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CATASTROFISMO Foi o princípio mais aceite até meados do século XVIII e o seu principal defensor foi Cuvier, considerado o pai da Paleontologia (ciência que estuda os fósseis). Segundo a teoria do catastrofismo, as grandes alterações ocorridas à superfície da Terra foram provocadas por grandes catástrofes, como por exemplo inundações. Segundo o catastrofismo as mudanças ocorridas seriam pontuais, dirigidas e sem ciclicidade. Cuvier explicava as diferenças entre as espécies existentes e as formas reveladas pelos fósseis das espécies encontradas em formações geológicas antigas, por uma série de extinções devidas a alterações catastróficas do globo terrestre. Fez coincidir a última dessas catástrofes com o dilúvio descrito na Bíblia. As espécies extintas eram posteriormente substituídas por outras provenientes de regiões do globo não atingidas pelas referidas catástrofes. Para explicar essa passagem dos seres vivos de uns locais para outros, hoje separados por mares mais ou menos extensos, Cuvier admitiu a existência de extensões continentais (pontes) que posteriormente se teriam afundado nos oceanos. Até 1960, muitos paleontólogos admitiram a existência dessas “pontes” ligando os diferentes continentes. UNIFORMITARISMO No século XVIII, James Hutton, um escocês que hoje é considerado o pai da geologia moderna, afirma que os aspectos geológicos podem ser explicados à luz de processos ocorrentes na actualidade. Ele reconheceu que as montanhas não são imutáveis, mas que foram esculpidas e desgastadas pela lenta acção dos agentes erosivos que actuam ainda na actualidade. Notou ainda que a grande espessura das rochas sedimentares que podem ser encontradas nos continentes resulta de materiais removidos de outras rochas e de depósitos marinhos. O tempo requerido para que este processo tenha ocorrido teria de ser incrivelmente longo. O uniformitarismo pressupõe três princípios orientadores: As leis naturais são constantes no tempo e no espaço. Deve explicar-se o passado a partir do que se observa hoje, isto é, as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente – princípio do actualismo ou princípio das causas actuais, que pode resumir-se à frase: “o presente é a chave do passado”. As mudanças geológicas são lentas e graduas – gradualismo geológico. NEOCATASTROFISMO Reconhece o uniformitarismo como teoria principal para compreender os fenómenos geológicos, mas não exclui que fenómenos catastróficos ocasionais tenham contribuído para eventuais alterações localizadas na superfície terrestre.

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CATASTROFISMO

Foi o princípio mais aceite até meados do século XVIII e o seu principal defensor foi Cuvier, considerado o pai da Paleontologia (ciência que estuda os fósseis). Segundo a

teoria do catastrofismo, as grandes alterações ocorridas à superfície da Terra foram provocadas por grandes catástrofes, como por exemplo inundações.

Segundo o catastrofismo as mudanças ocorridas seriam pontuais, dirigidas e sem ciclicidade.

Cuvier explicava as diferenças entre as espécies existentes e as formas reveladas pelos fósseis das espécies encontradas em formações geológicas antigas, por uma

série de extinções devidas a alterações catastróficas do globo terrestre. Fez coincidir a última dessas catástrofes com o dilúvio descrito na Bíblia. As espécies

extintas eram posteriormente substituídas por outras provenientes de regiões do globo não atingidas pelas referidas catástrofes.

Para explicar essa passagem dos seres vivos de uns locais para outros, hoje separados por mares mais ou menos extensos, Cuvier admitiu a existência de extensões

continentais (pontes) que posteriormente se teriam afundado nos oceanos.

Até 1960, muitos paleontólogos admitiram a existência dessas “pontes” ligando os

diferentes continentes.

UNIFORMITARISMO

No século XVIII, James Hutton, um escocês que hoje é considerado o pai da geologia moderna, afirma que os aspectos geológicos podem ser explicados à luz de processos ocorrentes na actualidade. Ele reconheceu que as montanhas não são

imutáveis, mas que foram esculpidas e desgastadas pela lenta acção dos agentes erosivos que actuam ainda na actualidade. Notou ainda que a grande espessura das rochas sedimentares que podem ser encontradas nos continentes resulta de

materiais removidos de outras rochas e de depósitos marinhos. O tempo requerido para que este processo tenha ocorrido teria de ser incrivelmente longo.

O uniformitarismo pressupõe três princípios orientadores:

• As leis naturais são constantes no tempo e no espaço.

• Deve explicar-se o passado a partir do que se observa hoje, isto é, as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente – princípio do actualismo

ou princípio das causas actuais, que pode resumir-se à frase: “o presente é a chave do passado”.

• As mudanças geológicas são lentas e graduas – gradualismo geológico.

NEOCATASTROFISMO

Reconhece o uniformitarismo como teoria principal para compreender os fenómenos geológicos, mas não exclui que

fenómenos catastróficos ocasionais tenham contribuído para eventuais alterações localizadas na superfície terrestre.