13
Revista VITAS Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013 O CAMINHO DA ECOLOGIA HUMANA PARA UM MUNDO EM CRESCIMENTO Carlos Roberto Rodrigues Batista* [email protected] Resumo: este artigo apresenta e analisa os principais aspectos teóricos da Ecologia Humana, sua relação com a Sociologia Ambiental e com a teoria social e uma visão crítica sobre a questão do desenvolvimento econômico. Palavras-chave: Ecologia Humana; Sociologia Ambiental; Teoria Sociológica Abstract: this paper focuses on the main aspects of Human Environment theory in its relation to the Environmental Sociology and Social Theory, discussing the limits of development. Keywords: Human Ecology; Environmental Sociology; Social Theory. 1. ANTECEDENTES DA ECOLOGIA HUMANA Desde os escritos de Thomas Malthus, no início dos anos 1800, a humanidade tem se preocupado com a finitude dos recursos naturais, estando o desabastecimento e a incapacidade de suprir as necessidades da população dentre as grandes preocupações do homem. O destino do planeta terra rumo ao esgotamento é tema recorrente em diversas ciências. O resultado prático destas discussões, entretanto, se resume a posições das mais variadas, ainda sem comprovação empírica que possibilite uma linha de ação com capacidade de reversão de uma esperada catástrofe. O presente estudo de natureza exploratória pretende tratar da questão do esgotamento dos recursos naturais, dentro do contexto atual, partindo da construção de uma história iniciada com o darwinismo e que hoje tem na sociologia ambiental um campo fértil para pesquisas e teorias. Apresentaremos uma síntese descritiva do surgimento da ecologia ambiental, comentando a posição dos clássicos da sociologia quanto à incorporação deste enfoque nos estudos sociológicos. Em seguida, descreveremos o desenvolvimento da ecologia humana na Escola de Chicago, nos anos 1920, disciplina que avançou na maneira de entender e enxergar as cidades e a sua ocupação. Concluiremos com considerações atuais desenvolvidas por sociólogos * Mestre em Ciências Sociais e Direito (UFF); Doutorando do programa de pós-graduação em sociologia e direito PPGSD da Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Estácio de Sá Unesa RJ.

Carlos Roberto Rodrigues Batista* [email protected]

  • Upload
    hahuong

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

O CAMINHO DA ECOLOGIA HUMANA PARA UM MUNDO EM CRESCIMENTO

Carlos Roberto Rodrigues Batista*

[email protected]

Resumo: este artigo apresenta e analisa os principais aspectos teóricos da Ecologia

Humana, sua relação com a Sociologia Ambiental e com a teoria social e uma visão

crítica sobre a questão do desenvolvimento econômico.

Palavras-chave: Ecologia Humana; Sociologia Ambiental; Teoria Sociológica

Abstract: this paper focuses on the main aspects of Human Environment theory in its

relation to the Environmental Sociology and Social Theory, discussing the limits of

development.

Keywords: Human Ecology; Environmental Sociology; Social Theory.

1. ANTECEDENTES DA ECOLOGIA HUMANA

Desde os escritos de Thomas Malthus, no início dos anos 1800, a humanidade

tem se preocupado com a finitude dos recursos naturais, estando o desabastecimento

e a incapacidade de suprir as necessidades da população dentre as grandes

preocupações do homem. O destino do planeta terra rumo ao esgotamento é tema

recorrente em diversas ciências. O resultado prático destas discussões, entretanto, se

resume a posições das mais variadas, ainda sem comprovação empírica que

possibilite uma linha de ação com capacidade de reversão de uma esperada

catástrofe.

O presente estudo de natureza exploratória pretende tratar da questão do

esgotamento dos recursos naturais, dentro do contexto atual, partindo da construção

de uma história iniciada com o darwinismo e que hoje tem na sociologia ambiental

um campo fértil para pesquisas e teorias. Apresentaremos uma síntese descritiva do

surgimento da ecologia ambiental, comentando a posição dos clássicos da sociologia

quanto à incorporação deste enfoque nos estudos sociológicos. Em seguida,

descreveremos o desenvolvimento da ecologia humana na Escola de Chicago, nos

anos 1920, disciplina que avançou na maneira de entender e enxergar as cidades e a

sua ocupação. Concluiremos com considerações atuais desenvolvidas por sociólogos

* Mestre em Ciências Sociais e Direito (UFF); Doutorando do programa de pós-graduação em sociologia e

direito – PPGSD da Universidade Federal Fluminense. Professor da Universidade Estácio de Sá – Unesa – RJ.

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

americanos contemporâneos sobre a mudança paradigmática do entendimento

homem-ambiente, cuja tônica é a necessidade premente de levar em conta o

esgotamento do planeta terra. Iniciemos comentando o pensamento dos autores

clássicos da sociologia sobre o meio ambiente.

O questionamento inicial presente na literatura crítica sobre a ecologia

humana são os motivos da não incorporação dos elementos deste campo nos estudos

de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber. Entendemos como questão relevante,

uma vez que a inclusão de teorias ambientais na sociologia, pelas mãos dos clássicos,

teria com certeza dado um rumo diferente a esta ciência, devido ao peso do

argumento da autoridade.

Os estudos sociológicos clássicos sempre estiveram focados na natureza

antropocêntrica, sendo a avaliação do universo feita exclusivamente a partir da sua

relação com o homem. Neste contexto, o único ambiente conhecido e aceito é o

considerado apto para a garantia da existência humana. Como os fenômenos sociais

eram explicados pela teoria clássica, priorizando a primazia antropocêntrica, não

restava espaço para a incorporação de variáveis ecológicas em estudos em que o

homem constituía o centro e único objeto. Teorias sociológicas alternativas

correlacionadas com a biologia foram rechaçadas e descartadas por Marx, Durkheim

e Weber (BUTTEL, 1992).

As causas do descarte provavelmente se localizam no medo do determinismo

físico e no fantasma da geografia humana. O primeiro, ao considerar que a ação

humana é inteiramente causada por eventos anteriores e não pelo exercício da

vontade, acaba por se contrapor ao determinismo histórico de Karl Marx, que é

transpessoal e se baseia na natureza econômica dos fatos. Quanto à geografia

humana, hoje completamente aceita, foi desconsiderada nas teorias dos sociólogos

clássicos, já que isto os levaria a ter de considerar a interação entre a sociedade e o

espaço numa época em que Marx se empenhava em descrever a sociedade

exclusivamente com base na economia capitalista.

Sob a direção dos citados autores clássicos, a sociologia moderna se

desenvolveu considerando tabu a incorporação de variáveis ecológicas nas suas

análises o que, em última instância, significaria remeter a sociologia em direção às

doutrinas como a de Spencer e Darwin. Este tipo de pensamento, entretanto, não

permite desviar a atenção de uma realidade cada dia mais complexa em que os

fenômenos ecológicos estão ligados à degradação e escassez de recursos naturais

afetando, portanto, a sociedade.

O fato de os teóricos clássicos não terem incorporado análises de base

ecológica no desenvolvimento de sua teoria não nos permite afirmar que eles não

tenham dedicado atenção a outros aspectos do meio ambiente natural, pois a biologia

sempre foi assunto de pleno conhecimento. Ao contrário, todos os clássicos de uma

forma ou de outra se inspiraram e dialogaram com a biologia, como não poderia

deixar de ser frente a uma ciência que na época já estava plenamente consolidada. A

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

grande força das teorias clássicas, apesar de não incluírem a variável ambiental, está

na deliberada simplificação biológica típica de uma época em que inexistia o nível de

preocupação ecológica de hoje.

É preciso ressaltar que os clássicos, apesar de conhecerem, se opunham a

inovações teóricas decorrentes da introdução da variável biológica nos estudos da

sociedade. Marx, por exemplo, criticou a teoria populacional de T.R. Malthus

segundo a qual a espécie humana tende a reproduzir-se até o limite imposto pela

oferta de alimentos. Marx criticava o pensamento determinista de Malthus que

atribuía a uma lei natural a divisão da sociedade em classes, com consequente

sofrimento e pobreza de uns e felicidade e riqueza de outros. Além disso, Malthus,

criticado por Marx, privilegiava o entendimento das classes sociais mais elevadas

que para ele tinham valor social, cultural e econômico, ao contrário da classe pobre

que, se tivesse aumento de renda, voltaria à miséria, pois ele os considerava imorais,

indolentes e voltados aos vícios (bebidas, jogo, farras e sexo). Na sua obra An Essay

on the Principle of Population (1798), Malthus entendia que o trabalho produtivo,

quando executado pelos trabalhadores pobres, os manteria no lugar restrito que lhes

seria cabível dentro da sociedade, e com isto estaria garantido um regime capitalista1

sem o “conflito” de classes.

A crítica de Marx à teoria demográfica e ao princípio de que a população

mundial, quando não devidamente controlada, cresce em progressão geométrica e a

produção de alimentos apenas em progressão aritmética2, está fundamentada na

inexistência de uma lei geral supra-histórica que descreva o comportamento do

crescimento demográfico. Para Marx, as dinâmicas populacionais diferem conforme

as distintas formações sociais, e dependem unicamente do momento histórico em o

fato social é observado.

As evidências apontam que o extremismo de Malthus, com sua previsão de

fome generalizada no final do século, não tinham razão de ser. Kinkartz (2011)

lembra que o planeta já abriga sete bilhões de pessoas e que, mantida a tendência de

crescimento, seremos nove bilhões em 2050. A questão é se seremos capazes de

alimentar tanta gente. Segundo especialistas, é possível desde que melhoremos a

produtividade de solos e sementes.

Segundo o professor de agronomia Harald von Witzke, da Universidade

Humboldt de Berlim, a resposta é "sim". Mas um "sim" seguido de um

"porém". O enorme crescimento da produção agrícola nas últimas décadas

deve-se 80% ao aumento da produtividade. Apenas 20% é o resultado da

ampliação das áreas agricultáveis. "No futuro, precisaremos investir ainda

mais no aumento de produtividade para satisfazermos as crescentes

necessidades humanas de alimento. O solo será, cada vez, um fator limitante

para a produção de gêneros alimentícios" (KINKARTZ, 2011. Disponível em:

http://www.dw.de/crescimento-populacional-e-o-desafio-da-

alimenta%C3%A7%C3%A3o/a-15486766. Acesso em 25 set 2013).

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

Nosso entendimento é que de fato a questão demográfica não obedece a uma

lei supra-histórica que, de forma determinística, possibilite a estimativa de

crescimento da população. O crescimento populacional deve levar em consideração

também o momento da história, pois sempre estará sujeito a influências econômicas e

políticas. Citamos dois exemplos para exemplificar esta afirmativa: a política do filho

único, lançada pelo governo chinês no fim da década de 1970, segundo a qual fica

proibido a qualquer casal ter mais de um filho e que punem os infratores com

pesadas multas. Esta foi uma medida política de controle populacional, num país que

hoje já ultrapassa 1 bilhão e 300 milhões de pessoas, cujo objetivo declarado era o de

facilitar o acesso da população a um sistema de saúde e educação de qualidade.

Propaganda do governo Chinês afirma que, sem a implantação da política do filho

único, a população chinesa já estaria hoje em 1 bilhão e 700 milhões de pessoas. Mas

há consequências. Pesquisa divulgada pela revista Science, feita com mais de 400

moradores de Pequim, nascidos na época da introdução da política do filho único,

mostra os efeitos colaterais da medida. Segundo o pesquisador Nisvan Erkal, da

Universidade de Melbourne, que participou do grupo de pesquisa formado também

por L. Cameron e outros, é provável que a politica tenha efeitos indesejáveis na

economia do país, pois “Descobrimos que as pessoas que cresceram como filho único

são significativamente menos confiantes, menos confiáveis, mais relutantes ao risco,

menos competitivas, mais pessimistas e menos escrupulosas” (CAMERON et al.,

2013; POLÍTICA DO..., 2013).

O segundo exemplo é a regressão populacional da Europa, um continente

demograficamente envelhecido em que se observa uma redução absoluta da

população. . Segundo Alban d’Entremont, professor de Geografia Econômica e da

População na Universidade de Navarra, o fenômeno tem estreita ligação com a

profunda crise social que se propaga no continente Europeu há mais de uma geração.

No seu diagnóstico:

O escasso dinamismo demográfico em praticamente todos os países da

Europa (baixíssima natalidade; exígua nupcialidade; aumento da

mortalidade; crescimento natural estanque; falta de renovação de gerações),

faz-se sentir, mais do que em qualquer outro âmbito demográfico, na esfera

da estrutura populacional, isto é, na estrutura e na configuração

populacional, de acordo com os componentes individuais que caracterizam

essa população – homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos -, e nas

suas componentes colectivas mais significativas e representativas – família,

grupos primários e secundários, classes sociais e comunidades, que se

encontram num país num determinado momento (d’ ENTREMONT, 2012.

Disponível em:

http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1471&a=Actualidade.

Acesso em 20 set 2013)

Para o especialista, a crise é grave e requer medidas urgentes e contundentes

como forma de corrigir uma situação atípica e altamente preocupante. Nos países

envelhecidos da Europa do sul, a população com mais de 65 anos já ultrapassa 15%,

com o percentual de jovens em declínio. Em consequência, os índices de dependência

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

entre população ativa e passiva vão aumentando em função do desequilíbrio na

estrutura demográfica. O resultado é a repercussão nas políticas de segurança social,

que passam a exigir maiores contribuições para garantir as pensões e

disponibilidades de outros serviços sociais a toda população. Outros efeitos são os

desequilíbrios entre produção e consumo, que possuem estreita ligação com a idade,

com efeitos ramificados em outras áreas sociais, como o emprego, a educação, a

habitação e os cuidados de saúde.

Retomando os antecedentes clássicos da ecologia humana, devemos lembrar

que os teóricos sociais do século XIX não ignoraram a literatura biológica de sua

época. Este conhecimento, por parte de Comte, Spencer e Malthus constituiu o

instrumental no cruzamento do pensamento social e biológico daquele século

(BUTTEL, 1992). Clássicos da teoria sociológica não foram indiferentes ao

biologismo. O próprio Marx rejeitou as tentativas de estabelecer uma analogia

biológica que considerava as partes do organismo social com funções essenciais para

a sobrevivência e evolução da sociedade. Apesar de não descartar completamente a

validade da influência da biologia na teoria social, preponderante no pensamento

organísmico (organismic thought) da sua época, Marx não viu a biologia como

disciplina determinante para a constituição da base econômica e de classe da

sociedade.

Analisando a dissociação entre a estrutura e o processo social com as

analogias biológicas preponderantes na época de Marx, podemos concluir que, pela

unicidade de seu objeto – o homem, possibilitou uma maior evolução da teoria social,

mas acarretou perdas para a ecologia humana. A influência de clássicos do porte de

Marx, Durkheim e Weber, cada um a sua maneira, impediu a simbiose da teoria

social com a biologia, retardando a evolução das teorias sociais ecológicas, para pesar

dos modernos sociólogos ambientalistas. A crença atual é a de que a sociologia

expressiva com bases ecológicas acabou sendo limitada devido à rejeição dos

aspectos ecológicos pelos pensadores da tradição sociológica clássica, não tendo

evoluído como poderia.

2. A ECOLOGIA HUMANA DE ROBERT E. PARK E ERNEST W. BURGESS

Talvez a primeira referência conhecida sobre a existência de inter-

relacionamento e de interdependência entre os seres vivos se deva a Sir John Arthur

Thomson (1861-1933), naturalista escocês. O autor usou como métafora a “teia da

vida” para expressar duas ideias distintas. A primeira é a de que a vida foi feita para

ser lida e interpretada pela ciência. Como há muitas ciências, cada uma delas seguirá

um determinado fio colorido da teia da vida, realizando suas descobertas

particulares, correspondentes ao seu campo de conhecimento. A segunda ideia,

considerada por Thomson de relevância para estudos da evolução humana, sugere

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

interrelacionamento e ramificação (1909b, p. 46–47). É esta segunda ideia a que nos

interessa neste estudo.

Nunca saberemos dizer aonde um determinado fio da teia levará. Se um fio é

puxado para fora, muitos outros irão se soltar da teia. Nenhuma das partes da trama

de fios consegue ficar fora do todo. “Quanto mais conhecemos em nossa volta, mais

constatamos que a natureza é um vasto sistema de conexões em que o isolamento é

impossível” 3 (1909a, p. 47). Assim, não há como ficar alheio ao que ocorre em nosso

redor. Somos todos responsáveis uns pelos outros e fazemos parte de uma sociedade

cujo destino é único. O conceito da teia da vida foi considerado por Thomson tão

darwiniano como o da luta pela existência no processo de seleção natural das

espécies.

Mais tarde Robert Ezra Park (1864-1944), sociólogo americano, retoma a

metáfora da “teia da vida” anteriormente descrita por Thomson para explicar o

urbano a partir de conceitos darwinianos de biologia, sugerindo uma interação entre

homem e meio ambiente. Park cria a expressão “Ecologia humana” (1936), a partir de

conceitos oriundos da ecologia natural4, que utiliza no contexto econômico, e passa a

ser considerado o pai da ecologia humana. Em associação com Ernest W. Burgess

(1886–1966), Park estreita suas pesquisas sobre a teoria da ecologia humana, a partir

do desenvolvimento de um programa de pesquisas sobre urbanismo, realizado no

departamento de sociologia da Universidade de Chicago, tendo como objeto a cidade

de Chicago. (PARK, 1952)

Durante a pesquisa, Park e Burgess desenvolvem uma teoria sobre ecologia

urbana propondo a similaridade entre as cidades e os meios ambientes encontrados

na natureza. Na sua teoria, as cidades são governadas pelas mesmas forças presentes

na evolução darwiniana e que afetam os ecossistemas naturais. A mais importante

destas forças, a competição, leva grupos a disputarem os territórios disponíveis. O

resultado da competição é a divisão do território em nichos ecológicos, também

denominados “áreas naturais”, nos quais as pessoas apresentam características

sociais similares, já que estão submetidas às mesmas pressões ecológicas. Outros

tipos de relações ecológicas foram trazidos para a ecologia humana pelos autores

como, por exemplo, a proto-cooperação, situação em que indivíduos se associam em

busca do bem comum. Este mecanismo é o que explica a solidariedade encontrada

nos guetos.

O modelo de Park e Burgess, conhecido como modelo das zonas

concêntricas, foi publicado pela primeira vez em The City (1925), e previa que as

cidades se dividiriam em cinco anéis concêntricos, nos quais as áreas centrais estão

física e socialmente deterioradas. Na medida em que se distanciam do centro, as

áreas da cidade se tornam mais prosperas e mais caras. A conquista do território se

dá pela competição entre as pessoas, que passam a ocupar os anéis mais distantes do

centro da cidade. O aumento da prosperidade é o vetor que move pessoas e negócios

na ocupação de áreas mais distantes dos centros, num processo chamado de

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

sucessão5, termo tomado emprestado da ecologia. O preço do solo regula a

distribuição dos usos e de habitação no meio urbano. A desigualdade da capacidade

econômica dos grupos sociais e profissionais e das atividades econômicas condiciona

e explica a luta pela apropriação do espaço. As leis do mercado explicam a

deterioração da zona de transição, a partir do centro da cidade, uma vez que os

proprietários abandonam os imóveis a sua própria sorte, dado que os preços dos

alugueis não estimula os cuidados na conservação dos imóveis (BROWN, 2011).

(PARK; BURGESS; MCKENZIE, 1925)

Fig. 1 – A cidade em zonas concêntricas (Modelo de Burgess)

O modelo das zonas concêntricas, também conhecido como modelo de

Burgess, foi a primeira tentativa para explicar a organização espacial da cidade.

Como sociólogos, Park e Burgess utilizaram o modelo das zonas concêntricas para

explicar problemas de desemprego e crimes nos distritos de Chicago. Sua pesquisa

também utilizou o mapeamento para plotar a distribuição de problemas sociais ao

longo da cidade e permitir a comparação entre as diferentes áreas.

Como Burgess tinha interesses especiais em mapas, exigia dos alunos de seus

seminários o desenvolvimento de habilidade nas técnicas de mapeamento. O esforço

permitiu a Burgess e seus alunos completarem, em 1923-1924, o mapa básico de

pesquisas em Chicago, combinando todas as informações disponíveis sobre as

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

características físicas, fronteiras políticas, zoneamento, desenvolvimento residencial e

comercial e áreas livres na cidade. Este mapa passou a ser utilizado por

pesquisadores para mostrar a incidência de determinadas características sociais de

Chicago. Brown (2011) cita que um dos mais importantes legados para os estudos da

ecologia urbana decorrente dos estudos de Burgess e Park foi a inclusão da

metodologia de mapeamento nas disciplinas de sociologia, criminologia e políticas

públicas.

3. ECOLOGIA HUMANA E A SOCIOLOGIA DO MEIO AMBIENTE

William Robert Catton, Jr. (1926-) é um sociólogo estadunidense conhecido

por seus trabalhos acadêmicos sobre sociologia ambiental e ecologia humana. Seu

projeto nestas áreas do conhecimento é amplo e interdisciplinar, o que o levou a ser

conhecido além dos círculos acadêmicos, em especial por sua obra seminal, escrita

em 1980, Overshoot: The Ecological Basis of Revolutionary Change. Catton desenvolveu

diversos estudos sobre a sociologia ambiental em conjunto com Riley E. Dunlap,

professor de sociologia na Universidade de Oregon. (CATTON, 1982)

Neste item discutiremos os trabalhos de destaque destes pesquisadores,

buscando a conexão entre termos comumente utilizados na literatura como ecologia,

meio ambiente e sustentabilidade. Os citados autores bastante representativos no

campo da sociologia ambiental podem nos ajudar a posicionar a sociologia ambiental

dentro do campo desta ciência, especialmente a partir de questões relevantes como a

evolução do paradigma HEP (human exceptionalism paradigm) para o NEP (new

environmental paradigm), proposta por Catton e Dunlap (1978; 1979).

Iniciemos pela definição dos citados paradigmas. O primeiro deles, o

paradigma da excepcionalidade humana - HEP resume uma visão antropocêntrica

do mundo, compartilhada sem exceção pelas teorias clássicas, como – funcionalismo,

interacionismo simbólico, etnometodologia, teoria do conflito, marxismo, dentre

outras. Este alinhamento antropocêntrico foi observado por Catton e Dunlap (1978)

que assim se expressam “[as teorias clássicas] têm propensão para exagerar suas

diferenças uma das outras [...]. Nós afirmamos que suas aparentes diversidades não

são tão importantes quanto o antropocentrismo que permeia todas elas.” (1978, p.

42). As premissas que caracterizam o HEP pode ser entendido a partir das seguintes

premissas:

1. O ser humano é singular entre as criaturas da terra, pois tem uma cultura.

2. A cultura pode variar quase que infinitamente, podendo mudar muito

mais rapidamente que as características biológicas.

3. Assim, muitas das diferenças humanas são socialmente induzidas e não

inatas, podendo ser socialmente alteradas, eliminando-se diferenças

inconvenientes.

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

4. Assim, também, a acumulação cultural significa que o progresso pode

continuar sem limites, possibilitando em última análise a solução de

todos os problemas sociais (CATTON; DUNLAP, 1978, p. 42–43).

Nosso comentário sobre o HEP é que, ao privilegiar o antropocentrismo e

torna-lo o ponto comum na visão do mundo, o paradigma se mostrou

ecologicamente reducionista, privilegiando o axioma durkheimiano e a noção de

excepcionalidade ou isentabilidade humana. Ao se adotar o HEP como direcionador

da ação humana passamos a ter uma falsa noção de mundo e a acreditar que, por

mais que os recursos naturais sejam consumidos, sempre haverá uma solução

tecnológica, idealizada pelo homem, capaz de corrigir os rumos.

Catton e Dunlap atribuem este tipo de pensamento, ou seja, a prevalência do

pensamento antropocêntrico, a uma espécie de superioridade que decorreu da

euforia do capitalismo industrial americano pela dominância econômica e

prosperidade que gerou na década de 1970. Há alguns fatos que levam a este

comportamento. Por exemplo, apesar de o abastecimento ser finito, todos sabem que

é prontamente acessível, como ocorre com os combustíveis fósseis e outras matérias

primas não renováveis (CATTON, 1982).

Este sentimento de onipotência, que conta com a tecnologia para ser

preservado, levou à crença generalizada de que a capacidade do meio ambiente é

passível de aumento segundo a necessidade, negando-se, portanto, a possibilidade

de escassez. Os citados autores afirmaram, entretanto, que não pretendiam negar a

existência de características excepcionais nos seres humanos e sua capacidade de

usar a tecnologia em benefício próprio, mas sim salientar que a existência destas

características excepcionais não nos isentaria da sujeição aos princípios naturais e

suas consequências. Isto reduz a possibilidade de podermos contar com a

excepcionalidade humana para a solução de problemas, pois podemos nos deparar

com alguns problemas que se mostrem insolúveis.

Catton e Dunlap observaram que o crescimento de problemas ambientais e o

surgimento de apreensão quanto aos limites para o suprimento de recursos, levaram

a uma mudança de pensamento quanto à possibilidade de aumentar a capacidade do

meio ambiente. Isto requereu uma mudança de paradigma, sendo proposto por eles a

evolução do paradigma antigo, com o surgimento de um novo paradigma ambiental

(new environmental paradigm – NEP) em que incluem três novas premissas que

vinculam a sociedade humana ao ecossistema:

1. Os seres humanos são apenas uma das muitas espécies que de maneira

independente estão envolvidas nas comunidades bióticas que moldam

nossa vida social.

2. As complexas ligações entre causa e efeito e o feedback na trama da

natureza produzem muitas consequências não involuntárias a partir da

ação social intencional.

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

3. O mundo é finito, existindo assim limites potenciais físicos e biológicos

que reprimem o crescimento econômico, o progresso social e outros

fenômenos da sociedade (CATTON, WILLIAM R.; DUNLAP, 1978, p.

45).

Entendemos que as três premissas acrescidas por Catton e Dunlap

introduzem uma simbiose entre a espécie humana e o ambiente natural. Não

podemos deixar de considerar que a espécie humana mantem uma relação biológica

com o ambiente, sendo esta uma característica fundamental da espécie humana.

O NEP surge, portanto, para sensibilizar os sociólogos de que problemas

ambientais também constituem fenômenos sociais e tem significância social.

Entendemos que a dinâmica das sociedades industriais somente pode ser

compreendida se levarmos em conta a influência reciproca entre sociedade e meio

ambiente. A influência é mútua.

Os exemplos desta interação são abundantes, citemos, por exemplo, o

derramamento de petróleo nas águas da Bacia de Campos pela Chevron em 2011. As

consequências da agressão ao meio ambiente foram sentidas pela sociedade.

Pescadores ficaram impedidos de trabalhar e produzir alimentos durante a duração

do incidente. Este foi um caso em que o homem compromete o equilíbrio ecológico e

este, por sua vez, devolve na forma de prejuízos para a sociedade. A questão da

mobilidade urbana é outro exemplo desta simbiose sociedade-meio ambiente. Com a

proliferação de veículos automotores nas cidades estas estão parando, as ruas já não

comportam a quantidade de veículos que respondem impedindo a mobilidade. .

Dentro desta linha de pensamento, Catton publica em 1980 sua obra mais

relevante, em que ressalta os efeitos do homem no meio ambiente. A mensagem

central de Overshoot: The Ecological Basis of Revolutionary Change tem a ver com estilo

de vida, costumes, instituições, padrões de interação, valores, expectativas assumidas

pela pessoa humana, todos eles decorrentes de uma herança cultural que insiste em

permanecer imutável. Esta herança, transmitida de gerações para gerações surgiu

numa época remota quando a capacidade de consumo de recursos pelos humanos

era menor que a capacidade de geração destes mesmos recursos pelo meio ambiente.

É daqui, segundo Catton (1982) que derivam as dificuldades que vivemos

hoje. A herança cultural permanece intacta, continuando a ser transmitida

exatamente como na sua gênese sem que o homem adapte aos novos tempos em

gastamos mais e mais dos recursos do meio ambiente. A vida humana, que continua

com a mesma herança cultural, agora se desenvolve num cenário de carência de

recursos. Os recursos do planeta são finitos. A sociedade humana sofre pressão

irresistível dos aspectos familiares da vida e em decorrência está mudando:

desorganização social, atritos, desmoralização das instituições, segundo Catton, tudo

indica que os conflitos irão aumentar. Parece que a movimentação social ocorrida a

partir de junho de 2013 no Brasil seja um exemplo destas mudanças.

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

4. À GUISA DE CONCLUSÃO

Talvez a imagem que melhor represente a interdependência entre os seres

habitantes do planeta terra seja a imagem da “teia da vida” descrita por Thomson.

Assim como a ideia de fragilidade contida numa teia, também me parece ser o

equilíbrio da vida. As partes constituintes passam a impressão de instabilidade. Basta

puxar um dos fios da teia para que a trama toda se desfaça. Ratifica o conceito do

“efeito borboleta” 6, amplamente utilizado na descrição de inter-relacionamentos,

onde qualquer movimento de uma parte afeta as demais. Entendo que este conceito é

intuitivo e não há como refutar sua validade. Concordamos que não temos como

avaliar a extensão das influências mútuas homem-ambiente. Uma agressão à

natureza, como por exemplo, a extração de minério de ferro por anos a fio no

quadrilátero ferrífero reconfigurou montanhas de Minas Gerais, a ponto de não mais

se perceber que são montanhas. Com certeza os efeitos não se restringem a topologia,

mas afetam também às populações do entorno.

Foi no sentido de verificar efeitos urbanos de desequilíbrios que Park e

Burgess estudaram a cidade de Chicago. De suas pesquisas ficou o legado da

compreensão da formação de nichos nas cidades, onde se observa o contraste de

áreas supervalorizadas e áreas degradadas. O zoneamento urbano do modelo de

Burgess nos permitiu entender os recentes fenômenos da megavalorização

imobiliária das cidades brasileiras, associada a expulsão dos menos favorecidos,

dentro dos processos de gentrificação. Pensamos que o modelo das zonas

concêntricas poderia ser mais bem explorado no sentido de ajudar a explicar as

cidades.

Com certeza Malthus foi demasiadamente alarmista quando elaborou sua

teoria demográfica, prevendo a chegada da fome no final do século XIX, devido ao

descompasso entre o crescimento populacional e a produção de alimentos. No

entanto, não podemos afirmar que ele estava completamente errado. O planeta terra

vem sendo utilizado muito acima de sua capacidade. Estudos empíricos mostram

que, por exemplo, os EUA consomem cinco vezes mais recursos em relação ao que

lhes caberia numa divisão equitativa. E é nesta linha que pesquisadores como Catton

e Dunlap desenvolveram suas teorias, cada qual a seu modo, sobre a necessidade de

repensar o consumo. Há hoje uma consciência ecológica em desenvolvimento.

Porém, como toda cultura, demandará muito tempo para ser assimilada como

conhecimento prático.

Acreditamos que cabe às ciências sociais um papel de relevância na

condução destas reflexões. Somente a partir de estudos da sociedade, das suas

motivações, da inflexibilidade da herança cultural que insiste em considerar o

planeta terra exatamente como foi no passado, poderemos reverter nosso

comportamento. Os sociólogos ambientais modernos lamentam não ter tido a

influência de Marx, Durkheim e Weber. A ausência de manifestações destes

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

pensadores sobre a influência do meio ambiente na sociedade, com certeza, retardou

uma aceitação mais completa das teorias ambientais hoje em vigor. É preciso,

entretanto, entender seus motivos - o mundo na sua época era pleno de recursos, não

representava riscos para a vida humana, portanto, não era um problema sociológico

a ser estudado.

]

NOTAS EXPLICATIVAS

1 Ressalvamos que o termo Capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl Marx, Proudhon,

Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para identificar o sistema político-econômico

existente na sociedade. Malthus não faz referências a esse termo na sua obra que, entretanto, menciona

fazendeiros e capitalistas que detendo a riqueza, a aumentavam com os lucros decorrentes do trabalho realizado

pelos pobres: “[...] farmers and capitalists are growing rich from the real cheapness of labour. Their increased

capitals enable them to employ a greater number of men. Work therefore may be plentiful, and the price of

labour would consequently rise”. (MALTHUS, 1798, p. 10). A economia de Marx tomou como ponto de partida

a obra de economistas britânicos de seu tempo, Adam Smith, David Ricardo e de Thomas Malthus.

2 A métafora matemática relacionando o crescimento populacional e a produção de alimentos é expressa

textualmente por Malthus:“Assuming then my postulata as granted, I say, that the power of population is

indefinitely greater than the power in the earth to produce subsistence for man Population, when unchecked,

increases in a geometrical ratio. Subsistence increases only in an arithmetical ratio. A slight acquaintance with

numbers will shew the immensity of the first power in comparison of the second.” (MALTHUS, 1798, p. 4).

(Grifos nossos). O fundamento de sua teoria populacional está em manter equilibrados o crescimento da

população e a produção de alimentos, que ele considera como poderes em oposição.

3 No original: The more we know of our surroundings the more we realize that nature is a vast system of

linkages, that isolation is impossible (THOMSON, 1909, p.47).

4 Os conceitos utilizados por Park para descrever a Ecologia humana, como simbiose, invasão, sucessão,

dominação, gradiente de crescimento, superordenação e subordinação, foram tomados emprestados da ciência da

ecologia natural.

5 Sucessão ecológica é o nome dado à sequência de comunidades, desde a colonização até a comunidade clímax,

de determinado ecossistema. Estas comunidades vão sofrendo mudanças ordenadas e graduais. As primeiras

plantas que se estabelecem (líquens, gramíneas) são denominadas pioneiras, e vão gradualmente sendo

substituídas por outras espécies de porte médio (arbustos), até que as condições ambientais chegam a uma

comunidade clímax (árvores grandes), apresentando uma diversidade compatível com as características daquele

ambiente. Nesta fase, o ecossistema entra em equilíbrio com o meio. 6 Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos

(STIX, 1999). Analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz, segundo a cultura popular, o bater de

asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas. O efeito borboleta encontra

aplicações em qualquer área das ciências, incluindo a sociologia.

REFERÊNCIAS

Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas

ISSN 2238-1627, Ano III, Nº 7, agosto de 2013

BROWN, N. Robert Park and Ernest Burgess: Urban Ecology Studies, 1925. In Center for Spatially

Integrated Social Science. Disponível em: <http://www.csiss.org/classics/content/26>. Acesso em: 21

set. 2013.

BUTTEL, F. H. A sociologia e o meio ambiente: um caminho tortuoso rumo à ecologia humana.

Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, v. 15, p. 69–94, 1992.

CAMERON, L. et al. Little Emperors: Behavioral Impacts of China’s One-Child Policy. Science, v.

339, n. 6122, p. 953–957, 10 jan. 2013. Acesso em: 20 nov. 2013.

CATTON, W. R.; DUNLAP, R. E. Environmental Sociology: A new paradigm. The American

Sociologist, v. 13, p. 41–49, fev. 1978. Acesso em: 20 nov. 2013.

______. Environmental Sociology. In Annual Review of Sociology, v. 5, p. 243–273, 1979.

CATTON, W. R. Overshoot: the ecological basis of revolutionary change. Urbana: University of

Illinois Press, 1982.

D’ ENTREMONT, A. A actual situação demográfica na Europa. In Portal VER - Valores, ética e

responsabilidade. Disponível em:

<http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1471&a=Actualidade>. Acesso em: 20 nov. 2013.

DUNLAP, Riley E. Promoting a paradigm change: reflections on early contributions to environmental

sociology. In Organization & Environment. Vol. 21 n.4, Dec. 2008.

KINKARTZ, S. Crescimento populacional e o desafio da alimentação. In Deutsch Welle online.

Disponível em: <http://www.dw.de/crescimento-populacional-e-o-desafio-da-

alimenta%C3%A7%C3%A3o/a-15486766>. Acesso em: 20 nov. 2013.

MALTHUS, T. R. An essay on the principle of population. London: J. Johnson, 1798. Disponível em:

<http://222.177.245.237:8082/books/2011/P0/23140.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013.

PARK, R. E. Human Ecology. Human Communities: The City and Human Ecology. New York: Free

Press, 1952. Cap. 12. P. 145–158.

PARK, R. E.; BURGESS, E.; MCKENZIE, R. D. The City. Chicago: The University Chicago Press,

1925. Disponível em: <https://archive.org/details/TheCityRobertEPark>. Acesso em: 20 nov. 2013.

POLÍTICA DO FILHO ÚNICO AFETA COMPORTAMENTO NA CHINA. In Portal G1 - Ciência e

Saúde. Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/01/politica-do-filho-unico-

afeta-comportamento-na-china-diz-estudo.html>. Acesso em: 20 nov. 2013.

STIX, Gary. The butterfly effect. In Scientific American. 19 ago 1999. Disponível em: http://www.ask-

force.org/web/Bt/Stix-Scientific-American-Monarch-1999.pdf. Acesso em 13 set 2013.

THOMSON, J. A. Darwinism and human life - The South African Lectures for 1909. Londres:

Andrew Melrose, 1909a.