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FACULDADE CEARENSE – FAC
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ELANNY MELO DA SILVA
APLICAÇÃO DOS MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA EM RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
FORTALEZA
2013
ELANNY MELO DA SILVA
APLICAÇÃO DOS MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Monografia apresentada como exigência
parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Contábeis, sob a
orientação de conteúdo do professor Ms.
Francisco Almeida Barroso.
FORTALEZA
2013
ELANNY MELO DA SILVA
APLICAÇÃO DOS MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA
ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Esta monografia foi submetida à
coordenação do Curso de Ciências
Contábeis, como requisito do titulo de
Bacharel em Ciências Contábeis,
outorgado pela FAC – Faculdade
Cearense.
De acordo com as normas éticas, cada
citação de qualquer trecho desta
monografia é permitida.
Data da Aprovação: ______/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Prof.º Ms. Francisco Almeida Barroso
Orientador – FAC
_____________________________________
Prof.ª Dr.ª Márcia Maria Machado de Freitas
Examinador - Fac.
_____________________________________
Prof.ª Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb
Examinador - Fac.
Aos meus pais, José Rodrigues e Eridam, por terem me
dado através da educação e do estudo, a possibilidade de
conseguir meus objetivos e por ainda estarem ao meu lado sempre
me apoiando.
Também em especial, à minha avó, Terezinha, por ser
sempre tão especial em minha vida, sempre está ao meu lado e
sempre está me apoiando nessa caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço pela realização deste trabalho, primeiramente a Deus, pois é
Ele o mantenedor da minha vida.
Agradeço aos meus pais, José Rodrigues e Maria Eridam, pelo carinho,
dedicação e amor que tiveram para comigo, por terem me dado condições de trilhar
a carreira contábil e pelo constante apoio. Reconheço que sempre estiveram ao meu
lado compartilhado cada momento de tristeza e de alegria.
Sou grata por todo o amor e também pelas orações poderosas feitas pela
minha querida avó Terezinha, contribuindo assim, para que eu vencesse mais uma
etapa da minha vida.
À Anderson Felipe, meu irmão, pela amizade e ajuda sempre presente em
minha vida.
Ao meu noivo, Eduardo Abrantes, pelo companheirismo, compreensão e
ajuda nos momentos difíceis. Por me incentivar a sempre buscar estar evoluindo e
aprendendo coisas novas.
A minha família em geral e em especial a minha tia Ester Erivan, que
sempre me incentivou a concluir o curso de Ciências Contábeis.
Agradeço ao meu orientador, prof. Francisco Almeida Barroso, que
dedicou seu precioso tempo a me ajudar na concretização deste trabalho, aplicando
seu vasto conhecimento e inclusive seu precioso tempo e paciência me ajudando e
ensinando.
Agradeço à FAC – Faculdade Cearense, a coordenadora Márcia e
também aqueles professores que exerceram influência sobre minha carreira
profissional agregando visão e valores.
"Consagre ao Senhor tudo o que você
faz, e os seus planos serão bem-
sucedidos”.
Provérbios 16:3
RESUMO
O estudo tem como proposta demonstrar a necessidade da análise econômico-
financeira, fundamentada em indicadores extraídos das demonstrações contábeis,
para prever risco de inadimplência nas operações de crédito concedidas pelas
instituições financeiras. São ferramentas que podem ser aplicadas para verificação
de tendências da empresa, possibilitando uma melhor supervisão do seu
desempenho, bem como retificar destino malquisto e projetar conjuntura futura. É
através das Demonstrações Contábeis que são extraídos os índices de liquidez,
estrutura e rentabilidade, por exemplo. Porém, ainda existem outros meios que
englobam várias informações, utilizando outros tipos de grupos analíticos, como o
que foi adotado nesse trabalho: os modelos de previsão de insolvência. Tais
modelos são aplicados em uma empresa que contratou operações de crédito em
instituições financeiras e logo em seguida pediu recuperação judicial, com o intuito
de verificar se era possível antecipadamente prever possíveis indícios de insolvência
e, se os modelos de análise de crédito utilizados pelas instituições credoras foram
ineficazes para identificar problemas financeiros futuros. A metodologia utilizada foi
descritiva e bibliográfica com natureza quali-quantitativa, tendo como método o
estudo de caso realizado na empresa denominada ALFA. Para análise desta
empresa foram utilizados, inicialmente, os indicadores tradicionais de análise de
balanços, denominado técnica dos quocientes, para em seguida aplicar 3 modelos
elaborados por autores brasileiros e 1 realizado por autor estrangeiro. O resultado
das análises demonstra em todos os modelos aplicados que a empresa estudada,
embora tenha pedido recuperação judicial, não apresentava indícios suficientes para
prever uma deterioração da sua situação econômico-financeira.
Palavras-chave: Análise de Balanços, previsão de insolvência, Recuperação
Judicial
RESUMEN
El estudio propuesto es demostrar la necesidad de un análisis financiero , sobre la
base de indicadores derivados de los estados financieros para predecir el riesgo de
impago de los préstamos concedidos por las entidades financieras. Son
herramientas que se pueden aplicar para comprobar la evolución de la empresa , lo
que permite un mejor seguimiento de su desempeño , así como la rectificación de
destino no querido y diseñar el futuro coyuntura. Es a través de los Estados
Financieros que se extraen los ratios de liquidez , la rentabilidad y la estructura , por
ejemplo. Sin embargo, todavía hay otras maneras que abarcan una variedad de
información , el uso de otros grupos analíticos , tales como la adoptada en este
trabajo : los modelos de predicción de error . Estos modelos se aplican en una
empresa que contrató préstamos en las entidades financieras y de inmediato pidió la
quiebra, con el fin de comprobar si era posible predecir de antemano los posibles
indicios de insolvencia y , si los modelos de análisis de crédito utilizadas por las
instituciones de crédito fueron ineficaces para identificar futuros problemas
financieros. La metodología utilizada fue descriptiva y de naturaleza cuantitativa y
cualitativa bibliográfica, y como el método de estudio de caso realizado en la
empresa denominada ALFA . Para el análisis de esta empresa se utilizó inicialmente,
los indicadores tradicionales de análisis de balances , llamado técnica de cocientes,
a continuación, solicitar tres modelos desarrollados por autores brasileños y
estrenada por el autor extranjero. El resultado del análisis muestra que en todos los
modelos aplicados a la empresa estudiada , a pesar de la quiebra reclamación, no
presentó pruebas suficientes para predecir un deterioro de su situación económica y
financiera.
Palabras clave : Análisis de Situación Patrimonial, Reorganización predicción de
insolvencia
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BP Balanço Patrimonial
DRE Demonstrações do Resultado do Exercício
PC Passivo Circulante
PNC Passivo não Circulante
PL Patrimônio Líquido
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Termômetro de Insolvência de Kanitz ................................................... 42
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Aplicação do modelo de Kanitz através de gráfico ............................. 65
GRÁFICO 2 - Aplicação do modelo de Altman através de gráfico ............................ 66
GRÁFICO 3 - Aplicação do modelo de Elizabetsky através de gráfico ..................... 68
GRÁFICO 4 - Aplicação do modelo de Matias através de gráfico ............................. 69
GRÁFICO 5 - Gráfico comparativo dos modelos de insolvência ............................... 71
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Estratégia para maximizar o lucro do capital próprio ........................... 31
QUADRO 2 - Dados Serasa Recuperação Judicial .................................................. 43
QUADRO 3 - Serasa recuperação judicial análise anual .......................................... 44
QUADRO 4 - Comparativo Recuperação Judicial Serasa ........................................ 45
QUADRO 5 - Números completos de falências e recuperações ............................... 46
QUADRO 6 - Balanço Patrimonial - Modelo padrão ................................................. 56
QUADRO 7 - Demonstração do Resultado do Exercício – Modelo padrão .............. 58
QUADRO 8 - Balanço Patrimonial da empresa ALFA padronizado referente ao
período de 2007 a 2011 ............................................................................................ 61
QUADRO 9 - Demonstração do Resultado do Exercício da empresa ALFA
padronizado referente ao período de 2007 a 2011 ................................................... 63
QUADRO 10 - Aplicação dos principais Índices........................................................ 64
QUADRO 11 - Aplicação do modelo de Kanitz ......................................................... 65
QUADRO 12 - Aplicação do modelo de Altman ........................................................ 66
QUADRO 13 - Aplicação do modelo de Elisabetsky ................................................. 67
QUADRO 14 - Aplicação do modelo de Matias ......................................................... 69
QUADRO 15 - Comparativo dos resultados dos modelos de insolvência ................. 70
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 OS PRINCIPAIS INDICADORES DE ANÁLISE DE BALANÇOS ......................... 18
2.1 Índices de Liquidez .............................................................................................. 18
2.2 Indicadores de Estrutura de Capital (Endividamento) ......................................... 23
2.3 Indicadores de Rentabilidade .............................................................................. 27
3 MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA .................................................... 33
3.1 Modelo Estatístico Discriminante ........................................................................ 33
3.1.1 Modelos Elaborados no Exterior ...................................................................... 34
3.2 Modelos Elaborados no Brasil ............................................................................. 38
3.2.1 Modelo de Elizabetsky ...................................................................................... 38
3.2.2 Modelo de Matias ............................................................................................. 39
3.2.3 Modelo de Pereira ............................................................................................ 40
3.2.4 Modelo de Kanitz .............................................................................................. 41
3.3 Eficiência dos modelos de Insolvência ................................................................ 42
4 ESTATÍSTICAS SOBRE FALENCIA E RECUPEÇÃO JUDICIAL NO BRASIL ... 43
5 INSOLVÊNCIA ...................................................................................................... 48
5.1 Processo Falimentar ........................................................................................... 48
5.2 Pedido de Falência – Primeira fase ..................................................................... 49
5.3 Falência – Segunda fase ..................................................................................... 51
5.4 Pós-falimentar ou reabilitação – Terceira fase .................................................... 52
6 METODOLOGIA .................................................................................................... 54
6.1 Aspectos metodológicos ...................................................................................... 54
6.2 Padronização e reclassificação das demonstrações financeiras ......................... 55
7 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 60
7.1 Análise de Kanitz ................................................................................................. 64
7.2 Análise de Altman ............................................................................................... 66
7.3 Análise de Elizabetsky......................................................................................... 67
7.4 Análise de Matias ................................................................................................ 68
7.5 Resultado da Análise .......................................................................................... 70
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73
14
1 INTRODUÇÃO
A economia globalizada está exigindo cada vez mais das empresas que
necessitam se adequar as várias mudanças do mercado, face as constantes crises
econômicas. Faz-se necessário que os gestores visualizem melhorias e as implante
baseado numa visão econômico-financeira.
A análise econômica permite uma interpretação das variações do
patrimônio e sua riqueza. Já a financeira permite diagnosticar a saúde financeira da
empresa, as possibilidades de solvência e o grau de liquidez. Estas técnicas de
análise constituem um poderoso instrumento que facilitará um melhor estudo da
necessidade da empresa, dos recursos, da projeção de resultados futuros, visando
garantir sua sustentabilidade e continuidade.
As técnicas de análise de balanços transformam os dados extraídos das
demonstrações contábeis em informações. Uma boa análise dessas informações
proporciona um acompanhamento mais voltado para as necessidades da empresa,
corrigindo possíveis desvios, levando-a a uma melhor tomada de decisão.
As análises usuais examinam a liquidez, margem, endividamento,
rentabilidade dentre outros e avaliam de acordo com o contexto e também
separadamente em distintos grupos de indicadores. Outras análises como os
modelos de previsão de falência aplicam modelos específicos formados a partir de
uma cesta de informações avaliados por uma base multivariada.
Associa-se insolvência a uma má gestão Segundo KANITZ, “é preciso
lembrar que nem toda empresa vai obrigatoriamente á falência por estar enfrentando
dificuldades em determinado momento (KANITZ, 1978, p. 2-3)”
“Os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas
das demonstrações financeiras, que tem por objetivo fornecer informações que não
são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras.”
(SILVA, 2006, p. 190). Desta forma, os índices financeiros servem de base na
compreensão das demonstrações financeiras.
A análise de balanços é uma prática bastante antiga e cada vez mais vem
ganhando importância no meio corporativo, existindo muitos usuários, ou seja,
pessoas físicas ou jurídicas que se interessam em conhecer a situação econômica
financeira de uma empresa, tais como gestores, investidores, credores,
15
fornecedores, governo etc. Os primeiros usuários da análise de balanço foram
instituições financeiras, e ainda hoje, na maioria das vezes, para concessão de
crédito, solicitam das empresas as suas demonstrações contábeis para análise, com
o objetivo de mitigar o risco de recebimento dos valores emprestado.
Isto, porém, não garante o “risco zero”, haja vista que mesmo tendo sido
submetida a uma análise prévia, os modelos de risco de crédito utilizados pelo
credor muitas vezes não conseguem detectar a situação pré-falimentar da empresa.
No entanto, a literatura demonstra vários modelos de previsão de
insolvência, elaborados por autores brasileiros e estrangeiros, os quais podem ser
utilizados pelas Instituições financeiras nas suas avaliações. Por isso, este estudo
levanta a seguinte indagação: Qual a eficiência destes modelos de previsão de
insolvência para prever com maior precisão as possibilidades de uma empresa
chegar a ser insolvente?
Para responder este questionamento será realizado um estudo de caso
com uma empresa localizada em Fortaleza, que solicitou empréstimos em várias
instituições financeiras até 2011 e neste mesmo ano pediu recuperação judicial,
ficando inadimplente junto ao Sistema Financeiro Nacional. Portanto tem-se como
objetivo geral: Verificar a eficiência dos modelos de previsão de insolvência para
prever indícios de deterioração em uma empresa de capital aberto localizada em
Fortaleza.
Embora todos os dados da empresa tenham sido colhidos em sites livres,
tais como Comissão de Valores Mobiliários, site da própria empresa e outros que
continham informações sobre a mesma na internet, não será mencionado o seu
verdadeiro nome neste trabalho, referindo-se apenas como empresa ALFA.
Em termos específicos têm-se os seguintes objetivos:
- Levantar os principais indicadores econômicos financeiros relacionados
à análise de balanços;
- Demonstrar os principais modelos de previsão de insolvência elaborados
no Brasil e no exterior
- Pesquisar alguns dados sobre recuperação judicial;
- Aplicar os modelos de previsão de insolvência na empresa estudada e
analisar os resultados.
Uma maior segurança nas concessões de crédito do setor bancário é de
fundamental importância para a estabilidade da economia. As instituições financeiras
16
funcionam como agentes que transferem recursos dos agentes superavitários para
os agentes deficitários, e com isso desempenham importante papel na economia.
Este fluxo de recursos não pode ser quebrado, caso contrário pode também
comprometer a confiança dos agentes superavitários, aplicadores de recursos, bem
como provocar, em certos casos o encerramento das atividades da instituição
concessora do crédito, acarretando um custo social elevado.
O aumento da competitividade do sistema bancário tem aumentado à
preocupação dos agentes econômicos em mensurar a solidez das instituições
financeiras. Grandes depositantes e outros credores estão interessados em
mensurar o risco de perda do capital aplicado, enquanto o agente regulador e
supervisor em antecipar problemas, evitando crises sistêmicas e grandes prejuízos
aos credores e ao país.
As grandes empresas e, principalmente, as de capital aberto, de acordo
com a Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, devem publicar anualmente as
suas demonstrações contábeis, as quais deverão se auditadas por auditores
independentes, espelhando uma maior confiança de veracidade das suas
informações para os credores. No entanto, quando o inesperado acontece torna-se
de grande relevância, não só para as instituições credoras, mas também para a
classe contábil, analisar com maior profundidade os casos inesperados. Nessa
perspectiva, este estudo possui um papel importante, pois pode contribuir para uma
maior transparência e confiança nas informações geradas pela Ciência Contábil.
O presente trabalho possui em sua estrutura, 7 capítulos, observando a
introdução como o primeiro capítulo.
O segundo capítulo descreve a necessidade de uma boa gestão
financeira, voltada para análise através de índices que ajudam a antever situações
de risco.
No terceiro capítulo são expostos os modelos de previsão de insolvência,
contemplando os estudos realizados no Brasil e no exterior, métodos estatísticos e a
relação prática entre índices financeiros e o estado de solvência ou insolvência da
entidade.
Em seguida são evidenciados dados da Serasa contendo o volume de
falências solicitadas, decretadas e pedidos de recuperação judicial. Relata também
que um mercado interno forte e a expansão do crédito, podem evitar um impacto
negativo maior na política monetária, minimizando assim, os efeitos da crise global.
17
No quinto capitulo é descrito as etapas do processo falimentar e a Lei de
Recuperação de Empresa e Falência. Relata também o conjunto de regras jurídicas
pertinentes à execução concursal da empresa, o direito falimentar.
Logo após é exposta a metodologia aplicada no presente trabalho, que
teve cunho exploratório em consequência do estudo de caso onde foram retirados
os dados da pesquisa. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica por meio de
informações coletadas em sites oficiais, revistas etc. e seus resultados foram
avaliados de maneira qualitativa e quantitativa.
O sétimo capítulo contém o estudo de caso aplicado à empresa ALFA,
onde foram utilizados alguns modelos de previsão de insolvência.
E por fim, são expostas as considerações finais, constatando os
resultados da empresa ALFA obtidos através da pesquisa.
18
2 OS PRINCIPAIS INDICADORES DE ANÁLISE DE BALANÇOS
O presente capítulo reúne algumas técnicas de análise através de
indicadores, fornecendo uma visão geral sobre diferentes aspectos econômicos,
financeiros e patrimoniais. Os índices abaixo auxiliam no processo de análise, pois
apresenta um resumo fácil de ser interpretado.
2.1 Índices de Liquidez
São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto
é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade par saldar seus
compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando:
longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.
O objetivo do estudo dos indicadores de liquidez é determinar o grau de
solvência, isto é, capacidade financeira de quitar as obrigações. É responsabilidade
dos gestores verificar a capacidade de converter os direitos da empresa para moeda
corrente, das dividas existentes e também acompanhar possíveis atualizações,
como a exemplo dos financiamentos bancários.
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter
capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas
dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas
etc.(Matarazzo, 2010, p. 99).
Os índices de liquidez não são retirados do fluxo de caixa que confrontam
as entradas e saídas de dinheiro, são extraídos das demonstrações contábeis, onde
é feito um confronto dos Ativos Circulantes com as Dividas, buscando mensurar a
base financeira da empresa no que compete a sua solidez. De acordo com
Matarazzo (2010) os índices de liquidez são calculados da seguinte forma:
A) Índice de Liquidez Imediata ou Instantânea
Este índice não é considerado o mais importante, pois normalmente as
empresas não dispõem de muitos valores no caixa e nos bancos, mas em
compensação, as dívidas podem ter vencimento de até 360 dias.
19
Liquidez Imediata = Disponibilidade
Passivo Circulante
Indica o quanto a empresa possui de disponibilidades para cada $1,00 de
Passivo Circulante (dívidas de curto prazo).
Para que haja uma real representação desse índice é necessário avaliar o
Balanço Patrimonial de vários períodos para evitar casos anormais que
eventualmente tenha ocorrido próximo ao levantamento do balanço.
B) Índice de Liquidez Geral ou Total
Este índice revela toda a capacidade de pagamento em longo prazo da
organização, levando em consideração tudo o que ela converterá em dinheiro, a
curto e longo prazo, comparando todas as dividas, a curto e longo prazo.
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Indica o quanto a empresa possui de Ativos de Curto e Longo prazo para
cada R$ 1,00 de Passivos de Curto e Longo Prazo. Representa também o quanto de
Capital Circulante Próprio excede em relação ao total das exigibilidades da empresa.
Para que o resultado desse índice esteja correto, é preciso alocar
corretamente os débitos e créditos de curto e longo prazo. As contas referentes a
operações entre coligadas e controladas e os financiamentos em longo prazo para
investimento, devem ser registrados no Ativo Permanente. A verificação dos dados
da Demonstração do Fluxo de Caixa pode auxiliar numa melhor análise, pois será
possível visualizar as origens e as aplicações de recursos que realmente circulam no
caixa da organização.
Outra demonstração que facilita a análise desse índice é a Demonstração
das Origens e Aplicações de Recursos.
C) Índice de Liquidez Corrente ou Comum
20
Este índice comprova a quantidade de dinheiro de uma organização, em
bens e direitos realizáveis em curto prazo, confrontando com suas dívidas a serem
liquidadas também em curto prazo.
Liquidez Corrente = Ativo Circulante
Passivo Circulante
Indica o quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada R$1,00
de Passivo Circulante.
Esta é uma importante medida de solvência de uma empresa. É muito
utilizada entre os financiadores que costuma ser chamada de coeficiente dos
bancos. Em termos gerais, quanto maior for este coeficiente, melhor a situação
financeira da empresa. Por exemplo, uma empresa com R$ 3,2 milhões em Ativo
Circulante e R$ 1,2 milhão em Passivo Circulante teria um índice de liquidez
corrente de 2,7 para 1. Ainda em termos gerais, esta empresa seria mais saudável
do que outra com um coeficiente de 2,2 para 1. Para calcular o índice de liquidez
corrente, divida o total do Ativo Circulante pelo total do Passivo Circulante.
Caso haja excesso de liquidez, é devido à existência de Capital Circulante
Líquido (CCL). Este índice positivo informa que há folga financeira de curto prazo, ou
seja, a empresa possui margem de segurança e equilíbrio entre as entradas e as
saídas de caixa.
O índice de liquidez corrente não é capaz de avaliar a qualidade dos itens
que constam no Ativo circulante, como estoques superavaliados ou obsoletos, títulos
a receber que provavelmente não sejam totalmente recebíveis. Esse índice não
declara o sincronismo entre recebimentos e pagamentos, ou seja, não revela se a
empresa irá receber antes de vencer o prazo para pagamento das dívidas. Pode
ainda ocorrer uma distorção no índice por conta dos critérios utilizados na avaliação
do estoque.
Para tornar o resultado desse índice mais seguro é preciso utiliza-lo em
conjunto com os índices que apuram o Prazo Médio de Rotação dos Estoques e o
Prazo Médio de Recebimento das Vendas. A Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos também pode auxiliar na análise dos indicadores de liquidez
corrente.
21
D) Índice de Liquidez Seca
Este índice é muito eficaz para visualizar a capacidade de pagamento de
uma organização onde existe uma baixa rotação de estoque, podendo ser
consequência de um ruim gerenciamento da quantidade de compra de estoque para
a revenda.
Calcula-se esse índice, retirando a conta de estoque, a fim de obter a
capacidade de pagamento a curto prazo o mais liquida possível. Esse índice
também é conhecido como acid-test radio, teste ácido da liquidez.
Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoque
Passivo Circulante
Na maioria das vezes o estoque é o item menos liquido do ativo
circulante, podendo ser também o menos confiável no tocante ao valor contábil, pois,
as condições do estoque não são consideradas, como por exemplo, se ele está
estragado ou obsoleto.
Geralmente grande volume de estoque representa sinal de problemas a
curto prazo. A empresa pode ter acreditado na alta das vendas e comprado uma
maior quantidade de estoque, o que ocasionou em excesso de mercadorias e baixo
giro de estoque.
E) Índice de Solvência Geral
Solvência é uma medida de avaliação da capacidade financeira da
empresa no longo prazo, para satisfazer as obrigações assumidas com terceiro
(Passivo Exigível). A solvência de uma empresa ou Índice de Solvência Geral (ISG)
é calculada pela seguinte fórmula:
Índice de Solvência Geral = Ativo Total
Passivo Exigível
O passivo exigível compreende o circulante e exigível em longo prazo.
Quanto mais alto o quociente ou grau de Solvência, maior será a capacidade
22
financeira da empresa, em longo prazo. Em principio, grau de solvência inferior a 1
(unidade) expressará estado de insolvência.
Grau de Solvência igual ou superior a 1 (unidade) demonstrará que a
empresa possui bens e direitos, a valor contábil, suficientes para cobertura de todas
as obrigações assumidas a curto e longo prazos.
O termo solvência significa solvabilidade, ser solvente. E diz-se que uma
pessoa é solvente quanto tem “capacidade para pagar suas dividas”. Solvência e
Liquidez em absoluto querem dizer a mesma coisa. A principal diferença entre
ambas é o tempo. Enquanto a Liquidez se refere à capacidade de pagar obrigações
em dias, nos devidos prazos, a Solvência refere-se à simples capacidade de liquidar
os compromissos (ter possibilidade de pagar).
23
2.2 Indicadores de Estrutura de Capital (Endividamento)
Estes indicadores mensuram os níveis de bloqueio de recursos e buscam
reconhecer as variadas relações na estrutura da dívida da empresa. Ajudando na
tomada de decisão em relação a financiamentos e investimentos, e explicando a
linha de decisões financeiras seguido pela empresa para obtenção e aplicação de
recursos.
Os índices de Endividamento demonstram a quantidade de capitais de
terceiros que a organização está utilizando em suas operações, avaliando a
consequência na estrutura desse capital sobre a empresa. E de acordo com o grau
de comprometimento será definido se ela encontra-se em processo de insolvência.
Esse índice é indicado para as empresas controlarem o grau de
endividamento, pois os bancos, fornecedores e clientes também se preocupam com
a solidez financeira da empresa.
A forma mais apropriada de interpretar os índices de endividamento é
compará-los com a média setorial e analisar seu impacto na empresa, ao ser
incorporado a possíveis despesas financeiras. O estudo desse indicador é
compreendido melhor quando analisado em conjunto com o Grau de Alavancagem
Financeira. Segundo Matarazzo (2010) os principais indicadores de endividamento
ou estrutura de capitais são os seguintes:
A) Grau de Endividamento – Participação de Capital de Terceiros
A participação de capitais de terceiros abrange o somatório do Passivo
Circulante e Passivo não circulante, configurando o endividamento da empresa. É
vantajoso fazer uso de capital de terceiros quando esses não ultrapassem o lucro
obtido com sua aplicação.
Grau de Endividamento = Capitais de Terceiros (PC + PNC) x 100
Patrimônio Líquido
Quanto maior o resultado do índice, melhor.
24
Um fator marcante presente nas empresas falidas é o alto nível de
endividamento, porém as causas não se limitam apenas a isso, mas também a uma
má gestão, má aplicação dos recursos próprios ou de terceiros e desorganização.
A empresa precisa avaliar sua capacidade de criar recursos para abater
as dívidas, avaliar qual o real motivo de contrair uma dívida e qual a proporção dos
recursos de terceiros em relação ao capital próprio.
O estudo desse indicador é compreendido melhor quando analisado em
conjunto com o Grau de Alavancagem Financeira e o Indicador de retorno do Capital
Próprio.
B) Composição do Endividamento
Esta análise viabiliza a medição da quantidade de dívidas da organização
com vencimento no curto prazo em relação à dívida total.
Composição do Endividamento = Passivo Circulante x 100
Capital de Terceiros (PC + PNC)
Este indicador é importante, pois permite a identificação do perfil da dívida
de uma organização. A demora na quitação das dívidas pode se dar pela contração
de novos empréstimos ou pela renegociação da dívida. Através do Relatório da
Administração e das Notas Explicativas é possível identificar as principais causas
que determinaram a variação desses indicadores, também é válido utilizar Análise
Vertical.
O perfil das dívidas de curto prazo engloba as dívidas que necessitam ser
quitadas com recursos já disponíveis ou de curto prazo. A empresa deverá identificar
a composição da dívida se é onerosa ou não, viabilizando assim a identificação da
quantidade de custos com encargos que incorrerá até a data do pagamento.
No perfil das dívidas de longo prazo a empresa dispõe de maior tempo
para gerar recursos a fim de pagas as dívidas. Classificam-se geralmente nesse
perfil as dívidas onerosas e adquiridas para investimento de caráter permanente.
Passivos não onerosos fazem menção à atividade da empresa, como no
caso das contas de salários e fornecedores. Passivos onerosos custam
25
mensalmente a empresa, juros e encargos bancários, como nas contas de
financiamentos e empréstimos bancários.
C) Imobilização do Patrimônio Líquido
A análise deste índice possibilita a identificação de quanto do Patrimônio
Líquido está aplicado no Ativo Permanente bem como a quantidade de Capital
Circulante Próprio.
Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido
Indica quanto do patrimônio líquido (recursos não exigíveis) da empresa
está aplicado em ativos de liquidez indefinida.
Este indicador, antes das mudanças introduzidas na contabilidade, seu
cálculo era dado pela relação entre AP (Ativo Permanente) e PL (Patrimônio
Líquido). Porém, após as mudanças, com a exclusão do grupo Ativo Permanente e
alteração na sua composição, observa-se que não há um pensamento único entre
os principais autores de Análise de Balanços. Na literatura já atualizada, por
exemplo, diferentemente de Matarazzo, autores como Marion (2010, p. 178) e
Iudícibus (2009, p. 118) utilizam (Ativo Imobilizado/Patrimônio Líquido); já Silva
(2010, p. 262), Assaf Neto (2010, p. 138) e Morante (2009, p. 40) ainda utilizam
(AP/PL).
Na verdade, a importância do indicador consiste em relacionar fontes não
exigíveis (ou de exigibilidade não definida) como o PL, com aplicações também de
liquidez não definida, tais como Investimento, Imobilizado e Intangível. Do grupo do
Ativo Não Circulante, apenas o Realizável a Longo Prazo não se considera como
ativo de liquidez indefinida.
Do ponto de vista do risco, a interpretação do índice de imobilização do
patrimônio líquido é de quanto maior, pior, mantidos constantes os demais fatores.
Espera-se que os recursos próprios sejam suficientes, pelo menos, para financiar os
ativos correspondentes a Investimentos, Imobilizado e Intangível.
Matarazzo (2010, p. 93) afirma o seguinte: "O ideal em termos financeiros
é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente
26
e ainda sobrar uma parcela – CCP = Capital Circulante Próprio – suficiente para
financiar o Ativo Circulante. (por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da
necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo
atrás de bancos)”.
Ressalta-se que após as mudanças introduzidas na contabilidade
brasileira, o Ativo Permanente foi substituído por Investimento, Imobilizado e
Intangível, como subgrupos integrantes do Ativo Não Circulante.
Matarazzo ignora o Realizável a Longo Prazo, primeiro grupo integrante
do Ativo Não Circulante. Embora em certas situações o capital circulante próprio
possa ser aplicado também o ativo realizável a longo prazo, isto não seria bom para
a empresa, caracterizando uma gestão imprópria dos recursos.
Se o resultado desse índice for de 0,65, significa que 65% do capital
próprio estão alocados em Ativos não circulantes, e a parcela restante, denominada
de Capital Circulante Próprio, deverá estar aplicado no Ativo Circulante.
Se o índice apresentar um resultado superior a 1 (mais de 100%) indica
que o Patrimônio Líquido não é suficiente para cobrir as aplicações em ativos sem
liquidez definida (Permanentes). Nessa situação, se a empresa não dispuser de
fontes de longo prazo (PNC) conclui-se que o Passivo Circulante (dívidas de curto
prazo) está financiando uma parte dos investimentos permanentes, o que pode
revelar um sinal de desequilíbrio financeiro.
A empresa deve optar a melhor forma de financiamento, normalmente são
em longo prazo, pois as taxas de juros tendem a ser inferior por conta dos bens
financiados servirem como garantia dessa forma os recursos próprios pode ser
aplicados no Capital de Giro.
D) Imobilização dos Recursos não Correntes
Este indicador aponta quanto à organização possui de Capital Próprio
Circulante, permite a medição de quanto dos Recursos não Correntes estão aplicado
no Ativo Permanente.
Imobilização dos Recursos não Correntes = Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido + ELP
27
Quando o resultado desse indicador for superior a 100%, significa que os
valores contidos no Patrimônio somados ao Passivo não Circulante não são
suficientes para cobrir os investimentos no Ativo Permanente.
Quando for igual ou inferior a 100%, indica que a empresa financiou seu
Capital de Giro com recursos de longo prazo.
Normalmente os componentes do Ativo Permanente possuem uma vida
útil prolongada, se aceita a possibilidade de não ser praticável sua aquisição com
recursos próprios. O capital investido em imobilizado deve ser captado
primeiramente através de financiamento de longo prazo, onde a data de vencimento
das dívidas deve ser adequada à duração da vida útil do bem adquirido e adequado
também para que a empresa possa gerar recursos capazes de sanar as dívidas em
longo prazo.
2.3 Indicadores de Rentabilidade
A análise das taxas de retorno identifica e avalia a eficiência da produção
e o lucro obtido pela empresa, apontando o desempenho geral, por meio do retorno
obtido sobre o investimento total, sobre as vendas e sobre o capital próprio.
Os cálculos dos indicadores de rentabilidade deverão ser feitos baseados
no lucro antes dos tributos, tais como o imposto de renda e impostos diferidos, dessa
forma é possível obter um resultado livre dos benefícios fiscais que influenciam
consideravelmente no resultado.
Segundo Silva (2012, p. 147),
Determinadas questões devem ser consideradas quando da análise da
rentabilidade de uma empresa, pois algumas ações poderão repercutir de
forma significativa no lucro líquido exercício, como, por exemplo:
Diminuir o valor das empresas de depreciação alongado a vida útil do bem,
o que levará a uma redução da taxa anual a ser contabilizada. Este é um
aspecto altamente subjetivo, bem característico da essência sobre a forma,
onde deixando de lado os critérios da legislação do imposto de renda, a
empresa passará a contabilizar a depreciação de acordo com as taxas que
entenda ser correta;
Superestimando o valor dos estoques, não contabilizando a baixa abaixa de
itens considerados, por exemplo, como obsoletos ou danificados, ou ainda
28
não reconhecendo o valor de mercado, quando este estiver abaixo do preço
do preço de custo de aquisição ou produção;
Ignorando novas obrigações, as quais deveriam estar contabilizadas na
forma de provisões para cobrir demandas judiciais e passivos contingentes;
Superestimando vendas, naqueles casos em que são realizadas na forma
desmedida para clientes cuja capacidade de pagamento não foi
devidamente avaliada.
Silva (2012) apresenta as seguintes formas para cálculos dos indicadores
de rentabilidade e lucratividade:
A) Giro do Ativo
O Giro do Ativo demonstra a relação entre as vendas do período e o total
de investimentos de uma organização e exprime o grau de eficiência com que são
empregados nos recursos aplicados, isto é, a o ativo total.
Giro do Ativo = Vendas Líquidas (ou Receitas Líquidas)
Ativo Total (ou Ativo Médio)
Quanto maior o resultado do índice, melhor.
No momento da análise é importante observar quais os critérios que serão
aplicados na avaliação do ativo permanente, devendo atentar para a reavaliação dos
ativos e os efeitos da inflação. E nos anos onde a organização estiver num período
de expansão, o indicador provavelmente apresentará um índice distorcido. Caso
ocorra uma variação brusca do saldo do ativo total de um ano para outro é preciso
aplicar o saldo médio para apurar o índice. Nos elementos significativos que não
estejam interligados com a produção e as vendas, pode ocorrer uma superavaliação
no ativo e distorções do indicador.
B) Margem Líquida
A Margem Líquida ou Retorno sobre as Vendas compara o Lucro Líquido
com as vendas Liquidas do período, expondo o percentual de lucratividade
produzido. Para está análise, não existe um índice perfeito, é necessário compará-lo
29
com o índice da região ou com o do segmento da empresa. Existem muitos
elementos que podem influenciar esse índice, tais como; a rotação do estoque, a
produção e os custos de produção. Caso o ramo da empresa opere com uma
margem baixa, não é muito prudente tentar aumentar esse número através do
aumento dos preços, o melhor a ser feito é buscar ferramentas visando o aumento
do faturamento e a expansão de novos mercados.
Margem Líquida = Lucro Líquido x 100
Vendas Líquidas (ou Receita Líquida)
A Margem Líquida deve ser aplicada em conjunto com o Grau de
Alavancagem Financeira, para melhor eficiência e números mais confiáveis. Alguns
fatores podem distorcer o resultado obtido, tais como a grande quantidade de
despesas e receitas não operacionais, e os critérios utilizados na avaliação de
estoque e alocação correta dos custos.
C) Rentabilidade ou Retorno do Ativo (ROA ou ROI)
Este indicador visa mensurar a eficiência geral da empresa na geração de
lucros a partir de seus investimentos. Também é conhecido como Taxa de Retorno
sobre o Ativo Total – ROA e Taxa de Retorno sobre Investimentos – ROI.
Quando não houver variações relevantes nos saldos dos Ativos, pode-se
utilizar o Ativo Médio ou a relação direta entre o Saldo do Ativo e o Lucro Líquido do
Exercício.
Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x 100
Ativo Total ou Ativo Médio
D) Rentabilidade do Patrimônio Líquido ou Retorno do Capital Próprio (ROE)
Este indicador evidencia o retorno do capital investido pelos acionistas ou
quotistas em relação ao investimento na empresa
Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido x 100
Patrimônio Líquido Médio ou Total
30
E) Análise do ROI pelo modelo DuPont
Este indicador também evidencia uma maneira de calcular a rentabilidade
do ativo sobre os investimentos. O Modelo DuPont demonstra as relações
existentes entre o retorno dos investimentos, do giro do ativo total, da margem
líquida e da alavancagem. Esse modelo une o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício.
O modelo DuPont apresenta a alternativa de dividir o Patrimônio Líquido
em três partes: margem líquida, giro do ativo e alavancagem. Expondo da melhor
forma o retorno total dos investidores.
As fórmulas abaixo demonstram maneiras diferentes de encontrar a taxa
de retorno sobre o ativo total (ROA):
ROA/ROI (Dupont) = Lucro Líquido depois IR
Venda
ROA/ROI(Dupont) = Margem Líquida x Giro do Ativo Total
ROA/ROI (Dupont) = Lucro Líquido depois IR x Vendas
Venda Ativo Total
É comum uma margem líquida baixa em empresas com elevado giro do
ativo total, o que ocasiona um retorno coerente. O inverso também ocorre.
A análise da rentabilidade pelo sistema DuPont utiliza também uma
variação de sua fórmula, a qual associa o ROA/ROI a taxa de retorno sobre o
Patrimônio Liquido (ROE). Isto é, multiplica-se o ROA/ROI ao Multiplicador de
Alavancagem Financeira (MAF), fazendo uso dessa fórmula será possível mensurar
a relevância do endividamento e seu impacto sobre a rentabilidade do capital próprio
na empresa.
ROE = Rentabilidade do Ativo
(ROA/ROI) x
Multiplicador da Alavancagem
Financeira (MAF)
31
ROE = Lucro Líquido depois IR x Ativo Total Médio
Ativo Total Médio Patrimônio Líquido Médio
Ou apenas
ROE = Lucro Líquido depois IR
Patrimônio Líquido Médio
Como o sistema Dupont apresenta a decomposição dos componentes
que permitem a determinação da ROE, é possível visualizar, de forma rápida,
através de simples cálculos e reflexões, as estratégias como melhor viabilidade de
implementação. (Silva, 2012, p.152).
O quadro 1 demonstra um modelo de estratégia que visa maximizar o
lucro do capital próprio e pode ser utilizado nas empresas.
QUADRO 1 - Estratégia para maximizar o lucro do capital próprio.
Objetivos a serem
alcançados
O que significam Sugestões de como
podem se alcançados
1. Aumentar o giro do ativo A eficiência/produtividade do
investimento, evidenciada pelo giro do
ativo total, demonstra a capacidade
que a empresa tem de faturar mais
vezes com a mesma estrutura e
quantidade de recursos (ativos) à sua
disposição.
a) reduzir as necessidades
de recursos aplicados no
ativo, buscando o mínimo de
investimentos operacionais;
b) aumentar ao máximo o
faturamento com os recursos
existentes.
2. Aumentar a lucratividade
líquida sobre as vendas
A lucratividade sobre vendas
representa o quanto a empresa
consegue obter por cada valor
faturado, evidenciado a estrutura
ótima de despesas e custos.
a) aumentar ao máximo o
faturamento e o volume
vendido;
b) reduzir os custos e as
despesas aos menores
níveis possíveis.
3. Diminuir a utilização de
capitais de terceiros
A estrutura ótima de passivo, ou seja,
mínimo de recursos próprios utilizados
para financiar os ativos, obtendo o
máximo rendimento do capital próprio
investido. O ideal é que haja, dentro
do possível, uma menor participação
do patrimônio líquido sobre o ativo
total (respeitando as condições
mínimas de endividamento e
capacidade de pagamento).
a) reduzir as necessidades
de investimentos no ativo;
b) ter menor participação
possível de capital próprio
na estrutura de passivos da
empresa, ou seja, buscar a
alavancagem financeira
ideal.
Fonte: Silva (2012, p. 153).
32
O estudo da rentabilidade das empresas, por meio do sistema DuPont,
que reúne os aspectos da lucratividade financeira das vendas, da estrutura de
capitais e da produtividade financeira, possibilita um maior foco no aumento do giro
do ativo, na lucratividade líquida sobre as vendas e na redução de capitais de
terceiros.
33
3 MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA
O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido como a
incapacidade para pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento,
bem como quando seus ativos forem inferiores ao valor de seus passivos. (SILVA,
2012, p. 180).
Na tentativa de auxiliar na tomada de decisão dos gestores e também nas
decisões de concessão de crédito, foram desenvolvidos alguns modelos que quando
agregados a outras técnicas de análise, transformam-se em instrumentos poderosos
que viabilizam uma melhor visão da situação econômico-financeira da empresa.
Esses modelos têm por finalidade detectar através de métodos
estatísticos, a relação prática entre os índices financeiros, o estado de solvência ou
de insolvência de uma empresa. Portanto faz-se necessário a utilização de bases e
características apropriadas para cada tipo de setor por aplicarem índices de
rentabilidade, solvência e lucratividade.
3.1 Modelo Estatístico Discriminante
O modelo estatístico de análise discriminante considera um conjunto de
indivíduos no qual se observa um caráter qualitativo que toma q (q ≥ 2)
modalidades. (Silva, 2012, p.181).
A análise discriminante integra uma valiosa técnica estatística capaz de
identificar se determinado componente pertence a uma população X ou a uma
população Y. Quando aplicado em conjunto com a análise das demonstrações
contábeis torna-se um excelente indicador para uma organização definir a que grupo
pertence, a população de solvência ou insolvência.
A análise discriminante possibilita a constatação de correlações existentes
entre um caráter qualitativo e um quantitativo e ainda antecipa os modelos de caráter
a ser explicado a partir dos valores tomados pelos caracteres explicativos.
Todo individuou é marcado com apenas uma modalidade desse caráter,
estabelecendo uma comunicação do conjunto de indivíduos em q classes distintas.
Mantendo-se ainda a relação p (p ≥ 2), caracteres quantitativos nos mesmos
indivíduos.
34
A análise discriminante pretende responder se as q classes diferem no
conjunto de dos caracteres quantitativos.
Foram realizados no Brasil vários estudos sobre previsão de insolvência
em organizações com base na análise discriminante. Destacando-se os modelos de
insolvência de Kanitz, Elizabetsky, Matias e Pereira. E no exterior destacam-se os
modelos de Fitz Patrick, Winakor e Smith, Merwin, Tamari, Beaver, Backer e
Gosman e Letícia E. Topa.
3.1.1 Modelos Elaborados no Exterior
A) Modelo de Fitz Patrick
Após a crise de 1929, nos Estados Unidos, houve uma maior
necessidade de prever a insolvência de empresas e também tentar justificar o
acentuado número de falências ocorridas nesse período.
Em 1932, Paul J. Fitz Patrick selecionou 19 empresas dos Estados
Unidos que faliram no período de 1920 a 1929 e comparou-as com outras 19
empresas que se mantiveram sólidas a fim de identificar os índices favoráveis e
desfavoráveis e em que condições ocorriam.
Fitz Patrick comparou os dois grupos selecionados com um índice padrão
e concluiu que os índices financeiros das empresas que faliram foi pior do que as
que se mantiveram sólidas no mercado. Entre um conjunto de índices examinados,
os mais significativos foram o Patrimônio Líquido sobre o Passivo e Lucro Líquido
sobre o Patrimônio Líquido. (SILVA, 2006, p. 255)
B) Modelo de Winakor e Smith
No modelo de Winakor e Smith, foram selecionadas 183 empresas que
faliram no intervalo de 1923 a 1931. O estudo abordou os 10 anos que antecederam
suas respectivas falências identificando assim, 21 índices baseados na
padronização das demonstrações financeiras. Notou-se que à medida que se
aproximava o ano de falência da empresa, os índices pioravam. O índice que melhor
demonstrou o estado de falência das empresas foi o capital de giro sobre o ativo
total.
35
C) Modelo de Merwin
Modelo desenvolvido por Charles L. Merwin. Esse estudo reuniu algumas
Sociedades Anônimas manufatureiras, foram utilizados somente três índices, onde
concluiu que o Capital de Giro sobre o Ativo Total foi o indicador que evidenciou
melhor o estado de insolvência das empresas. Merwin utilizou dois métodos, um
deles foi baseado nas empresas que se mantiveram sólidas e determinava a faixa de
variação anual para cada índice. O outro também indicava as empresas que sólidas,
mas por meio de uma média calculada. As empresas extintas possuíam um
resultado bem abaixo da média e seu índice diminuía seis anos antes de seu fim.
D) Modelo de Tamari
O estudo de Tamari relacionou seis índices com pesos cuja soma era
100. Para cada índice era atribuído certo valor que ao ser multiplicado por seus
pesos, integrariam uma escala, onde a empresa que obtivesse o maior peso era
apontada como tendo tendência de maior lucro e capital social mais reservas sobre
o passivo total. O índice que aponta o risco de falência analisou empresas um ano
antes de suas falências e comparou-as com empresas industriais no período 1956 a
1960. O resultado da pesquisa mostrou que 75% das empresas que faliram
alcançaram menos de 35 pontos e 50% alcançaram menos de 25 pontos. As outras
empresas alcançaram mais de 46 pontos durante 75% do período de observação e
mais de 63 pontos em 50% também no decorrer da observação. Tamari concluiu que
o baixo índice não significava falência da empresa e que os índices eram
indicadores, já que apenas 50% das empresas que atingiram menos de 30 pontos
faliram e apenas 3% das empresas com mais de 30 pontos faliram.
E) Modelo de Beaver
Em 1966 Beaver iniciou seus estudos sobre falência, coletando dados de
79 empresas que faliram no período de 1954 a 1964 e comparou com 79 empresas
que se mantiveram sólidas no mesmo período observando e mesmo porte e ramo.
Beaver reuniu os demonstrativos contábeis dos cinco anos que antecederam a
36
falência das empresas e os comparou com o grupo de empresas solventes.
Inicialmente aplicou 30 índices e no decorrer do estudo identificou que existia seis
que identificavam melhor o estado da empresa, a geração de caixa sobre a dívida
total, lucro líquido sobre ativo total, capital de giro sobre o ativo total, liquidez
corrente, exigível total sobre o ativo total e capital circulante líquido menos estoques
sobredesembolsos operacionais previstos.
Beaver fez uso de um teste de classificação dicotômica, onde as
empresas foram divididas de forma aleatória em duas subamostras. Os dados da
primeira amostra são colocados em ordem crescente, e deles são retirados um
índice limite, ideal, um ponto crítico que diminua as percentagens incorretas. Será
classificado como empresa não falida as que estiverem abaixo do índice limite.
Segundo Silva (2006, p. 256),
O ponto crítico ideal para a primeira subamostra foi usado para predizer a
situação de falência das empresas na segunda subamostra. De forma
semelhante, um ponto crítico ideal foi derivado para a segunda subamostra
e foi usado para predizer a situação de falência das empresas na primeira
subamostra. Completado esse processo, tem-se a capacidade de predição
dos índices. Com apenas dois índices, geração de caixa sobre exigível total
e lucro líquido sobre ativo total, considerados de maior capacidade de
predição, o erro de classificação da amostra de Beaver foi de 13% para um
ano antes da falência.
F) Modelo de Altman
O modelo de previsão de insolvência de Altman foi desenvolvido
utilizando instrumentos estatísticos como a análise discriminante múltipla, em dois
grupos de empresas, os que apresentaram problemas financeiros e os que não
apresentaram problemas, embasado na análise de três balanços. Para fazer uma
medição os valores foram combinados e ganharam pesos a fim de produzir uma
medida que distinga melhor as empresas que quebraram das que não quebraram.
De acordo com Silva (2006) as seguintes funções podem ser utilizadas:
Z1 = - 1,44 + 4,03X2 + 2,25X3 + 0,14X4 + 0,42X5
Ou
37
Z2 = - 1,84 – 0,51 X1 + 6,32X3 + 0,71X4 + 0,52X5
Onde: Z1 e Z2 = Fator de insolvência
X1 = (ativo circulante – passivo) / ativo total
X2 = lucros retidos / ativo total
X3 = lucros antes dos juros e impostos / ativos total
X4 = valor de mercado do equity (valor de ações x preço de mercado) /
exigível total
X5 = vendas / ativos total
Obtendo os seguintes critérios:
Acima de 0,20 está na faixa de solvência;
Entre -0,34 e 0,20 estão na faixa crítica;
Abaixo de -0,34 estão na faixa de insolvência.
G) Modelo de Backer e Gosman
No estudo de Backer e Gosman eles abordaram o nível de liquidez das
empresas americanas e concluíram que no período de 1947 a 1975 ocorreu uma
diminuição nos índices das empresas. O estudo também apontou os fatores
causadores da diminuição da liquidez, que foram a queda na capacidade de cumprir
obrigações com debêntures, queda na avaliação de crédito da DUN &
BRADSTREET e a dificuldade de conseguir novos empréstimos bancários.
Nesse estudo foram utilizados recursos estatísticos, o teste T, a análise
fatorial e a análise discriminante.
H) Modelo de Letícia E. Topa
Este estudo trabalha com o conceito de probabilidade subjetiva. Foram
classificados em dois grupos os fatores relevantes para a obtenção de crédito.
O primeiro fator analisa o caráter, o conceito na praça, a experiência
anterior e os seguros, esses primeiros fatores são denominados determinantes, pois
38
se favoráveis à proposta será aceita. O segundo fator, os complementares, são
estruturados e recebem pesos específicos por tipo de análise que serão somados e
o resultado irá indicar o risco de crédito como razoável ou não.
3.2 Modelos Elaborados no Brasil
Uma das utilidades dos modelos de previsão de insolvência é a
aglutinação de informações relacionadas à saúde financeira das empresas,
facilitando a tomada de decisão no momento da concessão de crédito.
3.2.1 Modelo de Elizabetsky
Elizabetsky desenvolveu este modelo em 1976, com base em um modelo
matemático utilizando a análise discriminante para um grupo de 373 empresas do
ramo de confecção e auferiu três modelos diferentes, com resultados diferentes,
dividindo os modelos a partir da quantidade de variáveis. O objetivo era diminuir a
subjetividade na tomada de crédito pelas instituições de crédito, melhorando a
tomada de decisão eliminando o julgamento humano utilizando um modelo indicador
de falência.
Notando que a quantidade de variáveis provocava distorções nos
resultados das avaliações, Elizabetsky concluiu que, a equação final possuía um
ponto crítico de 0,5, onde acima desse valor a empresa estava situada na faixa de
solvência, abaixo de 0.5 insolvência. Os modelos desenvolvidos por Elizabetsky são
os seguintes:
Contendo 5 variáveis:
Z1 = 1,93X32 - 0,20X33 + 1,02X35 + 1,33X36 - 1,12X37
Contendo 10 variáveis:
Z2 = 7,74X2 - 2,04X5 + 1,27X14 + 0,31X18 + 0,37X29 - 0,72X32 + 3,05X33 + 2,95X35 +
1,86X36 - 1,12X37
Contendo 15 variáveis:
39
Z3 = 5,77X2 - 2,02X5 + 6,04X7 - 10,27X11 + 0,43X13 + 6,96X14 + 0,08X18 - 6,20X23 +
0,24X29 + 10,28X31 + 3,44X32 - 0,46X33 + 2,37X35 + 1,11X36 - 0,81X37
Onde: Z1, Z2 e Z3, são fatores de insolvência
X2 = Disponível / Vendas
X5 = Contas a receber / Vendas
X7 = Imobilizado total / Vendas
X11 = Lucro líquido / Ativo operacional
X13 = Disponível / Exigível a curto prazo
X14 = Realizável total a curto prazo / Vendas
X18 = Exigível total / Ativo operacional
X23 = Ativo operacional / Vendas
X29 = Vendas / Ativo total
X31 = Lucro líquido / Ativo total
X32 = Disponível / Imobilizado total
X33 = Lucro líquido / Vendas
X35 = Contas a receber / Ativo total
X36 = Estoques / Ativo total
X37 = Exigível a curto prazo / Ativo total
3.2.2 Modelo de Matias
O modelo de Matias visou desenvolver uma ferramenta para aprimorar a
análise de crédito convencional, através de um modelo matemático que auxiliava na
análise de crédito das organizações e agilizava com eficiência, a decisão na tomada
de crédito. Propunha uma classificação das empresas como solventes e insolventes.
Analisou 100 empresas de diversos setores e constatou que 50 eram solventes e 50
insolventes e a partir dessa análise obteve a seguinte função:
Z = 23,792X1 – 8,260X2 – 8,86X3 – 0,76X4 + 0,53X5 +9,91X6
Onde: X1 = patrimônio líquido / ativo total
X2 = financiamentos e empréstimos bancários / ativo circulante
X3 = fornecedores / ativo total
40
X4 = ativo circulante / passivo circulante
Esse modelo identifica as empresas pelo fator de insolvência, por meio
dos critérios abaixo:
Acima de 0,50 está na faixa de solvência;
Abaixo de 0,50 está na faixa de insolvência.
3.2.3 Modelo de Pereira
Esse modelo possui características próprias para os diferentes setores,
podendo categorizar a organização por um ou dois anos, considera aspectos
regionais, pois o desempenho da empresa pode variar de acordo com a região,
explora índices tradicionais e mensura aspectos dinâmicos.
No modelo de Pereira, o que distingue a saúde financeira da empresa é o
zero. Por meio do cálculo dos índices e dos seus pesos correspondentes faz-se uma
separação entre empresas boas e ruins, se o somatório final dos produtos e pesos
for superior à zero, será classificada como boa se for inferior será classificada como
insolvente.
Pereira desenvolveu seu estudo utilizando a análise discriminante. Seu
modelo assemelhasse com os modelos de Altman, Kanitz, Elizabetsky e Matias e
chegou a seguinte equação:
Z = 0,722 – 5,124E23 + 11,016L19 – 0,342L21 – 0,048L26 + 8,605R13 – 0,004R29
Onde: Z = total de pontos obtidos
E23 = Duplicatas Descontadas / Duplicatas a Receber
L19 = Estoque (Final) / Custo das Mercadorias Vendidas
L21 = Fornecedores / Vendas
L26 = Estoque Médio / Custo das Mercadorias Vendidas
R13 = (Lucro Operacional + Despesas Financeiras) / (Ativo Total –
Investimento Médio)
R29 = Exigível Total / (Lucro Líquido + 0,1 Imobilizado Médio + Saldo
Devedor da Correção Monetária)
41
Se o saldo da correção monetária for credor o sinal deverá ser negativo
na formula. Nesse modelo o ponto de separação é o zero, abaixo disso a empresa
estará insolvente e a cima, solvente.
3.2.4 Modelo de Kanitz
No modelo de Kanitz, considera a previsão de falência como algo
vantajoso, pois auxilia na redução de prejuízos resultantes de financiamentos que
não poderão ser liquidados. Esse modelo é embasado na análise do fator
insolvência, a partir da ponderação de alguns indicadores de liquidez, rentabilidade e
endividamento.
Esse modelo é formado por uma relação entre índices financeiros e a
variável dependente, fator insolvência. Foram feitos testes de relevância estatística,
por meio da análise discriminante para a isonomia de médias entre índices
financeiros de empresas com bons e ruins resultados fora identificados cinco
variáveis discriminantes; Lucro Liquido; Liquidez Geral; Liquidez Seca; Liquidez
Corrente; e Exigível Total/Patrimônio Liquido.
Kanitz criou um modelo de regressão linear múltipla, obtendo as seguintes
constantes padronizadas que constam na fórmula de determinação do fator de
insolvência. De acordo com Silva (2006), as seguintes funções podem ser utilizadas:
FI = 0,05X1 + 01,65X2 +3,55X3 – 1,06X4 – 0,33X5
Onde: FI = Fator de insolvência
X1 = Lucro líquido / Patrimônio líquido
X2 = (Ativo circulante + Realizável a longo prazo) / Exigível total
X3 = (Ativo circulante – Estoques) / Passivo circulante
X4 = Ativo circulante / Passivo circulante
X5 = Exigível total / Patrimônio líquido
O modelo de Kanitz pode ser representado por um termômetro de
insolvência, conforme figura 1:
42
FIGURA 1 - Termômetro de Insolvência de Kanitz
Termômetro de Insolvência de Kanitz
INSOLVENTE PENUMBRA SOLVENTE
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
Fonte: Azzollin (2012). Adaptado pela autora
Os indicadores de 0 a 7 apontam as empresas quem estão na faixa de
solvência, os de -3 a -1 estão na faixa da penumbra, ou seja situação indefinida, e
os indicadores de -7 a -4 indicam uma situação de insolvência.
No termômetro de Kanitz é possível identificar quais empresas estão e,
estado de pré-solvência, selecionar prioridades numa empresa bem como definir
previsões para a conta de devedores duvidosos, de acordo com a possibilidade de
insolvência de cada cliente.
3.3 Eficiência dos modelos de Insolvência
Quando se avalia uma empresa é preciso levar em consideração a época
em que as informações foram extraídas, pois existe uma dinâmica patrimonial e
econômica que normalmente não se repete. Uma das opções para medir a eficiência
desses modelos seria a repetição dos cálculos de cada amostra das demonstrações
contábeis mais atuais, e através dos resultados, identificar qual modelo se adapta ao
momento.
43
4 ESTATÍSTICAS SOBRE FALENCIA E RECUPEÇÃO JUDICIAL NO BRASIL
Dados do Serasa Experian revelam que em 2011, as falências solicitadas
e decretadas alcançaram menor volume desde 2005, ano da publicação da nova lei
de falências. Em 2011, ocorreram 1.737 pedidos de falência, 10,40% a menor que
os 1.939 requerimentos feitos em 2010.
Em 2011 houve uma redução de 12,4% nas falências decretadas em
relação a 2010. Micro e pequenas empresas foram as que mais tiveram falência
decretada em 2011.
A Serasa Experian afirma que a ampliação do crédito e a fortificação do
mercado interno contribuíram também para um menor impacto da política monetária
restritiva para combater a inflação através dos juros sobre a solvência das
empresas.
Para os economistas da Serasa Experian, o mercado interno forte e a
expansão do crédito evitaram maior impacto da política monetária restritiva para
controle da inflação, via juros elevados, sobre a solvência das empresas. Nesse
contexto, os efeitos da crise global também foram minimizados.
Em contrapartida, algumas empresas apresentaram dificuldades e
efetuaram pedidos de recuperação judicial, o número aumentou 10% no ano de
2011 em relação a 2010, em 2010 foram 475 casos e em 2011 foram 515.
QUADRO 2 – Dados Serasa Recuperação Judicial
Análise Mensal
Instrumento / Porte Dez - 10 Nov - 11 Dez - 11
Falência Requerida 124 164 10
Micro e Pequena Empresa 88 101 65
Média Empresa 23 43 38
Grande Empresa 13 20 17
Falência Decretada 53 38 38
Micro e Pequena Empresa 44 35 35
Média Empresa 6 3 3
Grande Empresa 3 - -
Recuperação Jud. Requerida 32 45 57
Micro e Pequena Empresa 23 20 25
Média Empresa 5 18 23
Grande Empresa 4 7 9
Recuperação Jud. Deferida 21 38 41
Micro e Pequena Empresa 13 16 14
44
Média Empresa 6 14 21
Grande Empresa 2 8 6
Recup. Jud. Concedida 8 6 8
Recup. Extrajud. Requerida - - -
Recup. Extrajud. Homologada - - -
(Fonte: http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2012/noticia_00737.htm - acesso
em 15/09/2013).
QUADRO 3 - Serasa recuperação judicial análise anual
Análise: JAN a DEZ
Instrumento / Porte Jan a Dez / 09 Jan a Dez / 10 Jan a Dez / 11
Falência Requerida 2.371 1.939 1.737
Micro e Pequena Empresa 1.512 1.233 1.143
Média Empresa 546 435 384
Grande Empresa 313 271 210
Falência Decretada 908 732 641
Micro e Pequena Empresa 831 653 576
Média Empresa 58 64 48
Grande Empresa 19 15 17
Recuperação Jud. Requerida 670 475 515
Micro e Pequena Empresa 365 297 284
Média Empresa 197 106 166
Grande Empresa 108 72 65
Recuperação Jud. Deferida 492 361 397
Micro e Pequena Empresa 237 185 203
Média Empresa 162 107 139
Grande Empresa 93 69 55
Recup. Jud. Concedida 151 215 151
Recup. Extrajud. Requerida 15 7 7
Recup. Extrajud. Homologada 5 2 1
(Fonte: http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2012/noticia_00737.htm - acesso
em 15/09/2013).
O volume de falências decretadas no inicio de 2013 foi elevado. Totalizou
47 decretos em todo país em janeiro. Nos últimos dois anos esse foi o maior
número, já que em janeiro de 2011 e janeiro de 2012 foram decretadas
respectivamente 41 e 33 falências.
Das 47 falências decretadas em 2013, 34 foram de micro e pequenas
empresas, 12 de médio porte e 1 de grande porte. As falências requeridas
45
totalizaram 167 em janeiro de 2013, sendo 112 micro e pequenas empresas, 36 de
médio porte e 19 de grande porte.
Para os economistas da Serasa Experian, o aumento das falências em
2013 é decorrente do cenário desfavorável da economia de 2012, que abrange a
baixa no crescimento econômico e o alto índice de inadimplência dos consumidores.
Assim, conforme a economia do Brasil se movimenta maior são as chances de se
normalizarem as inadimplências. Quando a economia se estabilizar a tendência é a
diminuição dos registros de falência.
QUADRO 4 – Comparativo Recuperação Judicial Serasa
Análise Mensal
Instrumento / Porte Jan - 12 Dez - 12 Jan - 13
Falência Requerida 124 139 167
Micro e Pequena Empresa 70 87 112
Média Empresa 31 31 36
Grande Empresa 23 21 19
Falência Decretada 33 39 47
Micro e Pequena Empresa 29 25 34
Média Empresa 3 8 12
Grande Empresa 1 6 1
Recuperação Jud. Requerida 86 50 128
Micro e Pequena Empresa 42 28 72
Média Empresa 27 18 42
Grande Empresa 17 4 14
Recuperação Jud. Deferida 54 31 109
Micro e Pequena Empresa 24 15 58
Média Empresa 17 12 38
Grande Empresa 13 4 13
Recup. Jud. Concedida 10 13 9
Recup. Extrajud. Requerida - - 1
Recup. Extrajud. Homologada - 1 1
(Fonte: http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2013/noticia_01083.htm - acesso
em 15/09/2013).
46
O indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, revelou que
em fevereiro de 2013 foram registrados 100 pedidos de falência. No mesmo período
do ano passado o número de requerimentos foi 152 representando uma queda.
Os 100 pedidos de falência de fevereiro de 2013 foram classificados da
seguinte maneira, 64 faziam parte do grupo de micro e pequenas empresas, 29
eram de porte médio e 7 de grande porte.
Os economistas da Serasa Experian acreditam que um dos motivos da
queda foi o gradativo aumento das vendas em alguns segmentos da economia,
decorrente do declínio da inadimplência dos clientes e a constante baixa dos juros,
proporcionando conforto financeiro apesar da inflação.
QUADRO 5 - Números completos de falências e recuperações.
Análise Mensal
Instrumento / Porte fev/12 jan/13 fev/13
Falência Requerida 152 167 100
Micro e Pequena Empresa 79 112 64
Média Empresa 46 36 29
Grande Empresa 27 19 7
Falência Decretada 45 47 53
Micro e Pequena Empresa 35 34 43
Média Empresa 9 12 7
Grande Empresa 1 1 3
Recuperação Jud. Requerida 49 128 70
Micro e Pequena Empresa 32 72 36
Média Empresa 14 42 17
Grande Empresa 3 14 17
Recuperação Jud. Deferida 57 109 67
Micro e Pequena Empresa 26 58 34
Média Empresa 22 38 22
Grande Empresa 9 13 11
Recup. Jud. Concedida 13 9 19
Recup. Extrajud. Requerida 1 1 -
Recup. Extrajud. Homologada - 1 -
(Fonte: http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2013/noticia_01114.htm - acesso
em 15/09/2013).
47
Os decretos de falência apresentaram alta em fevereiro, porém isso não
contempla a situação da economia atualmente, já que para ser decretada uma
falência pode demorar até dois anos.
48
5 INSOLVÊNCIA
Quando determinada empresa ou empresário encontra-se em uma
situação financeira desfavorável, não honrando seus compromissos, os credores
irão perceber que correm o risco de não conseguirem a satisfação de seus direitos.
Desta maneira, os credores detentores de créditos vencidos, ou com curtos prazos
de recebimento, terão maiores chances de recuperar seus direitos, do que os
credores que estenderam o prazo, pois não poderão reclamar suas obrigações antes
dos vencimentos. E para evitar injustiça no que tange o favorecimento de algum
credor por parte do devedor, o direito prescreveu a igualdade de oportunidades dos
que possuírem plausíveis interesses da percepção de valores devidos pelo
insolvente. Por esta razão, afirma-se que a execução é concursal, pois não há
espaço para ações individuais.
A insolvência ocorre quando o devedor possui seu ativo menor que o
passivo. Encontra-se sujeito a execução concursal do patrimônio, o devedor em
insolvência.
5.1 Processo Falimentar
A Lei de Recuperação de Empresa e Falência, 11.101 de 09 de fevereiro
de 2005 rege o processo falimentar.
No processo de falência existem três fases. A primeira é o pedido de
falência, também conhecido como etapa pré-falencial que se inicia com o pedido
inicial de falência e finda com a sentença declaratória da falência. A segunda fase é
a própria falência que se inicia com a sentença declaratória de falência e finda com o
encerramento da falência, nessa etapa existe um reconhecimento judicial do ativo e
passivo do devedor, a realização do ativo apurado e o pagamento do passivo
admitido. A terceira fase é a de reabilitação, que consiste na declaração da extinção
das responsabilidades de natureza civil do devedor falido.
O processo falimentar se desdobra em incidentes, ações, medidas e
providências várias que serão examinadas a seu tempo. (COELHO, 2012, p. 367).
As ações referentes aos bens, negócios e interesses do falido serão
processadas e julgadas pelo juízo onde tramita o processo de execução concursal
por falência.
49
Segundo Coelho (2012, p. 368 e 369):
Mas o direito contempla cinco exceções ao princípio da universalidade do
juízo falimentar, a saber:
a) ações não reguladas pela lei falimentar e quem a massa falida for autora
ou litisconsorte ativa (LF, art. 76);
b) reclamações trabalhistas, para as quais é competente a Justiça do
Trabalho (CF, art. 114; LF, art. 76);
c) execuções tributárias, que, segundo o disposto no art. 187 do CTN, não
se sujeitam ao juízo falimentar; a mesma regra se aplica aos créditos não
tributários inscritos na dívida ativa, segundo a Lei n. 6.830/80, inclusive aos
créditos previdenciários;
d) ações de conhecimento em que é parte ou interessada a União Federal,
hipótese em que a competência é da Justiça Federal (CF, art. 109, I); claro
está que a competência para o processo de falência não se desloca para a
justiça Federal, se a União tiver interesse na cobrança de um crédito. É a
ação de conhecimento, referente a obrigação ilíquida, de que seja ré a
massa falida, onde a União ou entidade autárquica ou empresa pública
federal tenham interesse, que não se encontra sujeita à universalidade do
juízo falimentar;
e) ação que demanda obrigação ilíquida (LF, art. 6º, § 1º).
O conjunto de regras jurídicas pertencentes ao direito falimentar do
devedor empresário ou da empresa difere dos direitos aplicáveis ao devedor civil.
5.2 Pedido de Falência – Primeira fase
A lei de falimentar determina o pedido de autofalência do devedor quando
ele não acatar as normas legais para obtenção da recuperação judicial. Porém,
dificilmente o empresário entra com um pedido de autofalência.
O pedido de falência também pode ser requerido por terceiros, de acordo
com o art. 97:
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade;
50
IV – qualquer credor.
§ 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de
Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução
relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101
desta Lei.
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10
(dez) dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94
desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e,
caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm
acesso em 22/05/2013)
Quando o pedido de falência for baseado na impontualidade não
justificada ou execução frustrada, o devedor poderá elidir depositando em juízo, o
valor equivalente ao total de créditos em atraso juntamente com as devidas
correções monetárias, juros e honorários advocatícios.
Segundo Coelho (2012, p. 372 e 373)
Abrem-se quatro alternativas:
a) O requerido só contesta. Nesse caso, se o juiz acolhe as razões da
defesa, profere a sentença denegatória da falência e condena o requerente
nas verbas de sucumbência (e, eventualmente, em indenização por perdas
e danos). Não as acolhendo, deve proferir a sentença declaratória da
falência;
b) O requerido contesta e deposita. Aqui, o juiz deve apreciar a contestação.
Se acolher as razões da defesa, profere a sentença denegatória de falência,
condena o requerente nas verbas de sucumbência e eventuais perdas e
danos, bem como determina o levantamento do depósito pelo requerido. Se
as desacolher, profere igualmente a sentença de negatória da falência, mas
imputa ao requerido os ônus de sucumbência e autoriza o levantamento do
depósito em favor do requerente. Quer dizer, não há reconhecimento da
procedência do pedido em razão do depósito elisivo, quando acompanhado
este da contestação;
51
c) O requerido só deposita. Agora o juiz profere a sentença denegatória da
falência, impõem ao requerido a sucumbência e determina o levantamento
do depósito em favor do requerente. Como o depósito está
desacompanhado de contestação, tem o mesmo efeito do reconhecimento
da procedência do pedido;
d) O requerido deixa transcorrer o prazo sem contestar ou depositar. O juiz
profere a sentença declaratória da falência, instaurando a execução
concursal do patrimônio do devedor.
A lei prevê o depósito elisivo se o fundamento do pedido diz respeito da
prática de ato de falência. Mas deve ser admitido também nessa hipótese,
porque com o depósito do valor do seu crédito, perde o requerente o
interesse na instauração do concurso de credores.
Existe uma etapa delegada pelo juiz para cada alternativa de pedido de
falência, onde será acordado qual tipo de procedimento deverá ser adotado pelo
requerido.
5.3 Falência – Segunda fase
Esta fase inicia-se com a sentença declaratória, e é onde ocorre a
realização do ativo, os bens e direitos do falido são reconhecidos e onerados em
forma de vendas ou leilões, a fim de satisfazer o passivo.
Nessa fase faz-se presente três órgãos que possuem como finalidade
conduzir o processo falimentar. São eles; o Administrador Judicial, o Comitê de
Credores e a Assembleia de Credores.
O Administrador Judicial é o agente que auxilia o juiz no cumprimento da
lei, ele também é o representante da comunhão de interesses dos credores, ou seja,
da massa falida, fazendo a verificação dos créditos, relatório inicial, contas mensais,
e o relatório final. Nomeado pelo juiz, o Administrador Judicial exerce
preferencialmente as atividades de advogado, administrador, contador ou
economista, podendo ainda ser pessoa jurídica especializada. A sua
regulamentação está nos artigos 21 a 25 da Lei n. 11.101/2005.
O Comitê de Credores tem como principal finalidade fiscalizar o
Administrador judicial, sendo composto por representante dos credores trabalhistas.
Sendo regulamentado pelos artigos 26 a 29 da Lei n. 11.101/2005.
52
É função da Assembleia de Credores escolherem a adoção de outras
modalidades de realização do ativo e também eleger os membros do Comitê de
Credores.
Os credores deverão ser pagos pela massa falida de acordo com a
classificação dos créditos que é feita a partir dos privilégios dos créditos. Essa
ordem está prevista no art. 83 da Lei de Falências.
Após satisfazer o crédito dos credores, o juiz proferirá a segunda
sentença encerrando a fase falimentar. É nessa sentença onde se declara extinta a
falência.
5.4 Pós-falimentar ou reabilitação – Terceira fase
Após a segunda fase, o falido poderá fomentar a sua reabilitação. Só
poderá voltar a exercer atividade empresarial mediante a reabilitação, que engloba
as responsabilidades civis e penais do falido.
Quando englobar o direito civil, o falido necessitará solicitar a declaração,
por sentença, da extinção das obrigações. Que poderá ocorrer mediante os cenários
descritos por Coelho.
Segundo Coelho (2012, p. 388 e 389)
a) Pagamento dos créditos ou novação daqueles com garantia real (art.158,
I);
b) Rateio de mais de 50% do passivo quirográfico, após a realização de
todo ativo e, evidentemente, o pagamento da totalidade do devido aos
credores com preferência, sendo facultado o depósito da quantia necessária
para atingir-se esta porcentagem (art. 158, II);
c) Decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência, se o falido
ou representante legal da sociedade falida não incorreu em crime falimentar
(art. 158, III);
d) Decurso do prazo de 10 dias após o encerramento da falência, se houve
condenação do falido ou do representante legal da sociedade falida por
crime falimentar (art. 158, IV) ou;
e) Prescrição das obrigações anteriormente ao decurso desses prazos
decadenciais (art.158). A declaração da falência suspende a fluência dos
prazos prescricionais das obrigações do falido, os quais recomeçam a fluir
do trânsito em julgado da sentença de encerramento ocorrer a prescrição,
extingue-se a obrigação correspondente.
53
A declaração de extinção das obrigações deverá ser requerida pelo falido
juntamente com a prova de quitação de seus tributos recorrentes do exercício do
comércio. Os efeitos da inabilitação limitam-se há 5 anos, contados a partir da
extinção da punição.
54
6 METODOLOGIA
A metodologia refere-se à maneira de obtenção dos dados com o
propósito de realizar a pesquisa desejada. É conceituado como uma investigação
em volta de um problema que visa uma solução.
Segundo Marion (2002, p. 60) a metodologia é “a descrição detalhada do
método adotado para o desenvolvimento do trabalho”.
A pesquisa é uma técnica formal que visa encontrar respostas fazendo
uso de métodos científicos, é aplicada para conhecer a veracidade dos fatos.
6.1 Aspectos metodológicos
A pesquisa foi classificada como descritiva, pois “objetiva descrever as
características de determinado fenômeno ou população, correlacionar fatos ou
fenômenos (variáveis) sem, no entanto manipulá-los”. (MARION, 2002, p. 62).
É classificada também como bibliográfica. “Objetiva explicar um problema
com base em contribuições teóricas publicadas em documentos (livros, revistas,
jornais etc.) e não por intermédio de relatos de pessoas ou experimentos”.
(MARION, 2002, p. 62).
A pesquisa também possui caráter exploratório. É desenvolvido quando
existe pouco conhecimento a respeito de determinado assunto ou aspecto e na sua
grande maioria pressupõem uma etapa de trabalho de campo.
Quali-quanti é a classificação da natureza desse trabalho, foram utilizadas
algumas demonstrações do cenário financeiro da empresa, tais como, Balanços
Patrimoniais (BP) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a fim de
analisar dados e extrair as informações necessárias.
O método quantitativo é classificado como um recurso científico que
possui aperfeiçoamento progressivo, seu modelo embasado em cálculos, torna os
registros mais confiáveis para uma possível tomada de decisão.
A pesquisa também foi qualificada como estudo de caso, pois retratou o
dinamismo de um acontecimento de maneira bem clara e próxima da realidade.
O estudo de caso segundo Marion (2002, p. 62),
Foca-se um fenômeno contemporâneo que esteja ocorrendo na vida real,
para descrever a totalidade do contexto onde se dão as relações,
55
privilegiando o processo em detrimento dos resultados, na tentativa de
captar a evolução do evento, do projeto ou do programa estudado.
Para a coleta de dados, o método adotado na pesquisa foi o de dados
secundários, por meio de artigos, livros, sites oficiais e informações já verificadas por
outros pesquisadores. Essa coleta auxilia na percepção da realidade estimada.
6.2 Padronização e reclassificação das demonstrações financeiras
A reclassificação e padronização são indispensáveis para uma clara
análise das demonstrações financeiras. Possui como objetivos tornar mais
homogêneo e menos complexo o reagrupamento das contas, respeitando as
diretrizes técnicas internas das empresas e também atendendo clientes externos.
Segundo Silva (2008, p. 189 e 190)
A reclassificação tem como finalidade de:
1. Trazer todas as demonstrações financeiras a um mesmo critério,
permitindo a comparabilidade com outras empresas.
2. Fornecer o detalhamento necessário às diversas etapas do processo de
análise, adequando-se a uma política interna que foi adotada pela empresa.
3. Fornecer índices e indicadores isentos dos efeitos dos diferentes critérios
adotados por diferentes empresas na elaboração de suas demonstrações
financeiras.
4. Aprimorar conceitualmente a classificação de um valor com vista a uma
posição cautelosa, na interpretação do analista.
5. Diversas outras razões podem induzir o analista a reclassificação de um
valor, porém, tais razões visam levar a uma avaliação de risco mais
elaborada (...).
De acordo com Matarazzo (2010, p. 136) “a padronização consiste em:
simplificação, comparabilidade, adequação aos objetivos da análise, precisão na
classificação de contas, auxilia a descoberta de erros e proporciona a intimidade do
analista com as demonstrações financeiras”.
Para estudo proposto utilizar-se-á um modelo de Balanço Patrimonial e de
Demonstração do Resultado aconselhado por Matarazzo (2010), conforme segue:
56
QUADRO 6 - Balanço Patrimonial - Modelo padrão
BALANÇO PATRIMONIAL ANO XXXX
Ativo
Ativo circulante
Financeiro
Disponibilidades
Aplicações financeiras
Créditos tributários / IR e CSLL a recuperar
Outros valores financeiros
Operacional
Créditos por empreitadas
Outros créditos operacionais
Estoques
Imóveis em construção
Estoques de materiais
Adiantamento a fornecedores
Outros valores operacionais
Realizável a longo prazo
Empréstimos a PF e/ou PJ ligadas
Outros valores
Depósitos judiciais ou similares
Cauções contratuais
Outros valores do RLP
Ativo permanente
Investimentos
Imobilizado líquido
Imobilizado - custo corrigido
Depreciação acumulada
57
Passivo ANO XXXX
Passivo circulante
Financeiro Empréstimos de capital de giro Financiamentos do ativo fixo Imposto de renda e contribuição social Emprest. Junto a PF e /ou PJ ligadas - curto prazo Outros valores financeiros
Operacional Fornecedores Obrigações trabalhistas Obrigações fiscais a recolher Outros valores operacionais
Exigível a longo prazo Financiamentos/Empréstimos Emprest. Junto a PF e /ou PJ ligadas - curto prazo Outros valores
Patrimônio líquido Capital realizado Reservas de capital e de lucro Reservas de reavaliação Lucro/Prejuízo acumulado (+/-)
Fonte: Matarazzo (2010, p. 70) - Adaptado pela autora.
Com a reclassificação das contas, torna-se possível identificar falhas
operacionais contábeis, aumentando a confiabilidade e a fidelidade das
demonstrações da empresa com a realidade. Esse processo tornará as informações
mais descritivas e claras para os gestores da empresa.
58
QUADRO 7 - Demonstração do Resultado do Exercício – Modelo padrão
DRE ANO XXXX
Receita operacional bruta
De empreitadas
Outras receitas
Deduções
Receita operacional líquida
Custos operacionais
Depreciação/amortização/exaustão do exercício - custo
Lucro bruto
Despesas operacionais
Administrativas
Depreciação/amortização/exaustão do exercício - desp. oper.
Comerciais e tributárias
Outras despesas operacionais
Outras receitas operacionais
Lucro/Prejuízo operac. antes efeito inflacionário
Resultado financeiro líquido
Despesas financeiras
Receitas financeiras
Lucro/Prejuízo operacional líquido
Resultado não operacional
Receitas não operacionais
Despesas não operacionais
Lucro/Prejuízo antes do imposto de renda
Imposto de renda (+/-)
Contribuição social (+/-)
Lucro/Prejuízo líquido do exercício (+/-)
Fonte: Matarazzo (2010, p. 71) – Adaptado pela autora
O que caracteriza esse modelo de padronização do Balanço e
Demonstração de Resultados são as seguintes adaptações; o ativo possui apenas
as contas principais; o passivo circulante é dividido em dois, operacional e
financeiro; no patrimônio liquido constam Capital realizado, Reservas de capital e de
lucro, Reservas de reavaliação e Lucro/Prejuízo acumulado; a Demonstração do
59
resultado destaca somente os valores mais relevantes para a análise; as
Devoluções e abatimentos apresentam-se deduzidas da Receita líquida; as Receitas
e Despesas Financeiras acham-se líquidas, ou seja, livres da influência da inflação.
A padronização do Balanço e da DRE facilitam a execução dos cálculos
dos índices, reduzindo os erros contábeis e possibilitando uma análise mais clara e
objetiva, tornando o trabalho mais ágil.
Para a realização do estudo de caso foi utilizada as demonstrações
contábeis dos três últimos anos antes de sua extinção.
60
7 ESTUDO DE CASO
O presente estudo de caso foi realizado em uma indústria que possuía
mais de 40 anos. Será utilizado um nome fictício para não expor a indústria em
questão. Fundada em Fortaleza, objetivava inicialmente a venda de medidores de
energia mecânicos, visando atender a demanda do mercado brasileiro, da América
Central e do Sul, além do mercado asiático.
No decorrer dos anos essa empresa ampliou e diversificou seu portfólio.
Em 2000, investiu em tecnologia e conquistou ilustres clientes, adentrando com
rapidez em um novo mercado. Tornou-se referencia no segmento em que atuava,
destacando-se como uma das maiores empresas do setor, possuía prestígio no
mercado, seu nome era sinônimo de qualidade e sofisticação em diversas partes do
mundo.
Contudo, em razão do excesso de velocidade em seu crescimento, a
empresa optou em firmar parceria com um grupo estrangeiro conhecedor da
tecnologia empenhada, a fim de atender a crescente demanda e manter-se
competitiva no mercado. Com isso iniciou-se uma nova parceria, cuja participação
da companhia estudada era equivalente a 50%, com capital a integralizar, a
empresa tomou um crédito financeiro, por meio de um financiamento, junto ao banco
BNDES, de aproximadamente R$ 7.000.000,00, e os outros 50% que seria feito em
dinheiro pelo grupo parceiro, com a intenção de atender a necessidade de capital de
giro nos exercícios de 2010 e 2011.
No exercício de 2011, o desempenho da companhia não ocorreu como o
esperado, sugiram problemas na produção devido ao atraso de alguns fornecedores
na entrega de máquinas adquiridas no exterior. Refletindo na diminuição das
vendas, visto que foram abaixo do planejado em função de sua capacidade.
Esse trabalho fez uso de algumas ferramentas para avaliar a situação
econômico-financeira da companhia, tais como, Balanços Patrimoniais e DRE dos
anos que antecederam sua insolvência. A análise de balanços também é aplicada
como sendo uma técnica independente, pois além de facilitar a tomada de decisão,
contempla informações a partir das demonstrações financeiras.
De acordo com Matarazzo (2010, p. 26), “analisando-se o passado, se
poderá inferir como será o futuro, supondo-se que o comportamento da empresa no
futuro seja igual aquele do passado.”, desta forma, os balanços sevem são como
61
diretrizes, indicando uma situação passada e apontando para uma futura, permitindo
aos gestores mudar em tempo hábil, a direção dos indicadores.
No quadro 8 foi aplicado o método de padronização de Balanços nos
cinco balanços que antecederam o pedido de recuperação judicial da empresa
ALFA., onde na estrutura do ativo constam apenas contas essenciais e o passivo
Circulante foi dividido em Operacional e financeiro, ressaltando que a rubrica
“duplicatas Descontadas” devem ser alocadas no financeiro.
QUADRO 8 - Balanço Patrimonial da empresa ALFA padronizado referente ao
período de 2007 a 2011
31/12/2007 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011
Ativo 53.990 47.975 53.222 52.598 74.938
Ativo Circulante 39.986 34.034 38.889 36.188 47.577
Financeiro 1.815 3.115 1.075 4.020 3.641
Disponibilidades (caixa e bancos) 458 1.488 895 3.312 3.164
Aplicações financeiras 367 1.031 - - 477
Outros valores financeiros 990 596 180 708
Operacional 38.171 30.919 37.814 32.168 43.936
Clientes 18.213 13.819 16.469 13.740 20.364
Estoques 16.463 13.899 20.127 17.110 21.153
Mercadorias/Produtos Acabados 552 452 360 2.496 6.062
Produtos em Elaboração 3.047 2.839 4.503 6.029 2.888
Matérias Primas 11.199 9.091 10.770 7.067 8.667
Adiantamentos a fornecedores 1.665 1.517 4.494 1.518 3.536
Outros valores operacionais 3.495 3.201 1.218 1.318 2.419
Ativo Não Circulante 14.004 13.941 14.333 16.410 27.361
Empréstimos a PF e/ou PJ ligadas - 218 22 1.155 2.289
Outros Valores 800 736 1.058 1.045 2.941
Despesas do exercício seguinte 10 2 39 41 11
Investimentos 197 197 107 1.107 6.664
Imobilizado líquido 12.997 12.788 13.107 13.062 15.456
Imobilizado bruto 44.979 46.303 40.654 42.603 47.421
(-) Depreciação acumulada - 31.982 - 33.515 - 27.547 - 29.541 -31.965
Intangível 0 0 0 0 0
62
31/12/2007 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011
Passivo 53.990 47.975 53.222 52.598 74.938
Passivo circulante 15.238 8.905 21.113 22.681 48.528
Financeiro 4.432 4.297 8.223 10.901 26.543
Empréstimos/financiamentos 3.798 2.088 6.934 10.557 26.359
Dividendos a Pagar 634 617 220 0 184
Imposto de renda e contrib. social 0 0 503 0 0
Outros valores financeiros 0 1.592 566 344 0
Operacional 10.806 4.608 12.890 11.020 21.985
Fornecedores 4.870 2.944 9.829 6.944 16.418
Adiantamento de Clientes 64 64 523 1.252 1.603
Obrigações trabalhistas 841 769 1.192 1.247 767
Obrigações fiscais a recolher 4.107 831 1.346 1.063 1.091
Outros valores operacionais 924 0 0 514 2.106
Passivo Não Circulante 11.724 11.746 2.629 4.344 3.093
Financiamento/Empréstimos 11.724 11.746 2.469 4.344 2.248
Obrigações com PF e/ou PJ Ligadas 0 0 160 0 405
Debêntures 0 0 0 0 0
Outros valores 0 0 0 0 440
Patrimônio líquido 27.028 27.324 29.480 25.573 23.317
Capital Realizado 13.751 21.518 21.518 21.518 21.518
Reservas de capital e de lucro 7.697 5.806 7.962 4.055 1.799
Reservas de reavaliação 0 0 0 0 0
Lucro / Prejuízo acumulado (+/-) 5.580 0 0 0 0
Fonte: Elaborado pela autora.
O quadro 9 evidencia apenas os valores fundamentais para a análise das
Demonstrações do Resultado do Exercício. Algumas rubricas foram simplificadas de
acordo com Matarazzo (2010), visando um melhor entendimento das contas e de
seus resultados.
63
QUADRO 9 - Demonstração do Resultado do Exercício da empresa ALFA
padronizado referente ao período de 2007 a 2011.
31/12/2007 31/12/2008 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011
Receita operacional bruta 123.303 82.549 85.517 105.281 103.056
Receita Operacional Bruta 123.303 82.549 85.517 105.281 103.056
Deduções 37.764 21.262 13.236 31.705 -28.166
Receita operacional líquida 85.539 61.287 72.281 73.576 74.890
Custos operacionais (67.440) (49.688) (54.579) (62.810) (63.807)
Custo prod./mercad./serv. vendidos 65.040 48.569 53.493 60.816 -63.807
Dep/Amort/Exaust. do exerc. Custo 2.400 1.119 1.086 1.994 0
Lucro bruto 18.099 11.599 17.702 10.766 11.083
Despesas operacionais 15.016 14.232 14.978 13.662 -12.926
Administrativas 8.739 9.201 8.774 8.897 -7.771
Dep/Amort./Exaust.do exerc.- Desp
Op 362 286 200 0 0
Comerciais e tributárias 5.760 4.554 5.738 4.891 -4.777
Outras despesas operacionais 702 304 270 355 -378
Outras receitas operacionais 547 113 4 481 0
Lucro/Prej operac. antes res.financ. 3.083 -2.633 2.724 -2.896 -1.843
Resultado financeiro líquido 317 2.423 -195 -1.577 928
Despesas financeiras 365 292 654 1.703 -2278
Receitas financeiras 682 2.715 459 126 3206
Lucro/Prej op. antes efeito inflac. 3.400 -210 2.529 -4.473 -915
Var. mon..camb.(ativas e passivas) -15 417 39 0
Lucro/Prejuízo operacional líquido 3.385 207 2.568 -4.410 -1.206
Resultado não operacional -97 173 7 0 212
Receitas não operacionais 355 272 423 77 0
Despesas não operacionais 452 99 416 77 -1418
Lucro / Prejuízo antes do imposto
de renda 3.288 380 2.575 -4.410 -2.121
Imposto de renda (+/-) 700 50 272 0 0
Imposto de Renda (+/-) 700 50 272 0 0
Contribuição social (+/-) 471 34 231 0 0
Contribuição social (+-) 471 34 231 0 0
Lucro / Prejuízo líquido do exercício
(+/-) 2.117 296 2.072 -4.410 -2.121
Fonte: Elaborado pela autora.
64
Conforme quadro 10 foram aplicados os principais indicadores nas
demonstrações contábeis da empresa Alfa. Dentre os índices de liquidez, o indicador
de liquidez corrente apresentou o melhor desempenho, onde o ideal era atingir mais
que 1,00.
QUADRO 10 – Aplicação dos principais Índices
TÍTULO 2007 2008 2009 2010 2011
LIQUIDEZ
Geral (AC+RLP / PC+ELP) 1,51 1,69 1,68 1,42 1,02
Corrente (AC / PC) 2,62 3,82 1,84 1,60 0,98
Seca (AC-EST)/PC 1,25 1,83 0,82 0,75 0,48
ESTRUTURA
Imobilização do patrimônio líquido (AP / PL) 0,49 0,48 0,45 0,55 0,95
Partic. capital de terceiros (PC+ELP / PL) 1,00 0,76 0,81 1,06 2,21
Endiv. bancário ((Dívida Onerosa CP e LP /(PL) 0,57 0,51 0,32 0,58 1,23
Endividamento Financeiro CP 0,14 0,08 0,24 0,41 1,14
Composição da dívida (PC / PC+ELP) 0,57 0,43 0,89 0,84 0,94
RENTABILIDADE
Margem operacional bruta (LB / ROL) 0,21 0,19 0,24 0,15 0,15
Margem operacional líquida (LPO / ROL) 0,04 0,00 0,04 -0,06 -0,01
Margem líquida (LPLE/ROL) 0,02 0,00 0,03 -0,06 -0,03
Retorno sobre o ativo total (LPLE / TAmédio) 0,04 0,01 0,04 -0,08 -0,06
Retorno sobre o patrimônio líquido 0,08 0,01 0,08 -0,15 -0,09
Fonte: Elaborado pela autora.
7.1 Análise de Kanitz
O modelo de Kanitz possibilita uma visão baseada no risco, utilizando
indicadores de liquidez, lucratividade e de estrutura torna-se possível encontrar o
fator de insolvência.
O quadro 11 aplica o estudo de Kanitz nos dados da empresa Alfa.
65
QUADRO 11 - Aplicação do modelo de Kanitz
Fonte: Elaborado pela autora.
O gráfico 1 foi elaborado com base no resultado do quadro 11, obtendo
um índice diferente a cada ano.
GRÁFICO 1 - Aplicação do modelo de Kanitz através de gráfico
Fonte: Elaborado pela autora.
Analisando o gráfico 1 nota-se que a empresa estava solvente e apesar
do gráfico demonstrar uma diminuição do índice nos anos de 2010 e 2011 a
empresa Alfa apresenta um excelente desempenho, não apresentando em nenhum
momento situação de insolvência ou penumbra
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
2007 2008 2009 2010 2011
ESTUDO DE KANITZ
FI
ESTUDO DE KANITZ
ÍNDICES 2007 2008 2009 2010 2011
X1: LL / PL 0,08 0,01 0,08 -0,15 -0,09
X2: (AC+RLP) / ET 1,51 1,69 1,68 1,42 1,02
X3: (AC-EST) / PC 1,25 1,83 0,82 0,75 0,48
X4: AC / PC 2,62 3,82 1,84 1,60 0,98
X5: ET / PL 1,00 0,76 0,81 1,06 2,21
FÓMULA
FI = 0,05X1 + 01,65X2 +3,55X3 – 1,06X4 – 0,33X5 3,82 5,01 3,48 2,97 1,64
66
7.2 Análise de Altman
Os principais indicadores do modelo de Altman são os indicadores de
endividamento e rentabilidade, analisando a capacidade de pagamento. No quadro
12 foi aplicado o estudo de Altman contendo duas fórmulas.
QUADRO 12 - Aplicação do modelo de Altman
Fonte: Elaborado pela autora.
O gráfico 2 foi elaborado através do resultado dos índices do quadro 12.
GRÁFICO 2 - Aplicação do modelo de Altman através de gráfico
Fonte: Elaborado pela autora.
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
2007 2008 2009 2010 2011
ESTUDO DE ALTMAN
Z1
Z2
ESTUDO DE ALTMAN
ÍNDICES 2007 2008 2009 2010 2011
X1: (AC - PC) / AT 0,46 0,52 0,33 0,26 -0,01
X2: REL / AT 0,33 0,17 0,20 0,11 0,04
X3: LL / AT 0,37 0,33 0,39 0,42 0,28
X4: PL / ET 1,00 1,32 1,24 0,95 0,45
X5: V / AT 2,28 1,72 1,61 2,00 1,38
FÓMULAS
Z1 = -1,44 + 4,03X2 + 2,25X3 + 0,14X4 + 0,42X5 1,17 -0,02 0,39 -0,20 -0,73
Z2 = -1,84 - 0,51X1 + 6,32X3 + 0,71X4 +0,52X5 3,99 2,92 3,83 2,92 2,64
67
Analisando o resultado do gráfico 2, a empresa Alfa apresentou durante
os cinco anos um único período de queda significativa, que foi no ano de 2011,
atingindo -0.73, onde o máximo permitido para que a empresa esteja solvente é
acima de 0,20. Nos anos de 2008 e 2010 a empresa estava na faixa caracterizada
como crítica. O estudo de Altman foi o único modelo que demonstrou uma situação
de insolvência por parte da empresa.
7.3 Análise de Elizabetsky
O modelo proposto por Elizabetsky as principais variáveis utilizadas são a
de lucratividade das vendas e participação das contas no capital de giro. No quadro
12 foi aplicado o estudo de Elizabetsky contendo três fórmulas.
QUADRO 13 - Aplicação do modelo de Elisabetsky
ESTUDO DE ELIZABETSKY
ÍNDICES 2007 2008 2009 2010 2011
X2: DISP /V 0,00 0,02 0,01 0,03 0,03
X5: CR/ V 0,31 0,37 0,44 0,31 0,43
X7: IMO / V 0,11 0,15 0,15 0,12 0,15
X11: LL / AO 0,06 0,01 0,05 -0,14 -0,05
X13: DISP / ECP 0,03 0,17 0,04 0,15 0,07
X14: RCP /V 0,32 0,41 0,45 0,34 0,46
X18: ET/ AO 0,59 0,53 0,41 0,48 0,57
X23: AO /V 0,31 0,37 0,44 0,31 0,43
X29: V / AT 2,28 1,72 1,61 2,00 1,38
X31: LL / AT 0,05 0,01 0,05 -0,12 -0,04
X32: DISP / IMOB 0,04 0,12 0,07 0,25 0,20
X33: LL / V 0,02 0,00 0,02 -0,04 -0,02
X35: CR / AT 0,71 0,64 0,71 0,61 0,59
X36: EST / AT 0,30 0,29 0,38 0,33 0,28
X37: ECP / AT 0,28 0,19 0,40 0,43 0,65
FÓRMULAS
Z1 = 1,93X32 - 0,20X33 + 1,02X35 + 1,33X36 - 1,12X37 0,88 1,06 0,91 1,07 0,65
Z2 = 7,74X2 - 2,04X5 + 1,27X14 + 0,31X18 + 0,37X29 -
0,72X32 + 3,05X33 + 2,95X35 + 1,86X36 - 1,12X37 3,20 2,86 2,86 2,56 1,96
68
Fonte: Elaborado pela autora.
No gráfico 3 é possível visualizar a aplicação das três fórmulas
elaboradas por Elizabetsky e acompanhar seu desenvolvimento através dos anos.
GRÁFICO 3 - Aplicação do modelo de Elizabetsky através de gráfico
Fonte: Elaborado pela autora.
Analisando o gráfico 3, a empresa Alfa apresentou um excelente
desempenho, pois todos os índices encontrados através da aplicação das três
fórmulas de Elizabetsky foram maiores que 0,5. O Z1 e Z2 possuíram os melhores
desempenhos e apesar do Z3 ter ficado um pouco distante dos demais, ainda assim
encontra-se numa situação de solvência.
7.4 Análise de Matias
O modelo proposto por Matias utiliza variáveis de lucratividade das
vendas, rentabilidade do patrimônio, indicadores de liquidez e participação de
terceiros, na presente análise, são contemplados indicadores distintos.
No quadro 14 foram aplicadas diferentes modalidades de variáveis
baseados nos dados obtidos das Demonstrações Contábeis da empresa Alfa.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
2007 2008 2009 2010 2011
ESTUDO DE ELIZABETSKY
Z1
Z2
Z3
Z3 = 5,77X2 - 2,02X5 + 6,04X7 - 10,27X11 + 0,43X13 +
6,96X14 + 0,08X18 - 6,20X23 + 0,24X29 + 10,28X31 +
3,44X32 - 0,46X33 + 2,37X35 + 1,11X36 - 0,81X37
2,85 3,45 2,94 3,90 3,12
69
QUADRO 14 - Aplicação do modelo de Matias
ESTUDO DE MATIAS
ÍNDICES 2007 2008 2009 2010 2011
X1: PL / AT 0,68 0,80 0,76 0,71 0,49
X2: FIC / AC 0,29 0,35 0,06 0,12 0,05
X3: FORN / AT 0,09 0,06 0,18 0,13 0,22
X4: AC / PC 2,62 3,82 1,84 1,60 0,98
X5: LO / LB 0,19 0,02 0,15 -0,41 -0,11
X6: DISP / AT 0,01 0,03 0,02 0,06 0,04
FÓMULAS
Z = 23,79X1 - 8,26X2 - 8,86X3 - 0,76X4 + 0,53X5 +
9,91X6 11,05 13,12 14,72 13,84 8,94
Fonte: Elaborado pela autora.
O gráfico 4 aplica o resultado obtido pelo quadro 14, possibilitando uma
rápida interpretação dos índices obtidos.
GRÁFICO 4 - Aplicação do modelo de Matias através de gráfico
Fonte: Elaborado pela autora.
A análise feita pelo método de Matias revela que no ano em que a
empresa ALFA pediu recuperação judicial, obteve o menor desempenho, porém,
ainda se encontrava bem acima dos critérios estabelecidos por esse modelo.
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
2007 2008 2009 2010 2011
ESTUDO DE MATIAS
Z1
70
7.5 Resultado da Análise
Este estudo investigou as demonstrações contábeis da empresa Alfa no
período de cinco anos antes do pedido de recuperação judicial, com o objetivo de
identificar qual o exato momento em que a empresa começou a apresentar
dificuldades financeiras e, se os bancos credores tomaram decisões equivocadas,
ou apresentaram falhas nas suas análises.
As demonstrações contábeis que serviram de base para as análises
foram o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício dos
referidos exercícios. Foram calculados os indicadores tradicionais de análise de
balanços e aplicados os modelos de previsão de insolvência associados a índices
financeiros.
Ao analisar os balanços anuais da empresa ALFA, verificou-se que ela
não apresentava indícios expressivos de insolvência. No quadro comparativo abaixo
predomina uma situação financeira favorável, exceto no Estudo de Altman Z1, no
período de 2011, apresentando situação de insolvência.
QUADRO 15 - Comparativo dos resultados dos modelos de insolvência
QUADRO COMPARATIVO
2007 2008 2009 2010 2011
Estudo de Kanitz Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Estudo de Altman - Z1 Solvente Crítica Solvente Crítica Insolvência
Estudo de Altman - Z2 Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Estudo de Elizabetsky - Z1 Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Estudo de Elizabetsky - Z2 Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Estudo de Elizabetsky - Z3 Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Estudo de Matias Solvente Solvente Solvente Solvente Solvente
Fonte: Elaborado pela autora.
De acordo com o estudo feito verificou-se, portanto, que os bancos não
tomaram decisões equivocadas ao concederem empréstimos, pois de acordo com
os principais indicadores, de liquidez, de estrutura e de rentabilidade a empresa
mantinha-se solvente até 2010, apresentando apenas em 2011 um pequeno desvio.
71
O processo falimentar de uma empresa gera perdas não só para si
mesma, mas também para os credores e para a sociedade.
O gráfico comparativo abaixo, dos estudos de insolvência também
comprova que a empresa ALFA não enfrentava grande variação ou período de crise.
GRÁFICO 5 - Gráfico comparativo dos modelos de insolvência
-2,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
2007 2008 2009 2010 2011
QUADRO COMPARATIVO
Estudo de Kanitz
Estudo de Altman - Z1
Estudo de Altman - Z2
Estudo de Elizabetsky - Z1
Estudo de Elizabetsky - Z2
Estudo de Elizabetsky - Z3
Estudo de Matias
Fonte: Elaboração própria
Os modelos de previsão de insolvência não demonstram que durante o
período de 2007 a 2011 a empresas estava com sua situação econômico-financeira
fragilizada a ponto de pedir recuperação judicial. Os financiamentos bancários foram
concedidos pautados nas análises dos exercícios de 2008 a 2010 quando a
empresa estava com situação financeira favorável.
Através da verificação de mais um exercício, 2011, também não se
constata deterioração da sua situação econômico-financeira. Os motivos que
ensejaram o pedido de recuperação judicial pela empresa não podem ser
constatados pela análise das demonstrações contábeis do período estudado.
72
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos desse trabalho foram baseados em uma Sociedade Anônima
de capital aberto, situada em Fortaleza. A empresa Alfa vinha apresentando
expansão de suas atividades e solidez financeira. No período de 2011 firmou
parceria com um grupo estrangeiro, onde necessitou assumir alguns financiamentos
junto aos bancos, a fim de integralizar capital.
Foi uma surpresa, não somente para os bancos credores, como também
para os seus funcionários e fornecedores, o pedido de recuperação judicial da
empresa em 2011. Diante desse fato, foram levantados alguns questionamentos no
tocante à decisão da empresa em entrar com o recurso de recuperação judicial.
Os objetivos específicos abordados nesta pesquisa foram alcançados,
este trabalho criticou e julgou os principais indicadores econômicos financeiros
relacionados à análise de balanços, demonstrou os principais modelos de previsão
de insolvência elaborados no Brasil e no exterior, pesquisou junto ao Serasa alguns
dados de recuperação judicial e falência de pequenas, médias e grandes empresas
e aplicou os modelos de previsão de insolvência na empresa estudada analisando
os resultados obtidos.
O objetivo geral de verificar a eficiência dos modelos de previsão de
insolvência para prever indícios de deterioração em uma empresa de capital aberto
localizada em Fortaleza, também foi alcançado. Os modelos são altamente eficazes
e uma correta interpretação das informações na esfera econômico-financeira
representa um dos principais motivos que impactam na continuidade da empresa. E
baseado nesse estudo, a empresa Alfa não apresentou indícios que a levasse a
pedir recuperação, os reais motivos que acarretou em sua insolvência não puderam
ser identificados por meio de análises e estudos.
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REFERÊNCIAS
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Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm -
acesso em 22/05/2013.
SERASA EXPERIAN
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