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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
DENISE PERONDINI DOS SANTOS
COLABORAÇÕES DA TERAPIA COGNITIVA
COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE –
UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA
São Paulo
2019
DENISE PERONDINI DOS SANTOS
COLABORAÇÕES DA TERAPIA COGNITIVA
COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE –
UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu
Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins
São Paulo
2019
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
Santos, Denise Perondini COLABORAÇÕES DA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE – UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA Denise Perondini dos Santos, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2019. 34 f. + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins 1 TCC, 2. Obesidade. I. Perondini, Denise dos Santos. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.
Denise Perondini dos Santos
COLABORAÇÕES DA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DA OBESIDADE – UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
São Paulo, ___ de ___________ de _____
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, em especial com muito orgulho e carinho
a meus pais por tudo que fizeram por mim, pelo apoio que
sempre me deram e força para seguir com meus estudos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela sabedoria, força e amparo para superar
todos os momentos difíceis que eu me deparei ao longo desta jornada.
Agradeço a minha família, pois sem eles não chegaria até aqui. Em especial a minha
mãe e minha tia Célia pela força, incentivo, paciência e apoio emocional durante
minha formação pessoal e profissional.
Agradeço à equipe docente do CETCC pelo conhecimento transmitido ao longo dos
últimos dois anos e à orientadora, profª. drª. Renata, pelo auxilio para a realização e
conclusão do presente trabalho.
Agradeço a minha amiga Raimunda Matos por todo tempo que estivemos juntas
onde compartilhamos inúmeras experiências, aprendizados e pelo suporte nos
momentos bons e difíceis.
Agradeço pelas novas amizades conquistadas durante esse curso, que me deram
apoio e orientações quando necessário.
Enfim agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização
deste trabalho.
RESUMO
Considerada uma epidemia mundial, a obesidade é um problema de saúde pública.
Indivíduos acometidos pela obesidade correm sérios riscos de desenvolverem
comorbidades, além de associar-se a vários estressores. A Terapia Cognitiva
Comportamental (TCC) vem se apresentando como uma abordagem eficiente no
combate à obesidade associada com outras intervenções, como o acompanhamento
nutricional e a prática de atividade física. Possibilita a modificação do corpo obeso e
do estilo de vida dos indivíduos através da reestruturação cognitiva, na qual se
aprende a alterar os pensamentos disfuncionais, adquirindo comportamentos e
emoções que geram o bem estar do individuo. As intervenções utilizadas no
tratamento com base na TCC oferecem, por longo prazo, a manutenção dos
objetivos conquistados. Caracterizado um tratamento de breve duração, composto
por sessões estruturadas e necessidade de participação ativa e colaborativa do
paciente durante todo o processo, principalmente na identificação e modificação de
seus comportamentos e sentimentos que o condicionam a obesidade. O objetivo
deste estudo foi realizar um levantamento de informações e analise a partir de
bases de dados bibliográficos que contemplem artigos científicos que descrevem o
tratamento da obesidade focado na Terapia Cognitiva Comportamental. Pretendeu-
se observar os principais sintomas exibidos do quadro clínico, como fatores de risco
e consequências. Os dados obtidos demonstram o enriquecimento significativo na
autoestima, autoconfiança, redução da ansiedade e compulsão alimentar, melhor
desempenho nas relações interpessoais, melhora dos hábitos alimentares e na
diminuição do peso corporal.
Palavras-chave: Terapia Cognitiva Comportamental; Obesidade; Emagrecimento;
Tratamento da Obesidade.
ABSTRACT
Considered a global epidemic, obesity is a public health problem. Individuals affected
by obesity are at serious risk of developing comorbidities, in addition to being
associated with several stressors. Behavioral Cognitive Therapy (CBT) has been
presented as an efficient approach in the fight against obesity associated with other
interventions, such as nutritional monitoring and physical activity practice. It allows
the modification of the obese body and the lifestyle of the individuals through the
cognitive restructuring, in which one learns to alter the dysfunctional thoughts,
acquiring behaviors and emotions that generate the well-being of the individual.
Interventions used in CBT treatment offer long-term maintenance of the goals
achieved. It is characterized by a short duration treatment, composed of structured
sessions and the need for active and collaborative participation of the patient
throughout the process, mainly in the identification and modification of their behaviors
and feelings that condition obesity. The objective of this study was to carry out a
survey of information and analyze from bibliographic databases that contemplate
scientific articles describing the treatment of obesity focused on Behavioral Cognitive
Therapy. It was intended to observe the main symptoms shown in the clinical picture,
such as risk factors and consequences. The data obtained demonstrate significant
enrichment in self-esteem, self-confidence, reduction of anxiety and binge eating,
better performance in interpersonal relationships, improvement of eating habits and
decrease in body weight.
Key words: Behavioral Cognitive Therapy; Obesity; Weight loss; Treatment of
Obesity.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Índice de Massa Corporal ..................................................................15
Tabela 2 – Comorbidades da Obesidade ............................................................16
Tabela 3 – Técnicas da Terapia Cognitiva Comportamental ...............................20
SIGLAS
IMC – Índice de Massa Corporal
RPD – Registro dos Pensamentos Disfuncionais
TCC – Terapia Cognitiva Comportamental
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
2 OBJETIVO ........ ......................................................................................................12
3 METODOLOGIA ........ .............................................................................................13
4 RESULTADOS .......................................................................................................14
4.1 Obesidade ...............................................................................................13
4.2 Terapia Cognitiva Comportamental ......................................................18
4.3 Terapia Cognitiva Comportamental no Tratamento da Obesidade ...21
5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 26
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... ....................................................................30
8
1 INTRODUÇÃO
Atualmente vivemos em um tempo de muitas incertezas e angústias. A
sociedade denominada pós-moderna, se encontra submersa numa busca frenética
pelo que é ideal, mas esta idealização nem sempre é possível, gerando um
sentimento de descontentamento. As pessoas vivem insatisfeitas com quase tudo, e
especialmente, com o corpo. O descontentamento com o corpo está quase sempre
relacionado ao peso, levando a pessoa a construir uma imagem negativa de si.
Pensando nesta forma de existir da sociedade contemporânea, Rosa e
Campos (2008, p. 975) afirmam:
Em nossa sociedade, a relação da pessoa com seu corpo ganhou uma importância nunca antes vista. Muito mais que a expressão de um modo de vida, o corpo agora é a própria pessoa, é a expressão psíquica do sujeito. Nesse sentido, há uma mudança no estatuto do corpo. O corpo ganhou em importância, mas, também, tornou-se mais vulnerável, mais ameaçado, seja pela discriminação sofrida, seja pelo sofrimento advindo da relação dos sujeitos com seus corpos, sentidos como inadequados.
Trata-se então de uma organização social consumista e materialista vivendo
uma inversão de valores tal que leva seus integrantes a “priorizarem a forma em
detrimento de sua subjetividade” (Ximenes, 2009, p. 96). Com base nesta
insatisfação geral das pessoas com o próprio corpo, nos propomos a revisar e
discutir os pressupostos referentes a um dos problemas de maior prevalência na
população mundial: a obesidade.
Entende-se que para obtenção de uma qualidade de vida, é crucial se ter
saúde física e mental, elementos essenciais no desenvolvimento do individuo.
Quando o assunto obesidade é discutido, nota-se que é dada maior prevalência ao
dano estético que ela causa no individuo, desconsiderando os danos à saúde física
e mental. A maioria dos obesos tem dificuldade em diminuir o peso corporal, para
isso é exigido que haja uma mudança de hábito, sendo essencial trabalhar os seus
aspectos emocionais para que a mudança seja alcançada.
A obesidade pode ser considera atualmente como uma epidemia do século
XXI, alcançando todos os níveis sociais e gênero. As populações modernas
consomem cada vez mais alimentos industrializados que, na sua maioria, são
considerados com alto teor de açucares, sódio, gorduras consequentemente
energeticamente densos, resultando na ingestão de calorias consumidas
9
diariamente superior ao da necessidade individual. O desequilíbrio provém, em
parte, pelas mudanças do padrão alimentar aliada à reduzida atividade física, tanto
no período laboral como no lazer (BRASIL, 2017).
Trata-se de uma doença crônica, corresponde ao acúmulo anormal ou
excessivo de gordura sob a forma de tecido adiposo, de forma que possa resultar
em prejuízos à saúde. Sua causa envolve diversos fatores, entre eles os sociais,
culturais, ambientais, comportamentais, psicológicos, genéticos e metabólicos
(BRASIL, 2004). No seu desenvolvimento e na sua manutenção ocorre a interação
de fatores genéticos, associados ou não a um ambiente facilitador, como por
exemplo, maus hábitos alimentares e sedentarismo. A prevenção e o tratamento da
obesidade demandam medidas complexas, uma ação combinada entre os diversos
setores da sociedade que cooperem para que indivíduos e coletividades possam
adotar modos de vida saudáveis (BRASIL, 2004). Devido ser uma doença de causa
multifatorial, se faz necessária uma boa avaliação e a interação de uma equipe
multiprofissional para obtenção de um tratamento adequado.
A obesidade pode ser acarretada por causas exógenas a qual corresponde
aos fatores externos de origem ambiental e comportamental, correspondendo 95%
dos casos; e a endógena que envolve os fatores internos do organismo, como os
componentes genéticos, psicológicos, endócrinos e metabólicos (BOTERO, 2001,
apud SOUZA, 2006).
Consideram-se os indivíduos como obesos ou com sobrepeso, conforme
Wannmacher (2006), através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que
divide o peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros (kg/ m²). Segundo
o autor, um IMC igual ou maior que 25 kg/m² configura sobrepeso, enquanto um IMC
igual ou superior a 30 kg/m² indica obesidade.
A condição de obeso pode ocasionar problemas psicológicos e emocionais,
respetivamente a uma condição clínica e educacional modificada (VASQUES et
al.,2004). A obesidade está agregada a vários estressores interpessoais e ao
rebaixamento da autoestima, as doenças cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de
câncer, hipertensão arterial, problemas respiratórios, distúrbios do aparelho
locomotor e dislipidemias (DUCHESNE, 2001 apud NEUFELD et al, 2012).
Conforme Beck (2013), no final dos anos 60 e inicio dos anos 70, Aaron Beck
professor assistente de psiquiatria e psicanalista atuante, deu inicio a uma
transformação na área da saúde mental, ele defendia que para as teorias para
10
serem consideradas verdadeiras na comunidade médica, necessitavam de
demonstração de validação empírica. Realizou diversos experimentos para
comprovar a validação, através dos resultados das experiências, se interessou na
busca de maiores explicações sobre a depressão. Notou que as cognições
negativas e distorcidas eram particularidades presentes na depressão. Testar a
veracidade dos pensamentos do paciente depressivo foi seu objetivo como forma de
tratamento em curto prazo. Surge a terapia cognitiva comportamental (TCC), refere-
se a uma psicoterapia estruturada, breve, direcionada para o presente, voltada para
solução de problemas atuais e a transformação de pensamentos e comportamentos
disfuncionais (inadequados e/ou inúteis).
A base da terapia cognitiva comportamental fundamenta-se que não são os
eventos que afetam o que as pessoas sentem e fazem, mas a interpretação que elas
fazem da situação. Portanto a TCC procura auxiliar na identificação de pensamentos
disfuncionais e a corrigi-los e/ou contestá-los para que se tornem funcionais
(adequados, adaptativos e/ou uteis), propiciando a pessoa a se comportar de modo
mais adaptativo ao seu ambiente e a se sentir melhor. A psicoterapia é
fundamentada em uma conceituação, ou compreensão, de cada paciente (suas
crenças específicas e padrões de comportamento). O psicoterapeuta busca
promover de diversas formas uma mudança cognitiva, modificação no pensamento e
no sistema de crenças do paciente, para obter uma mudança emocional e
comportamental duradoura (BECK, 2013).
A terapia cognitiva comportamental beneficia pacientes com diferentes níveis
de educação e renda, diversas culturas e idades. É empregada atualmente em
cuidados primários e outras especializações da saúde, escolas, programas
vocacionais e prisões, entre outros contextos (BECK, 2013).
A TCC foi utilizada no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos, como:
ansiedade, fobias e queixas somáticas (BECK, RUSH, SHAW & EMERY, 1997).
A TCC transforma as cresças disfuncionais dos indivíduos obesos a respeito
da alimentação e dietas através da reestruturação cognitiva, substituindo-as por
crenças mais funcionais (BECK, 2013). Com o favorecimento através da TCC de
mudanças no estilo de vida em relação aos hábitos alimentares e atividade física, a
TCC é o tratamento baseado de escolha para a obesidade segundo Deluchi et al.
(2013). Sendo assim a TCC tem sido recomendada no tratamento da obesidade.
11
Assim, esse trabalho objetiva verificar como a TCC pode ser utilizada no tratamento
da obesidade.
12
2 OBJETIVO
Esse trabalho teve como objetivo reunir e analisar artigos científicos em
Bases de dados que discutem a obesidade com foco de tratamento na Terapia
cognitiva comportamental.
Objetivo específico
- Investigar, por meio da revisão bibliográfica, a eficácia da terapia cognitiva
comportamental no tratamento da obesidade.
- Apontar os sintomas clínicos e psicológicos que são mais decorrentes no
individuo obeso.
13
3 METODOLOGIA
O trabalho será composto por pesquisa bibliográfica, realizada nas bases de
dados Scielo, pepsic, bvs, google acadêmico, também de literatura de referência
sobre o assunto. Sendo pesquisada a combinação das seguintes expressões:
Terapia Cognitiva, Obesidade, Emagrecimento e Tratamento da Obesidade.
Critérios de inclusão: todos os textos, livros, artigos nacionais, na língua
portuguesa, que tragam em seu conteúdo aspectos relacionados ao tema obesidade
e TCC.
Critério de exclusão: todos os textos, livros, artigos, que não estivessem
relacionados ao tema, fossem escritos em língua diferente do português, além dos
livros e artigos que não são reconhecidos cientificamente.
14
4 RESULTADOS
4.1 Obesidade
Considerada uma doença crônica de progressão gradual, a obesidade
promove diversos problemas orgânicos e psíquicos no individuo que a possui e, com
ela, podem ser desencadeadas diversas comorbidades, reduzindo a expectativa de
vida dos seus portadores. O excesso do tecido adiposo caracteriza a doença,
ocasionando riscos para a saúde decorrente as alterações metabólicas, portanto o
tratamento se faz necessário. Ocorre quando a energia consumida é maior que seu
gasto. A fisiopatologia da obesidade é desconhecida, supõe que os motivos que
levam a obesidade são: comer em excesso, redução na queima de calorias,
facilidade na produção de gordura e redução na oxidação das gorduras. Estudos
apontam que fatores biológicos e psicológicos podem ocasionar vulnerabilidade à
obesidade, como: menopausa, gestação e menarca, situações de luto, violência,
conflitos nas relações e utilização de alguns medicamentos e álcool (XIMENES,
2009). Doença complexa, não transmissível, de causas multifatoriais, tais como
fatores comportamentais, psicológicos, fisiológicos, nutricionais, ambientais e sociais
agregados à interação com uma possível predisposição (SANTOS, 2003).
De acordo com Halpern (1999) indivíduos obesos surgiram desde a época
paleolítica, há mais de 25.000 anos atrás. Porém não era considerada uma epidemia
como na atualidade. O número de obesos cresce no mundo todo, sua prevalência
está presente nos países desenvolvidos e nos emergentes. Conforme Ximenes
(2009), no Brasil a taxa de sobrepeso superou a de desnutrição, portanto trata-se
um problema de saúde pública. É imprescindível um trabalho governamental e social
com foco na sua prevenção e tratamento para combatê-la (REIS, 2010). De acordo
com a Agência Brasil (2018), 18,9 % dos brasileiros são obesos e 54% tem
sobrepesos. A obesidade está presente em todas as classes sociais que tenham
acesso à comida.
Os novos hábitos trazidos com o surgimento da industrialização alimentícia, a
propaganda de alimentos calóricos, estilo de vida sedentário e a facilidade para
15
adquirir alimentos a qualquer momento, podem ser considerados os responsáveis
pela propagação da doença (XIMENES, 2009).
Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005) afirmam que aspectos sociais contribuem
significativamente para a compreensão da dinâmica da obesidade. O padrão de
beleza estético atual é a magreza, corpos esculturais, sendo assim, os que não
correspondem aos padrões são rejeitados e sofrem preconceitos.
Consequentemente há um incentivo pela busca do corpo “perfeito”, busca-se muitas
vezes o corpo imposto através de qualquer custo, acarretando na pessoa um conflito
entre corpo e mente. Sabe-se que picos de emoções desagradáveis nos obesos,
provoca o descontrole alimentar, ou seja, significa que para aliviar os sintomas
desagradáveis recorre-se a ao excesso de alimento, que é reconhecido por estes
como sua maior fonte de prazer. Já as relações sociais em decorrência do
preconceito, discriminação sofrido na maioria das vezes, se tornam aversivas,
provocando o empobrecimento da mesma e o isolamento. O obeso é visto pela
maior parcela da sociedade como responsável pela sua doença, o qual não tem
controle sob si mesmo (REIS, 2010).
Sobre classificação dos indivíduos como obesos ou com sobrepeso, se utiliza
o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que divide o peso em quilogramas pelo
quadrado da altura em metros (kg/ m²). Um IMC igual ou maior que 25 kg/m²
configura sobrepeso, enquanto um IMC igual ou superior a 30 kg/m² indica
obesidade. Segundo Ximenes (2009), o IMC é utilizado para avaliar o risco de
morbimortalidade em decorrência da obesidade. A tabela abaixo demonstra os
valores do IMC e suas classificações.
Tabela 1 – Índice de Massa Corporal
IMC CLASSIFICAÇÃO
20 a 24,9 Normal
25 a 29,9 Sobrepeso
30 a 34,9 Obesidade – Grau I
35 a 39,9 Obesidade – Grau Il
≥ 40 Obesidade – Grau Ill
Fonte: Ximenes (2009) – adaptado
16
Os riscos de morbidade e mortalidade são maiores conforme o aumento de
peso e podem ser precursores para demais doenças. A tabela a seguir ilustra alguns
exemplos das possíveis comorbidades:
Tabela 2: Comorbidades da Obesidade
Patologias / Condições Clínicas
Apneia do sono
Acidente vascular cerebral ou Derrame cerebral
Fertilidade reduzida em homens e mulheres
Hipertensão arterial ou “pressão alta”
Diabetes melito
Dislipidemias
Doenças cardiovasculares
Cálculo biliar
Aterosclerose
Vários tipos de câncer, ex: o de mama, útero,
próstata e intestino
Doenças pulmonares
Problemas ortopédicos
Gota
Fonte: Recine e Radaelli (2002) – adaptado
Conforme Recine e Radaelli (2002) os danos trazidos para o individuo obeso
são inúmeros, abrange desde distúrbios não fatais, porém prejudiciais à qualidade
de vida, podendo levá-lo a morte precoce.
De acordo com Reis (2010) para o tratamento da obesidade existem diversas
intervenções, é de suma importância que sejam aplicadas adequadamente de
acordo com cada paciente, é diferenciada de acordo a gravidade da doença. Recine
e Radelli (2002) apontam que algumas recomendações são aplicadas para a maioria
dos pacientes tais como: reeducação alimentar, atividade física, a colaboração da
família nos novos hábitos alimentares. Em alguns casos mais graves é indicado uso
da farmacoterapia e/ou a cirurgia bariátrica. De modo geral o tratamento da
obesidade implica nas mudanças dos hábitos alimentares, comportamentais e estilo
17
de vida. Segundo Ximenes (2009) ao ser observado baixa autoestima e sintomas
depressivos associados à obesidade, é sugerido o acompanhamento psicológico
como parte do plano de tratamento.
Tratar o obeso é auxiliá-lo a alcançar um peso saudável, que corresponde ao
adequado para que ele possa realizar as atividades (internas e externas) do
organismo, reduzindo ou anulando as complicações associadas ao excesso de peso
(RECINE; RADAELLI, 2002). Outros objetivos mensuráveis atrelados à perda de
peso são importantes, como: modificação da aparência física, autoconfiança e
respeito e melhora na saúde consequentemente mais disposição física (REIS,2010).
Estudos mostram que muitos médicos, e até mesmo outros profissionais de saúde como nutricionistas, consideram a obesidade um problema comportamental e vêm os obesos como pessoas preguiçosas, estranhas e malparecidas levando a uma atitude negativa e discriminatória para com o doente. O controle de peso é difícil por isso a crítica deve ser evitada (REIS, 2010, p. 14).
Quanto aos aspectos psicológicos, defende-se que desde a infância é feita a
correlação dos eventos frustrantes com a comida, em situações em que a mãe ou
responsável pela criança oferece alimento a cada manifestação de insatisfação e
desconforto apresentado (XIMENES, 2009). O consumo exagerado de alimentos por
obesos pode estar associado ao desejo de suprir lacunas emocionais que podem ter
sido originadas por diversos fatores, como problemas familiares, no trabalho, sociais
e emocionais (OLIVEIRA e FONSECA, 2006). Ximenses (2009) defende que a
hipótese pode ser analisada ao observar a ocorrência do surgimento da obesidade
com os momentos de crises e/ou conflitos. O paciente busca, muitas vezes, o alívio
do desconforto emocional na comida. Para Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005) a
maioria dos das pessoas obesas resolvem e/ou compensam seus problemas que
possivelmente desconhecem, através do excesso de ingestão de alimentos.
Segundo Vasques (2004), os problemas emocionais podem ser advindos ou
não da obesidade, em alguns casos eles aparecem antes do inicio da doença. O
paciente exibe um padrão emocional e psicológico retro alimentador da condição
obeso. Conforme Ximenes (2009) como estratégias para lidar com os problemas, os
obesos ficam reclusos a ter que enfrentar a realidade e, geralmente, recorrem a
comida para suprir as carências das outras esferas da vida. Esta dinâmica favorece
a depressão, que consequentemente retroalimenta o ciclo entre comida e
depressão. De acordo com os autores Recine e Radaelli (2002) dentre as
psicopatologias, as mais frequentes nos pacientes são a depressão e ansiedade.
18
Os estudos de Lima e Oliveira (2016) apontam que a manutenção da
condição obesa, envolvem diversas variáveis psicológicas, trazendo ao individuo
sofrimento psíquico tais como: preocupação, culpa, raiva, ansiedade, estresse de
origem psicossociais, danos na autoestima e autoimagem. Com a baixa autoestima
são gerados prejuízos na vida sexual, devido a dificuldade em se sentir atraente
para o sexo, consequentemente evita a aproximação intima com outra pessoa. Além
do contato intimo, a vontade de sair para socializar, dançar e de viver são
consideravelmente reduzidas nos pacientes obesos que acabam se anulando
subjetivamente (RIBEIRO, 2008 apud LIMA e OLIVEIRA, 2016).
Rabelo e Leal (2007), através de estudos sobre a personalidade das mulheres
obesas, em especifico as portuguesas, mostrou que elas apresentam baixa
tolerância a frustração, sentimento de serem inadequadas, dominância nas relações
sociais, fome emocional e comportamento altruísta. Comparado com a população
normativa percebe-se diferenças consideráveis quanto à impulsividade, ideias,
valores, assertividade, fantasia, sentimentos, deliberação e competência.
Lima e Oliveira (2016) afirmam que por não conseguirem corresponder aos
padrões de beleza exigidos pela sociedade, as pessoas obesas se sentem
inferiores, desanimadas e frustradas.
4.2. Terapia Cognitiva Comportamental
Conforme Beck (2013) a Terapia Cognitiva é uma teoria breve a curto prazo :
foca os problemas e é finalizada quando eles terminam. Inicialmente foca na
redução de sintoma. Abordagem estruturada, as sessões são seguem um através de
um plano. É diretiva: orientada em problema e direcionada a um foco. Trabalha com
presente, se aconteceu no passado, observa como isto afeta o presente. Tem prazo
limitado, encerra-se quando os problemas forem resolvidos e as metas alcançadas.
Acredita que a medida que trabalha a causa, reduz o sintoma. Trata uma
diversidade de sintomas psiquiátricos. É baseada na racionalidade teórica
subjacente: afeto, comportamentos determinados pela percepção. O sentimento não
é resultado do acontecimento, mas sim da interpretação que a pessoa teve do
acontecimento A base da teoria defende que humor e comportamento são derivados
do nosso pensamento. Conforme Rangé (2011), os princípios da terapia cognitiva
fundada por Beck, parte da ideia de que não são os eventos que influenciam na
19
maneira que o individuo se sente e se comporta, mas sim a interpretação que ele faz
a respeito. Nota-se que um mesmo evento provoca reações diversas em pessoas
diferentes e, até mesmo, pode-se obter reações diferenciadas de uma situação por
uma única pessoa de acordo com o momento de sua vida. A teoria auxilia a pensar
e agir de forma mais realística /adaptativa ao contexto, consequentemente os
problemas e sintomas são reduzidos. Educativa, ensina o paciente a ser seu próprio
terapeuta, prevenir recaída, não ficando dependente do terapeuta. Explica distorção
e todo o método utilizado, sobre o transtorno e os processos cognitivos (BECK,
2013).
Segundo Duchesne e Almeida (2002), a Terapia Cognitiva Comportamental
(TCC) corresponde a uma intervenção objetiva e voltada para metas, com foco nos
elementos cognitivos, emocionais e comportamentais no tratamento dos transtornos
psiquiátricos.
O sofrimento psicológico altera a percepção realista do individuo em relação a
si mesmo, do mundo, das pessoas e sobre o futuro, ocorrem distorções em seu
pensamento podendo trazer com uma visão mais negativa nas suas interpretações.
As crenças intermediárias e centrais são consideradas as responsáveis pelos
pensamentos disfuncionais do individuo (RANGÉ, 2011).
A TCC entende que as crenças que estão presentes no indivíduo são as
responsáveis por que cada pessoa tenha pensamentos característicos,
consequentemente, respostas emocionais e comportamentais também
características para a mesma situação. As crenças centrais surgem na infância dos
indivíduos por meio das experiências vividas. São formas de cognição mais
profundas que o indivíduo pode ter, por serem vistas como verdades absolutas e
generalistas, suas modificações tornam-se muito difíceis (BECK, 2013).
Knapp (2004) afirma que existem três tipos de crenças disfuncionais, são
elas: crença de desamparo corresponde a ser impotente, frágil, vulnerável, carente,
desamparado, necessitado; crença de desamor, sobre ser indesejável incapaz de
ser gostado, incapaz de ser amado, sem atrativos, imperfeito, rejeitado,
abandonado, sozinho e crença de desvalor que significa ser incapaz, incompetente,
inadequado, ineficiente, falho, defeituoso, enganador, fracassado, sem valor.
O trabalho com a TCC é iniciado através da identificação dos pensamentos
disfuncionais pelo indivíduo com o apoio do psicólogo cognitivo-comportamental.
Consequentemente é realizado o trabalho para a correção de tais pensamentos,
20
questionando-os e trazendo pensamentos mais adaptativos. A técnica da
psicoeducação e registro de pensamentos disfuncionais são utilizados para ensinar
o paciente a identificar suas crenças, observando o que está distorcido da realidade
e propiciando o adoecimento, facilitando o processo de prevenção de recaída e
modificação dos pensamentos e comportamentos.
A tabela a seguir descreve a constituição da composição e principais técnicas
da Terapia Cognitiva Comportamental.
Tabela 3: Técnicas da Terapia Cognitiva Comportamental
Principais Técnicas
Registro de pensamentos disfuncionais (RPD): método para identificar
os pensamentos automáticos.
Identificação de pensamentos e emoções disfuncionais: O paciente
monitora e identifica os pensamentos e emoções negativas que lhe
ocorrem espontaneamente e lhe aparecem plausíveis.
Exame das evidências: Uma forma efetiva de modificação dos
Pensamentos Automáticos, ensina o paciente a pesar as evidências
disponíveis pró e contra seu pensamento e a buscar interpretações
alternativas, adaptativas, racionais e mais adequadas às evidências.
Análise de custo-benefício (vantagens e desvantagens): Pelo balanço
das vantagens e desvantagens, os pacientes podem revisar seus
pensamentos e comportamentos e atingir uma abordagem mais
balanceada para lidar com seus problemas.
Educação sobre o transtorno: A psicoeducação deve ocorrer com
qualquer aspecto importante na vida do paciente, cuja informações
insuficientes ou distorcidas devem ser corrigidas. Folhetos explicativos
e artigos de revistas, e mesmo páginas da internet com informações
científicas sérias, podem ser utilizados.
Imaginário: Para muitos pacientes, imaginar-se, em um futuro próximo,
livres de seus distúrbios pode ajudar no exame e na modificação de
pensamentos atuais e no planejamento da solução de problemas e de
planos de enfrentamento.
Seta descendente: Quando identificado o pensamento automático com
forte carga emocional, o processo de desvendar camadas de cognições
mais fundas para chegar nas crenças.
21
Cartões-lembrete: Sugere-se escrever em um cartão a idéia principal
que norteia a mudança de pressupostos e regras que o paciente busca
promover.
Solução de problemas: A dupla terapêutica está sempre engajada na
resolução dos problemas do paciente, desde a elaboração inicial de
uma lista de problemas, cujas soluções serão as metas do tratamento.
Questionamento Socrático: Por meio de simples questionamentos –
perguntas com as respostas abertas, como era o método de ensino do
filósofo Sócrates, o terapeuta vai orientando o paciente de forma que
ele entenda seu problema, explore possíveis soluções e desenvolva um
plano para lidar com as dificuldades.
Fonte: Knapp (2004) – adaptado
4.3 Terapia Cognitiva Comportamental no Tratamento da Obesidade
Pode-se mencionar que a TCC consegue pressupor que o sistema de crenças
dos indivíduos exerce importante papel nos desenvolvimentos dos seus sentimentos
e dos comportamentos. Os obesos costumam apresentar algumas crenças que são
disfuncionais e distorcidas sobre si e seu peso, corpo, alimentação e valores
pessoais significativos para realizar as manutenções da doença. É válido mencionar
que uma das crenças distorcidas frequente apresentada pelos pacientes obesos é
equacionar valores pessoais aos pesos e formatos corporais, acabando por ignorar
ou não valorizar os parâmetros existentes. Para estes pacientes, a magreza está
associada às competências, superioridades e sucessos, associando-se à
autoestima. Enxergam-se mal sucedidos e infelizes em decorrência da obesidade.
Conforme Barreto e Resende (2015), a avaliação psicológica corresponde à
primeira etapa do tratamento psicoterápico, com objetivo de investigar através de
questões diretas e indiretas, a existência de algum problema de ordem psicológica
no individuo. Importante conhecer em qual período da sua vida iniciou o ganho de
peso. Dentre os métodos de avaliação psicológica é possível utilizar: entrevistas
com o paciente, familiares e realizações de testes. É fundamental a existência de um
bom vínculo terapêutico para, assim, auxiliar o paciente a descobrir suas
potencialidades e fragilidades, desafiar suas crenças a respeito da vida e hábitos
alimentares resultando na melhoria da qualidade de vida. O psicólogo deve construir
intervenções que integrem as questões genéticas, sociais, clínicas, alimentares
22
psicológicas existentes na realidade do paciente. A cooperação entre o terapeuta e
paciente é importante para, unidos, identificarem e planejarem estratégias para
superação dos problemas. As metas e objetivos precisam ser definidos claramente
de acordo com as questões trazidas pelo paciente.
Conforme Duchesne (2001), a TCC para o tratamento do paciente obeso
oferece estratégias eficazes, como por exemplo, auxilia na identificação dos fatores
responsáveis que provocam a doença, utiliza a auto monitoração para reduzir a
exposição do individuo aos ambientes facilitadores para a alimentação inadequada,
aplica-se a técnica do controle de estímulos, planejamento de alternativas de
comportamento e estruturação de estratégias que facilitem a adesão ao programa
de atividades físicas. Para Vasquez (2004) proporcionar estratégias de manejo dos
sintomas para que o indivíduo obtenha um amplo repertório funcional para lidar com
as exigências da vida, é o principal desafio da terapia cognitiva comportamental.
Diversas técnicas da abordagem como: imagens orientadas, estímulo ao auto
reforço, solução de problemas, reestruturação cognitiva, definição de metas e
prevenção de recaída, compõem procedimentos inter-relacionados, de base
cognitiva, incorporados a outros programas comportamentais, auxiliam na
modificação das crenças. O registro dos pensamentos disfuncionais (RPD) técnica
que tem como objetivo ensinar os pacientes a identificarem alguns pensamentos
disfuncionais que podem conter alguma distorção, incentiva-se que seja feita os
exames das evidências que confirmam ou desmentem os pensamentos distorcidos,
assim o transformando em funcional. A análise e correção dos pensamentos
disfuncionais são os principais instrumentos utilizados no tratamento
psicoterapêutico com objetivo de promover a modificação cognitiva e
comportamental do individuo (ABREU, 2003 apud VASQUES 2004).
Os processos das análises de crenças são realizados colaborativamente,
onde os terapeutas ativos ajudam as pacientes a treinarem habilidades que são
necessárias e de forma progressiva, incentivam os pacientes a comportarem-se
como ele próprio.
A TCC no tratamento do emagrecimento auxilia na modificação dos
pensamentos, os comportamentos alimentares são alterados e costuma ocorrer
assim, a perda de peso (BECK, 2011). Porém, existe a dificuldade de se manter na
dieta saudável que pode ser associada aos conflitos dos objetivos, que são o prazer
de poder comer e o controle do peso.
23
É interessante mencionar que as pessoas que tem dificuldade para manter o
peso adequado costumam acreditar que não conseguem emagrecer pelo fato de
contarem com metabolismo mais lento. Segundo Beck (2011), a maioria destas
pessoas, não tem problema orgânico que pode evitar que os mesmos emagreçam,
porém, demonstram alguns padrões de pensamentos disfuncionais a esse respeito.
Quando estas pessoas aprendem a mudar como pensam sobre a alimentação,
costumam comer mais devagar, percebendo o que comem, apreciando a comida,
sem culpa, e conseguem persistir na dieta.
Principais técnicas e objetivo utilizados na TCC no Tratamento
Psicoterapêutico da Obesidade (BECK, 2013):
Auto monitoramento: A dupla terapêutica prescreve de forma clara o
comportamento, pensamento ou emoção que será monitorado, auxiliando a
identificar o que poderão trabalha em terapia.
Reestruturação Cognitiva: ensinar o pacientes a modificar, de forma ordenada,
pensamentos disfuncionais por pensamentos mais realistas e funcionais.
Registro dos pensamentos disfuncionais (RPD): método para identificar os
pensamentos automáticos, proporciona ao paciente a possibilidade de conhecer e
modificar os significados que atribuíram a eventos perturbadores, fornece estrutura
para o paciente buscar um pensamento adaptativo para alterar a resposta.
Lista de problemas e metas do tratamento: para que trabalhem colaborativamente
de forma efetiva, é necessário que terapeuta e paciente concordem em relação as
metas de tratamento. A lista de problemas deve ser a mais objetiva e clara
possível. Grandes problemas devem ser divididos em partes menores. Nos
objetivos, incluem listas cada um dos problemas que o paciente espera superar e
as mudanças positivas que quer fazer prosperar. Os problemas podem ser vistos
como desafios.
Controle de estímulos: paciente necessita entender os gatilhos que disparam o seu
comportamento indesejado. Logo então, desenvolvem estímulos mais objetivos ao
seu comportamento desejado.
Estímulo ao auto reforço: A dupla terapêutica prescreve atividades diárias que
tragam recompensas ao paciente.
24
Solução de problemas: ensina o paciente, maneiras apropriadas de lidar com
situações da vida real. Objetivo é dirigir e adequar métodos e estratégias
estudados na terapia, através de modelagem de habilidades, em sua vida.
Prevenção de recaída: trabalha explicitamente na preparação do paciente para
possíveis problemas.
Luz e Oliveira (2013) evidenciam que o tratamento com a TCC, em conjunto
com uma equipe multidisciplinar composta por educador físico e nutricionista, tem
relevância na contribuição para o processo de emagrecimento, os resultados desse
processo traz resultado positivo apontado através de testes realizados nos
indivíduos obesos desde a infância, adolescência e em adultos.
O tratamento para a obesidade na TCC prioriza o emagrecimento e a
manutenção do peso em longo prazo, portanto aborda as possíveis influências ao
abandono para continuar no controle do peso, ou seja, as funções das técnicas
terapêuticas são dificultar que o ciclo da obesidade continue. Em suma, busca-se o
a reestruturação cognitiva dos comportamentos alimentares disfuncionais.
Conforme Cooper et al. (2009) através do protocolo de tratamento da
obesidade desenvolvido por eles, espera-se a perda entre 10% a 15% do peso
inicial, acontecendo numa intensidade de 0,5Kg a 1Kg por semana, ainda que
existam diferenças de pessoa para pessoa. White e Freeman (2003) sugerem um
plano de tratamento com base na TCC que segue o mesmo objetivo referente à
porcentagem da perda de peso de em média de 10% do peso inicial, e destacam a
melhoria nos aspectos físicos e psicológicos mediante ao emagrecimento.
Em pesquisa realizada com pacientes com doença hepática gordurosa não
alcoólica, doença interligada ao sobrepeso e a obesidade, participaram de 13
sessões de TCC em grupo para alcançarem o aumento da atividade física e a
redução do peso, conquistaram resultados satisfatórios em parâmetros gerais e
específicos correspondente ao fígado. Os pacientes da pesquisa mantiveram em
média menos 5,6% do peso inicial, dados obtidos após dois anos de realização da
intervenção através de uma avaliação (MOSCATIELLO et al., 2011 apud LUZ;
OLIVEIRA, 2013). Outro estudo realizado com pacientes que se beneficiaram das
intervenções da TCC com foco no estilo de vida, conquistaram melhores resultados
comparados a pacientes que receberam apenas informativos através de folhetos e a
TCC mostrou-se tão eficaz na perda de peso e melhoria na auto eficiência quanto a
25
intervenções dietéticas individualizadas (ASH et al., 2006 apud LUZ; OLIVEIRA,
2013).
Um estudo realizado comparou dois grupos de adolescentes, um grupo de
controle que permanecia na lista de espera e outro prestes a receber dez sessões
de intervenção cognitivo-comportamental seguidas de dez contatos telefónicos
semanalmente. Entende-se que a psicoterapia resulta a uma diminuição de peso, de
IMC e da circunferência da cintura, a redução do consumo de refrigerantes pode ter
contribuído de forma significativa para o sucesso da intervenção, porém não houve
mudanças significativas referente a atividade física (TSIROS et al., 2008 apud
PIMENTA et al., 2009).
Brennan et al. (2008 apud PIMENTA et al., 2009) confirmam que treze
sessões individuais de entrevista motivacional e TCC, acompanhadas de nove
sessões de manutenção, contribuíram no progresso da composição corporal, na
saúde cardiovascular, nos hábitos alimentares e de exercício físico e na dinâmica
familiar e psicossocial de adolescentes com sobrepeso de peso e obesidade.
Neufeld et al.(2012) fez o relato de dez grupos totalizando 50 participantes do
sexo feminino e com faixa etária entre 16 a 40 anos, composto por 40% obesas e
38% sobrepeso. Os grupos tiveram duração de três meses, constituído de doze
encontros, sendo seis de intervenção psicológica. Foi notável a significativa
evolução nas dificuldades interpessoais, na adequação social, à autoconfiança, aos
aspectos ansigenos, melhora no sentimento de bem estar das participantes e a
redução da compulsão alimentar e do peso.
26
5 DISCUSSÃO
O estudo realizado aponta a relevância para um olhar cuidadoso para a
epidemia da obesidade na sociedade contemporânea que além das questões
médicas em torno da doença, representa características culturais, sociais da
atualidade. O crescimento do número de obesos não é somente da responsabilidade
dos indivíduos, mas sim da atual valorização pela sociedade, dos alimentos
considerados saborosos, fáceis e rápidos de serem feitos ou encontrados. É
crescente o acesso a tais alimentos, portanto é visto que a população carece da
mesma facilidade de encontro dos alimentos saudáveis.
Com base no trabalho apresentado, acredita-se que as estratégias utilizadas
pela TCC no tratamento da obesidade, desenvolvendo manuais padronizados que
facilitam as pesquisas de eficácia. De acordo com Beck (2013), as intervenções da
TCC modificam suas crenças disfuncionais através da reestruturação cognitiva,
alterando por crenças funcionais. Lima e Oliveira (2016) afirmam que para as
intervenções serem consideradas eficazes, é fundamental que elas trabalhem nas
crenças dos pacientes, na sua autoimagem e sentimentos. A TCC auxilia a
identificação dos pensamentos auto sabotadores e orienta o paciente a reagir de
maneira mais funcional e adaptativa às suas demandas.
Os resultados mostram que a TCC considera a relação terapêutica
fundamental para a obtenção da melhora dos pacientes obesos. O terapeuta
mantém uma atitude empática em relação às dificuldades e necessidades da
paciente e apresenta a terapia como um trabalho em equipe, no qual ambos terão
uma participação ativa na detecção de causas das dificuldades e na seleção das
estratégias utilizadas no tratamento.
O tratamento da obesidade é realizado em equipe multidisciplinar, sendo
necessária a associação de psicólogos a outros profissionais, tais como:
nutricionistas, médicos clínicos e psiquiatras. O envolvimento da família no
tratamento pode ajudar a criar uma estrutura de colaboração, facilitando mudanças.
Um dos aspectos mais importantes refere-se ao fator emocional, a maioria
considera sua vida diariamente estressada e refere-se a sentimentos e/ou situações
tais como: ansiedade, angústia, preocupação, solidão, tensão/estresse, raiva e
27
tristeza como desencadeadores da vontade de comer. Estes dados sugerem a
participação de um componente significativo na aquisição e acumulação de peso, o
estado emocional. Os dados apontados sinalizam-se também concordantes com
achados da literatura, envolvendo a relação emoção e alimentação em pessoas
obesas. Sentimentos negativos podem fazer com que as pessoas comam sem estar
com fome. A ansiedade, a depressão, o tédio e a raiva como emoções que
desencadeiam um ciclo vicioso de tensão/comer/mais tensão/mais comer. A maioria
dos estudos acredita que os obesos tendem a ser mais emotivos que os magros e
são mais propensos a se voltar para a comida nas horas de tensão.
O aumento da obesidade está associado a uma diminuição do gasto
energético dos indivíduos, o que é resultado da urbanização e seu impacto sobre os
padrões de atividade física e alimentação, predomínio de ocupações que demandam
baixo gasto energético e diminuição da atividade física relacionada ao lazer.
A maioria das pessoas acredita que a perda de peso é uma questão de força
de vontade e consideram obesos fracos e desmotivados, visão esta reforçada pelas
revistas e produtos de dieta que prometem o emagrecimento fácil.
Estudo realizado por Lima e Oliveira (2016) com 10 pessoas de ambos os
sexos, pertencentes a um grupo aberto de acompanhamento para emagrecer, no
interior de Goiás, apresentou a baixa autoestima presente em 70% dos
entrevistados, ocasionada por preconceito familiar e excesso de peso; reconhecem
como ansiosos 80% dos participantes, proveniente de problemas pessoais e no
trabalho; o comer compulsivo mais a culpa pelo comportamento foram relatados por
50% dos participantes. Nota-se a relação entre os estressores psicossociais e a
doença da obesidade. No mesmo estudo em relação a saúde dos participantes, 02
(dois) possui triglicérides elevado, 03 (três) de diabetes mellitus, 01 (um) de
colesterol alterado, 05 (cinco) de hipertensão arterial e 03 (três) de depressão
previamente diagnosticada. Houve participantes que possuíam mais de uma das
doenças citadas e 30% não tinham de nenhuma doenças ou transtorno. Entende-se
que a obesidade pode provocar o adoecimento físico quanto psíquico, altera
negativamente a qualidade e expectativa de vida, aceitação social, resultando no
sofrimento e levando a pessoa à depressão.
Em resumo, observa-se que os pacientes obesos geralmente estão inseridos
em um contexto propício à acumulação de peso: padrão de comportamento
alimentar incorreto e desorganizado, falha no autocontrole desse comportamento,
28
influência do estresse e de sentimentos negativos e ausência de apoio social e
familiar na perda de peso e consequentemente na manutenção. Assim, comprova-se
que a obesidade é uma condição complexa, na qual estão envolvidos múltiplos
fatores e o tratamento é difícil, uma vez que requer mudanças comportamentais e de
hábitos pelo resto da vida. Deluchi et al. (2013) apontam o favorecimento da TCC na
implantação de novos hábitos alimentares e saudáveis, conquistando a estabilização
na ingestão dos alimentos.
Ressalta-se a necessidade de implantação de programas governamentais
que atinjam as a sociedade para o tratamento desta doença. Campanhas para a
conscientização dos benefícios e importância de praticar hábitos alimentares
saudáveis, campanhas na mídia e oferecimento de tratamento e prevenção em
hospitais e postos de saúde.
Nota-se que a TCC é eficaz no tratamento da obesidade, porém dados
apresentados nesse trabalho são ainda iniciais, pois a amostra ainda é reduzida,
merecendo assim mais estudos, em busca de conclusões acerca da dificuldade em
perder e manter o peso e a importância do apoio social.
Diante da reestruturação cognitiva é possível alcançar maior adesão ao
tratamento e pensamentos funcionais e reais quanto ao plano de tratamento e
controle de peso. Através das técnicas utilizadas no processo psicoterapêutico sob a
abordagem TCC para pacientes obesos, aprendem-se estratégias de como lidar em
situações vulneráveis e a dominar-se não só a sua alimentação e o seu peso, mas
controlará melhor a sua vida também. A prioridade no tratamento psicoterapêutico é
o emagrecimento e sua manutenção, desenvolvimento de novos hábitos alimentares
e comportamentais e respostas cognitivas que promovam a regulação do peso com
eficácia.
Os prejuízos decorrentes da obesidade vista como doença crônica poderá ser
reduzida mediante ao recebimento de orientações e tratamentos adequados. A
eficácia no tratamento da obesidade é comprovada por pesquisas, a TCC é
reconhecida como meio estratégico fidedigno (DUCHESNE, 2001).
29
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se a necessidade de se pensar sobre o tratamento do individuo
obeso, devido suas causas surgirem por meio de diversas possibilidades, a
subjetividade dos pacientes candidatos ao emagrecimento, devem ser consideradas
tanto como maneira de diagnosticar, intervir e cuidar do paciente.
Com a revisão da literatura cientifica realizada percebe-se que a maioria dos
estudos encontrados sobre o tema indica a TCC como tratamento efetivo para a
obesidade. Sua eficácia se deve ao fato de proporcionar ao paciente estratégias de
manejo dos fatores estressores em sua vida, ensinamento na identificação e
correção dos padrões alimentares e hábitos disfuncionais e a utilização de um plano
de prevenção a recaída, com objetivo de manter os resultados obtidos durante o
processo.
Diante da reestruturação cognitiva, comportamentais disfuncionais e afetivas
advindos da TCC para o tratamento da obesidade, entende-se que ela é uma
ferramenta admirável para promover o emagrecimento, relações sociais saudáveis e
aumento da autoestima, ou seja, melhora da qualidade de vida do sujeito.
Conclui-se por meio das referencias bibliográficas pesquisadas, que as
intervenções da TCC têm contribuído com êxito no tratamento da obesidade com
resultados na redução de peso e da obesidade.
30
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34
ANEXO
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Denise Perondini dos Santos, afirmo que o presente trabalho e suas
devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da
responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “Colaborações da Terapia Cognitiva Comportamental no Tratamento da
Obesidade – Uma Revisão Bibliográfica”, isentando, mediante o presente termo, o
Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador
e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à
"Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as
responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a
confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
______________________________
DENISE PERONDINI DOS SANTOS