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Ficha Técnica
13.ª Mostra de CartoonsCâmara Municipal de Vila Franca de XiraPelouro da Cultura
Organização e ProduçãoDAC - Divisão de Ação Cultural
ComunicaçãoGIRP - Gabinete de Informação e Relações PúblicasSector de Comunicação, Protocolo e Relações Públicas
Conceção GráficaArte Final Design e Publicidade, Lda.GIRP – Gabinete de Informação e Relações Públicas Sector de Design e Produção Gráfica
Imagens e TextosCâmara Municipal de Vila Franca de XiraAngel Boligán CorboJorge Zepeda Patterson
TraduçãoHelena Roldão
Impressão800 exemplaresTipografia Municipal
Celeiro da PatriarcalRua Luís de Camões, n.º 130
Vila Franca de Xira263 271 155
HorárioTerça-feira a sexta-feira das 14.00 às 19.00 horas
Sábado e domingo das 15.00 às 19.00 horasEncerra às segundas-feiras e feriados
Cartoon Xira 2011Espelho de Tinta
18 de fevereiro a 25 de março de 2012
Por ocasião da 13.ª edição do Cartoon Xira, e na
perspetiva de reforço da dimensão internacional
da mais importante mostra do género no nosso
País, Vila Franca de Xira orgulha-se, este ano,
de contar com a importante participação do
prestigiado cartoonista cubano/mexicano Angel
Boligán Corbo.
Em anos anteriores, e desde que foi assumida
a componente internacional, contámos com
trabalhos do argentino Hermenegildo Sábat
(2008), do brasileiro Cássio Loredano (2009), e
do holandês Willem (2010).
Angel Boligán Corbo é graduado professor de
artes plásticas desde 1987 e neste universo
dispensa apresentações, sendo prova inequí-
voca da qualidade das suas criações artísticas e
humorísticas, os 120 prémios e menções inter-
nacionais já obtidas.
Nas dimensões do humor, caricatura, desenho e
ilustração, Angel Boligán Corbo consegue trans-
portar-nos através da sua obra, e com inteligên-
cia sublime, para visões da atualidade mundial,
da realidade política e social.
A arte do cartoon, nas suas mais variadas for-
mas, ganha alma com o traço, a criatividade
mas sobretudo a qualidade de Angel Boligán.
O nosso convidado consegue fazer transparecer
em muitos dos seus trabalhos a convicção real
de que os desenhos, os cartoons e as carica-
turas, a cores ou a preto e branco são feitos,
na esmagadora maioria dos casos, a partir de
situações que constituem a nossa insatisfação
ou o nosso desalento e que, por via disso, não
deveriam ser motivo bastante para nos deliciar-
mos como acaba, regra geral, por suceder.
Mas é esse o grande fascínio dos desenhos de
crítica, sátira e ironia: a sua grande compo-
nente humorística, atestada pelas obras com
que Angel Boligán nos presenteia nesta sua pas-
sagem pelo nosso País.
A Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Maria da Luz Rosinha
edit
oria
l
Nasceu a 10 de maio de 1965, em San Antonio de los Baños, La Habana, Cuba. Começou a colaborar como caricaturista no Museu Internacional de Humor da sua terra natal em 1980 e desde 1983 que publica regular-mente os seus desenhos na imprensa nacional cubana. Foi professor de Artes Plásticas em 1987 e em 1992 viajou pelo México, onde reside desde então. Colabora como caricaturista editorial no diário mexicano “El Uni-versal” e também nas revistas “Conozca Más”, “Life & Style”, “Revista del Consumidor”, “Foreign Affairs Lati-noamérica” e na revista de humor político “El Chamuco”. É fundador da agência latinoamericana de caricaturas Cartonclub, colaborador do sindicato internacional de caricaturistas Caglecartoons, dos Estados Unidos da América, e da agência francesa “Courrier International”. É membro da Unión Nacional de Escritores y Artistas de Cuba (U.N.E.A.C). Desenvolve o seu trabalho em todas as áreas do humor gráfico, tendo ganho inúmeros pré-mios nacionais em Cuba e no México, para além de 121 prémios e menções honrosas internacionais, dos quais se destacam:
3.º Prémio na VIII Bienal Internacional de Humor e Sátira, Gabrovo, Bulgária (1987)1.º Prémio em Humor Geral e quatro prémios especiais na IX Bienal Internacional de Humor, Cuba (1995)1.º Prémio no II PortoCartoon World Festival, Porto, Portugal (2000)Grande Prémio na XIII Bienal Internacional de Humor, Cuba (2003)Grand Prix e Primeiro Prémio na categoria de Humor no World Press Cartoon, Sintra, Portugal (abril 2006)1.º Prémio do 3er International Cartoon Exhibition RODHES 2006, Grécia (setembro 2006)1.º Prémio do World Cartoon Festival KOSOVA 2006, Kosovo (setembro 2006)Menção Honrosa na categoria de Humor no World Press Cartoon, Sintra, Portugal (abril 2007)2.º Prémio no 24th Aydin Dogan International Carica-ture Competition, Istambul, Turquia (julho 2007)1.º Prémio – Golden Award – e Menção Honrosa no 3rd China Guangxi City College International Cartoon Con-test, China (outubro 2009)1.º Prémio na categoria de Cartoon Editorial na VI edição do World Press Cartoon, Sintra, Portugal (abril 2010)1.º Prémio na categoria de Meio Ambiente no 37.° Salão Internacional de Humor de Piracicaba, Brasil (agosto 2010)2.º Prémio na categoria de Caricatura do World Press Cartoon 2011, Sintra, Portugal (abril 2011)
Boligán afirma que é cubano, como poderia
ser também mexicano, argentino ou ale-
mão. Os seus cartoons são tão universais
como o futebol, o amor ou um banco de
jardim. Somente os decotes acentuados e
as ancas rotundas das mulheres nos seus
desenhos revelam as suas origens tropicais.
Mas os inúmeros prémios internacionais e a
publicação regular da sua obra em todos os
continentes converteram-no há muito num
cidadão do mundo.
É uma das vantagens de ser um humo-
rista, não precisa de tradutores. E não só
porque as personagens são silenciosas e
os desenhos não têm título. É preciso ter
muito talento para assumir que basta ter
um traço atrativo e uma mensagem diáfana
para transmitir estas poderosas mensa-
gens que não necessitam de exegese nem
de notas de rodapé. E no entanto Boligán
consegue-o vezes sem conta. A imagem de
marines norte-americanos hasteando pelo
planeta uma bandeira dos Estados Unidos
da América com um código de barras tem
mais impacto do que um tratado sobre a
globalização.
am
ores
Romantismo contemporâneo, 2009
Os Girassóis de Van Gogh, 2010
O desamor, 2010
O apaixonado, 2009
Um homem apaixonado que, depois de
beber dois copos de vinho, vê na mulher
que o acompanha um coração romântico a
converter-se num coração erótico.
Os desenhos de Boligán provocam o sorriso
imediato. A gargalhada, se houver, chega
instantes depois. Mas às vezes nem isso. A
minha primeira reação ao ver um dos seus
cartoons foi de gozo perante o engenho e a
cavilação das várias mensagens que acom-
panham as figuras. Um homem a «snifar»
uma linha branca do logótipo da Coca-Cola
dividido ao meio. A democracia, incarnada
numa Marilyn Monroe, que deixa levantar
o vestido com a brisa que sai da urna elei-
toral sobre a qual ela está parada. Dese-
nhos que abordam muito mais do que um
simples acontecimento e obrigam o leitor a
repensar nos efeitos colaterais das imagens
aparentemente explícitas.
A minha segunda reação é querer partilhar
tudo isto com alguém. Os cartoons de Boli-
gán obrigam a uma leitura promíscua, a ter
alguém por perto, um interlocutor que nos
dê um álibi para prolongar esse instante
em que ficamos a apreciar um traço genial.
Por esse motivo, creio que este livro não é
para se ler numa torre de marfim ou numa
ilha deserta.
ec
olog
ia
A gaiola, 2007
Prisioneiro, 2009
Animal de estimação poluente, 2011
Como suportar sozinho as emoções que
provocam um Jesus Cristo e dois soldados
romanos junto à cruz à espera da equipa de
produção de um reality show?
Nos seus cartoons há um olhar sagaz e
crítico, mas não amargo. As suas figuras
humorísticas são os grandes banqueiros,
empresários e o alto clero, geralmente
desenhados com corpos enormes e incha-
dos e cabeças liliputianas. E vice-versa,
quanto mais amável é a personagem que
cria, mais possibilidades tem de ser dese-
nhada com uma cabeça de proporções
razoáveis.
Os seus desenhos com temas de denún-
cia são bons, mas aqueles que despem a
alma humana são os melhores. O boato
que entra por um ouvido para apunhalar o
anjo. O homem com o ramo de flores que
vai ficando mais pequeno à medida que
se aproxima da mulher grande. A senhora
gorda que escolheu o espelho estreito.
Parece-me que o maior tributo de Angel
Boligán é o seu enorme talento como ilus-
trador, no sentido mais autêntico do termo.
Ilustra como ninguém um fenómeno, uma
sensação.
polít
ica
Yes we can, 2009
O verdadeiro objetivo, 2011
Berlusconi, 2011
Fidel no seu 85º aniversário, 2011
Os seus desenhos poderiam ser cartazes
de coleção. A ovelha negra que ameaça
em cima do palanque o rebanho branco.
O avião feito com uma nota de dólar, que
embate numa torre de Wall Street. O tra-
ficante de mulheres que exibe uma perna
feminina em cada dedo da mão. São capas
de livros ou cartazes que não se esquecem.
Boligán só é tacanho no uso da paleta de
cores. Os brilhantes são prudentes e estra-
tégicos, como o músico que prefere provo-
car emoções através da harmonia perfeita
em vez da estridência fácil. O seu traço é
próprio de alguém que durante anos se cin-
giu ao preto e branco da imprensa diária.
Da mesma forma, as suas cores exploram
os fundos cinzentos e negros de maneira
calculada para atrair precisamente o olhar
para o centro da mensagem.
relig
ião
Gaiola, 2005
Catecismo, 2001
Anjo e demónio, 2010
A melhor tradição do cómico inspirou a
marca destes desenhos. Ecos do melhor de
manga ou do cómico darcketo. Homens de
chapéu em traços angulosos a lembrar um
Dick Tracy mais obscuro, mulheres com ves-
tidos vaporosos de uma época que poderia
pertencer ao passado, mas também a um
futuro retro. Uns e outros desenhados por
uma pena talentosa, poderosa, eficaz.
A reedição destes cartoons de Boligán
constitui um esplêndido objeto de desejo.
Um volume que oferece uma gratificação
imediata pelo prazer estético do desenho e
pela celebração do humor que se entranha.
E um efeito secundário, graças ao impacto
de uma capacidade inventiva que continua
a assaltar-nos muitos dias depois de ter-
mos fechado as páginas deste livro.
Jorge Zepeda PattersonJornalista
soci
edad
e A partida, 2010
Julian Assange, 2010
Curro, 2006
O engodo, 2005
CÂMARA MUNICIPAL DE VILA FRANCA DE XIRAwww.cm-vfxira.pt
PATROCÍNIO