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Carl Gustav Jung - Teoria
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CARL GUSTAV JUNG
FREUD E JUNG
INCONSCIENTE
Freud: inconsciente o que foi consciente, mas foi reprimido ou que nunca atingiu a conscincia. Viu no inconsciente a possibilidade de tratamento
inconsciente:
- o que eu conheo, mas no estou pensando no momento;
- tudo o que eu esqueci;
- Tudo o que eu percebo, mas minha conscincia no registra;
- Tudo o que eu fao, sinto, percebo, penso involuntariamente;
- idias, afetos dolorosos e reprimidos
Jung: O inconsciente o desconhecido que nos afeta de imediato (p.80)
Jung: inconsciente se comunica com a conscincia pelos sonhos, mitos, linguagem potica, intuies, contato com a natureza (curandeiros, msticos, religiosos, caadores, pescadores)
Anlise jungiana: ampliao da conscincia e para mudana de atitudes.
Jung
Formamos uma imagem do mundo e nos orientamos na realidade de acordo com essas imagens. Essas imagens adquirem importncia para o indivduo e para a sociedade (do ponto de vista psicolgico)
Modelos de psique:
Freud - iceberg
Jung - esferas concntricas (camadas mais profundas do inconciente at atingir o centro):
Camada externa: conscincia, ego
Camada intermediria: inconsciente pessoal e os complexos
Camada mais profunda: inconsciente coletivo e arqutipos
RELIGIO E JUNG
- Foi o grande tema da vida de Jung com o pai (uma questo importante para ele)
- Religio pode ser alienao: uma repetio sem sentido (como era para o pai dele)
- Religio pode ser desenvolvimento: pode dar sentido (para o indivduo se redescobrir, descobrir relaes), pode permitir olhar uma situao por diferentes ngulos. Religare ligar-se a si mesmo
Bem cultural formado por smbolos e coloca o indivduo em contato com si mesmo.
- Interpretao psicolgica da religio. Religio ativa arqutipos
CARL GUSTAV JUNGDesenvolvimento da personalidade (maturidade): tornar consciente contedos inconscientes (ampliao da conscincia).
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE- Sistemas interdependentes: ego, inconsciente pessoal, inconsciente coletivo, anima e animus, sombra.
- atitudes de introverso e extroverso
- funes do pensamento, de sentimento, da sensao e da intuio
- Self
EGO
- Parte consciente da menteConjunto de funes: (percepes, memrias, pensamentos e sentimentos conscientes, juzo crtico, etc)
- D ao indivduo a impresso de identidade e continuidade
INCONSCIENTE PESSOAL
- Formado por contedos relacionados s experincias pessoais do indivduo: elementos reprimidos (suprimidos ou desconhecidos) e pelos complexos;- Seus contedos esto mais prximos da conscincia: pode se tornar consciente (pr-consciente de Freud);- Complexo: agrupamento de representaes e vivncias pessoais inconscientes (sentimentos, pensamentos , percepes, memrias), que esto investidos de muita energia psquica, ou seja, com forte carga emocional (afetos positivos ou negativos). O complexo tem como ncleo um arqutipo.- Complexo pode ser constelado (ativado) atrai experincias (ex: vivncias de abandono);- Novas experincias pessoais podem ativar ou constelar os complexos: atua como se fosse um im. Quando um complexo ativado (constelado): perturba o ego e pode dificultar o seu controle;
- Portanto, complexo inconsciente, mas afeta a conscincia (ego se relaciona com os arqutipos).
Complexo tem um centro, o arqutipo. O arqutipo, portanto, se manifesta sob a forma de um complexo.
O complexo ativado aparece no teste de associaes de palavras.
- Terapia favorece a conscincia do complexo: fortalece o ego e pode minimizar os efeitos que os complexos produzem no ego;
- Ego maduro e fortalecido: sofre menos influncia do complexo;
- Teste de Associao de palavras: fornece indicadores de complexos (a palavra perturbadora indica que um complexo foi ativado).INCONSCIENTE COLETIVO
- para Jung: nascemos com um inconsciente coletivo e depois de nascidos desenvolvemos o inconsciente pessoal;
- quando comeou a clinicar Jung observou que as imagens mitolgicas estavam presentes nos sonhos e nas vises dos seus pacientes, mesmo sem eles conhecerem essas imagens.
- no podemos ver o inconsciente coletivo, podemos inferir a sua existncia a partir de imagens, smbolos, que surgem nos mitos, nos contos de fada, nos sonhos de todas as pocas e lugares, independentemente de raa ou cultura.
- camada mais profunda do inconsciente: mais distante da conscincia
- sistema que domina o ego e o inconsciente pessoal;
- Estrutura psquica universal: contedo impessoal (no se refere histria pessoal), resultado do acmulo de experincias de antepassados (ancestrais humanos, pr-humanos ou animais);- Arqutipos (imagos, imagens primordiais, padres de comportamento, etc)- Arqutipos so disposies herdadas pela espcie para reviver experincias vividas pela humanidade - Arqutipos so coletivos e organizados em temas, com todas as possibilidades (padres de comportamentos) j vividas pela humanidade;- Todos os seres humanos revivem os temas (inconsciente coletivo), mas cada indivduo revive cada tema de acordo com sua experincia individual (inconsciente pessoal);
- Possumos uma disposio arquetpica para desempenhar papis: me, pai, filho, amigo, irmo, aluno, professor, etc
- Arqutipo da me: predisposio herdada para a concepo de uma me e que determina parcialmente como o indivduo perceber sua me.
- Portanto: os arqutipos so vazios e ns os preenchemos com a nossa experincia individual (Ns no as experincias, herdamos a disposio a disposio para repeti-las)- Origem do arqutipo: experincias repetidas e acumuladas pela humanidade
- Da experincia do homem com as foras naturais (tempestades, terremotos, etc) desenvolveu-se o arqutipo da energia (predisposio para perceber e ser fascinado pelo poder, para criar e controlar poder)
- O inconsciente coletivo base (herdada) da personalidade, sobre a qual se desenvolve o ego, o inconsciente pessoal e as demais estruturas da pessoa: A forma do mundo em ela nasce j inata nela como uma imagem virtual (Jung, 1945, p.188 apud Hall, Lindzey e Campbell, 2000, p. 89). - Arqutipos: da me, de renascimento, de nascimento, da energia (poder), da unidade, da criana, do heri, do velho sbio, do demnio, da me terra, do deus-sol, de Deus, do animal, da mgica.- alguns arqutipos se desenvolveram tanto que so considerados sistemas autnomos que podem ser relativamente independentes do restante da personalidade: persona, anima-animus e sombra- O contedo inconsciente (pessoal e coletivo) se torna consciente por meio do smbolo Os smbolos (imagens) esto nos sonhos e expressam uma comunicao inconsciente.
- Os smbolos so parcialmente conscientes e parcialmente inconscientes.Como saber quando estamos diante de um smbolo?
Smbolo tem um sentido, um significado (ele indica algo para ns): a cruz um smbolo quando seu contedo importante
PERSONA
- Persona: mascara maneira pela qual o indivduo se apresenta ao mundo, em resposta s demandas e convenes sociais
- arquetpica: uma predisposio humana para construir a persona
Arqutipo Persona: diz respeito ao que esperado socialmente de uma pessoa e a maneira como ela acredita que deve ser. um compromisso entre o indivduo e a sociedade- Nasce da estruturao da conscincia: o indivduo assimila e assume para si caractersticas que valoriza, que considera importante;
- Por ser um arqutipo, um fenmeno coletivo. Porm a escolha da persona e a sua caracterstica individual (carismtico, coitadinho, charlato, etc)- Experincias humanas baseadas no desempenho de papis sociais, para o desenvolvimento do homem como ser social (pode-se fazer uma correspondncia com o superego freudiano em alguns aspectos)
- Faz a mediao entre o ego e mundo: serve como proteo, como adaptao ao mundo
- Pode servir para a pessoa se expressar ou para se esconder
- Persona pode esconder caractersticas que no so muito aceitas e que tendemos a rejeitar: uma mscara para esconder nossas deficincias. Problema disso: quando se usa a mscara para criar uma imagem falsa de si mesmo (quando o ego e a conscincia se identifica com a mscara para esconder algo)Persona 1 personalidade do indivduo
ANIMA E ANIMUS
- Natureza bissexual do ser humano: caractersticas fisiolgicas (hormnios) e psicolgicas comuns em ambos os sexos- Anima lado feminino da personalidade do homem e animus o lado masculino da personalidade da mulher
- Masculino: ao, controle, mando.
- Feminino: gestao, cuidado, acolhimento
- Anima e animus apenas um arqutipo: disposio herdadada da experincia de convvio entre homens e mulheres
- Faz a mediao entre o ego e o inconsciente
SOMBRA
- Lado oculto do ego, o que o indivduo rejeita ou no gosta em si (inconsciente): lado animal da natureza humana- Arqutipo da sombra produz o aparecimento de pensamentos, sentimentos e aes desagradveis e socialmente condenveis (que podem reprimidos ou ocultos pela persona)- Permeia o ego e o inconsciente pessoal- Pode-se fazer uma correspondncia com o conceito freudiano de Id.
SELF - Centro organizador da personalidade da totalidade psquica (um eu maior)- o arqutipo central, que garante o processo de ampliao contnua.
- Self=si mesmo = ser si mesmo ampliar-se (desenvolver-se) continuamente, mudar, desenvolver aquilo que pouco desenvolvido.
- Vida movimento, desenvolvimento, progresso, mudana, incluso de novos elementos (repetio, fixao, neurosa so contrrios vida)- relaciona-se ao arqutipo que representa desejo humano da unidade: esse arqutipo expresso pelo smbolo da mandala
- Self a meta da vida: integrao, a unidade, a totalidade- Religio um dos caminhos para essa busca da integralidade: conceito de slf aparece na teoria jungiana nos estudos das religies orientais (busca da unidade)
- H uma predisposio arquetpica para a religiosidade: busca do homem para se ligar a algo maior e para buscar sentido nas coisas. (religio religare ligao a algo maior)
- Self precisa que outros elementos da personalidade se desenvolvam primeiro: arqutipo do self no se torna evidente antes da meia-idade.
- Nesta fase da vida h um esforo para mudar o centro da personalidade do ego consciente para o self (que um meio do caminho entre a conscincia e a conscincia).
TIPOS PSICOLGICOSTipo psicolgico: diferentes modos de funcionamento da conscincia - a tipologia de Jung no tinha como objetivo distinguir diferentes indivduos, mas descrever processos cognitivos;
DUAS ATITUDES BSICAS
Atitude: predisposio para agir, tendncia (no ao)
INTROVERSO: interesse dirigido primeiramente para dentro (mundo subjetivo, experincias interiores) e depois para os objetos externos (outros)
EXTROVERSO: o contrrio
As duas atitudes geralmente esto presentes, mas uma predomina sobre a outra.
H desequilbrio quando uma tendncia est exageradamente desenvolvida em detrimento da outra
QUATRO FUNES PSICOLGICAS
Funes psicolgicas: maneira pela qual o indivduo usa seus recursos psicolgicos para se adaptar realidade. As funes psicolgicas so usadas para o ego se orientar, se organizar e para experienciar.Todas as pessoas tm 2 pares de funes relacionadas compreenso da realidade: estratgias de incorporao e de assimilao da informao (estilos cognitivos)
Funo: um jeito, uma trilha, um caminho
Pode se percorrer olhando para dentro (introverso) ou para fora (extroverso)
SENTIMENTO
INTUIOSENSAO
PENSAMENTO
Pensamento e sentimento: funes adaptativas racionais razo, reflexo julgamento, abstrao e generalizao
Sensao e intuio: funes irracionais - maneira de perceber o mundo e a si mesmo.PENSAMENTO: funciona por julgamentos SENTIMENTO : funo de avaliar experincias subjetivas: prazer, dor, tristeza, alegria, amor. Avalia o valor das experinciasSENSAO: percepo da realidade por meio dos rgos dos sentidos. Revela que algo existe
INTUIO: percepo por meio do inconsciente. (ver p. 75)
Funo principal ou superior: a funo que predomina, aquela com a qual nos sentimos mais confiantes
O desenvolvimento da atitude predominante e da funo superior: ocorre na infncia: meio familiar e disposio para desenvolv-la (arquetpica).
Junto com a funo principal ou superior desenvolve-se tambm uma funo auxiliar ou secundria: se uma racional, a outra irracional.
Funo inferior:
- a correspondente oposta principal.
- ela permanecer no inconsciente, mas influencia a funo superior
- tem forte carga emocional
- relaciona-se com nossos pontos cegos
- inferior no sentido de arcaico. Primitivo (no tem sentido pejorativo)
- o contato com ela mobiliza ansiedade: necessrio tomar contato com ela aos poucos (tomada de contato com o inconsciente)
- pode ajudar a restaurar o equilbrio psquico (ponte entre inconsciente e consciente)
A combinao das 2 atitudes e 4 funes: 8 tipos psicolgicos bsicos
EXTROVERSO- Pensamento
- Sentimento
INTROVERSO- Sensao
- Intuio
Casais: comum serem tipos opostos ou complementares comum projetar no outro a atitude inconsciente (Ler pg. 78 ex. briga de casal livro Grinberg)
Nos conflitos: a atitude oposta e a sombra interferem
- H duas possibilidades para atitude dominante, quatro possibilidades para funo superior e duas possibilidades para a auxiliar da funo superior: 16 tipos ou orientaes;Compensao- Jung e Freud: Personalidade constituda por foras em conflito.Progresso e regresso: foras em conflito (o velho e o novo)
Progresso: movimento de energia psquica para frente, avano do processo de adaptao psicolgica ao mundo exterior.
Regresso: recuo da energia psquica temporariamente. Fora (energia psquica) que puxa para trs, mundo das imagens e fantasias inconscientes do mundo interior
- Jung: ego e sombra; ego e inconsciente pessoal; persona e anima-animus; persona e inconsciente pessoal; introverso e extroverso; pensamento e sentimento.
- Ego: precisa a atender s exigncias externas (realidade) e s exigncias internas (inconsciente) e a persona resulta desta luta.
Os contedos conscientes da mente so compensados pelos contedos inconscientes. Os sonhos so compensatrios.
Compensao de atitudes, funes
- Para Jung: o desajustamento resulta de um desenvolvimento no integrado (unilateral) da personalidade.
Individuao
Tornar-se um indivduo, aquele que no se divide.
O objetivo da individuao a integrao
Sonhos
Jung concorda com Freud quanto ao contedo inconsciente do sonho O sonho liga a vida consciente e inconsciente
A imagem do sonho um smbolo que liga o ego (consciente) a acontecimentos inconscientes.Discorda de Freud de que os sonhos disfaram algo.
ENERGIA PSQUICA
- Personalidade como um sistema fechado (parcialmente fechado: fontes exteriores de energia, como alimento);
Energia psquica: energia necessria que permite o funcionamento da personalidade. A energia psquica uma manifestao da energia de vida. Libido para energia de vida e energia psquica.
- Valor: intensidade de energia psquica investida em um elemento da personalidade
- Aquilo que muito investido de energia psquica valorizado ( importante) para o indivduo.Valor inconsciente: relaciona-se ao poder constelador do elemento nuclear de um complexo (p. 97)- Mtodos de Jung para avaliar o poder constelador de um elemento nuclear:
1. observaes diretas e inferncias analticas (nmero de associaes relacionadas a um elemento nuclear). EX: um homem com forte completo materno, tender a falar sobre a me ou coisas semelhantes em suas conversas
2. Indicadores de complexo: lapsos de fala, bloqueio de memria, teste de associao de palavras
3. intensidade de reao emocional: taquicardia, respirao mais profunda, cor do rosto mudar
Teste de associao de palavras indica a existncia de complexos (tempo de reao, no responder, intensidade da reao emocional: taquicardia, respirao, palidez no rosto).
Viso Psicodinmica de JungBaseada em 2 princpios:
- Princpio da Equivalncia (Princpio da conservao de energia): energia enfraquecida ou desaparecida reaparece em outro lugar- Sistema parcialmente fechado: elevao de energia no organismo no ocorre somente pela transferncia de energia, mas pela retirada ou adio de fontes externas.
- Princpio da Entropia: em termodinmica: equilbrio do calor dos corpos que esto em contato. A distribuio de energia (intensidade de energia) no organismo tende ao equilbrio.DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE- Tendncia progressista do desenvolvimento da personalidade: busca da auto-realizao (equilbrio de foras), da integrao (self como centro da psique)- Passado (causalidade) e Futuro/ meta (teleologia): ambas importantes para a compreenso da personalidade
- Sicronicidade: intensidade, a importncia que o evento adquire para o indivduo (Livro do Hall, Lindzey e Campbell: em coincidncia temporal entre eventos)
- Hereditariedade tem importante papel na teoria jungiana: herana dos instintos biolgicos (instinto como impulso para agir de uma determinada forma) e herana das experincias ancestrais (arqutipos)
Infncia: no determina o comportamento adulto. Mas problemas emocionais de crianas so reflexos de experincias perturbadoras em casa
Puberdade: sexualidade e diferenciao dos pais (atitude extrovertida)
Meia-idade (final dos 30 anos): atitude introvertida, busca da auto-realizao, pessoa tende a tornar-se menos impulsiva.
TRABALHO COM CRIANAS - Psicanlise: M. Klein caixa ldica (uso de brinquedos, jogos).
- Psicologia analtica: Dora Kalff (dcada de 50) - Jogo de Areia (sandplay) - uma ou duas caixas com areia e miniaturas TERAPIA JUNGIANA
- Busca a ampliao da conscincia
- Busca tornar o processo de individuao consciente: processo natural e arquetpico, que permite ampliar as referncias pessoais e do mundo, levando singularidade (indivduo singular)
Como lidar com a sombra
Ego usa vrios recursos para se relacionar com a sombra:
Mecanismos de defesa do ego: atuam para manter contedos da sombra afastados do ego - Projeo, negao, represso.
o homem que no atravessa o inferno das suas paixes tambm no as supera. Elas mudam para a casa vizinha e podero atear o fogo que atingir sua casa sem que ele perceba (Jung citado por Grinberg, 2003, p.149).
Anlise junguiana: fundamental o encontro com a sombra