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HipólitoEurípedes
Eurípedes: bibliografia do autor Eurípedes foi um importante poeta da
Grécia Antiga, nasceu em 485 a.C. na ilha grega de Salamina e morreu em 406 a.C. na cidade de Pela (Macedônia).
Ao lado de Sófocles e Ésquilo, Eurípedes é considerado um dos grandes poetas trágicos gregos. De acordo com estudiosos do período, estima-se que escreveu cerca de 95 peças trágicas. Porém, somente 18 chegou até nossa época.
Em suas peças, Eurípedes abordou questões psicológicas, mitos e a tragédia dos vencidos.
Hipólito: resumo da obra A obra inicia com a fala da deusa Afrodite, que
afirma ter criado um plano para acabar com o herói devido este, devoto da deusa Ártemis, permanecer culto e renegar à deusa do amor;
Ela então faz com que sua madrasta Fedra apaixone-se por ele, esta sofria em silencio até que sua criada a pede para contar-lhe o mal pelo qual definhava;
A criada, ao descobrir o segredo, vai à Hipólito para contar-lhe, este fica indignado pela proposta que a ama faz e repudia as mulheres, e por ter jurado diz que não contara nada ao seu pai, Teseu que estava viajando;
Hipólito, furioso, vai para a floresta prometendo voltar somente quando seu pai retornar;
Sem saber o que fazer a rainha expulsa a sua ama, uma vez que esta fez isso quanto a sua vontade e resolve, de vez, da um fim na sua própria vida;
Quando Teseu retorna ao castelo encontra uma multidão que anuncia a morte de sua esposa, que enforcara-se, este fica desconsolado e muito triste, chora a morte de sua esposa, quando percebe que ela deixou um bilhete peso á mão;
Tal bilhete dizia que Hipólito havia sujado a casa de Teseu, violando pela força Fedra;
O rei na ira laça uma praga ao filho, ao lhe pedirem que retire a praga, ele a modifica;
Quando Hipólito chega e vê a madrasta morta, lamenta sua morte e seu pai o repudia para longe do Atenas, ele avisa seu pai que ele estava cometendo um erro a o julgar culpado, uma vez que Hipólito era o homem mais virtuoso da terra, mas Teseu estava irado e não volta atrás;
Hipólito então vai embora e acaba morrendo por obra de Possidão, a quem Teseu havia feito o pedido; o corpo de Hipólito é levado de volta ao pai
A deusa Ártemis revela à Teseu da inocência de Hipólito à calunia de Fedra, sendo que esta é quem estava apaixonada pelo enteado;
Teseu se da então conta do erro que comente e lamenta sua desventura e sua solidão.
Características do gênero trágico A tragédia tem a sua origem no mesmo contexto em
que surgiu o teatro. Quando os rituais primitivos era o elo entre os homens e seus deuses. Possuía um caráter nobre dentro das comemorações ao deus da fertilidade.
Tragédia não encoraja as paixões mais na verdade, livra delas o espectador. Ela consegue perceber como as emoções perturbadoras se encaixam em um mundo harmonioso com doses de piedade e terror.
O filósofo Aristóteles em sua “Arte Poética” organizou a tragédia em seis elementos: enredo, caráter, pensamento, elocução, espetáculo e melopéia (música).
1.Caráter Elevado H.[...]Ó Zeus, por que alojaste em meio aos homens sob
a luz deste sol, o mulherio, esse flagelo desleal? Por quê? Para multiplicar a espécie humana, era escusado usares desse meio; bastava que levássemos aos templos um pagamento em ouro, ferro ou bronze, para comprar a prole, cada qual segundo a avaliação de sua oferta, sem mulheres em nossa moradia. Que a mulher é um flagelo desmedido posso provar; o pai que a gera e cria estabelece um dote a quem a leve, a quem o livre de tamanha praga.[...]
H.[...]Para purificar-me dessa mancha, vou lavar meus ouvidos n’água viva. Eu que só de escutar propostas, me considero impuro.[...]
H.[...]Que morrais ambas! Eu jamais me farto de odiar as mulheres.[...]
H.[...]Enxergas esta luz? Vês esta terra? Nelas não há, por mais que negues, homem mais virtuoso que eu.[...]
Características da obra
2.Hybris T.[...] Hipólito atreveu-se a violar pela
força meu tálamo nupcial, sem respeito ao supremo olhar de Zeus.[...]
T. [...] Vou desterrá-lo para que o fira um de dois destinos: ou Posidão, cumprimento o meu desejo, morto o enviará para a mansão do Hades.[...]
3.Hamartia Erro trágico
T.[...]Expulso daqui, hás de, no exílio, errante, consumir a vida em dores. Assim é que paga um sacrilégio.
T.[...] Parte quanto antes! Sai da terra pátria!
4.Sofrimento ConscienteHipólito
H.[...]Ó Zeus, possa eu morrer se sou ruim e, eu morto ou contemplando a luz, meu pai se dê conta de quanto assim me ultraja.[...]
5.Sofrimento ConscienteTeseu
Voz:[...] Venho tornar claras a inocência da alma de teu filho.[...] Ele, por ser honesto, repeliu as propostas da ama e, por piedoso, não traiu o segredo que jurara, mesmo quando o trataste ignobilmente.[...]
T. Que desventura a minha! T. Senhora, que eu pereça!
Catarse A obra trágica é tida como “ a imitação de
uma ação nobre e completa[...] apresentada de forma dramática e não narrativa, provocando, por meio de incidentes que inspiram terror e piedade, a catarse dessas emoções”
Tal catarse é fundamental para uma obra ser considerada trágica, e esta dar-se no momento em que o pai de Hipólito da conta do erro que cometeu e percebe sua solidão, aqui o leitor pode então sentir a catarse ou a purificação, uma vez que vê o erro de Teseu, que não deve ser repetido.