carvoejamento

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ASSOCIAÇÃO PLANTAS DO NORDESTE – APNECURSO CARVOEJAMENTO

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RELATÓRIO DO CURSO DE CARVOEJAMENTORELATÓRIO DO CURSO DE CARVOEJAMENTORELATÓRIO DO CURSO DE CARVOEJAMENTORELATÓRIO DO CURSO DE CARVOEJAMENTO

1. Identificação1. Identificação1. Identificação1. Identificação

Curso:Curso:Curso:Curso: Construção e Operação de Forno Rabo Quente MelhoradoLocalLocalLocalLocal: Fazenda Brejinho, Betânia - PEPeríodoPeríodoPeríodoPeríodo: 1° etapa 27 a 01/12/2006

2° etapa 11 e 12/12/2006Instrutor:Instrutor:Instrutor:Instrutor: Enrique Riegelhaupt

2. Introdução2. Introdução2. Introdução2. Introdução

Sabe-se que uma característica importante da atividade florestal é a sua

complementariedade com a agricultura, pois, se realiza com mais intensidade no períodoseco. A exploração florestal surge então como uma alternativa viável para dar ocupação àmão-de-obra excedente nos períodos de seca. O carvão vegetal representa hoje umaimportante fonte energética no Brasil. De acordo com o Ministério de Minas Energia,equivale a 12,9% do total da energia primaria consumida no país. Para garantir o constanteabastecimento de carvão vegetal, torna-se fundamental a implementação do manejoflorestal como fonte legal e sustentável de matéria-prima, e, por outro lado, oaperfeiçoamento das técnicas de produção e a capacitação dos recursos humanos.

A realização do curso de capacitação de produtores e técnicos na tecnologia decarvoejamento com fornos melhorados é um objetivo do Projeto Assentamentos.Sabe-se que o carvão produzido rudimentar de forma rudimentar na região, com

fornos de tipo “caieira”, de baixa eficiência de conversão e altos riscos para a saúdedos carvoeiros. E também que existe uma demanda regional de carvão de altaqualidade para a industria siderúrgica.

3. Objetivo3. Objetivo3. Objetivo3. Objetivo

O objetivo do curso foi capacitar técnicos e produtores envolvidos no Projeto de Assentamentos (PA´s) dos municípios de Serra Talhada, Betânia e Cuité-PB , na construçãoe operação do forno de carvão Rabo Quente Melhorado.

4. Recursos Humanos4. Recursos Humanos4. Recursos Humanos4. Recursos Humanos

Instrutor:Instrutor:Instrutor:Instrutor:

o Enrique Riegelhaupt

Participantes:Participantes:Participantes:Participantes:

o 13 produtores dos PA`s Brejinho – Betânia – PE;o 08 produtores dos PA`s Paraíso, Catolé, Poldrinhos e Laginha - Serra Talhada - PE;






o 01 produtor do PA Brandão do município de Cuité – PB;o 02 técnicos agrícola APNE (nível médio);o 01 Agrônomo da SOS Sertão (nível superior);o 02 Eng.º Florestais APNE (nível superior).

NOMES DOS PARTICIPANTESNOMES DOS PARTICIPANTESNOMES DOS PARTICIPANTESNOMES DOS PARTICIPANTES

Quadro 1.Quadro 1.Quadro 1.Quadro 1. Lista de Produtores

Quadro 2.Quadro 2.Quadro 2.Quadro 2. técnicos nível médioTécnicoTécnicoTécnicoTécnico FormçaçãoFormçaçãoFormçaçãoFormçação InstituiçãoInstituiçãoInstituiçãoInstituição

1 Edílson Sebastião da Silva Agrícola APNE2 Josenilson Laurentino da Silva Agrícola APNE

Quadro 3. técnicos nível superior TécnicoTécnicoTécnicoTécnico FormçaçFormçaçFormçaçFormçaçãoãoãoão InstituiçãoInstituiçãoInstituiçãoInstituição

1 Danilo Gomes Soares Eng.º Florestal APNE2 João Paulo Ferreira da Silva Eng.º Florestal APNE3 Gaudêncio Agrônomo SOS Sertão

5. Recursos Materiais5. Recursos Materiais5. Recursos Materiais5. Recursos Materiaiso Gabaritoo Carros de mãoo Baldeso Colheres de pedreiroo Mangueira de nívelo Pá, picareta e enxadas

ProdutorProdutorProdutorProdutor PA PA PA PA MunicípioMunicípioMunicípioMunicípio EstadoEstadoEstadoEstado1 Anízio Antônio da Silva Brejinho Betânia PE2 Luiz Arruda Sobrinho Brejinho Betânia PE3 Inocêncio Antônio da Silva Brejinho Betânia PE4 Daniel Brejinho Betânia PE5 Sérgio Leite da Silva Brejinho Betânia PE6 Severino Leite da Silva Brejinho Betânia PE7 Selmo Brejinho Betânia PE8 Raimundo José da Silva Brejinho Betânia PE9 Paulo Jean Brejinho Betânia PE10 Nilson Brejinho Betânia PE11 Antônio Ozires da Silva Brejinho Betânia PE12 José Arruda Brejinho Betânia PE13 José Pereira da Silva Poldrinho Serra Talhada PE14 Manoel Carvalho Caboclo Poldrinho Serra Talhada PE15 Izaías José Nascimento Catolé Serra Talhada PE16 Cícero Medeiros de Souza Catolé Serra Talhada PE17 José de Souza do Nascimento Laginha Serra Talhada PE18 Francisco Silva Rodrigues Laginha Serra Talhada PE

19 Galdino Miguel da Silva Paraíso Serra Talhada PE20 Ednaldo Galdino da Silva Paraíso Serra Talhada PE21 Brandão Cuité PB






o Marteloso 2500 tijolos batidos (podem ser de 5 ou 6 cm de grossura) para cada fornoo 02 metros de barroo meio metro de areia e mil litros de água para cada forno

6. Metodologia6. Metodologia6. Metodologia6. MetodologiaSeguem abaixo as etapas e insumos utilizados no desenvolvimento do curso.

Quadro 4.Quadro 4.Quadro 4.Quadro 4. Cronograma de realização e insumos utilizados.

Dia e HoraDia e HoraDia e HoraDia e Hora Atividade Atividade Atividade Atividade InsumosInsumosInsumosInsumos

2 ª, 28 nov.7 a 12 h

Traslado a BrejinhoCarro, 2 gabaritos, papel, lapiz pincel, fitabranca, 3 lonas 4 x 4 ou maior, 3 tampasde tambor 200 l, garfo de 12 pontas

2 ª, 28 nov.13 a 17 h

Construção Forno 1

(nivelamento, alicerce,aberturas, inicio deparede)

8 mil tijolos, 1 m3 barro, ½ m3 areia, 2carroças de mão, 400 litros de água, 4

enxadas, 4 pás, 2 picaretas, mangueira denível, 4 colheres pedreiro, 2 marretas, 2peneiras, tela de mosquiteiro, cordas, 6latoes, 3 garrafoes de água

3ª. 29 nov.6 a 11 h

Construção Forno 18 tabuas de 2,5 m e cavaletes paraandaime,

3ª, 29 nov.14 a 17 h

Construção Forno 1Escada, duas escovas ou brochas, 40 kgcal, 20 kg cimento,

3ª, 29 nov.final datarde

Chegada dosparticipantes

Alojamento

4ª, 30 nov.6 a 11 h

Construção Forno 1Inicio Fornos 2 e 3 Transporte para 15 pessoas, almoço.

4ª, 30 nov.14 a 17 h

Construção 3 fornosTransporte e medição delenha

Duas carroças de boi, balança de 100 kg

5ª, 01 dez.6 a 11 h

Enchimento do Forno 1.Construção Fornos 2 e 3

15 metros de lenha, 4 facões, 2 machados,lima ou pedra de amolar

5ª, 01 dez13 a 17 h

Acendimento Forno 1Construção Fornos 2 e 3

Almoço

6ª, 01 dez6 a 11 h

Controle Forno 1Construção Fornos 2 e 3

6ª, 01 dez

14 a 17 h

Controle Forno 1

Construção Fornos 2 e 3 AlmoçoSeg. 11 dez6 a 11 h

Extração e pesagem docarvão e construção doforno JG.

Café da manha e almoco

Ter 12 Construção do forno JG.Material de construção, Café da manha ealmoço






6.1 6.1 6.1 6.1 Capacitação na construção:

o Objetivo conseguido 95%.o Faltou demonstrar como seria feito o reboco com cal e cimento.

6.1 6.1 6.1 6.1 Capacitação na operação:

o conseguido 95%.o Faltou acompanhamento da queima, fechamento do forno.

6.36.36.36.3 Medição da produtividade nas operações:

o Bbaldeio: não realizado, porque a lenha estava próxima ao fornoo Carregamento de lenha: 3 horas, 5 pessoas;o Carvoejamento: não medidoo Descarregamento de carvão: 2 horas, 2 pessoas.

6.46.46.46.4 Analise dos custos e da rentabilidade de produção de carvão (ver item 7);

Etapas da Construção do forno1 Escolha do local e planejamento da bateria ;2 Qualidade e quantidade dos tijolos ;3 Escolha de barro e areia, preparo da massa;4 Nivelamento do terreno;5 Marcação da base;6 Uso do gabarito;7 Cuidados com o alicerce;8 Aberturas para porta, chaminé e tatus;9 Cuidados na construção da parede;

10 Cuidados na construção da chaminé;11 Reboco;12 Reboco fino;13 Piso;

Etapas da produção de carvão 1 Escolha da lenha;

2 Medição da lenha;3 Preparação da lenha;4 Arrumação da grade;5 Carregamento da lenha;6 Fechamento da porta;7 Controle da queima;8 Vedação e resfriamento;9 Abertura do forno;10 Descarregamento;11 Armazenamento do carvão;






7. Resultados obtidos7. Resultados obtidos7. Resultados obtidos7. Resultados obtidos

7.1 Avaliação do processo de formação7.1 Avaliação do processo de formação7.1 Avaliação do processo de formação7.1 Avaliação do processo de formação

RESULTADOSRESULTADOSRESULTADOSRESULTADOS CAPACITADORESCAPACITADORESCAPACITADORESCAPACITADORESCOMPLETAMENTECOMPLETAMENTECOMPLETAMENTECOMPLETAMENTE

CAPACITADOSCAPACITADOSCAPACITADOSCAPACITADOSNÃO TOTALMENTENÃO TOTALMENTENÃO TOTALMENTENÃO TOTALMENTE

CAPACITADOSCAPACITADOSCAPACITADOSCAPACITADOS

PRODUTORES (20)PRODUTORES (20)PRODUTORES (20)PRODUTORES (20)

Catolé: CíceroParaíso: 1Brejinho: AnísioParaíba: Cuité 1

12 4

TECNICOS (2)TECNICOS (2)TECNICOS (2)TECNICOS (2) Só construção 2

PROFISIONAIS (3)PROFISIONAIS (3)PROFISIONAIS (3)PROFISIONAIS (3)Só construção, faltaoperação 2

2 1 (PB)

Capacitadores:Capacitadores:Capacitadores:Capacitadores: Aptos a capacitar outras pessoas;Completamente Capacitados:Completamente Capacitados:Completamente Capacitados:Completamente Capacitados: dominam a tecnologia, porém não tem perfil de capacitadores;

O quadro abaixo apresenta o nível de capacitação obtido nas diversas etapas da construçãodo forno.

- escolha do local e planejamento da bateria OK - qualidade e quantidade dos tijolos OK - escolha de barro e areia, preparo da massa OK - nivelamento do terreno OK

- marcação da base OK - uso do gabarito OK - cuidados com o alicerce OK - aberturas para porta, chaminé e tatus OK - cuidados na construção da parede OK - cuidados na construção da chaminé OK - reboco OK - reboco fino NAO- piso NAO- tampa OK

Por sua vez, o quadro abaixo apresenta o nível de capacitação obtido nas etapas deprodução.

- escolha da lenha OK - medição da lenha OK - preparação da lenha OK - arrumação da grade OK - carregamento da lenha OK - fechamento da porta OK - controle da queima SÓ O PRINCIPIO, 4 HORAS- vedação e resfriamento SÓ TEORICO






- abertura do forno OK - descarregamento OK - armazenamento do carvão SÓ TEORICO

7.2 7.2 7.2 7.2 Custo de Custo de Custo de Custo de Produção, Rendimento Produção, Rendimento Produção, Rendimento Produção, Rendimento,,,, Organização da Produção e Re Organização da Produção e Re Organização da Produção e Re Organização da Produção e Receitas: ceitas: ceitas: ceitas:

7.2.1 Custo de Produção:

Das etapas da construção do forno supracitadas no item 6.2, apenas não foramcumpridas o reboco fino e o piso que deve ser feito após a segunda ou terceira queima. Naocasião foram construídos dois fornos Rabo Quente Melhorado.O custo expresso na tabela abaixo foi deduzido de informações obtidas com os produtores(mão-de-obra e tijolos).

7.2.1.1 Construção do Forno:

Custo do forno TIJOLO 2 ½ MILHEIRO R$ 125,00Mão-de-obra R$ 225,00Trasnporte de água eBarro

R$ 50,00

TOTAL R$ 400,00

7.2.1.2 Rendimento:

A primeira fornada, foi carregada com 17 mst de lenha verde de 255 kg/mst,totalizando 4335 kg.

Medição de peso da lenha no assentamento BrejinhoMedição de peso da lenha no assentamento BrejinhoMedição de peso da lenha no assentamento BrejinhoMedição de peso da lenha no assentamento Brejinho

pilhapilhapilhapilha Volume Volume Volume Volume

mstmstmstmstPesoPesoPesoPesokgkgkgkg

peso do estéreopeso do estéreopeso do estéreopeso do estéreokg/mstkg/mstkg/mstkg/mst

1 1,16 274 236,22 0,97 332 342,33 1,15 367 319,14 1,26 273 216,7

MediaMediaMediaMedia 278,6278,6278,6278,6

desv. Padraodesv. Padraodesv. Padraodesv. Padrao 61,561,561,561,5erro padrão 30,7

A produção foi de 39 sacos, com 976 kg de carvão.O rendimento foi de 976 kg CV / 4355 kg de lenha = 0,225 kg de carvão por kg de

lenha (= 22,5%). O peso médio dos sacos foi de 25 kg e o rendimento volumétrico foi de2,29 sacos/mst.

Este baixo nível de rendimento pode ser devido a varias causas:






1. Lenha verde. A lenha foi cortada só dez dias antes da queima, sendo que arecomendação é cortar pelo menos 60 dias antes, para lograr secagem natural;

2. Queima com excesso de ar. Foi visível no interior do forno a presença de buracos napilha de carvão: um grande buraco com abundante cinza no centro e quatro buracos

menores perto de cada um dos suspiros. A conclusão é que se permitiu entrada de arem excesso durante a queima. Em futuras queimas, dois suspiros deverão serfechados, permitindo-se a entrada de ar só por três deles.

3. Forno “verde”. É normal que na primeira queima o rendimento seja menor, pelo fatodo forno conter certa umidade nas paredes.

4. Falta de piso. Deverá ser colocado um piso de tijolos para melhorar a eficiência..

7.2.1.3 Organização da Produção:

A medição do volume de lenha obtido na área da bateria (26 mst em 0,236 haequivalente a 110 st/ha) confirma a estimativa feita no inventário (136 mst/ha +/- 20%).

Assumindo que o volume efetivamente apto para carvão seja de 130 mst/ha, para umtalhão de 13,3 há, o volume anual será de 1.729 mst, .

Considerando 17 mst/fornada, será necessário realizar 102 fornadas em oito meses,ou 12,7 fornadas por mês. Com três fornos, isto significa quatro queimas por mês para cadaum.

A mão de obra necessária foi calculada junto ao pessoal dos assentamentos, da seguinteforma:

Cor Cor Cor Corte de lenha te de lenha te de lenha te de lenha 17 mst x 3 fornos / semana = 51 mst / semana = 10 dias/homem.Sub total Sub total Sub total Sub total duas pessoasduas pessoasduas pessoasduas pessoas

Transporte deTransporte deTransporte deTransporte delenhalenhalenhalenha

51 mst/semana / 16 mst/dia carroça = 3,5 dias carroça/semana Armazenamento de carvão = 3 dias carroça /semana;

Sub total Sub total Sub total Sub total uma pessuma pessuma pessuma pessoa, com carroça de boioa, com carroça de boioa, com carroça de boioa, com carroça de boi

CarregamentoCarregamentoCarregamentoCarregamentofornosfornosfornosfornos

3 x 2 dias/homem;

DescarregamentoDescarregamentoDescarregamentoDescarregamentocarvãocarvãocarvãocarvão

3 x 2 dias/homem;

Sub total Sub total Sub total Sub total duas pessoasduas pessoasduas pessoasduas pessoas

* Como conclusão, o carvoejamento proporcionará emprego permanente para cinco pessoas.

7.2.1.4 Receita:

Considerando que é possível obter uma media de 50 sacos de carvão por fornada, a produçãoanual estará em torno dos 5000 sacos. A receita bruta dependera do preço (variando de 5,00a 6,00 R$/saco) , mas pode ser estimada entre 25 e 30 mil R$ por ano.

As despesas com mão de obra podem ser estimadas assim: 5 pessoas x 365 R$/mês x 8 meses= R$14.600.






Conseqüentemente, a receita liquida poderá variar entre dez e quinze mil reais por ano.

8. Memória Fotográfica8. Memória Fotográfica8. Memória Fotográfica8. Memória Fotográfica

Limpeza do local Cavando o alicerce

Nivelamento do alicerce Construção do alicerce

Utilização do gabarito Teste rápido da Argila






Mistura da massa Levantamento da porta

Utilização gabarito - martelo Peneiramento do barro

Escoramento do teto Utilização gabarito na inclinação do forno






Utilização gabarito na inclinação do forno Escoramento da porta

Construção da chaminé Vista externa – interior do forno

Abertura da porta 2° ETAPA – abertura da boca






Retirada do carvão Pesagem do saco de carvão

Amarração da boca do saco Arrumação dos sacos

Cálculo dos custos com os assentados Cálculo dos custos com os assentados

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