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MOGI DAS CRUZES, DOMINGO, 25 DE JANEIRO DE 2009 O DIÁRIO DO INSTltUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SAO PAULO [email protected] CARTA A UM AMIGO A uma prima querida Maria José Alves Franco, minha querida prima Zezé Me foi muito gratificante o encontro desta sexta-feira, quan- do você reuniu a todos para a comemoração - permita-me a indiscrição - de seus 8o anos. A todos é modo de dizer, pois so- mos hoje para de íoo os des- cendentes de nossos avós mater- nos, Nenê e Leôncio Arouche de Toledo. Mas a oportunidade me serviu para muitas lembranças. Não são saudades, são lembran- ças que nos trouxeram até aqui e explicam, na essência, os nossos filhos e netos. Minha mãe, do alto de seus 92 anos, diz que nos- so avô, que "tinha muito orgulho dos filhos, teria mais orgulho ainda dos netos, bisnetos e tata- ranetos". E o que ocorre comigo em relação aos filhos e à neta; sei também que com você a respeito de seus filhos e netos. Fui buscar nos meus guar- dados algumas fotos que seu irmão Nabor tem feito a gentile- za de me abastecer. E com elas à vista passeei pela memória. Andei pela Mogi das Cruzes da minha infância e adolescência. Eu então vivia, com meus pais e irmãos, na Rua Isabel de Bra- gança (até 1969). Você, com seu marido Roberto e os filhos, na Rua Coronel Souza Franco, pró- ximo à casa de seus pais, Maria Aparecida e Benedito Alves, na esquina com a Dr. Corrêa. Mas, REMINISCÊNCIAS - Maria José Alves Franco - Zezé - em 2 momentos familiares: na primeira foto (1941), ela está sentada na fila do meio, entre o primo José Luiz e o irmão Fábio; na segunda (1950), na escadaria do solar da Rua José Bonifácio, ela sorri no meio da foto, à frente do marido também sorrindo Roberto Franco e atrás do primo José Luiz. a nossa matriz era mesmo o casarão de nossos avós na Rua José Bonifácio. Era ali que nos cruzávamos para os almoços de domingo e as comemorações de Natal; também para assistir às procissões e os desfiles, fossem os cívicos ou a Entrada dos Pal- mitos na Festa do Divino. E hoje fico imaginando que poder tinham nossos avós ao criar ambientes ideais para gera- ções distintas. Afinal, ali se reu- niam os filhos - nossos pais - e os seus próprios - nossos primos - sem que houvesse barreiras para nenhum deles. Lembro-me de, certa tarde, passar correndo entre meu avô e tios José e Tico; eles conversavam assunto sério, imagino. Pararam de pronto para me perguntar, os três jun- tos: você quer alguma coisa? Dis- se não e continuei correndo para a varanda dos quartos, aquela mesma onde tantas vezes pula- mos amarelinha. No alpendre, espaço maior ao lado do gabi- nete de leitura (que depois virou sala de TV), lembro-me de ter pe- dido um drops para o namorado de uma prima que conversava com ela. Juro, não sei se era você ou Ines Maria. Poderia também ser tia Cecília. Minha memória já não é a mesma. Nesta minha incursão estive também na casa de seus pais, a construção em meio a jardins e varandas por onde passei tantas vezes e recordei-me dos poucos meses, no início de 1975, quan- do fomos vizinhos na Rua Coro- nel Souza Franco. Sou-lhe grato pela oportuni- dade de sexta-feira. Um beijo do Chico MOGI DE A A Z Ação entre amigos - II Na sequência das anotações dadas a público no domingo passado acerca do costume local de se fazer ações entre amigos para tudo que fosse possível (de baile de formatura a aniversário; de pagamento de conta de hospital a bloco carna- valesco; de contribuição para lua-de-mel a ajuda para sepul- tamento), curioso o pequeno volume que me chega às mãos. Não mais do que 50 páginas em papel ofício, com registros de contribuições destinadas às co- memorações do Dia do Funcio- nário Público e do aniversário de Waldemar Costa Filho, o po- lítico mineiro que imperou na Cidade de 1969 a 2000 e mor- reu apenas 4 meses depois de cumprir seu quarto mandato como prefeito. Os primeiros registros di- zem respeito à festa progra- mada para o dia 28 de outubro de 1972, no sítio do dr. Miguel Nagib (Estrada da Volta Fria), para comemorar o Dia do Fun- cionário Público. Foi aberto um Livro de Ouro prevendo 179 contribuições; apenas 19 foram preenchidas. Com valor máxi- mo de Cr$ 50,00 (equivalentes na época a US$ 8,20 - R$ 20,00 hoje) e mínimo de Cr$ 20,00. 0 primeiro contribuinte foi o vice-prefeito de então, José Li- mongi Sobrinho, seguindo-se Benedito Souza Lima, Major Franco, Coronel Neves, Milton Peixoto, Paulo Pires, Frei Iná- cio, Dona Maria José, Dona Beninha, Luiz Teixeira, Argeu Batalha, Dr. Bento, Jonatas Ca- pella, Benedito Galhardo Segu- ra, Iracema Brasil de Siqueira, Maria Elenise da Silva, Hélio Luiz Bangel, Wilson Bourg e Colella. Fora do Livro de Ouro há anotações dando conta de outras 28 contribuições de va- lor semelhante. Na organizações da festa há anotações valiosíssimas. Como esta: "Toninho -10 horas pegar a Banda Santa Cecília. Deixar condução disponível para 100 pessoas no Largo do Mictório; o resto deixa que eu me viro". Estas anotações são feitas no verso de papel oficial do que, se supõe, sejam folhas de livro caixa da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes. Na festa desse ano (1972), os funcionários públicos consumi- ram 30 dúzias de cerveja, 30 dú- e zias de refrigerante e 160 litros de chopp, fornecidos por Artur dos Santos Ltda. Mediante a paga de Cr$ 978,80 (equivalente a US$162). Ainda em 1972 houve uma outra comemoração, desta feita para festejar o 50 a ani- versário do então prefeito Wal- demar Costa Filho, no dia 3 de junho. Pelas anotações, deve ter sido bem mais fácil levan- tar recursos para a festa de aniversário do prefeito do que para comemorar o Dia do Fun- cionário Público. Para o ani- versário, a maior contribuição foi de Cr$ 2.000,00 (equiva- lentes na época a US$ 338,00 - R$ 811,00 hoje) oferecida, entre outros, por Haroldo Pa- van, Junji Abe, Shiguenory Ide, Jogi Shigueno, Shozo Shi- momura e Hayaki Matsumoto. Na linha de Cr$ 1.000,00 con- tribuíram, entre outros: Akio Iyzuka, Kenzi Shimizu, Minor Harada, Anésio Urbano, Er- nâni Bicudo de Paula, Glauco de Lorenzi, Henrique Borens- tein, José de Lourdes Cardoso Pereira, Maurício Chermann, Fujitaro Nagao, Pedro Bonelli, Antonio Eroles e Waldemar Scavone. Miguel Nagib entrou com Cr$ 200,00, o mesmo que Nilo Garcia, Alcides da Silva e Fernando Namura. 0 atual chanceler da UMC, Manoel Bezerra de Melo, na época deputado federal, contribuiu com Cr$ 400,00 (cerca de US$ 67,00). A festa foi marcada para as i2h30 do sábado (3 de junho), com um churrasco no Parque Municipal da Serra do Itapeti. O balanço mostra uma arreca- dação de Cr$ 56.580,00 (per- to de US$ 10 mil) e despesas de Cr$ 58.050,00 - déficit de Cr$ 1.470,00. No balanço registro de um pagamento de Cr$ 50.000,00 feito a Hilário Villar, então o concessionário Ford na Cidade. No ano seguinte (1973), o mesmo grupo voltou a se coti- zar para promover a festa de aniversário do político, que en- tão já havia deixado o cargo de prefeito de Mogi das Cruzes. E, desta feita, ninguém entrou com Cr$ 2.000,00 (Cláudio Abraão, Maurício Chermann e Ernâni Bicudo de Paula deram Cr$ 1 mil cada um); Pedro Ero- les ofereceu Cr$ 500,00. contribuições miúdas em lis- tas subscritas por coordenado- res de pontos de táxi, nas quais os motoristas entram com Cr$ 20,00 cada um. Nas primeiras décadas do natórjos-verdadeiras cidades, Padre Bento. Os dois tinham sim: em petição de miséria. Já século passado a lianseníase com prefeito, delegado, proles- seus-próprios teatros, jóias ar- <> Teatro São Bento, em Gua- era uma moléstia que preocu- sores, médicos, enfermeiros e qiiitetônicas que. com o passai' ralhos, loi lui pouco restatira- era uma moléstia que preocu- pava a todos. Sem cura defini- tiva c considerada altamente contagiosa, impunha aos pa- cientes o absoluto isolamento. Foi assim que surgiram os sa- sores. medicos, ontormeiros e teatro. Um deles lícou em Mogi das Cruzes. Era o Sanatório de Santo Angelo, hoje I fospital Ar- naldo Pozzuti Cavalcanti. Ou- tro, em Guarulhos: o Sanatório do tempo o as conquistas cien- tíficas no trato da hanseníase, acabaram abandonados. 0 Teatro Santo Angelo, em Mogi das Cruzes, continua as- : N e— do e reaberto por conta de um projeto que custou para lá de R$ 3 milhões, bancado com recursos da l.ci de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), CA - 0 Teatro Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, segue ' abandonado e esquecido em uma cidade que ignora sua história. SER MOGIANO É.... ... chamar o Centro Cívico de "Chácara da Yayá" 0 MELHOR DE MOGI A Barragem de Ponte Nova, entre Biritiba Mirim e Salesópolis. Inaugurada em 1969 pelo então governador Abreu Sodré, tem um dos melhores hotéis da região. Pena que restrito a convidados especiais dos seus administradores. Foi a primeira das barragens regularizadoras do Alto Tietê a ficar pronta e pontificou por muitos anos como a única. 0 PIOR DE MOGI A poluição visual na Rua Coronel Souza Franco. Tudo bem que comerciante precise anunciar sua loja, mas a disputa que eles fazem na Coronel em nada colabora para o chamado "mobiliário urbano" da cidade. Cartazes mais discretos e de melhor produção teriam mais efeito. - 0 Teatro Padre Bento, em Guarulhos, segue restaurado, abrigando uma intensa programação cultural e artística.

CARTA A UM AMIGO A uma prima queridachicoornellas.com.br/pdf/2009/01-25-2009.pdfMOGI DAS CRUZES, DOMINGO 25 DE, JANEIR DOE 2009 O DIÁRIO DO INSTltUT HISTÓRICO EO GEOGRÁFICO DE SAO

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MOGI DAS CRUZES, DOMINGO, 25 DE JANEIRO DE 2009 O D I Á R I O

DO INSTltUTO H I S T Ó R I C O E G E O G R Á F I C O DE SAO PAULO [email protected]

CARTA A UM AMIGO

A uma prima querida Maria José Alves Franco, minha querida prima Zezé

Me foi muito gratificante o encontro desta sexta-feira, quan­do você reuniu a todos para a comemoração - permita-me a indiscrição - de seus 8o anos. A todos é modo de dizer, pois so­mos hoje para lá de íoo os des­cendentes de nossos avós mater­nos, Nenê e Leôncio Arouche de Toledo. Mas a oportunidade me serviu para muitas lembranças. Não são saudades, são lembran­ças que nos trouxeram até aqui e explicam, na essência, os nossos filhos e netos. Minha mãe, do alto de seus 92 anos, diz que nos­so avô, que "tinha muito orgulho dos filhos, teria mais orgulho ainda dos netos, bisnetos e tata-ranetos". E o que ocorre comigo em relação aos filhos e à neta; sei também que com você a respeito de seus filhos e netos.

Fui buscar nos meus guar­dados algumas fotos que seu irmão Nabor tem feito a gentile­za de me abastecer. E com elas à vista passeei pela memória. Andei pela Mogi das Cruzes da minha infância e adolescência. Eu então vivia, com meus pais e irmãos, na Rua Isabel de Bra­gança (até 1969). Você, com seu marido Roberto e os filhos, na Rua Coronel Souza Franco, pró­ximo à casa de seus pais, Maria Aparecida e Benedito Alves, na esquina com a Dr. Corrêa. Mas,

REMINISCÊNCIAS - Maria José Alves Franco - Zezé - em 2 momentos familiares: na primeira foto (1941), ela está sentada na fila do meio, entre o primo José Luiz e o irmão Fábio; na segunda (1950), na escadaria do solar da Rua José Bonifácio, ela sorri no meio da foto, à frente do marido também sorrindo Roberto Franco e atrás do primo José Luiz.

a nossa matriz era mesmo o casarão de nossos avós na Rua José Bonifácio. Era ali que nos cruzávamos para os almoços de domingo e as comemorações de Natal; também para assistir às procissões e os desfiles, fossem os cívicos ou a Entrada dos Pal­mitos na Festa do Divino.

E hoje fico imaginando que

poder tinham nossos avós ao criar ambientes ideais para gera­ções distintas. Afinal, ali se reu­niam os filhos - nossos pais - e os seus próprios - nossos primos - sem que houvesse barreiras para nenhum deles. Lembro-me de, certa tarde, passar correndo entre meu avô e tios José e Tico; eles conversavam assunto sério,

imagino. Pararam de pronto para me perguntar, os três jun­tos: você quer alguma coisa? Dis­se não e continuei correndo para a varanda dos quartos, aquela mesma onde tantas vezes pula­mos amarelinha. No alpendre, espaço maior ao lado do gabi­nete de leitura (que depois virou sala de TV), lembro-me de ter pe­

dido um drops para o namorado de uma prima que conversava com ela. Juro, não sei se era você ou Ines Maria. Poderia também ser tia Cecília. Minha memória já não é a mesma.

Nesta minha incursão estive também na casa de seus pais, a construção em meio a jardins e

varandas por onde passei tantas vezes e recordei-me dos poucos meses, no início de 1975, quan­do fomos vizinhos na Rua Coro­nel Souza Franco.

Sou-lhe grato pela oportuni­dade de sexta-feira.

Um beijo do Chico

MOGI DE A A Z

Ação entre amigos - II Na sequência das anotações

dadas a público no domingo passado acerca do costume local de se fazer ações entre amigos para tudo que fosse possível (de baile de formatura a aniversário; de pagamento de conta de hospital a bloco carna­valesco; de contribuição para lua-de-mel a ajuda para sepul-tamento), curioso o pequeno volume que me chega às mãos. Não mais do que 50 páginas em papel ofício, com registros de contribuições destinadas às co­memorações do Dia do Funcio­nário Público e do aniversário de Waldemar Costa Filho, o po­lítico mineiro que imperou na Cidade de 1969 a 2000 e mor­reu apenas 4 meses depois de cumprir seu quarto mandato como prefeito.

Os primeiros registros di­zem respeito à festa progra­mada para o dia 28 de outubro de 1972, no sítio do dr. Miguel Nagib (Estrada da Volta Fria), para comemorar o Dia do Fun­cionário Público. Foi aberto um Livro de Ouro prevendo 179 contribuições; apenas 19 foram preenchidas. Com valor máxi­mo de Cr$ 50,00 (equivalentes na época a US$ 8,20 - R$ 20,00 hoje) e mínimo de Cr$ 20,00. 0 primeiro contribuinte foi o vice-prefeito de então, José L i -mongi Sobrinho, seguindo-se Benedito Souza Lima, Major Franco, Coronel Neves, Milton Peixoto, Paulo Pires, Frei Iná­cio, Dona Maria José, Dona Beninha, Luiz Teixeira, Argeu Batalha, Dr. Bento, Jonatas Ca­pella, Benedito Galhardo Segu­ra, Iracema Brasil de Siqueira,

Maria Elenise da Silva, Hélio Luiz Bangel, Wilson Bourg e Colella. Fora do Livro de Ouro há anotações dando conta de outras 28 contribuições de va­lor semelhante.

Na organizações da festa há anotações valiosíssimas. Como esta: "Toninho -10 horas pegar a Banda Santa Cecília. Deixar condução disponível para 100 pessoas no Largo do Mictório; o resto deixa que eu me viro". Estas anotações são feitas no verso de papel oficial do que, se supõe, sejam folhas de livro caixa da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes.

Na festa desse ano (1972), os funcionários públicos consumi­ram 30 dúzias de cerveja, 30 dú-

Lá e cá

zias de refrigerante e 160 litros de chopp, fornecidos por Artur dos Santos Ltda. Mediante a paga de Cr$ 978,80 (equivalente a US$162).

Ainda em 1972 houve uma outra comemoração, desta feita para festejar o 5 0 a ani­versário do então prefeito Wal­demar Costa Filho, no dia 3 de junho. Pelas anotações, deve ter sido bem mais fácil levan­tar recursos para a festa de aniversário do prefeito do que para comemorar o Dia do Fun­cionário Público. Para o ani­versário, a maior contribuição foi de Cr$ 2.000,00 (equiva­lentes na época a US$ 338,00 - R$ 811,00 hoje) oferecida, entre outros, por Haroldo Pa­

van, Junji Abe, Shiguenory Ide, Jogi Shigueno, Shozo Shi-momura e Hayaki Matsumoto. Na l inha de Cr$ 1.000,00 con­tribuíram, entre outros: Akio Iyzuka, Kenzi Shimizu, Minor Harada, Anésio Urbano, Er­nâni Bicudo de Paula, Glauco de Lorenzi, Henrique Borens-tein, José de Lourdes Cardoso Pereira, Maurício Chermann, Fujitaro Nagao, Pedro Bonelli , Antonio Eroles e Waldemar Scavone. Miguel Nagib entrou com Cr$ 200,00, o mesmo que Nilo Garcia, Alcides da Silva e Fernando Namura. 0 atual chanceler da UMC, Manoel Bezerra de Melo, na época deputado federal, contribuiu com Cr$ 400,00 (cerca de US$ 67,00).

A festa foi marcada para as i2h30 do sábado (3 de junho), com um churrasco no Parque Municipal da Serra do Itapeti.

O balanço mostra uma arreca­dação de Cr$ 56.580,00 (per­to de US$ 10 mil) e despesas de Cr$ 58.050,00 - déficit de Cr$ 1.470,00. No balanço há registro de um pagamento de Cr$ 50.000,00 feito a Hilário Villar, então o concessionário Ford na Cidade.

No ano seguinte (1973), o mesmo grupo voltou a se coti­zar para promover a festa de aniversário do político, que en­tão já havia deixado o cargo de prefeito de Mogi das Cruzes. E, desta feita, ninguém entrou com Cr$ 2.000,00 (Cláudio Abraão, Maurício Chermann e Ernâni Bicudo de Paula deram Cr$ 1 mi l cada um); Pedro Ero­les ofereceu Cr$ 500,00. Há contribuições miúdas em lis­tas subscritas por coordenado­res de pontos de táxi, nas quais os motoristas entram com Cr$ 20,00 cada um.

Nas primeiras décadas do natórjos-verdadeiras cidades, Padre Bento. Os dois tinham sim: em petição de miséria. Já século passado a lianseníase com prefeito, delegado, proles- seus-próprios teatros, jóias ar- <> Teatro São Bento, em Gua-era uma moléstia que preocu- sores, médicos, enfermeiros e qiiitetônicas que. com o passai' ralhos, loi lui pouco restatira-era uma moléstia que preocu­pava a todos. Sem cura defini­tiva c considerada altamente contagiosa, impunha aos pa­cientes o absoluto isolamento. Foi assim que surgiram os sa-

sores. medicos, ontormeiros e teatro. Um deles lícou em Mogi das Cruzes. Era o Sanatório de Santo Angelo, hoje I fospital Ar­naldo Pozzuti Cavalcanti. Ou­tro, em Guarulhos: o Sanatório

do tempo o as conquistas cien­tíficas no trato da hanseníase, acabaram abandonados.

0 Teatro Santo Angelo, em Mogi das Cruzes, continua as-

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do e reaberto por conta de um projeto que custou para lá de R$ 3 milhões, bancado com recursos da l.ci de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet),

CA - 0 Teatro Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, segue

' abandonado e esquecido em uma cidade que ignora sua história.

SER MOGIANO É.... ... chamar o Centro Cívico de "Chácara da Y a y á "

0 MELHOR DE MOGI A Barragem de Ponte Nova, entre Biritiba Mirim e Salesópolis. Inaugurada em 1969 pelo então governador Abreu Sodré, tem um dos melhores hotéis da região. Pena que restrito a convidados especiais dos seus administradores. Foi a primeira das barragens regularizadoras do Alto Tietê a ficar pronta e pontificou por muitos anos como a única.

0 PIOR DE MOGI A poluição visual na Rua Coronel Souza Franco. Tudo bem que comerciante precise anunciar sua loja, mas a disputa que eles fazem na Coronel em nada colabora para o chamado "mobiliário urbano" da cidade. Cartazes mais discretos e de melhor produção teriam mais efeito.

LÁ - 0 Teatro Padre Bento, em Guarulhos, segue restaurado, abrigando uma intensa programação cultural e artística.