Classificação das Pesquisas Metodologia de Pesquisa. Gil, capítulo 4

Classificação das Pesquisas

Metodologia de Pesquisa.Gil, capítulo 4.


Quanto aos procedimentos ou delineamento, as pesquisas podem ser classificadas em:

Pesquisa bibliográfica; Pesquisa documental; Pesquisa experimental; Pesquisa ex-post facto;


Estudo de coorte; Levantamento; Estudo de campo; Estudo de caso; Pesquisa-ação; Pesquisa participante;

Pesquisa Bibliográfica

Desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos;


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Principal vantagem: permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente;

Na pesquisa bibliográfica, as fontes secundárias podem apresentar dados coletados ou processados de forma equivocada;

Pesquisa Documental

Assemelha-se à pesquisa bibliográfica; Diferença – natureza das fontes; A pesquisa documental utiliza-se de

materiais que ainda não receberam um tratamento analítico;

Segue os mesmos passos da pesquisa bibliográfica;

Pesquisa Documental

Documentos de “primeira mão” – não receberam nenhum tratamento analítico: documentos de associações, diários, cartas pessoais, revistas de entretenimento, fotos, mapas etc;

Documentos de “segunda mão” – relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas;

Pesquisa Documental

É possível tratar a pesquisa bibliográfica como uma pesquisa documental que usa especialmente de material para fins de leitura;

Pesquisa bibliográfica – mais ampla; Pesquisa documental – constitui um fim em

si mesma, com objetivos bem específicos, que envolve teste de hipóteses;

Pesquisa Documental

Exemplo de forma de tratamento dos dados documentais: análise de conteúdo (quantitativa ou qualitativa);

Três etapas: 1. pré-análise: escolha dos documentos, formulação

de hipóteses, à preparação do material para análise;

2. exploração do material: escolha das unidades, a enumeração e classificação;

3. tratamento, inferência e interpretação dos dados;

Pesquisa Documental

Vantagens: custo, não exigir contato com os sujeitos;

Limitações: não-representatividade e subjetividade dos documentos;

Pesquisa Experimental

O experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica;

A pesquisa experimental consiste em: determinar um objeto de estudo; selecionar variáveis que seriam capazes de

influenciá-lo; definir as formas de controle e de observação

dos efeitos que a variável produz no objeto;


Esquema experimental: Z = fenômeno; Z se apresenta aos fatores A, B, C e D; Controlar cada um desses fatores,

anulando a sua influência, para observar o que ocorre com os restantes;


A, B e C produzem Z; A, B e D não produzem Z; B, C e D produzem Z; Da análise desse esquema percebe-se

que C é a condição para produção de Z;

Questões éticas dos experimentos;


Propriedades:a) Manipulação;b) Controle;c) Distribuição aleatória – Grupos

experimentais e grupos controle; O pesquisar nesse delineamento é um

agente ativo, e não um observador passivo;

Pesquisa Ex-post Facto

Ex-post facto = a partir do fato passado; Semelhante à pesquisa experimental,

mas o estudo é realizado após a ocorrência de variações na variável dependente;

Pesquisador não dispões de controle sobre a variável independente;


Ex. desse delineamento: Caso-Controle – comparação entre

duas amostras; Primeira – pessoas que apresentam

uma determinada características; Segunda – análoga à primeira exceto

na característica estudada;


Relação entre toxoplasmose e debilidade mental (DM);

Amostra de crianças com DM – exame para constatar se tiveram a doença;

Amostra de crianças sem DM – realizam o mesmo exame;


Não oferece conclusões de causa-efeito, mas relações entre variáveis;

Delineamento muito utilizado nas pesquisas de saúde;

Estudo de Coorte

Refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma característica comum;

Amostra a ser acompanhada por um período;

Delineamento muito utilizado nas ciências da saúde;

Estudo de Coorte

Podem ser: Prospectivos – contemporâneos; Retrospectivos – históricos; Os estudos prospectivos – elaborados no

presente, com previsão de acompanhamento, segundo o objeto de estudo;

Vantagem: planejamento rigoroso e delineamento experimental.

Estudo de Coorte

Os estudos retrospectivos são elaborados com base em registros do passado com seguimento até o presente.

Essencial a existência de protocolos completos e organizados;

Estudo de Coorte

Ex de pesquisa: verificar a exposição passiva à fumaça de cigarro e a incidência de câncer no pulmão;

Selecionar sujeitos expostos e não ao fator de risco;

Os expostos – grupo experimental; Não expostos – grupo controle;

Estudo de Coorte

Após determinado tempo verifica-se se o grupo experimental está mais sujeito ao câncer de pulmão (prospectivo);

Desvantagens do estudo de coorte: não aleatoriedade das amostras, necessidade de uma amostra grande, pesquisa fica onerosa;

Levantamento

Interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer;

Informações de todos os integrantes do universo pesquisado – censo;

Na maioria das pesquisa, seleciona-se uma amostra significativa do universo;

Importante nas pesquisas sociais;

Levantamento

Vantagens: Conhecimento direto da realidade; Economia e rapidez, principalmente nos

questionários fechados; Quantificação;

Levantamento

Desvantagens: Ênfase em aspectos perceptivos; Pouca profundidade nos problemas

sociais, que em grande parte são interpessoais e institucionais;

Limitada apreensão do processo de mudança – visão estática do fenômeno (fotografia);

Levantamento

Mais adequados para os estudos descritivos que os explicativos;

Estudo de Campo

Semelhante ao levantamento; Levantamento – maior alcance; Estudo de campo – maior profundidade; Procura mais o aprofundamento das

questões propostas do que a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis;

Estudo de Campo

Planejamento – mais flexível, o objetivos podem ser reformulados ao longo da pesquisa;

Estuda um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social;

Utiliza mais técnicas de observação do que de interrogação;

Estudo de Campo

Modelo clássico de investigação da Antropologia;

Utiliza-se também na Sociologia, Educação, Saúde Pública e Administração;

Focaliza uma comunidade: de trabalho, de estudo, de lazer ou qualquer atividade humana;

Estudo de Campo

O pesquisador coleta diretamente os dados – importância do contato direto e da experiência;

Imersão na realidade para entender o grupo;

Estudo de Campo

Vantagens: Mais fidedignos do que o levantamento; Mais econômico; Com a presença do pesquisador – as

respostas podem ser mais confiáveis;

Estudo de Campo

Desvantagens: Demanda tempo; Único pesquisador que coleta –

subjetivismo na análise e interpretação; Demanda experiência do pesquisador;

Estudo de Caso

Amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais;

Estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, com detalhado conhecimento;

Ciências biomédicas – estudo piloto;

Estudo de Caso

Propósitos:a) Explorar situações da vida real cujos

limites não estão claramente definidos;b) Preservar o caráter unitário do objeto

estudado;c) Descrever a situação do contexto em

que está sendo feita determinada investigação;

Estudo de Caso

d) Formular hipóteses ou desenvolver teorias;

e) Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos ou experimentos;

f) Síndromes raras;

Estudo de campo

Desvantagens: Falta de rigor científico; Dificuldade de generalização; Demandam tempo; Resultados pouco consistentes;

Pesquisa-ação

“... Um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”

Pesquisa-ação

Envolvimento ativo do pesquisador; Pesquisadores identificados por

ideologias “reformistas” e “participativas”;

Pesquisa Participante

Semelhante à pesquisa-ação; Mas, pressupõe uma forma de ação

planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro;

Envolve distinção entre ciência popular (senso comum) e dominante (privilegia a manutenção do sistema vigente);

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