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Juliana Gastaldello Rando Chamaecrista Moench seções Apoucouita, Chamaecrista e Xerocalyx (Leguminosae - “Caesalpinioideae”) na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, para a obtenção de Título de Mestre em Ciências, na Área de Botânica. Orientador: Prof. Dr. José Rubens Pirani São Paulo 2009

Chamaecrista Moench seções Apoucouita, Chamaecrista e ... · principalmente, Fabián Michelangeli, Benjamin Torke, Jacquelin Kallunki, Robbin Moran e Douglas Daly e aos estudantes

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Juliana Gastaldello Rando

Chamaecrista Moench seções Apoucouita, Chamaecrista e

Xerocalyx (Leguminosae - “Caesalpinioideae”) na Serra do Cipó,

Minas Gerais, Brasil

Dissertação apresentada ao Instituto de

Biociências da Universidade de São Paulo, para a

obtenção de Título de Mestre em Ciências, na

Área de Botânica.

Orientador: Prof. Dr. José Rubens Pirani

São Paulo 2009

2

Comissão Julgadora

_____________________________ ____________________________

Prof.(a) Dr. (a) Prof.(a) Dr. (a)

____________________________

Prof. Dr. José Rubens Pirani

Orientador

Rando, Juliana Gastaldello

Chamaecrista seções Apoucouita, Chamaecrista e

Xerocalyx na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil.

107 páginas

Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biociências da

Universidade de São Paulo. Departamento de Botânica.

1. Flora da Serra do Cipó, 2. Caesalpinioideae, 3.

Chamaecrista. Universidade de São Paulo. Instituto de

Biociências. Departamento de Botânica.

3

Aos meus pais,

Renata exemplo de integridade e luta e

Walter o mais puro exemplo do amor!

4

5

O senhor...Mire veja: o mais importante e bonito, do

mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais,

ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre

mudando. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.

Isso que me alegra, montão.

João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas

6

7

AGRADECIMENTOS

A realização desta dissertação tem um grande significado na minha vida, profissional e pessoal, e não teria um

início e muito menos um fim se não houvesse a participação de muitas pessoas que direta ou indiretamente fazem

parte deste presente trabalho.

Primeiramente gostaria de agradecer ao governo brasileiro, mais especificadamente ao estado de São Paulo,

pelos recursos que garantem a qualidade das estruturas da Universidade de São Paulo, neste caso o Instituto de

Biociências, e que permite que ainda tenhamos, num país de tantas desigualdades, educação e pesquisa de

qualidade. Considero este o único caminho para o desenvolvimento do nosso país.

Eu gostaria de agradecer à FAPESP (Fundação de amparo à pesquisa do estado de São Paulo), pela bolsa

concedida durante a realização de todo trabalho, à Myndel Botanica Foundation (Instituto de Botánica Darwinion,

Buenos Aires, Argentina) por uma beca cedida à uma das viagens de coleta e ao New York Botanical Garden (Nova

Iorque, Estados Unidos) pelo prêmio Rupert Barneby Award 2009, que me proporcional uma importante

experiência fora do Brasil.

Gostaria de dizer um especial obrigado ao orientador do presente trabalho, Prof. José Rubens Pirani, sempre

tão atencioso e o mais importante de tudo, me entusiasmando. As suas críticas e elogios me dão muita gana de

trabalho e me deixam a cada dia mais encantada com a botânica.

Ao Prof. Vinicius Castro Souza por ter me introduzido na botânica, me dado tantas oportunidades de aprendê-

la e por ter me recebido no laboratório de taxonomia da ESALQ - USP em parte deste trabalho.

Ao Prof. Luciano Paganucci de Queiroz, pelas dicas, bibliografias e pela confiança cedida à um futuro trabalho

tão logo presente.

Agradeço ao Ibama pelas licenças de coletas cedidas, ao Eng. Agr. Celso do Lago, pela companhia e atenção em

uma das coletas no Parque Nacional da Serra do Cipó.

Agradeço a atenção e/ou acolhimento a todos os curadores dos herbários, dos quais necessitei de

empréstimos ou que visitei pessoalmente.

Ao laboratório de anatomia do IB-USP, por ter cedido espaço e materiais para a realização de uma parte

deste trabalho, agradeço também às técnicas Gisele e Taciana.

Agradeço aos pesquisadores do New York Botanical Garden que me receberam tão carinhosamente,

principalmente, Fabián Michelangeli, Benjamin Torke, Jacquelin Kallunki, Robbin Moran e Douglas Daly e aos

estudantes e funcionários da instituição, principalmente aos meus queridos, Marcela Thadeo, Alejandra Vasco,

Michael Sundue e ao James Lendemer, especialmente ao Nestor, por lindas imagens em alta resolução de todas Ch.

sect. Ch. ser. Coriaceae do NY e dos tipos também. Agradeço também ao meu querido amigo Brian Hawthorne,

pelos helps and smiles.

Agradeço aos meus companheiros de trabalho na ESALQ em Piracicaba, Marcelo Pinho Ferreira, Flávio M.

Alves, Gerson Romão, Juliana Galvão, Viviane Scalon, principalmente à Fiorella F. Mazine pelos estímulos e auxílios

e a Ana Paula Savassi-Coutinho (Paulinha), pelas ricas conversas e pelo carinho. Aos técnicos Sr. Vitor e Ony, muito

prestativos e eficientes. Um muito e eterno obrigado a todos vocês do laboratório de sistemática, valeu as risadas,

os cafés, o companheirismo, a amizade, principalmente nos momentos difíceis, todos vocês são muitos especiais

para mim!

8

Muito obrigada aos meus novos companheiros do departamento de botânica do IB-USP, Alice Cavalcante,

Benoit Loeuille, Euder G. Martins, Fernanda Calió, Herbert S. de Freitas, Jennifer Lopes, Juliana Lovo, Juliana de

Paula Souza, Leandro Assis, Lívia Andrade, Marcelo Devecchi, Matheus, Maura Pena, Marcelo Trovó, Mariana

Wagner, Maurício Watanabe, Suzana Alcantara, especialmente ao Anselmo Nogueira, pelos momentos de estudo, à

Ana Farinaccio pela acolhida, amizade e sugestões no trabalho, ao Leonardo Borges (Caqui), pelas nossas viagens de

coleta e pelos pitacos sempre bem-vindos, Gu Shimizu (UNICAMP) também pela agradável companhia na Serra do

Cipó e por algumas lindas fotos, Ju El Ottra, Rafael e Cíntia Luiza da Silva, pelos auxílios e sugestões finais com as

imagens e ilustrações. Um muito obrigado especial ao Abel e à Fabiana que tornam esse laboratório tão organizado

e eficiente. Todos vocês foram muito receptivos e companheiros, encontrei neste laboratório, além de estrutura e

um ambiente agradável, bons amigos.

Muito grata às famílias Manzano e Pimentel por inúmeras coisas e momentos, principalmente ao meu querido e

amigo Marcos M. Pimentel (Ardido).

Finalmente, muito obrigada aos meus queridos pais, pois sem o amor, carinho, dedicação e principalmente a

confiança, jamais teria chegado aqui...vocês são as pessoas mais importantes da minha vida e o que mais quero é

poder retribuir!!

All you need is Love, Love

Love is all you need

9

Índice Introdução Geral.................................................................................................................................................................. 12

Resumo .................................................................................................................................................................................... 13

1. Leguminosae................................................................................................................................................................... 15

2. “Caesalpinioideae” ....................................................................................................................................................... 17

3. Projeto Flora da Serra do Cipó e ocorrência do grupo estudado................................................................. 17

3. Objetivos....................................................................................................................................................................... 18

4. Materiais e Métodos.................................................................................................................................................. 19

Referências........................................................................................................................................................................ 21

CAPÍTULO 1.Chamaecrista seções Apoucouita, Chamaecrista e Xerocalyx na Serra do Cipó, Minas

Gerais.......................................................................................................................................................................................26

Chamaecrista Moench.....................................................................................................................................................29

Chave para as espécies das seções Apoucouita, Chamaecrista e Xerocalyx .................................................30

1. Chamaecrista anceps (Benth.) H.S. Irwin & Barneby. ......................................................................................32

2. Chamaecrista choriophylla (Vogel) H.S. Irwin & Barneby. ............................................................................33

2.1. Chamaecrista choriophylla var. latifolia (Benth.) H.S. Irwin & Barneby ............................................35

2.2. Chamaecrista choriophylla var. rossicorum H.S. Irwin & Barneby. .....................................................36

3. Chamaecrista cinerascens (Vogel) H.S. Irwin & Barneby...............................................................................36

4. Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip. ................................................................................................................38

4.1. Chamaecrista desvauxii var. circundata H.S.Irwin & Barneby. .............................................................39

4.2. Chamaecrista desvauxii var. langsdorfii (Kunth ex Vogel) H.S.Irwin & Barneby. ...........................40

4.3. Chamaecrista desvauxii var. latistipula (Benth.) G.P. Lewis ................................................................... 41

4.4. Chamaecrista desvauxii var. malacophylla (Vogel) H.S.Irwin & Barneby. .......................................... 41

4.5. Chamaecrista desvauxii var. molissima (Benth.) H.S.Irwin & Barneby ...............................................42

5. Chamaecrista ensiformis (Vell.) H.S. Irwin & Barneby var. ensiformis. ....................................................43

6. Chamaecrista flexuosa (L.) Greene var. flexuosa.............................................................................................45

7. Chamaecrista lagotois H.S. Irwin & Barneby. ....................................................................................................47

8. Chamaecrista lineares var. graminae (H.S. Irwin & Barneby) A. Fernandes & E. Nunes ......................48

9. Chamaecrista nictitans subsp. patellaria var. ramosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby.............................49

10. Chamaecrista olesiphylla (Vogel) H.S. Irwin & Barneby................................................................................50

11. Chamaecrista papillata H.S. Irwin & Barneby................................................................................................... 51

12. Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S. Irwin & Barneby......................................................................................54

12.1 Chamaecrista ramosa var. erythrocalyx (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin & Barneby .........................56

12.2 Chamaecrista ramosa var. parvifoliola (H.S. Irwin) H.S. Irwin & Barneby.......................................56

13. Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene var. rotundifolia ........................................................................57

10

14. Chamaecrista sp. nova..............................................................................................................................................58

15. Chamaecrista venulosa (Benth.) H.S. Irwin & Barneby..................................................................................59

CAPÍTULO 2.Padrões de distribuição geográfica de Chamaecrista sect. Chamaecrista ser. Coriaceae

(Benth.) H.S. Irwin & Barneby (Leguminosae - “Caesalpinioideae”)......................................................................70

Introdução .........................................................................................................................................................................74

Materiais e métodos .......................................................................................................................................................75

Resultados e discussão...................................................................................................................................................76

Conclusão ............................................................................................................................................................................87

Referências........................................................................................................................................................................89

CAPÍTULO 3.Padrões fundamentais de venação foliar em Chamaecrista sect. Chamaecrista

(Leguminosae, “Caesalpinioideae”)...................................................................................................................................94

Introdução .........................................................................................................................................................................98

Materiais e Métodos.......................................................................................................................................................99

Resultados........................................................................................................................................................................ 101

Conclusão ..........................................................................................................................................................................105

Referências......................................................................................................................................................................106

Índice de figuras

Capítulo 1

Figura 1. Prancha de Ilustrações ...................................................................................................................................33

Figura 2. Prancha de Ilustrações....................................................................................................................................43

Figura 3. Prancha de Ilustrações....................................................................................................................................54

Figura 4. Prancha de Ilustrações....................................................................................................................................59

Prancha fotos A....................................................................................................................................................................63

Prancha fotos B ....................................................................................................................................................................65

Prancha fotos C ....................................................................................................................................................................67

Capítulo 2

Tabela 1. Espécies de Ch. seção Chamaecrista ser. Coriaceae, domínios fitogeográficos em que

aparecem, estados ou distritos ou províncias onde podem ser encontradas e o padrão de distribuição .76

Figura 1 e 2 (mapas) ............................................................................................................................................................78

Figura 3 e 4 (mapas)............................................................................................................................................................80

Figura 5, 6, 7 e 8 (mapas)..................................................................................................................................................83

Figura 9 e 10 (mapas)..........................................................................................................................................................85

11

Capítulo 3

Figura 1...................................................................................................................................................................................101

Figura 2.................................................................................................................................................................................102

Tabela 1. Classificação de Chamaecrista baseada em Irwin & Barneby (1982)..............................................106

Conclusões............................................................................................................................................................................107

12

13

Resumo

O presente trabalho tem como principal objetivo contribuir para o levantamento e projeto

da Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais, região localizada ao sul da Cadeia do Espinhaço, por

meio do estudo taxonômico das espécies de Chamaecrista seções Apoucouita, Chamaecrista e

Xerocalyx (Leguminosae-"Caesalpinioideae"), com ocorrência na área de estudo.

"Caesalpinioideae" (Leguminosae) é uma subfamília com cerca de 163 gêneros e 2.250

espécies, distribuídas principalmente na América do Sul, África Tropical e Sudoeste da Ásia.

Chamaecrista é o maior gênero de "Caesalpinioideae", com cerca de 330 espécies, dividido em

6 seções (Absus, Apoucouita, Caliciopsis, Chamaecrista, Grimaldia e Xerocalyx), todas

ocorrentes no Brasil. O levantamento das espécies foi realizado baseando-se em consultas

bibliográficas e aos principais herbários com coleções de materiais da Serra do Cipó e

atividades de campo. Na Serra do Cipó foram encontradas 15 espécies compreendendo as

seções, Apoucouita (1 sp.), Chamaecrista (11 spp.) e Xerocalyx (3 spp.). No capítulo 1, a

monografia, são apresentados chaves de identificação, descrições morfológicas, ilustrações,

dados sobre distribuição geográfica, habitat, fenologia e comentários dos táxons estudados

no formato da publicação. O capítulo 2 trata-se uma análise de padrões de distribuição

geográfica das espécies de Chamaecrista ser. Coriaceae, grupo que se destacou durante a

compilação de dados, por ser praticamente restrito à Cadeia do Espinhaço mineira. Durante a

execução do trabalho, a necessidade de esclarecer alguns problemas taxonômicos encontrados

levou à realização de uma análise mais detalhada da morfologia com ênfase na venação foliolar

apresentada aqui como Capítulo 3.

14

Abstract

The principal objective of this dissertation is to contribute to the survey and project

“Flora da Serra do Cipó”, which is being conducted in the southern Espinhaço Range. It was

made through a taxonomic study of the species of the genus Chamaecrista section

Apoucouita, Chamaecrista and Xerocalyx (Leguminosae-"Caesalpinioideae"), which are found in

that area. "Caesalpinioideae" (Leguminosae) is a subfamily with about 163 genera and 2250

species, distributed principally in South America, tropical Africa and southwest Asia.

Chamaecrista is one of biggest genera of “Caesalpinioideae”, with about 330 species, divided

in six section (Absus, Apoucouita, Caliciopsis, Chamaecrista, Grimaldia e Xerocalyx), all of

which occur in Brazil. The survey of the species was done through a consult of bibliographies;

herbaria with collections of materials from Serra do Cipó and field trips. In that area 15

species were found, comprising the sections Apoucouita (1 sp.), Chamaecrista (11 spp.) e

Xerocalyx (3 spp.). In Chapter 1, keys of identification, morphological descriptions,

illustrations, data about geographic distribution, habitat, phenology and taxonomic

commentaries are present in the monographic. Chapter 2, deals with an analysis of patterns

of geographical distribution of the species of Chamaecrista ser. Coriaceae, a group that stood

out during the compilation of data, being practically restricted to Espinhaço Range. During

the execution of the work, we need to clarify some taxonomic problems found that led to the

realization of a more detailed analysis of morphology with emphasis on the leaflet venation

presented here as Chapter 3.

15

INTRODUÇÃO GERAL 1. Leguminosae

1.1. Caracterização, breve histórico e posicionamento

Leguminosae ou Fabaceae é considerada uma das famílias mais importantes dentre as

angiospermas, amplamente distribuídas nas regiões tropicais e em menor número nas regiões

temperadas, compreende cerca de 727 gêneros e 19.325 espécies (Judd et al. 1999; Lewis et

al. 2005). Considerada a terceira maior família de Angiospermas, é superada apenas por

Asteraceae e Orchidaceae, tendo uma variação de hábito muito grande, desde árvores

emergentes até ervas diminutas ou lianas (Barroso et al. 1984, Judd et al. 1999, Lewis et al.

2005). Apresenta geralmente folhas alternas e compostas, com estípulas e pulvinos, mas é

caracterizada principalmente pelo ovário súpero e unicarpelar, placentação marginal, com um

ou muitos óvulos. O fruto normalmente é um legume, mas pode ser de vários outros tipos,

tanto deiscentes como indeiscentes (Judd et al. 1999; Lewis et al. 2005; Queiroz 2009).

O tratamento taxonômico da família já gerou muitas controvérsias, havendo duas

tendências. Bentham (1865) reconheceu Leguminosae dividida em três subfamílias

(Papilionaceae, Caesalpinieae e Mimoseae), com base principalmente em características

relacionadas ao tipo de folha e a estrutura floral. Este mesmo posicionamento foi adotado por

vários outros autores, porém adotando-se a partir do século XX os termos com sufixo oideae

para designar subfamílias: Papilionoideae (ou Faboideae), Caesalpinioideae e Mimosoideae

(Polhill et al. 1981, Lewis 1987, Barroso et al. 1984, Joly 2002). Uma outra vertente

taxonômica, proposta por Hutchinson (1926), considerou que as características que

distinguiam as subfamílias eram suficientes para elevá-las a categoria de família, sendo elas

Fabaceae, Caesalpiniaceae e Mimosaceae, tendo sido Cronquist (1981) o principal autor a

reavivar esse posicionamento na década de 80.

A divisão de Leguminosas em três famílias não tem encontrado sustentação nos recentes

trabalhos de filogenia (Chapill, 1995, Judd et al. 1999, Doyle 2000, Bruneau et al. 2001,

Wojciechowski 2003, Wojciechowski et al. 2004, Lewis et al. 2005), nos quais a cada novo

trabalho vem se confirmando a parafilia de Caesalpiniaceae ou Caesalpinioideae. Atualmente, a

circunscrição mais aceita é a família Leguminosae formada por duas subfamílias monofiléticas

bem definidas, Papilionoideae ou Faboideae e Mimosoideae (com pequenas alterações), e

outros grupos que por enquanto formam a terceira subfamília “Caesalpinioideae”, que

brevemente deve sofrer alterações. Esses estudos também mostram Leguminosae próxima das

16

Polygalaceae, Surianaceae e Quillajaceae, constituindo juntas a ordem Fabales dentro do

clado Eurosidae I (APG-II, 2003).

1.2. Importância ecológica e econômica

Leguminosae é considerada a terceira maior família de Angiospermas, porém, na região

neotropical é a família mais rica em número de espécies (Gentry 1988, Judd 1999). Isto é

evidente em diferentes tipos florestais, tendo as Leguminosae um papel de destaque como

elemento florístico nos ecossistemas naturais brasileiros, responsável pela grande diversidade

em florestas tropicais (Giulietti et al. 2005; Bortoluzzi et al. 2006, Cardoso & Queiroz 2007,

Queiroz 2009). Mas, é devido a sua importância econômica que Leguminosae é conhecida no

mundo todo. Por possuir grande quantidade de carboidratos, proteínas e óleos, diversas

espécies são utilizadas na alimentação humana e animal, por exemplo, o amendoim (Arachis

hypogaea L.), a ervilha (Pisum sativum L.), o feijão (Phaseolus vulgaris L.), o grão-de-bico (Cicer

arietinum L.) e a soja [Glycine max (L.) Merr.] (Judd et al. 1999, Lewis et al. 2005, Souza &

Lorenzi 2008). Outras espécies são também importantes na conservação do solo, como o

feijão-guandu [Cajanus cajan (L.) Huth], inúmeras são utilizadas como plantas ornamentais, por

exemplo, a ervilha-de-cheiro (Lathyrus odoratus L.) e a esponja (Calliandra brevipes Benth.),

na arborização urbana como a tipuana [Tipuana tipu (Benth.) Kuntze], a sibipiruna [Poincianella

pluviosa (DC.) L.P. Queiroz] e outras, têm emprego medicinal, como o jatobá (Hymenaea

courbaril L.), capaífera (Copaifera langsdorffii Desf.) e tamarindo (Tamarindus indica L.)

(Polhill et al. 1981, Judd et al. 1999, Lorenzi & Abreu Matos 2008, Lorenzi & Souza 2008,

Souza & Lorenzi 2008). Também há importantes espécies que foram ou outras que são fontes

de recursos madeireiros, espécies raras (de alto valor econômico), como jacarandá-da-bahia

[Dalbergia nigra (Vell.) Alemão ex Benth.], pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) e pau-ferro

(Caesalpinia ferrea Mart.), ou mais comuns, por exemplo, a garapa [Apuleia leiocarpa (Vogel)

J.F. Macbr.] e as sucupiras (Bowdichia spp.) (Ceccantini et al. 2007). Em alguns casos a

importância econômica está relacionada com o prejuízo que algumas espécies podem trazer,

comportando-se como invasoras em ambientes alterados com um difícil controle, destaca-se

aqui o carrapicho-beiço-de-boi (Desmodium spp.) e a anileira (Indigofera spp.) (Souza &

Lorenzi 2008).

17

2. “Caesalpinioideae”

“Caesalpinoideae” será doravante apresentada entre aspas, pelo fato de ser grupo

parafilético. As plantas aqui incluídas distribuem-se principalmente na América do Sul, África

Tropical e Sudoeste da Ásia (Cowan 1981). Segundo Lewis et al. (2005), a subfamília

compreende cerca de 2.250 espécies distribuídas em 163 gêneros, sendo os mais

representativos Chamaecrista (c. 330 spp.) e Senna (c. 300 spp.). O grupo é composto por

árvores, arbustos, lianas ou raramente ervas com folhas bipinadas, paripinadas ou bifolioladas.

As inflorescências são dos tipos racemo, panícula, raramente cimeiras (Dialium e Poeppigia)

com flores axilares ou terminais, raramente supra-axilares; estas são diclamídeas ou

raramente monoclamídeas, pentâmeras, raramente tetrâmeras, zigomorfas, raramente

actinomorfas ou fortemente assimétricas, com prefloração da corola imbricada e ascendente,

dialipétala. Os estames são geralmente em número duplo ao das pétalas, exibindo filetes livres

ou concrescidos, com anteras de deiscência longitudinal ou poricida. O gineceu é unicarpelar,

unilocular e uni a multiovulado, resultando em um legume ou derivados, de formas variadas,

produzindo sementes às vezes ariladas e com pleurograma, raramente com endosperma, tendo

embrião reto ou, raramente, ligeiramente oblíquo, com cotilédones carnosos ou foliáceos

(Cronquist 1981, Barroso 1984, Tucker 1987, Souza & Lorenzi 2008).

Segundo Lewis et al. (2005), “Caesalpinoideae” pode ser dividida em 4 tribos: Cercideae,

Detarieae, Cassieae e Caesalpinieae. Cassieae apesar de ser considerado um grupo artificial e

que deverá sofrer grandes restruturações nomenclaturais, é apresentado em Lewis (2005)

com 735 espécies e 21 gêneros, dentre estes, Chamaecrista.

3. Projeto Flora da Serra do Cipó e ocorrência do grupo estudado

O Projeto da Flora da Serra do Cipó foi planejado e iniciado pelo Dr. Aylthon Brandão Joly

em 1972, visando a publicação da flora da região. A primeira publicação foi feita por Giulietti

et al. (1987), constituindo em uma listagem preliminar que contém cerca de 1600 espécies

distribuídas entre 125 famílias de Fanerógamas, 10 de Pteridófitas e 11 de Briófitas.

Atualmente, coordenado pelo Prof. Dr. José Rubens Pirani (Departamento de Botânica do

IB/USP), o projeto conta com a colaboração de pesquisadores, estagiários e pós-graduandos

de várias instituições nacionais e internacionais. Diversos estudos florísticos, anatômicos,

ecológicos, quimiotaxonômicos e faunísticos já foram concluídos na região, sendo que, até o

18

presente, 81 trabalhos referentes a famílas e grupos infra-familiares da Flora da Serra do

Cipó foram publicados no Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo.

Mantovani et al. (1987) referiram 6 gêneros e 34 espécies de "Caesalpinioideae" para a

flora da Serra do Cipó: Bauhinia L. (3 spp.), Chamaecrista Moench. (21 spp.), Copaifera L. (1

sp.), Hymenaea L. (1 sp.), Sclerolobium Vogel (2 spp.) e Senna Mill. (6 spp.). Todos os gêneros,

exceto Chamaecrista, já foram tratados em estudos recentes conduzidos pela própria aluna,

resultando em 9 gêneros e 27 espécies. No caso de Chamaecrista havia apenas um tratamento

parcial, no qual foram consideradas apenas 16 espécies da seção Absus (Hervencio 1999).

Assim, restavam apenas as espécies de Chamaecrista seções Apoucouita, Chamaecrista e

Xerocalyx para que se concluísse a monografia de "Caesalpinioideae", viabilizando assim sua

publicação, e desta forma, o presente estudo representará uma contribuição valiosa ao

projeto Flora da Serra do Cipó.

3. Objetivos 1) Identificar, reavaliar criticamente e descrever as espécies de Chamaecrista sect.

Apoucouita, Ch. sect. Chamaecrista e Ch. sect. Xerocalyx, fazer chaves de identificação,

ilustrações e comentários, de acordo com o modelo na Flora da Serra do Cipó;

2) Analisar os materiais de “Caesalpinioideae” (Leguminosae) dos principais herbários com

coleções de plantas da Serra do Cipó, visando à formação de um taxonomista e a atualização

das identificações, contribuir para o conhecimento da flora deste local, por meio da

elaboração da monografia de "Caesalpinioideae".

3) Realizar o levantamento das espécies de Chamaecrista sect. Chamaecrista ser. Coriaceae,

visando o mapeamento das espécies e uma análise de distribuição geográfica.

4) Fazer um estudo dos padrões fundamentais de venação foliar de espécies de Chamaecrista

sect. Chamaecrista ser. Flexuosae e ser. Coriaceae, a fim de avaliar sua eficácia na

distinção desses dois táxons.

5) Contribuir para o conhecimento das “Caesalpinioideae” no Brasil.

19

4. Materiais e Métodos

Uma vez que o capítulo 1 será apresentado na forma sintética da publicação, seus materiais

e métodos são apresentados aqui, enquanto que no caso dos capítulos 2 e 3 estarão

apresentados dentro de cada um deles.

Área de estudo

A Serra do Cipó, uma das regiões sul da Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais, situa-se a

cerca de 100 km a norte de Belo Horizonte. Está localizada entre os limites 19o12'30"-

19o30'35" S e 43o20'25"-23o40'00" W, delimitada pelo Rio Cipó e seus afluentes do leste

(Gontijo 1993). Abrange parte dos municípios de Congonhas do Norte e Santana do Pirapama

ao norte, Conceição do Mato Dentro, Jaboticatubas e Santana do Riacho ao centro-sul (Romão

2003). Ela é formada por diversas serras locais, como Serra Talhada, Morro do Breu, Serra

do Salitreiro, Serra do Palácio, Serra da Farofa, Serra da Bandeirinha, Serra da Mutuca e

Morro do Calcário, dentre outras (Romão 2003). O Parque Nacional da Serra do Cipó foi

criado em 1975, e sua implantação deu-se em 1984, cobrindo áreas da porção sul da Cadeia do

Espinhaço, nos municípios de Santana do Riacho e Jaboticatubas, entre as coordenadas 19o12‛-

19o20‛S e 43o30‛-43o40‛W (Giulietti et al. 1987). O relevo na Serra do Cipó constitui-se em um

dos tetos geomorfológicos do Brasil, alcançando uma das mais elevadas superfícies da Cadeia

do Espinhaço, podendo atingir mais 2000 m de altitude (Giulietti et al. 1987). A vegetação na

área é composta por um conjunto de comunidades que refletem as variadas condições

climáticas e topográficas, predominando os campos rupestres, encontrados geralmente acima

dos 900 m de altitude. Além destes, de acordo com o tipo de solo e drenagem, também podem

ser encontradas na Serra do Cipó campos brejosos, cerrados, capões de mata e matas ciliares

(Giulietti et al. 1987).

Levantamento Bibliográfico

O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de consulta a sites especializados,

como o W3 Trópicos (www.mobot.org), Internacional Plant Name Index (www.ipni.org),

Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriados (www.ibict.br/ccn) e referências indiretas.

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Expedições de coleta

Foram realizadas 3 expedições de coleta e observação de campo na Serra do Cipó e em

outras regiões da Cadeia do Espinhaço mineira. Foram realizadas no período de 07.I.2008 a

18.I.2008, 27.X.2008 a 02.XI.2008 e 01.II.2009 a 15.XI.2009. Essas expedições incluíram as

seguintes localidades:

Minas Gerais, Catas Altas – Santuário do Caraça; Congonhas do Norte, diversas

localidades na região da Serra Talhada; Datas; Diamantina; Morro do Pilar, próximo as Vellozia

gigantea; Gouveia; Santana do Riacho, Parque Nacional da Serra do Cipó, ao longo da rodovia

Santana do Riacho – Conceição do Mato Dentro (diversos pontos), Córrego Gavião; Santo

Antônio do Itambé – Pico do Itambé; São José de Almeida, estrada de São José do Almeida a

Jaboticatubas. Nessas expedições foram observadas as espécies: (2.2) Ch. choriophylla var.

rossicorum, (3) Ch. cinerascens, (4.2) Ch. desvauxii var. langsdorfii, (4.4) Ch. desvauxii var.

malacophylla, (5) Ch. ensifomis var. ensiformis, (6) Ch. flexuosa, (7) Ch. lagotois, (9) Ch.

nictitans, (10) Ch. olesiphylla, (11) Ch. papillata, (12.1) Ch. ramosa var. erythrocalyx, (12.2) Ch.

ramosa var. parvifoliola, (13) Ch. rotundifolia var. rotundifolia e (15) Ch. venulosa .

Consulta aos Herbários:

Os estudos foram desenvolvidos no Departamento de Botânica do IB-USP (São Paulo-SP)

com materiais do próprio acervo e por meio de empréstimos. Foram visitados os herbários

relacionados abaixo, sendo que o Herbário do Museu Nacional, Rio de Janeiro-RJ, não pôde ser

consultado durante a execução deste trabalho. Além dos herbários brasileiros, foi consultado

o herbário NY, no qual se teve acesso a muitos materiais tipos do acervo e cedidos por

empréstimo de outros herbários do exterior (F, GH, K e US).

Os materiais foram analisados para a elaboração das descrições das espécies, bem como

para a obtenção de dados sobre fenologia e distribuição geográfica das espécies. Para

facilitar a publicação do trabalho, a citação do material examinado já está no formato para a

publicação da flora, incluindo todos os materiais pertencentes exclusivamente à área, com

exceção dos materiais de referência, como os tipos nomenclaturais ou das espécies

representadas por poucos materiais coletados na área, caso em que se incluiu a citação de

materiais adicionais, de preferência próximos à região enfocada neste trabalho. Além de

materiais selecionados para empréstimo, todos os materiais observados foram fotografados.

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Os herbários consultados estão listados a seguir, segundo Thiers (2009): ALCB, BHCB, ESA,

F, GH, HJB, HUEFS, HRCB, MBM, NY, K, RB, SP, SPF, UEC, US.

Análise dos materiais

A análise detalhada dos materiais foi realizada por meio do uso de estereomicroscópio

Olympus SZH 10 com câmara clara acoplada para a elaboração das ilustrações. As medidas

foram tiradas com um paquímetro e/ou réguas. Análise de flores e frutos, quando não

encontrados no campo e conservados em álcool 70, foram retirados dos materiais secos e

rehidratados cuidadosamente. Para a descrição morfológica dos materiais, foram utilizados

como base os trabalhos de Harris & Harris (2001), Radford et al. (1974) e Font-Quer (1953).

Para as citações dos autores dos táxons seguiram-se as recomendações de abreviação de

Brummitt & Powell (1992) e para a abreviação de títulos Bridson & Smith (1991).

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