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8/14/2019 Chip quntico
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CYAN MAGENTA AMARELO PRETO
Sade, Cincia & Vida A31
TAB SADE, CINCIA & VIDA 31
D O M I N G O , 1 8 D E M A R O D E 2 0 0 7
JORNALDOBRASIL
Alm do fato I NOEL DE CARVALHO,secretrio de Habitao do Estado do Rio de Janeiro
Sem incluso digital impossvelcriar uma sociedade mais justa
A excluso digital apro-funda as diferenas socioe-conmicas, as desigualda-des sociais e regionais, e tambm estmulo para a vio-lncia. O objetivo da inclu-so digital , por um lado,equipar o cidado com ins-trumentos que lhe permi-tam insero nomercado detrabalho e, por outro, lheabram a janela para o mundodo conhecimento e para a in-terao com as pessoas.
Desta forma, se preten-demos uma sociedade mais justa, deve ser garantido populao o direito de aces-so informtica, tanto nombito tcnico e fsico,quanto no intelectual. Isso
abrange educao, forma-o, participao e criao.Estamos falando de equipa-rao de oportunidades,
sem a qual a cidadania ape-nas uma palavra desprovidade contedo.
claro que toda sociedadeinclui extratos com necessida-des especiais. Esses segmen-tos, bvio, devem ter umtra-tamento diferenciado, conside-rando-se suas limitaes. Nopodemos esquecer, tambm,que um programa de inclusodigital deve abranger todo oterritrio nacional.
Segundo a consultoriacomScore Networks, o Bra-siltem quase 15 milhes depessoas com acesso inter-net fato que torna o pas11 do mundo em quantida-de de usurios da Rede. Apesquisa registrou um au-
mento de 16% no nmero deinternautas no Brasil entre janeiro do ano passado e odeste ano. Entre os 15 pa-
ses como maiornmero deinternautas, o Brasil teve oquinto maior crescimentona quantidade de usurios,s ficando atrs de ndia(33%), Rssia (21%), China(20%) e Mxico (18%).
Apesar dos pesares, o Brasilavana. O informativo onlineWNews, de outubro do ano pas-sado, mostra que, entre 40 na-es avaliadas, o Brasil o s-timo que mais evoluiu no ofe-recimento aos cidados deacesso tecnologia digital.
A evoluo das tecnolo-gias digitais mais veloz doque as transformaes de va-lores e atitudes na sociedade.Recentemente, por um con-vnio entre Cehab-RJ e Fae-
tec, formamos 320 jovens dacomunidade Nova Sepetiba,na Zona Oeste. Agora elesso tcnicos e dominam v-
rios programas de informti-ca. Temos certeza de que, do-ravante, tero outra viso domundo.
Estamos em meio a uma
veloz revoluo tecnolgi-ca, onde internet, computa-dores pessoais e automaode servios diversos so ne-cessidades essenciais. Foi,portanto, uma boa iniciativa
bm um fator importante nocombate violncia, na medi-da em que amplia as oportuni-dades de trabalho e tira jo-vens da marginalidade. En-
tendida assim, e respeitan-do-seas condies concretasdas comunidades a seremin-tegradas, a capacitao e otreinamento devem ser sem-pre previstos nos oramen-tos pblicos, no mbito deuma ao conjunta envolven-do todos os poderes.
No sbado que vem, dia24, comemora-se o Dia daIncluso Digital no Estadodo Rio de Janeiro projetode minha autoria, transfor-mado em lei. O uso de recur-sos e conceitos tecnolgicosavanados em comunidadesexcludas, com a massifica-o da informtica, deve serconsiderado um estmulo,ponte para se transpor a valadas desigualdades. Este
um bom caminho para a su-perao do atraso e da pro-moo do ser humano. O fu-turo hoje.
Informtica ajudacidado a entrar nomercado de trabalhoe acessar fontes deconhecimento
o programa PC Conectado,do governo federal, que crialinhas especiais para aquisi-o do primeiro computadora preo baixo, destinado aprofessores, famlias com
renda entre cinco e 10 sal-rios mnimos e micro e pe-quenas empresas.
A incluso digital tam-
INFORMTICA I Empresa canadense demonstra primeiro modelo comercialmente vivel
Chip quntico resolve enigmaJuliana Anselmo da Rocha
Para demonstrar a capacida-de seu computador quntico, aempresa canadense D-WaveSystemspsa mquinaparare-solver diagramas de Sudoku. Aapresentao do prottipo doprimeiro modelo quntico co-mercialmente vivel aconteceuno Museu de Histria da Com-putao, em Mountain View,nos EUA, atraindo a ateno e adesconfiana de pesquisadores ehackers do mundo todo.
Nos computadores tradicio-nais, toda a informao cons-truda pelo posicionamento dechaves , que so ligadas oudesligadas para traduzir os da-dos para o cdigo binrio. Noscomputadores qunticos, as me-
nores unidades da matria cui-dam do processamento. tomos em estados dife-
rentes de energia so os compo-nentes de um chip quntico explica o professor do Institutode Fsica da UFRJ Luiz Davido-vich. Em vez dos bits, os zerose uns que representam a infor-mao, temos os q-bits.
No mundo das partculas, possvel estar em dois lugaresao mesmo tempo. E essa agrande vantagem dos q-bits:so ao mesmo tempo zero eum chaves ligadas e desliga-das que representam a se-qncia da informao.
A superposio per-mite maior velocidade completa Davi-dovich. Com-putadoresqunticosconseguemsolucionarclculos com-plexos, comocriar criptografiasinviolveis, para osquais as mquinas atuaisno apresentam resultados.
Orion realizou trs ativida
des: buscou entre uma srie deestruturas aquela que se encai-xava com perfeio em uma mo-lcula-alvo, criou complicadosplanos de assentamento e pre-encheu diagramas de Sudoku.
Embora outros chips qun-ticos j tenham sido construdos,no eram to poderosos come-mora Herb Martin, executi-vo-chefe da D-Wave Systems.
Para o ano que vem, a empre-sa promete rodar aplicaesmais robustas.
Alugaremos sua capacidadepor 100 dlares o minuto de pro-cessamento planeja Martin.
A velocidade da mquina medida pela freqncia dos pro-cessadores, ou seja, pela quanti-dade de instrues as ordensque enviamos ao chip toda vez
que solicitamos a realizao deuma tarefa com as quais so ca-pazes de lidar por segundo.
As leisda fsica impelimi-taes a qualquer tipo de com-putador, sejacomum ou qunti-co pondera o pesquisador doCentro Brasileiro de Pesquisas
Fsicas Ivan Oliveira. Esti-ma-se em 10 elevado a 51 Hz afrequncia limite natural de umcomputador quntico. Os com-putadores atuais operam emtorno de 10 elevado a nove Hz.
O tamanho das instrues medido em bits ou q-bits edetermina sua complexidade.Orion opera com ordens de 16q-bits e supera modelos anterio-res de12 q-bits, masainda estaqum da inteligncia doscomputadores modernos. Ape-sar de um q-bit conseguir arma-zenar maisdados que um bit, os16 q-bits do computadorqunti-co da D-Wave ainda no supe-ram os processadores de 32 ou64 bits instaladosnos PCs espa-lhados pelas casas e escritrios.
Precisaramos de infor-
maes detalhadas da D-Wa-ve para tirarmos conclusessobre a operao de Orion diz Davidovich. Uma notciaassim faz subir em centenasde dlares as aes da empre-sa, mas ainda prematura pa-ra a cincia.
I
Mas paraque serveisso afinal?
Os computadores qunticosvm resolver um problemapre-visto em 1965 por Gordon Moo-re, co-fundador da Intel. Mooreverificou que a cada 18 meses onmero de transistores aschaves que processam os da-dos por polegadaquadrada emum chip dobrava. A velocidadedos PCs crescia, mas surgia oentrave da escala: como colocarmais chaves no mesmo espao?
Estima-se que o limite sejaalcanado em 2020, mas espe-cialistas dizem que a previso de
Moore pode deixar de funcionar.De todo modo, novos materiaise formas de processamento dedados esto sob anlise.
O computador quntico uma das solues propostas,mas Davidovich alerta ser im-provvel sua universalizao.
Os modelos qunticos se-ro teis para clculos pesados egerenciamento de bancos de da-dos explica. Ficaro restritoss universidades e empresas.
O modelo quntico tambmtem problemas de escalabilida-
de, pois muitos tomos nomesmo chip causam
interferncia in-terna. Filtrar esserudo uma das di-ficuldades para le-var essa novidadepara a casa.
Uma alteraomnima no ar ao re-
dor do chip pode cau-sara perda da informa-
o diz Davidovich.Oliveira mais otimista e
lembra que ningum imagi-nava um laptop, quando em 1936o matemtico Alan Turing in-ventou a computao. (J.A.R)
Mantido prximo a zerograu absoluto, o chip atraiua ateno de cientistas
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