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Rui Jesus 11-01-2010 Circulação Geral da Atmosfera

Circulação geral da atmosfera

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Page 1: Circulação geral da atmosfera

Rui Jesus

11-01-2010

Circulação Geral da Atmosfera

Page 2: Circulação geral da atmosfera

Escola Secundária de Penafiel

Traços fundamentais da circulação geral da atmosfera

A especificidade do clima português decorre da posição geográfica do território

nacional e só pode ser verdadeiramente explicada e compreendida se tivermos em

conta o modo como se processa a circulação da atmosfera às nossas latitudes, bem

como toda a sua dinâmica geral.

Matos António - Espaço Português, Edições Asa

A circulação geral da atmosfera resulta da combinação de causas térmicas e dinâmicas, que originam as diferenças de pressão atmosférica – força que o ar exerce sobre a superfície terrestre, medida em milibares (mb) ou hectopascais (hPa).

A pressão atmosférica representa-se através das linhas isóbaras ou isobáricas, que constituem linhas que unem pontos com o mesmo valor de pressão do ar (ou atmosférica).

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Num centro barométrico, a diferença de pressão entre o centro e a periferia ou a diferença entre os dois centros denomina-se gradiente barométrico. Figura 5

Os centros barométricos estão na origem da circulação da atmosfera, já que o ar desloca-se das altas para as baixas pressões, determinando diferentes estados do tempo.

Localização dos Centros Barométricos

Nas regiões equatoriais – predomina uma faixa de baixas pressões equatoriais, resultante das elevadas temperaturas que provocam a subida do ar; Nas regiões próximas dos trópicos – a cerca de 30º N/S, surgem as faixas de altas pressões subtropicais; Nas margens superiores das latitudes médias, próximo do 60º N/S, aparecem as baixas pressões subpolares; Nas regiões polares, predominam as altas pressões polares de origem térmica, devido ao movimento descendente do ar provocado pelas baixas temperaturas que se fazem sentir aí. Doc. 3

Entre estas diferentes faixas de pressão estabelecem-se movimentos do ar, que determinam a direcção e o sentido dos ventos dominantes nas várias regiões do globo e toda a circulação na atmosfera: − Os alísios – ar que se desloca das altas pressões subtropicais para as baixas pressões equatoriais. Esta convergência dos alísios, provenientes de N e S, origina a CIT (convergência intertropical). Contudo, quando os alísios dos dois hemisférios enfraquecem, sobretudo o Verão, não chegam a entrar em contacto, surgindo entre eles uma zona de calma atmosférica, Doldrums. − Os ventos de oeste – ar que se desloca das altas pressões subtropicais para as baixas pressões subpolares, cujo sentido, influenciado pelo movimento de rotação da Terra, é predominantemente de oeste no hemisfério norte;

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− Os ventos polares ou de leste – ar que se desloca das altas pressões polares para as baixas pressões subpolares (Doc. 4).

As várias faixas de pressão não ocupam permanentemente as mesmas posições. Ao longo do ano deslocam-se em latitude, ou seja, movimentam-se para Norte e para Sul, acompanhando o movimento anual aparente do sol. Esta oscilação em latitude tem grande importância nas regiões das latitudes médias, onde se situa Portugal, uma vez que ficam sujeitas à influência alternada:

- Dos centros de baixas pressões subpolares e das massas de ar polares (marítima e continental), sobretudo no Inverno.

- Dos centros de altas pressões subtropicais e das massas de ar tropicais (marítimas e Continental), no Verão;

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Além da variação em latitude, observada na distribuição dos centros de pressão de origem dinâmica, também se constata uma variação da temperatura da atmosfera. Com o aumento da latitude a temperatura do ar vai diminuindo, registando-se a existência de massas de ar com características diferentes.

A localização de Portugal nas latitudes intermédias da Zona Temperada do Norte é o principal factor do clima português, pois faz com que haja uma conjugação de influências de vária ordem (Doc. 7): − No Inverno, pelas baixas pressões subpolares (frente polar), pelas massas de ar frio polar e pelos anticiclones de origem térmica formados sobre o continente; − No Verão, pelas altas pressões subtropicais (principalmente o anticiclone dos Açores), pelas massas de ar quente tropical e pelas depressões (ou ciclones) de origem térmica formados sobre o continente; − Tanto no Inverno como no Verão, faz-se sentir ainda a influência dos ventos de oeste.