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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Caroline Mosimann Lussoli TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Um estudo da empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil; sob a ótica da inovação tecnológica. Administração de Produção ITAJAÍ (SC) 2008 II

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UNIVE RSIDADE DO VALE DO IT AJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Caroline Mosimann Lussoli

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Um estudo da empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil; sob a ótica da inovação

tecnológica.

Administração de Produção

ITAJAÍ (SC) 2008 II

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CAROLINE MOSIMANN LUSSOLI

PROJETO DE ESTÁGIO

UM ESTUDO DA EMPRESA

TRENTO BRASIL BENEFICIAMENTO

TÊXTIL;

SOB A ÓTICA DA

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Trabalho de Conclusão desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008.

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FAMÍLIA aperte mais esse laço! Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações. Grandes não são os que não caem, e sim os que se levantam. A vitória não é mais importante do que a certeza de termos feito todo o esforço para conquistá-la. Não se deve fazer nada na vida sem paixão. Todos estes que aí estão atravancando o meu caminho, Eles passarão. Eu passarinho! (Mario Quintana)

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso ao meu pai Armando Lussoli, a minha mãe Maria Mercedes, minhas irmãs Mariana, Gabriela e Isabelle e meu namorado Thiago, que compreenderam muitas vezes as horas de falhas que tive e que deram apoio para continuar em frente sempre que estava desanimada.

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De modo especial agradeço meus pais pela oportunidade de cursar a universidade. A minha orientadora Bárbara Sabino e sua mãe, Salete Roza Sabino pela paciência e incentivo nas idas e vindas durante o desenvolvimento do trabalho. A minha amiga Andréa Ivonete Jacinto e sua filha Esther Jacinto que estiveram presentes por todo esse tempo de faculdade, me ajudando e me apoiando sempre. Aos meus colegas, pelos momentos que passamos juntos, levarei comigo as muitas amizades que conquistei durante esta caminhada. E a Deus, que com certeza está sempre do meu lado em tudo que faço.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Caroline Mosimann Lussoli

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Orientador de campo

Armando Lussoli

d) Orientador de estágio

Prof.a Bárbara Silvana Sabino, M.Sc.

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, M. Sc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Trento Brasil Beneficiamento Têxtil

b) Endereço

Nova Trento (SC), Bairro Trinta Réis, no 110.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administração Geral

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Armando Lussoli

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 24 de outubro de 2008.

A empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar em sua biblioteca, o

Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o estágio

Supervisionado, pela acadêmica CAROLINE MOSIMANN LUSSOLI.

________________________________

Armando Lussoli

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RESUMO

A inovação encontra-se presente em todas as corporações modernas, seja pela pressão mercadológica ou tecnológica, pois é considerada fundamental para o sucesso de uma organização. Inovação tecnológica se refere a todas as práticas relacionadas às pesquisas e ao desenvolvimento, bem como a aquisições de novas tecnologias, produtos ou serviços. Este trabalho propôs identificar quais são as inovações tecnológicas implementadas pela empresa, traçando o perfil da empresa em estudo, analisar o nível de profundidade, analisar o impacto dessas inovações na organização e apontar a função das tecnologias aplicadas. A tipologia do estágio é do tipo pesquisa-descritiva e diagnóstico sendo de caráter qualitativo com aporte quantitativo, de natureza aplicada em um Estudo de caso apoiando em pesquisa bibliográfica. Para a coleta dos dados foram utilizadas fontes primárias com uso de questionário. A análise ocorreu por meio de ferramentas da estatística. Como resultado pode-se inferir que para esta empresa, inovações tecnológicas dizem respeito a máquinas, equipamentos e ferramentas para melhorar a qualidade do produto, bem como, prestar novos serviços, sendo que grande parte delas se deram em nível incremental e dizem respeito à automação e afetaram a área técnica da empresa.

Palavras-chave: inovação tecnológica; nível incremental e radical; automação; setor têxtil, Santa Catarina.

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção

Abravest - Associação Brasileira do Vestuário

AMA - Associação Americana de Administração

Ampe - Associação das Micro e Pequenas Empresas

Ampe br - Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque

Ciesc - Centro da Indústria de Santa Catarina

EPP - Pequena Empresa

GE - Grande Empresa

MDE - Média Empresa

ME - Micro Empresa

P&D - Pesquisa e Desenvolvimento

Sebrae - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Sifitec - Sindicato da Indústria do Vestuário de Brusque e Guabiruba

Sintex - Sindicatos das Indústrias de Fiação e Tecelagem e do Vestuário de Blumenau

Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

V Egepe - Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas

empresas

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Tratamento e Análise de Dados........................................................................ 21

Figura 1 – Pirâmide das Necessidades Humanas de Maslow.............................................. 24

Quadro 2 – Componentes da empresa inovadora................................................................. 29

Figura 2 – Tipos de Inovação............................................................................................... 31

Figura 3 - Funções da Tecnologia segundo Zuboff............................................................. 33

Figura 4 - Tamanho da Organização e Tecnologia.............................................................. 34

Quadro 3 - Classificação de empresa conforme número de empregados............................ 37

Figura 5-Organograma da empresa...................................................................................... 45

Quadro 4 - Número de funcionários por setor..................................................................... 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Inovações Tecnológicas Implementadas e seus graus de profundidade............ 50

Tabela 2 – Quantidade de inovações por ano (1997-2008).................................................. 51

Tabela 3 - Inovações de qualidade total e Softwares........................................................... 51

Tabela 4- Nível de profundidade das inovações.................................................................. 52

Tabela 5 - Nível de impacto da inovações........................................................................... 52

Tabela 6 - Impacto das inovações radicais........................................................................... 53

Tabela 7 – Impacto das inovações incrementais.................................................................. 53

Tabela 8 – Função da tecnologia......................................................................................... 54

Tabela 9 - Inovações radicais e suas funções....................................................................... 54

Tabela 10 - Inovações incrementais e suas funções............................................................. 54

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14 1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa ........................................................................... 15 1.2 Objetivos do Trabalho ................................................................................................. 16 1.3 Aspectos metodológicos ................................................................................................ 17

1.3.1 Caracterização do Trabalho de Estágio....................................................................17 1.3.2 Descrição do contexto e participantes da pesquisa ................................................. 18 1.3.3 Procedimentos e instrumento de coleta de dados .................................................... 19 1.3.4 Tratamento e análise de dados ................................................................................ 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 22 2.1 Administração ............................................................................................................... 22

2.1.1 Administração de produção ..................................................................................... 25 2.2. Competitividade ........................................................................................................... 27 2.3. Inovação ........................................................................................................................ 28

2.3.1 Tipos de Inovação .................................................................................................... 30 2.3.2 Inovação Tecnológica .............................................................................................. 32

2.4 Setor têxtil ..................................................................................................................... 35 2.4.1 Micro de Pequenas Empresas do Setor Têxtil ......................................................... 37 2.4.2 Tinturaria ................................................................................................................. 38

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO .................................................. 43 3.1 Caracterização da empresa ......................................................................................... 43

3.1.1 Infra-estrutura física ................................................................................................ 44 3.1.2 Infra-estrutura administrativa .................................................................................. 44 3.1.3 Serviços Prestados ................................................................................................... 46 3.1.4 Linha de Produtos da Empresa ................................................................................ 46 3.1.5 Setor Produção ......................................................................................................... 47

3.2 Resultados da pesquisa ................................................................................................ 47 3.2.1 Traçar o perfil da empresa em estudo ...................................................................... 48 3.2.2 Identificar quais são as inovações tecnológicas implementadas ............................. 49 3.2.3 Analisar o nível de profundidade das inovações ..................................................... 52 3.2.4 Analisar o impacto dessas inovações na organização ............................................. 52 3.2.5 Apontar a função das tecnologias aplicadas ............................................................ 53

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 56 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 58 Apêndice A - Questionário ...................................................................................................... 62 Apêndice B – Tabela Inovações Tecnológicas ........................................................................ 66 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ............................................................................... 68

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1 INTRODUÇÃO

Hodiernamente, o tema inovação encontra-se presente em todas as corporações

modernas, seja pela pressão mercadológica ou tecnológica. Portanto é considerada

fundamental para o sucesso de uma organização.

Coutinho; Ferraz (1994, apud SABINO, 2006) acreditam que o sucesso competitivo

passa a depender da criação e da renovação das vantagens competitivas por parte das firmas,

em um processo contínuo de inovação, no qual cada organização se esforça para obter

peculiaridades que a distingam, favoravelmente, das demais.

Deste modo, um dos grandes desafios a ser superado pelas empresas é a capacidade de

inovar. Isto é, de desenvolver habilidades e conhecimentos tecnológicos que valorizem a

criação de novos produtos, processos e serviços.

Além disso, de acordo com a Folha de São Paulo (2008), com a abertura dos

mercados iniciada no governo Collor e a globalização fazem com que as empresas brasileiras

precisem acompanhar o ritmo de inovações do mercado internacional.

Neste cenário, a China, ainda é um dos maiores produtores têxteis e de confecções do

vestuário. Mas tem perdido, gradativamente, posições no ranking mundial de produtores e de

exportadores. Um agravante é o fato de não apresentar produtos de qualidade superior

(MCLAUGHLIN, 2008).

Mesmo com o câmbio desfavorável, significativa carga tributária e burocracia, Santa

Catarina mantêm a ponta na industrialização do país. A indústria catarinense é caracterizada

pela diversificação e pela competitividade, com a representação expressiva no país e no

mundo.

O Estado é considerado hoje, de acordo com o Centro da Indústria de Santa Catarina -

Ciesc, como o segundo maior pólo têxtil de vestuário de malha do mundo e briga diretamente

com todos os tigres asiáticos. Cabe ressaltar que o complexo têxtil vive momento delicado,

muitas empresas estão deixando de exportar devido aos preços competitivos da indústria têxtil

asiática, principalmente a China (CIESC, 2008).

Neste contexto, encontra-se a empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil de

tingimento que será avaliada sob a ótica das inovações tecnológicas implementadas por ela. A

Trento Brasil é uma empresa familiar de médio porte, prestadora de serviço industrial,

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localizada no bairro Trinta Réis em Nova Trento, Santa Catarina. A empresa fornece

tingimento em malhas com várias composições de fio.

No momento, atua com foco no Vale do Rio Itajaí, onde está concentrada a maior

parte de seus clientes. Também atua no mercado de São Paulo, no qual está conquistando um

número expressivo de clientes.

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

Um problema de pesquisa, de acordo com Roesch (2007), pode ser definido tanto a

partir da observação, como da teoria, ou ainda de método que se queira testar. No contexto de

um projeto de prática profissional, um problema é uma situação não resolvida ou a

identificação de oportunidades. Seguindo essa linha, foi formulada uma pergunta para

realização deste trabalho:

Quais são as inovações tecnológicas que a empresa Trento Brasil tem

implementado para torna-se competitiva?

Diversos estudos, como os apontados por Sabino (2006, p. 339), têm sido

desenvolvidos na área têxtil. Porém, voltados às empresas detentoras do produto final e não

dos fornecedores, como é o caso de: (1) Jörg Meyer-Stamer (1998) que estudou, na

Alemanha, a competitividade da indústria têxtil Catarinense sob a ótica das redes; (2)

Machado (1998) dedicou-se ás mudanças ocorridas nas médias e grandes empresas da região

de Blumenau; (3) Ferreira e Wilhelm (2001), a percepção dos empresários em relação às redes

locais; (4) Pereira e Pedrozo (2003) geraram um modelo analítico do desenvolvimento de

redes da região; (5) Bauer (2003) analisou o comprometimento dos participantes; (6) Crocco

et al (2003); a delimitação geográfica; (7) Santos (2003), o papel das instituições de suporte;

(8) Hoffmann, Alves e Laimer (2004) a transferência de conhecimento entre os parceiros; (9)

Suêne (2004), a competitividade delas sob a ótica econômica; (10) Hoffmann, Morales e

Martinez (2005), a vantagem competitiva através de recursos estratégicos.

Cabe ressaltar que a autora analisou as inovações implementadas pela rede de

confecções têxteis do vestuário em Brusque. E, recentemente, Hoffmann; Sabino (2008)

analisaram as inovações tecnológicas implementadas por elas, em termos de tipo,

profundidade e impacto na organização, o qual foi premiado como melhor trabalho sobre

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gestão de pequenas empresas no Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de

Pequenas empresas -V Egepe.

Todos esses estudos indicam que a indústria têxtil catarinense, além de formar um dos

maiores pólos têxteis do país tem provocado interesse na academia, inclusive em termos de

inovações.

Assim, a realização deste trabalho é relevante por desenvolver estudos sobre temas

atuais, importantes em âmbitos acadêmicos e empresariais. Para a acadêmica, ele é um

importante instrumento para o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos durante o

curso. Agregando a eles informações específicas sobre a empresa em estudo, a área de

tinturaria e suas inovações. E para a professora orientadora, também, pois dá continuidade a

seus estudos iniciados no ano de 2004, com o mestrado.

Já, para a empresa será importante, primeiramente, para o acompanhamento da sua

evolução em termos de inovação tecnológica. Assim, obterá informações importantes

advindas da análise ambiental interna que será provocada por esse estudo, as quais poderão

ser aplicadas por ela em futuros planejamentos.

Este tipo de trabalho é o primeiro a ser realizado na Trento Brasil, com isso se

caracteriza pela originalidade. Já, o que torna viável o estudo é o seu baixo custo, o fácil

acesso aos dados e o tempo necessário.

1.2 Objetivos do trabalho

O objetivo da pesquisa deve indicar o que se pretende com o desenvolvimento do

estágio e quais os resultados que se procura alcançar.

Segundo Roesch (2007, p. 96), “o objetivo geral define o propósito do trabalho”.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo geral avaliar as inovações tecnológicas

implementadas nos 12 anos de existência da empresa Trento Brasil.

De acordo com Roesch (2007, p. 97) “o objetivo específico especifica como se

pretende atingir um objetivo geral”. Desta maneira, considerando o objetivo geral apresentado

definem-se os seguintes objetivos específicos:

• traçar o perfil da empresa em estudo;

• identificar quais são as inovações tecnológicas implementadas por ela;

• verificar o nível de profundidade delas;

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• determinar o impacto dessas inovações na organização;

• apontar as funções da tecnologias aplicadas.

1.3 Aspectos Metodológicos

A metodologia, segundo Roesch (2007), descreve como o projeto pode ser realizado, a

partir de seus objetivos. Deste modo, para a construção deste tópico levaram-se em

consideração as seguintes dimensões: caracterização do estudo; contexto e participantes do

trabalho; procedimento e instrumento de coleta de dados; tratamento e análise de dados.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

O método utilizado na pesquisa foi predominantemente qualitativo com aporte

quantitativo. Pois para Moore (2005), a pesquisa quantitativa assume valores numéricos com

os quais faz sentido efetuar operações aritméticas, tais como adição e cálculo de médias.

Já a pesquisa qualitativa de acordo com Oliveira (2005) possui a facilidade de

descrever entre outros a complexidade de um problema de determinado grupo. As principais

características dos métodos qualitativos são a imersões do pesquisador no contexto e a

perspectiva interpretativa de condução da pesquisa.

A técnica que se enquadra para o seu desenvolvimento é Estudo de Caso, pois é um

estudo empírico que pesquisa um fenômeno dentro de seu contexto atual e de realidade

(ROESCH, 2007). Para tanto, será necessário também uma pesquisa bibliográfica sobre as

temáticas envolvidas.

Com relação à natureza, esta pesquisa é aplicada, de acordo com Roesch (2007), por

poder gerar conhecimentos para a aplicação prática. E descritiva com corte longitudinal (anos

de 1997 a 2008), porque se propõe a descobrir as características de um fenômeno como tal,

objetivando o estudo de uma situação especifica.

Em suma, esse estudo é uma pesquisa predominantemente qualitativa com aporte

quantitativo, de natureza aplicada com cunho descritivo através de um Estudo de Caso

apoiado em pesquisa bibliográfica. E a aproximação do fenômeno se deu por meio de um

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levantamento com aplicação de questionário com o proprietário da empresa que optou em

chamar também: o gerente da produção, o gerente de logística, o gerente financeiro, o

contador e o gerente de Recursos Humanos que preencheram o questionário juntos em reunião

para auxiliá-lo no repasse das informações.

1.3.2. Descrição do contexto e participantes da pesquisa

População é o conjunto de elementos passíveis de serem mensurados, com respeito as

variáveis que se pretende levantar. A população pode ser formada por pessoas, famílias,

estabelecimentos industriais, ou qualquer outro tipo de elementos. (BARBETTA, 2001).

Já, de acordo com Moore (2005), uma amostra é parte de uma população que,

realmente, examina-se com o objetivo de reunir informações. Segundo Barbetta (2001) as

amostras podem ser de dois tipos: probabilística e não probabilística.

A probabilística se baseia em procedimentos estatísticos. Conforme Moore (2005), a

amostra probabilística é uma amostra escolhida ao acaso. E, para Barbetta (2001), a não

probabilística destaca-se a aleatória simples; por acessibilidade e por tipicidade.

Como aleatória simples considera-se que cada elemento da população tem uma chance

determinada de ser selecionado. Por acessibilidade a seleção ocorre pela facilidade de acesso

a eles. Já, por tipicidade a amostra leva em consideração a seleção de elementos que o

pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo

conhecimento dessa população (BARBETTA, 2001).

Seguindo essa linha, a população desta pesquisa é a empresa Trento Brasil

Beneficiamento Têxtil (tinturaria), para a escolha da empresa levou-se em conta o fato dela

pertencer à família da pesquisadora. Assim a mesma pode aplicar seus conhecimentos em

beneficio da mesma. Além disso, a empresa está inserida no segundo maior pólo têxtil do

vestuário do mundo.

Em termo de amostragem deu-se de forma não probabilístico do tipo censo. Pois de

acordo com Barbetta (2001) censo é o estudo através do exame de todos os elementos da

população.

Já na empresa, por opção do presidente, as respostas do questionário foram formuladas

por um grupo de gestores. Estes fazem parte dos níveis hierárquico administrativo estratégico

e tático da empresa, formado por: Armando Lussoli, proprietário formado em Ciências

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Contábeis; o gerente da produção João Carlos Espíndola que é técnico têxtil; o gerente de

logística, Silvio Goedert que é técnico têxtil; gerente financeiro, Antônio Luiz Montibeller

com segundo grau; o contador Ivo Barni que é pós-graduado em contabilidade e Rosangela

Archer, gerente de Recursos Humanos, a qual possui segundo grau completo.

1.3.3 Procedimentos e instrumento de coleta de dados

Os dados são do tipo primário devido ao fato de terem sido obtidos através de um

levantamento com aplicação de questionário. Pois segundo Mattar (1996), dados primários

são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores e que

são coletados com o propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em

andamento.

O questionário foi adaptado dos estudos de Hofmann (2002). De acordo com Vergara

(2000) o questionário se caracteriza por uma série de questões apresentadas pelo respondente

por escrito. Assim, esse questionário é composto em três partes cujas questões dizem respeito

a: (1) Identificação da Empresa; (2) Atributos e Contexto; e (3) Outros Dados.

A primeira parte procura traçar o perfil do entrevistado e da firma em termos de:

empregos diretos, fases do ciclo do processo produtivo realizado interna e externamente,

sistema de comercialização (vendedores internos e vendedores externos) e origem da

inovação de produtos. Já na segunda, através de uma escala contínua, com base na percepção,

questões sobre: transferência tecnológica e de conhecimentos, verticalização e terceirização

de processos, acesso a recursos, relacionamentos com concorrentes e fornecedores, inovações,

qualificação da mão-de-obra da região, aglomerações, instituições de ensino formal e

entidades de classe, linhas de crédito local, marca e reputação regional, e adaptação. E por

fim, a terceira parte abarca questões relativas à exportação, incremento do faturamento e da

lucratividade nos 12 anos, inovações tecnológicas. Sendo assim, o questionário foi aplicado

em agosto de 2008.

1.3.4 Tratamento e análise de dados

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A análise foi realizada através da leitura de dados levantados com o questionário. E

que foram apresentados em freqüência e porcentagem, com auxílio do software Microsoft

Excel que permitiu a melhor compreensão dos resultados, facilitando a análise.

Os dados também foram apresentados por textos interpretativos e descritivos.

Sendo assim, através desses meios, se buscou atingir o objetivo desse trabalho,

obedecendo aos critérios dos indicadores para a análise que foram pré-determinados e que

podem ser mais bem visualizados no quadro 1.

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Informação Categoria da informação Coleta Questão do Questionário

Autores

Perfil da empresa em estudo

• localização; • tempo de

existência; • cargos; • escolaridade; • tipo de sociedade; • tipo de gestão; • números direto de

funcionários; • porcentual do

processo realizado internamente;

• porcentual do tipo de comercialização;

• porcentual de desenvolvimento de produto;

1.2) localização. 1.3) ano de fundação – tempo de existência. 1.4) nome e cargo da pessoa que respondeu o questionário 1.5) escolaridade 1.6) tipo de sociedade 1.7) tipo de gestão 1.8) números de funcionários diretos que a empresa possui 1.9) porcentual do processo realizado internamente de 0% a 100% 2.0) porcentual do tipo de comercialização 2.1) porcentual do processo de desenvolvimento de produto

• Sabino (2006) • Chiavenato

(2003)

Inovação tecnológica O fator tecnológico produz o efeito mais decisivo nos negócios, pois as mudanças nesse ambiente externo costumam ser rapidamente sentidas pela empresa. Uma empresa pode estar completamente comprometida com uma determinada tecnologia e ter feito grandes investimentos em máquinas e treinamento de pessoal quando, de repente surge uma tecnologia inovadora e de menor custo.

3.4 ) Tipo, número, nível de Inovações.

• Bell, 1982; Scott-Kemmis, 1998 ( apud FIGUEIREDO, 2004)

• Lall, 1992; Bell, 1993; Pavitt, 1995; Figueiredo, 2001 (apud FIGUEIREDO, 2004)

• Montana; Charnov (2003)

Nível de profundidade Radical (totalmente nova), incremental. (parcialmente nova).

3.4 ) Tipo, número, nível de Inovações.

• Freeman (1994 apud CUNHA; SANTOS, 2005; SABINO, 2006);

• Betz (1997 apud CUNHA; SANTOS, 2005)

• Tuschman; Nadler (1997 apud SABINO, 2006)

Impacto na organização

Área social (administrativa) Área técnica (produção)

3.4 ) Tipo, número, nível de Inovações.

• Manual Oslo (1993 apud GOUVEIA, 1997)

Função da tecnologia Automação, informatização

3.4) Tipo número, nível de Inovação.

• Zuboff (apud MOTTA; VASCONCELLOS, 2002)

Quadro 1- Tratamento e análise de dados Fonte: Elaboração própria (2008).

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A revisão bibliográfica tem por finalidade apresentar os estudos sobre o tema, ou

especificamente sobre o problema, que já foram realizados por outros autores. Neste caso diz

respeito à Administração, Administração da Produção, Competitividade, Inovação, Tipos de

Inovação, Inovação Tecnológica, Setor Têxtil, Micro e Pequenas Empresas do Setor Têxtil e

Tinturaria.

2.1 Administração

Com o passar do tempo houve e continua havendo, segundo Montana; Charnov

(2003), uma modificação de ênfase nas definições do conceito de Administração. Em 1980, o

Presidente da American Managemente Association - AMA (Associação Americana de

Administração) utilizou a seguinte definição de administração: administração é realizar coisas

por intermédio de outras pessoas.

Uma definição atual, de acordo com Montana; Charnov (2003, p. 2) é a de que a

“administração é o trabalho com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos

da organização, bem como de seus membros”.

Deste modo, destaca-se que uma das principais modificações no conceito da

administração é atribuir maior ênfase ao ser humano na organização, de modo que os

objetivos pessoais dos participantes devem ser integrados com a realização dos objetivos da

organização.

Antes do século XX, a maior parte dos textos sobre a administração abordava a prática

da administração e não a teoria por trás da prática. Entretanto, em decorrência da expansão

industrial, da mudança da natureza da força de trabalho e da passagem para a produção em

massa, surgiu à necessidade de mais gerentes e da compreensão dos fundamentos teóricos da

administração (CERTO, 2005).

Assim, com a expansão da atividade industrial e o crescimento no número e no

tamanho das organizações, a necessidade de uma teoria para administrá-las, começou tornar-

se evidente. Muitas pessoas perceberam essa necessidade e trabalharam no sentido de

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desenvolver os princípios e as técnicas de uma administração geral, que orientasse o trabalho

do executivo de primeiro nível. Desta forma as teorias da administração organizam-se em

escolas. Na visão de Certo (2005), as principais Escolas da Administração são as seguintes:

I – ESCOLA CLÁSSICA: Taylor por meio do movimento da administração científica

e seu seguidor mais ilustre, Henry Ford pela criação da linha de montagem em série; Fayol

pelas funções administrativas; e Weber com o tipo ideal de burocracia.

II – ESCOLA COMPORTAMENTAL: Mayo com sua experiência em Hawthorne

dando início aos movimentos das Relações Humanas e Maslow colaborador do movimento

humano por meio das necessidades humanas.

III – PENSAMENTO SISTÊMICO: Etzioni através da Escola Estruturalista;

Bertalanffy da Sistêmica; Katz e Kahn com a visão sistema aberto.

Neste contexto, a Administração Científica foi criada por Frederick W. Taylor (1856-

1915) que é considerado pai o da administração científica, surgiu de esforços para melhorar a

eficiência do trabalhador. Segundo Montana; Charnov (2003) Taylor acreditava que só

haveria prosperidade econômica com a otimização da produtividade do trabalhador, a qual,

por sua vez, somente seria alcançada se os trabalhadores se tornassem mais eficientes.

Já Henri Fayol é considerado o Pai da Teoria Administrativa. Ele se concentrou na

administração da organização como um todo e definiu as funções da administração, que são

planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Segundo Certo (2005): (1)

PLANEJAMENTO envolve a escolha de tarefas que devem ser desempenhadas a fim de

atingir os objetivos da empresa, descrevendo como as tarefas precisam ser executadas e

indicando quando executá-las. (2) ORGANIZAÇÃO como o ato de designar, a vários

indivíduos ou grupos da empresa, as tarefas desenvolvidas durante o planejamento; (3)

COMANDO função relacionada á maneira como os gerentes administração os funcionários;

(4) COORDENAÇÃO refere-se ás atividades destinadas a criar uma relação entre todos os

esforços da organização para realizar um objetivo comum; e (5) CONTROLE é o processo

continuo.

Outra importante contribuição para administração foi feita por Henry Ford, fundador

da Ford Motor Company e criador da linha de montagem móvel. Ford, com a idéia de

princípio da produção em massa, estabelecendo o padrão de organização de processos

produtivos.

Henry Ford (1863-1947) por meio da racionalização da produção idealizou a linha de

montagem, o que lhe permitiu a produção em série. De acordo com Chiavenato (2000), na

produção em série ou em massa, o produto é padronizado em seu material, mão-de-obra,

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desenho e ao mínimo custo possível. As condições precedentes, necessárias e suficientes para

a existência da produção em massa, é a capacidade de consumo em massa, seja real ou

potencial.

Segundo Weber, “a administração burocrática é a forma mais racional de exercer a

dominação. A organização burocrática possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da

obediência com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança” (MAXIMIANO, 2004,

p. 60).

A abordagem clássica havia enfatizado o trabalho, mas a abordagem comportamental

enfatiza que a administração eficaz virá da compreensão do trabalhador. Preocupa-se com o

aumento da produção por meio de uma maior compreensão de como são as pessoas.

Montana; Charnov (2003) relatam que Elton Mayo, o fundador do movimento das

relações humanas, descobriu que os especialistas que procuravam melhorar a eficiência do

trabalhador tinham de levar em consideração as dimensões humanas do trabalho. Os

resultados dos estudos de Hawthorne revelaram que a produtividade do trabalho estava

relacionada com as variáveis psicológicas e sociais, bem como o trabalho em si mesmo.

Certo (2005) aponta que Maslow, conhecido como o maior colaborador do movimento

das relações humanas, acreditava que os administradores precisavam entender as necessidades

fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e auto-realização dos membros da empresa.

Estas categorias são normalmente apresentadas na forma de uma pirâmide, segundo

Certo (2005), Maslow afirma que os seres humanos possuem cinco necessidades básicas e

teoriza que elas são dispostas em uma hierarquia de importância de baixo para cima. Que são

mostradas na figura 1:

Figura 1 – Pirâmide das Necessidades Humanas de Maslow

Fonte: Certo (2005, p. 349).

Certo (2005) explica detalhadamente essas necessidades. Para ele, as

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS: relacionam-se ao funcionamento normal do corpo. Entre

elas estão as necessidades de água, alimento, descanso, ar. Até serem satisfeitas, umas partes

significativas do comportamento de um individuo será dirigida nesse sentido. Satisfeita o

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comportamento será dirigido para a satisfação das necessidades no nível seguinte da

hierarquia.

NECESSIDADES DE SEGURANÇA: são o desejo do indivíduo de se livrar de danos,

incluindo desde acidentes corporais até problemas econômicos. A gerência tem ajudado os

funcionários a satisfazer as suas necessidades fisiológicas e de segurança por meio de salários

adequados, pelos quais os funcionários usam em itens como alimentação e moradia.

NECESSIDADES SOCIAIS: volta-se para o desejo de amor, de companheirismo e de

amizade. Essas necessidades refletem o desejo de uma pessoa de ser aceita pelos outros. Á

medida que são satisfeitas, o comportamento muda para satisfazer as necessidades de estima.

NECESSIDADES DE ESTIMA: referem-se ao desejo de respeito. Em geral são

divididas em duas categorias: o respeito próprio e o respeito dos outros. Satisfeita a

necessidade de estima o individuo se move a satisfação de auto-realização.

NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO: se referem ao desejo de maximizar

qualquer potencial que um indivíduo possua no ambiente público não lucrativo de uma escola

secundária. As necessidades de auto-realização ocupam o nível mais elevado da hierarquia de

Maslow.

Já, Escola Estruturalista de Etzioni pode ser definida como uma tentativa de englobar

aspectos importantes da Abordagem Clássica e aspectos relevantes da Escola das Relações

Humanas.

Dando seqüência a essa visão, a Abordagem Sistêmica da administração baseia-se na

teoria geral dos sistemas. Seu fundador foi Ludwing Von Bertalanffy. Segundo ele (apud

CERTO, 2005) há dois tipos básicos de sistemas: (1) fechado: não é influenciado por aquilo

que os cerca, nem interagem com o meio em que estão; e (2) aberto: interage continuamente

com o meio em que se insere.

Seguindo esta lógica, o sistema administrativo é um sistema aberto, pois ele interage

com seu meio que pode ser o governo, fornecedores, clientes e concorrentes. Cada um desses

fatores representa uma influência potencial do meio, capaz de alterar significativamente o

futuro do sistema administrativo.

Assim, para Katz; Kahn de acordo com Certo (2005), cada organização é considerada

como um sistema que está aberto à influência do ambiente circundante. Ele considerava o

ambiente que cerca uma organização como fonte de recursos necessários.

2.1.1 Administração de produção

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Moreira (1999, p. 8) define sistema de produção “como o conjunto de atividades inter-

relacionadas e envolvidas na produção de bens ou serviços”.

Seguindo essa linha, a Administração da Produção pode ser entendida como a

transformação dos recursos da empresa em algum produto. Os recursos da empresa são todos

os ativos que dispõe o gerente para gerar produto e os produtos são os diversos bens e

serviços destinados a atender as necessidades humanas (CERTO, 2005).

A função produção, de acordo com Martins; Laugene (2006), é entendida como um

conjunto de atividades que levam á transformação de um bem tangível em outra com maior

utilidade, acompanha o homem desde sua origem.

Para Moreira (1999), dentro da função produção, as decisões gerenciais podem ser

divididas em três grandes áreas: (1) Decisões estratégicas (de longo prazo); (2) Decisões

táticas (de médio prazo); (3) Decisões de planejamento operacional (curto prazo).

A tomada de decisão em nível estratégico envolve política coorporativa, escolha de

lideres de produtos, localização de novas fábricas, armazéns ou unidade de atendimento,

projeto de processos de manufatura. Já nas indústrias em nível tático ocorre no chão de

fábrica, sendo de médio prazo e moderado o risco. No nível operacional o planejamento e a

tomada de decisão operacional têm lugar nas operações produtivas, envolvem custos, tempo e

risco, relativamente, menores e tarefas rotineiras.

De acordo com Martins; Laugeni (2006) o objetivo da administração de produção

tanto para curto, médio e longo prazo, se inter-relacionam, muitas vezes de forma

extremamente complexa. Como tais atividades, na tentativa de transformar insumos, como

matérias-primas, em produtos acabados e/ou serviços, consomem recursos e nem sempre

agregam valor no produto final.

Vários fatores exercem influência externa sobre a empresa como um todo e o sistema

de produção em particular; entre eles vale ressaltar as condições econômicas gerais do país, as

políticas e regulamentações governamentais, a competição e a tecnologia.

A natureza da competição, o mercado da empresa e como ela reage às estratégias

competitivas dos concorrentes têm estrema influência nas linhas do produto e dos processos

afetos ao sistema de produção. Novas tecnologias em processos de manufatura, equipamentos

e matérias podem afetar drasticamente projetos de produto e método de produção.

Freqüentemente a empresa é obrigada a introduzir dessas novas tecnologias para continuar em

atividade.

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2.2 Competitividade

Competitividade é uma tradução particular da idéia de eficácia, que se aplica

particularmente às empresas. Estas possuem naturezas competitivas, disputando os mesmos

clientes e consumidores. O sucesso de uma pode significar o fracasso da outra. (PORTER,

1996).

Na visão de Bateman; Snell (1998), para se sobreviver e vencer, é preciso obter

vantagem sobre os concorrentes, ou seja, é necessário ser melhor que os concorrentes em

fazer coisas de valor para os consumidores. Segundo esses autores, obtêm-se vantagem

competitiva pela adoção de abordagens de administração que satisfaçam as pessoas por meio

de competitividade em custos, produtos de alta qualidade e inovação.

Maximiano (2004, p. 107) parece corroborar com eles quando afirma que “para serem

competitivas, as empresas precisam ter desempenho melhor que outras que disputam os

mesmos clientes”.

Neste contexto, ele indica que algumas vantagens competitivas se destacam. São elas:

qualidade do produto ou serviço; domínio de fontes de matéria prima; domínio de tecnologia;

pose de capital; imagem positiva junto aos clientes e à sociedade; sistema eficaz de

distribuição e sistema eficiente de produção.

Além disso, percebe-se que a competitividade vem sendo associada à inovação que

pode ser entendida como o desenvolvimento de novas tecnologias ou a busca de outros

mercados, estimulando a inovação entre seus colaboradores pare que estes criem novos

produtos, melhorem processos ou proponham novos serviços. Seguindo essa mesma linha é

preciso unir o raciocínio produtivo e a ação inovadora, que resultem em vantagem

competitiva.

Hamel e Prahalad (1998, apud HOFFMANN; SABINO, 2008) consideram que em

curto prazo, a competitividade de uma firma deriva de seus atributos preço/ desempenho em

produtos existentes. Porém, em longo prazo, a competitividade depende da capacidade de

formar as competências essenciais. Para esses, a vantagem competitiva, geralmente,

independente das suas origens, requerem tempo para serem alcançadas. Essa característica é

particularmente aplicável às vantagens associadas à inovação e, portanto, a análise da

competitividade deve levar em conta a cumulatividade das vantagens competitivas adquiridas

pelas empresas. Desempenho competitivo, neste trabalho, assume o significado de vantagem

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competitiva, em função de a mesma refletir a excelência competitiva e o êxito das ações

empresariais.

2.3 Inovação

Em relação aos dois últimos séculos identificam-se segundo Cordeiro (2005), três

grandes ondas de profundas inovações. A primeira onda de inovação - 1760 a 1830 -

caracteriza-se pela Modificação do artesanal para o industrial, resultando na elevação da

produtividade, sendo fruto em parte da racionalidade patronal na redução de custos e na

maximização de lucros.

Já a segunda onda de inovação – 1870 a 1910 – Marcada por uma radical modificação

na divisão do trabalho. Nesta nova onda de inovação teve-se a descoberta de novos materiais,

como o aço e o petróleo da energia elétrica, do telégrafo, entre outros.

Mas, a terceira onda de inovação – Século XX - foi à chamada de revolução da

informática sendo, usualmente, conhecida como: sociedade pós-industrial, economia em rede.

Reformulando, assim com este avanço, as bases das informações e das comunicações.

O tema inovação vem ganhando destaque na mídia e em várias discussões nas esferas

pública e privada, nos meios acadêmicos e empresariais. Esse crescente interesse revela que

se trata de uma ferramenta estratégica para a competitividade em empresas. Seguindo esse

raciocínio, Cunha; Santos (2005) advertem que a inovação faz-se presente em vários aspectos

da organização e não necessita ser radical ou tecnológica para trazer os resultados almejados

pela empresa.

Para Schumpeter (1982, apud SABINO, 2006), a inovação é um conjunto de funções

evolutivas que alteram os métodos de produção, criando diversas formas de organização no

trabalho e, ao se produzir mercadoria que não existiam, possibilitando a abertura de novos

mercados mediante a criação de diferentes usos de consumos.

Já de acordo com Certo (2005), a inovação é o processo de adotar idéias úteis e

transformá-las em produtos, serviços ou métodos operacionais úteis. Essas idéias úteis são o

resultado do aprendizado. Nesse contexto, o processo de aprendizado gera e integra o

conhecimento especializado que torna possível a inovação. Logo, o processo de aprendizado

está na raiz do processo inovativo.

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Um conceito importante, de acordo com Drucker (1989, apud CUNHA; SANTOS,

2005) é o de que uma empresa para inovar com êxito precisa ser gerida de maneira diferente

da empresa bem administrada, seja ela grande ou pequena. A empresa inovadora compreende

que a inovação começa com idéias e que essas nascem pequenas, imaturas e disformes, são

promessas e não realizações.

Alvarenga (2008, p. 38) acredita que “Oferecer um espaço para inovação não é um

processo fácil ou rápido, mais vale a pena”. Seguindo a mesma linha, Nóbrega (2008, p. 40)

expõe que “qualquer organização duradoura é uma empresa que mudou para não morrer; e as

que não foram inovadas são a parte visível de uma população de empresas que não

conseguiriam permanecer relevantes, sumiram ou foram compradas.”

Para uma melhor distinção das empresas inovadoras, recorre-se a Tidd, Bessant e

Pavitt (1997, apud CUNHA; SANTOS, 2005). Para esses autores a inovação está

essencialmente na aprendizagem e na mudança e é freqüentemente inédita, arriscada e

dispendiosa. Os autores apresentam as principais características chaves de uma empresa

inovadora. Essas características são apresentadas no Quadro 2.

COMPONENTE CARACTERÍSTICAS Visão, liderança e vontade de inovar. Claramente articulada, com visão moderna. A liderança para a

inovação é fortemente creditada dentro da empresa. O compromisso da alta administração é uma prescrição comum associada com sucesso da inovação.

Estrutura apropriada Desenho da organização permite alto nível de criatividade. Principal objetivo é encontrar um equilíbrio apropriado entre administração orgânica e mecanicista para contingências particulares.

Indivíduos chaves. Promotores, campeões, gatekeepers e outros papéis que potencializam na construção e seleção de equipes.

Equipes de trabalho efetivas. Uso apropriado de equipes para resolver problemas. Requer investimento na construção e seleção e equipes.

Desenvolvimento individual contínuo. Compromisso de longo prazo para educação e treinamento para assegurar alto nível de competência e habilidades para aprender efetivamente.

Comunicação extensiva. Dentre e entre a organização e agentes externos. Internamente, a comunicação deve ser em 3 direções: para cima, para baixo e lateralmente.

Alto envolvimento em inovação. Participação em vastas atividades de melhoria contínua dentro da organização.

Foco no cliente. Orientação para cliente interno e externo. Cultura da qualidade total.

Clima de criatividade. Abordagem positiva para criar idéias, suportada por sistema de premiação uma cultura vencedora.

Aprendizagem organizacional. Processos, estruturas e culturas que ajudam a institucionalizar a aprendizagem individual. Gestão do conhecimento.

Quadro 2 – Componentes da empresa inovadora. Fonte: Tidd, Bessant e Pavitt (1997, p. 306-307 apud CUNHA; SANTOS, 2006, p. 356).

Essas características contemplam, praticamente, todas as esferas da organização que

podem afetar a capacidade inovativa das empresas. O quadro 2 aborda desde o nível

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estratégico, passando pela estrutura organizacional, as pessoas, o ambiente, o foco do cliente e

a aprendizagem organizacional.

No entanto, o Manual Oslo (1993, apud GOUVEIA, 1997) apresenta a inovação sob

os aspectos produto, processo e difusão. Ele os define como: (1) produto: é a comercialização

de um produto tecnologicamente alterado; (2) processo: é quando há alteração significativa na

tecnologia de produção de um item. Pode envolver novo equipamento, nova gestão e métodos

de organização, ou ambos; e (3) difusão: é a maneira como as inovações se espalham pelo

mercado.

Ele também se preocupa com a difusão da inovação no mercado. Mas os produtos são

a atenção principal, seguida pela organização, dos autores que analisam as “mudanças”

geradas através das inovações. E por fim, a “capacidade de influência”, também, abarca

estudos sobre a organização (técnica e administrativa) e o mercado. Percebe-se que a

organização está presente em todas as três classificações, apenas com graus de incidência

diferenciados.

Já Damanpour; Szabat; Evan (1989, apud SABINO, 2006) limitam-se á visão do

impacto das inovações nas organizações. Segundo eles, as inovações podem ser de natureza:

(1) técnica – essas inovações restringem-se ao âmbito operacional e impactam apenas o

sistema técnico de uma firma. O sistema técnico é formado pelos equipamentos e

metodologias operacionais utilizados para transformar matéria-prima ou informações em

produtos ou serviços; (2) administrativa: essas inovações são restritas ao âmbito

administrativo e impactam apenas o sistema social da firma. Este sistema é composto pelos

membros da firma e das relações entre eles.

Em suma, percebe-se que a inovação é a adoção de novas tecnologias que permitem

aumentar a competitividade, além de evidenciar a predominância de visões voltadas a novos

produtos e processos. Envolve diversos parceiros e trocas constantes entre eles que combinam

conhecimentos com o intuito de gerar vantagem competitiva através de novas soluções que

reforcem a margem de lucro e promovam os sistemas de ingressos, podendo impactar a área

administrativa ou a técnica.

2.3.1 Tipos de Inovação

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A análise dos trabalhos de diversos autores evidencia que a inovação precisa ser

classificada em Processos, Produto, Tecnologia ou Pesquisa e Desenvolvimento-P&D.

Segundo Rosenberg (1984, apud MUNIZ; STRINGHETA, 2005) destaca a tecnologia

sendo orientada por diversos componentes do sistema econômico, concentrando-se, nas

ultimas décadas, no desenvolvimento industrial e nas aptidões tecnológicas relacionadas a

produtos e processos.

Para Higgins (1995, apud SABINO, 2006) inovação por produto resulta em novos

produtos ou serviços ou em melhorias de produtos ou serviços existentes; por processos é

melhorada dentro da organização está focado na melhoria da eficiência e da eficácia do

processo produtivo.

Já para Sina (2008), a necessidade de inovar está sempre presente mesmo que seja em

alguns detalhes, para que o produto surja renovado aos olhos do consumidor.

O processo de inovação é considerado, por Guimarães (1995), uma síntese de

conhecimentos diversos, integrados à base privada de conhecimento de uma empresa através

de um processo de aprendizagem.

Mas, Sabino (2006) ressalta que as tecnologias inovativas exploram novos mercados,

possibilitam que empreendedores iniciem milhares de novos pequenos negócios gerando

renda e emprego para os trabalhadores.

Para a autora, uma inovação pode envolver dois ou mais tipos de inovações, como

podem se constatar na figura 3:

Figura 2 – Tipos de Inovação Fonte: Sabino (2006, p. 78).

A (figura 3), de acordo com Sabino (2006, p. 78), “evidencia que uma inovação de

P&D pode gerar um novo produto que necessitará de uma nova tecnologia que gerará um

novo processo produtivo”.

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Ou como defendem Cunha; Santos (2005) relatando que o processo inovativo ocorre

quando a empresa domina e implementa o design e a produção de bens e serviços que sejam

novos para ela, independente do fato de serem novos ou não para os seus concorrentes. Dessa

forma, pode-se avaliar esse processo não apenas em gastos de P&D, mas na contribuição dada

por produtos novos às vendas, nos diferentes setores industriais.

2.3.2 Inovação Tecnológica

A capacidade tecnológica inclui aptidões e os conhecimentos incorporados nos

trabalhadores, nas instalações e nos sistemas organizacionais, visando mudanças tanto na

produção quanto nas técnicas utilizadas (BELL, 1982; SCOTT-KEMMIS, 1988 apud

FIGUEIREDO, 2004).

Lall (1982, 1987, apud FIGUEREDO, 2004) define capacidade tecnológica como um

esforço tecnológico interno para dominar novas tecnologias, adaptando-as ás condições

locais, aperfeiçoando-as e até mesmo exportando-as. Dahlman; Westphal (1982, apud

FIGUEREDO, 2004) formularam o conceito de domínio tecnológico, concretizando através

do esforço tecnológico para assimilar, adaptar e criar tecnologia. Tal definição é analogada a

capacidade tecnológica de Bell (1982) e Scott-Kemmis (1988). Aprimorando o conceito,

Westphal (1982) define capacidade tecnológica como a aptidão para usar efetivamente o

conhecimento tecnológico. Todas essas definições estão, claramente, associadas aos esforços

internos das empresas no sentido de adaptar e aperfeiçoar a tecnologia por elas importada.

Tais esforços estão ligados aos aprimoramentos em termos de processos e organizações da

produção, produtos, equipamentos e projetos técnicos.

Em outras palavras, a capacidade tecnológica de uma empresa esta armazenada,

acumulada, em pelo menos, quatro componentes. (LALL, 1992; BELL, PAVITT, 1993, 1995;

FIGUEIREDO, 2001 apud FIGUEIREDO, 2004) que são:

(a) Sistema técnicos físicos: referem-se a maquinário e equipamentos, sistemas

baseados em tecnologia de informação; (b) conhecimento e qualificação das pessoas:

conhecimento tácito, as experiências, habilidades de gerentes que são adquiridos ao longo do

tempo, mas também abrange sua qualificação formal; (d) sistema organizacional:

conhecimento acumulado nas rotinas organizacionais e gerenciais da empresa; (e) produtos e

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serviços parte: mais visível da capacidade tecnológica, refletindo conhecimento tácito das

pessoas e da organização e os sistemas físicos e organizacionais.

Segundo Motta; Vasconcelos (2002) o esquema conceitual do grupo de Aston utiliza

como variáveis independentes para o estudo e das atividades organizacionais aquilo que

chamam de variáveis de contexto entre as quais se encontra a tecnologia.

As variáveis de contexto são formadas por: (1) origem e história: distinguira

conseqüência da passagem por uma guerra ou do carisma do fundador; (2) propriedade e

controle: poderia ser de algum valor se abordados em termos de centralização de autoridade;

(3) tamanho da organização: era necessário considerar o numero de empregados e total de

ativos líquidos; (4) plano: identifica eventuais conflitos entre metas oficiais e caráter da

organização; (5) tecnologia: consiste nas técnicas que a organização utiliza diretamente em

suas atividades na produção de bens ou na prestação de serviços; (6) localização: as vantagens

de uma determinada localização deverão variar com o tempo; (7) recursos: estabeleceram dois

grandes grupos os recursos materiais e os recursos financeiros; (8) interdependência: é o

relacionamento entre uma organização com outras organizações e instituições em seu

ambiente social.

Para esses autores, tão importante quanto o reconhecimento do surgimento das

variáveis tecnológicas, estão suas funções. A figura 3 traz essa ilustração.

Figura 3 - Funções da Tecnologia segundo Zuboff.

Fonte: Motta e Vasconcelos (2002, p. 201).

A função Automatizadora da Tecnologia de acordo com Motta; Vasconcelos (2002)

diz respeito à (1) mecanização de procedimento; (2) aprendizagem de circuito simples; (3)

modelo Industrial e Fordismo.

Já a função Informatizadora de Operações: (1) além de automatizar, gera informação

nova comparando informações; (2) aprendizado de circuito duplo; (3) modelo Pós-industrial.

Mas em termos de características do ambiente social: (1) o modo industrial de

produção induz a função automatizadora da tecnologia e a aprendizagem de circuitos simples;

(2) o modo Pós-Industrial ou Informacional induz a utilização da função informacional da

tecnologia e a aprendizagem de circuito duplo e a inovação.

Funções da Tecnologia

Automatizar operações

Informatizar operações

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Além disso, Motta; Vasconcelos (2002) vislumbram os impactos das inovações

segundo o porte das empresas.

Figura 4 - Tamanho da Organização e Tecnologia Fonte: Motta e Vasconcelos (2002, p. 239).

Para esses autores, como pode ser visualizado na Figura 4, quanto maior o porte da

empresa, menor o impacto da tecnologia.

Montana; Charnov (2003) apontam que o fator tecnológico produz o efeito mais

decisivo nos negócios, pois as mudanças no ambiente externo costumam ser rapidamente

sentidas pela empresa. Uma empresa pode estar completamente comprometida com uma

determinada tecnologia e ter feito expressivos investimentos em máquinas e treinamento de

pessoal quando, de repente surge uma tecnologia inovadora e de menor custo.

Pois para esses autores, inovação tecnológica se refere a todas as práticas relacionadas

às pesquisas e ao desenvolvimento, bem como a aquisições de novas tecnologias, produtos ou

serviços.

Já para Mattos; Guimarães (2005) a inovação tecnológica é o processo pelo qual uma

idéia ou invenção é transposta para a economia, ou seja, ela percorre o trajeto que vai desde

essa idéia, fazendo uso de tecnologias existentes ou buscando para tanto, até criar o novo

produto, processo ou serviço e colocá-lo em disponibilidade para o consumo ou uso. A

utilização completa o processo, pela introdução do produto ou serviço na economia, até que

ele seja suplantado por outro, oriundo do ciclo que vai substituí-lo.

Motta (2001) considera que as inovações em tecnologia mudaram a produção e a vida

das pessoas, melhorando a qualidade de produtos e serviços, aumentando a eficiência

empresarial, possibilitando à sociedade uma vida mais confortável. Ela pode ser classificada

de acordo com o nível de profundidade da inovação, podendo ser incremental, sintética e

radical, segundo Freeman (1994, apud CUNHA; SANTOS, 2005; SABINO, 2006); apenas

radical ou incremental para Betz (1997, apud CUNHA; SANTOS, 2005). Além destes pode-

se citar, também, Tuschman; Nadler (1997, apud SABINO, 2006) que parecem corroborar

com os anteriores, principalmente com Freeman (1994), pois apresentam três níveis, sendo

eles incremental, sintética e descontínua ou radical.

ORGANIZAÇÕES GRANDES Menor impacto da tecnologia

ORGANIZAÇÃO PEQUENA Maior impacto da tecnologia

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Devido ao consenso dos autores, para esse trabalho assume-se apenas o nível: (1)

radical (totalmente nova) e (2) incremental (parcialmente nova).

Seguindo essa linha, as inovações em nível Radical, para Cunha; Santos (2005) são

eventos descontínuos resultados de uma atividade de pesquisa e desenvolvimento deliberado

realizada em empresas e laboratórios do governo. Elas são baseadas na combinação de

inovação radical e incremental, junto com a inovação organizacional. Algumas mudanças nos

sistemas tecnológicos são tão fortes que tem importante influência no comportamento da

economia. Um paradigma tecno-econômico é aquele que afeta a estrutura e as condições de

produção e distribuição de quase todo ramo da economia.

Enquanto que as inovações em nível Incremental ocorrem em qualquer indústria ou

atividade de serviço. Algumas podem surgir como resultado de programas organizacionais de

pesquisa e desenvolvimento, resultando invenções e melhorias sugeridas.

Além disso, são descritas tipologias quanto às inovações tecnológicas: (1) James

Thompson (1967): longas e lineares; (2) Perrow: para lidar com tarefas rotineiras; produção

artesanal; criação; engenharia; mas rotineiras\inovadoras; (3) Thompson e Bates: fixa de

produtos concretos; fixa de produtos abstratos; flexível de produto concreto; flexível de

produto abstrato (MOTTA; VASCONCELLOS, 2002).

Cabe ressaltar que de acordo com Montana; Charnov (2003), toda a empresa existe

dentro de um ambiente tecnológico, e a administração deve decidir (1) o nível apropriado de

tecnologia para a empresa e (2) como os novos níveis de tecnologia serão introduzidos. Uma

maneira eficaz de introduzir novas tecnologias é fazer as mudanças gradualmente para

minimizar a resistência a elas. Assim, introduzir uma vantagem competitiva para poder

competir no mercado.

2.4 Setor têxtil

Mclaughlin (2008) aponta que a China é um dos maiores produtores têxteis e de

confecções do vestuário, modo inicial simples de fabricar estruturou situações de inovação

tecnologia na China, amadureceu sua economia e está fazendo o país passar por um forte

desenvolvimento econômico. Fatos que estão refletindo em aumento de salários, leis de

trabalho mais reguladoras e severas, inflação doméstica ascendente, por exemplo.

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Com isso, o país tem perdido, lentamente, sua vantagem competitiva por meio de

custos menores. Isso tem aberto espaço para países como Vietnã, Índia e da Europa Oriental

emergir como competidores fortes à produção chinesa.

Reflexo já sentido pelo país em 2007. As empresas norte americanas, importadoras de

produtos têxteis, diversificaram suas estratégias de compra, fazendo com que as importações

feitas do Vietnã aumentassem 31,3%, sendo 1,5 bilhões de Pequenas e Médias Empresas-

PME e 2,5% da Índia, 2,7 bilhões de PME. As importações de Indonésia ganharam 1,6%

advindas de 1,62 bilhões de PME e 4% de Bangladeche, com 1,55 bilhões de PME. Mesmo

assim, os Estados Unidos ainda foram responsáveis por 40,2% das exportações têxteis

chinesas, em 2007 (MCLAUGHLIN, 2008).

Dados levantados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (2007) -

Abit apontam que o Brasil está na lista dos 10 principais mercados mundiais da indústria

têxtil. Um dos motivos deste sucesso é a diversidade. Pela sua extensão territorial e variedade

cultural, cada região brasileira atua de modo diferenciado, inovando nos meios de produção e

no tratamento dos tecidos.

De acordo com Ciesc (2008), Santa Catarina destaca-se como o segundo maior pólo

têxtil do Brasil, no qual os sindicatos das indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau -

Sintex ressaltam que a indústria têxtil catarinense é responsável por 70% da produção

nacional de cama, mesa e banho, bem como 80% das malhas produzidas no país.

Seguindo essa linha a Ciesc (2008) registrou nos primeiros dez meses de 2007 que o

seguimento têxtil registrou alta de 4,25% nas vendas, enquanto o do vestuário houve queda de

5,5%. A indicação dos indicadores reflete a adequação do segmento do vestuário a demanda

do mercado interno, uma vez que muitas indústrias desse segmento deixaram de exportar,

segundo o Sindicato da Indústria do Vestuário de Brusque e Guabiruba. (SIFITEC, 2008).

O segmento Têxtil e de Vestuário formaram juntos o quinto maior setor investidor da

indústria catarinense em 2006, R$ 98,6 milhões. No valor de transformação industrial do

Estado, o complexo têxtil corresponde a 15,3% do potencial total de Santa Catarina ficando

em terceiro lugar entre os complexos industriais. (CIESC, 2008).

2.4.1 Micro de Pequenas Empresas do Setor Têxtil

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As empresas no Brasil podem ser classificadas como: Grande (GE), Média (MED),

Pequena (EPP), ou Micro Empresa (ME). O ajuste é feito, seguindo orientação do governo

Federal (Lei n. 9.317), através da análise de faturamento anual. Para as ME o faturamento

anual bruto tem que ser ate R$ 120.000,00, já para as EPP de 120.001,00 a 1.200.000,00.

Também pode ser classificada de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas - Sebrae através dos números de colaboradores na organização. Segue em

anexo no quadro 3:

PPoorr ttee II nnddúússttrr iiaa CCoomméérr cciioo SSeerr vviiççooss

Microempresa (ME) Até 19 Até 9 Até 9

Pequena Empresa (EPP) De 20 a 99 De 10 a 49 De 10 a 49

Média Empresa (MED) De 100 a 499 De 50 a 99 De 50 a 99

Grande Empresa (GE) Acima de 500 Acima de 100 Acima de 100

Quadro 3 - Classificação de empresa conforme número de empregados Fonte: Sebrae – SC (2008)

Estudos realizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas

Sebrae, nos anos de 2000 e 2002 demonstram que a vida das micro e pequenas empresas

brasileiras era curta. A metade delas deixavam de existir antes de completar 2 anos de vida. E

foram apontadas por seus empreendedores como as principais razões desses resultados

desastrosos: (1) a falta de capital de giro foi de 24,1% deles como sendo o principal problema;

(2) 16% creditaram os impostos elevados; (3) outros 8% indicaram a falta de clientes; e por

fim, os últimos 7% dos entrevistados justificaram o seu insucesso devido a grande

concorrência. (SEBRAE, 2008).

Já de acordo com Sabino (2007) outro quadro mais favorável, se configurou nas

pesquisas realizadas com base em dados a partir de 2003. O órgão Sebrae divulgou, em agosto

último, bons resultados. Estes apontam 78% dos pequenos empreendimentos que surgiram de

2003 a 2005 continuam no mercado. Em 2005, contam com 5 milhões de micro e pequenas

empresas que corresponderam 99,25 das empresas brasileiras.

Mesmo assim é preciso reconhecer que o setor têxtil está sofrendo um momento

delicado, com a queda contínua das exportações devido ao preço competitivo das indústrias

asiáticas principalmente chinesas. A queda de participação mundial freou a produção têxtil do

Estado com a queda de 1% verificando em 2006. Entre janeiro e novembro de 2007 registrou

a queda de 0,79% no número de empregados na atividade de produção têxtil em Santa

Catarina.

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O seguimento têxtil e de vestuário formaram junto o quinto maior setor investidor da

indústria catarinense em 2006, somando R$ 98,6 milhões. No valor de transformação

industrial do estado, o complexo têxtil corresponde a 15,3% do potencial total de Santa

Catarina ficando em terceiro lugar entre os complexos industriais. (CIESC, 2008).

2.4.2 Tinturaria1

Acredita-se que a técnica do tingimento era praticada por volta de 3000 antes de

Cristo na China, embora nenhuma prova conclusiva tenha sido encontrada. Por volta de 1450

antes de Cristo, os egípcios produziam tecidos com delicada estrutura e eram capazes de tingi-

los em uma variada gama de cores. Até 1850, todos os corantes eram obtidos de fontes

naturais. O índigo, extraído da planta Indigofera tinctoria, e a alizarina, extraída da raiz da

Garança (planta tinctória de cor vermelha). Estas duas plantas eram usadas desde o começo da

história na Índia. Do reino animal temos o Cochonial que saiu do México para os tintureiros

europeus e era obtida da fêmea do inseto da espécie Coccus cacti, o qual dava um vermelho

intenso em presença de um mordente à base de alumínio e era muito similar ao “Kermes”, o

qual era extraído de um inseto nativo da Espanha. Em 1856, Willian Perkins, com 18 anos e

aluno do Royal College of Chemistry, em Londres, acidentalmente preparou uma substância

violeta que provou ser um excelente corante. No curso de seus experimentos ele oxidou

anilina com dicromato de potássio e obteve um precipitado preto. Quando este era extraído

com álcool etílico, uma brilhante solução púrpura era produzida.

Junto com seu pai e seu irmão, ainda com 18 anos de idade, ele construiu uma fábrica

para produção de corantes. A descoberta de Perkins foi rapidamente seguida por muitos na

Inglaterra e em outros países. Os primeiros corantes diretos para algodão surgiram por volta

de 1883-1884, os primeiros corantes ao enxofre começaram a surgir por volta de 1873-1893,

já os primeiros corantes reativos começaram a surgir em 1956, portanto os corantes reativos

são corantes relativamente novos, e uma das primeiras classes de corantes reativos foi a

PROCION, fabricado pela ICI (Imperial Chemistry Industries) da Inglaterra.

1 Seção elaborada a partir da apostila Senai (2008)

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O Beneficiamento Têxtil é o conjunto de processos aplicados ao material têxtil,

transformado a partir do estado cru em artigos brancos, tintos, estampados e acabados. Eles

estão classificados de acordo com os seguintes processos:

(1) Beneficiamento: Constituem todos os beneficiamentos nos quais não se emprega

nenhum líquido;

(2) Beneficiamento a Úmido: São todos os beneficiamentos que se processam pelo

emprego de líquidos.

Seguindo esta mesma linha, o processo de Beneficiamento possui três divisões que

são:

BENEFICIAMENTO PRIMÁRIO: São todos os processos aplicados aos materiais

têxteis, objetivando deixá-los com boa limpeza, hidrofilidade, brancura e brilho, para

beneficiamentos posteriores.

BENEFICIAMENTO SECUNDÁRIO: Constituem beneficiamento secundário todos

os processos aplicados aos materiais têxteis, de modo a adquirirem cores ou estampas

encaminhando-os para o acabamento final.

BENEFICIAMENTO TERCIÁRIO: Acabamento final.

Os principais produtos utilizados no beneficiamento são:

• detergentes: Produtos que agindo em combinação com a água auxiliam na remoção

das sujeiras e impurezas dos substratos;

• detergentes com solventes: São aqueles que apresentam em sua constituição solventes

apropriados para óleos e gorduras;

• dispersantes: Produtos que evitam a reaglomeração de sólidos quando estes são

insolúveis. Usados juntamente com os detergentes para retirar as impurezas insolúveis que se

redepositariam nos substratos e outros usos;

• umectantes: Produtos responsáveis pela quebra de tensão superficial dos substratos,

permitindo a umectação dos mesmos. Permitem a penetração do líquido nos substratos;

• amaciastes: Produtos responsáveis pelo toque nos substratos. A gama de amaciastes é

enorme, atendendo as mais variadas exigências;

• retardastes: Produtos responsáveis pela montagem lenta dos corantes nas fibras,

evitando manchas;

• igualizante: Usados no tingimento de poliéster;

• enzimas: Produto responsável em eliminar fibras soltas no tecido de algodão;

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• anti-quebra: Produtos usados principalmente em tingimento de malhas que na sua

composição elastano, tem a função de não dar quebras, vincos no tecido;

• anti-redutores: Produtos que evitam a redução dos corantes;

• anti-espumante: Inibem a formação de espumas;

O Pré-alvejamento é o processo de branqueamento da malha pela oxidação dos

pigmentos naturais amarelados e eliminação das impurezas tipo, ceras, graxas e gorduras

naturais das fibras de algodão. Já a Purga é feita, submetendo-se o material têxtil a um

tratamento com detergente e álcali fraco numa temperatura e tempo determinados para cada

tipo de fibra. Sua função é eliminar gomas solúveis; eliminar gorduras de enzimagem e

sujeiras das fibras em geral.

A purga é usada em cores com tonalidade bem intensa, aonde o grau de limpeza de

uma purga já é necessário para chegar à tonalidade desejada. Com a diminuição dos produtos

auxiliares e tempo a receita fica com custo menor.

No alvejamento, o tratamento do material têxtil é feito com produtos químicos,

objetivando conferir-lhe a brancura desejada. O alvejamento químico pode ser realizado por

esgotamento ou impregnação. Tem como função eliminar a coloração amarelada

possibilitando chegar ao branco total ou parcial para tingimento de tons claros e limpos.

O tingimento de produtos têxteis é normalmente entendido como sendo uma técnica de

aplicação com permanência. Isso significa que a cor não deve ser facilmente removida pelos

processos de lavagem, não deve apresentar mancha ou desbotar com a exposição à luz, porém

não existe nenhum corante que possa garantir total qualidade se não for devidamente

respeitado os métodos impostos pelos seus fabricantes.

Após ser feita a preparação, a malha passa para o segundo processo que é o

tingimento. Através deste segundo processo é que o substrato irá ganhar a cor desejada.

O tingimento é a operação pela qual são incorporadas substâncias e corantes a um

material (substrato), de modo que, refletindo a luz nos dá a sensação de cor.

Todo tingimento deve atender as seguintes características:

(1) afinidade: o corante passa a fazer parte integrante da fibra; (2) equalização: a cor

aplicada deve ser uniforme em toda a extensão, sem mancha de tingimento; (3) resistência: a

cor do material deve resistir aos agentes desencadeadores de desgaste que irão atuar sobre este

artigo, que classificam como solidez; (4) economia: minimizar cada vez mais o processo,

tanto em tempo de tingimento, como em quantidade de produtos auxiliares, corantes e

temperatura.

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Uma das fases do tingimento é a Montagem, onde o corante adere à fibra, podendo

ocorrer de duas maneiras: por impregnação ou por esgotamento.

A Fixação é a próxima fase do tingimento, onde o corante montado na fibra se fixa à

mesma a fim de resistir aos agentes desencadeadores do desgaste, podendo ocorrer de duas

maneiras:

1) Pela aplicação de produtos que provocam a reação corante/fibra após a montagem.

Essa reação acontece com processos reativos. Também pela aplicação de agentes fixadores

após a montagem, que são os processos diretos.

2) Tratamento final: após a fixação o corante que não montou e não fixou na fibra,

recebe o nome de corante hidrolisado. Para eliminá-lo, a cor fixada passa por uma lavagem a

frio que é aplicada por cerca de dez minutos. No Ensaboamento, em cores escuras, aplica-se

um detergente em temperatura elevada de mais ou menos 90 graus, eliminando o corante

hidrolisado. Para as cores que não ultrapassam a 1% de corante, não é utilizado o detergente.

A parte final é o Enxágüe, um banho com lavagem direta (entrada e saída de água constante),

para eliminar o detergente e dependendo da classe de corante, é aplicado ácido acético para a

regulagem do ph final.

A última fase do tingimento é o Acabamento Final que tem como objetivo

proporcionar ao material têxtil características finais próprias para o mercado consumidor.

Com isso é possível dar ao tecido aumento de rigidez, maior brilho, toque macio,

impermeabilidade, etc.

Estas características são incorporadas ao substrato têxtil de acordo com as

necessidades exigidas pelo seu uso final. A forma de aplicação dependerá de fatores como:

tipo de fibra, tipo de artigo (malha ou tecido pano), tipo de equipamento disponível e o tipo de

acabamento que se pretende.

Alguns tipos de acabamentos que dependerá da máquina são:

(1) Hidroextrator (foulard) sua função é amaciar e ajustar a largura da malha que sai

da máquina de tingir, só em malhas tubular. A malha passa novamente por uma caixa com

água contínua, em seguida é espremida por rolo compressor, passa novamente em outra caixa

com amaciante, seguindo por outro rolo compressor em meio a um quadro com roldanas que

dará a largura necessária; (2) Secador, existe vários tipos de secadores, um exemplo é a

secagem que é efetuada em secadores de esteiras, sobre leito fluidizado, o que provoca uma

perfeita acomodação e relaxamento das tensões sofridas nos processos anteriores,

contribuindo enormemente para redução dos encolhimentos; (3) Calandra tubular, consiste em

cilindros de velocidades diferentes os quais reduzem o encolhimento além de conferir

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acabamento final. A malha passa entre o teflon e o feltro para compactar e em seguida, no

cilindro de aço aquecido. Este processo tem a finalidade de compactar a malha, dar brilho e

largura final acabada; (4) Peluciadeira, a malha passa por dois cilindros (guarnições). Essas

guarnições são chamadas de pelo e contrapelo, enquanto uma guarnição penteia as fibras, a

outra faz a pelúcia do tamanho solicitado. Este processo tem a finalidade de dar pelúcia à

malha acabada (moletom ou moletinho) deixando-a com aspecto macio e confortável; (5)

Abridor de malha sua função é abrir a malha tubular que sai do foulard e vai para a rama. A

malha tubular vem com falhas de agulha indicando onde o operador deve abri-la. Algumas

não necessitam de falhas de agulhas e poderão ser abertas em qualquer ponto; (6) Rama,

secagem, endireitar trama, amaciar, impregnar e definir a largura. Na rama os tecidos são

processados em aberto, onde, agulhas prendem as laterais do tecido termofixando (processo

cru que se utiliza alta temperatura e tensão para fixar, resinas, corantes e outros aprestos finais

no tecido) e estabilizando – os no padrão determinado de largura após a passagem por campos

aquecidos. Este mesmo tecido pode ser amaciado na própria rama, com a passagem pelo coxo

de amaciante do foulard. A atenção do operador quanto à aplicação do amaciante é a pressão

dos cilindros do foulard, por exemplo, malha seca, mais pressão, porque estando seca absorve

mais produto, já malha úmida é menos pressão, pois precisa reter mais amaciante. Quanto à

temperatura (curvas) da máquina, e restrito a algumas pessoas o acesso ao programa da

máquina. A temperatura é programada para diversos tipos de malha, sempre tendo como base

a sua composição.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo apresenta a caracterização da empresa; a infra-estrutura física; infra-

estrutura administrativa; serviços prestados; linha de produtos da empresa; setor de produção

e os resultados da pesquisa.

3.1 Caracterização da empresa

A empresa foi fundada por Armando Lussoli em agosto de 1992 em Nova Trento

Têxtil, SC, com o nome de Nova Trento Têxtil. Possuía na época aproximadamente 5

funcionários e iniciou suas atividades tingindo malhas em barcas, virando a malha com

canudos e enrolando os rolos com uma máquina improvisada, sendo que, por ter medo que o

mercado deste segmento não tivesse muita aceitação, não se investiu em máquinas mais

sofisticadas. A partir do ano de 1994, com muita dificuldade e pouco espaço físico para

estoque de mercadorias, a empresa começou a entrar no mercado têxtil da região.

Em 1996, com o crescimento na procura por seus serviços, a empresa sentiu a

necessidade de investir em maquinários para aumentar a sua produção, pois naquele mesmo

ano elaborou uma parceria com um cliente que estava bem posicionado no mercado, a qual se

mantém até os dias de hoje. Os maquinários que foram comprados, após a identificação da

grande demanda no mercado e de ser um segmento lucrativo, foram às chamadas Pandoras,

que faziam o mesmo processo das barcas, mais já possuíam motores para se fazer o

tingimento. Sendo assim, em 1997 a empresa passou a ser chamada de Trento Brasil

Beneficiamento Têxtil.

Com a constante exigência do mercado, em 1998, a empresa passou a investir em

maquinários modernos: máquinas automatizadas, onde um operador conseguiria operar 8

máquinas de tingimento ao mesmo tempo; e também máquinas sofisticadas para enrolar e

compactar as malhas. Já a partir do ano 2000 passou-se a investir na qualidade dos serviços

prestados pela empresa Trento Brasil. Com isto foi investido na construção de um laboratório

interno, o que antes era um serviço terceirizado. Neste laboratório são desenvolvidas todas as

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cores que os clientes desejam tingir em seus produtos e também são feitos os testes de solidez,

para que não haja migração de corante, e ainda o teste de encolhimento e torção.

Em 2002 os investimentos foram focados na construção de novos galpões, pois cada

vez mais a demanda ia aumentando, exigindo assim um grande espaço físico para depósito

dos produtos e também de maquinários.

Atualmente a empresa tem como missão, oferecer a evolução em tingimento de

malhas, respeitando a natureza e atendendo seus clientes com a máxima satisfação. Além

disso, está sempre supervisionando seu processo produtivo, para que possa identificar

qualquer que seja a falha, oferecendo assim o que há de melhor para seus clientes.

Tendo a visão de crescimento mútuo da empresa e a busca da qualidade de seus

serviços, a Trento Brasil ruma para o futuro com otimismo, trabalhando em equipe para que

se tornem melhores a cada dia.

3.1.1 Infra-estrutura física

A Trento Brasil Beneficiamento Têxtil está localizada na Rua Alferes, no bairro Trinta

Réis em Nova Trento, Santa Catarina. O local onde a empresa está instalada tem hoje

aproximadamente 60.000 m², sendo que de área construída possui aproximadamente 18.000

m², e possui 3 revisadeiras, 1 virador de moletom, 2 hidrorelaxadeira, 25 máquinas de

tingimento, 3 hidro extratores, 2 secadores, 2 felpadeiras, 3 compactadeiras, 5 calandras, 2

abridores e 2 ramas. Com este maquinário a empresa produz uma média de 480 toneladas

mês.

3.1.2 Infra-estrutura administrativa

Todas as empresas possuem uma divisão organizacional, seja ela física ou por

atividades. No organograma observa-se como se divide os setores da empresa Trento Brasil:

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Empresa Trento BrasilBeneficiamento Têxtil

Laboratório

Expedição

PPCP

Operacional

Supervisor deProdução

Gerente daProdução

Auxiliar Administrativo Compras

Vendas

GerenteAdministrativo

Contas a Pagar Contas areceber

Faturamento

GerenteFinanceiro

DiretorPresidente

Figura 5-Organograma da empresa Fonte: Elaborada pela acadêmica (2008).

Abaixo da diretoria encontram-se as gerências. A gerência de produção coordena a

parte de produção, desenvolvimento de cores, o recrutamento e seleção de novos funcionários

e ainda o contato com os clientes conjuntamente com o PPCP (planejamento e programação

do controle da produção).

A gerência financeira coordena as contas a pagar e contas a receber, além do

faturamento e formulação de preços com os clientes.

Na gerência administrativa, fica concentrada a parte de contas a pagar e contas a

receber, juntamente com decisões administrativas, ou seja, onde se concentra as tomadas de

decisões da empresa em conjunto com o diretor presidente.

A empresa possui 153 funcionários diretos e conta com um representante em Santa

Catarina e um em São Paulo. Segue abaixo o quadro 3 que mostra os setores e o número de

funcionários correspondentes a cada uma delas:

SETORES N° DE

FUNCIONÁRIOS Pesagem e Expedição 6 Tinturaria 74 Acabamento 54 PCP 2 Administrativo 9 Transporte 8 TOTAL 153

Quadro 4 - Número de funcionários por setor Fonte: Elaborada pela Acadêmica (2008).

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De acordo com o Sebrae (2008), pelo número de empregados ou postos de trabalhos

ocupados para o enquadramento das empresas, a Trento Brasil, com 153 funcionários, se

enquadra em uma indústria de Média Empresa (MED).

3.1.3 Serviços prestados

A Trento Brasil, para atender melhor seus clientes, possui duas pessoas trabalhando

em horário comercial que além de planejar e programar a produção, são responsáveis pela

logística da empresa e também o atendimento ao cliente. Esta empresa, além de tingimento de

malhas, oferece felpagem de moletom, produtos tubulares e ramados, ou seja, malha aberta.

A empresa tem como seus principais clientes: (1) Cadore Indústria e Comércio de

Malhas; (2) NCA Malhas; (3) Sargião Malhas; (4) X.T. Indústria e Comércio de Malhas; (5)

Ponto da Camiseta.

Possui como seus principais fornecedores: (1) Quimisa Indústria Química; (2) Fobs

Indústria e Comércio Químico; (3) Sal Zizo; (4) Collor Química; (5) C.H.T; (6) Manchester;

(7) Projesan; (8) BC Tubetes.

3.1.4 Linha de produtos da empresa

A empresa tinge uma expressiva diversidade de artigos, sendo eles de inúmeras

composições: m/malha 100%CO, moletom 100%CO, moletom 50%CO 50%PES, moletom

75%CO 25%PES, helanca 100%PES, m/malha 67% PES 33%VIS m/malha 65%PES

31%VIS 4%PUE, viscose 96%VIS 4%PUE, viscose 92%VIS 8%PUE, poliéster fiado

96%PES 4%PUE, etc.

Em todos estes produtos são oferecidos os serviços tubulares ou de ramagem, e ainda

o de felpagem, e para melhor atender seus clientes, possui um controle de qualidade que

acompanha todo o processo para que tudo esteja dentro do planejado.

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3.1.5 Setor Produção

A empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil, no final de 2006 deixou de produzir

produtos de baixa lucratividade para produzir produtos de alta lucratividade seguindo as

tendências do mercado, tendo como responsáveis o gerente de produção e técnico João

Espíndola.

A função do setor de Produção é produzir os produtos com a máxima qualidade,

trabalhando com a menor ociosidade possível nas máquinas, tendo em vista um maior

aproveitamento de sua matéria-prima.

O setor de produção é orientado por quatro pessoas, dois dos quais são os gerentes de

produção que se dividem em parte técnicas e de acompanhamento de processos, e dois

programadores de produção, ou seja, o PCP (planejamento e controle da produção), que são

totalmente, responsáveis por alterações no fluxo ou prioridades que venham a ocorrer.

O setor de produção exige de seus funcionários uma total atenção nas tarefas

desenvolvidas, pois o processo de tingimento é um processo que possui variáveis.

A malha vem da malharia com uma OM (ordem de malharia) e entra para o depósito

da tinturaria. O conferente compara a OM com a programação da tinturaria.

Devem ser observados os seguintes itens: maquinário; largura da malha; fios; número

do tingimento; peso e tipo da malha.

É gerado um relatório da produção todos os dias, verificando o andamento do processo

de tingimento e data de entrega do pedido. No setor existe um sistema Kanban: é usado um

quadro com dois cartões, para identificar o abastecimento das máquinas. Assim que a OB

(ordem de beneficiamento) for emitida, é formado o lote e colocado cartão junto a OB.

Quando o lote entra na máquina para ser tinto, o cartão é retirado e retorna para o quadro do

kanban. Cada máquina contém dois cartões Kanban. Se no quadro constarem dois cartões, é

sinal que a máquina esta fazendo o último lote ou está parada por algum motivo. Se for

problema de manutenção, é avisado ao PCP para que não sejam programados tingimento para

este equipamento enquanto o mesmo estiver parado.

3.2 Resultados da Pesquisa

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Esta seção segue os objetivos específicos delineados para esse estudo com o intuito de

facilitar a compreensão e a apresentação dos resultados. Divididos em traçar o perfil da

empresa em estudo; identificar quais foram às inovações tecnológicas implementadas por ela;

analisar o nível de profundidade delas; analisar o impacto dessas inovações na organização e

apontar as funções das tecnologias aplicadas.

3.2.1 Traçar o perfil da empresa em estudo

A análise dos resultados do questionário mostra que a empresa em estudo tem como

razão social o nome Trento Brasil Beneficiamento Têxtil Ltda. Mas, responde pelo nome

fantasia de Trento Brasil. Está localizada na cidade de Nova Trento no Estado de Santa

Catarina, o qual é apresentado pela Ciesc (2008), como o segundo maior Pólo têxtil do

vestuário de malha do mundo. Localiza-se ainda, próximo ao Vale do Itajaí que é considerado

um dos maiores pólos têxteis mundiais, tendo as cidades de Blumenau, Brusque, Gaspar,

Ilhota, Jaraguá do Sul, Pomerode, Indaial, Timbó, Rodeio, Ascurra e Rio do Sul como

propulsoras deste setor.

Com relação ao tempo de existência, ela tem 11 anos. De acordo com o Sebrae (2006)

as empresas correm o maior risco de fecharem no tempo inicial, entre 2 a 5 anos, sendo que

esta empresa já está fora dessa estatística.

Seu tipo de sociedade é limitada e atua através do Sistema Familiar; possui 153

funcionários diretos onde se enquadra de acordo com o Sebrae para empresas prestadoras de

serviços, em Média Empresa (MED).

Todos os processos são realizados internamente, que são: pesagem, revisadeira, hidro

relaxadouro, viradouro, hidro extrator, tingimento, abridor, termofixação, secador, felpagem,

calandra, rama e expedição.

A porcentagem da comercialização é de 20% de vendas diretas e 80% de vendas por

representantes e não possui venda indireta.

Os serviços desenvolvidos com idéias próprias é 10%, idéias a partir de produtos da

região 50% e idéias a partir de produtos de outras regiões 40%.

Em suma, percebe-se que a empresa Trento Brasil é uma empresa de médio porte que

realiza internamente 100% de serviços de beneficiamento e tingimento (parte do ciclo

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produtivo da cadeia têxtil), ou seja, não conta com serviços de terceiros para cumprir as

atividades que se dispõe a realizar nesta indústria.

3.2.2 Identificar quais são as inovações tecnológicas implementadas

Esta seção apresenta a Tabela 1 que é a base para avaliar as inovações tecnológicas

implementadas. Assim, ela é a base de toda a análise, pois traz: (1) as inovações

implementadas; (2) os níveis de profundidade; (3) o impacto destas na organização e por fim,

(4) a função delas. Desta forma, atende a todos os objetivos específicos que remetem às

inovações tecnológicas.

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Tabela 1 – Inovações Tecnológicas Implementadas e seus graus de profundidade.

Ano Inovação Profundidade Impacto Função

1997 Máquina de tingir 1 2 2 Virador 2 2 2 Secador 2 2 2

1998

Hidrorelaxadeira 1 2 2 Hidro extrator 2 2 2 Compactadeira 1 2 2 Calandra 2 2 2 Abridor 1 2 2

1999 Compactadeira 2 2 2

2000

Compactadeira 2 2 2 Abridor 2 2 2 Felpadeira 1 2 2 Laboratório 1 3 2 Softwares 1 3 3

2001 Máquina de tingir 2 2 2 Calandra 2 2 2

2002 Revisadeira 2 2 2 Calandra 2 2 2

2003 Felpadeira 2 2 2

2005 Rama 1 2 2 Máquina de tingir 2 2 2 Kanban 1 3 2

2006 Máquina de tingir 2 2 2 5 S 1 3 0

2007 Máquina de tingir 2 2 2 Softwares 2 3 3

2008

Rama 2 2 2 Maquina de tingir 2 2 2 Sistema de aquecimento 2 2 2 Caldeiras 2 2 2 Hidrorelaxadeira 2 2 2

Legenda:

Profundidade 1= Radical 2= Incremental

Impacto 1 = Social 2 = Técnica 3 = Social/Técnica

Função 0=nenhum 1=Informatização 2=Automação 3=Info/Automoção

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Os resultados da Tabela 1 apontam que das 31 inovações tecnológicas implementadas

pela empresa em estudo, 90% são máquinas e equipamentos; 6,4% são ferramentas de

Qualidade total; 3,2% são softwares para computador.

Com isso, infere-se que para esta empresa, inovação tecnológica diz respeito a

máquinas, equipamentos e ferramentas para melhorar a qualidade do produto, bem como,

prestar novos serviços. Desta forma, percebe-se que as inovações tecnológicas introduzidas

refletiram diretamente em seus produtos e serviços. E vem de encontro às constatações de

Sabino (2006) quando diz que as inovações podem se manifestar não somente no campo das

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novas tecnologias mais também em processos (produtivo e gestão), produto e P&D - pesquisa

e desenvolvimento.

Além disso, aquele trabalho (SABINO, 2006), apesar de ter como escopo empresas

detentoras dos produtos finais do setor de confecções têxteis do vestuário, aponta que para

aqueles confeccionistas, inovações tecnológicas também dizem respeito a máquinas e

equipamentos, como é o caso deste.

Já, a tabela 2 traz um resumo das inovações por ano de existência da empresa.

Tabela 2 – Quantidade de inovações por ano (1997-2008).

Ano Qtd % 1997 3 10 1998 5 16 1999 1 3 2000 5 16 2001 2 6 2002 2 6 2003 1 3 2004 0 0 2005 3 10 2006 2 6 2007 2 6 2008 5 16

TOTAIS 31 100 FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Os resultados da tabela 2 apontam que nos anos de 1998, 2000 e 2008, foram os

períodos de maior aquisição de inovações tecnológicas, seguidos pelos anos de 1997 e 2005.

Chama a atenção que apenas o ano de 2004 não contou com inovações tecnológicas,

sendo que foi também nesse período que houve o menor percentual de crescimento do

faturamento (9,4% - APÊNDICE A).

De acordo com a tabela 3, percebe-se a implantação de ferramentas do Sistema de

Administração Japonesa, dentre elas a 5 S e Kanban e também softwares para computadores.

Tabela 3 - Inovações de qualidade total e Softwares

Ano Inovação Profundidade Impacto Função 2000 Softwares 1 3 3 2005 Kanban 1 3 2 2006 5 S 1 3 0

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

A empresa investiu em inovações de qualidade total e softwares do ano de 2000 a

2006, para melhorar a qualidade e satisfazer as necessidades dos clientes.

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3.2.3 Analisar o nível de profundidade das inovações

O questionário possibilita analisar as inovações também sob a ótica da profundidade

de suas ocorrências que podem se dar em grau radical (totalmente nova) ou incremental

(parcialmente nova), segundo a classificação de Cunha; Santos (2005). Esses resultados

podem ser descritos no texto mas há necessidades de tabelas.

Tabela 4- Nível de profundidade das inovações

Profundidade Qtd % Radicais 10 32 Incrementais 21 68 Totais 31 100 FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Os dados da tabela 4 evidenciam que, em termos de profundidade, 68% são inovações

do tipo incrementais e 32% radicais. Acredita-se que isso se deu devido a empresa ser nova e

tem que sempre estar ampliando seus negócios.

3.2.4 Analisar o impacto dessas inovações na organização

Esses resultados possibilitam a análise do impacto da inovação na organização,

segundo Damanpour; Szabat; Evan (1989, apud SABINO, 2006), os impactos podem afetar à

área técnica ou à administrativa, cujas mudanças impactam o sistema operacional ou social da

empresa.

Tabela 5 - Nível de impacto da inovações

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

A Tabela 5 mostra que 84% das inovações tecnológicas implementadas pela empresa

em estudo refletem na sua área técnica, ou seja, estão associadas à produção. Além disso, 16%

Impacto Qtd % Social (1) 0 0 Técnica (2) 26 84 Social/Técnica (3) 5 16 Totais 31 100

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delas afetam a área Social/Técnica.

No entanto, percebe-se que a área social não sofreu impacto isoladamente. Assim

constata-se que todas afetaram à área técnica (TABELA 5).

Mas, na tabela 6, vê-se que as inovações radicais não influenciaram isoladamente na

área social, mas provocaram um maior impacto na área técnica (60%), ficando a área

social/técnica com um impacto de 40%.

Tabela 6 - Impacto das inovações radicais

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Já na tabela 7, observa-se que o impacto das inovações incrementais também afetou

diretamente a área técnica (95%).

Tabela 7 – Impacto das inovações incrementais

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Analisando os resultados das tabelas acima (6 e 7), verifica-se que as inovações na sua

totalidade impactaram diretamente a área técnica da empresa em estudo. Segundo

Damanpour; Szabat; Evan (1989, apud SABINO, 2006), essas inovações restringem-se ao

âmbito operacional e impactam apenas o sistema técnico de uma firma.

3.2.5 Apontar a função das tecnologias aplicadas

A função Automatizadora da Tecnologia de acordo com Zuboff (apud, MOTTA;

VASCONCELOS, 2002) diz respeito à máquina e a informatizadora de operações (sistemas).

Impacto Qtd % Social (1) 0 0 Técnico (2) 6 60 Social/Técnica (3) 4 40 Totais 10 100

Impacto Qtd % Social (1) 0 0 Técnica (2) 20 95 Social/Técnica (3) 1 5 Totais 21 100

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Tabela 8 – Função da tecnologia

Função Qtd % Nenhum (0) 1 3 Informatização (1) 0 0 Automação (2) 28 90 Info/Automação (3) 2 6 Totais 31 100

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

A tabela 8 apresenta que 90% são máquinas, também 6% informatização e

automatização e 3% nenhum tipo de função tecnológica foi apresentado. Mesmo quadro se

repete quando analisadas sob a ótica das suas funções radicais (TABELA 9).

Tabela 9 - Inovações radicais e suas funções

Função Qtd % Nenhum (0) 1 10 Informatização (1) 0 0 Automação (2) 8 80 Info/Automação (3) 1 10

Totais 10 100 FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Pois, todas elas se referem à automação, apesar de 10% delas terem, também, sido

fontes de informatização, conforme tabela 9.

Sob a ótica das inovações incrementais e suas funções, novamente a automação se

sobressai, atingindo 95%, como se observa na tabela 10.

Tabela 10 - Inovações incrementais e suas funções

Função Qtd % Nenhum (0) 0 0 Informatização (1) 0 0 Automação (2) 20 95 Info/Automação (3) 1 5

Totais 10 100 FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

Enfim, no geral, infere-se que a empresa em estudo: (1) quanto ao seu perfil é do tipo

de sociedade limitada, atua através do sistema familiar; possui 153 funcionários, sendo Média

Empresa (MED) e possui 11 anos de existência, realizando internamente 100% de serviços de

beneficiamento e tingimento; (2) as inovações tecnológicas dizem respeito a máquinas,

equipamentos, ferramentas de qualidade total e softwares (tabela 1); (3) em termos de

profundidade das inovações, a maioria é incremental (tabela 4); (4) mesmo assim, todas

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afetaram a área técnica da empresa (tabela 5); (5) assim, dizem respeito à automação de

processo (tabela 8).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e questionário, teve

como objetivo geral avaliar as inovações tecnológicas implementadas nos 12 anos de

existência da Trento Brasil. Para isso se tornar possível foi necessário responder os objetivos

específicos os quais são: traçar o perfil da empresa em estudo, identificar quais são as

inovações tecnológicas implementadas, analisar o nível de profundidade, analisar o impacto

dessas inovações na organização e apontar a função das tecnologias aplicadas.

O questionário para a coleta de dados foi adaptado dos estudos de Sabino (2006),

sendo aplicado ao proprietário da empresa, que optou em chamar também o gerente de

produção, o gerente de logística, o gerente financeiro, o contador e o gerente de Recursos

Humanos.

Com base nos dados coletados, observamos que a empresa Trento Brasil está

localizada no segundo maior pólo têxtil do vestuário de malha do mundo, no Estado de Santa

Catarina, cidade de Nova Trento (Ciesc, 2008). É uma sociedade do tipo limitada, atua através

do Sistema Familiar, está no mercado há 11 anos (1997-2008) e possui 153 funcionários.

Começou a investir em maquinários modernos a partir de 1998, devido ao crescimento na

procura por seus serviços e conseqüentemente, passou a investir também na qualidade dos

mesmos.

As inovações tecnológicas implementadas são máquinas, equipamentos, ferramentas

de qualidade total e softwares para computador. Observa-se que os anos de 1998, 2000 e

2008, foram os períodos de maior aquisição em novas tecnologias; sendo somente no ano de

2004, que não foi feito nenhum investimento nesta área; também neste ano seu faturamento

foi o menor percentual de crescimento (9,4%).

Em suma, os objetivos da pesquisa foram alcançados, sendo que os resultados

apontam que a maioria das inovações tecnológicas, em relação ao grau de profundidade, é do

tipo incrementais. Possivelmente, isso se deu devido ao fato de ser a empresa nova, tendo que

estar sempre ampliando seus negócios. Quanto ao impacto, o resultado reflete na sua área

técnica, ou seja, as inovações estão associadas à produção. Já a função das tecnologias

aplicadas, dizem respeito à automação de processos.

Este trabalho foi importante para a empresa, pois possibilitou a mesma uma visão

global de todas as inovações tecnológicas implantadas, obtendo informações importantes

advindas da análise ambiental interna.

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A acadêmica pode vivenciar na prática o embasamento teórico adquirido no decorrer

do trabalho, no qual verificou o acompanhamento da evolução em termos de inovação

tecnológica.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996. MATTOS, J. R.L ; GUIMARÂES, L. S. G. Gestão da tecnologia e inovação: uma abordagem prática. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. MAXIMIANO, A. C. A . Introdução à administração. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2004. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2000. MCLAUGHLIN, K. E. China Economy, Apparel Evolve. In: __________. WWD: Women's Wear Daily; v. 195, n.41. Business Source Premier, 25.02.2008. p. 2-3. MONTANA, P. J.; CHARNOV, B.H. Administração. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. MOORE, D. A estatística Básica e suas práticas. 3.ed. Rio de Janeiro, 2005. MOREIRA, D.Administração da produção e operações. 3.ed. São Paulo: Pioneira ,1999. MOTTA, P. R. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2001. MUNIZ, J. N.; STRINGHETA, P. C. Inovação Organizacional e Tecnológica na Fruticultura Orgânica. Revista Brasileira de Inovação. Rio de Janeiro: vol.4, n.2, jul/dez 2005. NOBREGA; ALVARENGA. Revista oficial do Sistema Nacional. Revista Melhor. Ano 16, n.245, abr.2008. OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia cientifica. São Paulo: Pioneira, 2005. PORTER, M. E. Vantagens competitivas: Criando e sustentando um desempenho superior. 7.ed. São Paulo: Afiliada,1996. ROECH, S. M. Projeto de estagio de pesquisa em administração: guia para estagio, trabalhos de conclusão, dissertação e estudo de caso. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2007. SABINO, B. S. Inovação em uma rede de empresas aglomeradas territorialmente: um estudo na indústria do vestuário em Santa Catarina. 2006. 56f. Dissertação (mestrado). Itajaí: UNIVALI, 2006. SABINO, B. S. Micro e pequenas Empresas: Grandes propulsoras do Desenvolvimento Social e Econômico do País. Jornal Olhar Empreendedor Itajaí: Univali, 2007 SANTOS, S. A.; PEREIRA, H. J. FRANÇA, S. H. A . Cooperação entre as Micro e Pequenas Empresas: uma Estratégia para o Aumento da Competitividade.São Paulo: SEBRAE, 2008. SEBRAE - Serviço De Apoio Às Micro E Pequenas Empresas. Disponível em: www.sebrae.com.br. Acessado em: nov. 2008.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

1 IDENTIFIÇÃO DA EMPRESA

1.1) Razão Social: Trento Brasil Beneficiamento Têxtil. Nome de fantasia: Trento Brasil 1.2) Cidade onde está localizada: Nova Trento. Estado: SC 1.3) Ano de fundação: 1997 1.4) Nome e cargo da pessoa que responde o questionário: Armando Lussoli Proprietário, Ivo Barni

Contador, Antonio Luiz Montebeller gerente de produção, Rosângela Archer gerente de Recursos Humanos,Silvio Goerdert logistica, João Carlos Espindola gerente de produção.

1.5) Escolaridade Completa: ( ) 1o. Grau ( x ) 2o. Grau ( x ) 3o. Grau ( x ) Pós-graduação 1.6) Tipo de sociedade (assinale com X): a) Sociedade limitada ( X ) b) Sociedade de capital aberto ( ) ou capital fechado ( ) c) Outro tipo ( ). Especificar: ________________________________ 1.7) Tipo de gestão: ( X ) Familiar ( ) Profissional ( ) Mista 1.7) Número de funcionários diretos que a empresa possui: 153 1.8) Porcentual de processo realizado internamente de 0 a 100% (100%) Pesagem (100%) Revisadeira (100%) Hidro Relaxadoura (100%) Virador (100%) Hidro Extrator (100%) Tingimento (100%) Abridor (100%) Termo fixação (100%) Secador (100%) Felpagem (100%) Calandra (100%) Rama (100%) Expedição 1.9) Porcentual de tipo de comercialização 0 a 100% (0) Vendedores internos (20%) Venda direta (80%) Venda por representante 1.10) Porcentual do processo de desenvolvimento de serviço (máquina) que é realizado com: (10%) idéias próprias (50%) idéias a partir de produtos da região (40%) idéias a partir de produtos de outras regiões

2 ATRIBUTOS E CONTEXTOS

2.1) Pondere a respeito de cada uma das questões assinaladas abaixo, tendo em conta sempre a realidade da própria empresa. Ou seja, é para assinalar COMO É OU ESTÁ A EMPRESA e não como deveria ser ou estar. Utilize a escala de um a sete (assinale com um X), sendo um para o menor grau (nunca) e sete para o maior grau (sempre): 1) Utiliza conhecimentos e tecnologias desenvolidas por concorrentes locais. 1 2 3 4

X 5 6 7

2) Sua empresa e a de seus concorrentes locais atuam da mesma maneira com relação aos fornecedores.

1 2 3X

4

5 6 7

3) As decisões entre fazer internamente (integrar/verticalizar) ou comprar externamente (terceirizar) são similares àquelas tomadas por seus concorrentes.

1X

2 3 4

5 6 7

4) Seus fornecedores se localizam na região onde está a sua empresa. 1 2 3 4

5 6X

7

5) Sua empresa tem acesso privilegiado a recursos - como conhecimento, tecnologia, mão de obra entre outros – por estar localizada onde está.

1X

2 3 4

5 6 7

6) É fácil estabelecer relações sociais com os concorrrentes. 1 2 3X

4

5 6 7

7) Sua empresa aceita acordos de terceirização de produção com fornecedores. 1 2 3 4 5 6 7

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X 8) Sua empresa aceita outros acordos de cooperação (que não de produção) com instituições, associações, fornecedores e competidores.

1 2 3X

4

5 6 7

9) Ao contratar um novo funcionário operacional, é importante que ele tenha tido alguma experiência prévia em empresas têxtil.

1 2 3X

4

5 6 7

10) Seus funcionários, ao deixarem a empresa, dirigem-se a outras empresas do mesmo setor de Tinturaria.

1 2 3X

4

5 6 7

11) Existe facilidade de transferência INFORMAL de inovações e conhecimentos entre as empresas de Tinturaria de sua região.

1 2 3 4

5X

6 7

12) Ao contratar um novo gerente ou técnico é importante que ele tenha tido alguma experiência prévia em empresas de Tinturaria.

1 2 3 4

5 6 7X

13) Sua empresa tem acesso a canais INFORMAIS de comunicação a respeito de temas da indústria de confecçào (reuniões, palestras, conferências, apresentações, encontros festivos etc.)

1 2 3 4

5X

6 7

14) As atividades de instituições que geram suporte à pesquisa e desenvolvimento (P&D) são importantes para sua empresa.

1 2 3 4X

5 6 7

15) Serviços e apoio à pesquisa e desenvolvimento (P&D) estão disponíveis para sua empresa por parte das instituições e associações empresariais.

1X

2 3 4

5 6 7

16) Sua empresa utiliza os serviços de centros de tecnologia de confecção (locais). 1 2 3 4

5 6 7X

17) Para sua empresa, órgãos como CDL e Associação comercial são importantes. 1X

2 3 4

5 6 7

17-a) Para sua empresa o SENAI é importante.

1 2 3 4

5 6 7X

17-b) Para sua empresa as universidades locais são importantes. 1 2 3 4

5 6 7X

17-c) Para sua empresa a associação de pequenas e micro empresas é importante. 1 2 3 4X

5 6 7

17-d) Para sua empresa o poder público municipal é importante. 1 2 3 4

5 6X

7

17-e) Para sua empresa o poder público estadual é importante. 1 2 3 4

5 6X

7

17-f) Para sua empresa o poder público federal é importante. 1 2 3 4

5 6X

7

17-g) Existe localmente a disponibilidade de linhas de financiamento específicas para empresas do meu setor.

1 2 3 4 X

5 6 7

18) Existe DISPONIBILIDADE de informações institucionais de produtos e mercados.

1 2 3 4

5X

6 7

19) A informação institucional existente a respeito de mercados e produtos é consistente e importante.

1 2 3 4X

5 6 7

19-a) Sempre procuro usar as tecnologias que estão sendo usadas por meus concorrentes.

1 2 3 4

5 6 7X

19-b) Prefiro esperar que meus concorrentes testem as novas tecnologias para depois minha empresa utilizá-las.

1X

2 3 4

5 6 7

20) As instituições de apoio à indústria de confecção prestam importantes serviços à sua empresa.

1 2 3 4

5 6 7X

21) Existe intercâmbio de informações relacionadas a serviços e tecnologias entre as empresas de Tinturarias de sua região.

1 2 3 4

5 6 7X

22) Existe intercâmbio de informações relacionadas a mercados e consumidores entre as empresas de Tinturarias de sua região.

1 2 3 4 X

5 6 7

23) As habilidades e conhecimentos de um trabalhador de outra empresa de SUA região com a mesma função lhe permitiriam fazer o mesmo trabalho em sua empresa sem necesidade de grandes adaptações.

1 2 3 4

5 6 7X

24) As habilidades e conhecimentos de um trabalhador de outra empresa de OUTRA região com a mesma função lhe permitiriam fazer o mesmo trabalho em sua empresa sem necessidade de grandes adaptações.

1 2 3 4

5 6 7X

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24-a) Procuro incorporar novas tecnologias para o processo de produção, assim que elas surjam.

1 2 3 4

5 6 7X

25) Os clientes de outras regiões ou países têm uma PERCEPÇÃO única das empresas Tinturaria de sua região.

1 2 3 4

5 6 7X

26) Existe uma marca ou conceito (FAMA) comum dos artigos produzidos pelas empresas de sua região.

1 2 3 4 X

5 6 7

27) Nos clientes de outras regiões ou internacionais existe um sentimento que se pode chamar de ESTIMA em relação aos produtos de sua região.

1 2 3 4

5X

6 7

28) A reputação positiva de empresas da região onde sua empresa está localizada tem um efeito positivo sobre sua empresa.

1 2 3 4

5X

6 7

29) A reputação negativa de empresas da região onde sua empresa está localizada tem um efeito negativo sobre sua empresa.

1 2 3 4 X

5 6 7

30) Para minha empresa é mais fácil e barato seguir as tendência de lançamento de produto de meus concorrentes.

1 2 3 4X

5 6 7

31) Procuro observar o que estão vendendo meus concorrentes e produzir um produto similar.

1X

2 3 4

5 6 7

32) As tendências para o desenho e desenvolvimento dos produtos são lançadas na região (tecido, corte, acabamento, etc.).

1X

2 3 4

5 6 7

33) As informações sobre produto e processo chegam através de meios eletrônicos (internet, fone, fax).

1X

2 3 4

5 6 7

34) Considero vantajoso para minha empresa estar localizada onde está. 1X

2 3 4

5 6 7

35) Para a atividade desempenhada por minha empresa, a região onde está situada é o melhor possível.

1X

2 3 4

5 6 7

36) Um dos pontos fortes que minha empresa tem de estar localizada onde está é o relacionamento existente entre os concorrentes.

1 2 3 4X

5 6 7

37) Um dos pontos fortes que minha empresa tem de de estar localizada onde está é o relacionamento existente entre as instituições de suporte à atividade industrial (AMPE, Sebrae, CDL, ACIBr, etc.)..

1X

2 3 4

5 6 7

38) É comum que meus concorrentes imitem meus produtos 1X

2 3 4

5 6 7

39) A troca de informações entre minha empresa e os concorrentes é freqüente. 1 2 3 4X

5 6 7

40) É importante a troca de informação entre minha empresa e os concorrentes. 1 2 3 4X

5 6 7

41) O desempenho de minha empresa se deve ao menos em parte ao bom relacionamento que possuo com meus fornecedores.

1 2 3 4

5 6X

7

42) O desempenho de minha empresa se deve ao menos em parte ao bom relacionamento que possuo com meus concorrentes..

1 2 3 4 X

5 6 7

43) O desempenho de minha empresa se deve ao menos em parte ao bom relacionamento que possuo com as isntituições de apoio à atividade industrial.

1X

2 3 4

5 6 7

44) Sempre procuro usar as tecnologias que estão sendo usadas por meus concorrentes.

1 2 3 4X

5 6 7

45) Prefiro esperar que meus concorrentes testem as novas tecnologias para depois minha empresa utilizá-las.

1X

2 3 4

5 6 7

46) Procuro incorporar novas tecnologias para o processo de produção, assim que elas surjam.

1 2 3 4

5 6 7X

3 OUTROS DADOS

3.1.1) Sua empresa Exporta? ( ) Sim ( X ) Não 3.2) Indique a evolução PORCENTUAL do faturamento total de sua empresa, com relação ao ano anterior. Caso tenha tido algum decréscimo, utilize o sinal de negativo (-) na frente do índice (NÃO É NECESSÁRIO PÔR VALORES, SOMENTE OS ÍNDICES).

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Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Porcentual de crescimento do faturamento

16,0%

19,3%

15,2%

16,5%

12,6%

10,8%

9,4% 12,0%

28,7%

Ano 2007 2008 Porcentual de crescimento do faturamento 21,7% 12,5%

3.3) Indique a lucratividade final líquida, em percentual de cada ano assinalado abaixo (FORNEÇA EM VALORES ABSOLUTOS DE CADA ANO E NÃO COMPARATIVAMENTE): Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 lucratividade final % 6,4% 8,8% 7,9% 10,3% 8,5% 9,4%

Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 lucratividade final % 8,9% 10,5% 12,5% 13,4% 14,3% 12,5%

3.4) Número de inovações radicais (ou seja, aquelas que causaram um forte impacto na empresa); e inovações incrementais (aquelas que significaram mudanças nas empresas, mas sem ter um impacto importante), indicando o ano: Fase Inovação radical Inovação incremental Ano Inovação Ano Inovação Inovações em processo industrial. Considere apenas mudanças como: TQM (qualidade total), JIT (just-in-time), Kaizen, Kanban, 5 S (grupos de melhoria) ou equivalentes.

2005 Kanban

2006 5 S

Inovação em processos de gestão = planejamento estratégico, sistema de custos por atividade - ABC, programas de computador para controle administrativo (software administrativo), sistema de informação de mercado, programas de treinamento, etc.

2000

Softwares controle de produção e administrativo

2007

Atualização de sistema administrativo e controle de produção

Inovação em maquinário

1997 Máquina de Tingir

1997

Virador, Secador

1998 Hidrorelaxadeira, Compactadeira, Abridor

1998 Hidro extrator, Calandra

1999 1999 Compactadeira 2000 Felpadeira 2000 Compactadeira,

Abridor 2001 2001

Máquina de Tingir, Calandra

2002 2002

Revisadeira, Calandra

2003 2003

Felpadeira

2005 Rama 200520062007

Máquina de Tingir 2006

2007 2008 2008

Rama, Máquina de Tingir, Sistema de Aquecimento, Caldeiras, Hidrorelaxadeira

Outras inovações (produto ou especificar) 2007 Viscose

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APÊNDICE B – Tabela Inovações Tecnológicas

Ano Inovação Profundidade Impacto Função

1997 Máquina de tingir 1 2 2 Virador 2 2 2 Secador 2 2 2

1998

Hidrorelaxadeira 1 2 2 Hidro extrator 2 2 2 Compactadeira 1 2 2 Calandra 2 2 2 Abridor 1 2 2

1999 Compactadeira 2 2 2

2000

Compactadeira 2 2 2 Abridor 2 2 2 Felpadeira 1 2 2 Laboratório 1 3 2 Softwares 1 3 3

2001 Máquina de tingir 2 2 2 Calandra 2 2 2

2002 Revisadeira 2 2 2 Calandra 2 2 2

2003 Felpadeira 2 2 2

2005 Rama 1 2 2 Máquina de tingir 2 2 2 Kanban 1 3 2

2006 Máquina de tingir 2 2 2 5 S 1 3 0

2007 Máquina de tingir 2 2 2 Softwares 2 3 3

2008

Rama 2 2 2 Maquina de tingir 2 2 2 Sistema de aquecimento 2 2 2 Caldeiras 2 2 2 Hidrorelaxadeira 2 2 2

Legenda:

Profundidade 1= Radical 2= Incremental

Impacto 1 = Social 2 = Técnica 3 = Social/Técnica

Função 0=nenhum 1=Informatização 2=Automação 3=Info/Automoção

FONTE: Elaborado pela acadêmica (2008).

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DECLARAÇÃO

A empresa Trento Brasil Beneficiamento Têxtil Ltda. declara, para os

devidos fins, que a acadêmica Caroline Mosimann Lussoli, aluna do curso

de Administração do Centro de Educação Superior de Ciências Sociais

Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária

prevista para o período de 01/04/2008 a 31/10/2008, seguiu o cronograma

de trabalho estipulado no projeto de estágio e respeitou nossas normas

internas.

Itajaí, 31 de outubro de 2008.

________________________________

Armando Lussoli

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Caroline Mosimann Lussoli

Estagiário

Giovan Bertoline

Supervisor de campo

Bárbara Sabino

Orientador de estágio

Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração