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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
RAFAELLA BARBOSA DE SOUZA ALBUQUERQUE
POLLYANNE CRISTYNE MENEZES DE OLIVEIRA LIMA
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: relato de caso
MACEIÓ-AL 2019/1
RAFAELLA BARBOSA DE SOUZA ALBUQUERQUE POLLYANNE CRISTYNE MENEZES DE OLIVEIRA LIMA
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: relato de caso
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Professora Fernanda Braga Peixoto.
MACEIÓ-AL 2019/1
RAFAELLA BARBOSA DE SOUZA ALBUQUERQUE
POLLYANNE CRISTYNE MENEZES DE OLIVEIRA LIMA
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: relato de caso
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Professora Fernanda Braga Peixoto.
APROVADO EM: 08/06/2019
Professora Fernanda Braga Peixoto
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
________________________________________________
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado saúde e forças para
superar todas as dificuldades, e ter nos permitido chegar até aqui. Aos nossos
familiares, que sempre acreditaram e estiveram conosco em todos os momentos, se
dedicando sem limites. Agradecemos por todos os professores, em especial a nossa
orientadora Fernanda Braga Peixoto, por ter nos proporcionado tantos aprendizados
e ter confiado em nossas capacidades. E por fim, queremos agradecer a Instituição
por ter contribuído de maneira imprescindível para conclusão do curso.
FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: relato de caso
PERIFERIC OSSIFYING FIBROMA: case report
Rafaella Barbosa de Souza Albuquerque Graduanda do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac
[email protected] Pollyanne Cristyne Menezes de Oliveira Lima
Graduanda do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac [email protected] Fernanda Braga Peixoto
Mestra Profissional em Ensino na Saúde, Professora do curso de Odontologia do Centro Universitário Cesmac
RESUMO O fibroma Ossificante Periférico é um processo proliferativo não neoplásico no qual é possivel se observar focos calcificados no tecido inflamado. O tratamento proposto para as lesões de FOP deve ser a sua remoção cirúrgica completa, incluindo o ligamento periodontal, se o mesmo estiver envolvido além da remoção da causa que induziu o seu surgimento. O presente trabalho teve como objetivo fazer o relato de um caso clínico de FOP em região de maxila. Relata-se o caso clínico de uma paciente, gênero feminino, 45 anos que procurou atendimento tendo como queixa a presença de um abscesso.Após avaliação clínica, foi realizado remoção total da lesão, visto que essa conduta é o tratamento de escolha. Após retorno observou-se que não teve recidiva da lesão. O presente estudo mostra a importância do conhecimento das lesões bucais, para seu diagnóstico e tratamento correto. O cirurgião-dentista deve estar apto a diagnosticar tais lesões. PALAVRAS-CHAVE: Fibroma Ossificante. Patologia Bucal. Diagnóstico
ABSTRACT The Peripheral Ossificans fibroma is a non-neoplastic proliferative process in which it is possible to observe calcified foci in the inflamed tissue. The proposed treatment for FOP lesions should be their complete surgical removal, including the periodontal ligament, if it is involved in addition to removal of the cause that induced its onset. This study aimed to report a clinical case of FOP in the maxilla region. The clinical case of a patient, gender female, 45 years who sought care I have as complaint the presence of an abscess. After the clinical evaluation was performed total removal of the lesion, since this conduct is an option. After return, it was observed that there was no recurrence of the lesion. The present study shows the importance of knowledge of the lesions of the mouth, for its diagnosis and correct treatment. The dentist should be able to diagnose such injuries. KEYWORDS: Fibroma Ossifying. Pathology oral. Diagnosis
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................6
2 RELATO DE CASO ...............................................................................7
3 DISCUSSÃO........................................................................................10
4 CONCLUSÃO ....................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 13
ANEXOS ................................................................................................... 14
Anexo A – Termo de consentimento ................................................... 15
Anexo B – Parecer consubstanciado do CEP .................................... 16
6
1 INTRODUÇÃO
O fibroma ossificante periférico (FOP) é definido como um crescimento
tecidual com hiperplasia inflamatória reativa benigna. Apresenta-se clinicamente
como um aumento volumétrico assintomático, de superfície lisa ou ulcerada com
coloração normal, tendo como característica histopatológica a presença de tecido
mineralizado, o qual distingue o FOP de outras lesões fibrosas (RIBEIRO etal.,
2009).
A etiologia desta lesão permanece incerta, mas acredita-se que advenha de
trauma e/ou infecção que estimula a formação de um exuberante tecido altamente
vascularizado. Pode estar constantemente associada à presença de cálculo dental,
biofilme, aparelho ortodôntico, destruição de coroas, restaurações traumatizantes,
além de forças mastigatórias e impactação de alimentos (RIBEIRO et al., 2009;
OLIVEIRA et al., 2018).
A patologia é originada do ligamento periodontal, expressando-se pelo
componente principal, o fibroblasto, e pela presença de mineralização em forma de
osso ou cemento, por isso a denominação de fibroma ossificante (RIBEIRO et al.,
2010).
Apresenta-se clinicamente como um aumento volumétrico assintomático, de
superfície lisa ou ulcerada com coloração normal, tendo como característica
histopatológica a presença de tecido mineralizado, o qual distingue o FOP de outras
lesões fibrosas (NEVILLE, 2009; ROSA et al.,2009).
A radiografia pode ser indicado como exame ccomplementar. Não é possível
observar calcificações em todas as lesões, mas quando presente, dependendo do
tempo de desenvolvimento e da maturação da patologia, pode-se apresentar uma
imagem unilocular bem delimitada, com áreas radiopacas dispersas em seu interior,
caracterizando diferentes graus de calcificação como osso lamelar maduro, osso
imaturo, focos de calcificação distrófica e um material amorfo circunscrito que alguns
autores denominam “cemento-like”, osteolítica, seguida de transformação gradual
em uma lesão mista (JUNIOR; KEIM; KREIBICH, 2007; FIGUEIREDO et al., 2014;
OLIVEIRA et al., 2018).
O tratamento proposto para as lesões de FOP deve ser a sua remoção
cirúrgica completa, incluindo o ligamento periodontal, se esse estiver envolvido, e
7
quaisquer outros agentes etiológicos identificáveis. Em casos de lesões mais
extensas, poderá ser feito reconstrução estética e funcional com placas e parafusos
de titânio (RIBEIRO et al., 2010; FRANCO et al., 2018).
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi descrever o diagnóstico do fibroma
ossificante periférico em região anterior da maxila, através de suas características
clínicas e histopatológicas além da forma de tratamento e tempo de
acompanhamento.
2 RELATO DE CASO
Esse relato de caso foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa com nº
do protocolo 3.344.744, na data 23/05/2019.
Paciente do sexo feminino, 45 anos, feoderma, não etilista e não tabagista,
compareceu a Clínica-escola de Odontologia do Centro Universitário CESMAC,
queixando-se da presença de um abcesso, associado possivelmente a uma infecção
dentária. Na história da doença atual, a paciente relatou a presença da referida
lesão há aproximadamente um ano, com sintomatologia dolorosa ao leve toque e
dificuldade de higienização dos elementos dentários próximos.
No exame extrabucal não foi observado nada digno de nota. Ao exame
clínico intrabucal, observou-se uma lesão nodular com limites nítidos em face
vestibular superior, entre a região dos elementos 11 e 12. A lesão apresentava
superfície lisa, de coloração avermelhada de base séssil firme à palpação (Figura
1).
8
Figura 1: Lesão nodular em face vestibular entre os elementos 11 e 12(seta branca).
Fonte: Arquivo da Pesquisa.
Ao concluir a avaliação clínica as hipóteses diagnósticas foram de:
granuloma piogênico, fibroma ossificante periférico ou lesão periférica de células
gigantes.
Como a lesão tinha consistência aparentemente amolecida, para lucidação
do caso foi realizada uma biópsia do tipo excisional como exame complementar para
determinação de diagnóstico final. O exame radiográfico não foi realizado pelo
professor orientador do atendimento clinico. Executada a remoção da lesão, ultilizou-
se fio de sutura nylon 5-0 e cimento cirúrgico para maior conforto do paciente (Fig.
2), permitindo um tecido livre de injúrias durante a cicatrização.
Fig. 2: Sutura com fio de nylon e cimento cirúrgico.
9
Fonte: Arquivo da Pesquisa.
A lesão biopsiada foi encaminhada ao laboratório de patologia bucal do
Centro Universitário e de acordo com o histopatológico constatou-se a presença de
fragmentos de mucosa revestida por epitélio estratificado pavimentoso ceratinizado,
com a lâmina própria subjacente intensamente fibrosada e um intenso infiltrado
inflamatório crônico com áreas de metaplasia óssea (Fig. 3).
Fig. 3: microscopia em HE 40x mostrando intensa hiperplasia fibrosa(seta azul) e presença de tecido mineralizado(seta amarela).
Fonte: Arquivo da Pesquisa.
Paciente recebeu as devidas instruções de higiene oral ao pós-operatório,
sendo recomendado um retorno após sete dias para Clínica Odontológica do Centro
Universitário, na qual foi realizada a remoção de sutura e cimento odontológico. A
paciente retornou com um ano e meio para avaliação e não foi observado nenhuma
recidiva (Fig. 4).
Fig. 4: retorno do paciente após um ano e meio. Fonte: Arquivo da Pesquisa.
10
3 DISCUSSÃO
O fibroma ossificante periférico (FOP) é visto como uma massa hiperplásica
reacional, que ocorre na gengiva, podendo derivar do tecido conjuntivo da
submucosa ou do ligamento periodontal, havendo focos calcificados em seu interior
(REGEZI; SCIUBBA, 2000; RIBEIRO et al., 2010 ).
O caso relatado descreve uma lesão nodular com limites nítidos em gengiva,
na região dos dentes 11 e 12, apresentando superfície lisa, coloração avermelhada
e base séssil e firme à palpação, ratificando Boraks (1999) que afirma ser uma lesão
nodular, pediculada na maioria dos casos, de coloração avermelhada, entremeada
por áreas esbranquiçadas ou com coloração semelhante a da mucosa
circunjacente.
Foram observadas também, na literatura, outras características clínicas da
lesão, como: lesão exofítica, se apresentando como uma massa focal de tecido,
superfície lisa, formação de nódulos macios ou sólidos de cor rósea, base séssil ou
pediculada, coloração ligeiramente avermelhada ou mesma cor da mucosa,
superfície intacta ou ulcerada, a depender da presença de trauma (OLIVEIRA et.al,
2018). No caso relatado não houve presença de ulceração.
Radiograficamente, na maioria dos casos não é constatado o envolvimento
aparente do osso adjacente. Portanto, em acontecimentos raros pode ocorrer uma
erosão superficial do osso. No referido caso não foi utilizado o exame radiográfico,
como exame complementar, não sendo possível avaliar o comprometimento do osso
adjacente (JUNIOR; KEIM; KREIBICH, 2007; FIGUEIREDO et al., 2014).
Esse tipo de patologia acomete mais o gênero feminino, com predileção pela
segunda a quarta década de vida, na região anterior da maxila ou mandíbula,
comprometendo a gengiva inserida e papila interdental, à frente dos molares
permanentes (JUNIOR; KEIM; KREIBICH, 2007), no caso descrito observamos
similaridade com os aspectos citados pelos autores.
Franco et al. (2018) afirma que o FOP acomete mais região de mandíbula
do que a maxila, divergindo do caso relatado. Pode ocorrer deslocamento dentário,
assimetria facial e comprometimento funcional.
A paciente mantinha uma boa higiene bucal, ausência de hábitos
parafuncionais e não relatou incômodo prévio, diante disto, optou-se por utilizar o
11
cimento cirúrgico, considerando que mesmo estando em desuso. Autores como
TULER et al. (2003) defendem o uso em alguns casos de pacientes colaborativos e
com boa higiene oral, afim de manter um conforto ao mesmo durante o pós-
operatório imediado, no entanto, afirma também que o uso do cimento cirúrgico tem
se tornado mais seletivo e os estudos sugerem que esse pode, frequentemente, ser
desnecessário ou até mesmo indesejável.
Foi solicitado ao paciente o retorno à Clínica Odontológica do Centro
Universitário para uma reavaliação, após um ano e meio, para acompanhamento do
caso, sendo coincidente com a maioria dos estudos que afirmam necessário o
acompanhamento do caso afim de evitar recidiva após exerese. Nesse retorno não
foi observado recidiva.
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4 CONCLUSÃO
O diagnóstico definitivo foi realizado através do exame histopatológico.
Como o FOP é um processo proliferativo não neoplásico, seu prognóstico foi bom e
não houve recidiva até o momento.
O tratamento deve incluir além da lesão, os possíveis fatores etiológicos.
Por ser uma patologia comum na prática odontológica se faz necessário que
o cirurgião dentista esteja preparado para seu diagnóstico bem como para
realização do tratamento correto.
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REFERÊNCIAS
BORAKS, S. Diagnóstico bucal. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999.
FIGUEIREDO, L.M.G. et al. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO EXTENSO: relato de caso. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 43, n.4, 2014. FRANCO, A. V. M. et al. Fibroma ossificante central: relato de caso. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 17, n.4, 2018.
JUNIOR, J.; KEIM, F.; KREIBICH, M. Fibroma ossificante periférico maxilar: relato de caso clínico. Revista Arquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, v. 12, n.2, 2007.
NEVILLE, B. W. Patologia oral & maxilofacial. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009. Cap. 14: 648-650.
OLIVEIRA, A. L. P. et al. FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO: relato de caso. Revista da AcBO, v. 27, n.1, 2018
REGEZI, J. A.; SCIUBBA, J.J. Patologia bucal: correlações clinicopatológicas. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
RIBEIRO, M. S. P. C. et al. Fibroma ossificante periférico: características clínicas, radiográficas e histopatológicas de um caso atípico em palato. Revista Scientific-Clinical odontology, v. 8, n.1, 2009.
RIBEIRO, A. et al. Fibroma ossificante periférico: relato de um caso clínico. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, v. 51, n.1, 2010.
ROSA. L. E. B. Et al. Prevalência de processos proliferativos não neoplásicos na cavidade bucal: estudo retrospectivo de quarenta anos. Clínica e pesquisa em Odontologia – UNITAU, v. 1, n 1, 2009.
TULER, W. F.; MILANEZI, L.A.; GARCIA, V.G. O Uso do Cimento Cirúrgico nas Clínicas de Periodontia das Faculdades de Odontologia Brasileiras. Revista Odontológica de Araçatuba, v. 24, n.1, 2003.
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ANEXOS
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