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Cenários Petrobras - 2040—Visões de futuro para um mundo em transformação
2CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
APRESENTAÇÃOCaros leitores,
A indústria mundial de energia está diante de desafios sem precedentes. Ao passo que a demanda de energia deve seguir se expandindo, como resposta ao crescimento econômico e populacional, consolida-se o entendimento de que o atendimento a esta demanda deve também incorporar objetivos de mitigação das mudanças climáticas. A superação da aparente divergência entre esses objetivos é o que tem movido a indústria na construção de soluções e estratégias para o futuro. Um futuro que, aliás, rapidamente se avizinha, pois já é possível identificar os primeiros sinais de uma grande transformação no sistema energético mundial.
Um olhar permanente no longo prazo é exigido de nós, dada a natureza de nossos negócios e de nossos investimentos. É preciso que esse foco seja tão amplo que capture a complexidade do ambiente em que atuamos e tão intenso que alcance o longo tempo de desenvolvimento e de amadurecimento de nossos projetos. Atentos a essa necessidade incontornável de nos prepararmos para o futuro, aceitamos o desafio de refletir profundamente sobre o que esperar das incertezas críticas que conformam o ambiente de negócios da nossa indústria.
A nossa resposta ao desafio proposto se deu na forma de amplo engajamento e muito trabalho. A abordagem escolhida para sistematizar essa reflexão
foi a construção de cenários, técnica utilizada pela Petrobras há muitos anos e também aplicada por diversos relevantes atores da indústria de energia mundial. Participaram deste exercício profissionais de diferentes formações e especialistas externos, contribuindo para que diferentes visões de mundo fizessem parte desse processo.
O projeto Cenários Petrobras 2040 oferece aos públicos de interesse perspectivas distintas, porém plausíveis, sobre a conformação futura do ambiente externo. Os cenários estão aqui apresentados na forma de narrativas sintéticas, que nos contam como esses ‘mundos’ distintos poderiam se materializar ao longo dos 20 anos que nos separam desse horizonte. Esperamos que essas histórias ajudem a compreensão das nossas diferentes visões de futuro.
Boa leitura!Ivan Monteiro Presidente
“É preciso que esse foco seja tão amplo que capture a complexidade do ambiente em que atuamos”
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
As transformações no panorama energético mundial são cada vez mais evidentes, sendo um de seus principais vetores as ações para mitigação das mudanças climáticas. Às organizações que atuam nesse segmento cabe uma grande responsabilidade no processo de transição para um sistema energético mais sustentável. Um passo obrigatório nessa direção é a divulgação, em seus principais relatórios, de informações que demonstrem a conscientização de seus conselhos de administração quanto aos riscos e oportunidades relacionados ao clima, bem como a diligência de seus gestores na avaliação e no gerenciamento desses riscos. Essas informações fornecem indicações de como as questões relacionadas às mudanças climáticas são incorporadas aos processos de governança e tomada de decisão.
O elevado nível de incerteza sobre a cronologia e a extensão das mudanças climáticas, bem como das políticas implementadas para sua mitigação, requer uma abordagem que considere diferentes cenários futuros. A técnica de cenários é a ferramenta prospectiva que qualifica a análise estratégica e as consequentes escolhas de posicionamento no longo prazo, permitindo, dessa forma, avaliar a resiliência dos negócios a diferentes ritmos de transição energética.
A transparência sempre foi um valor para a Petrobras. Continuamente, aprofundamos nosso empenho em transformar esse valor numa prática disseminada que orienta as interações que mantemos com a sociedade. Acreditamos que, ao compartilharmos nossas visões de futuro, avançamos na direção de transformações estratégicas e oferecemos materialidade para um diálogo proveitoso com nossos públicos de interesse.
A divulgação conjunta dos Cenários Petrobras 2040 e do Plano Estratégico constitui um esforço renovado para prosseguir com esse diálogo, apontando as premissas e incertezas que orientaram a construção do nosso futuro, a partir de escolhas e posicionamentos.
Boa Leitura!Segen EstefenPresidente do Comitê Estratégico do Conselho de Administração
UM DIÁLOGO SOBRE O FUTURO
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
INTRODUÇÃOOs Cenários Petrobras 2040 foram elaborados a partir de uma metodologia desenvolvida internamente, que buscou adaptar as principais abordagens existentes e as melhores práticas à nossa cultura e às características dos nossos negócios. O processo teve início com o levantamento das inquietudes dos nossos gestores e técnicos quanto ao futuro do setor de energia. A estas inquietudes foram associados fatores com alto grau de impacto sobre a indústria de energia e que classificamos, segundo seu grau de incerteza, como tendências consolidadas ou incertezas críticas. Considerando os futuros possíveis desses fatores no horizonte de análise, construímos as histórias dos cenários, que explicam como o mundo evolui até 2040.
Assim, para um bom entendimento dos cenários, é preciso antes conhecer as bases sobre as quais eles foram construídos. Quatro grandes temas constituem essas bases e explicitam as principais incertezas críticas dos cenários:
MODELO DE CRESCIMENTO
Projeta-se como devem evoluir os modelos de crescimento econômico, evidenciando a emergência de novos padrões de produção e consumo nas principais economias do mundo, em particular na Ásia emergente e na América do Norte, englobando sua inserção nas cadeias globais de produção,
na formação de blocos comerciais e seus papéis no sistema financeiro global e na geopolítica mundial.
AMBIENTE E CLIMA
São analisados os desdobramentos e a efetividade de políticas públicas voltadas à preservação do meio ambiente, à redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e à mitigação dos efeitos da mudança climática.
INOVAÇÃO
Descreve a evolução dos sistemas de inovação na direção de modelos abertos e colaborativos, bem como a natureza e o ritmo de implantação de políticas públicas que tenham o objetivo de acelerar o desenvolvimento de inovações por meio de financiamento de projetos, criação de fundos setoriais, exigências legais de pesquisa, estímulo à formação de profissionais da área tecnológica, pesquisa acadêmica, entre outras ações.
COMPORTAMENTO
As mudanças de comportamento resultantes do surgimento de novos valores também foram consideradas na construção dos cenários, observando-se o potencial de influência nas relações entre a ação humana e o consumo de energia.
“Histórias sobre a forma que o mundo pode assumir amanhã, histórias capazes de nos ajudar a reconhecer as mudanças do nosso ambiente e a nos adaptar a elas” (SCHWARTZ, 1991)
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
DINÂMICA DA INDÚSTRIA DE ENERGIAA indústria de energia mundial está diante de uma confluência de forças que apontam para importantes transformações. De um lado, um enorme contingente populacional vem emergindo da pobreza e deslocando-se para áreas urbanas. Nesse movimento, demandam acesso crescente a serviços energéticos de qualidade. Por outro lado, consolida-se um consenso social sobre a necessidade de restringir-se as emissões associadas ao consumo de energia. A superação desses contrastes já se manifesta em inovações na forma de produzir, distribuir e consumir energia, bem como nos hábitos e no comportamento dos agentes envolvidos em toda a cadeia. O desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias têm favorecido a expansão da oferta e a redução dos preços de energia. A utilização de novas técnicas que impulsionaram a produçãonão convencional deram novos contornos ao mapa mundial da produção e dos fluxos comerciais de óleo e gás.
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
No segundo semestre de 2014, a queda substancial dos preços do petróleo fez a indústria cortar custos e postergar investimentos, alterando consideravelmente as condições de competitividade no mercado. Após um declínio de 40% entre 2014 e 2016, os investimentos destinados à produção de petróleo apresentaram, em 2017, alguma recuperação (4%) e, de acordo com a Agência Internacional de Energia, o segmento deve experimentar um movimento semelhante em 2018,
aproximando-se do patamar de US$ 500 bilhões. Entretanto, a distribuição desse investimento assume uma configuração distinta em cada região, com a crescente participação dos não convencionais, particularmente na indústria americana do shale.
No segmento de refino, boa parte do investimento é direcionada para unidades de conversão de resíduos e tratamento para atender a normas mais rigorosas na especificação de combustível, com
destaque para as restrições estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (IMO, da sigla em inglês) que entram em vigor em 2020. Com as novas especificações para o combustível marítimo (bunker), a indústria já se prepara para uma escassez de insumos associados à produção de destilados médios, implicando na valorização do diesel e na desvalorização de resíduos de alto teor de enxofre.
INVESTIMENTOS EM ÓLEO E GÁS
Em outra frente, os avanços nas tecnologias de geração eólica e solar e de armazenamento de energia, assim como a disseminação das redes inteligentes (smart grids) estão transformando a produção e o consumo de eletricidade. Os investimentos em renováveis rapidamente se elevaram e, desde o início desta década, se posicionam em patamar próximo aos US$ 300 bilhões/ano, o que corresponde a cerca de dois terços de todo o investimento em geração elétrica. O investimento em energia solar fotovoltaica segue crescendo e alcançou, em 2017, níveis recordes (US$ 161 bilhões), mesmo com um declínio de quase 15% nos custos do
investimento global. Estes números já refletem a pressão de investidores sobre o direcionamento dado à carteira de projetos considerada nas estratégias e planos de investimento das empresas de energia e, em particular, das petroleiras.
O investimento é o mecanismo pelo qual decisões individuais sobre a alocação do capital disponível moldam os padrões mundiais de produção e uso de energia, bem como das emissões, que devem vigorar nas próximas décadas.
ENERGIAS RENOVÁVEIS EM ASCENSÃO
Simultaneamente, a crescente percepção social quanto aos riscos da mudança climática intensificou a demanda por serviços com impacto reduzido sobre as emissões, seja pela substituição por fontes renováveis, seja pela melhoria permanente na eficiência energética, que aponta para a redução na associação entre crescimento econômico e consumo de energia. Todos esses desdobramentos trouxeram à tona um debate para o qual a indústria de óleo e gás precisa estar preparada: a desaceleração no crescimento da demanda de petróleo e seueventual pico e declínio.
8CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MOBILIDADEO setor de transportes, principal destino dos derivados de petróleo, apresenta-se como uma das mais importantes dessas forças transformadoras. No curto período que vai de 2010 a 2017, os serviços de transporte baseados em aplicativos digitais passaram de praticamente inexistentes a virtualmente onipresentes nas principais regiões metropolitanas de todo o mundo. Em julho de 2018, a empresa Uber anunciou ter ultrapassado o marco de dez bilhões de viagens. Considerando que a companhia foi fundada em 2009 e que o primeiro bilhão de viagens só foi registrado em dezembro de 2015, fica evidente a aceleração no processo de difusão dessa modalidade de transporte. De acordo com o site da empresa, mais de oitocentas cidades, espalhadas pelos cinco continentes, já são servidas pela empresa. Além do Uber, outros atores ganham relevância nesse segmento, como Lyft, Didi Chuxing, Ola, Grab, entre outros.
Nesse mesmo período, houve reduções consideráveis nos custos das baterias, elevando a competitividade dos veículos elétricos. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, os custos caíram de valores superiores a US$ 900/kWh, em 2009, para menos de US$ 200/kWh, em 2017. A General Motors e a Tesla estabeleceram como meta custos em torno de US$ 100/kWh até 2022.
Essa redução de custos vem propiciando um movimento das grandes montadoras de automóveis
na expansão de sua oferta de modelos com motorizações alternativas, em particular, elétricos e híbridos plug-in. Embora ainda incipiente, as vendas globais destes veículos vêm crescendo ano a ano e, em 2017, sua frota superou a marca de três milhões de veículos.
Do ponto de vista da regulação, vários países vêm anunciando um marco que determinará a proibição
do comércio de veículos movidos a combustíveis fósseis. Essa iniciativa não se restringe apenas aos países desenvolvidos. A China e a Índia respondem por volumes significativos da demanda mundial de petróleo e possuem um grande potencial de ampliação da frota automotiva nas próximas décadas, que poderá possibilitar maior penetração de veículos elétricos, à luz das políticas regulatórias anunciadas.
FROTA MUNDIAL DE VEÍCULOS ELÉTRICOS (EM MIL UNIDADES)
BEV PHEV
2016
2017
2015
2014
2013
2012
2011
2010
Obs: BEV = veículos a bateria; PHEV = veículos híbridos plug-in Fonte: Agência Internacional de Energia
3.109
1.982
1.239
704
381
179
61
14
2005 2
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Em paralelo à introdução da motorização elétrica, a indústria automotiva e os novos atores do setor de tecnologia da informação abriram uma nova frente de inovação nesta década: a autonomia veicular. Recursos como sensores de segurança, controle de velocidade, freios de emergência, assistência de faixa e de estacionamento, bem como a integração a smartphones já são comuns em veículos novos. Entretanto, questões regulatórias podem, em conjunto com outros aspectos, representar obstáculos à rápida disseminação desses veículos.
O automóvel é um elemento central para as sociedades modernas e carrega um forte apelo
simbólico. Já os serviços de transporte baseados em plataformas digitais permitem o acesso à mobilidade sem a necessidade da posse. Veículos autônomos e elétricos são mais econômicos e reduzem os impactos ambientais. Além da transformação tecnológica e econômica, o novo modelo pressupõe também uma forte mudança cultural.
Olhando para as novas gerações, é possível perceber o crescente desinteresse pelo automóvel como símbolo de afirmação, autonomia e liberdade. Tal percepção pode, entretanto, não ser inteiramente válida para países emergentes com suas populações em pleno processo de ascensão à classe média.
Analistas dos mais diversos segmentos (academia, consultorias e institutos de pesquisa) enxergam o potencial transformador decorrente da convergência de todos esses movimentos. Avanços tecnológicos, novos modelos de negócio, políticas públicas e mudanças de comportamento tendem a interagir e se reforçarem mutuamente, propiciando mudanças cujos primeiros sinais já são identificados. Seu ritmo e extensão só serão conhecidos, entretanto, no decorrer da próxima década.
AUTOMAÇÃO E COMPARTILHAMENTO
O setor de transportes responde hoje por cerca de dois terços de todo o consumo final de derivados de petróleo. Parece claro, portanto, que tais mudanças projetam grandes incertezas sobre o futuro da indústria de petróleo.
Em paralelo a esse conjunto ainda difuso de transformações, identifica-se uma tendência já bem estabelecida dentro do leque de políticas públicas para o setor: metas de eficiência veicular cada vez mais ambiciosas. As metas de eficiência já alcançam mais de 80% do mercado global de veículos de passageiros. Seu efeito sobre o consumo de combustíveis no setor transportes é de estimação mais direta e, portanto, mais previsível.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
TECNOLOGIATudo isso se enquadra num contexto ainda mais amplo de transformação tecnológica cujo alcance ultrapassa e molda a indústria de energia. A convergência de um grupo de tecnologias cujas aplicações crescem exponencialmente vem chamando a atenção de especialistas para uma possível “nova revolução industrial”. Ainda que este movimento não tenha uma definição clara, é consenso que seus impactos serão sistêmicos.
Podemos dizer que, hoje, vivemos uma nova fase na incorporação das tecnologias computacionais na economia. Enquanto, nos anos 1990, a economia se transformou como efeito acumulado da disseminação em massa do uso de computadores nas empresas e fábricas nas décadas anteriores, a transformação atual é baseada nas inovações relacionadas à interligação em rede dos mais diversos tipos de dispositivos, o que é chamado de internet das coisas (IoT, da sigla em inglês para Internet of Things).
11CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
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CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
O uso destes dispositivos tem gerado quantidades de informação sem paralelo na história. Por exemplo, apenas nos últimos dois anos, foram gerados 90% dos dados disponíveis no mundo. Ao mesmo tempo, segue o avanço da capacidade de processamento de informação. Estes três fatores juntos (conectividade, processamento e dados massivos) estão por trás das principais tendências em tecnologia da atualidade e podem mudar a forma como nos relacionamos, consumimos, investimos e até inovamos, sendo sua disseminação por todos os setores de atividade um dos principais direcionadores do crescimento de produtividade nas próximas décadas.
Estes fatores propiciaram um salto de qualidade no aprendizado de máquina (machine learning), permitindo o uso de técnicas mais eficientes de tratamento e interpretação de dados que já
estão criando avanços em diversas indústrias. Por exemplo, a criação de máquinas ainda mais eficientes e com menor necessidade de supervisão geram grande impacto sobre a necessidade de trabalho humano e, por extensão, no mercado de trabalho e na economia como um todo.
Outro ponto de contato entre tecnologia e economia é o surgimento da tecnologia blockchain, que permitiu a criação dos criptoativos, também chamados de criptomoedas, como o BitCoin por exemplo. Já se começa a desenhar como essa tecnologia poderá ser utilizada em outras aplicações, seja como validador de transações financeiras mais tradicionais ou como garantidor de contratos inteligentes ou automatizados. Sua disseminação aponta para a redução de custos e a ampliação da agilidade e segurança nas transações.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
No campo industrial, o avanço da tecnologia de impressão 3D flexibiliza a forma como bens industriais são produzidos. Hoje, ela já é capaz de acelerar o processo de criação de protótipos, reduzindo tempo e custo dentro da etapa de design do produto. A ampliação de seus usos em prototipagem para a fabricação de moldes e ferramentas, bens industriais e, por fim, bens de consumo, tem o potencial de modificar radicalmente a distribuição espacial da indústria com impactos diretos sobre as cadeias logísticas e, consequentemente, sobre a demanda de combustíveis. Além disso, rompe-se a dicotomia atual entre produto industrial de massa e produto artesanal customizado, dando ensejo a uma era de “customização massiva”. O setor de energia é um campo fértil de utilização para este tipo de técnica e pode liderar sua adoção e disseminação.
No setor de energia, estas tecnologias materializam-se em um maior controle dos processos, tanto de exploração e produção, quanto também no refino, tornando estas atividades mais eficientes e com menores custos de manutenção e dias parados. É possível até imaginar operações totalmente automatizadas, sem a presença de pessoas.
Outro ponto de impacto social relevante será a utilização de técnicas de manipulação de genomas para além da medicina, como por exemplo na
produção de biocombustíveis, aumento de produtividade agrícola e na criação de novos tipos de materiais orgânicos, causando um salto na produção de biocombustíveis avançados, que poderão assumir um papel mais relevante na matriz energética automotiva, rivalizando com os veículos elétricos.
CUSTOMIZAÇÃO MASSIVA NA INDÚSTRIA
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Também no setor de energia, já está em fase de pesquisa e desenvolvimento uma nova geração de renováveis. Enquanto os projetos convencionais de geração eólica voltados para aplicações onshore e offshore ampliam as dimensões de torres, rotores e pás em busca de maior eficiência, tecnologias ainda em fase experimental incluem turbinas eólicas que dispensam o uso de pás rotatórias e pipas suspensas, que alcançam elevadas altitudes sem a necessidade de torres fixas de suporte. No domínio da energia solar, o desenvolvimento de novos materiais capazes de extraírem mais energia da luz solar promete ampliar a eficiência dos painéis solares atuais.
Com a redução de custos experimentada pelas renováveis nas primeiras décadas desse século, as economias de escala típicas da geração centralizada têm deixado de constituir um diferencial competitivo para este tipo de arranjo, principalmente em áreas
mais remotas. A emergência de sistemas de geração distribuída já representa uma quebra de paradigma na organização do setor de geração elétrica. Isso, associado à introdução de redes de distribuição inteligentes (smart grids), promete revolucionar o setor elétrico.
Não obstante todas essas possibilidades, há pontos que requerem cuidados imediatos, como, por exemplo, a crescente automação e integração de ativos que amplia a possibilidade de ataques cibernéticos com efeitos danosos sobre a segurança da produção e do abastecimento e, consequentemente, sobre preços e mercados de energia. A inexperiência global em lidar com tais investidas, combinada com o domínio desses expedientes por atores estatais e não estatais, elevam a probabilidade de eventuais conflitos contarem, cada vez mais, com componentes cibernéticos.
NOVA GERAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MEIO AMBIENTEEm 12 de dezembro de 2015, em Paris, durante a 21ª Conferência das Partes (COP21), os países-membros alcançaram um marco inédito para o controle das emissões globais de GEE, mas essa história teve início antes. Antecedendo a Conferência, os países submeteram metas voluntárias de redução de emissões de GEE (INDCs, sigla em inglês para Intended Nationally Determined Contributions). Essas metas serviram como base para a discussão e estabelecimento do acordo, caracterizando, de forma inédita, uma espécie de modelo bottom-up nas negociações multilaterais.
Os 195 países-membros da Convenção do Clima das Nações Unidas (UNFCCC, da sigla em inglês para United Nations Framework Convention on Climate Change) e a União Europeia concordaram com o estabelecimento de um acordo global com o objetivo de manter o aquecimento do planeta abaixo de 2 ºC, em relação ao período pré-industrial, e de empreender esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5 ºC, até o final do século.
ADESÃO AO ACORDO DE PARIS
ASSINADO, AINDA NÃO RATIFICADO (15)
RATIFICADO (179) NÃO ASSINARAM ABANDONO (3)Estados UnidosNicaráguaSíria
Obs: Até Julho de 2018
15CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
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OS CENÁRIOS PETROBRAS
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CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Desde então, duas outras Conferências foram realizadas, em Bonn e Marraqueche. Nelas, foi definido o conjunto de regras que estabelece como será a implementação das obrigações assumidas em Paris. A COP 23 foi marcada pela ameaça de saída unilateral do Estados Unidos desse acordo global, mas, ao contrário do que foi anunciado em junho de 2017, durante a COP 23, membros da delegação norte-americana reafirmaram a intenção de manterem suas iniciativas para conter o aquecimento global.
Em que pese o grande avanço que representou a celebração do Acordo de Paris, o contraste entre os compromissos assumidos (NDCs, sigla para o inglês Nationally Determined Contribution) e as ambições declaradas expõe as dificuldades para o seu cumprimento e abre espaço para a construção de cenários que descrevam trajetórias e meios pelos quais esses obstáculos possam ser superados.
“Acordo de Paris estabelece meta de limitar o aumento de temperatura abaixo de 2o C, até o final do século”
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CENÁRIO CARDUME
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
10
20
30
40
50
1990
2
50
24
5% Parcela das emissões globais com mecanismo de precificação (%)
10% 15%
2019 2012
NÚMERO DE INCIATIVAS DE PRECIFICAÇÃO DE CARBONO
Divergências quanto à efetividade do leque de instrumentos disponíveis para responder à questão das emissões de GEE dificultaram o consenso e constituíram obstáculos à implantação de políticas climáticas, como é o caso da introdução de mecanismos de precificação de carbono. Contudo, observa-se, no decorrer da década de 2010, um número cada vez maior de países que definiram algum tipo de precificação, via regulação. Os principais programas que vêm sendo implantados pelos governos são o sistema de comércio de emissões (ETS, sigla em inglês para Emissions Trading System) e a taxação de carbono.
O mecanismo desenvolvido pela União Europeia, um dos pioneiros e mais avançados do mundo, foi implantado em 2005 e funciona como um limitador e facilitador para a negociação das emissões de GEE. Entretanto, desde sua criação, o mercado de carbono europeu se deparou com excedentes de licenças de emissões (allowances) que pressionaram os preços para baixo, falhando em seu objetivo de oferecer incentivos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
Contudo, com a proximidade da entrada em vigor da Reserva de Estabilidade de Mercado (MSR, sigla para o inglês Market Stability Reserve), verificou-se uma rápida elevação nos preços do carbono negociados
no âmbito do EU–ETS (sigla para o inglês European Union Emissions Trading System). No decorrer do segundo semestre de 2018, o preço ultrapassou a marca de US$ 20/ton CO2.
Nos últimos cinco anos, o número de iniciativas de mecanismos de precificação de carbono dobrou. Nesse período, destaca-se o da Califórnia, em
PRECIFICAÇÃO DE CARBONO
parceria com províncias do Canadá (Ontário e Quebec), em 2013, além da Coreia do Sul (2015) e da China, no final de 2017. Atualmente, há cerca de 47 iniciativas distribuídas entre 45 países e 25 cidades, estados e províncias que já utilizam mecanismos de precificação de carbono, respondendo por 15% das emissões globais de GEE. Os principais sistemas de precificação geraram US$ 52 bilhões em 2017.
2015Fonte: Banco Mundial
17CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
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OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Por outro lado, cada vez mais empresas, voluntariamente, estão buscando adotar uma maneira de precificar o carbono como forma de mitigar o risco potencial de uma política climática que incorpore tal medida sobre suas atividades. O sistema que vem sendo utilizado amplamente nas corporações é denominado Preço Interno de Carbono (PIC). Em 2017, o número de empresas que reportou seu PIC ao Carbon Disclosure Program (CDP) cresceu oito vezes em relação ao de 2013. O CDP é uma organização sem fins lucrativos que opera um sistema global de divulgação para que investidores, empresas, cidades, estados e regiões gerenciem seus impactos ambientais. Outra iniciativa de natureza semelhante é a Força-Tarefa criada pelo Conselho de Estabilidade Financeira (TCFD, sigla em inglês para Task Force on Climate-related Financial Disclosures), para desenvolver um conjunto
de recomendações para divulgações voluntárias e consistentes de riscos financeiros relacionados ao clima nos relatórios das empresas.
A disseminação e o fortalecimento dos instrumentos de precificação do carbono têm o potencial de
reduzirem a competitividade dos combustíveis fósseis e de acelerarem a sua substituição por renováveis na matriz energética mundial.
Calcula-se que o cumprimento das metas pactuadas no Acordo de Paris implicaria que um terço de todas as reservas de petróleo, metade das reservas de gás e mais de 80% das reservas atuais de carvão precisem permanecer no solo para que a comunidade internacional alcance a meta de elevação máxima de 2ºC na temperatura média global. Obviamente isso representa um enorme desafio para a indústria mundial de energia e aponta para a relevância da tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS, sigla em inglês para Carbon Capture and Storage) como um instrumento central para a sustentabilidade de longo prazo da indústria.
“Crescente número de empresas utiliza o preço do carbono em seu planejamento”
18CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MERCADO DE ÓLEO E GÁSAté meados da década de 2000, o mercado internacional de petróleo e gás poderia ser caracterizado por uma visão de futuro calcada em uma percepção de escassez dos recursos naturais frente a uma demanda crescente de países emergentes, em franca expansão econômica. No segmento de refino, havia a perspectiva de margens elevadas para produtos típicos do setor transporte,
como gasolina e diesel, e uma concentração da expansão da capacidade de refino nos mercados emergentes.
No mercado de gás natural, o mesmo período poderia ser caracterizado pela existência de mercados regionalizados. Os fluxos internacionais de gás natural liquefeito (GNL), ainda pequenos em
relação ao mercado total de gás natural, atuavam como uma forma marginal de conexão entre compradores e vendedores, viabilizando a expansão de mercados com menor capacidade de produzi-lo.
Desde então, é possível identificar uma série de elementos que vêm transformando a visão de futuro dos mercados de petróleo e gás.
Pelo lado da oferta, a ascensão e a consolidação da produção não convencional de petróleo e gás natural nos Estados Unidos contribuíram significativamente para atenuar a preocupação da indústria com relação ao acesso aos recursos naturais. A expansão da produção não convencional de gás natural, iniciada de forma significativa em 2006, conseguiu, em cerca de uma década, inverter completamente o fluxo comercial de gás natural dos Estados Unidos e transformar o país, antes uma das principais fontes de demanda por importações, em um pólo exportador. No mercado de petróleo, o movimento foi similar. A crescente produção de tight oil promoveu um choque de oferta no balanço mundial de petróleo, desencadeando um aumento significativo nos estoques, que levou
a uma queda abrupta do preço do petróleo no fim do ano de 2014.
Pelo lado da demanda, também foram observadas transformações que acrescentaram novos fatores à expectativa de crescimento do consumo de petróleo que existia até meados da década de 2000. De acordo com as expectativas mais atuais, o petróleo preservará o seu protagonismo na matriz energética no futuro. Contudo, a maior preocupação com as emissões locais e globais de poluentes e demais GEE, aliada à eficiência do consumo de energia e ao avanço tecnológico em formas alternativas de mobilidade, leva a um questionamento sobre a intensidade do ritmo de crescimento da demanda por derivados.
OFERTA E DEMANDA DE PETRÓLEO
19CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Nesse contexto de uma possível desaceleração no ritmo de crescimento da demanda de derivados, apresenta-se, para o setor de refino a necessidade de buscar uma forma de preservar o seu valor nas próximas décadas. Considerando as projeções de resiliência de crescimento da demanda de petroquímicos e que as fontes fósseis, como nafta e líquidos de gás natural, correspondem à maioria das matérias-primas petroquímicas, as empresas de petróleo estão buscando maior proximidade com o segmento petroquímico. Desta forma, identificam oportunidades de sinergia de operações e de logística para compartilhamento e redução de custos, num ambiente de alta complexidade tecnológica. Esta atuação integrada contribui com a mitigação do risco associado à volatilidade do preço das commodities, além de buscar agregar maior valor ao petróleo. Além da integração refino-petroquímica, a adaptação da indústria de refino às mudanças de legislação quanto à qualidade de produtos é uma questão crucial para o setor. Um exemplo é a redução do teor de enxofre no bunker, a partir de 2020, o que representa uma motivação adicional para projetos de expansão da capacidade e complexidade de refino.
No que diz respeito à demanda de gás natural, as preocupações com a redução das emissões globais e locais ampliaram as possibilidades de expansão por meio da substituição de energéticos de maior emissão (carvão e petróleo) nos segmentos elétrico e industrial. Embora inicialmente restrita às regiões
com disponibilidade de oferta, a ideia do gás natural como energético de transição está sendo difundida com maior intensidade, sendo cada vez mais discutida nos planos estratégicos das empresas e nos documentos das diferentes instituições que acompanham a indústria.
Com o surgimento de novos supridores, maior disponibilidade de infraestrutura de liquefação, regaseificação e uma perspectiva de balanço superavitário, o comércio internacional de GNL ganha liquidez. Tal fato já se traduz em uma maior flexibilidade na destinação das cargas e no desenvolvimento de mercados mais sofisticados para a negociação das mesmas. Esse desenvolvimento abre oportunidade para uso do gás natural em novos mercados, reforçando seu papel como combustível de solução para o trilema acesso, segurança e sustentabilidade energética.
GÁS NATURAL E INTEGRAÇÃO REFINO-PETROQUÍMICA
“A ideia do gás natural como solução para o trilema energético está sendo difundida com maior intensidade”
De modo geral, o gás natural atua como alavanca para o crescimento da geração renovável, sendo um instrumento regularizador da oferta frente à intermitência destas fontes. Em regiões com forte dependência do carvão, viabiliza a expansão e a segurança do suprimento energético com redução das emissões.
Tais elementos evidenciam a transição de uma situação de percepção de escassez de recursos naturais e demanda crescente para uma realidade onde há uma maior disponibilidade de recursos, enquanto se encontra em curso, pela transição energética para uma matriz de baixo carbono, uma diferenciação do ritmo de expansão da demanda. Apesar disso, permanecem incertezas significativas com relação ao futuro.
As tensões geopolíticas, associadas à oferta de petróleo e gás natural, possuem um significativo potencial de reduzirem a percepção de abundância de recursos, uma vez que um percentual relevante da produção está em áreas onde essas questões estão presentes.
Quanto à demanda de petróleo, apesar dos avanços observados na transição energética, com ganhos de eficiência e o avanço de tecnologias alternativas de mobilidade de pessoas e cargas, há uma incerteza significativa quanto ao ritmo desse movimento e o seu potencial de transformar a realidade atual.
20CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Ao tratar da demanda de gás natural, a incerteza é ainda maior, visto que o ritmo de transição para uma matriz energética de baixo carbono será um elemento-chave para determinar por quanto tempo o gás natural desempenhará o papel de um energético de transição. Existem regiões com avanços importantes e recentes no uso de energias alternativas, que podem até mesmo prescindir da necessidade de usar um energético de transição, limitando o papel do gás natural.
Em suma, as diferentes possibilidades de evolução das questões-chave em curso no mercado de energia justificam a adequação do uso de técnicas de cenários de longo prazo como forma de explorar e detalhar as incertezas significativas para a melhor compreensão de como será o ambiente futuro e a tomada de decisão pelas empresas.
21CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
22CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
NOSSAS VISÕES DE FUTUROOs cenários funcionam como simulações da realidade nas quais a interação permanente de seus elementos configura plausíveis ambientes de negócios.
O mar, por sua amplitude, profundidade, diversidade e permanente movimento, se apresenta como uma metáfora inspiradora desses ambientes. De rasas baías a fossas profundas, é enorme o fascínio do mar sobre todos os povos. Aqui, o mar e a vida marinha traduzem as diversas possibilidades de futuro, das quais os nossos cenários constituem uma amostra.
Esta associação de conceitos é ainda mais forte quando contrastada à nossa trajetória histórica. Nossa relação com o mar começa na Plataforma Continental brasileira, no mar de Sergipe, em 1969, avança pela descoberta dos grandes campos de petróleo na Bacia de Campos, na década de 70, e alcança uma fronteira inteiramente nova na primeira década deste século: as vastas reservas do pré-sal.Somos reconhecidos mundialmente por nossa tecnologia de exploração de petróleo em águas ultraprofundas. É do mar que extraímos nossa energia, e é nele que superamos enormes desafios para conquistarmos grandes riquezas.
Assim, para homenagear essa longa história de determinação e superação, escolhemos três elementos associados ao universo marinho para nomear nossos cenários: Correnteza, Cardume e Coral.
23CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
IDEIAS CENTRAIS DOS CENÁRIOSCENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
• Um mundo de grande crescimento econômico, mas ainda com muitos conflitos sociais e por recursos.
• Apresenta distintas trajetórias para as matrizes energéticas dos países desenvolvidos e emergentes.
• Questões locais dominam a agenda de políticas públicas.
• Mudanças nos valores da sociedade impulsionam transformações importantes na mobilidade em grandes áreas urbanas.
• Cada região busca suas próprias soluções para descarbonizar sua matriz energética.
CENÁRIO CORAL
• A transição energética ganha força com a maior percepção dos riscos das mudanças climáticas.
• Acordos globais vinculantes, inovações orientadas ao meio ambiente e mudanças de comportamento da sociedade interagem, propiciando a transição.
24CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
TRANSFORMAÇÕES EM CURSO
Metas de Emissão e Precificação de Carbono
179 PAÍSESACORDO RATIFICADO POR
Mudanças climáticas avançam para o centro da agenda política internacional
Crescimento na demanda energética
64% EM 2040POPULAÇÃO URBANA
Crescente urbanização com maior participação de idosos na população
Novas cadeias de valor e padrões de consumo
125 BI EM 2030DISPOSITIVOS CONECTADOS
Digitalização da vida social com maior número de pessoas e dispositivos conectados
Desconexão entre crescimento econômico e energético
1/4 EM 2040% DA ELETRICIDADE NO CONSUMO
Ampliação da eficiência energética e da participação da eletricidade no consumo final
Eletrificação do setor de transportes rodoviário*Meta EVI (Electric Vehicles Initiative)
30% EM 2030* % ELÉTRICOS NAS VENDAS
Revolução na mobilidade
Deslocamento da dinâmica energética para a Ásia
30 MBPD EM 2040ÁSIA IMPORTA
Importância crescente da Ásia nos campos econômico e político
25CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
UM SISTEMA ENERGÉTICO EM TRANSIÇÃONa primeira metade do século XXI, começa a se materializar o processo de transição energética que irá consolidar, ao longo das décadas seguintes, a necessária descarbonização dos sistemas energéticos a fim de mitigar os efeitos da mudança climática.
Em nossos cenários, observa-se que a transição até 2040 se desenvolve em um contexto de expansão do consumo de energia, refletindo não apenas a marcha do crescimento econômico, como também o desafio de incluir parcelas relevantes do enorme contingente atual de pessoas sem acesso a eletricidade (cerca de 1 bilhão de pessoas), bem como a energia para prover qualidade de vida às pessoas que irão nascer ao longo deste horizonte.
Duas tendências caracterizam a dinâmica da demanda global de energia neste contexto de transição. A primeira delas é que toda a expansão do consumo de energia concentra-se nos países em desenvolvimento, particularmente naqueles localizados na Ásia. Vários elementos relacionados ao acesso à energia contribuem para este fenômeno, tais como a baixa taxa de motorização, o aumento da urbanização e o maior crescimento econômico dos países da região. No cenário Cardume, por exemplo, os países em desenvolvimento da Ásia passam a responder por 43% da demanda mundial de energia, exibindo um aumento frente ao patamar atual de 36%.
OFERTA PRIMÁRIA DE ENERGIA (BILHÕES DE TEPS)
NUCLEAR RENOVÁVEISGÁS NATURAL CARVÃOPETRÓLEO
Obs: Renováveis incluem hidráulica, bioenergia, renováveis modernas como eólica, solar e geotérmica
2040CORRENTEZA
2040CARDUME
2040CORAL
2,2
1990
0,5
1,7
1,1
3,2
2015
8,8
3,8
0,6
2,9
1,9
4,3
13,6
4,7
1,1
4,6
3,5
5,6
19,6
3,6
1,1
4,6
3,6
5,0
17,9
2,5
1,3
3,8
4,14,4
16,2
26CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA DEMANDA POR REGIÃO (BILHÕES DE TEPS)
1990 2015 2040CORRENTEZA
3,5
5,0
4,8
5,7
5,0
8,4
PAÍSES DESENVOLVIDOS EM DESENVOLVIMENTO ÁSIA EM DESENVOLVIMENTO OUTROS
Obs: Os valores não incluem os volumes de combustíveis utilizados no transporte aéreo e marítimo internacional.
2040CARDUME
2040CORAL
5,1
4,6
7,6
4,6
4,5
6,62,5
4,5
1,6
A segunda tendência é a manutenção da trajetória de redução na intensidade energética em todos os cenários, o que faz com que o crescimento econômico se torne cada vez menos dependente da expansão da oferta de energia. Essa evolução reflete, em parte, as transformações na estrutura produtiva dos países (menor participação dos segmentos energo-intensivos), mas também do aproveitamento dos ganhos de eficiência energética. Entre 1990 e 2015, a intensidade energética global recuou 32% e, nas próximas duas décadas, projeta-se que ela recuará outros 35%-37%, recuo proporcionado pelo aumento da digitalização da economia e, principalmente, por
meio de políticas públicas que promovam a captura das oportunidades de eficiência em todo o sistema energético, especialmente nos setores industrial e de transportes.
As duas próximas décadas marcam um novo ciclo de transformações nos sistemas energéticos. Presenciaremos a redução da participação das energias fósseis, após dois séculos de expansão e predomínio destas fontes. As incertezas relativas às ambições das políticas climáticas e ao grau de coordenação global das ações com este fim fazem com que a transição se desenvolva em velocidades distintas em cada um de nossos cenários.
27CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
VARIAÇÃO DA DEMANDA ENERGÉTICA POR FONTE, 2015-2040
CORRENTEZA
65%48%
-14%
35%52%
114%
CARDUME CORAL
CARVÃO HIDRO NUCLEAR BIOENERGIA OUTRAS RENOVÁVEISPETRÓLEO GÁS NATURAL
FÓSSEIS NÃO FÓSSEIS
Em nossas visões de futuro, evidencia-se no processo de descarbonização uma tendência de redução da participação relativa do carvão e do petróleo e de incremento na participação do gás natural no mix energético. Também está explícita a liderança das fontes renováveis para o atendimento da demanda nova por energia. No gráfico abaixo, em que se exibe a contribuição de cada fonte para o incremento na demanda energética, as fontes não fósseis respondem por 52% (dos quais 41% são renováveis), no cenário Cardume, e 114% (dos quais 87% são renováveis), no Coral, do crescimento da demanda energética no horizonte até 2040.
A expansão da participação das energias renováveis é explicada fundamentalmente por um duplo
movimento: de um lado, uma maior eletrificação do consumo final, que responderá por ¼ do total do consumo final de energia no mundo em 2040; por outro, uma intensificação do processo em curso de descarbonização abrangente do setor de geração elétrica. Tudo isso reflete uma contínua redução dos custos da geração eólica e solar (principalmente de novas gerações de tecnologias), o avanço nas soluções para armazenamento e o surgimento de modelos de negócios de prestação de serviços energéticos para lidar com a intermitência da oferta e a sazonalidade da demanda.
Em termos de acréscimo de capacidade, as energias renováveis respondem por 61%-84%, a depender do cenário, do total da capacidade nova inserida no
DESCARBONIZAÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA
sistema elétrico global até 2040. No cenário Coral, em média, anualmente são colocados em operação cerca de 174 GW em capacidade de geração eólica e solar.
A eletrificação, em conjunto com os ganhos de eficiência dos motores a combustão, também avançará no setor de transporte, como parte de uma revolução na forma como as pessoas buscam por mobilidade nos centros urbanos. Considerando que quase 60% do total do consumo de petróleo é destinado para finalidades de transporte de pessoas e mercadorias e sendo ¼ somente para atender a demanda por mobilidade urbana privada, as transformações no segmento de transporte serão fundamentais para determinar o momento em que o pico da demanda de derivados de petróleo ocorrerá. Mesmo que a saturação da demanda de petróleo esteja no horizonte dos cenários ao longo das próximas duas décadas, ainda assim serão necessários novos investimentos para repor a parcela da capacidade de oferta, que recua em média 1% ao ano até 2040, considerando apenas os campos em operação e o ramp-up dos projetos já sancionados. Mesmo no cenário Coral, em que o pico de demanda ocorre mais cedo, seriam necessários investimentos para repor em torno de 25 milhões de barris por dia, a fim de atender o nível de consumo de petróleo esperado para 2040.
28CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
DESAFIO DA OFERTA DE PETRÓLEO (MILHÕES DE BPD)
MATRIZ GLOBAL DE GERAÇÃO ELÉTRICA, 2040
8%
2000
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
39%17%
17%
18%
OUTRAS RENOVÁVEIS
1% 1%
4%
2015
39%16%
11%
23%
2% 5%
2%
CORRENTEZA
32%
14%
9%
24%
3%
16%
1%
CARDUME
23%
16%
10%
25%
3%
21%
1%
CORAL
14%
17% 13%
20%
4%
30%
2015
116
108
97
2020 2025 2030 2035 2040
EVOLUÇÃO ESPERADA DA OFERTA DOS CAMPOS EM OPERAÇÃO E DOS PROJETOS JÁ SANCIONADOS
CORALCORRENTEZA CARDUME
CENÁRIOS DE DEMANDA
DESAFIO DA OFERTA
29CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
INCERTEZAS CRÍTICASINCERTEZAS CRÍTICAS CENÁRIOS
Crescimento econômico das principais economias
Meio ambiente e clima
Inovação
Comportamento
Matriz Energética
Demanda Mundial de Petróleo e Derivados
Preços de petróleo
CORRENTEZA
Forte crescimento econômico, com grandes transformações nas economias líderes.
Atenção regionalmente desigual à questão climática, sem um acordo global efetivo e vinculante.
Avanços incrementais nas tecnologias de produção e de uso de energia.
Os hábitos de consumo mudam de forma heterogênea entre regiões e gerações.A posse continua como principal meio de acesso aos serviços proporcionado pelos bens duráveis.
Políticas centradas em segurança energética e acesso à energia, com gradual descarbonização do suprimento energético.
Ritmo de crescimento próximo ao padrão histórico recente, com preponderância do setor de transportes.
Preços elevados.
CARDUME
Crescimento econômico moderado, (em linha com a média histórica).
Esforço direcionado para concretização dos compromissos nacionais e das políticas ambientais locais.
Reduções contínuas nos custos das renováveis e das tecnologias de armazenamento.Inovações na produção de gás natural propiciam acesso a novos recursos.
Mudanças nos hábitos de consumo em direção ao compartilhamento e à utilização de modais coletivos. Fenômeno concentrado em grandes áreas urbanas.
Transição para energias de mais baixo carbono, com protagonismo do gás natural, cuja participação avança sobre o carvão e o petróleo.
Crescimento inferior à média histórica, alcançando um platô na década de 2030.
Preços moderados.
CORAL
Menor dinamismo até 2030 devido à desaceleração das economias asiáticas.
Acordo global sobre políticas climáticas e ambientais efetivo. Regulação para precificação de carbono com coordenação global.
Foco em tecnologias limpas e renováveis com emergência de soluções disruptivas.
Transformações expressivas e generalizadas no comportamento do consumidor. Atenção a toda a cadeia desde a produção até o descarte. Preferência pelo compartilhamento e pela experiência em lugar da posse e do tangível.
Transição para matriz de baixo carbono, com crescimento acelerado das fontes renováveis.
Desaceleração no ritmo de crescimento alcançando um pico até 2030 e recuo no longo prazo.
Preços baixos.
30CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CENÁRIO CORRENTEZA
31CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
O cenário Correnteza descreve um mundo de forte crescimento econômico, mas repleto de conflitos e desigualdades. A China e os Estados Unidos se destacam como motores da expansão e acirram-se as disputas por recursos e áreas de influência.
Países desenvolvidos e emergentes resolvem de forma diversa seus desafios de suprimento energético, e isso resulta em uma evolução heterogênea de seus sistemas energéticos.
Eventos climáticos extremos, cada vez mais intensos e frequentes, conferem um viés de adaptação à agenda política da mudança climática. A intensificação dos movimentos migratórios globais acirra a polarização política, esvaziando a agenda multilateral e reforçando as agendas nacionais de crescimento econômico, geração de empregos e segurança de suprimento. Os compromissos estabelecidos em Paris perdem força por conta da limitada transferência de recursos financeiros e tecnológicos à qual grande parte das NDCs está sujeita. A agenda climática sofre reveses e retorna aos impasses da primeira década do século.
Novos hábitos e atitudes se difundem em certos estratos sociais nas mais diversas regiões, contudo de forma restrita, ampliando as tensões que permeiam este cenário. O consumo per capita eleva-se a uma taxa superior à sua média histórica, refletindo a desaceleração do crescimento populacional e a incorporação de grandes contingentes de consumidores aos mercados de energia.
UM MUNDO EM CONFLITO
Estamos em um mundo dividido. Países discordam entre si não apenas sobre qual é a melhor forma de se resolver os problemas mundiais, mas também quais são as prioridades na resolução. Dentro dos países, se manifestam divisões internas no mesmo formato, baseadas não só em classes sociais, mas também entre os diferentes valores das gerações e modos de vida. A sociedade avança e recua em relação às suas decisões, nem sempre de forma coerente. A polarização é cada vez maior dentro dos países e entre os próprios países e as divergências internas das sociedades não permitem que essas forças de mudança no sistema energético se materializem em uma agenda global.
Neste mundo, voltamos à disputa geopolítica à moda antiga, com fóruns multilaterais globais menos relevantes, dando lugar a redes de alianças bilaterais que formam blocos fluidos de influência, atraídos pela gravidade dos maiores atores. Áreas de influência formais e informais vão se formando ao redor destes países, que criam instituições próprias onde exercem sua hegemonia e impulsionam o crescimento econômico. Neste contexto, a indústria de óleo e gás é afetada mais diretamente pela maior probabilidade de ocorrência de conflitos armados nas áreas produtoras, tanto por questões de disputas regionais, quanto por serem palco do jogo de disputa hegemônica no mundo. Além disso, uma crescente rivalidade entre as principais potências econômicas se desdobra em conflitos em novas e diferentes regiões do globo. A atual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é um sinal desta divisão, que pode se consolidar e ser ampliada dentro do cenário Correnteza.
CONSUMO PER CAPITA DE ENERGIA (CORRENTEZA)TEPS/HAB
1990
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
0,4 a.a 0,6 a.a
32CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Entretanto, se não é possível identificar transformações socioculturais abrangentes e uniformes, são inquestionáveis as mudanças no cenário econômico mundial. Nos Estados Unidos, o crescimento econômico é sustentado principalmente pela expansão do crédito. As baixas taxas de juros praticadas e as inovações financeiras dinamizam a economia. O país também se engaja no estabelecimento de acordos comerciais que propiciam a expansão das trocas globais e o fortalecimento de suas empresas multinacionais.
Do outro lado do mundo, a China consegue criar um espaço econômico ampliado, mudando a base do seu crescimento, tradicionalmente assentado no setor externo, para o consumo doméstico. Através de acordos políticos bilaterais e de novas instituições multilaterais mundiais, como os BRICS, o Banco da Ásia e a Organização de Cooperação de Xangai, o país transfere atividades de menor valor para seus parceiros comerciais e foca em segmentos industriais de maior valor agregado.
Mudanças mais expressivas nos hábitos de consumo da sociedade se concentram em regiões e estratos sociais mais abastados, ao passo que, em meios mais
carentes, os valores sociais permanecem ligados à posse de bens e o discurso da sustentabilidade não se converte em engajamento político. Os preços do carbono mantêm-se em níveis relativamente baixos, impedindo que os programas implantados sejam eficazes no objetivo de acelerarem as transformações na matriz energética mundial, na direção de uma economia de baixo carbono. Acordos bilaterais e regionais são estabelecidos, mas sua motivação principal é a de atender a interesses econômicos, comerciais ou de segurança energética.
No setor de transportes, metas de eficiência veicular perpetuam a tendência já consolidada desde o começo do século: desenvolvimento de motores com mais tecnologia embarcada e novos materiais para veículos a combustão interna. Em menor grau, amplia-se também a difusão de veículos híbridos. A participação dos veículos elétricos na frota mundial se expande de forma limitada, restrita a nichos de alta rodagem e alguns centros urbanos que incentivaram seu uso. Os custos das baterias diminuem ao longo do tempo, mas, na ausência de políticas mais efetivas de incentivo, a competitividade comercial dos veículos elétricos é limitada.
PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES(CORRENTEZA)
2015 2030 2040
2%
10%
14%
13%
23%
HÍBRIDOS ELÉTRICOS
*Elétricos incluem híbridos plug-in e elétricos puros
33CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
O e-commerce e a teleconferência se difundem pelo mundo, reduzindo a necessidade de deslocamento para alguns grupos nos grandes centros urbanos. Por outro lado, as periferias das cidades continuaram se expandindo rapidamente, ampliando o deslocamento médio. O trabalho remoto também avança, especialmente no setor de serviços, embora ainda encontre barreiras culturais, legais e de infraestrutura.
Com esforços focados em atender ao ritmo de crescimento da demanda, o desenvolvimento de opções energéticas renováveis desempenha um papel importante, mas complementar. Como esperado, os custos de geração de energia eólica e solar diminuem ao longo do horizonte, mas a rápida elevação da demanda de eletricidade exige a contribuição de todas as fontes disponíveis, inclusive as fósseis, o que limita o crescimento da participação das fontes renováveis na matriz elétrica mundial. A matriz energética global evolui de forma muito lenta, de tal forma que a participação das fontes fósseis cai apenas cinco pontos percentuais, passando de 81%, em 2015, para 77%, em 2040.
MATRIZ ENERGÉTICA(CORRENTEZA)
32%
2015 2020 2030 2040
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
28%2%
5%
22%
32%
26%
10%
3%
5%
22%
31%
24%10%
3%
6%
23%
29%
24%10%
3%
6%
24%
OUTRAS RENOVÁVEIS
10% 1% 2% 4% 5%
34CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
EMISSÕES E PREÇO CO2 (CORRENTEZA)
GT CO2
PREÇO CO2 EMISSÕES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Em face de políticas ambientais brandas e preços atrativos para as commodities, novas fronteiras exploratórias de petróleo e gás natural seguem adicionando oferta para atender ao aumento da demanda. O ritmo de descobertas de novas reservas é suficiente para manter os fósseis como a escolha prevalente, sem que sejam priorizados avanços tecnológicos que propiciem o acesso a novos tipos de recursos como, por exemplo, os hidratos de metano. Mesmo no caso das tecnologias
para produção de petróleo, os incrementos são marginais, sem rupturas sobre a trajetória dos custos.
A produção de óleo não convencional (tight oil), nos Estados Unidos, mantém trajetória crescente no período, respondendo a flutuações nos preços do petróleo. Na China, especificidades locais e a disponibilidade restrita de recursos hídricos nas áreas onde se localizam as reservas limitam o
PRODUÇÃO DE FÓSSEIS EM CRESCIMENTO
desenvolvimento do gás não convencional a níveis moderados. As pressões de demanda e a menor dependência dos Estados Unidos das importações de petróleo acirram as rivalidades políticas, culturais e religiosas entre os países produtores, especialmente no Oriente Médio, aumentando a disputa por áreas de influência e pelos mercados consumidores.
Nestas duas décadas, o mercado de petróleo reflete, de forma bem clara, o forte nível de atividade econômica e as políticas públicas que resultam em avanços apenas limitados no controle das emissões e na substituição de fontes fósseis de energia, exigindo amplos esforços da indústria de óleo e gás para atender a demanda.
A reestruturação econômica global, que ganha forma com a consolidação do protagonismo chinês, cria um novo ambiente de negócios na primeira metade deste século. Por um lado, a elevada demanda de energia se apresenta, como oportuna para a indústria. Por outro, entrega extraordinários desafios ao acirrar a competição e exigir dos players do setor a definição de estratégias criativas, planejamento criterioso e posicionamento firme para se manterem à tona em meio à forte correnteza.2015 2020 2030 2040
32,133,8
37,741,2
0
5
10
15
20
25
US$/TCO2
35CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CENÁRIO CARDUME
36CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
No mundo Cardume, as questões locais dominam a agenda política. Mudanças nos valores da sociedade impulsionam transformações importantes na mobilidade em grandes centros urbanos. Cada região busca suas próprias soluções para descarbonizar sua matriz energética. Já a partir de 2020, é possível perceber os sinais de uma nova configuração no ambiente econômico, comportamental e energético que anunciam as transformações a que se assistirá até meados do século.
Os dois grandes motores da economia mundial, China e Estados Unidos, se movimentam distintamente nesse período. As políticas de estímulo à economia americana, se revelaram transitórias e limitadas em face da grande concentração de renda experimentada pela economia dos Estados Unidos. Assim, a China consegue ocupar parte deste espaço econômico e geopolítico, ampliando sua área de influência. Sua indústria volta-se então para a inovação e para a expansão de segmentos de fronteira tecnológica. Além disso, completa-se com sucesso a transição estrutural da economia chinesa em direção a uma maior participação do setor de serviços, pelo lado da oferta, e do consumo das famílias, pelo lado da demanda.
Em todos os estratos sociais e nas mais diversas regiões, valores e critérios de decisão de consumo baseados na posse, paulatinamente, dão lugar a uma lógica de compartilhamento que representa uma transformação inédita na forma como a sociedade se relaciona com o consumo. Essa mudança de
hábitos resulta em importantes impactos sobre a economia como um todo e, principalmente, sobre a mobilidade urbana. Em oposição a uma clara mudança na perspectiva local, questões ambientais associadas ao controle de emissões globais não recebem a mesma atenção. Deste modo, ainda que iniciativas importantes tenham se sucedido desde a COP 21, não se verificam as condições necessárias à celebração de acordos globais efetivos de fato. Os compromissos voluntários assumidos pelos países no Acordo de Paris são cumpridos, mas as NDCs
EMISSÕES E PREÇO CO2
(CARDUME)
não avançam o bastante para alcançar as ambições de limitação da elevação da temperatura global. A concentração de CO2 na atmosfera continua se elevando, assim como a temperatura global. Ainda assim, há um grande esforço de atores regionais, como metrópoles ou estados, para a introdução de políticas ambientais, especialmente focadas no controle de emissões locais, uso racional da água e descarte de resíduos. Paralelamente, esses esforços regionais acabam por contribuir também para o controle e mitigação de emissões globais.
GT CO2
2015 2020 2030 2040
32,1 33,534,8 34,3
PREÇO CO2 EMISSÕES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
10
20
30
40
50
60
US$/TCO2
0
37CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Neste contexto, verifica-se uma moderada transição para energias limpas, com destaque para o gás natural, que avança sobre o carvão e tem um papel complementar às renováveis na geração de eletricidade. O gás natural ganha quatro pontos percentuais de participação no suprimento global de energia enquanto a participação do carvão recua o dobro disso, caindo oito pontos percentuais. A disponibilidade de gás natural representa um forte estímulo à redistribuição de indústrias intensivas no consumo de energia, beneficiando regiões onde a produção dessa fonte pode se desenvolver mais fortemente. As fontes renováveis modernas desempenham um papel crucial para o atendimento da demanda de eletricidade, respondendo isoladamente por quase metade do incremento na geração de energia elétrica nas duas décadas que vão de 2020 a 2040. Quando são contabilizadas a bioenergia e a fonte hidráulica, esse percentual eleva-se acima de dois terços do acréscimo total. No mesmo período, a capacidade instalada de renováveis modernas mais que triplica, enquanto a capacidade instalada do conjunto agregado de todas as fontes se eleva em apenas 60%. Tudo isso faz com que as renováveis modernas dupliquem sua participação na matriz de geração entre 2020 e 2040, respondendo, no final do período, por 21% de toda a geração mundial de eletricidade.
MATRIZ ENERGÉTICA (CARDUME)
32%
2015
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
28%2%
5%
22%
OUTRAS RENOVÁVEIS
10% 1%
32%
2020
26%3%
5%
22%
10% 2%
30%
2030
22%3%
6%
24%
10%4%
28%
2040
20%
3%
6%
26%
10%
7%
38CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Ao longo das décadas de 2020 e 2030, o crescimento da demanda de derivados é bem inferior à média histórica, sendo afetado principalmente pelas condições econômicas vigentes, por avanços na eficiência energética e pela substituição por outras fontes. Enquanto nos 25 anos anteriores a 2015 acrescentou-se 28 milhões de barris à demanda de derivados, o cenário Cardume projeta um acréscimo 45% menor para o período que vai de 2015 a 2040. O estabelecimento de metas arrojadas de eficiência veicular, materializadas em padrões cada vez mais restritivos de emissões nos centros urbanos, propicia o embarque de novas tecnologias e a disseminação em larga escala de novos materiais na construção veicular. Em grandes centros urbanos, a difusão de veículos elétricos aumenta, estimulada por medidas de restrição à circulação de veículos a combustão. Além disso, vemos ampliar a participação de veículos de motorização alternativa e de menor porte na frota mundial.
Mesmo com esse conjunto de desdobramentos no setor de transportes, sua contribuição para o crescimento da demanda mundial de derivados é ainda a segunda mais importante, atrás apenas do setor petroquímico, que aumenta sua participação relativa na demanda mundial. Já o setor de geração elétrica, em queda histórica já por muitas décadas, destaca-se como o setor de consumo com perda de participação mais acelerada na demanda de derivados.
MOBILIDADE COMPARTILHADA
Por que assumir todos os custos, responsabilidades e inconveniências da posse de um bem quando é possível acessá-lo sempre que necessário com apenas alguns toques na tela do celular? Essa é uma questão que, de forma mais ou menos consciente, tem orientado as escolhas de um número crescente de consumidores. Conveniência, economia, sustentabilidade ou simples mimetismo social são vetores que vêm gradualmente transformando as relações de consumo.
A tecnologia tem sido crucial como elemento facilitador dessa mudança. A conexão em rede através de dispositivos móveis pessoais reúne ofertantes e demandantes num mesmo espaço virtual, reduzindo substancialmente a assimetria de informação e os custos de transação. Esses mercados que a tecnologia ajudou a criar permitem o acesso a mais produtos e serviços com impactos reduzidos sobre recursos físicos.
Não obstante inúmeras iniciativas nos mais diversos segmentos de consumo (hotelaria, entretenimento, utilidades domésticas, etc.), a parte mais visível desses novos mercados encontra-se no setor de transportes. Uber, Lyft, Didi, Zipcar e compartilhamento de bicicletas são apenas alguns exemplos destes novos modelos de negócios que permitem aos consumidores utilizar um veículo como um serviço sob demanda.
A aceitação social desse modelo de consumo e sua regulação conferem escala à atividade. Ao mesmo tempo, os fornecedores desses serviços já avaliam novos desenhos para seus modelos de negócios testando veículos autônomos e de baixas emissões. A redução de custos esperada tem o potencial de ensejar tarifas ainda mais competitivas para o serviço. Uma evolução como essa é tanto mais provável quanto mais engajada estiver a sociedade em melhorar a qualidade de vida nos espaços urbanos, tal como descrito no cenário Cardume.
39CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
A produção americana de gás não convencional (shale gas), embora impactada por políticas mais restritivas de licenciamento, é estimulada pelo crescimento da demanda e pelo investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento tecnológico que impede um crescimento acelerado dos custos de produção, preservando a viabilidade econômica dos projetos. Países da América Latina e da Ásia despontam como importantes regiões produtoras de gás não convencional.
No que diz respeito à disponibilidade dos recursos petrolíferos, a viabilidade econômica de projetos nas regiões produtoras não constitui um fator restritivo. Por outro lado, atividades com um expressivo impacto ambiental local, tal como a produção de petróleo não convencional (tight oil) e a exploração das areias betuminosas (oil sands), sofrem um intenso escrutínio. A necessidade de medidas mais rígidas de prevenção e mitigação dos impactos ambientais pesa mais na balança que os efeitos
benéficos do avanço tecnológico, inviabilizando a utilização de parcela considerável desses recursos.
Com a ascensão da produção não convencional de petróleo nos Estados Unidos, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) perde parte do seu espaço no mercado de petróleo no final da década de 2010 e durante a década de 2020. A Organização, que completa 80 anos de existência em 2040, recupera parte do market-share perdido para os não convencionais ao longo da década de 2030. Contudo, o peso de seus membros se redistribui, com o Iraque e o Irã ampliando sua participação na produção.
Desta forma, as pressões de mercado sobre os preços de petróleo seguem perdendo força no período, tanto por conta do progresso técnico da indústria de energia quanto devido a ganhos de eficiência, pelo lado da demanda, resultando em uma situação confortável de suprimento.
PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES(CARDUME)
2015 2030 2040
2%
11%
19%
13%
32%
HÍBRIDOS ELÉTRICOS*
*Elétricos incluem híbridos plug-in e elétricos puros
40CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Assiste-se, como resultado de pressões sociais locais, à intensificação de restrições para as atividades de refino. Investimentos e expansões deslocam-se, preferencialmente, para longe de grandes centros urbanos. Novas licenças de operação somente são concedidas em localidades que se dispõem a efetuar esforços para o tratamento e a mitigação dos passivos ambientais. Os custos de emissões de GEE, materializados em esquemas de precificação do carbono emitido, contribuem para o aumento do custo operacional nos parques de refino nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e afetam sua competitividade frente aos países emergentes.
Por conta dos obstáculos, transformações e respostas encontrados neste período, os desafios que se apresentam ao final da década de 2030 parecem mais árduos do que nunca. A mudança climática, materializada na forma de desertificação, ondas de calor, chuvas torrenciais e inundações cada vez mais frequentes, dá origem a fenômenos migratórios de grandes proporções e a interrupções indesejadas na produção e fornecimento de energia. Os preços baixos nos mercados de energia constituem uma ameaça extraordinária que exigirá da indústria seus melhores esforços de adaptação. O gás natural é o energético cuja demanda mais cresce em termos absolutos, finalmente ultrapassando o carvão e disputando o primeiro lugar com o
petróleo. Essa posição, entretanto, não é sinônimo de conforto, mas antes de incerteza em face às demandas por mudança que ainda se colocam.
Como sociedade, chegamos em 2040 mais conectados, mais afeitos ao debate e às soluções coletivas locais. As respostas construídas nesse período, se não foram capazes de solucionar
POLÍTICAS AMBIENTAIS GANHAM ESPAÇO
de forma efetiva as ameaças projetadas pelo aquecimento global, nos equiparam com as ferramentas tecnológicas e institucionais para enfrentar os desafios da mudança climática. A agenda de políticas públicas com foco local evolui e, ao final do período, acaba por criar um ambiente propício à coordenação supranacional, condição necessária ao sucesso de uma agenda global.
41CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CENÁRIO CORAL
42CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
A mudança de hábitos e padrões de consumo amplamente disseminada em todas as regiões do mundo constitui o eixo dinâmico da transição para a economia de baixo carbono que, em verdade, apenas começa a se consolidar no limiar da década de 2040. O comportamento do consumidor sofre transformações generalizadas, perpassando diferentes classes sociais, faixas etárias e espaços geográficos, reforçadas por políticas públicas, novas tecnologias e transformações culturais. As inovações tecnológicas, especialmente em telecomunicações, presentes desde os anos 2010, viabilizam novas formas de disseminar ideias e mobilizar grupos.
A inquietude com a frequência de eventos climáticos extremos constitui um motivador importante nesta mudança. Secas prolongadas com elevação do estresse hídrico sobre os sistemas de abastecimento e consequentes quebras de safra, inundações frequentes com danos ampliados em áreas costeiras e sobre a infraestrutura de transporte, além do aumento de ameaças à biodiversidade que elevam a mortalidade em áreas sensíveis dão origem a movimentos migratórios de massa.
A preocupação ambiental deixa de ser vista como um bem de luxo, restrita a nichos sociais com renda disponível elevada, e passa a ser percebida, por todos, como uma necessidade básica na vida das pessoas.
Um exemplo, já clássico, dessas mudanças de comportamento pode ser nitidamente observado na demanda por transporte individual. Se até
recentemente a forma de satisfação da mobilidade ocorria quase que de forma exclusiva por meio da posse de veículo, crescentemente observa-se a emergência de um novo modelo de negócios no qual a demanda por mobilidade é amplamente atendida por sistemas de compartilhamento e pela priorização do transporte coletivo público. Mas, a mudança de valores sociais não se restringe apenas ao setor de transportes, sendo observada nos mais diversos aspectos da vida cotidiana.
O moderado crescimento da economia mundial ao longo dos anos 2020 e 2030 também contribui para os resultados celebrados em termos de reduções de emissões de GEE. Na China, já designada como “locomotiva” do mundo, a transição planejada para uma economia orientada pelo consumo e para o mercado interno revela-se uma tarefa complexa e repleta de obstáculos, não sendo integralmente completada. O ritmo de crescimento chinês se enfraquece, frustrando o movimento
INOVAÇÃO ABERTA E COMPARTILHADA: UM SALTO EXPONENCIAL
Ao tornar a difusão de informação praticamente instantânea e gratuita, a internet também possibilitou novas oportunidades de colaboração e inovação. A força do processo de construção de códigos abertos, resumida na lei de Linus (“Havendo olhos suficientes, todos os erros são óbvios”), inspirou o desenvolvimento de estratégias de inovação aberta. Se, nos anos 2000, estes novos modelos de inovação se concentraram no compartilhamento de problemas complexos com fornecedores e centros de pesquisa especializados, nos anos 2010 já se vislumbrava o desenvolvimento de ecossistemas de inovação aberta incluindo startups e indivíduos que podiam estar localizados em qualquer lugar.
Em um mundo comprometido com desafios ambientais de escala global, as metas de redução de emissões exigem mudanças radicais nas formas de consumo e de produção de energia. A escolha feita pela sociedade de seguir o caminho do desenvolvimento de plataformas tecnológicas abertas para a automação de veículos e unidades industriais, e de gestão de smart grids é fundamental para acelerar a adoção destas soluções por parte de consumidores e compartilhar a responsabilidade pela segurança. Além disto, a realização contínua de moonshots só é possível com a colaboração de múltiplos atores, de áreas de expertise distintas, capazes de abordarem os desafios de forma ousada e inovadora. As iniciativas atuais para investir e fomentar ecossistemas de startups e para implantar unidades de transformação digital formam o início desta evolução para as empresas de óleo e gás.
43CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
histórico de aproximação aos níveis de renda per capita dos países desenvolvidos. Os Estados Unidos permanecem na liderança econômica e tecnológica, com um modelo de crescimento sustentado pela expansão do crédito e pela liderança tecnológica das indústrias associadas aos novos padrões de consumo.
Com a pressão da opinião pública em relação à consciência ambiental e a grande preocupação com as consequências que as mudanças climáticas podem trazer, países, cidades, empresas e inúmeras organizações não governamentais engajam-se em um grande esforço para atender aos compromissos estabelecidos e reiterados em sucessivos acordos globais, que, ao longo do tempo, definem metas mais e mais rigorosas para a redução das emissões de GEE.
O acordo celebrado na COP 21, em Paris, em 2015, é o primeiro passo na direção de um acordo global efetivo e vinculante, cuja sanção impulsiona as políticas públicas de incentivo ao uso de energias alternativas. A taxação das emissões e o desenvolvimento de mercados líquidos de carbono, com preços convergentes levam à penalização do uso de energias fósseis. Políticas rigorosas de proteção ao meio ambiente limitam a exploração dos recursos fósseis e hídricos, impondo restrições às atividades dependentes desses recursos.
A demanda de derivados de petróleo atinge seu pico em meados da década de 2020, iniciando então uma trajetória de declínio nos anos seguintes. O grupo de países asiáticos não pertencentes à OCDE concentra as maiores taxas de crescimento da demanda, ainda que atenuadas por um ritmo moderado de crescimento econômico, pelo esforço para redução das emissões e pela entrada de novas tecnologias. Assim, o aumento de demanda nessa região não é suficiente para contrabalançar inteiramente a queda na demanda das demais regiões do mundo.
Em 2040, os derivados do petróleo enfrentam uma forte concorrência no setor de transportes: a ampla disseminação dos veículos híbridos e elétricos constitui um limitador à expansão da demanda. Por outro lado, em situação diversa, o setor petroquímico aumenta sua participação relativa na composição dos setores demandantes de derivados de petróleo.
EMISSÕES E PREÇO CO2
(CORAL)
GT CO2
2015 2020 2030 2040
32,1 33,130,4
25,8
PREÇO CO2 EMISSÕES
0
5
10
15
20
25
30
35
10
20
30
40
50
60
US$/TCO2
0
70
80
44CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Políticas públicas e redes internacionais de inovação possibilitam o desenvolvimento de novos materiais e reduções expressivas nos custos de armazenamento de energia, além de importantes ganhos em eficiência energética. Tal movimento, associado à ampla disseminação de redes inteligentes de distribuição (smart grids), permite uma forte ampliação no uso de fontes alternativas de geração elétrica, como eólica e solar, que alcançam plena viabilidade comercial. No cenário Coral, a contribuição das fontes renováveis para o incremento na geração elétrica excede os cem por cento, compensando, dessa forma, a contribuição negativa do carvão e do petróleo no período. Em 2040, pela primeira vez na história, as renováveis tomadas em conjunto (hidráulica, bioenergia e renováveis modernas) passam a responder por mais da metade da eletricidade gerada em todo o mundo.
Fração crescente da participação dos fósseis na matriz energética deve-se à disseminação de projetos de CCS. Sua difusão responde ao estímulo de políticas públicas de indução à esta tecnologia. As instalações de CCS oferecem sobrevida às fontes fósseis, notadamente nos segmentos industrial e de geração elétrica. O CCS é vital para a mitigação de emissões neste cenário, contribuindo ainda, quando combinado com a utilização de bioenergia, para a absorção de carbono da atmosfera.
MATRIZ ENERGÉTICA(CORAL)
32%
2015
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
28%2%
5%
22%
OUTRAS RENOVÁVEIS
10% 1%
31%
2020
26%3%
5%
22%
10%3%
30%
2030
20%
3%
7%
23%
11%
6%
27%
2040
15%
4%
8%
24%
11%
11%
45CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CRESCIMENTO OU MEIO AMBIENTE?
Existe um “perde-e-ganha” entre proteção ambiental e crescimento econômico? Ou, ao contrário, é preciso uma economia dinâmica para gerar os recursos necessários para mitigação e prevenção?
No cenário Coral, o crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial durante a década de 2020 é reflexo de uma transformação mais brusca do modelo chinês, afetando, assim, o ritmo de expansão da região e da economia global. Ao mesmo tempo, em termos mundiais, uma crescente preocupação com o meio ambiente avança a partir da mudança de comportamento e valores da sociedade, que passam a internalizar as consequências dos seus padrões de consumo. Estes dois fatos ocorrem simultaneamente por razões distintas. Na década seguinte (2030-2040), uma nova onda de inovações e o amadurecimento dos investimentos realizados para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono dinamizam o crescimento da economia mundial.
De fato, não há contradição entre proteção ambiental e crescimento econômico em nenhum dos três cenários. No Cenário Coral, a economia já é resultado de uma sociedade onde estes valores estão internalizados e conceitos como economia circular, economia de baixo carbono, “empregos verdes”, etc. são amplamente difundidos. Mesmo hoje em dia, existe a preocupação com impactos das mudanças climáticas nos negócios, com a questão do risco carbono e do próprio risco físico dos ativos em virtude de eventos climáticos extremos.
Metas desafiadoras para a eficiência veicular são estabelecidas em todas as regiões do mundo. De forma geral, os veículos menores e leves e os elétricos com muita tecnologia embarcada ganham a preferência do consumidor, disposto a pagar prêmios pela tecnologia de baixo carbono. Esses veículos também são alvo de incentivos fiscais, enquanto, em movimento contrário, os veículos a combustão interna enfrentam crescentes restrições, como obrigatoriedade de rodízio e a proibição de circular nos centros de grandes cidades. Os ônibus e os veículos comerciais leves (furgões, pickups e vans) elétricos também ganham participação nas frotas em todo o mundo.
Neste ambiente, o cotidiano das empresas dedicadas à atividade de exploração e produção (E&P) de petróleo torna-se muito penoso. Por um lado, os projetos ganham complexidade e têm seus custos ampliados em função da necessidade de atenderem a requisitos restritivos de controle das emissões de GEE e de proteção do meio ambiente no entorno das operações. Por outro lado, a redução drástica das perspectivas de demanda de derivados de petróleo reduz o espaço para o investimento em E&P que, em muitas regiões, limita-se a apenas conter o declínio natural dos ativos.
PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES (CORAL)
2015 2030 2040
2%
14%
22%
18%
38%
HÍBRIDOS ELÉTRICOS*
*Elétricos incluem híbridos plug-in e elétricos puros
46CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
A produção de não convencionais é especialmente afetada pelo maior rigor das restrições ambientais, tanto globais quanto locais. Os mecanismos de controle de emissões de GEE e a grande restrição ao uso de recursos hídricos são determinantes desse desdobramento. Os não convencionais sofrem ainda a competição de outras fontes, particularmente de energia limpa, o que limita sua produção nos Estados Unidos e impede seu desenvolvimento em outras regiões.
Na arena da produção convencional, a dificuldade de coordenação entre os membros da OPEP resulta na desarticulação de sua política de controle de preços, tradicionalmente sustentada por cortes de produção. O desejo dos países membros de antecipar a monetização dos seus recursos petrolíferos contribui significativamente para essa desarticulação. A manutenção de preços de petróleo em patamares baixos dá origem a disputas internas que, por seu turno, resultam em reduções na produção e queda da participação de mercado de países com custos mais elevados. A postura de manutenção da política de participação no mercado da OPEP (em oposição à histórica política de impedir declínios acentuados de preços) mais do que contrabalança o fraco desempenho da produção em países fora da OPEP. A demanda de petróleo, por sua vez, também deixa de ser uma fonte de pressão para o mercado, justificando preços menores por um período mais prolongado.
Nesse contexto, a atividade de refino mundial é impactada de forma generalizada pela redução na demanda de combustíveis. Além disso, a produção de derivados enfrenta forte elevação de custos operacionais, decorrente da regulação ambiental mais restritiva, de normas mais rígidas quanto ao uso da água em processos industriais e da incorporação de custos de emissão de GEE em todas as etapas do processo produtivo. Como resultado, várias refinarias encerram suas atividades em todas as regiões do mundo, particularmente nos países da OCDE.
A emergência de um compromisso intergeracional explícito e amplamente disseminado cria condições para a consolidação de práticas orientadas para um consumo responsável e sustentável, visando manter o planeta ao menos nas mesmas condições para as futuras gerações. Valores sociais mudam substancialmente e os aspectos gerenciáveis da questão ambiental recebem o equilíbrio possível, entretanto, os desafios deuma transformação tão profunda e ainda em curso em 2040 estão por ser superados por empresas e cidadãos.
47CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
48CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Os cenários apresentados neste documento constituem o ponto de partida para o nosso processo de planejamento de longo prazo. Para além de um mero registro de nossas visões, os cenários constituem um processo vivo e dinâmico de concepção e validação contínua das escolhas apontadas em nosso Plano Estratégico. Estamos permanentemente atentos ao ambiente externo e debruçados sobre as ameaças e oportunidades que emergem dos cenários descritos. É com base nestas visões sobre a evolução do ambiente externo que se avaliam os possíveis resultados dos posicionamentos adotados.
Nesta mesma linha, os Cenários Petrobras 2040 servem de base para a elaboração do Plano de Negócios e Gestão que traça metas, define os recursos e estabelece métricas para atuação da companhia nos próximos cinco anos, sempre de forma alinhada às diretrizes estabelecidas no nosso Plano Estratégico.
Ao comunicar aos nossos públicos de interesse as visões que sustentam nossos posicionamentos, reiteramos o nosso compromisso com a transparência e oferecemos à sociedade narrativas que ajudam a pensar o futuro.
49CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
ANEXO ESTATÍSTICO
50CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
PREMISSACrescimento Populacional (%a.a.)
América do Norte
EUA
Américas Sul e Central
Brasil
Europa OCDE
Eurásia
Rússia
África
Oriente Médio
Ásia
China
Índia
Japão
TOTAL
Histórico2000-15
Correnteza 2015-30 2030-40
0,8%
0,7%
0,8%
0,6%
0,0%
-0,3%
-0,2%
2,4%
1,6%
0,8%
0,2%
1,0%
-0,3%
1,0%
0,6%
0,5%
0,5%
0,3%
-0,1%
-0,4%
-0,3%
2,1%
1,2%
0,4%
-0,2%
0,6%
-0,5%
0,8%
Cardume 2015-30 2030-40
0,8%
0,7%
0,8%
0,6%
0,0%
-0,3%
-0,2%
2,4%
1,6%
0,8%
0,2%
1,0%
-0,3%
1,0%
0,6%
0,5%
0,5%
0,3%
-0,1%
-0,4%
-0,3%
2,1%
1,2%
0,4%
-0,2%
0,6%
-0,5%
0,8%
Coral 2015-30 2030-40
0,8%
0,7%
0,8%
0,6%
0,0%
-0,3%
-0,2%
2,4%
1,6%
0,8%
0,2%
1,0%
-0,3%
1,0%
0,6%
0,5%
0,5%
0,3%
-0,1%
-0,4%
-0,3%
2,1%
1,2%
0,4%
-0,2%
0,6%
-0,5%
0,8%
1,0%
0,9%
1,2%
1,1%
0,1%
-0,2%
-0,1%
2,6%
2,3%
1,1%
0,6%
1,5%
0,0%
1,2%
PREMISSA Crescimento Econômico (%a.a.)
América do Norte
EUA
Américas Sul e Central
Brasil
Europa OCDE
Eurásia
Rússia
África
Oriente Médio
Ásia
China
Índia
Japão
TOTAL
Correnteza 2000-15 2015-30 2030-40
1,8%
1,8%
3,3%
2,8%
1,6%
4,0%
3,6%
4,7%
4,2%
6,0%
9,5%
7,2%
0,7%
3,7%
2,3%
2,2%
3,1%
2,8%
1,2%
2,2%
2,2%
4,2%
3,6%
4,1%
4,3%
4,5%
0,3%
3,3%
Cardume 2000-15 2015-30 2030-40
Coral 2000-15 2015-30 2030-40
2,5%
2,5%
2,9%
2,8%
1,6%
2,3%
2,3%
4,3%
4,0%
5,3%
6,0%
6,0%
0,9%
3,8%
1,8%
1,8%
3,3%
2,8%
1,6%
4,0%
3,6%
4,7%
4,2%
6,0%
9,5%
7,2%
0,7%
3,7%
1,7%
1,7%
2,4%
2,1%
1,0%
1,8%
1,8%
3,6%
2,9%
3,8%
3,6%
5,0%
0,6%
2,9%
2,1%
2,1%
2,3%
2,2%
1,6%
2,0%
2,0%
3,9%
3,6%
5,2%
5,6%
6,4%
1,1%
3,6%
1,8%
1,8%
3,3%
2,8%
1,6%
4,0%
3,6%
4,7%
4,2%
6,0%
9,5%
7,2%
0,7%
3,7%
2,0%
2,0%
2,5%
2,9%
1,0%
1,2%
1,2%
3,1%
2,2%
2,9%
2,7%
4,0%
0,8%
2,4%
2,3%
2,3%
1,8%
1,7%
1,5%
1,6%
1,6%
3,6%
3,2%
4,4%
4,6%
5,7%
1,2%
3,2%
51CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
PREMISSA Preço do Carbono (US$/ton CO2)
Europa
Estados Unidos
China
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
17
17
11
21
21
15
Cardume 2030 2040
34
34
23
50
50
36
Coral 2030 2040
46
46
31
70
70
51
9
6
-
MUNDOMATRIZ ENERGÉTICA
PIB (bilhões de USD PPP)
População (Milhões)
GDP per capita
Intensidade Energética (tep por USD)
Emissões Líquidas (GtCO2eq)
Oferta Interna de Energia (Milhões de teps)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Composição (%)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
172.452
8.497
20.295
101
38
4.242
5.308
3.964
968
501
1.696
663
17.341
24%
31%
23%
6%
3%
10%
4%
100%
231.873
9.143
25.361
85
41
4.746
5.637
4.648
1.103
576
1.911
1.028
19.649
24%
29%
24%
6%
3%
10%
5%
100%
Cardume 2030 2040
166.035
8.497
19.540
99
34,8
3.705
5.006
3.916
964
505
1.654
739
16.489
22%
30%
24%
6%
3%
10%
4%
100%
214.851
9.143
23.499
83
34,3
3.559
4.999
4.585
1.138
577
1.799
1.230
17.887
20%
28%
26%
6%
3%
10%
7%
100%
Coral 2030 2040
158.811
8.497
18.690
98
30,4
3.137
4.667
3.646
1.077
512
1.657
938
15.633
20%
30%
23%
7%
3%
11%
6%
100%
197.999
9.143
21.656
82
25,8
2.496
4.449
3.822
1.338
585
1.782
1.722
16.193
15%
27%
24%
8%
4%
11%
11%
100%
105.035
7.334
14.322
130
32
3.832
4.338
2.944
671
334
1.323
201
13.643
28%
32%
22%
5%
2%
10%
1%
100%
52CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MUNDOMATRIZ ENERGÉTICA
Transformação (Milhões de teps)
Consumo Final (Milhões de teps)
Transporte
Indústria
Edificações
Outros Usos
Transporte (Milhões de teps)
Fósseis
Eletricidade
Renováveis
Indústria (Milhões de teps)
Fósseis
Eletricidade
Renováveis
Edificações (Milhões de teps)
Fósseis
Eletricidade
Renováveis
Outros Usos (Milhões de teps)
Fósseis
Eletricidade
Renováveis
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
7.622
13.024
3.535
3.445
3.643
2.402
3.339
71
125
2.016
1.159
271
1.256
1.467
919
2.016
353
33
9.075
14.621
3.871
3.907
4.184
2.658
3.606
134
131
2.210
1.373
325
1.345
1.825
1.014
2.219
403
37
Cardume 2030 2040
7.232
12.403
3.366
3.331
3.439
2.266
3.163
74
129
1.935
1.132
264
1.180
1.377
882
1.915
320
32
8.211
13.340
3.537
3.646
3.747
2.409
3.250
151
137
2.035
1.287
325
1.231
1.597
919
2.031
344
34
Coral 2030 2040
6.831
11.838
3.210
3.185
3.305
2.139
2.992
77
142
1.823
1.067
295
1.092
1.371
842
1.815
293
31
7.475
12.140
3.203
3.288
3.469
2.180
2.882
162
159
1.758
1.134
396
1.080
1.587
803
1.855
288
36
5.843
10.218
2.703
2.740
2.807
1.968
2.591
36
76
1.692
855
193
1.008
993
806
1.598
340
30
53CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MUNDO SETOR DE GERAÇÃO
Geração (TWh)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Geração (%)
Fósseis
Nuclear
Hidráulica
Renováveis
Capacidade Instalada (GW)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Capacidade (%)
Fósseis
Nuclear
Hidráulica
Renováveis
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
11.010
837
7.855
3.560
5.291
912
4.468
33.932
58%
10%
16%
16%
2.433
368
2.416
486
1.621
186
2.253
9.763
53%
5%
17%
25%
13.323
683
9.908
3.932
6.068
1.258
6.767
41.939
57%
9%
14%
19%
2.671
324
2.902
527
1.806
248
3.202
11.680
50%
5%
15%
30%
Cardume 2030 2040
9.139
810
7.884
3.551
5.322
949
5.021
32.674
55%
11%
16%
18%
2.215
356
2.433
484
1.642
195
2.561
9.885
51%
5%
17%
28%
8.984
504
9.861
4.064
6.055
1.332
8.058
38.859
50%
10%
16%
24%
2.287
277
2.957
546
1.819
263
3.896
12.045
46%
5%
15%
35%
Coral 2030 2040
7.015
623
7.089
3.969
5.384
1.040
6.051
31.171
47%
13%
17%
23%
1.968
312
2.268
540
1.658
210
3.055
10.011
45%
5%
17%
33%
4.870
467
7.266
4.780
6.114
1.586
10.539
35.622
35%
13%
17%
34%
1.818
255
2.647
640
1.858
311
5.006
12.534
38%
5%
15%
42%
9.530
998
5.543
2.571
3.888
528
1.095
24.154
67%
11%
16%
7%
1.949
442
1.617
371
1.218
107
664
6.368
63%
6%
19%
12%
54CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MUNDO SETOR DE TRANSPORTE
Consumo Energético (Milhões de teps)Rodoviário Passageiros
Rodoviário Cargas
Outros Modais
Frota Leves (MM unidades)Frota Pesados (MM unidades)Taxa de Motorização (veículos/1000 Hab) Mobilidade Passageiro (Bilhões pass-km) Rodoviário Individual
Rodoviário Coletivo
Ferroviário
Aéreo
Composição Vendas - Veículos LevesCombustão Interna
Híbridos
Elétricos / Célula Combustível
Composição Vendas - Comerciais LevesCombustão Interna
Híbridos
Elétricos / Célula Combustível
Composição Vendas - Caminhões PesadosCombustão Interna
Híbridos
Elétricos / Célula Combustível
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
3.535
1.582
1.130
1.067
1.593
267
219
77.561
46%
29%
7%
18%
76%
10%
14%
89%
10%
1%
93%
7%
0%
3.871
1.657
1.261
1.206
2.086
328
264
94.426
47%
26%
6%
21%
64%
13%
23%
82%
16%
2%
86%
12%
1%
Cardume 2030 2040
3.366
1.479
1.107
1.025
1.545
261
212
74.313
46%
29%
7%
17%
71%
11%
19%
84%
15%
1%
94%
6%
0%
3.537
1.446
1.211
1.134
1.977
315
250
87.223
48%
26%
6%
20%
55%
13%
32%
74%
23%
3%
84%
13%
3%
Coral 2030 2040
3.210
1.390
1.063
987
1.451
251
200
71.737
45%
30%
7%
17%
64%
14%
22%
76%
22%
2%
89%
10%
1%
3.203
1.264
1.117
1.045
1.774
293
226
81.889
47%
28%
6%
19%
44%
18%
38%
63%
31%
6%
72%
19%
9%
2.703
1.281
859
772
960
195
157
52.304
45%
33%
9%
13%
97,7%
1,9%
0,4%
100%
0%
0%
100%
0%
0%
55CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
REGIÕES SELECIONADAS Em Milhões de teps
América do Norte
EUA
América Sul-Central
Brasil
Europa OCDE
Eurásia
Rússia
Oriente Médio
África
Ásia
Japão
China
Índia
Desenvolvidos
Em Desenvolvimento
Correnteza - 2040 % Renovável
Total
14%
12%
34%
50%
24%
7%
5%
3%
43%
16%
14%
11%
17%
17%
18%
% Renovável
Geração
33%
27%
69%
86%
53%
23%
22%
9%
33%
30%
26%
32%
30%
38%
34%
Cardume - 2040
Coral - 2040 Consumo
Energia
2.802
2.213
1.157
485
1.691
1.378
853
1.506
1.591
9.524
420
4.565
2.010
5.164
14.485
% Renovável
Total
15%
13%
37%
52%
27%
8%
6%
4%
44%
19%
15%
15%
19%
19%
21%
% Renovável
Geração
35%
29%
73%
89%
58%
26%
25%
13%
43%
38%
28%
41%
38%
41%
39%
Consumo
Energia
2.584
2.042
1.061
462
1.561
1.288
789
1.320
1.411
8.662
410
4.053
1.821
4.814
13.073
% Renovável
Total
22%
20%
41%
55%
31%
11%
9%
7%
46%
25%
24%
20%
21%
24%
26%
% Renovável
Geração
51%
47%
79%
91%
65%
34%
33%
25%
59%
49%
40%
54%
47%
53%
50%
Consumo
Energia
2.512
1.974
968
437
1.496
1.191
742
1.150
1.226
7.649
386
3.447
1.519
4.640
11.553
56CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
BRASIL MATRIZ ENERGÉTICA
Oferta Primária de Energia (Milhões de teps)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Participação (%)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
24
139
46
7
51
116
26
409
6%
34%
11%
2%
13%
28%
6%
100%
25
156
52
10
61
134
48
485
5%
32%
11%
2%
13%
28%
10%
100%
Cardume 2030 2040
24
135
44
7
51
114
23
398
6%
34%
11%
2%
13%
29%
6%
100%
23
144
47
7
57
139
46
462
5%
31%
10%
2%
12%
30%
10%
100%
Coral 2030 2040
19
124
37
7
49
112
24
371
5%
33%
10%
2%
13%
30%
6%
100%
19
131
39
7
54
137
50
437
4%
30%
9%
2%
12%
31%
11%
100%
18
125
35
4
31
86
3
301
6%
41%
12%
1%
10%
29%
1%
100%
57CENÁRIOS PETROBRAS - 2040
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
BRASIL SETOR DE GERAÇÃO
Geração (TWh)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Geração (%)
Fósseis
Nuclear
Hidráulica
Renováveis
Capacidade Instalada (GW)
Carvão
Petróleo
Gás Natural
Nuclear
Hidráulica
Bioenergia
Outras Renováveis
TOTAL
Capacidade (%)
Fósseis
Nuclear
Hidráulica
Renováveis
Histórico2015
Correnteza 2030 2040
36
11
119
27
598
85
169
1.045
16%
3%
57%
24%
5
9
28
3
129
24
56
254
16%
1%
51%
31%
30
9
122
37
714
146
346
1.404
11%
3%
51%
35%
4
5
37
5
148
40
112
351
13%
1%
42%
43%
Cardume 2030 2040
34
10
92
27
599
86
153
1.000
14%
3%
60%
24%
5
9
25
3
128
24
51
245
16%
1%
52%
30%
21
8
85
27
663
146
329
1.279
9%
2%
52%
37%
3
5
33
3
138
40
104
327
13%
1%
42%
44%
Coral 2030 2040
18
8
68
26
565
87
155
928
10%
3%
61%
26%
2
6
22
3
122
24
52
232
13%
1%
52%
33%
18
7
68
26
628
154
359
1.259
7%
2%
50%
41%
2
5
27
3
131
42
118
330
11%
1%
40%
49%
27
29
79
15
360
49
22
581
23%
3%
62%
12%
4
8
12
2
92
14
8
140
18%
1%
65%
16%