e manter o
controle sobre a entrada de informações vindas do ambiente e o processamento dessas
informações de forma interna.
Alguns autores (MIALET; POPE; YURGELUN-TODD, 1996; HILGARD;
ATKINSON, 1979) afirmam que a capacidade de atenção e concentração é suscetível aos
estados emocionais, como a depressão, que afeta negativamente os níveis de atenção. Os
estados emocionais podem aumentar ou diminuir os níveis de atenção, de acordo com cada
situação. Luria (1979) considera que a importância e o interesse que se atribuí aos eventos e
tarefas interfere na seletividade dos estímulos presentes.
38
A concentração pode ser considerada como o foco em um objeto, ponto ou alvo
específico, mantendo-se focado por um tempo determinado. Ou seja, manter o foco em sinais
ambientais relevantes (WEINBERG; GOULD, 2001). Samulski (2002) afirma que a
concentração pode ser definida como o foco da atenção direcionado a um objeto ou uma ação
e caracterizando-a como um “estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção” (pág. 86). A
atenção concentrada é entendida como a capacidade de selecionar uma fonte de informação
dentre todas que estão disponíveis em um momento específico e conseguir dirigir a atenção
para este estímulo ao decorrer do tempo, fazendo referência ao foco de atenção
(CAMBRAIA, 2002).
Weinberg e Gould (2001) afirmam que para o desempenho esportivo, o atleta
precisa orientar e manter sua atenção nos estímulos relevantes presentes no ambiente ao longo
da competição.
Feijó (1992) relata que para concentrar-se no esporte, o atleta precisa de
autoconhecimento, entender sobre sua modalidade, ambiente esportivo e estratégias para a
prática, estando consciente de algumas ações ainda não automatizadas e, principalmente,
gerindo suas emoções.
3.3.2 Memória
A capacidade de recordar eventos passados, envolve um sistema responsável pelo
armazenamento de informação, conhecido como memória, trata-se da recuperação de
informações de um arquivo mental. A memória é um processo cognitivo que retém
informações de experiências anteriores, que são arquivadas e recuperadas em situações
específicas (CARDOSO, 1997).
Eysenck e Keane (1994) afirmam que a memória de curta duração pode ser
entendida como uma estrutura cognitiva, com capacidade e tempo de armazenamento
limitado. Possui duas funções, uma capacidade de armazenamento (armazenar e reter
informações) e outra operativa (capacidade de trabalho na qual se executam processos de
controle e coordenação, próprios do pensamento, como o raciocínio) (SQUIRE; KANDEL;
DIGITRAD, 2003).
A memória visual e a recuperação de informações são de extrema importância nos
processos de aprendizagem. Acredita-se que esses processos cognitivos juntamente com a
memória contribuem para o bom rendimento esportivo.
39
3.3.3 Velocidade de Processamento de Informação
A velocidade de processamento de informação está relacionada com a capacidade
para se realizar de forma fluída tarefas simples ou aquelas anteriormente aprendidas. É o
processo de informações de maneira rápida e automática, portanto o indivíduo não pensa
conscientemente na tarefa que está realizando (RIBEIRO; ALMEIDA, 2005).
Trata-se da capacidade de manter a atenção e realizar de forma rápida tarefas
simples e automatizadas em algumas situações que pressionam o foco de atenção. Está
geralmente ligada a situações em que há um intervalo fixo definido para que a pessoa execute
o maior número possível de tarefas simples e repetitivas (PRIMI, 2003).
Em seu estudo com atletas de futebol McMorris e Graydon (1997) concluíram que
a prática do exercício induz não só a melhora em tarefas cognitivas simples como a
velocidade de processamento do campo visual, como um aumento global na velocidade de
processamento de informações. Os mesmos autores destacam que existem muitas teorias
acerca da influência de aspectos emocionais no desempenho cognitivo, mas existem poucas
teorias acerca dos efeitos da atividade física em tarefas cognitivas específicas.
3.3.4 Funções Executivas
As funções executivas correspondem a um conjunto de habilidades que permitem
direcionar alguns comportamentos às metas específicas (CAIXETA; TEIXEIRA, 2014).
Royall et al. (2002) consideram que o controle executivo pode ser compreendido como um
sistema ou mecanismo responsável por coordenar os processos cognitivos. As funções
executivas são constituídas por um conjunto de funções cognitivas, como planejamento,
iniciação, seguimento e monitoramento de comportamentos dirigidos a um fim (HAMDAN;
PEREIRA, 2009).
Cypel (2006) considera que as funções executivas funcionam como um sistema
neuropsicológico, composto por diversas funções responsáveis por iniciar e desenvolver uma
atividade com um determinado objetivo. Esse sistema é capaz de gerenciar os aspetos
cognitivos e comportamentais, planejando e regulando o comportamento.
Ainda, as funções executivas, podem ser entendidas como funções de segunda
ordem, cuja finalidade é organizar as funções de primeira ordem, as habilidades cognitivas
propriamente ditas. Portanto, os recursos cognitivos e emocionais são controlados e
integrados pelas funções executivas (LEZAK, 2004; YLIKOSKI; HANNINEN, 2003).
40
As funções executivas organizam também percepções, memórias e conceitos
dentro de um contexto, sempre com finalidade de alcançar um objetivo, iniciar uma resposta,
planejar a execução e suas etapas, avaliar o resultado final em relação ao objetivo inicial
(CYPEL, 2006).
Pensando no contexto esportivo, pode-se notar que a ação motora exige
planejamento cognitivo, refinando a coordenação entre processamentos cognitivos e
movimentos intencionais que são fundamentais ao esporte, como por exemplo, a capacidade
de reação, força e velocidade (KENDALL et al., 1990).
3.3.5 Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão
Almeida (2004) considera que o raciocínio está relacionado com conceitos de
inteligência, compreensão, pensamentos e resolução de problemas. Através da comparação de
informações, o indivíduo seleciona uma entre várias alternativas possíveis, realizando assim o
processo de tomada de decisão.
O raciocínio pode ser entendido como a capacidade cognitiva exigida na resolução
de problemas, sejam estes simples ou complexos, abrangendo situações cotidianas e
intelectuais (ANDRIOLA; CAVALCANTE, 1999). O raciocínio abstrato é responsável por
determinar ligações abstratas entre conceitos e ideias.
Andriola e Cavalcante (1999) afirmam que a capacidade de raciocínio, é um
mecanismo cognitivo utilizado para resolução de problemas, que podem conter diferentes
formas de conteúdo: numérico, verbal, espacial, abstrato e mecânico. No caso do raciocínio
abstrato, este se caracteriza pela capacidade de resolver problemas que possuem símbolos
abstratos e lógicos.
A tomada de decisão caracteriza-se pelo processo de escolha de um plano de ação
dentre vários outros possíveis dentro de uma situação problema. Chi e Glaser (1992) destacam
que a natureza da tarefa e o tipo de conhecimento que o indivíduo possui tem grande
influência na resolução de problemas. Neste sentido, o indivíduo avalia e tenta adequar seus
comportamentos e estratégias na busca da resolução de um problema da forma mais eficaz.
A tomada de decisão do atleta, no seu esporte, se torna prática através da ação
motora, sempre relacionada ao contexto da situação (GRECO, 2001). Além da importância do
gesto técnico, o atleta precisa adotar uma tomada de decisão eficaz e efetiva, e esse processo
envolve a antecipação, reconhecimento de padrões e sinais relevantes presentes no ambiente
(DANTAS; MANOEL, 2005).
41
Durante a prática esportiva, o atleta se defronta com problemas, os quais
demandam solicitações fisiológicas e funcionais, ao mesmo tempo em que exercem demandas
nas funções psicológicas e processos cognitivos (GRECO, 2004).
42
4. OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar através de uma avaliação psicológica de testes as características psicológicas
(emocionais e cognitivas) de atletas de modalidades coletivas (Futebol, Futsal e
Vôlei).
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar as características psicológicas dos atletas nas diferentes modalidades
coletivas praticadas.
Comparar as características psicológicas de acordo com o gênero de atletas de
diferentes modalidades coletivas.
Sugerir um protocolo de avaliação psicológica (de testes) que englobe as
características psicológicas relevantes para a prática esportiva, que futuramente possa
ser utilizado como modelo em várias modalidades coletivas.
43
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 PARTICIPANTES
Foram sujeitos da pesquisa 94 atletas praticantes de modalidades coletivas
(futebol, vôlei, futsal), com idade entre 15 e 32 anos (média de idade: 19,4 (±4,8) anos). Os
atletas faziam parte de equipes, clubes ou federações localizadas nas cidades de Campinas-SP,
São Carlos-SP e São Paulo-SP.
Os atletas atendiam os seguintes critérios:
Critérios de inclusão: atletas de ambos os sexos, praticantes de modalidades
coletivas, que treinassem regularmente (ao menos três vezes na semana) e participassem de
competições dentro da sua modalidade. Após o esclarecimento dos objetivos e procedimentos
do estudo, os atletas que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o TCLE.
Critérios de exclusão: atletas que se recusaram a participar da pesquisa ou não se
enquadrassem nos critérios de treinamento e participação em competições.
O número de participantes de cada modalidade e gênero pode ser observado na
Tabela 1.
Tabela 1. Número de participantes de acordo com o gênero e modalidade esportiva praticada
NÚMERO DE ATLETAS SEXO MODALIDADE
29 Masculino Futebol
29 Feminino Futebol
18 Masculino Futsal
18 Feminino Vôlei
5.2 LOCAL
O procedimento foi realizado no próprio ambiente de treinamento dos atletas.
Diante da autorização da instituição, foi agendado um horário de acordo com a
disponibilidade dos atletas e da comissão técnica para a aplicação dos testes. Os atletas foram
avaliados em uma sala tranquila no local de treinamento, sendo que estavam presentes no
procedimento apenas os atletas e a pesquisadora.
44
5.3 INSTRUMENTOS
No total, 19 instrumentos compuseram o protocolo de avaliação, sendo uma ficha
de identificação, 13 instrumentos que mensuram aspectos emocionais e cinco instrumentos
(testes ou subtestes) que mensuram aspectos cognitivos e a ficha de identificação. Os
instrumentos são apresentados na Tabela 2, com seus respectivos autores, na ordem de
aplicação realizada.
Tabela 2. Instrumentos utilizados no protocolo de avaliação dos atletas, aspectos mensurados
e autores dos instrumentos
INSTRUMENTO MENSURAÇÃO AUTOR
Ficha de Identificação Dados pessoais Criada para a presente
pesquisa
Escala de Autoestima de
Rosenberg
Autoestima Rosenberg (1965)
Hutz (2000)
Inventário de Sintomas de
Stress de Lipp (ISSL)
Stress Lipp (2000)
Inventário Beck de
Ansiedade (BAI)
Ansiedade Beck et al. (1988)
Cunha (2001)
Escala de Resiliência Resiliência Wagnild e Young (1993)
Pesce et al. (2005)
Profile of Mood States
(POMS)
Estados de Humor McNair, Lorr, Doppleman
(1971) / Rohfls et al. (2004)
Inventário de Agressão
Atlética de Bredemeier
(BAAGI)
Agressividade Bredemeier (1985)
Competitive State Anxiety
Inventory-2 (CSAI-2)
Ansiedade Competitiva Martens et al. (1990)
Vasconcelos-Raposo e
Fernandes (2004)
Escala de Medida de Imagem
Corporal
Imagem Corporal Souto (1999)
Trait Sport-Confidence
Inventory (TSCI)
Autoconfiança Vealey (1986)
The World Health
Organization Quality of Life
(WHOQOL-Bref)
Qualidade de Vida The Whoqol Grroup (1997)
Sport Competition Anxiety
Test (SCAT)
Ansiedade Competitiva Martens (1977)
Inventário de Motivação à
Prática Regular de Atividade
Física (IMPRAF-54)
Motivação Balbinotti e Barbosa (2006)
Questionário de Estresse e
Recuperação para Atletas
(RESTQ-76 SPORT)
Resposta ao Stress Kellmann e Kaulus (2001)
Costa e Samulski (2005)
Subteste Códigos (WAIS) Velocidade e Processamento
de Informação
Nascimento (2005)
Teste de Atenção
Concentrada (Teste AC)
Atenção e Concentração Cambraia (2002)
45
Teste Pictórico de Memória
(TEPIC-M)
Memória Rueda e Sisto (2007)
Teste de Trilhas Coloridas
(TTC)
Processamento Perceptual e
Sequenciação
Rabelo et al. (2010)
Subteste Raciocínio Matricial
(WAIS)
Raciocínio Abstrato e
Tomada de Decisão
Nascimento (2005)
- Ficha de Identificação: teve por objetivo a coleta de dados do participante, como
os dados demográficos (nome, idade, dados pessoais), modalidade praticada (esportes que já
praticou), iniciação esportiva, incentivo à prática, objetivos e metas pessoais (ANEXO 1).
Aspectos emocionais:
- Profile of Mood States (POMS): instrumento de avaliação de humor que
identifica estados afetivos transitórios, tem sido muito utilizado para estudos na área de
ciências do esporte. Este instrumento foi originalmente desenvolvido para a observação de
estados em diferentes momentos de flutuação do humor em pacientes psiquiátricos
(MCNAIR; LORR; DOPPLEMAN, 1971). A partir dos anos 80, William Morgan, psicólogo
do esporte americano, iniciou estudos utilizando o POMS na área de atividade física e esporte
para avaliar os estados de humor de atletas americanos em diferentes momentos do
treinamento e competições. É composto por 65 itens que são palavras que descrevem
sentimentos, que devem ser pontuadas segundo uma escala do tipo Likert de 5 pontos
(“nada”, “um pouco”, “mais ou menos”, “bastante” ou “extremamente”) e mede seis fatores
de humor: tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental (ANEXO 2).
O instrumento foi utilizado para mensurar o perfil dos estados de humor em
futebolistas brasileiros (BRANDÃO; FIGUEIRA JUNIOR, 1997) e atletas de voleibol
(REBUSTINI et al., 2005), demonstrando adequação ao contexto esportivo e adaptação para
atletas adultos de alto rendimento. A tradução e validação deste instrumento em português,
para ser aplicada na área de Educação Física, foi realizada por Peluso (2003), indicando que
as propriedades psicométricas são compatíveis as da versão original do instrumento. As
medidas de consistência interna (alfa de Chronbach) para as escalas do POMS foram: Tensão
0,63; Depressão 0,91; Raiva 0,88; Vigor 0,85; Fadiga 0,86 e Confusão 0,62. Este é um
instrumento amplamente utilizado em pesquisas no contexto esportivo (BRANDT et al., 2010;
VIEIRA et al., 2008; MACEDO; SIMIM; NOCE, 2007; WERNECK; BARA FILHO;
RIBEIRO, 2006; BRANDÃO; AGRESTA; REBUSTINI, 2002).
46
- Sport Competition Anxiety Test (SCAT): tem como propósito acessar as
diferenças na ansiedade-traço competitiva ou a tendência de perceber situações competitivas
como ameaçadoras. O objetivo do instrumento é fornecer uma medida de ansiedade-traço
reproduzível e válida de como os atletas vivenciam emoções de ansiedade no período anterior
a uma competição. Contém 15 itens, dos quais 10 avaliam a ansiedade do indivíduo e os
demais servem para evitar possibilidades de tendências nas respostas. O atleta deve responder
a cada um dos itens em uma escala de frequência do tipo Likert de 3 pontos (“raramente”, “às
vezes” e “frequentemente”) (MARTENS, 1977) (ANEXO 3).
Quando o escore total do instrumento for menor que 17 pontos, o atleta apresenta
um nível baixo de ansiedade. Se o escore estiver compreendido entre 17 e 24 pontos, o atleta
apresenta um nível médio de ansiedade. Caso o escore total supere os 24 pontos, considera-se
que o atleta apresenta alto nível de ansiedade.
Apesar do instrumento não apresentar validação para o contexto brasileiro, um
estudo realizado na década de 90 (MARTENS et al., 1990), com o objetivo de validar o
SCAT, demonstrou como resultados excelentes valores de consistência interna (variando de
0,95 a 0,97) e fidedignidade (0,77). A escala tem se mostrado um importante instrumento de
medida da ansiedade-traço competitiva, sendo amplamente utilizada na investigação científica
(LAVALLÈE; FLINT, 1996). Alguns estudos realizados no contexto esportivo brasileiro
também utilizaram a escala como instrumento metodológico (FERREIRA; LEITE;
NASCIMENTO, 2010; APLEWICZ et al., 2009; SANTOS; PEREIRA, 1997).
- Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2): criado com o objetivo
diferencial de avaliar tanto a ansiedade cognitiva quanto a ansiedade somática. Em sua versão
final, propõe também a avaliação da autoconfiança, que tem a tendência de ser oposta à
ansiedade cognitiva e um fator de extrema importância no gerenciamento da tensão (VILLAS
BOAS et al., 2012). Trata-se de uma medida multidimensional do estado de ansiedade, sendo
que seu principal objetivo é mensurar a ansiedade estado pré-competitiva, ou seja, o quanto
um atleta sente-se ansioso diante de uma determinada competição. É constituído por 27 itens,
distribuídos em três sub escalas: ansiedade somática, ansiedade cognitiva e autoconfiança
(MARTENS et al., 1990b). As respostas são dadas em uma escala do tipo Likert de 4 pontos
(“nada”, “um pouco”, “moderadamente” e “extremamente”). A pontuação de cada subescala é
obtida pela somatória das respostas e este escore das subescalas variam de 9 a 36, sendo que
níveis classificados como baixos encontram-se na faixa de 9 a 18 pontos; níveis médios
47
encontram-se na faixa de 19 a 27 pontos e níveis altos encontram-se na faixa de 28 a 36
pontos (ANEXO 4).
É importante destacar que Martens et al. (1990) sugerem a utilização do SCAT
antes da aplicação do CSAI-2, pois o primeiro identifica uma predisposição característica para
a ansiedade-traço competitiva. Ambos instrumentos têm sido utilizados na investigação
científica nacional e internacional sobre a ansiedade no contexto esportivo (GONÇALVES;
BELO, 2007).
O instrumento é traduzido e validado para o português por Vasconcelos-Raposo e
Fernandes (2004), apresentando evidências de validade baseadas no conteúdo e na estrutura
interna. Um estudo revelou que a versão brasileira do CSAI-2 demonstrou boas propriedades
psicométricas, sustentando a sua utilização em atletas brasileiros (VASCONCELOS-
RAPOSO; FERNANDES, 2012; VASCONCELOS-RAPOSO; FERNANDES, 2012b).
Foram avaliadas as medidas de consistência interna das escalas do CSAI-2 através do alpha
de Cronbach. Diante das dimensões do instrumento, os resultados foram: Ansiedade
Cognitiva 0,872; Ansiedade Somática 0,809 e Autoconfiança 0,851. Muitos estudos,
utilizando este instrumento, vêm sendo realizados no contexto esportivo brasileiro (SILVA et
al., 2014; VILLAS BOAS et al., 2012; FERNANDES; VASCONCELOS-RAPOSO;
FERNANDES, 2012b; SONOO et al., 2010; BARBACENA; GRISI, 2008; LAVOURA;
MACHADO, 2006).
- Inventário Beck de Ansiedade (BAI): inventário composto por 21 questões sobre
como o indivíduo tem se sentido na última semana, desenvolvido por Beck et al. (1988) e
adaptado para a cultura brasileira por Cunha (2001), apresentando bons coeficientes de
fidedignidade e validade no contexto esportivo (BARTHOLOMEU et al., 2010). Essas
questões expressam sintomas comuns da ansiedade e cada questão apresenta quatro possíveis
respostas em uma escala do tipo Likert (“não”, “levemente”, “moderadamente” e
“severamente”) e o indivíduo deve assinalar aquela que mais se assemelha com o seu estado,
tomando a si mesmo como referência considerando a gravidade e frequência dos sintomas
(BECK et al., 1988).
Existem alguns critérios de classificação para o nível de ansiedade de acordo com
o escore obtido pelos atletas que responderam ao instrumento. Escores encontrados na faixa
de 0 a 10 pontos são classificados como níveis mínimos de ansiedade, escores de 11 a 19
pontos são classificados como níveis leves de ansiedade, escores de 20 a 30 pontos são
48
classificados como níveis moderados de ansiedade e escores acima de 31 pontos são
classificados como níveis graves de ansiedade.
Trata-se de um inventário de uso exclusivo para psicólogos. Recentemente
utilizado em pesquisas envolvendo atletas e sintomas de ansiedade relacionados ao contexto
esportivo e competitivo (FORTES; CONRADO, 2012; BARTHOLOMEU et al., 2010;
VIEIRA; PORCU; BUZZO, 2009; ROMÁN; SAVÓIA, 2003).
- Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL): Instrumento útil para
identificar quadros característicos do stress, possibilitando diagnosticar a fase em que a pessoa
se encontra: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão.
O ISSL é composto por 53 itens que estão divididos em três partes: a primeira
parte, composta por 15 itens, avalia sintomas físicos e psicológicos nas últimas 24 horas; a
segunda parte, também composta por 15 itens, avalia os sintomas físicos e psicológicos
manifestados na última semana; e por fim, a terceira parte, composta de 23 itens, avalia
sintomas vivenciados no último mês (LIPP, 2000).
Trata-se de um instrumento de uso restrito de psicólogos. Vêm sendo utilizado no
contexto esportivo para explorar questões acerca dos sintomas de estresse em atletas
(FREITAG et al., 2012; BENEDETTI; OLIVEIRA; LIPP, 2011; SZENESZI; KREBS, 2007).
- Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-76 SPORT):
instrumento utilizado para avaliar indicadores de estresse e recuperação em atletas. Propõe-se
a mensurar a frequência do estado de estresse atual em conjunto com a frequência de
atividades de recuperação associadas. Desenvolvido por Kellmann e Kallus (2001) e validado
para a população brasileira por Costa e Samulski (2005).
O instrumento possui 77 itens, divididos em 19 escalas, avaliando eventos
potencialmente estressantes e fases de recuperação e suas consequências subjetivas dos
últimos três dias/noites (COSTA; SAMULSKI, 2005). Trata-se de um importante inventário
para monitoramento e acompanhamento do treinamento de atletas.
As escalas pertencentes ao domínio de estresse são: estresse geral, estresse
emocional, estresse social, conflitos e pressão, fadiga, falta de energia, reclamações
somáticas, recuperações interrompidas, burnout e exaustão emocional. Já as escalas que
pertencem ao domínio de recuperação são: sucesso, relaxamento social, relaxamento
somático, bem-estar geral, qualidade do sono, forma física, burnout e satisfação pessoal,
autoconfiança e auto regulação.
49
Como já mencionado o instrumento possui 19 subescalas, sendo 7 relacionadas ao
Estresse Geral (1 – Estresse Geral; 2 – Estresse Emocional; 3 – Estresse Social; 4 –
Conflitos/Pressão; 5 – Fadiga; 6 – Falta de Energia; 7 – Queixas Somáticas), 5 relacionadas a
Recuperação Geral (8 – Sucesso; 9 – Recuperação Social; 10 – Recuperação Física; 11 – Bem
Estar Geral; 12 – Qualidade de Sono) 3 relacionadas ao Estresse Esportivo ( 13 – Perturbação
nos Intervalos; 14 – Exaustão Emocional; 15 – Lesões) e 4 relacionadas a Recuperação
Esportiva (16 – Estar em Forma; 17 – Aceitação Pessoal; 18 – Auto Eficácia; 19 – Auto
Regulação).
O instrumento foi validado para os atletas brasileiros por Costa e Samulski
(2005), nesta validação obteve-se confiabilidade substancial em 16 subescalas (exceto as
subescalas Conflitos/Pressão, Sucesso e Aceitação Pessoal), que atingiram os valores
psicométricos de consistência interna, com o valor de alpha de Cronbach maior que 0,70,
apresentando estabilidade satisfatória.
- Escala de Autoestima de Rosenberg: originalmente criada por Rosenberg
(1965), é um instrumento de dez itens, sendo 5 positivos e 5 negativos. Para cada afirmação,
existem quatro possibilidades de resposta em uma escala do tipo Likert (“concordo
completamente”, “concordo”, “discordo” e “discordo plenamente”). Com relação ao escore
deste instrumento, verifica-se que quanto menor a pontuação obtida, melhor é o nível de
autoestima deste indivíduo. No Brasil, esta escala foi adaptada por Hutz (2000) e sua versão
brasileira foi adaptada e validade por Dini, Quaresma e Ferreira (2004) sua validade de
constructo já foi realizada novamente por Hutz e Zanon (2011) (ANEXO 5).
A escala é capaz de classificar a autoestima em baixa, média ou alta. A baixa
autoestima está intimamente relacionada a sentimentos de incompetência, incapacidade de
encarar desafios e inadequação. A média tem como característica que o sujeito oscile entre
sentimentos de aprovação e rejeição de si mesmo. E a alta consiste em um julgamento de
valor, competência e confiança de si (ROSENBERG, 1965).
No contexto esportivo brasileiro, essa escala vem sendo aplicada para
investigação dos níveis de autoestima de atletas (MEURER et al., 2012; SILVA; OLIVEIRA,
2008; VENÂNCIO; LISBOA, 2007; BILHAR; RODRIGUES, 2007).
- Escala de Resiliência: desenvolvida por Wagnild e Young (1993) para medir
níveis de adaptação psicossocial positiva com relação aos eventos de vida importantes. É
50
constituída de 25 itens descritos de forma positiva com resposta tipo Likert variando de 1
(discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente) (ANEXO 6). No instrumento, estão reunidas
diversas características e comportamentos, vinculados aos estudos de resiliência, através de
situações de adversidade e proteção. Os itens refletem às cinco características principais da
resiliência: serenidade constante mesmo perante momentos complicados, perseverança diante
da adversidade, autoconfiança, sentido de vida e autossuficiência.
O escore total pode variar de 25 a 175 pontos, sendo que os valores altos indicam
elevada resiliência. Quando o escore possui valores inferiores a 125 o nível de resiliência é
classificado como baixo. Escores de 125 a 145 indicam nível de resiliência moderadamente
baixo a moderado e valores acima de 145 indicam resiliência moderadamente alta a alta.
O instrumento é validado e adaptado para cultura brasileira por Pesce et al. (2005)
o alpha de Chronbach encontrado foi de 0,80, constatando grau satisfatório de equivalência
conceitual, de itens, semântica, operacional e de mensuração entre a versão original e a
brasileira. Também é utilizado em alguns estudos que buscam investigar a questão da
resiliência no esporte (ORSANO et al., 2013; CEVADA et al., 2012; ZOCATELI, 2010).
- Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física (IMPRAF – 54):
instrumento desenvolvido por Balbinotti e Barbosa (2006) com o objetivo de verificar 6 das
possíveis dimensões associadas à motivação para a prática regular de atividades físicas:
controle do estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer. Composto por 54
itens agrupados em grupos de 6 a 6, seguindo a sequencia das dimensões.
As respostas são dadas conforme uma escala tipo Likert graduada em 5 pontos
que varia de “isto me motiva pouquíssimo” a “isto me motiva muitíssimo”. Cada uma das
dimensões é analisada e o escore total é obtido (ANEXO 7).
O IMPRAF-54 é um instrumento desenvolvido no Brasil, de acordo com a nossa
realidade e contexto cultural. A confiabilidade e validade de construto foram testadas e
demonstradas no estudo de Barbosa (2005). Vários estudos utilizam o instrumento para
mensurar a motivação para a prática regular de atividade física (MEURER et al., 2012;
MEURER; BENEDETTI. MAZZO, 2012; BALBINOTTI et al., 2011; SALDANHA, 2008).
- Trait Sport-Confidence Inventory (TSCI): desenvolvido por Vealey (1986) que
mensura a crença ou o grau de certeza que os indivíduos possuem sobre sua capacidade de ser
bem-sucedido no esporte. Assim, avalia o grau de confiança de atletas numa situação
51
esportiva através de 13 itens, solicitando que o atleta reflita e se compara com o atleta mais
autoconfiante que conhece, em determinadas situações corriqueiras do contexto esportivo.
O atleta classifica a sua autoconfiança atribuindo uma nota para aquela situação
em uma escala que varia de 1 (baixo) a 9 (alto). O escore total se dá pela soma das notas
atribuídas aos 13 itens, podendo variar de 13 a 117, sendo que quanto maior o escore, maior é
a percepção de autoconfiança.
O instrumento não é validado para o contexto brasileiro. Sua principal ideia é
compará-lo com o atleta mais autoconfiante conhecido em situações esportivas. Optou-se pela
aplicação deste instrumento para comparação com a medida de autoconfiança mensurada
através do CSAI-2 (ANEXO 8).
- Escala de Medida da Imagem Corporal: criada para avaliar alterações na
imagem corporal. Desenvolvida por Souto (1999) para ser usada na prática clínica da
enfermagem para investigar e confirmar diagnósticos de distúrbios na imagem corporal,
segundo critérios diagnósticos da North American Diagnosis Association (NADA). Segundo
esse diagnóstico, o distúrbio de imagem corporal é caracterizado como o estado no qual o
indivíduo experimenta mudanças no modo de perceber sua própria imagem corporal
(CAMPANA; CAMPANA; TAVARES, 2009) (ANEXO 9).
Abrange os três componentes da imagem corporal: realidade corporal (trata-se do
corpo como ele realmente é, em sua forma mais objetiva possível – o corpo físico), ideal
corporal (corpo desejado, aquele que gostaríamos de ter. É mutável, não totalmente consciente
e construído a partir de padrões culturais) e apresentação corporal (inclui a forma de se vestir,
movimentar, postura, sentimentos, intenções e expressões – modo como cada um se apresenta
ao mundo).
Segundo o propósito, a satisfação com a imagem corporal depende da manutenção
do equilíbrio entre esses três componentes, sendo que as alterações na imagem corporal
podem ocorrer em um ou mais dos três componentes dinâmicos que a constituem. Possui 23
itens, dispostos em uma escala tipo likert de 5 pontos, variando de “sempre” a “nunca”. O
escore final corresponde à soma dos valores assinalados em cada item, escores altos indicam
imagens corporais favoráveis.
O instrumento foi criado no contexto brasileiro e validado em uma amostra de
estudantes de graduação, apresentando índices de consistência interna adequados (índice geral
52
de consistência interna a = 0,91), demonstrando ser um instrumento confiável para
diagnostico de alterações na imagem corporal (SOUTO, 1999).
- Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (BAAGI – Bredemeier’s Athletic
Aggression Inventory): desenvolvido por Bredemeier (1985) para avaliar a tendência dos
atletas a manifestar dois tipos específicos de agressão – a hostil (voltada apenas para o dano
ao oponente) e a instrumental (voltada a um objetivo que não seja apenas o dano). Composto
por 30 questões, respondidas em uma escala likert de 4 pontos, variando de concordo
fortemente “1” a discordo fortemente “4”. São 14 questões para cada tipo de agressão e duas
questões para um escore de agressão atlética geral. Escores altos representam baixa tendência
agressiva, enquanto escores mais baixos remetem a altos níveis de agressividade.
O instrumento foi adaptado para o português por Brislin (1970). Apresenta valores
de consistência interna aceitáveis para suas subescalas. Pesquisas tem demonstrado as
qualidades psicométricas do inventário (CHANTAL et al.; 2005; SHIELDS; CICCHETTI,
1998; BREDEMEIER, 1985) (ANEXO 10).
O instrumento vem sendo utilizado em pesquisas que buscam investigar a
agressão no contexto esportivo (VISSOCI et al., 2008; BIDUTTI et al., 2006)
- The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref): desenvolvido
pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Sáude (THE WHOQOL
GROUP, 1997), que demonstrou ser possível desenvolver uma medida de qualidade de vida
aplicável e válida para uso em diversas culturas (FAYERS; MACHIN, 2000).
Inicialmente, o instrumento foi desenvolvido contendo 100 questões para avaliar a
qualidade de vida (WHOQOL-100). Porém a necessidade de instrumentos curtos que
demandassem pouco tempo para o seu preenchimento, culminou na elaboração de uma versão
abreviada, o WHOQOL-Bref (SKEVINGTON; LOTFY; O'CONNELL, 2004).
O WHOQOL-Bref é um questionário composto por 26 itens, onde a primeira
questão refere-se à qualidade de vida de uma forma geral e a segunda questão está relacionada
com à satisfação da própria saúde. As outras 24 questões encontram-se dividas em 4
domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Além do caráter transcultural,
o instrumento valoriza a percepção individual da pessoa, podendo avaliar a qualidade de vida
em diversos grupos e situações (THE WHOQOL GROUP, 1997). A versão em português foi
realizada segundo metodologia preconizada pelo centro WHOQOL para o Brasil,
53
apresentando características psicométricas consideradas como satisfatórias (FLECK et al.,
2000) (ANEXO 11).
No contexto esportivo brasileiro, o instrumento vem sendo utilizado para
mensurar a qualidade de vida e sua relação com a prática de exercícios físicos
(GUIMARÃES; BAPTISTA, 2011; INTERNODATO; GREGUOL, 2010; GORDIA et al.,
2007).
Aspectos cognitivos:
- Teste de Atenção Concentrada (Teste AC- Vetor): um dos testes psicológicos
mais utilizados para avaliar a atenção concentrada. Sua utilização ocorre nas mais diversas
situações como os psicodiagnósticos, seleção de pessoal, obtenção de Carteira Nacional de
Habilitação. Avalia a capacidade de uma pessoa em selecionar apenas uma fonte de
informação diante de vários estímulos distratores em um tempo pré-determinado. Assim, o
indivíduo demonstra que tem a capacidade de dirigir a sua atenção, ao mesmo tempo em que
demonstra ser capaz de manter o foco. Seu principal objetivo é o de analisar a capacidade que
o sujeito tem de manter a sua atenção concentrada no trabalho que realiza durante um período
determinado. Destina-se, também, a medir a rapidez e exatidão na execução de uma tarefa
simples, de natureza perceptiva, sem recorrer às funções intelectuais (CAMBRAIA, 2002).
No alto da folha encontra-se um retângulo contendo três modelos de setas e é dada
a instrução ao indivíduo de que ele deve marcar essas setas sempre que achar alguma igual ao
modelo, em 21 linhas com setas iguais e diferentes do modelo.
O escore deste instrumento pode variar de 0 a 147. Trata-se de um instrumento
cuja aplicação é restrita aos psicólogos.
- Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M): avalia a capacidade do indivíduo de
recuperar uma informação em um período curto de tempo, por meio de estímulos figurais
representados por substantivos concretos, caracterizado como uma medida de memória de
curta duração. Composto por um cartão estímulo em preto e branco, contendo 51 itens
diversos, como desenhos e detalhes que podem ser agrupados em três categorias: itens que
pertencem e podem ser encontrados na categoria água, totalizando 8 itens (exemplo: peixe,
jet-ski); itens relacionados à categoria céu, totalizando 18 itens (exemplo: pássaro, sol, balão)
e itens referentes à categoria terra, em um total de 25 itens (exemplo: barraca, casa, árvore)
(RUEDA; SISTO, 2008). O respondente deve observar e memorizar este cartão, durante
sessenta segundos. Após este período de memorização, o sujeito deve descrever os itens que
54
lembrar, dentro do tempo limite de dois minutos, escrevendo as respostas em uma folha
apropriada. A correção é realizada pelo total de acertos, avaliação quantitativa e qualitativa. A
pontuação total pode variar de 0 a 55, sendo que é atribuído 1 ponto para cada item lembrado
corretamente pelo indivíduo (RUEDA; SISTO, 2007). Trata-se de um instrumento cuja
aplicação é restrita aos psicólogos.
- Subteste Códigos do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS): permite avaliar
velocidade de processamento, flexibilidade mental, atenção seletiva e concentrada.
Características de excelente capacidade visomotora e eficiência mental estão relacionadas a
altos escores neste instrumento (LOPES et al., 2012). Neste subteste há nove retângulos
divididos, sendo que na parte superior de cada retângulo há um dígito e na inferior, um
símbolo. A tarefa do examinado é inscrever o símbolo correspondente a cada algarismo, nos
locais indicados. Este teste requer a associação de símbolos, implica velocidade e precisão de
realização e memória visual. Sua aplicação depende do tempo estabelecido de 120 segundos
(NASCIMENTO, 2005). O escore deste instrumento pode variar de 0 a 133. A escala WAIS
de inteligência trata-se de um instrumento de uso e aplicação restritos aos psicólogos.
- Subteste Raciocínio Matricial do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS):
Permite avaliar a habilidade fluída, organização perceptual, habilidade de planejamento,
previsão, coordenação visual e percepto-motora, atenção e concentração. Trata-se de um
subteste que apresenta isenção de influências culturais e de linguagem (LOPES et al., 2012).
Formado por 26 itens, em que a tarefa do entrevistado consiste em completar um padrão ou
figura a partir de cinco alternativas apresentadas, sendo que apenas uma é a correta
completando a figura ou uma lógica presente na figura. Investiga principalmente o
processamento visual da informação e o raciocínio abstrato. O exame é suspenso após 4 erros
consecutivos. O escore deste instrumento pode variar de 0 a 26. A escala WAIS de
inteligência trata-se de um instrumento de uso e aplicação restritos aos psicólogos.
- Teste de Trilhas Coloridas (TTC): Utilizado como instrumento para a avaliação
da atenção sustentada (Forma 1); atenção dividida (Forma 2) e em segundo plano:
rastreamento perceptual, capacidade de sequenciamento e habilidades grafomotoras,
engajamento mental, rastreamento visual, destreza motora e memória operacional (RABELO
et al., 2010).
55
Existem as formas 1 e 2, sendo que em ambas existe um treino para a realização
da tarefa. Os tempos de execução são contabilizados em segundos. A Forma 1 é constituída
por círculos de cores rosa e amarelo, enumerados de 1 a 25 e dispostos aleatoriamente. O
participante deve ligar os círculos respeitando a ordem numérica e sequência alternada de
cores. Na Forma 2, existem círculos rosas numerados de 1 a 25 e também círculos amarelos
numerados de 2 a 25 (funcionando, assim, como um distrator para a atividade). É solicitado
ao participante que ligue os círculos coloridos seguindo o critério de ordem numérica e
alternando as cores rosa e amarela (UTSUMI et al., 2014). O escore do teste é determinado
pelas medidas de tempo, em segundos, que o examinado levou para realizar a tarefa tanto na
Forma 1 quanto na Forma 2. O Teste de Trilhas Coloridas é um instrumento restrito aos
psicólogos.
5.4 PROCEDIMENTO
Foi realizado um contato com os responsáveis por cada clube ou instituição
esportiva, expondo os conteúdos da pesquisa, bem como os objetivos e procedimentos a
serem realizados. Após a concordância na participação, os responsáveis assinaram a Carta de
Anuência, autorizando a coleta de dados em sua instituição.
Posteriormente, os atletas foram convidados a fazer parte do estudo e assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). No caso de atletas menores de idade,
seus responsáveis legais foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem
realizados e assinaram o TCLE.
A pesquisa foi conduzida em concordância com as recomendações e requisitos da
Resolução 466-2012 do CNS, com aprovação Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp (processo número CAAE: 30263714.1.0000.5404) (ANEXO
12). Visto que alguns testes eram de uso restrito ao profissional psicólogo, a pesquisa além de
contar com a orientadora formada em psicologia, contou com a pesquisadora, também
psicóloga e com registro ativo no Conselho Regional de Psicologia (Registro: Inscrição CRP
128340/6).
O procedimento foi realizado no próprio local de treinamento dos atletas, em
horário pré-estabelecido com os responsáveis pela instituição. Os atletas foram avaliados em
56
uma sala do próprio clube ou a um ambiente tranquilo no local de treinamento. Neste
momento, estavam presentes apenas os atletas e a pesquisadora.
Os instrumentos referentes aos aspectos emocionais (questionários e inventários)
eram respondidos individualmente pelos atletas. Já os instrumentos relativos aos aspectos
cognitivos tiveram sua aplicação de forma coletiva, exceto o subteste Raciocínio Matricial
(WAIS), cuja aplicação é dada de forma individual, como trata-se de um instrumento sem
tempo determinado para realização das tarefas, ocorreram casos de atletas finalizarem em um
tempo mais curto ou um tempo mais longo, variando de cinco a trinta minutos, com uma
média de tempo aproximada de 15 a 20 minutos. A coleta de dados demorou
aproximadamente duas horas para cada atleta e as condições de aplicação foram as mesmas
para todos os participantes.
5.5 ANÁLISE DOS DADOS
A estatística descritiva foi utilizada para resumir o banco de dados coletados,
sendo apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil). A
normalidade de cada variável foi testada através do teste estatístico de Lilliefors. Na
comparação das características psicológicas entre as modalidades quando os dados eram
normais foi utilizado o teste ANOVA e quando os dados não eram normais foi utilizado o
Kruskal-Wallis. Na comparação realizada entre os sexos dos atletas, quando os dados eram
normais foi utilizado o teste T e quando não eram normais foi utilizado o Mann-Whitney.
Todas as análises foram realizadas no programa MATLAB 2010. O nível de significância
adotado foi de p<0,05.
57
6. RESULTADOS
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES
No total foram avaliados 94 praticantes de modalidades coletivas (futebol –
masculino e feminino, vôlei – feminino e futsal – masculino). Desses participantes, 47 eram
do sexo masculino e 47 eram do sexo feminino.
Considerando a modalidade Futebol, as atletas mulheres de Futebol apresentaram
média de idade de 16,38 (±3,62) e média de 6,92 anos de prática. Com relação a escolaridade,
75,86% cursavam o Ensino Médio, 10,34% cursavam o Ensino Fundamental, 6,9% cursavam
o ensino superior, 3,45% já haviam concluído o Ensino Médio e 3,45% possuíam curso de
pós-graduação. Essa equipe de futebol feminino treinava regularmente, de segunda a sexta, no
período da tarde. Apesar dos campeonatos serem escassos na modalidade feminina, as atletas
disputavam campeonatos regionais, representando o time feminino da cidade.
Já os atletas homens desta mesma modalidade apresentaram média de idade de
22,58 (±3,25) anos e média de 12,46 anos de prática. Sobre a escolaridade, 51,72%
completaram o Ensino Médio, 24,14% apresentaram Ensino Médio incompleto, 6,89%
apresentaram Ensino Fundamental completo, 3,45% apresentaram Superior incompleto,
3,45% apresentaram pós-graduação e 10,35% não responderam a este item. Esta equipe
treinava regularmente e disputava a terceira divisão do Campeonato Paulista e Campeonato
Brasileiro de futebol.
Com relação ao Futsal, os atletas apresentaram média de 22,83 (±5,37) anos e
11,5 anos de prática. Sobre a escolaridade deste grupo de atletas, 72,22% haviam completado
o Ensino Médio, 22,22% estavam cursando o Ensino Médio e 5,56% tinham Ensino Superior
Incompleto. Esta equipe treinava regularmente todos os dias a noite, seus atletas tinham outras
atividades durante o dia, disputava ligas e jogos regionais representando o time da cidade.
Quanto ao Vôlei, as atletas apresentaram média de idade de 15,67 (±0,97) e 4,61
anos de prática. Sobre a escolaridade, 88,88% estava cursando o Ensino Médio, 5,56% com
Ensino Médio completo e 5,56% cursando o Ensino Fundamental. Esta equipe treinava cinco
vezes por semana no período da tarde e disputava seus jogos aos sábados, participando de
campeonatos regionais e estaduais.
A caracterização dos participantes pode ser observada na Tabela 3.
58
Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto à modalidade, gênero, média de idade e
tempo médio de prática
MODALIDADE SEXO NÚMERO DE
ATLETAS
MÉDIA DE
IDADE
TEMPO MÉDIO DE
PRÁTICA (ANOS)
Futebol Feminino 29 16,38 (±3,62) 6,92
Masculino 29 22,58 (±3,25) 12,46
Futsal Masculino 18 22,83 (±5,37) 11,50
Vôlei Feminino 18 15,67 (±0,97) 4,61
6.2 ASPECTOS EMOCIONAIS
Ansiedade
Para mensuração dos sintomas de ansiedade foram utilizados três instrumentos:
BAI, SCAT e CSAI-2. Cada instrumento possui um escore específico: o escore do BAI varia
de 0 a 63 pontos, o do SCAT varia de 10 a 30 e do CSAI-2 varia de 9 a 36 em cada subescala.
O instrumento CSAI-2 é capaz de mensurar tanto a ansiedade cognitiva como a ansiedade
somática.
No instrumento BAI as três modalidades coletivas apresentaram sintomas
mínimos de ansiedade de acordo com as médias apresentadas. A modalidade Futebol
apresentou média de 6,86 pontos; Futsal média de 7,77; e Vôlei média de 7,72.
De acordo com a aplicação do SCAT tanto Futebol (19,92), Futsal (18,66) e Vôlei
(19,61) apresentaram sintomas de ansiedade considerados médios.
Nos resultados do CSAI-2 as modalidades apresentaram sintomas médios de
ansiedade cognitiva (Futebol = 18,56; Futsal = 18,83; Vôlei = 21,72) e sintomas baixos de
ansiedade somática (Futebol = 15,87; Futsal = 14,66; Vôlei = 16,11).
As classificações dos níveis de ansiedade, mensurados por cada instrumento, de
cada modalidade coletiva podem ser observados na Tabela 4, a seguir.
59
Tabela 4. Classificação dos sintomas de ansiedade mensurada por cada instrumento nas
modalidades coletivas BAI SCAT CSAI-2
ANS_COG
CSAI-2
ANS_SOM
Futebol Ansiedade
mínima
Ansiedade
média
Níveis médios Níveis baixos
Futsal Ansiedade
mínima
Ansiedade
média
Níveis médios Níveis baixos
Vôlei Ansiedade
mínima
Ansiedade
média
Níveis médios Níveis baixos
Legenda: BAI=Inventário Beck de Ansiedade; SCAT=Sport Competitive Anxiety Test; CSAI-
2_ANS_COG=Ansiedade cognitiva mensurada através do instrumento Cognitive Sport Anxiety
Inventory-2.
Na construção da Figura 1, padronizou-se os escores, para comparar os sintomas
de ansiedade, mensuradas por cada instrumento, em uma mesma escala, variando de 0 a 100.
Figura 1. Médias dos sintomas de ansiedade apresentados por atletas de modalidades
coletivas em cada instrumento. Legenda: BAI=Inventário Beck de Ansiedade; SCAT=Sport Competitive Anxiety Test; CSAI-
2_ANS_COG=Ansiedade cognitiva mensurada através do instrumento Cognitive Sport Anxiety
Inventory-2.
Autoestima, Autoconfiança, Agressividade, Resiliência e Imagem Corporal
A autoestima foi mensurada através da Escala de Autoestima de Rosenberg, o
escore total desta escala pode variar de 0 a 30, sendo que quanto menor o escore, melhor é a
autoestima. Dentre as modalidades coletivas o Vôlei (6,66) demonstrou níveis mais altos de
autoestima, seguido por Futsal (6,94) e então o Futebol (7,48).
0
20
40
60
80
100
B A I S C A T C S A I - 2 _ A N S _ C O G C S A I - 2 _ A N S _ S O M
SINTOMAS DE ANSIEDADE
FUTEBOL FUTSAL VOLEI
60
A autoconfiança foi mensurada por dois instrumentos: TSCI e CSAI-2. De acordo
com os escores do TSCI, quanto maior o escore, melhor é o nível de autoconfiança, sendo que
sua escala original varia de 13 a 117. Sendo assim, a modalidade Futsal (90,66) apresentou os
escores mais altos para autoconfiança, seguido por Futebol (86,21) e Vôlei (82,27). Os níveis
de autoconfiança também foram medidos através do CSAI-2 (escore variando de 9 a 36), a
equipe de Futsal (28,61) apresentou níveis altos, enquanto Futebol (25,29) e Vôlei (25)
apresentaram níveis médios, de acordo com a classificação do próprio instrumento.
Com relação à agressividade, mensurada através do instrumento BAAGI cujo
escore varia de 30 a 120, a equipe de Futsal (71,77) apresentou níveis mais baixos entre as
três modalidades participantes (Futebol = 72,08; Vôlei = 74,77).
Segundo os escores da Escala de Resiliência, quanto maior o escore, melhor é o
nível de Resiliência (variando de 25 a 175). Na modalidade Futebol (128,82) foram
encontrados níveis considerados moderadamente baixos, tanto no Vôlei (134,66) quanto no
Futsal (136,44) foram encontrados níveis considerados moderadamente altos.
Quanto à imagem corporal, cujos escores variam de 23 a 115, os níveis mais altos
ficaram com a modalidade Futebol (89,28), seguido por Futsal (84,55) e Vôlei (79,11).
Na Figura 2 abaixo, podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100
para cada aspecto mensurado: autoestima (com a padronização dos escores, quanto mais
próximo de 100, melhor é o nível de autoestima), autoconfiança, agressividade, resiliência e
imagem corporal.
Figura 2. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades coletivas.
0
20
40
60
80
100
ASPECTOS EMOCIONAIS
FUTEBOL FUTSAL VOLEI
61
Estresse e Recuperação
Para mensurar os níveis de estresse e recuperação utilizou-se o instrumento
RESTQ 76-SPORT. Os escores de todas as suas subescalas variam de 0 a 6. Nas subescalas
de Estresse Geral, as maiores médias para a modalidade Futebol foram: Conflitos/Pressão
(2,5), Fadiga (2,17) e Queixas Somáticas (1,99); para a modalidade Futsal foram: Fadiga
(2,7); Conflitos/Pressão (2,66) e Queixas Somáticas (1,91); e para a modalidade Vôlei:
Conflitos/Pressão (2,45); Estresse Emocional (1,94) e Fadiga (1,86).
Nas subescalas relacionadas a Recuperação Geral, as maiores médias de cada
modalidade foram: Futebol - Bem Estar Geral (4,17), Recuperação Social (4,06) e Sucesso
(3,03); Futsal - Bem Estar Geral (4,31), Recuperação Social (4,19) e Sucesso (3,7); e Vôlei -
Recuperação Social (4,87), Bem Estar Geral (4,52) e Recuperação Física (3,63).
Para as subescalas de Estresse Esportivo as maiores médias foram para Lesão
(Futebol = 2,65; Futsal = 2,63; Vôlei = 1,84) seguido por Perturbações nos Intervalos (Futebol
= 1,88; Futsal = 2,19; Vôlei = 1,31).
Quanto as subescalas relacionadas à Recuperação Esportiva, as maiores médias na
modalidade Futebol foram: Auto Eficácia (3,67), Auto Regulação (3,66) e Estar em Forma
(3,54). Para a modalidade Futsal foram: Auto Regulação (4,13), Autoeficácia (4,02) e
Aceitação Pessoal (3,79). E na modalidade Vôlei foram: Auto Regulação (4,05), Estar em
Forma (3,9) e Auto Eficácia (3,79).
Na Figura 3, podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100 e as
médias das subescalas foram agrupadas em Estresse Geral, Recuperação Geral, Estresse
Esportivo e Recuperação Esportiva, para melhor comparação das médias apresentadas por
cada modalidade.
62
Figura 3. Características apresentadas por atletas de modalidades coletivas em cada subescala
do instrumento RESTQ- 76 SPORT.
Motivação
De acordo com o instrumento IMPRAF-54, a motivação é representada por 6
domínios: Prazer, Estética, Saúde, Competitividade, Sociabilidade e Controle do Estresse, os
escores de cada domínio variam de 8 a 40.
Na modalidade Futebol, as maiores médias foram para os domínios de Prazer
(35,85), Competitividade (33,77) e Saúde (30,12). Para o Futsal, as maiores médias foram nos
domínios: Prazer (35,29), Competitividade (33,88) e Sociabilidade (33,29). Para a modalidade
Vôlei as maiores médias foram nos domínios: Prazer (34,72), Saúde (32,88) e Estética
(32,88).
Nas três modalidades coletivas as menores médias ficaram para o domínio de
Controle do Estresse (Futebol = 22,4; Futsal = 23; Vôlei = 18,55). As médias de cada domínio
de cada modalidade foram padronizados de 0 a 100 e podem ser observados na Figura 4,
abaixo.
0
20
40
60
80
100
ESTRESSE E RECUPERAÇÃO
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
63
Figura 4. Médias de escore para cada domínio pertencente a motivação das modalidades
coletivas.
Qualidade de Vida
Com relação à qualidade de vida, o instrumento WHOQOL-BREF mensura seis
importantes domínios que a compõe: Qualidade de Vida Geral, Qualidade de Saúde Geral,
Domínio Físico, Domínio Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente, cada domínio
apresenta escore variando de 0 a 5.
Na modalidade Futebol, as maiores médias foram para os domínios de Qualidade
de Saúde Geral (3,89) e Domínio Psicológico (3,9), seguido pelos domínios de Qualidade de
Vida Geral (3,89) e Relações Sociais (3,88), sendo as menores médias para os domínios
Físico (3,83) e Meio Ambiente (3,33). De acordo com a classificação de cada domínio, esta
modalidade apresentou todos os domínios como regulares.
Já na modalidade Futsal, as maiores médias encontradas foram para os domínios
de Relações Sociais (4,18) e Domínio Psicológico (3,97), seguidos pelos domínios Físico
(3,95) e Qualidade de Vida Geral (3,94), e as menores médias da modalidade foram para os
domínios Qualidade de Saúde Geral (3,66) e Meio Ambiente (3,45). De acordo com a
classificação de cada domínio, os atletas de Futsal apresentaram o domínio Relações Sociais
classificado como bom, e os outros cinco domínios como regulares.
Na modalidade Vôlei, as maiores médias foram para os domínios de Qualidade de
Vida Geral (4,55) e Qualidade de Saúde Geral (4,16), seguido pelos domínios de Relações
0
20
40
60
80
100
MOTIVAÇÃO
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
64
Sociais (4,12) e Domínio Psicológico (4,08), sendo as menores médias para os domínios
Físico (4,03) e Meio Ambiente (3,85). Para os resultados da modalidade Vôlei, os domínios
Qualidade de Vida Geral, Qualidade de Saúde Geral, Relações Sociais e Domínio Psicológico
e Domínio Físico foram classificados como bons e o domínio Meio Ambiente classificado
como regular. Na Figura 5 podem ser observadas as médias padronizadas de 0 a 100 de cada
domínio presente no instrumento, para cada modalidade participante.
Figura 5. Médias de escore das modalidades coletivas nos domínios pertencentes à Qualidade
de Vida.
Estados de Humor
O instrumento POMS quantifica os estados de humor de acordo com 6 aspectos
emocionais: tensão (escore 0 a 36), depressão (escore 0 a 60), agressividade (escore 0 a 48),
vigor (escore 0 a 32), fadiga (escore 0 a 28) e confusão (escore 0 a 28).
Em todas as modalidades coletivas notou-se o perfil iceberg proposto por Morgan
(1980). Nas três modalidades as maiores médias foram de Vigor (Futebol = 17,36; Futsal =
16,72; Vôlei = 17,5), seguido por Tensão (Futebol = 8,82; Futsal = 9,27; Vôlei = 9,83). E as
menores médias foram para Depressão (Futebol = 4,44; Futsal = 3,77; Vôlei = 3,11). Na
Figura 6 pode-se observar as médias de cada modalidade coletiva para cada aspecto
mensurado pelo instrumento.
0
20
40
60
80
100
QUALIDADE DE VIDA
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
65
Figura 6. Perfil de estados de humor dos atletas de modalidades coletivas segundo o
instrumento POMS.
6.3 ASPECTOS COGNITIVOS
Na Figura 7 podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100 para cada
modalidade coletiva em cada aspecto cognitivo mensurado: Velocidade e Processamento de
Informação, Funções Executivas, Memória, Atenção e Concentração, Raciocínio Abstrato e
Tomada de Decisão.
0
20
40
60
80
100
T E N S Ã O D E P R E S S Ã O A G R E S S I V I D A D E V I G O R F A D I G A C O N F U S Ã O
PERFIL ESTADOS DE HUMOR
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
66
Figura 7. Gráfico radar com as características cognitivas dos atletas de modalidades
coletivas. Legenda: Raciocínio e Tomada de Decisão=Raciocínio Matricial-WAIS; Atenção e
Concentração=Teste AC; Memória=TEPIC-M; Funções Executivas=Teste Trilhas Coloridas;
Velocidade e Processamento de Informação=Códigos-WAIS.
Velocidade e Processamento de Informação
Para mensurar a velocidade e processamento de informação foi utilizado o
subteste Códigos do WAIS. A modalidade Futebol apresentou média de escore de 67,93,
representando um escore ponderado de 12 (em um escore que varia de 1 a 19). Na modalidade
Futsal essa média foi de 65,66, também apresentando um escore ponderado de 12. Já na
modalidade Vôlei, esse escore foi de 82,05, com escore ponderado de 15.
Funções Executivas
As funções executivas foram mensuradas pelo instrumento de Trilhas Coloridas,
aplicado na Forma 1 e Forma 2. O escore é medido através do tempo de execução do teste,
sendo que quanto maior o escore, mais tempo o participante utilizou para realizar a tarefa.
Na modalidade Futebol, o escore da Forma 1 foi de 44, percentil de 50 e sua
classificação foi média. Na Forma 2 o escore foi de 77,76, também apresentado a
classificação média e percentil de 60.
0
20
40
60
80
100
VELOCIDADE EPROCESSAMENTO
INFORMAÇÃO
FUNÇÕES EXECUTIVAS
MEMÓRIAATENÇÃO E
CONCENTRAÇÃO
RACIOCÍNIO ABSTRATO ETOMADA DE DECISÃO
ASPECTOS COGNITIVOS
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
67
No Futsal, o escore deste instrumento na Forma 1 foi de 55,04, com classificação
Médio Inferior, tendo o percentil de 25. Já na Forma 2 o escore foi de 73,2, apresentando
classificação média e percentil 60.
Para os atletas de Vôlei o escore apresentado na Forma 1 foi de 38,21 com
classificação média e percentil 60. Na Forma 2 o escore foi de 66,97, percentil 75 e
classificação médio superior.
Memória
A memória foi mensurada através do instrumento TEPIC-M.
A modalidade Futebol apresentou média de escore de 15,53, sendo essa habilidade
classificada como Médio Inferior, encontrando-se em um percentil de 25. No caso do Futsal, a
média foi de 14,28, classificada como Inferior e estando no percentil de 20. Na modalidade
Vôlei, a média de escore foi de 19,44, apresentado classificação Média Superior,
encontrando-se no percentil 60.
Atenção e Concentração
Com relação a atenção e concentração, a modalidade Futebol apresentou uma
média de escore de 82,20, classificada como Média e encontrando-se no percentil 60. No
Futsal essa média foi de 83,38, também classificado como média e apresentando percentil 60.
A modalidade Vôlei apresentou médias de 85,44, localizando-se no percentil 60 e classificada
como Média.
Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão
Para mensurar a Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão foi utilizado o subteste
Raciocínio Matricial do WAIS.
A modalidade Futebol apresentou média de escore de 14,56, representando um
escore ponderado de 10 (em um escore que varia de 1 a 19). Na modalidade Futsal essa média
foi de 19, também apresentando um escore ponderado de 13. Já na modalidade Vôlei, esse
escore foi de 21,85, com escore ponderado de 14.
68
6.4 RESULTADOS COM INFERENCIAS NÃO DESCRITIVAS
6.4.1 Comparação entre as modalidades
Aspectos Emocionais
Foi realizado o teste estatístico de Lilliefors para verificar se os dados eram
considerados normais ou não normais. Quando os dados apresentaram normalidade foi
utilizado o teste ANOVA e quando não apresentavam normalidade foi utilizado o teste de
Kruskalwallis.
Na Tabela 5, podem ser observados os dados de cada aspecto emocional
apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil) e o p-valor da
comparação das três modalidades: Futebol, Futsal e Vôlei.
Tabela 5. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades esportivas
coletivas FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
P
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
GERAL
Agressivi-
dade
72,1
(7,1)
73
(9)
71,8
(6,4)
73
(5)
74,8
(4,7)
74,5
(5) 0,1368
Imagem
Corporal
89,3
(15,8)
91
(18)
84,5
(17,3)
91
(37)
79,1
(15,2)
81,5
(25) 0,0520
Confiança 86,2
(15,5)
85
(22,2)
90,67
(10,8)
85
(15)
82,3
(16,2)
81
(25) 0,2340
Confiança
(CSAI-2)
25,29
(6,2)
26
(8)
28,61
(4)
26
(5)
25
(5,7)
24,5
(9) 0,0887
Auto Estima 7,5
(5)
6,5
(9) 7 (2,8)
6,5
(3)
6,7
(3,4)
8
(5) 0,9687
Estresse 6,1
(5,6)
5
(7)
4,6
(3,2)
5
(4)
6,9
(6)
4
(8) 0,6364
Resiliência 128,8
(17,3)
128
(23)
136,4
(11,7)
128
(11)
134,7
(13,8)
134
(10) 0,1731
ANSIE-
DADE
BAI 6,9
(5,6)
5,5
(8)
7,8
(6,3)
5,5
(9)
7,7
5,6)
7
(7) 0,7175
SCAT 19,9
(3,9)
20
(6)
18,7
(3,4)
20
(5)
19,6
(3,5)
18
(4) 0,4476
CSAI_C 18,6
(5,2)
17,5
(6)
18,8
(5)
17,5
(7)
21,7
(3,8)
21
(6) 0,0224
CSAI_S 15,9
(4)
15
(5)
14,7
(2,9)
15
(3)
16,1
(3,8)
15
(4) 0,6553
69
FUTEBOL FUTSAL VÔLEI
P
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
WHO
QOL
Qualidade
de Vida
3,9
(0,8)
4
(0)
3,9
(0,7)
4
(0)
4,6
(0,6)
5
(1) 0,0023
Saúde 4,1
(0,7)
4
(1)
3,7
(1,2)
4
(1)
4,2
(0,9)
4
(1) 0,3230
Físico 3,8
(0,6)
3,8
(0,8)
3,9
(0,5)
3,8
(0,8)
4
(0,3)
4
(0,4) 0,299
Psicológico 3,9
(0,6)
3,9
(0,7)
3,9
(0,5)
3,9
(0,7)
4,1
(0,4)
4
(0,8) 0,5987
Relações
Sociais
3,9
(0,8)
4
(1)
4,2
(0,5)
4
(0,7)
4,1
(0,4)
4
(0,3) 0,1268
Meio
Ambiente
3,3
(0,5)
3,3
(0,9)
3,5
(0,6)
3,3
(0,9)
3,8
(0,5)
3,8
(0,5) 0,0027
IMPRA-
FE
Prazer 35,8
(4,7)
37
(6)
35,3
(5,1)
37
(5,5)
34,7
(6,8)
37
(7) 0,9421
Estética 30
(8,9)
31
(14,2)
28,3
(7,9)
31
(13)
28,5
(8,4)
28
(14) 0,5388
Saúde 30,1
(8,6)
32
(11,5)
33
(5,9)
32
(9)
32,9
(7)
34,5
(11) 0,3476
Sociabili-
dade
24,9
(9)
25
(13)
33,3
(7,3)
25
(5,2)
27,5
(9,8)
25,5
(15) 0,0019
Competiti-
vidade
33,8
(5,1)
34
(6,2)
33,9
(7,2)
34
(6)
27,7
(9,3)
29,5
(15) 0,0303
Controle
Estresse
22,4
(8,3)
23
(12)
23
(7,1)
23
(9,5)
18,5
(7,9)
15,5
(15) 0,1614
POMS
Geral 13,5
(22,7)
5,5
(23)
11,6
(13)
5,5
(18)
13,7
(17)
10,5
(24) 0,7939
Agressivi-
dade
7
(6,4)
5
(8)
6,5
(3,4)
5
(3)
6,9
(5,5)
6
(6) 0,7912
Confusão 5,1
(3,4)
5
(3)
4,4
(1,7)
5
(3)
5,3
(3,1)
5
(4) 0,7561
Depressão 4,4
(6,4)
2
(7)
3,8
(3,4)
2
(5)
3,1
(4,5)
0,5
(7) 0,4846
Fadiga 4,9
(4,6)
3,5
(5)
4,3
(4,2)
3,5
(5)
5,6
(4)
5
(5) 0,4160
Tensão 8,8
(4,9)
7
(6)
9,3
(4,5)
7
(7)
9,8
(4,1)
10
(6) 0,4458
Vigor 17,4
(5,7)
18
(7)
16,7
(5,9)
18
(8)
17,5
(4,6)
18,5
(6) 0,7535
Foi observada diferença estatisticamente significativa nos sintomas de ansiedade
cognitiva apresentados pelos atletas das modalidades futebol e vôlei (p=0,0224), sendo que as
maiores médias foram apresentadas pela modalidade vôlei (19,6) e as menores médias pela
modalidade futebol (18,6). Esta diferença pode ser observada na Figura 8 abaixo:
Cont. tabela 5
70
Es
co
re
Fu
teb
ol
Fu
tsal
Vo
lei
0
1 0
2 0
3 0
*
Figura 8. Níveis de sintomas de ansiedade cognitiva apresentados pelos atletas das
modalidades futebol, futsal e vôlei no questionário CSAI-2. A modalidade futebol apresentou
diferenças estatisticamente significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: diferença
estatisticamente significativa, p<0,05.
Na Figura 9 observa-se as diferenças estatisticamente significativas entre as
modalidades em dois domínios do instrumento WHOQOL-BREF: Qualidade de Vida
(p=0,0023) e Meio Ambiente (p=0,0027). Com relação ao domínio Qualidade de Vida as
modalidades futsal (3,9) e futebol (3,9) apresentaram menores médias que a modalidade vôlei
(4,6). Quanto ao domínio Meio Ambiente existe uma diferença significativa entre as
modalidades futebol (3,3) e vôlei (3,8), sendo que vôlei apresentou maiores médias.
Figura 9. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei para os
domínios Qualidade de Vida e Meio Ambiente no questionário WHOQOL. Com relação ao
domínio Qualidade de Vida, as modalidades futebol e futsal apresentaram diferenças
estatisticamente significativas quando comparadas à modalidade vôlei. Com relação ao
domínio Meio Ambiente, a modalidade futebol apresentou diferenças estatisticamente
significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.
71
Com relação aos domínios de motivação nas respostas apresentadas em cada
modalidade, pode-se observar que as modalidades futebol (24,9) e futsal (33,3) apresentaram
diferenças estatisticamente significativas no domínio Sociabilidade (p=0,0019) e as
modalidades futsal (33,9) e vôlei (27,7) apresentaram diferenças estatisticamente
significativas no domínio Competitividade (p=0,0303), sendo que futsal apresentou maiores
médias nesse domínio (Figura 10).
Figura 10. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei para os
domínios Sociabilidade e Competitividade do IMPRAFE-54. Com relação ao domínio
Sociabilidade, a modalidade futebol apresentou diferenças estatisticamente significativas com
relação a modalidade futsal. Com relação ao domínio Competitividade, a modalidade futsal
apresentou diferenças estatisticamente significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.
De acordo com o perfil de estados de humor obtidos pelo POMS, não houve
diferença significativa entre as três modalidades. As três modalidades apresentaram o padrão
de perfil iceberg proposto por Morgan (1980). Na comparação com o perfil ideal, destacou-se
que as três modalidades apresentaram médias de escores de tensão mais elevados e os atletas
de futsal e vôlei apresentaram níveis abaixo do esperado para o domínio depressão, enquanto
os atletas de futebol e vôlei apresentaram níveis abaixo do esperado para o domínio confusão.
72
Figura 11. Perfil dos estados de humor dos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei, de
acordo com as médias apresentadas no questionário POMS, comparados com resultados
encontrados por Morgan (1980).
Na comparação das subescalas relacionadas aos estados de estresse e recuperação,
mensurados pelo instrumento RESTQ-76 SPORT, entre as três modalidades analisadas notou-
se diferença estatisticamente significativa entre as modalidades de futebol e vôlei nas
subescalas de Recuperação Social (p=0,0048) e Recuperação Física (p=0,0183), nas duas
subescalas a modalidade vôlei apresentou maiores médias que a modalidade futebol.
Tabela 6. Características emocionais apresentadas por atletas das modalidades Futebol, Futsal
e Vôlei no questionário RESTQ-76 SPORT.
FUTEBOL FUTSAL VOLEI
P-
VALOR MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIA-
NA (IQ)
Estresse Geral 1,4 (1,1) 1,0 (1,5) 1,4 (1,3) 1,1 (1,2) 1,3 (1) 1,1 (1,2) 0,9960
Estresse Emocional 1,8 (1) 1,8 (1) 1,8 (0,9) 1,5 (0,7) 1,9 (0,7) 2,1 (0,7) 0,4510
Estresse Social 1,5 (1,3) 1,3 (1,8) 1,4 (0,9) 1,1 (1,6) 1,6 (0,8) 1,5 (0,9) 0,5242
Conflito 2,5 (1,1) 2,5 (1,6) 2,7 (1,3) 2,9 (1,9) 2,5 (1) 2,5 (1) 0,7160
Fadiga 2,2 (1,1) 2,1 (1,1) 2,7 (1,5) 2,4 (1,9) 1,9 (1,1) 1,9 (2) 0,2166
Falta de Energia 1,5 (0,8) 1,5 (1,3) 1,7 (1) 1,6 (1,3) 1,5 (0,7) 1,6 (1,2) 0,7963
Queixa Somática 2 (1) 1,8 (1,5) 1,9 (1,1) 1,6 (0,9) 1,5 (1) 1,5 (1,3) 0,3740
Sucesso 3,3 (0,9) 3,5 (1,1) 3,7 (0,7) 3,9 (0,8) 3,6 (0,9) 3,8 (1,4) 0,1704
Rec. Social 4,1 (1) 4,3 (1,3) 4,2 (0,9) 4,5 (1,3) 4,9 (0,7) 4,8 (0,9) 0,0048
Rec. Física 3 (0,9) 3 (1,3) 3,4 (1) 3,5 (1,1) 3,6 (0,6) 3,5 (0,7) 0,0183
Bem Estar Geral 4,2 (0,9) 4,3 (1,5) 4,3 (1) 4,8 (1,2) 4,5 (0,7) 4,5 (0,9) 0,5283
Qualidade Sono 2,5 (0,7) 2,5 (1) 2,3 (0,8) 2 (1,2) 2,2 (0,5) 2,3 (0,5) 0,2396
Perturbações 1,9 (1,1) 1,8 (1,5) 2,2 (1,2) 1,8 (1,3) 1,3 (1,1) 1,1 (1,2) 0,0595
Exaustão Emocional 1,4 (1,1) 1,3 (1,8) 1,4 (1,1) 1,1 (0,8) 1,1 (0,9) 1 (0,9) 0,6108
Lesões 2,7 (1,2) 2,8 (2) 2,6 (1,2) 2,5 (0,9) 1,8 (1,2) 1,4 (1,9) 0,0685
Estar em Forma 1,1 (1,3) 3,5 (1,8) 3,8 (1) 4 (1,4) 3,9 (0,8) 3,9 (1,2) 0,5246
Aceitação Pessoal 0,9 (1,3) 3,5 (1,5) 3,9 (1,1) 3,8 (1,6) 3,7 (1,3) 4 (1,3) 0,0766
Auto Eficácia 1 (1,3) 3,8 (1,1) 4 (0,9) 3,9 (1,3) 3,8 (1,1) 3,8 (1,2) 0,6163
Auto Regulação 1 (1,5) 3,8 (1,4) 4,1 (1) 3,9 (1,6) 4,1 (1,4) 4,4 (1,9) 0,2552
73
Figura 12. Características emocionais apresentadas pelos atletas das modalidades vôlei,
futebol e futsal no questionário REST-76 SPORT.
Aspectos Cognitivos
Na análise dos aspectos cognitivos entre as modalidades coletivas apresentaram
diferenças significativas as Funções Executivas (Teste de Trilhas Coloridas – Forma 1 e
Forma 2), Velocidade e Processamento de Informação (Subteste WAIS Códigos) e Memória
(TEPIC-M).
Com relação as Funções Executivas, na Forma 1 os atletas das modalidades vôlei
(12,7) e futebol (27,3) apresentaram melhor desempenho quando comparados aos atletas da
modalidade futsal (55), já que o escore é dado através do tempo para realização da tarefa, esta
diferença foi significante (p<0,0001). Na Forma 2 do mesmo instrumento, os atletas das
modalidades futebol (29,5) e vôlei (14,9) apresentaram escores significativamente melhores
(p=0,0075) do que os atletas da modalidade futsal (52,9).
De acordo com os resultados de memória os atletas da modalidade vôlei (19,4)
apresentaram desempenho significativamente maiores (p<0,0001) do que os atletas das
modalidades futebol (15,5) e futsal (14,3).
74
Tabela 7. Características cognitivas apresentadas por atletas das modalidades futebol, futsal e
vôlei.
FUTEBOL FUTSAL VOLEI P-
VALOR MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
Cod 67,9
(18,7) 64 (22)
65,7
(12,2) 64 (13)
82
(15,1)
85 (21) 0,0038
Trilhas A 27,3 (25) 31,2 (43,4) 55 (17,5) 31,2 (24) 12,7
(20,6) 0 (22) <0,0001
Trilhas B 29,5
(40,9) 0 (61,2)
52,9
(35,5) 0 (80,6)
14,9
(29,3)
0 (0) 0,0075
Rac Mat 16,1 (5,2) 18 (7) 15,5
(6,1) 18 (8)
14,6
(4,4)
15 (6,5) 0,3710
Memória 15,5 (3,4) 16 (4) 14,3
(3,8) 16 (4,2)
19,4
(3,1)
19 (4) <0,0001
Teste AC 82,2 (23) 82 (26) 83,4
(11,8) 82 (19)
83,4
(29,1)
81,5 (38) 0,9060
Legenda: Cod = Códigos; Trilhas A = Teste de Trilhas Coloridas Forma 1; Trilhas B = Teste de
Trilhas Coloridas Forma 2; Rac Mat = Raciocínio Matricial; Memória = Memória TEPIC-M; Teste
AC = Teste de Atenção Concentrada.
6.4.2 Comparação entre gêneros dos atletas
Aspectos Emocionais
Foi realizado o teste estatístico de Lilliefors para verificar se os dados eram
considerados normais ou não normais. Na comparação realizada entre os sexos dos atletas,
quando os dados eram normais foi utilizado o teste T e quando não eram normais foi utilizado
o Mann-Whitney.
Na Tabela 8, podem ser observados os dados de cada aspecto emocional
apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil) e o p-valor da
comparação das médias entre atletas do gênero masculino e feminino.
75
Tabela 8. Características emocionais apresentadas por atletas do gênero masculino e
feminino. MASCULINO FEMININO
P-
VALOR MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
GERAL
Agressividade 70,8 (6,2) 72 (6,7) 74,23 (6,5) 74 (7,7) 0,0119
Imagem
Corporal 93,1 (15) 97 (21) 80,3 (14,7) 79 (19) 0,0457
Confiança 92,2 (13,5) 94 (22,2) 80,3 (13,9) 79 (19) 0,1231
Confiança
(CSAI-2) 28 (4,8) 28 (5,7) 23,8 (6,1) 24 (10,5) <0,0001
Auto Estima 5,3 (3,2) 5 (4,7) 9,12 (4,6) 8 (7,5) <0,0001
Estresse 4,7 (3,5) 4 (4,7) 7,3 (6,4) 5 (8,7) 0,1172
Resiliência 134 (13,6) 135 (15,7) 128,8 (17,8) 130 (19,5) 0,0930
ANSIEDA
DE
BAI 6,4 (5,3) 5 (8) 8 (6) 7 (9) 0,1785
SCAT 18,6 (3,3) 18,5 (5) 20,6 (4) 20 (5) 0,0405
CSAI_C 16,9 (4,3) 16 (5) 21,6 (4,6) 21 (6,7) <0,0001
CSAI_S 14,9 (3,6) 15 (3) 16,4 (3,8) 16 (4) 0,0274
WHOQOL
Qualidade de
Vida 3,8 (0,8) 4 (0) 4,2 (0,7) 4 (1) 0,0131
Saúde 4,1 (0,9) 4 (1) 4 (0,8) 4 (0,7) 0,3416
Físico 3,9 (0,5) 4 (0,7) 3,8 (0,6) 3,8 (0,7) 0,2025
Psicológico 4,1 (0,5) 4,1 (0,8) 3,8 (0,5) 3,8 (0,5) 0,0212
Relações
Sociais 4,1 (0,6) 4 (0,7) 3,9 (0,7) 4 (0,7) 0,1516
Meio Ambiente 3,3 (0,6) 3,4 (0,6) 3,6 (0,5) 3,6 (0,7) 0,0138
IMPRAFE
Prazer 36,1 (4) 37 (5,2) 35 (6,1) 37 (6,7) 0,5338
Estética 29 (7,2) 30 (10,7) 29,8 (9,7) 32 (15,5) 0,5571
Saúde 32,1 (6,7) 32 (11) 30,3 (8,9) 32 (13,5) 0,3115
Sociabilidade 28,3 (9,4) 30 (10,7) 25,7 (9,2) 25 (13,5) 0,0605
Competitividade 34,8 (5,1) 36 (4,2) 30,5 (7,6) 33 (8,7) 0,1769
Controle
Estresse
23,3 (8,3) 24 (13,2) 20,3 (7,8) 21 (13) 0,3308
88POMS
Geral 11,8 (18,4) 6 (21) 14,5 (21,6) 7 (22,7) 0,5227
Agressividade 7,5 (5,7) 6 (7,5) 6,3 (5,7) 4 (6) 0,1716
Confusão 5,2 (2,6) 5 (3) 4,8 (3,5) 4 (3) 0,2615
Depressão 3,8 (4,4) 3 (6) 4,3 (6,6) 1 (7) 0,5757
Fadiga 4,6 (4,3) 3 (4,7) 5,3 (4,5) 4 (6) 0,3302
Tensão 9,1 (4,7) 7 (5,7) 9,1 (4,7) 9 (6) 0,9334
Vigor 18,4 (4,9) 18 (5,7) 16,1 (5,8) 18 (7) 0,0998
Foi observada diferença estatisticamente significativa em agressividade
(p=0,119), sendo que as atletas do gênero feminino apresentaram maiores médias quando
comparadas com os homens. Outra diferença de características emocionais quanto o gênero
foi a percepção da imagem corporal (p=0,0457), em que homens apresentaram médias mais
elevadas que as mulheres. Notou-se também diferenças estatisticamente significativas para
76
autoconfiança (p<0,001) e autoestima (p<0,001). Os homens apresentaram maiores médias
para autoconfiança e menores médias para autoestima, porém de acordo com a correção da
Escala de Autoestima de Rosenberg, quanto menor o escore, maior é o nível de autoestima.
Figura 13. Níveis de agressividade, imagem corporal e autoconfiança caracterizados pelos
atletas do gênero masculino e feminino. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.
Quanto aos sintomas de ansiedade, os atletas do gênero masculino e feminino
apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p=0,0405), sendo que as atletas
apresentaram maiores médias quanto aos sintomas de ansiedade, de acordo com o instrumento
SCAT, que mensura a ansiedade traço. Os sintomas de ansiedade cognitiva (p<0,001) e
ansiedade somática (p=0,0274), mensurados pelo CSAI-2, também apresentaram diferenças
estatisticamente significativas, onde as mulheres apresentaram maiores médias que os
homens, como pode ser observado na Figura 14.
77
Figura 14. Níveis de sintomas de ansiedade de acordo com o instrumento SCAT e níveis de
sintomas de ansiedade cognitiva e somática de acordo com o instrumento CSAI-2
caracterizados pelos atletas do gênero masculino e feminino. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.
Observam-se diferenças estatisticamente significativas entre atletas do gênero
masculino e feminino em três domínios do instrumento WHOQOL-BREF: Qualidade de Vida
(p=0,0131), Domínio Psicológico (p=0,0212) e Meio Ambiente (p=0,0138). Nos três domínios:
Qualidade de Vida Geral, Domínio Psicológico e Meio Ambiente os homens apresentaram
maiores médias quando comparados as mulheres.
Figura 15. Médias apresentadas pelos atletas do gênero masculino e feminino para os
domínios Qualidade de Vida, Domínio Psicológico e Meio Ambiente no questionário
WHOQOL. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.
De acordo com o perfil de estados de humor obtidos pelo POMS, não houve
diferença significativa na comparação entre gêneros. Tanto os atletas homens como as atletas
mulheres apresentaram o padrão de perfil iceberg proposto por Morgan (1980). Na
comparação com o perfil ideal, destacou-se que os homens tiveram médias muito parecidas
78
com o perfil de Morgan (1980) no domínio de Vigor, nesse quesito as mulheres apresentaram
médias mais baixas que as do estudo de Morgan (1980). Os atletas de ambos os gêneros
apresentaram médias de tensão e confusão maiores que o padrão encontrado por Morgan
(1980).
Figura 16. Perfil dos estados de humor dos atletas homens e mulheres de acordo com as
médias apresentadas no questionário POMS, comparados com resultados encontrados por
Morgan (1980).
Na comparação das subescalas relacionadas aos estados de estresse e recuperação,
mensurados pelo instrumento RESTQ-76 SPORT, entre os gêneros analisados notou-se
diferença estatisticamente significativa entre eles quanto as subescalas de Fadiga (p=0,0223),
Qualidade do Sono (p=0,0077), Perturbações nos Intervalos (p=0,0266), Estar em Forma
(p=0,0095) e Autoeficácia (p=0,0098). Os homens apresentaram maiores médias em todas
essas subescalas quando comparadas as médias das mulheres.
79
Tabela 9. Características emocionais apresentadas por atletas dos gêneros masculino e
feminino no questionário RESTQ-76 SPORT.
Figura 17. Características emocionais apresentadas pelos atletas do gênero masculino e
feminino no questionário REST-76 SPORT.
MASCULINO FEMININO P-
VALOR MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
Estresse Geral 1,3 (1,2) 1 (1,3) 1,5 (1) 1,3 (1,3) 0,2003
Estresse Emocional 1,8 (0,9) 1,8 (0,9) 1,9 (0,9) 1,8 (1,1) 0,4125
Estresse Social 1,4 (1,2) 1 (1,8) 1,6 (1,2) 1,4 (1,4) 0,3125
Conflito 2,6 (1) 2,5 (1,3) 2,5 (1,1) 2,4 (1,9) 0,6193
Fadiga 2,5 (1,2) 2,5 (1,5) 2 (1,2) 1,8 (1,4) 0,0223
Falta de Energia 1,4 (0,8) 1,3 (1,3) 1,7 (0,8) 1,8 (0,8) 0,9120
Queixa Somática 1,8 (1) 1,5 (1,3) 2 (1,1) 1,9 (1,5) 0,3936
Sucesso 3,6 (0,8) 3,6 (0,8) 3,3 (1) 3,4 (1,5) 0,1184
Rec. Social 4,1 (1) 4,4 (1,5) 4,4 (0,8) 4,5 (1,3) 0,1147
Rec. Física 3,4 (0,9) 3,4 (1,2) 3,1 (0,9) 3 (1) 0,0541
Bem Estar Geral 4,3 (0,9) 4,5 (1,3) 4,3 (0,9) 4,3 (1,3) 0,8193
Qualidade Sono 2,6 (0,7) 2,5 (1) 2,2 (0,7) 2,3 (0,7) 0,0077
Perturbações 2,1 (1) 1,8 (1,4) 1,6 (1,2) 1,5 (1,4) 0,0266
Exaustão Emocional 1,5 (1) 1,3 (1) 1,2 (1) 1 (1,5) 0,2449
Lesões 2,7 (1,1) 2,6 (1,4) 2,3 (1,3) 2,4 (1,8) 0,1031
Estar em Forma 4 (1) 4 (1,3) 3,3 (1) 3,4 (1,3) 0,0095
Aceitação Pessoal 3,6 (0,9) 3,6 (1,2) 3,3 (1,1) 3,3 (1,7) 0,1284
Auto Eficácia 4 (0,8) 4 (1,2) 3,5 (1,1) 3,5 (1,4) 0,0098
Auto Regulação 4,1 (1) 4 (1,7) 3,6 (1,2) 3,5 (1,9) 0,0389
80
Aspectos Cognitivos
Na análise dos aspectos cognitivos entre os atletas do gênero masculino e
feminino apresentaram diferenças significativas as Funções Executivas (Teste de Trilhas
Coloridas – Forma 1 e Forma 2) e Velocidade e Processamento de Informação (Subteste
WAIS Códigos).
Com relação as Funções Executivas, na Forma 1 e na Forma 2 as atletas do gênero
feminino apresentaram melhor desempenho quando comparadas aos atletas do gênero
masculino, já que o escore é dado através do tempo para realização da tarefa, esta diferença
foi significante (p<0,0001).
De acordo com os resultados de velocidade e processamento de informação, as
atletas do gênero feminino apresentaram desempenho significativamente maiores (p<0,0001)
que os atletas do gênero masculino.
Tabela 10. Características cognitivas apresentadas por atletas do gênero masculino e
feminino.
MASCULINO FEMININO P-
VALOR MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
MÉDIA
(DP)
MEDIANA
(IQ)
Cod 59,9 (11,5) 59 (16,5) 80,5 (17,1) 81 (20,2) <0,001
Trilhas A 43,9 (24,6) 41,4 (26,6) 15,8 (20,2) 0 (32,6) <0,001
Trilhas B 46,8 (40,6) 56,6 (74,7) 15,5 (31,6) 0 (0) <0,001
Rac Mat 15,6 (5,6) 17 (6,7) 15,9 (4,9) 18 (8) 0,8071
Memória 14,2 (3,4) 15 (5) 17,8 (3,2) 17 (4) 0,1288
Teste AC 86,8 (18,2) 86 (21) 79,3 (25,7) 19 (31,7) 0,1275
Legenda: Cod = Códigos; Trilhas A = Teste de Trilhas Coloridas Forma 1; Trilhas B = Teste de
Trilhas Coloridas Forma 2; Rac Mat = Raciocínio Matricial; Memória = Memória TEPIC-M; Teste
AC = Teste de Atenção Concentrada.
81
7. DISCUSSÃO
Considerando os resultados apresentados pelos atletas avaliados, a modalidade
Futebol apresentou como principais características maiores médias de ansiedade competitiva
(mesurada pelo instrumento SCAT) quando comparada as outras modalidades, melhor
percepção de imagem corporal quando comparada com futsal e vôlei e maiores médias no
domínio de estética e menores médias no domínio de sociabilidade quanto aos aspectos da
motivação. A modalidade Futsal apresentou maiores níveis de autoconfiança e agressividade
quando comparada as outras modalidades e no caso do domínio de motivação sociabilidade
apresentou diferença significativa quando comparado com futebol. A modalidade Vôlei
apresentou maiores níveis de ansiedade cognitiva e esta diferença foi significativa quando
comparada com futebol. Mostrou maiores níveis no domínio competitividade da motivação e
esta diferença foi significativa quando comparada com futsal. Destaca-se para esta
modalidade as diferenças significativas encontradas nas habilidades cognitivas de memória,
funções executivas de velocidade de processamento de informação e rastreamento perceptual
e sequenciamento.
No caso da modalidade futebol, as características mais marcantes foram as
maiores médias em níveis de sintomas de ansiedade competitiva (mensurados pelo
instrumento SCAT). Porém, estas médias maiores não foram estatisticamente significativas
quando comparadas com as outras modalidades. Interdonato et al. (2010) utilizaram o SCAT
para mensurar os níveis de sintomas de ansiedade pré-competitivos de diversas modalidades,
considerando os dados encontrados para a modalidade futebol, os escores encontram-se na
média de 21,10 e os níveis de sintomas de ansiedade podem ser considerados médios, dados
que se assemelham aos encontrados no presente estudo.
Apresentaram também maiores índices de imagem corporal, indicando assim que
essa modalidade possui melhor percepção de imagem corporal. Um estudo de 2003
(OLIVEIRA et al., 2003) comparou comportamento alimentar e imagem corporal entre um
grupo de atletas, que incluía atletas femininas praticantes de futebol, dentre outros esportes, e
indivíduos da mesma faixa etária não praticantes. Verificou-se que 66,7% das atletas não
apresentaram distorção de imagem corporal e apenas 33% apresentaram leve distorção da
imagem corporal. Neste estudo, atletas de diversas modalidades coletivas e individuais
estavam presentes no mesmo grupo (grupo praticante) e não se observou a imagem corporal
82
de apenas das atletas da modalidade futebol. Paim e Strey (2005) entrevistaram 12
adolescentes do gênero feminino praticantes de futebol e através de uma entrevista
semiestruturada puderam perceber que que o corpo é um assunto central na vida das
adolescentes e estas dão atenção especial à sua aparência quando comparada aos demais,
tendo ênfase na estética e aparência física. Algumas adolescentes apresentaram preocupações
com a forma de seu corpo, por vezes demonstrando insatisfações com seu físico e desejando
estar mais magra, algumas atribuíram a prática esportiva do futebol estando relacionada ao
prazer e outras dizendo que estava relacionada a manutenção de saúde e valorização da
imagem corporal. É importante destacar que a faixa etária deste estudo compreendeu jovens
de 15 a 18 anos, uma idade em que é comum a insatisfação com a imagem corporal, sendo um
dos principais motivos o corpo passar por diversas transformações (MARTINS et al., 2010;
SCHERER et al., 2010; ALVES et al., 2008).
Com relação aos domínios de motivação mensurados pelo instrumento
IMPRAFE-54, a modalidade futebol apresentou maiores médias no domínio de estética (30) e
menores médias nos domínios de saúde (30,1) e sociabilidade (24,9), quando comparadas as
médias das outras modalidades. De acordo com as análises estatísticas observou-se diferença
significativa (p=0,0019) no domínio de sociabilidade, sendo que a modalidade futebol
apresentou menores médias que a modalidade futsal.
Gonçalves et al. (2015) buscaram compreender quais fatores motivacionais eram
predominantes em jovens de 13 a 17 anos que praticavam futebol e futsal. Constataram que o
principal fator motivacional para esses adolescentes é o Prazer, seguido por Competitividade,
Saúde e Sociabilidade, que apresentaram valores muito próximos, sendo indissociáveis
estatisticamente. O estudo não comparou os grupos de acordo com a modalidade praticada,
como no presente estudo, em que foi divido os praticantes de futebol e futsal, apresentando
diferença estatisticamente significativa no domínio sociabilidade.
Com relação aos domínios de qualidade de vida, mensurados pelo WHOQOL-
Bref, a modalidade futebol apresentou menores médias nos domínios relações sociais e meio
ambiente, quando comparado às outras duas modalidades. De acordo com as análises
estatísticas, com relação ao domínio Qualidade de Vida, futebol e futsal apresentaram médias
de 3,9, enquanto vôlei apresentou médias de 4,6, demonstrando assim uma diferença
estatisticamente significativa. A modalidade vôlei apresenta maiores níveis de satisfação e
percepção de qualidade de vida geral. No domínio meio ambiente, futebol (3,3) e vôlei (3,8)
83
apresentaram diferenças estatisticamente significativas, sendo que a modalidade futebol
apresentou menores níveis de satisfação com esse domínio.
Ao observarmos as características psicológicas da modalidade futsal, destacam-se
as maiores médias para autoconfiança e agressividade. Alguns estudos internacionais apontam
altos níveis de autoestima em atletas masculinos praticantes de futsal ao responderem a Escala
de Autoestima de Rosenberg e níveis mais elevados de atletas de futsal do gênero masculino
quando comparados com atletas de futsal do gênero feminino (KOKAK, 2015; ACAK, 2011).
Com relação à agressividade, um estudo realizado em Portugal com atletas praticantes de
futebol revelou uma associação estatisticamente significativa entre a quantidade e tipo de
cartões recebidos (vermelho ou amarelo) e a agressividade esportiva do jogador (BIDUTTE et
al., 2005). Ainda não existem estudos no contexto brasileiro que utilizem este instrumento
com atletas praticantes de futsal, um estudo com atletas de futebol de campo apresentou como
resultados níveis médios de agressividade (PUJALS; VIEIRA, 2008).
Com relação aos estados de estresse e recuperação, a modalidade Futsal
apresentou maiores médias no domínio Fadiga.
De acordo com os domínios de motivação, mensurados através do IMPRAFE-54,
a modalidade apresentou maiores médias no domínio de Sociabilidade, apresentando
diferença estatisticamente significativa quando comparado com a modalidade futebol
(p=0,0019). No estudo de Gonçalves et al. (2015), envolvendo atletas de futebol e futsal, a
sociabilidade aparece como o segundo domínio de maiores médias entre os atletas.
A modalidade vôlei se destacou apresentando maiores médias de sintomas de
ansiedade cognitiva e esta diferença foi significativa se comparada com a modalidade futebol
(p=0,0224). Em um estudo realizado por Silva et al. (2014), atletas de vôlei do gênero
feminino apresentaram médias de ansiedade cognitiva de 13,4 nos jogos em casa e 13,3 nos
jogos como visitante. No presente estudo as médias de ansiedade cognitiva foram de 21,7,
sendo classificado como níveis médios de sintomas de ansiedade cognitiva. No estudo de
Sonoo et al. (2010), as atletas de vôlei apresentaram médias de sintomas ansiedade cognitiva
de 23,7 na fase pré-competitiva e 26,4 na fase competitiva. De acordo com as duas pesquisas
as médias apresentadas neste estudo encontram-se na faixa apresentada por atletas femininas
praticantes de vôlei.
Com relação aos estados de estresse e recuperação, a modalidade Vôlei
apresentou maiores médias na subescala Relações Sociais e menores médias na subescala
Lesões quando comparada as outras modalidades. Porém as diferenças estatisticamente
84
significativas encontradas no RESTQ-76 SPORT entre as modalidades se referiram as
subescalas de Recuperação Social (p=0,0048) e Recuperação Física (p=0,0183), sendo que as
médias da modalidade vôlei foram significativamente maiores nessas duas subescalas quando
comparadas à modalidade futebol.
Nos domínios de motivação, a modalidade vôlei apresentou as menores médias de
competitividade, tendo uma diferença significativa quando comparada com a modalidade
futsal (p=0,0303). Balbinotti et al. (2010) verificaram que as principais dimensões
motivacionais dos praticantes de voleibol são Prazer, Saúde e Sociabilidade. No presente
estudo as principais dimensões motivacionais foram: Prazer, Saúde e Estética, apresentando
algumas semelhanças com o estudo de Balbinotti et al. (2010).
O domínio Qualidade de Vida do WHOQOL-bref dos atletas de vôlei também
apresentou diferença estatisticamente significativa (p=0,0023) quando comparada as
modalidades futebol e futsal.
Com relação aos aspectos cognitivos, a modalidade vôlei apresentou maiores
médias em memória, funções executivas e processamento de informação. Nas médias obtidas
no subteste códigos, que mensura velocidade e processamento de informação, a modalidade
vôlei apresentou maiores médias quando comparada com as médias das modalidades futebol e
futsal. O tempo de reação está de certa forma relacionado com o processamento de
informação, um estudo verificou que o maior tempo de prática favorece o desenvolvimento
dos aspectos cognitivos dos atletas, possibilitando um maior entendimento do jogo e
facilitando a construção de respostas mais rápidas às suas ações (BARCELOS et al., 2009).
Morales et al. (2009) buscaram a relação entre velocidade de processamento mental e níveis
metacognitivos, verificando que atletas com alto nível cognitivo eram mais rápidos em seu
processamento mental. A tomada de decisão envolve o processo de seleção de uma resposta
entre várias possíveis em um mesmo ambiente (SANFEY, 2007) e consiste em determinar as
possibilidades de sucesso ao se analisar certos resultados entre diferentes alternativas
disponíveis (GRECO, 2006). Greco (1995, 2006) afirma que a tomada de decisão envolve
diversos processos cognitivos como: percepção, atenção, antecipação, memória, pensamento,
inteligência e a própria tomada de decisão. Considerando o ambiente esportivo, a tomada de
decisão do atleta se caracteriza pela execução da habilidade motora (DANTAS; MANOEL,
2005).
A modalidade vôlei também apresentou diferença estatisticamente significativa
nas funções executivas de processamento perceptual e sequenciamento (Trilhas A: p<0,001/
85
Trilhas B: p=0,0075), quando comparada às outras modalidades. A percepção se caracteriza
pelo processo de extração de informação do ambiente (FORGUS, 1971) garantindo
significado para os objetos e tornando-se consciente dos mesmos e das relações do ambiente,
na medida em que são exigidos processos sensoriais (BARBANTI, 2003).
Garganta (2006) destaca que a competência da capacidade de percepção e tomada
de decisão, compõem a matriz dos jogos desportivos coletivos, juntamente com o modelo de
jogo idealizado pela equipe e o tipo de relação de forças (conflito: ataque-defesa) entre as
equipes adversárias, a imprevisibilidade, a aleatoriedade dos contextos em que as ações de
jogo são construídas e a qualidade motora para agir nesses contextos. Durante a partida, os
atletas têm contato com problemas, nos quais existem pressões e demandas fisiológicas e
funcionais, psicológicas e também cognitivas (GRECO, 2004).
Outro aspecto cognitivo que apresentou diferença significativa quando se
comparou o vôlei com as outras modalidades foi a memória (p<0,001). Trata-se da capacidade
de aquisição, conservação e restituição de informações (DORSCH et al., 2001). Segundo
Marina (1995) a memória é essencial nos jogos esportivos coletivos, pois é chave de acesso às
informações presentes na partida. Nota-se que a memória está muito relacionada com a tática
presente.
Neste estudo, verificou-se que a modalidade vôlei apresenta diferenças
significativas referentes as capacidades cognitivas de memória, velocidade e processamento
de informação, processamento perceptual e sequenciamento, quando comparados as médias
das modalidades de futebol e futsal. Estudos que gerem maiores informações precisam ser
realizados comparando-se os aspectos cognitivos em modalidades de invasão como o futebol
e futsal e modalidades de não invasão como o vôlei.
Foram realizadas análises estatísticas referentes aos atletas do gênero masculino e
aos atletas do gênero feminino. As principais diferenças do ponto de vista das habilidades
emocionais ficaram para agressividade, imagem corporal, autoconfiança, autoestima e
ansiedade.
Com relação à agressividade, as atletas do gênero feminino apresentaram maiores
níveis de agressividade quando comparadas aos atletas do gênero masculino. Vissoci et al.
(2008) estudaram a agressividade entre atletas de voleibol e encontraram resultados parecidos
com os achados do presente estudo. Os pesquisadores compararam o gênero, obtiveram
diferença estatisticamente significativas quanto a agressividade hostil e instrumental, sendo
que o gênero feminino apresentou maiores níveis de agressividade.
86
Os gêneros de atletas também apresentaram diferenças estatisticamente
significativas no que diz respeito à imagem corporal: os atletas do gênero masculino
apresentam maior nível de satisfação com a imagem corporal do que as atletas do gênero
feminino. Fortes e Ferreira (2011) também identificaram maior nível de insatisfação com a
imagem corporal em atleta do gênero feminino, quando comparados com atletas do gênero
masculino, o que vai ao encontro com os achados do presente estudo.
A ansiedade também mostrou diferenças com relação ao gênero, o mesmo dado
foi encontrado em um estudo com praticantes de esporte de aventura, sendo que as mulheres
apresentaram níveis mais elevados de ansiedade cognitiva e somática quando comparadas aos
atletas homens (LAVOURA; BOTURA; MACHADO, 2006). Os autores, inclusive, sugerem
que as mulheres reagiam de modo diferente dos homens momentos antes da competição,
sendo importante que treinadores e psicólogos do esporte estejam cientes dessa diferença para
propor estratégias de competição adequadas de acordo com o gênero dos atletas. Gonçalves e
Belo (2007) também apontam em seu estudo diferenças quanto à ansiedade traço entre
homens e mulheres atletas.
As atletas mulheres apresentaram melhores habilidades cognitivas de velocidade e
processamento de informação e processamento perceptual e sequenciamento. São necessários
mais estudos comparando o desempenho de atletas nesses instrumentos de acordo com o
gênero.
Dessa maneira, o objetivo proposto de avaliar as características psicológicas,
emocionais e cognitivas, de atletas das modalidades vôlei, futebol e futsal, foi atingido.
Através do presente protocolo de testes, foi possível avaliar os aspectos emocionais
(ansiedade, autoestima, estados de humor, estresse e recuperação, resiliência, imagem
corporal, motivação, qualidade de vida e agressividade) e cognitivos (atenção e concentração,
memória, funções executivas, velocidade e processamento de informação, raciocínio abstrato
e tomada de decisão) dos atletas das diferentes modalidades. Atingindo, assim, um dos
objetivos específicos propostos.
Os aspectos emocionais e cognitivos citados acima são importantes de se
mensurar, pois apresentam influência no rendimento esportivo. As emoções durante
uma competição podem contribuir para a excitação, mobilização e euforia ou para a
frustração, raiva e decepção. As emoções são extremamente poderosas, podendo prejudicar a
performance do atleta, ou pelo contrário, potencializar o seu desempenho. Portanto, as
emoções têm o poder de ditar a qualidade de execução do atleta durante a competição. O
87
conhecimento das capacidades cognitivas e o seu desenvolvimento pode ajudar na
compreensão dos resultados das capacidades técnico-táticas na atuação de um atleta, pois
entende-se que a ação do atleta é concretizada pela transformação dos processos mentais em
uma atividade motora. Um gesto esportivo implica em uma função cognitiva e isto gera o
desempenho de um atleta. Assim, um processo cognitivo efetivo, como a tomada de decisão
(antecipação, reconhecimento de padrões e reconhecimento de sinais relevantes) contribui
para o sucesso no esporte.
Os aspectos psicológicos, tanto emocionais como cognitivos, precisam ser
aprimorados visando o desempenho esportivo e também o desenvolvimento integral do atleta.
Para dar início a qualquer intervenção com o atleta ou equipe, é preciso em um primeiro
momento ter clareza de como estão os aspectos psicológicos do atleta. Isto é possível através
da avaliação psicológica global do atleta, que oferece subsídios para avaliar, determinar e
compreender o nível de desenvolvimento das funções psicológicas e cognitivas existentes e
quais habilidades precisam ser desenvolvidas.
O protocolo de testes da presente pesquisa foi selecionado com o objetivo de
investigar as principais habilidades psicológicas exigidas para a prática esportiva. Buscou-se
mensurar e quantificar esses aspectos a partir de uma avaliação utilizando-se testes.
Avaliando a aplicação e o protocolo proposto no presente estudo, acredita-se que
seja possível selecionar alguns instrumentos que o compõem como uma proposta de melhorá-
lo, sugerindo assim, um novo protocolo levando em consideração sua aplicação. Portanto, o
foco principal é mensurar as habilidades psicológicas que tem influência direta no
rendimento, de uma maneira prática e eficiente. O atleta possui uma rotina de muitos
treinamentos e a principal ideia da avaliação psicológica é que esta seja breve, porém
completa, sem precisar de muitas sessões para aplicação.
Levando em consideração estes fatores a sugestão de protocolo de testes envolve
11 instrumentos listados a seguir, que podem ser aplicados individual ou coletivamente, com
um tempo médio de aplicação de uma hora e 30 minutos. Com este protocolo, estamos
avaliando as principais habilidades psicológicas – emocionais e cognitivas – propostas neste
estudo de uma maneira prática, rápida e segura. Claro que somente a aplicação dos testes não
basta. É preciso deixar claro que a avaliação psicológica no esporte é um processo que inclui a
observação dos atletas ou equipes esportivas em treinamentos e competições, entrevistas com
os atletas e comissões técnicas, além da aplicação dos instrumentos.
88
CSAI-2 (ansiedade): avalia a ansiedade cognitiva e somática e também
apresenta uma medida de autoconfiança. Assim, ficamos com apenas um
instrumento que mensure a ansiedade, excluindo BAI e SCAT do protocolo
inicial. Além disso, como já existe uma medida de autoconfiança neste
instrumento, não há necessidade de se aplicar o TSCI.
RESTQ-76 SPORT (estresse e recuperação): as subescalas do instrumento dão
a dimensão necessária de como o atleta se encontra do ponto de vista de
sobrecarga psicofísica e a sua recuperação diante do estresse. Com este
instrumento, não há necessidade de se aplicar o Questionário de Stress de Lipp
e o POMS.
Escala de Autoestima de Rosenberg: apesar de se tratar de um instrumento que
não aborda o contexto esportivo, trata-se de um aspecto psicológico importante
que está diretamente relacionado ao rendimento.
Escala de Resiliência: assim como o instrumento de autoestima, não aborda
questões do contexto esportivo, porém é uma importante medida de uma
habilidade psicológica diretamente relacionada à prática esportiva.
Escala de Medida de Imagem Corporal: importante instrumento a ser mantido,
pois a percepção da imagem corporal, é um aspecto importante a ser avaliado
em modalidades esportivas até para identificação e prevenção de transtornos
alimentares.
BAAGI: considerando que a agressividade é um aspecto psicológico
importante e que tem influência direta no rendimento do atleta, considera-se
adequado mantê-lo no protocolo ideal.
WHOQOL-Bref: a percepção de qualidade de vida, entre vários domínios, é
um dado importante de se obter dos atletas, e, por isso, faz parte deste
protocolo final.
Teste AC: a atenção é um aspecto cognitivo importantíssimo para o
desempenho esportivo e assim, está mantido neste protocolo.
TEPIC-M: a memória também se mostra muito importante para o bom
desempenho do atleta.
Códigos (WAIS): a velocidade de processamento de informação é muito
importante para o desempenho do atleta, principalmente do ponto de vista do
seu desenvolvimento e entendimento da tática.
89
Teste de Trilhas Coloridas: as capacidades de rastreamento perceptual e
sequenciamento são muito importantes para o desempenho do atleta.
Optou-se por excluir o subteste Raciocínio Matricial pelo tempo de aplicação.
Trata-se de um instrumento de aplicação individual, com tempo médio de 20 minutos por
atleta.
Alguns autores descrevem a importância do perfil psicológico do atleta, diante da
presente proposta de instrumentos, se levarmos em consideração a ideia de perfil psicológico,
precisaríamos optar pela exclusão do RESTQ-76 SPORT por se tratar de um instrumento que
considera os últimos 3 dias ou noites não pode ser considerado para compor o perfil. Nesse
sentido, o SCAT seria mais adequado para mensurar a ansiedade do que o CSAI-2, já que o
primeiro está relacionado com medidas de ansiedade traço. O mesmo é válido para o POMS,
que considera como o atleta vem se sentindo no dia de hoje.
É importante ressaltar, neste contexto de avaliação psicológica, que a análise e a
devolutiva do Psicodiagnóstico Esportivo também fazem parte deste processo, nesse sentido é
importante o atleta conhecer suas emoções, reações, comportamentos e atitudes que podem
facilitar ou prejudicar a sua ação e ao mesmo tempo o possibilita a traçar alguns planos para
atingir seus objetivos na busca do melhor rendimento.
O primeiro ponto fundamental para a consciência do seu termômetro emocional é
o atleta aprender a reconhecer seus sentimentos, para que então, possa lidar de forma mais
adequada com eles. As pessoas que se conhecem bem sentem-se mais seguras em suas
decisões e isso só acontece em um processo contínuo de paciência, dedicação e treinamento.
Um atleta bem equilibrado emocionalmente (que não apresenta grandes oscilações
emocionais) estabiliza seu nível de performance nos treinamentos e competições, atingindo
um melhor desempenho em campo e também em outros contextos de sua vida.
O Código de Ética do Psicólogo, afirma em seu artigo 1°, que é responsabilidade
do psicólogo informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços
psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetam
o usuário ou beneficiário. Ao mesmo tempo que deve orientar a quem de direito sobre
encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos.
O momento de devolutiva da avaliação psicológica ao atleta, na prática, trata-se
de um momento muito rico, pois o psicólogo do esporte pode em conjunto com o atleta
discutir sobre momentos determinantes da sua carreira, suas principais dificuldades e
90
potencialidades referentes às suas habilidades psicológicas, propor o estabelecimento de
metas.
Diante do exposto, o presente trabalho investigou as características emocionais e
cognitivas de atletas das modalidades vôlei, futebol e futsal e, ao mesmo tempo, sugere um
protocolo de avaliação no esporte através de testes. As próximas etapas referem-se à aplicação
deste protocolo em outras modalidades coletivas e também em modalidades individuais.
Importante ressaltar que, em um projeto piloto, já foram coletados estes dados que se
encontram em fase de análise e elaboração de um artigo.
91
8. CONCLUSÕES
A partir da análise dos dados coletados e resultados do presente trabalho, em
conjunto com os objetos propostos no estudo, podem-se obter algumas conclusões referentes à
temática da pesquisa.
As características psicológicas mensuradas apresentaram diferenças significavas
entre as modalidades para os aspectos de: ansiedade cognitiva, a equipe de vôlei apresentou
maiores médias que a equipe de futebol; percepção de qualidade de vida geral, vôlei
apresentou maiores médias que futebol e futsal; domínio meio ambiente da qualidade de vida,
as atletas de vôlei apresentaram maiores médias que os atletas da modalidade futebol;
domínio sociabilidade da motivação, onde os atletas de futsal apresentaram maiores médias
quando comparados aos atletas de futebol e no domínio competitividade da motivação em que
a modalidade futsal apresentou maiores médias que a modalidade vôlei.
Com relação às características cognitivas, as habilidades de velocidade e
processamento de informação da equipe de vôlei foram significativamente maiores que das
modalidades futebol e futsal. As habilidades de processamento perceptual e sequenciamento
foram significativamente maiores nas modalidades de vôlei e futebol quando comparadas com
a modalidade futsal. E a memória também apresentou diferença estatisticamente significativa,
a modalidade vôlei apresentou maiores médias que as modalidades futebol e futsal.
De acordo com o gênero, as principais diferenças foram para os aspectos
emocionais de agressividade, apresentando maiores médias para o gênero feminino. Enquanto
o nível de satisfação com imagem corporal, autoconfiança e autoestima foram maiores para o
gênero masculino. Os níveis de sintomas de ansiedade, tanto cognitiva quanto somática,
foram maiores para o gênero feminino. Do ponto de vista das habilidades cognitivas, o gênero
feminino apresentou melhores médias de velocidade e processamento de informação e
funções executivas, quando comparadas com as médias dos atletas do gênero masculino.
Algumas dificuldades e limitações do estudo estão relacionadas principalmente ao
momento da coleta de dados. A coleta realizada em cada instituição precisou ser realizada em
apenas uma sessão, se tratando de um protocolo longo de avaliação isto pode ter gerado
fadiga nos participantes. O segundo ponto é que precisou-se esclarecer aos participantes a
importância da psicologia do esporte e também da avaliação, já que todas as equipes
participantes do estudo não tinham o psicólogo como membro da comissão técnica, sendo que
muitos atletas ainda não tinham tido contato com o psicólogo do esporte.
92
Do ponto de vista do nível competitivo as equipes estudadas também
apresentaram algumas diferenças. Os critérios de inclusão determinavam que a equipe
precisaria treinar no mínimo três vezes por semana e participar de competições. Houve uma
nítida diferença com relação aos atletas de futebol, sendo que na modalidade masculina os
atletas pertenciam a um clube que disputava o campeonato estadual, já a modalidade feminina
representava a cidade em campeonatos regionais. Ficou clara a diferença estrutural e de
oportunidades entre as modalidades masculina e feminina de futebol durante a nossa pesquisa.
Foi possível, através do protocolo proposto no presente estudo mensurar os
aspectos emocionais (ansiedade, autoestima, estados de humor, estresse e recuperação,
resiliência, imagem corporal, motivação, qualidade de vida e agressividade) e cognitivos
(atenção e concentração, memória, funções executivas, velocidade e processamento de
informação, raciocínio abstrato e tomada de decisão) dos atletas das modalidades vôlei,
futebol e futsal.
Ao mesmo tempo, a partir da aplicação deste protocolo, foi possível a sugestão de
um protocolo de testes ideal para avaliação psicológica de atletas, levando em conta a
praticidade e tempo da aplicação e o conjunto de dados obtidos pelos aspectos psicológicos
mensurados.
A avaliação psicológica otimiza o conhecimento sobre as capacidades e limitações
de cada atleta, contribuindo para o seu desenvolvimento e também para a clareza dos efeitos
do esporte e do exercício na vida dos atletas. A avaliação pode ser considerada como o
primeiro passo para uma intervenção junto ao atleta ou uma equipe. Portanto, as habilidades
psicológicas, devem ser parte integrante do planejamento de treino, obtendo um papel
importante na periodização dos atletas.
93
9. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA
A presente pesquisa apresentou uma grande relação com a minha prática
profissional, onde também preciso realizar avaliações psicológicas que compõe um perfil
considerado o de atleta ideal pelo clube. Neste espaço irei compartilhar alguns pontos
importantes que relacionam a pesquisa com a prática.
O primeiro deles é que na prática o método de avaliação baseado em testes e
instrumentos pode ser cansativo ao atleta, visto que esta não é uma atividade ao qual ele está
habituado. Neste ponto, uma estratégia interessante é dividir a avaliação de testes e protocolos
em sessões mais curtas. Ao mesmo tempo, é interessante intercalar os instrumentos que
mensuram características emocionais, que geralmente são compostos por questionários, com
instrumentos que mensuram aspectos cognitivos, que geralmente são compostos por uma
tarefa a ser realizada em um tempo determinado. Na prática, esta dinâmica tem funcionado
muito bem.
É importante citar que a observação sistemática de treinos e competições em
conjunto com as entrevistas individuais proporcionam um rico conjunto de dados e
informações relevantes sobre o atleta e pontos importantes da sua carreira. É fundamental que
o psicólogo, como parte integrante da comissão técnica, acompanhe a rotina dos atletas.
O momento da devolutiva também traz dados importantes para o psicólogo, pois
existe a possibilidade de discutir com o atleta pontos da sua história de vida, relações
interpessoais e situações importantes que possam ter influência no seu rendimento.
94
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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112
11. ANEXOS
113
ANEXO 1: Ficha de Identificação
Nome completo:_________________________________________________________
Dara de nascimento: ___/___/______ Idade: ________ Sexo: ( )F ( )M
Altura: ________ Peso: __________ Estado civil: ________________
Filhos:_______________
Local (cidade) de nascimento: ________________________________________
Escolaridade: ______________________________________________________
Profissão: _________________________________________________________
E-mail: ____________________________________________________________
Telefone para contato:
__________________________________________________________
Possui doença crônica? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual?
_________________________________
Modalidade que pratica atualmente:
_______________________________________________
Há quanto tempo pratica esta modalidade?
_________________________________________
Modalidades que já praticou (idade de início, tempo de prática, porque parou):
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Incentivo à prática (principais pessoas que incentivaram, motivação para praticar esporte, etc):
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Qual o seu objetivo ao iniciar este esporte?
( ) Saúde ( ) Estética ( ) Lazer
( ) Convívio social ( ) Terapêutico ( )Outros: ___________________
O que faz se manter na modalidade?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Marque as situações que mais te deixam estressado, ansioso ou nervoso na sua prática
esportiva: ( ) Erros no início ( ) Maus resultados anteriores ( ) Críticas dos outros
( ) Erros no final ( ) Falta de preparo físico ( ) Falta de apoio familiar e social
( ) Dormir mal antes da competição ( ) Falta de preparo psicológico ( ) Ansiedade exagerada
( ) Ser o favorito ( ) Conflitos com o treinador ( ) Excesso de treinamento
( ) O adversário ser o favorito ( ) Conflitos com a equipe ( ) Dores
( ) Pressão externa ( ) Mau rendimento nos treinos ( ) Lesões
( ) Pressão de si mesmo ( ) Problemas pessoais ( ) Alimentação inadequada
Outros : __________________________________________________________________
Lesões decorridas da modalidade e tempo de recuperação:
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Metas pessoais:
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Observações:
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
114
Anexo 2: Profile of Mood States
NOME: _______________________________________________________________
AVALIADOR: ________________________________________________________
Abaixo existe uma lista de palavras que descrevem sentimentos que as pessoas têm. Por favor,
leia cada uma cuidadosamente e assinale o número que melhor descreve como você vem se
sentindo no dia de hoje.
Os números significam:
0 = nada 1 = um pouco 2 = mais ou menos 3 = bastante 4 = extremamente
1. amistoso 0 1 2 3 4 34. nervoso 0 1 2 3 4
2. tenso 0 1 2 3 4 35. sozinho 0 1 2 3 4
3. bravo 0 1 2 3 4 36. miserável 0 1 2 3 4
4. esgotado 0 1 2 3 4 37. atordoado 0 1 2 3 4
5. infeliz 0 1 2 3 4 38. alegre 0 1 2 3 4
6. sereno 0 1 2 3 4 39. amargurado 0 1 2 3 4
7. animado 0 1 2 3 4 40. exausto 0 1 2 3 4
8. confuso 0 1 2 3 4 41. ansioso 0 1 2 3 4
9. arrependido 0 1 2 3 4 42. briguento 0 1 2 3 4
10. agitado 0 1 2 3 4 43. bondoso 0 1 2 3 4
11. apático 0 1 2 3 4 44. deprimido 0 1 2 3 4
12. mau humorado 0 1 2 3 4 45. desesperado 0 1 2 3 4
13. preocupado com os
outros
0 1 2 3 4 46. preguiçoso 0 1 2 3 4
14. triste 0 1 2 3 4 47. rebelde 0 1 2 3 4
15. ativo 0 1 2 3 4 48. abandonado 0 1 2 3 4
16. a ponto de explodir 0 1 2 3 4 49. aborrecido 0 1 2 3 4
17. resmungão 0 1 2 3 4 50. desorientado 0 1 2 3 4
18. abatido 0 1 2 3 4 51. alerta 0 1 2 3 4
19. energético 0 1 2 3 4 52. decepcionado 0 1 2 3 4
20. apavorado 0 1 2 3 4 53. furioso 0 1 2 3 4
21. sem esperança 0 1 2 3 4 54. eficiente 0 1 2 3 4
22. relaxado 0 1 2 3 4 55. confiante 0 1 2 3 4
23. desvalorizado 0 1 2 3 4 56. cheio de energia 0 1 2 3 4
24. rancoroso 0 1 2 3 4 57. genioso 0 1 2 3 4
25. simpático 0 1 2 3 4 58. inútil 0 1 2 3 4
26. intranquilo 0 1 2 3 4 59. esquecido 0 1 2 3 4
27. inquieto 0 1 2 3 4 60. sem preocupação 0 1 2 3 4
28. incapaz de
concentrar
0 1 2 3 4 61. aterrorizado 0 1 2 3 4
29. cansado 0 1 2 3 4 62. culpado 0 1 2 3 4
30. cooperador 0 1 2 3 4 63. vigoroso 0 1 2 3 4
31. irritado 0 1 2 3 4 64. inseguro 0 1 2 3 4
32. desanimado 0 1 2 3 4 65. fatigado 0 1 2 3 4
33. ressentido 0 1 2 3 4
115
Anexo 3: Sport Competition Anxiety Test
116
Anexo 4: Competitive State Anxiety Inventory – 2
Nome: ______________________________________________
Instruções: A seguir, são várias declarações que os atletas usam para descrever seus
sentimentos antes competição. Leia cada afirmação e assinale o número apropriado para
indicar como você se sente agora, neste momento. Não há respostas certas ou erradas. Não
gaste muito tempo em cada questão.
Nada Um pouco Moderadamente Extremamente
1. Estou preocupado com este
jogo/competição
1 2 3 4
2. Sinto-me nervoso 1 2 3 4
3. Sinto-me à vontade 1 2 3 4
4. Tenho dúvidas acerca de mim 1 2 3 4
5. Sinto-me agitado 1 2 3 4
6. Sinto-me confortável 1 2 3 4
7. Estou preocupado porque posso não
jogar tão bem como sou capaz neste jogo
1 2 3 4
8. Sinto meu corpo tenso 1 2 3 4
9. Sinto-me confiante 1 2 3 4
10. Estou preparado para o fato de poder
perder
1 2 3 4
11. Sinto-me enjoado 1 2 3 4
12. Sinto-me seguro 1 2 3 4
13. Estou preocupado pelo fato de poder
falhar sob a pressão da competição
1 2 3 4
14. Sinto o meu corpo relaxado 1 2 3 4
15. Estou confiante de que posso
enfrentar o desafio que me é colocado
1 2 3 4
16. Estou preocupado pelo fato de poder
ter um mau rendimento
1 2 3 4
17. O meu coração está acelerado 1 2 3 4
18. Estou confiante de que vou ter um
bom rendimento
1 2 3 4
19. Estou preocupado pelo fato de poder
não atingir o meu objetivo
1 2 3 4
20. Sinto o meu estômago frio 1 2 3 4
21. Sinto-me mentalmente relaxado 1 2 3 4
22. Estou preocupado pelo fato de que
outros se desapontem com o meu
rendimento
1 2 3 4
23. As minhas mãos estão frias e úmidas 1 2 3 4
24. Estou confiante porque me imagino,
mentalmente, atingindo o meu objetivo
1 2 3 4
25. Estou preocupado pelo fato de poder
não ser capaz de me concentrar
1 2 3 4
26. Sinto o meu corpo rígido 1 2 3 4
27. Estou confiante em conseguir
ultrapassar os obstáculos sob a pressão da
competição
1 2 3 4
117
Anexo 5: Escala de Autoestima de Rosenberg
Instruções: Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:
Discordo
muito
Discordo
um pouco
Concordo
um pouco
Concordo
muito
1. De forma geral, estou satisfeito comigo
mesmo.
1 2 3 4
2. Às vezes, penso que não presto para
nada.
1 2 3 4
3. Penso que tenho algumas boas
qualidades.
1 2 3 4
4. Sou capaz de fazer as coisas tão bem
como a maioria das pessoas;
1 2 3 4
5. Eu acho que não tenho muito do que
me orgulhar.
1 2 3 4
6. Às vezes, me sinto inútil. 1 2 3 4
7. Eu sinto que sou uma pessoa de valor,
no mínimo, tanto quanto às outras
pessoas.
1 2 3 4
8. Eu gostaria de ter mais respeito por
mim mesmo.
1 2 3 4
9. Resumindo, eu penso que sou um
fracasso.
1 2 3 4
10. Tenho uma atitude positiva com
relação à mim mesmo.
1 2 3 4
118
Anexo 6: Escala de Resiliência
Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:
DISCORDO NEM CONCORDO
CONCORDO
Totalmente Muito Pouco
NEM DISCORDO Pouco
Muito Totalmente
1. Quando eu faço planos, eu levo eles até o fim. 1 2 3 4 5 6 7
2. Eu costumo lidar com os problemas de uma forma 1 2 3 4 5
6 7
ou de outra.
3. Eu sou capaz de depender de mim mais do que 1 2 3 4 5
6 7
qualquer outra pessoa.
4. Manter interesse nas coisas é importante para mim. 1 2 3 4 5 6 7
5. Eu posso estar por minha conta se eu precisar. 1 2 3 4 5 6 7
6. Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha 1 2 3 4 5
6 7
vida.
7. Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação. 1 2 3 4 5 6 7
8. Eu sou amigo de mim mesmo. 1 2 3 4 5 6 7
9. Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao 1 2 3 4 5
6 7
mesmo tempo.
10. Eu sou determinado. 1 2 3 4 5 6 7
11. Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas. 1 2 3 4 5 6 7
12. Eu faço as coisas um dia de cada vez. 1 2 3 4 5 6 7
13. Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já 1 2 3 4 5
6 7
experimentei dificuldades antes.
14. Eu sou disciplinado. 1 2 3 4 5 6 7
15. Eu mantenho interesse nas coisas. 1 2 3 4 5 6 7
16. Eu normalmente posso achar motivo para rir. 1 2 3 4 5 6 7
17. Minha crença em mim mesmo me leva a atraves- 1 2 3 4 5
6 7
sar tempos difíceis.
18. Em uma emergência, eu sou uma pessoa em quem 1 2 3 4 5
6 7
as pessoas podem contar.
19. Eu posso geralmente olhar uma situação de diver- 1 2 3 4 5
6 7
sas maneiras.
20. Às vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo 1 2 3 4 5
6 7
ou não.
21. Minha vida tem sentido. 1 2 3 4 5 6 7
22. Eu não insisto em coisas as quais eu não posso 1 2 3 4 5
6 7
fazer nada sobre elas.
23. Quando eu estou numa situação difícil, eu normal- 1 2 3 4 5
6 7
mente acho uma saída.
24. Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu 1 2 3 4 5
6 7
tenho que fazer.
25. Tudo bem se há pessoas que não gostam de mim. 1 2 3 4 5 6 7
119
Anexo 7: Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física
120
Anexo 8: Vealey’s Trait Sport-Confidence Inventory
Instruções: Pense no quão confiante você é quando está participando de alguma competição
esportiva. Responda as questões a seguir baseado no quão confiante você geralmente se sente
quando está competindo no esporte que pratica. Por favor, tente o quanto você realmente se
sente confiante, e não o quão confiante gostaria de se estar. Compare seu próprio nível de
confiança com o nível de confiança do atleta mais autoconfiante que você conheça. Suas
respostas serão confidenciais.
Escala: 1 = mais baixo / 5 = médio / 9 = mais alto
1. Compare sua confiança na sua capacidade de executar as habilidades necessárias para
ser bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
2. Compare sua confiança na sua capacidade de fazer decisões críticas durante a partida
com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
3. Compare sua confiança na sua capacidade de atuar sob pressão com o atleta mais
confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
4. Compare sua confiança na sua capacidade de executar estratégias bem sucedidas com
o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
5. Compare sua confiança na sua capacidade de se concentrar o suficiente para ser bem
sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
6. Compare sua confiança na sua capacidade de se adaptar a diferentes situações de jogo
e continuar sendo bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
7. Compare sua confiança na sua capacidade de alcançar as metas competitivas com o
atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
121
1 2 3 4 5 6 7 8 9
8. Compare sua confiança na capacidade de ser bem sucedido com o atleta mais
confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
9. Compare sua confiança na capacidade de ser regularmente bem sucedido durante a
competição com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10. Compare sua confiança na sua capacidade de pensar e agir com sucesso durante a
competição com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
11. Compare sua confiança na sua capacidade de enfrentar o desafio da competição com o
atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
12. Compare sua confiança na sua capacidade de ser bem sucedido mesmo quando as
probabilidades estão contra você com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
13. Compare sua confiança na sua capacidade de se recuperar de um mau desempenho e
ser bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.
Baixo Médio Alto
1 2 3 4 5 6 7 8 9
122
Anexo 9: Escala de Medida de Imagem Corporal
Este questionário contém uma série de afirmativas referentes ao modo como as pessoas podem pensar, sentir ou se comportar
em relação ao seu próprio corpo. Por gentileza, leia atentamente essas afirmativas e, em seguida, para cada afirmativa,
marque com um X o espaço correspondente a UMA das possibilidades, com que frequência você – nunca, raramente, às
vezes, frequentemente ou sempre – pensa, sente ou se comporta desta forma. Não existem respostas certas ou erradas. É a sua
opinião sincera que nos interessa. Por favor assinale sua opinião sobre todas as alternativas, não deixando nenhuma sem
resposta.
Afirmativa Nunca Raramente As vezes Frequentemente Sempre
Gosto do meu corpo como ele é
Considero que meu corpo é exatamente o
que sempre sonhei
Escondo alguma parte do meu corpo
porque ela não é perfeita
Estou satisfeita com meu peso corporal
Evito tocar alguma parte do meu corpo
porque ela me desagrada
Desejaria ser uma pessoa com uma
aparência física diferente
Gosto do formato e da aparência da minha
face
Gosto do formato e da aparência dos meus
seios
Há coisas em minha aparência física que
detesto
Percebo mudanças negativas no meu
relacionamento com outras pessoas por
causa da minha aparência física
Não importa que roupa ou enfeites eu
esteja usando, minha aparência física me
desagrada
Escondo das pessoas as mudanças
negativas que ocorrem no meu corpo
Penso que meu corpo é insignificante
Preocupo-me em excesso com a opinião
das pessoas a respeito da minha aparência
física
Preocupo-me em excesso com as
mudanças que ocorrem no meu corpo
Recuso-me a aceitar as mudanças que
ocorrem no meu corpo
Sinto ressentimento porque meu corpo não
é aquele que eu desejaria que fosse
Sinto-me desapontado com as mudanças
que ocorrem no meu corpo
Sinto-me incapaz de me adaptar as
mudanças que ocorrem no meu corpo
Sinto-me insatisfeito com a minha
aparência física atual
Sinto-me insatisfeito em relação a alguma
parte do meu corpo
Tenho medo da rejeição das pessoas às
mudanças que ocorrem no meu corpo
123
Anexo 10: Bredemeier Athletic Agression Inventory
O instrumento a seguir inclui um numero de itens que as pessoas usam para descrever a si
mesmas em situações esportivas específicas. Por favor, não omita a resposta de algum item,
mesmo achando que é de difícil escolha de resposta. Sua decisão, em cada item deve ser
baseada no que você acredita, sente e como reage e não naquilo que você gostaria de
acreditar, sentir e reagir. As respostas aos itens devem ser uma descrição dos seus próprios
sentimentos, reações e forma de pensar. Utilize os números abaixo para descrever suas
respostas:
1... Concordo fortemente
2... Concordo
3... Discordo
4... Discordo fortemente
___ 1. Eu geralmente estou inconsciente de sentimentos de raiva quando estou competindo.
___ 2. Durante minha performance, estou muitas vezes mais irritado do que as pessoas podem
imaginar.
___ 3. Eu gosto de frustrar meu adversário.
___ 4. Quando as coisas dão errado em uma partida, eu não desconto no meu oponente.
___ 5. Eu gosto de pegar meu oponente, parte por parte, até que o indivíduo não tenha mais
nada.
___ 6. Quando tenho um oponente abaixo de mim, aprecio mantê-lo abaixo de mim.
___ 7. Quando um oponente tira o melhor de mim, eu costumo ficar louco o suficiente para
jogar alguma coisa.
___ 8. As vezes eu não consigo controlar a minha vontade de prejudicar um adversário.
___ 9. As vezes me surpreendo com a minha raiva contra um oponente.
___ 10. Quando o inesperado acontece em uma competição, eu sempre me ajusto sem ficar
irritado.
___ 11. Eu geralmente me sinto calmo e pronto antes de participar de um evento esportivo.
___ 12. É mais fácil para mim competir com um adversário que eu não conheço a
personalidade.
___ 13. Ter boa performance é mais importante para mim do que a satisfação de bater em
alguém.
___ 14. Não leva muito tempo para eu me irritar em uma competição.
___ 15. Houve momentos que eu quis esfregar na cara depois de ter feito algo bom ou meu
adversário ter feito algo errado.
___ 16. Você tem que punir pessoas se você quer vencer.
___ 17. Quando o meu treinador não me trata bem/adequadamente, eu sinto um ressentimento
crescer dentro de mim.
___ 18. Eu geralmente tenho uma melhor performance quando mantenho minhas emoções sob
controle e me concentro unicamente na minha performance.
___ 19. Eu geralmente não me afasto dos meus companheiros de equipe depois de
experiências competitivas frustrantes.
___ 20. Raramente meu adversário é capaz de me pressionar a cometer um erro.
___ 21. As vezes, no calor da competição, vem a tona um outro lado de mim que eu não sabia
que existia.
___ 22. Eu nunca tive um acesso de raiva em uma situação competitiva.
___ 23. Durante a competição, eu geralmente escuto a minha voz interior ao invés de barulhos
externos.
124
___ 24. Um campeão é uma pessoa que tem uma performance completamente imparcial de
respostas emocionais de outras pessoas.
___ 25. Eu gosto de competir porque eu posso colocar minhas frustrações no meu oponente
em um evento esportivo.
___ 26. Minha raiva contra árbitros raramente não é controlada.
___ 27. É mais fácil para mim mentalizar uma situação competitiva do que ter pensamentos
negativos sobre os meus rivais.
___ 28. Eu nunca tive um desgosto intenso a um oponente.
___ 29. Eu nunca tive desejo de causar dano ao meu adversário.
___ 30. Eu estou consciente do meu oponente somente pela estratégia.
125
Anexo 11: World Healthy Organization Quality of Life – BREF
Este outro questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de
sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma
questão, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Por favor, tenha em mente seus
valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando
como referência as duas últimas semanas.
nada muito pouco médio muito completamente
Você recebe dos outros o apoio
de que necessita?
1 2 3 4 5
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.
muito
ruim
ruim nem ruim
nem boa
boa muito boa
1 Como você avaliaria sua qualidade de
vida?
1 2 3 4 5
muito
insatisfeito
insatisfeito nem satisfeito
nem
insatisfeito
satisfeito muito
satisfeito
2 Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde? 1 2 3 4 5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas
semanas.
nada muito
pouco
mais ou
menos
bastante extremamente
3 Em que medida você acha que sua dor
(física) impede você de fazer o que você
precisa?
1 2 3 4 5
4 O quanto você precisa de algum
tratamento médico para levar sua vida
diária?
1 2 3 4 5
5 O quanto você aproveita a vida?
1 2 3 4 5
6 Em que medida você acha que a sua vida
tem sentido?
1 2 3 4 5
7 O quanto você consegue se concentrar?
1 2 3 4 5
8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida
diária?
1 2 3 4 5
9 Quão saudável é o seu ambiente físico
(clima, barulho, poluição, atrativos)?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de
fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
nada muito
pouco
médio muito completamente
10 Você tem energia suficiente para seu dia-
a-dia?
1 2 3 4 5
126
11 Você é capaz de aceitar sua aparência
física?
1 2 3 4 5
12 Você tem dinheiro suficiente para
satisfazer suas necessidades?
1 2 3 4 5
13 Quão disponíveis para você estão as
informações que precisa no seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
14 Em que medida você tem oportunidades
de atividade de lazer?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de
vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
muito ruim ruim nem ruim nem
bom
bom muito bom
15 Quão bem você é capaz de se locomover?
1 2 3 4 5
16 Quão satisfeito(a) você está com o seu sono?
1 2 3 4 5
17 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade
de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
18 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade
para o trabalho?
1 2 3 4 5
19 Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?
1 2 3 4 5
20 Quão satisfeito(a) você está com suas relações
pessoais (amigos, parentes,conhecidos, etc)?
1 2 3 4 5
21 Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5
22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio que
você recebe de seus amigos?
1 2 3 4 5
muito ruim ruim nem ruim nem
bom
bom muito bom
23 Quão satisfeito(a) você está com as condições do
local onde mora?
1 2 3 4 5
24 Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos
serviços de saúde?
1 2 3 4 5
25 Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de
transporte?
1 2 3 4 5
A questão seguinte refere-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas
nas últimas duas semanas.
nunca algumas
vezes
frequentemente muito
frequentemente
sempre
26 Com que frequência você tem sentimentos
negativos tais como mau humor, desespero,
ansiedade, depressão?
1 2 3 4 5
127
Anexo 12: Comitê de Ética
128
129
130
131